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Manual de Direito Processual do Trabalho

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“Responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s bens <strong>do</strong> cônjuge. As dívidas trabalhistas resultantes <strong>do</strong> exercício<br />

empresarial da mulher são comunicáveis ao seu cônjuge, uma vez que, presumivelmente,<br />

foram contraídas em benefício da família. O contrário requer prova.” (TRT – 3 a R. – 5 a T. –<br />

AgP n. 3.093/96 – rel. Juiz Marcos Calvo – DJMG 10.5.97 – p. 9)<br />

“Meação — Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservação. Em regra, os bens <strong>do</strong> cônjuge respon<strong>de</strong>m pelos<br />

débitos trabalhistas, exceto se <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que o produto auferi<strong>do</strong> pelo executa<strong>do</strong> não<br />

reverteu em prol da manutenção familiar.” (TRT – 3 a R. – 6 a T. – RO n. 589/2006.079.03.00-1<br />

– rel. Ricar<strong>do</strong> Antônio Mohallem – DJ 19.10.06 – p. 13)<br />

13.5. Da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r subsidiário<br />

Segun<strong>do</strong> os ensinamentos da <strong>do</strong>utrina, a responsabilida<strong>de</strong> subsidiária é secundária,<br />

pois primeiro há que se esgotarem os meios <strong>de</strong> satisfação da dívida com o<br />

<strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r principal, para atingir o patrimônio <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r subsidiário.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacamos as seguintes ementas:<br />

“Execução — Con<strong>de</strong>nação subsidiária. Somente após a comprovação da insolvência <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r principal, e afasta<strong>do</strong> fundamentadamente o benefício da excussão <strong>de</strong>vidamente<br />

articula<strong>do</strong>, po<strong>de</strong> ser executa<strong>do</strong> o responsável subsidiário.” (TRT – 12 a R. – 1 a T. – Ac. n.<br />

4655/2000 – rel. Juiz Luiz Fernan<strong>do</strong> Cabeda – DJSC 31.5.2000 – p. 270)<br />

“Execução <strong>de</strong>finitiva contra <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r subsidiário. Prova<strong>do</strong> nos autos que foram esgotadas,<br />

sem sucesso, as tentativas para executar a <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>ra principal, cujo esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> insolvência<br />

se evi<strong>de</strong>ncia pela <strong>de</strong>sativação <strong>de</strong> suas instalações e inexistência <strong>de</strong> bens aptos a garantir<br />

a execução <strong>de</strong>finitiva, <strong>de</strong>ve ela prosseguir contra a <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>ra subsidiária. Registre-se, por<br />

relevante, que se trata <strong>de</strong> procedimento sumaríssimo e a <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>ra subsidiária, ora agravante,<br />

ao ter os seus bens penhora<strong>do</strong>s, não invocou o benefício <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> indicar<br />

bens <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r principal hábeis à penhora, o que convalida a constrição realizada. Agravo<br />

<strong>de</strong> petição não provi<strong>do</strong>.” (TRT – 15 a R. – 2 a T. – APPS n. 2392/1999.023.15.00-7 – rel.<br />

Samuel C. Leite – DJSP 30.9.05 – p. 37)<br />

Ao contrário <strong>do</strong> que vem sustentan<strong>do</strong> a jurisprudência pre<strong>do</strong>minante, pensamos<br />

que não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> primeiro se esgotarem os meios <strong>de</strong> execução em face<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r principal, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> inclusive a execução se iniciar em face <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r<br />

subsidiário, pois este tem a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> invocar o benefício <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m exigin<strong>do</strong><br />

que a execução se inicie diante <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r principal; para tanto <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>clinar on<strong>de</strong><br />

estão os bens <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r principal (art. 795 <strong>do</strong> CPC).<br />

No aspecto, vale <strong>de</strong>stacar a seguinte ementa:<br />

“EXECUÇÃO DO DEVEDOR SUBSIDIÁRIO. BENEFÍCIO DE ORDEM. A con<strong>de</strong>nação<br />

subsidiária <strong>do</strong> toma<strong>do</strong>r baseia-se no fato <strong>de</strong> que se beneficiou direta e imediatamente<br />

<strong>do</strong> serviço presta<strong>do</strong> pelo trabalha<strong>do</strong>r, para consecução <strong>de</strong> seu objeto social, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>,<br />

portanto, respon<strong>de</strong>r pelos débitos trabalhistas respectivos. Compete-lhe, assim, quan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>manda<strong>do</strong>, exercer validamente o benefício <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m na forma <strong>do</strong>s arts. 595 e 596, § 1 o ,<br />

<strong>do</strong> CPC, aqui aplica<strong>do</strong>s analogicamente por força <strong>do</strong> art. 8 o , caput, da CLT. Porém, se o<br />

<strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r subsidiário não indica <strong>de</strong> forma concreta, nem em embargos à execução, tampouco<br />

no agravo <strong>de</strong> petição, bens específicos que sejam suficientes, livres e situa<strong>do</strong>s no foro da<br />

execução, respon<strong>de</strong> pela execução que lhe cabe, ante a <strong>de</strong>limitação temporal constante da<br />

sentença transitada em julga<strong>do</strong>.” (TRT/SP – 01179000320065020005 – AP – Ac. 4 a T. –<br />

20120806570 – rel. Paulo Sérgio Jakutis – DOE 27.7.2012)<br />

1122 Mauro Schiavi

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