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Manual de Direito Processual do Trabalho

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causa em senti<strong>do</strong> jurídico. Não se po<strong>de</strong>, pois, começar pela execução: ad executione no<br />

est encoandum. Ao contrário, <strong>de</strong>ve, em regra, prece<strong>de</strong>r o conhecimento e julgamento<br />

da li<strong>de</strong>. Mas isso também não quer dizer que a to<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> cognição se segue<br />

necessariamente o processo <strong>de</strong> execução, pois em muitos casos, com a prolação<br />

da sentença, o assunto termina <strong>de</strong>finitivamente e não há lugar para a execução.”<br />

A Consolidação das Leis <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> disciplina a execução no Capítulo V,<br />

arts. 876 a 892.<br />

No nosso sentir, a execução trabalhista consiste num conjunto <strong>de</strong> atos pratica<strong>do</strong>s<br />

pela Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à satisfação <strong>de</strong> uma obrigação consagrada num<br />

título executivo judicial ou extrajudicial, da competência da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, não<br />

voluntariamente satisfeita pelo <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, contra a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste último.<br />

3. Dos princípios da execução trabalhista<br />

Os princípios da execução trabalhista não diferem <strong>do</strong>s princípios da execução<br />

no Processo Civil, entretanto, em face da natureza <strong>do</strong> crédito trabalhista e da<br />

hipossuficiência <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r trabalhista, alguns princípios adquirem intensida<strong>de</strong> mais<br />

acentuada na execução trabalhista, máxime os da celerida<strong>de</strong>, da simplicida<strong>de</strong> e da<br />

efetivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> procedimento.<br />

Com suporte na melhor <strong>do</strong>utrina, acreditamos que a execução trabalhista é<br />

norteada pelos seguintes princípios:<br />

3.1. Primazia <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r trabalhista<br />

A execução trabalhista se faz no interesse <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r. Desse mo<strong>do</strong>, to<strong>do</strong>s os atos<br />

executivos <strong>de</strong>vem convergir para satisfação <strong>do</strong> crédito <strong>do</strong> exequente.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, dispõe o art. 797 <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Civil, aplicável subsidiariamente<br />

ao Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>:<br />

“Ressalva<strong>do</strong> o caso <strong>de</strong> insolvência <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, em que tem lugar o concurso universal,<br />

realiza-se a execução no interesse <strong>do</strong> exequente que adquire, pela penhora, o direito <strong>de</strong><br />

preferência sobre os bens penhora<strong>do</strong>s. Parágrafo único. Recain<strong>do</strong> mais <strong>de</strong> uma penhora<br />

sobre o mesmo bem, cada exequente conservará o seu título <strong>de</strong> preferência.”<br />

Na execução, o presente princípio se <strong>de</strong>staca em razão da natureza alimentar<br />

<strong>do</strong> crédito trabalhista e da necessida<strong>de</strong> premente <strong>de</strong> celerida<strong>de</strong> <strong>do</strong> procedimento<br />

executivo.<br />

Este princípio <strong>de</strong>ve nortear toda a ativida<strong>de</strong> interpretativa <strong>do</strong> Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

na execução. Por isso, no conflito entre normas que disciplinam o procedimento<br />

executivo, <strong>de</strong>ve-se preferir a interpretação que favoreça o exequente.<br />

3.2. Princípio <strong>do</strong> meio menos oneroso para o executa<strong>do</strong><br />

Diante da potencialida<strong>de</strong> lesiva que a execução possa ter sobre o patrimônio<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, faculta a lei que, quan<strong>do</strong> por mais <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> a execução possa ser<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1067

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