11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

pelo <strong>de</strong>svio da função social da empresa, quanto às obrigações trabalhistas.” (TRT/SP –<br />

00084200704002004 – AP – Ac. 4 a T. – 20080254130 – rel a O<strong>de</strong>tte Silveira Moraes – DOE<br />

11.4.2008)<br />

“TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. FRAUDE DE<br />

EXECUÇÃO. SÓCIO. A teoria <strong>do</strong> disregard of legal entity, ou da <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração da personalida<strong>de</strong><br />

jurídica, aponta exatamente para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o Juízo, <strong>de</strong>snudan<strong>do</strong> a<br />

fictícia pessoa jurídica, revele sua composição societária como passível <strong>de</strong> suportar os ônus<br />

da execução, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> arcar os sócios, portanto, com os efeitos executórios pen<strong>de</strong>ntes sobre<br />

a empresa, pouco importan<strong>do</strong> que esse <strong>de</strong>svelamento tenha-se da<strong>do</strong> apenas durante a fase<br />

executória <strong>do</strong> feito, pois a pessoa jurídica da executada, que constou, exclusivamente, <strong>do</strong><br />

polo passivo da <strong>de</strong>manda, era evi<strong>de</strong>ntemente composta por sócios <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da ação<br />

trabalhista, que, aliás, foram beneficiários da força <strong>de</strong> trabalho da ex-empregada, pelo que<br />

não se admite a tese <strong>de</strong> que o sócio seria estranho à li<strong>de</strong>, quan<strong>do</strong> da alienação <strong>do</strong> bem, e<br />

que essa alienação teria ocorri<strong>do</strong> sem que configurada a hipótese prevista pelo art. 539,<br />

II, <strong>do</strong> CPC. Agravo <strong>de</strong> Petição a que nega provimento.” (TRT/SP – 01017200500102002<br />

– AP – Ac. 5 a T 20080235071 – rel a Anelia Li Chum – DOE 11.4.2008)<br />

“AGRAVO DE PETIÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. TEORIA<br />

OBJETIVA. Pela mo<strong>de</strong>rna <strong>do</strong>utrina trabalhista, a execução po<strong>de</strong>rá alcançar os bens particulares<br />

<strong>do</strong>s sócios sempre que a empresa não apresentar patrimônio suficiente para satisfazer os<br />

débitos trabalhistas contra ela pen<strong>de</strong>ntes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> restar caracteriza<strong>do</strong> o<br />

<strong>de</strong>svio <strong>de</strong> finalida<strong>de</strong> ou abuso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.” (TRT – 17 a R. – AC 02323.2005.132.17.00.0 –<br />

rel a Des a Carmen Vilma Garisto. – J. 22.3.2010)<br />

“EXECUÇÃO. NULIDADE PROCESSUAL. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO NA FASE DE<br />

CONHECIMENTO. TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA<br />

DO EMPREGADOR. RESPONSABILIDADE DE EX-SÓCIO. 1. Consoante leciona o ilustre<br />

jurista Mauro Schiavi, não obstante a pessoa jurídica não se confundir com a <strong>do</strong> sócio, a<br />

lei atribui a este a chamada responsabilida<strong>de</strong> patrimonial, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que seus bens po<strong>de</strong>m<br />

vir a ser chama<strong>do</strong>s a respon<strong>de</strong>r pela execução, nos casos em que a socieda<strong>de</strong> não apresente<br />

bens que satisfaçam a execução. Nesse passo, a sujeição <strong>do</strong> sócio — responsável econômico<br />

— não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua participação no processo na fase <strong>de</strong> conhecimento. 2.<br />

Correta a constrição <strong>do</strong>s bens <strong>do</strong> ora agravante, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> sua condição <strong>de</strong> ex-sócio da<br />

executada durante a relação <strong>de</strong> emprego <strong>do</strong> autor, bem como a inexistência <strong>de</strong> patrimônio da<br />

empresa executada capaz <strong>de</strong> garantir a execução, conforme salienta<strong>do</strong> na <strong>de</strong>cisão proferida<br />

pelo Tribunal Regional. 3. Agravo <strong>de</strong> instrumento não provi<strong>do</strong>.” (TST Processo: AIRR –<br />

102640-11.2005.5.02.0201 – Data <strong>de</strong> Julgamento: 20.3.2013, rel. Min. Lelio Bentes Corrêa,<br />

1 a Turma, Data <strong>de</strong> Publicação: DEJT 26.3.2013)<br />

Nesse mesmo diapasão, sustenta com proprieda<strong>de</strong> Hermelino <strong>de</strong> Oliveira Santos<br />

(54) : “a inserção da <strong>do</strong>utrina da <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração no direito brasileiro ocorreu<br />

naturalmente em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> questões envolven<strong>do</strong> direito societário, inclusive<br />

a levar Rubens Requião a significativa conferência sobre o tema, ‘Abuso <strong>de</strong> direito e<br />

frau<strong>de</strong> através da personalida<strong>de</strong> jurídica’, protagonizan<strong>do</strong> a inserção em nosso direito<br />

positivo (art. 28 <strong>do</strong> CDC e art. 50 <strong>do</strong> CC/2002). Haveria hipóteses <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>ssa<br />

<strong>do</strong>utrina nos casos em que sócios e administra<strong>do</strong>res da socieda<strong>de</strong>, não obstante<br />

(54) SANTOS, Hermelino <strong>de</strong> Oliveira. Desconsi<strong>de</strong>ração da personalida<strong>de</strong> jurídica no processo <strong>do</strong> trabalho. São<br />

Paulo: LTr, 2003. p. 42.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1107

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!