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Manual de Direito Processual do Trabalho

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<strong>de</strong> privilégios/imunizações ou isenções, quan<strong>do</strong> o legisla<strong>do</strong>r quer atribuí-los, o faz expressamente;<br />

e a três, no cotejo entre as dignida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s bens/<strong>de</strong>stinatários envolvi<strong>do</strong>s, ou seja, verba<br />

<strong>de</strong> natureza alimentar e hipossuficiente, <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>; os litigantes/bens/patrimônios/direito<br />

<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> e dirigente <strong>de</strong> outro, as normas constitucionais e seus princípios nucleares,<br />

especialmente os da dignida<strong>de</strong> da pessoa humana, da proporcionalida<strong>de</strong>, da razoabilida<strong>de</strong><br />

e da pon<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> interesses (pesos/medidas <strong>de</strong> Alexy e Dworkin) nos aconselham a dar<br />

guarida, no caso vertente, ao trabalha<strong>do</strong>r. Agravo <strong>de</strong> petição a que se nega provimento.” (TRT<br />

1 a Região – Agravo <strong>de</strong> Petição – Processo n. 01648001320055010068 – 5 a Turma, rel. Des.<br />

Enoque Ribeiro <strong>do</strong>s Santos. DOERJ: 3.7.2013)<br />

Ao contrário <strong>do</strong> que sustentam parte da <strong>do</strong>utrina e da jurisprudência, o sócio<br />

não precisa ser cita<strong>do</strong> ou intima<strong>do</strong> da <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração da personsalida<strong>de</strong> jurídica,<br />

para a apresentação <strong>de</strong> bens no prazo <strong>de</strong> 48 horas (art. 880 da CLT), uma vez que<br />

não é parte no processo, apenas responsável patrimonial secundário (art. 790, II, <strong>do</strong><br />

CPC). Por isso, ele não é incluí<strong>do</strong> no polo passivo, tampouco cita<strong>do</strong> ou intima<strong>do</strong>.<br />

Fracassada a execução diante da pessoa jurídica, o Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> po<strong>de</strong>rá, expedir<br />

manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> penhora em face <strong>do</strong>s bens <strong>do</strong> sócio ou até mesmo <strong>de</strong>terminar o bloqueio<br />

<strong>de</strong> ativos financeiros <strong>de</strong>ste. O sócio, toman<strong>do</strong> ciência da penhora, po<strong>de</strong>rá se valer <strong>do</strong><br />

benefício <strong>do</strong> art. 795, § 2 o , <strong>do</strong> CPC e também apresentar embargos <strong>de</strong> terceiro para<br />

discutir sua responsabilida<strong>de</strong> e eventual ilegalida<strong>de</strong> da penhora.<br />

No mesmo senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacamos as seguintes ementas:<br />

“AGRAVO DE PETIÇÃO — NULIDADE DE EXECUÇÃO — CITAÇÃO — Os sócios<br />

respon<strong>de</strong>m com seus bens particulares pela dívida contraída pela empresa, quan<strong>do</strong> esta<br />

não dispõe <strong>de</strong> bens livres e <strong>de</strong>sembaraça<strong>do</strong>s para satisfazer o débito, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> citação pessoal.” (TRT-MS-AP- 0195/1999. AC-TP-2231/1999. Rel. Juiz Nicanor <strong>de</strong><br />

Araújo Lima. DJ 26.11.1999, p. 88)<br />

“Agravo <strong>de</strong> petição. Execução na pessoa <strong>do</strong> sócio. Desnecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nova citação. Na<br />

insuficiência <strong>de</strong> bens da empresa executada, age corretamente a Vara <strong>de</strong> origem, quan<strong>do</strong><br />

dirige a execução ao patrimônio <strong>do</strong> sócio, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>snecessária a renovação <strong>do</strong> ato <strong>de</strong> citação<br />

em seu nome, pois este é legalmente responsável pelos débitos da socieda<strong>de</strong>, nos termos<br />

<strong>do</strong> art. 592, II, <strong>do</strong> CPC. Provimento nega<strong>do</strong>.” (TRT/SP – 00944200300902004 – AP – Ac.<br />

12 a T. – 20090622990 – rel. Delvio Buffulin – DOE 28.8.2009)<br />

Nesse diapasão, <strong>de</strong>staca-se o Enuncia<strong>do</strong> n. 2 da 1 a Jornada Nacional <strong>de</strong> Execução<br />

Trabalhista, realizada em novembro <strong>de</strong> 2011, in verbis:<br />

“PODER GERAL DE CAUTELA. CONSTRIÇÃO CAUTELAR E DE OFÍCIO DE PATRI-<br />

MÔNIO DO SÓCIO DA EMPRESA EXECUTADA, IMEDIATA À DESCONSIDERAÇÃO<br />

DA PERSONALIDADE JURÍDICA DESTA. CABIMENTO. Desconsi<strong>de</strong>rada a personalida<strong>de</strong><br />

jurídica da executada para atingir o patrimônio <strong>do</strong>s sócios, em se constatan<strong>do</strong> a insuficiência <strong>de</strong><br />

patrimônio da empresa, cabe a imediata constrição cautelar <strong>de</strong> ofício <strong>do</strong> patrimônio <strong>do</strong>s sócios,<br />

com fulcro no art. 798 <strong>do</strong> Código <strong>do</strong> Processo Civil (CPC), inclusive por meio <strong>do</strong>s convênios<br />

Bacen Jud e Renajud, antes <strong>do</strong> ato <strong>de</strong> citação <strong>do</strong> sócio a ser incluí<strong>do</strong> no polo passivo, a fim<br />

<strong>de</strong> assegurar-se a efetivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> processo.”<br />

13.2.1. Do inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração da personalida<strong>de</strong> jurídica<br />

O Código <strong>de</strong> Processo Civil <strong>de</strong> 2015 disciplina um sofistica<strong>do</strong> procedimento<br />

prévio para a <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração da personalida<strong>de</strong> jurídica da empresa, a fim <strong>de</strong> atingir<br />

1110 Mauro Schiavi

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