04.04.2017 Views

1 - Malice Possession - Jenika Snow

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Tradução: Sarah Avelar, Giu;<br />

Liza B.; Aninha<br />

Revisão: Sassá Thomaz; Amanda<br />

G. , Danny Bonnes, Alana, Fabi<br />

R., Jace Silva, Vivi<br />

Revisão Final: Anna Azulzinha<br />

e Cindy Pink<br />

Leitura Final: Lola<br />

Formatação: Lola


Trevor "<strong>Malice</strong>" Mason já teve uma senhora, e ele<br />

não precisa de outra. Cuidar de seu filho e estar lá para<br />

The Brothers of Menace MC era o mais importante para<br />

ele. O único tipo de companhia feminina que ele<br />

precisava era aquela que poderia aquecer sua cama à<br />

noite.<br />

Adrianna Carmine levou uma vida dura, mas ela<br />

era uma sobrevivente. Quando ela cai pelo conforto da<br />

doçura falsa do seu agora ex-namorado, Phillip, sua<br />

única saída é morrer tentando, ou matar o homem que<br />

tem prazer em machucá-la.<br />

Quando <strong>Malice</strong> encontra Adrianna ferida e<br />

sozinha, a vontade de protegê-la o consome. Depois de<br />

retribuir a “gentileza” a quem a machucou, ele a leva<br />

para o River Run, na esperança de que ela possa se<br />

curar. Mas um desejo selvagem consome <strong>Malice</strong> e ficar<br />

longe não é uma opção, mesmo que ela mereça coisa<br />

melhor.


O pau de Trevor “<strong>Malice</strong>” Mason 1 não estava nem<br />

mesmo rígido, apesar dos peitos e bundas sendo exibidos, a<br />

sua volta. Embora normalmente seu apetite sexual pudesse<br />

rivalizar com o de um adolescente que acaba de descobrir que<br />

enfiar seu pau numa boceta é muito bom, naquele momento<br />

ele não estava sentindo necessidade de se soltar. Não era<br />

porque a mãe de seu filho, Molly, era a senhora de Stinger,<br />

um membro do Grizzly MC. Ele estava realmente feliz por eles<br />

e sabia que Stinger tratava a ela e a seu filho muito bem.<br />

Teria sido uma situação totalmente diferente se os instintos<br />

de <strong>Malice</strong> o tivessem avisado que os sentimentos de Stinger<br />

não eram tão verdadeiros quanto aos que ele sentia em<br />

relação à Molly. Inferno, isso o atingiu porque <strong>Malice</strong> pensou<br />

que ele ainda estava apaixonado por Molly. Mas isso foi no<br />

passado. <strong>Malice</strong> não estava apaixonado por ela, mas apenas<br />

manteve a ideia de que ela ainda era dele. Ele tomou um gole<br />

de sua cerveja e equilibrou a garrafa em seu joelho uma vez<br />

que terminou.<br />

1<br />

Malícia


Alguém lhe bateu no ombro e ele olhou para o lado para<br />

ver Tuck puxando uma cadeira e sentando-se ao seu lado.<br />

— Você está pronto para a corrida de amanhã?<br />

<strong>Malice</strong> grunhiu e acenou com a cabeça.<br />

— Sim. Vamos sair as nove e vamos direto, devemos<br />

chegar em Utah por volta das quatro da manhã.<br />

— Eu disse a Lucien que poderia ir com vocês três, mas<br />

ele precisa de mim aqui para o negócio de armas.<br />

<strong>Malice</strong> acenou em resposta a Tuck.<br />

— Está tudo bem, cara. Eu prefiro ter você aqui para ter<br />

certeza de que Dakota estará bem. — Ele olhou para Tuck<br />

novamente e viu o aceno do homem mais velho. Tuck não era<br />

muito mais velho do que os quarenta e dois anos de <strong>Malice</strong>,<br />

mas tinha muita bagagem de vida em seus ombros e isso<br />

ficava evidente em seu rosto. A cicatriz de faca bem acima da<br />

sua jugular ainda possuía um branco brilhante, apesar de<br />

terem se passado dez anos desde que ele ganhou a maldita<br />

marca. Tuck tinha uma barba de vários dias em seu rosto, e<br />

mesmo que seu cabelo fosse de um tom claro, havia fios<br />

grisalhos por toda sua face. Inferno, todos eles tinham o<br />

cabelo grisalho, tiveram vidas duras para caralho, mas era o<br />

que eles haviam escolhido, e <strong>Malice</strong>, certo como a porra, não<br />

trocaria isso por nada no mundo.<br />

— Dakota e Molly vão ser protegidos, mas você sabe que<br />

eles têm Stinger que cuida deles como algum tipo de bastardo<br />

protetor.


<strong>Malice</strong> grunhiu em reconhecimento.<br />

— Sim, mas eu gosto da minha própria equipe cuidando<br />

deles também. —Tuck assentiu e deslizou em seu assento.<br />

Eles observaram as duas mulheres dançarem e esfregarem-se<br />

uma na outra, e depois de um tempo Tuck falou novamente.<br />

— Você vai virar um homem das montanhas agora? —<br />

Havia uma nota de brincadeira na voz de Tuck.<br />

<strong>Malice</strong> riu e coçou suas bochechas. Ele não havia se<br />

barbeado há pelo menos uma semana e a barba estava agora<br />

mais espessa. Ele certamente não queria parecer um urso,<br />

mas nesse ritmo e especialmente considerando a falta de<br />

atitude em fazer algo a respeito, ele estaria chegando a isso<br />

em algum momento.<br />

— Não, apenas não me preocupo com minha aparência.<br />

— Bem, não é como se você não fosse conseguir boceta o<br />

suficiente por aqui, mesmo se você parecesse com um homem<br />

das cavernas.<br />

<strong>Malice</strong> não respondeu, mas mesmo que ele tivesse algo a<br />

dizer, uma das meninas do clube veio e montou no colo de<br />

Tuck. Os seios dela eram grandes e falsos, e apertados em<br />

um top. Eles balançavam enquanto ela movia a metade<br />

superior de seu corpo na frente do rosto de Tuck.<br />

Já que muitos deles estavam indo em uma corrida<br />

amanhã, esta noite seria regada à álcool, coca, erva e também<br />

a deixar seus paus molhados. <strong>Malice</strong> nunca foi de gostar de<br />

drogas ilícitas. Fumar alguns baseados era uma coisa, mas


fazer linhas de coca nunca foi para ele, especialmente quando<br />

ele tinha seu filho para cuidar.<br />

Trazendo a garrafa de cerveja à boca e ele tomou um<br />

longo gole. Estava parado como um pedaço de madeira<br />

porque um belo pedaço de bunda atualmente estava<br />

esfregando seus peitos e boceta em outra mulher do clube.<br />

Elas estavam no centro da sala, com as mãos uma sobre a<br />

outra, suas línguas se tocando, e os peitos pressionados com<br />

tanta força juntos que seus mamilos recuaram.<br />

— Cara, eu vou pegar aquela ruiva e fodê-la com tanta<br />

força que ela não será capaz de andar em linha reta amanhã.<br />

<strong>Malice</strong> inclinou-se ainda mais para trás na cadeira de<br />

couro onde sua bunda estava e olhou para o VP dos The<br />

Brothers of Menace MC. Kink já parecia estar bêbado, mas<br />

continuou chamando o atendente do bar para trazer mais e<br />

mais doses.<br />

— <strong>Malice</strong>, tome uma dose comigo, irmão. — Kink<br />

agarrou as duas doses de uísque do barman e entregou uma<br />

para <strong>Malice</strong>. — Por mais momentos agradáveis, pela saúde de<br />

seu filho e pôr tudo com o que nos importamos. — As<br />

palavras de Kink estavam ligeiramente arrastadas, mas a de<br />

todos os membros do MC parecia irreconhecível.<br />

Eles brindaram seus copos e beberam o licor amargo.<br />

Quando mais mulheres vieram e começaram a se esfregar em<br />

todos os membros do clube, atiçando os caras e deixando-os<br />

prontos para foder, essa era a deixa para ele dar o fora dali.<br />

Ele bateu no ombro de Tuck e saiu do sofá. Kink agora


ganhava sua própria dança da lambida privada, com a ponta<br />

dos dedos dentro da vulva da garota.<br />

<strong>Malice</strong> estava bêbado demais para dirigir para sua casa,<br />

então foi a parte de trás do clube e encontrou um quarto que<br />

não estava ocupado por ninguém transando. Fechando a<br />

porta atrás dele, tirou seu colete e a camisa. Ele se sentou<br />

na beira da cama e tirou as botas, mas não se incomodou em<br />

tirar o jeans largo. Com as luzes desligadas, ele deitou-se na<br />

cama colocando as mãos atrás da cabeça e olhou para o teto.<br />

As sombras se moviam lá fora, mas ele estava tão exausto e<br />

bêbado que não conseguia dormir. Amanhã ele iria com<br />

Kinke com Ruin para Utah ver algumas meninas que estavam<br />

com outro clube de irmãos. Normalmente eles não trocavam<br />

as mulheres, mas uma carta de Fairview dizia que estavam<br />

sofrendo muita pressão do Departamento de Polícia local e<br />

muitas das igrejas ao redor da pequena cidade estavam<br />

tentando expulsá-los. O clube dos Brothers of Menace não<br />

deixava ninguém mexer com eles, mas também tentavam<br />

manter a paz, e se distanciavam da polícia que os cercava<br />

desde que invadiram seu clube e sua casa para descobrir que<br />

eles estavam trabalhando com prostituição, o que não foi<br />

nada bom para eles. Assim, o clube River Run traria algumas<br />

das meninas e ajudaria seus companheiros irmãos até que a<br />

pressão acabasse.<br />

Desde que os irmãos se envolveram na prostituição em<br />

tempo integral, e ficaram fora das drogas, as coisas estavam<br />

indo bem. Embora eles não fizessem tanto dinheiro quanto<br />

antes quando lidavam com drogas, ter esse tipo de pressão


sobre o clube os levou a entrar em apuros. Vender mulheres<br />

não era legal também, mas as autoridades estavam mais<br />

interessadas, neste momento pelo menos, em merda grande<br />

como armas e drogas. Eles podiam não lidar com armas, mas<br />

isso não significava que eles não precisavam delas para<br />

proteger o clube e as meninas que trabalhavam para eles. Era<br />

necessário ter armas. A violência era associada com o seu<br />

MC, e qualquer um que era relacionado à eles, não importava<br />

para quê, era importante e às vezes era necessário fazer<br />

algumas coisas bem lamentáveis. Mas <strong>Malice</strong> não podia negar<br />

que, para um MC tão mau como os The Brothers eram em<br />

River Run, eles fizeram coisas boas também. Assumir essas<br />

prostitutas espancadas e maltratadas, por todos esses meses,<br />

e construir-lhes um refúgio seguro para recuperarem-se foi<br />

uma das coisas mais bondosas que fizeram. Eles podem não<br />

fazer o bem assim o tempo todo, mas eles nem sempre eram<br />

bastardos.<br />

O som de uma Harley estacionando no quintal teve o<br />

brilho do farol solitário cortando através do teto. Ele podia<br />

não ter de sair até amanhã à noite para ir buscar as<br />

mulheres, mas já passou das três horas da manhã.<br />

Prostituição era, provavelmente, uma baixaria para algumas<br />

pessoas, mas o que essas pessoas não entendiam era que se<br />

as mulheres decidissem trabalhar para eles teriam proteção,<br />

segurança e seriam bem cuidadas. Elas não eram apenas<br />

umas bocetas à venda para os Brothers, mas mulheres que<br />

se decidiram por este caminho por si mesmas e escolheram o<br />

negócio com o MC. A prostituição era um trabalho digno?


Talvez o dinheiro fosse, mas certamente não era honrado. Ele<br />

não julgaria o que alguém escolheu para fazer, especialmente<br />

quando sua própria vida foi recheada de coisas desonrosas.<br />

Ele fechou os olhos, respirou fundo e deixou que a onda de<br />

álcool que corria em suas veias levasse a melhor sobre ele e<br />

então não teria que pensar sobre qualquer outra coisa.<br />

Ele esfregou a mão sobre o rosto e respirou.<br />

Adrianna olhou para Phillip enquanto ele golpeava outra<br />

vez o pequeno espelho na frente dele. Ela estava sentada no<br />

chão, no canto, rígida contra a parede o máximo que podia<br />

porque só o pensamento de estar perto dele fazia sua bile<br />

subir na garganta. Sangue seco cobria seu nariz e o canto de<br />

sua boca de quando Phillip a espancou porque ela não lhe<br />

trouxe o jantar rápido o suficiente. Ela viu quando ele se<br />

inclinou para frente, tapou uma narina com o dedo, e colocou<br />

o final de uma nota de um dólar enrolada na outra narina.<br />

Ele inalou profundamente e prontamente se recostou no sofá<br />

e fechou os olhos. Alguns de seus amigos drogados já<br />

estavam caídos, um no chão e outro na cadeira ao lado do<br />

sofá. Um ainda tinha o torniquete de droga envolvido em<br />

torno de seu bíceps de quando ele injetou heroína mais cedo<br />

e a agulha, provavelmente suja, pendurada no braço dele.<br />

Durante vários meses ela se submeteu a esta vida, mas<br />

não foi sempre este pesadelo que ela temia que nunca fosse


acordar. O primeiro mês com Phillip foi bom. Ele era um<br />

daqueles caras que podia cativar uma pessoa só com um<br />

olhar. E foi exatamente isso que ele fez com ela. Ele a<br />

seduziu, a fez confiar nele, cuidar dele, e então ele lentamente<br />

começou a mostrar-se em pequenos momentos. Ele era um<br />

mestre manipulador, isso era tão claro agora, ela odiava a si<br />

mesma por ter se permitido enganar novamente.<br />

Os agradáveis jantares e os elogios constantes eram<br />

apenas um disfarce escondendo quem ele realmente era. Mas<br />

Adrianna não podia culpar ninguém a não ser a si mesma.<br />

Ela se permitiu ficar nesta situação, estupidamente pensando<br />

que a primeira vez que ele bateu nela era porque ele ficou<br />

bêbado demais para saber o que estava fazendo. E então,<br />

quando ele começou a usar as drogas bem na frente dela, ela<br />

disse a si mesma que ele apenas estava muito estressado por<br />

ter perdido o emprego. Ameaçar deixá-lo a fez ter esperanças<br />

de que ele pudesse mudar o que ele estava fazendo, porque<br />

ela se preocupava com ele, ou pelo menos achava isso. Mas o<br />

que ela deveria ter feito era apenas ter ido embora, não<br />

ameaçar fazê-lo, porque tudo o que conseguiu no final foi um<br />

monte de dor, alguns hematomas e costelas quebradas.<br />

Depois disso, as coisas despencaram mais rápido do que<br />

ela foi capaz de compreender. Ela podia culpar um monte de<br />

coisas do porquê sujeitou-se a isto: um lar desfeito quando<br />

era uma criança, a ausência de sua mãe mais preocupada<br />

com os muitos homens que trazia para casa em vez de cuidar<br />

dela ou de seu irmão mais novo. Adrianna poderia até dizer<br />

que era por tudo isso e, em seguida, perder o seu irmão com


a tenra idade de dezesseis para as drogas a fez cega para a<br />

vida que ela se permitiu viver. Mas a verdade era que ela<br />

sabia o que estava acontecendo, e mesmo que Phillip tivesse<br />

esse modo louco quando ele estava chapado, também havia<br />

vezes em que ele a fazia se sentir querida. Pelo menos<br />

algumas vezes. Agora as coisas estavam apenas ruins, e ela<br />

sabia que se fosse embora iria acabar como mais uma<br />

estatística.<br />

— Adrianna, venha aqui. — A voz de Phillips era suave e<br />

arrastada. Ele virou a cabeça e olhou para ela através das<br />

fendas dos olhos. Ele estava mais alto que uma pipa e bêbado<br />

demais. — Eu disse para vir aqui. — Ele disse um pouco<br />

mais firme.<br />

Ela não era tola o suficiente para pensar que só porque<br />

ele parecia relaxado no momento por causa das drogas que<br />

não podia mudar para Mr. Hyde. Adrianna ergueu-se do chão<br />

e se moveu em direção a ele. Ela estava indo embora,<br />

planejava fazê-lo sem Phillip impedi-la e estava guardando o<br />

pouco dinheiro que ganhou antes de Phillip lentamente tirar<br />

dela. Certamente não era o suficiente para levá-la longe dele<br />

como ela gostaria, mas ela queria sair desta cidade de merda.<br />

Ela podia mudar-se para Salt Lake. Uma cidade grande seria<br />

uma mudança bem-vinda e ela deixaria essa cidade do<br />

inferno na qual viveu toda a sua vida para trás. Se ela não<br />

saísse agora não viveria para ver seu vigésimo terceiro<br />

aniversário. Quando estava a poucos passos dele parou.<br />

Ele olhou para ela por alguns segundos, e então um<br />

sorriso lento se espalhou pelo seu rosto. Sem dizer nada, ele


se abaixou e abriu o botão da calça jeans e deslizou o zíper<br />

para baixo. Ele estava tão chapado e bêbado que ela ficou<br />

surpresa que ele pudesse estar duro, mas estava e seu<br />

sorriso lascivo se espalhou ainda mais até que ele se<br />

parecesse com uma versão terrível do Coringa.<br />

— Chupa.<br />

Ela olhou para os dois bostas deitados no chão a poucos<br />

passos deles e então olhou para Phillip sacudindo a cabeça<br />

em sinal de negação e dando um passo para trás. Ela não iria<br />

se submeter a seus desejos doentes e depravados novamente.<br />

Seus amigos despertaram um pouco, mas com alguns<br />

grunhidos voltou a dormir.<br />

— Não, Phillip. Acabou! — Seu rosto estava dolorido do<br />

tapa que ele lhe dera e os hematomas em sua barriga a fez<br />

gritar de dor quando ela cruzou os braços, protegendo a si<br />

mesma. — Eu acho que é hora de eu ir embora. — Ela deu<br />

um passo para trás quando seu sorriso desapareceu e ele se<br />

ergueu do sofá.<br />

— Hora de você de ir embora? — Ele disse quase que<br />

com curiosidade, mas ela não era tola de pensar que ele não<br />

estava fervendo de raiva. — Você tem estado comigo todo esse<br />

tempo, gosta de todas as coisas que eu faço por você — Ele<br />

sorriu de novo, mas desta vez de forma sombria e maldosa.<br />

Um tremor correu por sua espinha. Ela não respondeu,<br />

apenas balançou a cabeça de novo e deu mais um passo para<br />

trás. Phillip se levantou, colocou seu pênis para dentro em<br />

suas calças, e exalou. — Eu estava me sentindo bem,


Adrianna, realmente muito bem e eu queria sua boca em mim<br />

porque eu pensei que seria o ápice desta maravilhosa noite.<br />

— Ele disse de um jeito doce, e rolou a cabeça em seu<br />

pescoço. O som de seu pescoço estalando, e depois dele<br />

avançando em direção a ela fez a adrenalina bombear em<br />

suas veias junto com o instinto de luta ou fuga aumentando.<br />

— Você é minha, Adrianna. — Ele parou e inclinou a cabeça<br />

para o lado. — A menos que — ele balançou a cabeça e riu,<br />

ele tinha esta qualidade sombria nele. — Você não está me<br />

traindo pelas minhas costas, está?<br />

Ela nem sequer quis responder a essa pergunta ridícula.<br />

Ele se certificou de que ela estivesse sempre à vista dele, se<br />

ele tivesse que sair, era para ela ficar com seus amigos,<br />

vigiada como se ela fosse um pedaço de propriedade.<br />

— Eu não sou de ninguém, Phillip.<br />

Ele riu novamente.<br />

— Mas você é. — Ele deu mais um passo em direção a<br />

ela. — Seu corpo, essa quantidade ridícula de dinheiro que<br />

você acha que você guardou.<br />

Seu coração quase parou com suas palavras.<br />

— Por quê, Phillip?<br />

Ele parecia genuinamente curioso.<br />

— Por que o quê?<br />

— Por que está fazendo isso, me mantendo aqui assim?<br />

— Ele trazia mulheres para casa todo o tempo, inclusive a<br />

obrigava a ver como ele as fodia. Ele parecia gostar mais das


drogadas que ele trazia para casa mais do que ela no<br />

departamento sexual, ela era pelo menos grata por isso. Mas<br />

então havia momentos como estes, quando ele estava fora de<br />

si e ela era a única pessoa ao redor. — Você tem muitas<br />

outras para agradá-lo. — Sua garganta estava seca, e seu<br />

coração batia rápido e intensamente. Ela estava pronta para<br />

correr e para lutar por sua vida. Por muito tempo ela se<br />

submeteu a esse estilo de vida, mas não sucumbiria nem um<br />

minuto mais.<br />

— Mas eu gosto de ter você aqui, Adrianna. Gosto de<br />

saber que eu posso fazer o que eu quiser com você quando eu<br />

quiser. — Ele deu outro passo na direção dela e ela deu outro<br />

para trás. — Eu gosto de saber que você veio de uma vida de<br />

merda e eu fui capaz de moldá-la para ser a minha perfeita<br />

boceta. Você não é como as putas drogadas em quem eu<br />

enfiava meu pau. Você é minha prostituta e pretendo mantêla<br />

dessa forma. — Ele estava em sua frente antes que ela<br />

pudesse compreender o que estava acontecendo. Com a mão<br />

em torno de sua garganta, a força conjunta da adrenalina do<br />

momento e as drogas bombeando através de suas veias<br />

intensamente, Adrianna sabia que, se ela não fizesse algo<br />

drástico isso iria acabar com ela indo para o inferno ou pior.<br />

Ele a levantou facilmente do chão de forma que apenas os<br />

dedos dos pés o tocassem.<br />

Abrir a boca e tentar gritar algo era algo que ela não<br />

poderia fazer. Ela lutou, agarrou sua mão, chutou sua<br />

canela, mas ainda assim, Phillip só parecia apertar seu


abraço com mais força. Quem saberia que outras drogas que<br />

ele usou antes do álcool e da cocaína?<br />

— Eu gosto de saber que você é minha. Toda minha. Se<br />

eu quiser dar um tapa em você, eu vou fazer. — Ele deu um<br />

passo para frente, e ela se viu pressionada contra a parede.<br />

— Se eu quiser que você observe enquanto eu fodo outra<br />

prostituta, eu gosto dessa opção, também. — Ele se inclinou<br />

e mostrou os dentes. — Você não tem ninguém, Adrianna.<br />

Antes de mim era uma miserável. Sem família, sem amigos,<br />

você é uma triste desculpa para um ser humano. Você tem<br />

sorte de que eu ainda querer manter o seu traseiro gordo por<br />

perto. — Ele a soltou e deu um passo para trás. — Quero<br />

dizer, olhe para você. Você está gorda para caralho e me<br />

enoja.<br />

Ela caiu no chão com falta de ar e piscando contra as<br />

estrelas e a escuridão que ameaçaram levá-la apenas alguns<br />

segundos antes. Erguendo o olhar do chão ela olhou para<br />

Phillip. Ele se inclinou e voltou a cortar outra linha de coca.<br />

Adrianna se levantou, apoiou a mão na parede e em seguida,<br />

virou-se lentamente o olhar para a lâmina de barbear que<br />

estava apoiada na ponta da mesa. Havia sempre uma lâmina<br />

de barbear por perto quando os viciados vinham na casa.<br />

— Você vai fazer o melhor para manter a boca fechada e<br />

fazer o que eu digo. — Ele se inclinou e ela o ouviu inalar a<br />

linha branca. Mas ele não acabou ainda e começou a cortar<br />

outra. — Se eu quero que você lave a porra da minha roupa e<br />

cozinhe minhas refeições, você vai ser inteligente e ir direto<br />

fazer. - Ele se inclinou sobre a mesa e inalou a próxima linha.


Ela caminhou até a mesa, os pés descalços sem fazer<br />

nenhum som no piso de madeira manchada e envelhecida.<br />

Estendendo a mão, colocando o polegar e o indicador sobre a<br />

borda da lâmina, ela calmamente deslizou para fora da mesa.<br />

Seu pulso encheu seus ouvidos e ela jurou que podia ouvir o<br />

sangue correndo por suas veias. Sua visão se estreitou, e<br />

tudo o que ela podia ver era Phillip na frente dela. O que ela<br />

estava pensando em fazer exatamente? Matá-lo? Observá-lo<br />

sangrar? Deus, esse não era o perfil ela. Antes que ela<br />

pudesse colocar a lâmina de volta na mesa ele se virou e seu<br />

olhar se concentrou na navalha que segurava.<br />

— Sua pequena imbecil. - Ele avançou na direção dela e<br />

tudo que ela pôde sentir foi sua mão estalar na lateral de seu<br />

rosto.<br />

Cambaleando pela força do impacto, Adrianna teve que<br />

a buscar a parede atrás dela para se apoiar novamente. O<br />

sangue escorria pelo canto de sua boca enquanto ela, atônita,<br />

o sentia descer pela garganta.<br />

— O que você vai fazer, porra, cortar meu pescoço? —<br />

Ele avançou, mas algo dentro dela estalou. Ela viu vermelho,<br />

reforçou seu domínio sobre a lâmina, e esperou até que ele<br />

estava perto o suficiente.<br />

— Você é um idiota de merda. — As palavras saíram de<br />

sua boca, ao mesmo tempo em que ela cegamente girou o<br />

braço para trás. Agora ela estava agindo por instinto, não era<br />

capaz de se concentrar em coisa alguma, exceto sobreviver. A<br />

próxima sequência de eventos aconteceu em um borrão. Ela


viu a lâmina entrar em sua carne e sentiu seu sangue quente<br />

jorrar fora dele. Ele avançou novamente, mas ela se abaixou e<br />

se afastou. Philip agarrou sua garganta, tropeçou na parede,<br />

e deixou um rastro de sangue em seu caminho. Começou a<br />

gritar um som borbulhante com nome de seus amigos, mas<br />

eles não se moveram. Adrianna não perdeu mais tempo, nem<br />

correu para o quarto para agarrar seus poucos pertences. Ela<br />

correu para fora pela porta da frente no momento exato em<br />

que um relâmpago cortou o céu, e, segundos depois, um<br />

trovão ecoou ao redor dela. Ela correu o mais rápido que<br />

pôde, e quando a chuva começou a cair, seus pés doíam, mas<br />

ela continuou correndo. Parecia que seu coração ia explodir<br />

em seu peito e tudo o que ela continuava pensando era se ela<br />

o matara. A madrugada já ia alta, mas ela iria ao banco logo<br />

pela manhã e retiraria o pouco de dinheiro que tinha e<br />

descobriria qual seria seu próximo passo. Mas agora tudo o<br />

que ela queria fazer era ir o mais longe que pudesse de Phillip<br />

e da prisão que ela se permitiu ficar presa por tanto tempo, o<br />

máximo que suas pernas poderiam levá-la.


<strong>Malice</strong>, Rock e Run faziam a parada de descanso fora<br />

dos limites da cidade de Fairview. Mas o céu que estava<br />

aberto se fechou e uma chuva horrível estava caindo,<br />

forçando-os a se recolher até que ela terminasse. Run,<br />

conduzia a van e seguia atrás dele e Rock em suas motos.<br />

Rock e Run estavam sentados no caminhão e a música que<br />

explodia alta para caralho para esta hora, podia ser ouvida<br />

até mesmo através das janelas fechadas. <strong>Malice</strong> tirou um<br />

cigarro de dentro de seu casaco, pegou um isqueiro do bolso<br />

de trás e o acendeu. Inalando profundamente e mantendo a<br />

fumaça em seus pulmões ele olhou ao redor da faixa deserta<br />

da estrada a frente dele. Podia ver a pequena cidade de<br />

Fairview onde o The Brothers of Menace Utah se localizava e<br />

viu os poucos postes a distância. Exalando a fumaça, <strong>Malice</strong><br />

levou o cigarro de novo à boca e deu outra tragada. A viagem<br />

foi longa, a estrada suave e fácil, mas ele precisava de um<br />

pouco de relaxamento químico.<br />

Sua moto estava estacionada ao lado de um poste que<br />

sustentava os toldos, e ele se inclinou para trás contra ele. O<br />

vento fez a chuva se deslocar para a direita e depois uma<br />

rajada empurrou-o para a esquerda. No momento em que


estava prestes a dar mais uma tragada no cigarro ele viu um<br />

vulto branco a cerca de 10 metros de distância. Ele se<br />

levantou e deu um passo para longe de sua motocicleta.<br />

Estreitando os olhos e tentando ver o que diabos ele estava<br />

olhando, ele percebeu que era uma garota que andava no<br />

meio do nada. Ele olhou para a van e viu Rock olhar para ele<br />

ao mesmo tempo e apontou para a garota. Rock deu uma<br />

cotovelada em Run, em seguida, os três estavam olhando<br />

para ela. Ela chegou mais perto, mas era claro que estava<br />

fora de si. Tinha que estar bêbada ou drogada, pois quem no<br />

seu perfeito juízo andava neste tempo com aquilo que ela<br />

estava vestindo? Ele apagou o cigarro e observou-a mais de<br />

perto. Normalmente, ele não teria dado a mínima ao ver uma<br />

garota andando na chuva sem sapatos, um top e um par de<br />

shorts. Mas por alguma razão ele não conseguia parar de<br />

olhar para ela e essa sensação estranha viajou através dele.<br />

Era seu instinto protetor, desta vez feroz e forte, e muito<br />

diferente do que ele já sentiu, mesmo com Molly. Mas esta era<br />

uma sensação absurda que ele não se aprofundar de jeito<br />

nenhum, porra. Ele deveria se afastar, caminhar de volta<br />

para a sua moto e sair, mesmo com essa fodida tempestade,<br />

mas ele não se mexeu.<br />

Ela se aproximou, como se estivesse indo direto para<br />

ele. O som das portas da van abrindo e fechando disse-lhe<br />

que Run e Rock saíram. A menina não olhava para nada,<br />

parecia atordoada. Seu cabelo escuro estava colado à cabeça<br />

e os longos fios presos aos ombros. Ele podia ver os lábios se<br />

movendo agora que estava mais perto, como se ela tivesse


sentido seu olhar nela ela, parou e olhou para ele. Por um<br />

segundo, tudo o que eles fizeram foi olhar um para o outro e<br />

até mesmo de vários passos de distância ele podia ver que os<br />

olhos dela eram de um azul claro. Ele passou seu olhar por<br />

todo seu corpo. Ela estremeceu e com o cair da chuva, a<br />

camisa branca encharcada estava transparente e os mamilos<br />

eram visíveis. Mas o que o fez fechar os punhos e a raiva<br />

arder dentro dele foi o fato de o lado de seu rosto ter uma<br />

contusão desagradável. O lábio inferior estava partido, e ele<br />

não duvidava que seu rosto, provavelmente, estaria coberto<br />

de sangue se não fosse pela chuva.<br />

Ela olhou para Run e Rock que estavam ao lado dele<br />

agora.<br />

— Eu preciso de ajuda. — Sua voz era baixa, mas ele a<br />

ouviu mesmo sob o intenso barulho da chuva. Ela deu um<br />

passo à frente, tropeçou, e ele sabia que iria cair. Ele moveuse<br />

rapidamente para ela e a pegou antes que caísse no chão.<br />

A água pingava em seu rosto, mas ele estava voltado para a<br />

visão de seus olhos da cor azul acinzentado e não conseguia<br />

se concentrar em nada além dela. Mas ele poderia dizer que<br />

ela estava desmaiada. Ele levantou do chão com ela em seus<br />

braços e caminhou em direção à van.<br />

— <strong>Malice</strong>, homem, que porra você está fazendo? —<br />

Perguntou Run.<br />

<strong>Malice</strong> não respondeu, apenas levou-a para a parte de<br />

trás. Antes que ele pudesse abrir a porta, Run estava lá<br />

fazendo isso por ele. Ele se moveu e então tinha um joelho no


chão da van e a deitou no banco de trás empurrando os fios<br />

molhados de seu cabelo escuro para longe de seu rosto.<br />

— Droga, alguém bateu muito nela — disse Run por trás<br />

dele, e <strong>Malice</strong> virou a cabeça para o lado e olhou para ele por<br />

cima do ombro.<br />

— Cale a boca, Run.<br />

O outro motociclista ergueu as mãos.<br />

— O que diabos você vai fazer com ela?<br />

<strong>Malice</strong> mudou a posição para que não ficasse na van por<br />

mais tempo e olhou para ela. Mas depois de apenas um<br />

segundo agarrou um cobertor que estava no banco de trás do<br />

veículo e colocou sobre ela.<br />

— Vamos levá-la para o clube.<br />

— Eu sei que Marx tem um cara que costuma vir e<br />

ajuda a medicar os membros. O cara tem algum tipo de<br />

formação médica.<br />

— Sim, ela definitivamente precisa ser examinada, mas<br />

você acha que é bom trazer uma mulher qualquer para um<br />

clube que nem sequer fazemos parte? Quero dizer, eles<br />

precisam de um pagamento pelo menos. — Run deu um<br />

passo mais perto e se inclinou para que ele pudesse ter uma<br />

visão melhor dela. — Especialmente com toda a bagunça<br />

acontecendo com o povo da igreja e a Polícia. — Run virou e<br />

olhou para <strong>Malice</strong>. — Não sabemos nada sobre essa garota.<br />

<strong>Malice</strong> fez um som baixo em sua garganta.


— Não interessa. Eu não vou deixá-la quando dá para<br />

ver que ela claramente precisa ser examinada com todas<br />

essas feridas, e ela pediu ajuda. — Ele fechou a porta e virouse<br />

para eles. — Vou ligar para Marx para que ele saiba da<br />

mudança de planos. Talvez ele saiba quem ela é e o que pode<br />

ter acontecido. — Ele inclinou o queixo em direção Rock. —<br />

Você pode chamar Lucien e dizer o que diabos está<br />

acontecendo? Eu não quero que ele descubra em segunda<br />

mão por Marx, ou qualquer um dos outros membros do clube<br />

Fairview.<br />

Rock assentiu e enfiou a mão dentro de sua jaqueta<br />

para pegar seu celular. A chuva já estava parando, mas<br />

<strong>Malice</strong> não ia esperar até que parasse completamente antes<br />

de se dirigir para o clube. Ele chamou Marx, deixou o<br />

motoqueiro saber o que estava acontecendo e que eles<br />

estavam indo até eles e desligou. Rock desligou o telefone,<br />

caminhando de volta para ele.<br />

— Lucien foi atualizado, e ele disse que se<br />

precisássemos dele ou de qualquer um dos membros era só<br />

pedir.<br />

<strong>Malice</strong> sacudiu a cabeça.<br />

— Vamos levá-la em primeiro lugar, descobrir o que<br />

exatamente está acontecendo e se queremos nos envolver. —<br />

Depois de dizer isso, <strong>Malice</strong> sabia que não haveria mais<br />

maneira de ele não se envolver.<br />

— Vamos. — Sem esperar por eles para responder<br />

<strong>Malice</strong> estava caminhando em direção a sua moto e, em


seguida, montando-a. Rock moveu ao lado dele e pegou sua<br />

moto e, em seguida Run subiu na van e deu partida. <strong>Malice</strong><br />

ligou seu motor e, em seguida, Rock estava fazendo o mesmo.<br />

Eles se dirigiram para fora da parada de descanso e foram em<br />

direção à cidade, e a única coisa que <strong>Malice</strong> pensava era na<br />

jovem de não mais do que vinte e poucos anos olhando para<br />

ele com seus olhos azuis. Ela parecia triste e perdida e pediu,<br />

com suavidade nos olhos, sua ajuda. Como <strong>Malice</strong> poderia<br />

virar as costas para isso? Ele pode ser um fodido idiota nos<br />

seus melhores dias e que feriu muitos homens maus em sua<br />

vida, mas ele não era um canalha, especialmente para uma<br />

mulher que estava ferida e que precisava dele.<br />

Saíram da cidade, que ainda estava dormindo, e <strong>Malice</strong><br />

manteve seus olhos na estrada, mas era consciente do seu<br />

redor. Ele não viu mais ninguém andando por aí e não<br />

passara nenhum veículo. Quem quer que a tivesse<br />

machucado não a estava procurando, pelo menos não agora,<br />

ou eles estavam fazendo isso as escondidas. Passaram pelo<br />

pequeno motel que era o centro de Fairview e continuaram<br />

em direção à periferia da cidade. Uma vez que viraram à<br />

esquerda e começaram a andar através da densa floresta que<br />

cercava a pequena comunidade de Utah, <strong>Malice</strong> percebeu que<br />

ninguém poderia ter nenhum acesso a merda do clube, a não<br />

ser que realmente saísse da porra da direção que estava indo<br />

para fazê-lo. Mas mesmo que ele pudesse entender a razão<br />

pela qual a igreja estava um pouco chateada com o fato de<br />

que havia um clube hardcore MC vendendo mulheres, este<br />

era o seu negócio. Eles não estavam prejudicando ninguém,


as mulheres consentiram e todo mundo era pago. Era a<br />

maneira como isso funcionava e se eles não podiam lidar com<br />

isso eles poderiam enfiar seus problemas na própria bunda.<br />

O portão da casa do clube Fairview surgiu depois de<br />

cerca de um quilometro de condução sobre o longo trecho de<br />

estrada rural. Eles deram uma parada e uma vez que abriram<br />

o portão, seguiram até a via que levava à frente do clube.<br />

Holofotes estavam acessos ao redor do perímetro da<br />

propriedade tornando cada ponto possível de entrada visível.<br />

Uma garagem foi erguida na lateral da casa e um rock<br />

clássico explodiu das portas do compartimento aberto. Pelo<br />

menos vinte homens estavam do lado de fora, seja<br />

trabalhando em motos, fumando cigarro ou apenas falando<br />

besteira. Mas todos eles pararam o que estavam fazendo para<br />

fazerem uma abordagem.<br />

<strong>Malice</strong> puxou sua motocicleta para uma parada, Rock<br />

aproximou-se até ele e então Run desligou o motor da van.<br />

<strong>Malice</strong> tirou o capacete e desmontou e Rock fez o mesmo.<br />

Antes que ele pudesse andar em direção a garota na parte de<br />

trás da van, viu Marx caminhando para fora do clube. Ele<br />

tinha um olhar duro em seu rosto e seu olhar foi direto para<br />

a van. <strong>Malice</strong> avançou e parou quando ele estava algumas<br />

polegadas dele.<br />

— Ei, irmão. — Eles fizeram a coisa do meio-abraço,<br />

umas batidinhas nas costas em forma de cumprimento, e em<br />

seguida, ambos se voltaram para a van. Run já abriu a porta,<br />

mas antes que o outro homem pudesse chegar e levá-la, o<br />

que ficou claro que ele estava prestes a fazer, <strong>Malice</strong> já tinha


se adiantado. — Eu a levo, Run. — Ele não perdeu o olhar<br />

confuso no rosto do outro motociclista, mas agora ele não<br />

queria sequer tentar explicar o que diabos estava<br />

acontecendo com ele e essa mulher.<br />

— Vamos, vamos levá-la para dentro— disse Marx e foi<br />

assim que todos se voltaram para o que eles estavam fazendo.<br />

<strong>Malice</strong> seguiu Marx para o clube, passaram por todas as<br />

garotas que estavam caídas sobre outros membros e<br />

continuaram em direção aos fundos do edifício. Marx<br />

empurrou uma das portas abertas e gesticulou para <strong>Malice</strong><br />

para entrar. Uma vez que ele a tinha na cama se obrigou a<br />

dar um passo atrás. Todo mundo ficou em silêncio por alguns<br />

segundos, ele sabia que não era o único que tinha o olhar fixo<br />

na mulher frágil na cama. Ele passou a mão sobre os olhos,<br />

sentindo-se realmente muito cansado de repente. Enfiou as<br />

mãos nos bolsos da frente da calça e passou seu olhar sobre<br />

seu corpo. Ela estava praticamente coberta com o cobertor,<br />

mas seus pés descalços estavam para fora. As solas estavam<br />

arranhadas e havia sangue seco agora cobrindo-os já que a<br />

chuva não os lavou. Ele olhou para o rosto dela e toda a raiva<br />

se levantou mais uma vez como uma onda violenta.<br />

— Você sabe quem ela é? — Rock foi o único a<br />

perguntar a Marx.<br />

<strong>Malice</strong> olhou para ele e viu o outro homem sacudir a<br />

cabeça.<br />

— Não, mas isso não quer dizer nada. Ela poderia ser<br />

mais um andarilho de uma das cidades, ou vive na parte


pobre de Fairview. Acredite ou não, mesmo essas cidades do<br />

país têm áreas de merda.<br />

Não, <strong>Malice</strong> sabia sobre isso. Droga, River Run tinha<br />

lugares bonitos, mas depois havia negócios menos favoráveis<br />

no centro da cidade.<br />

— Lucien sabe o que está acontecendo, mas ele está se<br />

mantendo afastado até que lhe digamos que precisamos de<br />

ajuda. — Não era que os três precisassem do apoio de seu<br />

clube, porque eles estavam com a equipe de Marx e tinham<br />

um acordo com este clube há uma década. Era mais por não<br />

furar com a irmandade e apenas estar lá. Além disso, se as<br />

coisas ficassem feias, ou seja, se <strong>Malice</strong> descobrisse quem fez<br />

isso com ela e buscasse retaliação, sua equipe estaria lá para<br />

ele. Eles seriam aqueles a entregar-lhe um pano para limpar<br />

os dedos sangrentos.<br />

— Que porra é que vamos fazer com uma mulher que<br />

está nessas condições de merda? — Marx disse entre dentes e<br />

se aproximou da cama. Ele a observou, mas não disse nada<br />

por alguns segundos. — Já temos a maldita igreja e seus<br />

membros em cima de nós com a venda de sexo, existem<br />

piquetes bem na frente do nosso clube e os policiais tentando<br />

nos prender por razões estúpidas. Eu certamente não preciso<br />

de você trazendo mais essa merda à nossa porta.<br />

<strong>Malice</strong> estava encostado contra a parede com os braços<br />

cruzados e um pé apoiado na madeira atrás dele.<br />

— Escute, não havia possibilidade de deixá-la lá. Ela<br />

está, obviamente, fugindo de alguém, provavelmente um ex-


namorado ou marido que deixou o rosto dela como está. Eu<br />

posso ser um bastardo, mas neste tipo de questão eu não vou<br />

fingir que não vi.<br />

Marx exalou alto e passou a mão sobre a sua longa<br />

barba branca e espessa.<br />

— Não, eu não estou dizendo que você deveria tê-la<br />

deixado lá na merda. — Ele então começou a correr as duas<br />

mãos sobre o seu longo cabelo. — Ela é jovem, realmente<br />

muito jovem.<br />

— Ela poderia ser da idade do meu filho. — Todos eles<br />

se viraram e olharam para Beady, que estava sentado em<br />

uma das cadeiras e tinha os lábios partidos. — Algum filho<br />

da puta meteu a porrada nela. — Beady olhou para <strong>Malice</strong>. —<br />

Ela disse alguma coisa antes desmaiar?<br />

<strong>Malice</strong> balançou a cabeça e olhou de volta para ela.<br />

— Ela só pediu minha ajuda.<br />

— Bem, quem quer que tenha feito isso à ela precisa de<br />

uma lição sobre como se deve tratar uma mulher.<br />

Beady se levantou e se aproximou da cama onde a<br />

mulher estava. O outro motociclista poderia ser um dos<br />

caras mais filho da mãe por aí, mas ele também tinha uma<br />

filha naquela idade, e aquilo aconteceu bem próximo de sua<br />

casa. Ele chegou mais perto e afastou uma mecha ainda<br />

úmida de cabelo do rosto dela.<br />

— Ela é uma belezinha. A pessoa que se achou no<br />

direito de fazer isso com ela deveria se envergonhar.


<strong>Malice</strong> não percebeu o jeito como Beady tencionou os<br />

punhos ao lado dele. Inferno, era a mesma coisa que <strong>Malice</strong><br />

estava fazendo. Aliás, estava fazendo desde que a viu. Ele não<br />

conseguia explicar o quê naquela garota fazia com que seu<br />

instinto protetor ficasse mais aguçado. Mas vê-la machucada<br />

daquela maneira, sabendo que alguém levantou a mão e<br />

bateu nela daquela maneira fazia com que uma raiva violenta<br />

despertasse nele. Aquela fúria explodiria em breve e seria<br />

como um demônio à caça de sangue. Ele não conseguia<br />

controlar como se sentia e sabia que mesmo que tentasse<br />

descobrir o que diabos estava acontecendo com ele era<br />

infrutífero. Ele iria ter respostas dela assim que ela<br />

despertasse e então ele iria à caça. Vingança era algo em que<br />

ele era bom e a retaliação que ele fazer com quem machucou<br />

essa mulher seria um doce e macabro prazer.


Adrianna sacudiu-se com um sobressalto. Seu coração<br />

disparou, suor pontilhava sua testa e ela não conseguia<br />

recuperar o fôlego. O sonho que a acordou foi horrível, porque<br />

ele era muito real. Na verdade, se sentiu como se ela ainda<br />

estivesse nele e estivesse de volta na casa de Phillip, lutando<br />

por sua vida, mas sabendo que iria morrer. Mas então, ela<br />

viu aquela lâmina de barbear entrar em seu pescoço, sentiu o<br />

jorro de sangue quente doentio cobri-la e em seguida fugiu<br />

porque ela não foi capaz de suportar a visão de ele morrer em<br />

seus pés. Ela esfregou as mãos sobre o rosto, sentiu o suor<br />

que cobria sua pele e suspirou. Sentando-se na cama onde<br />

estava deitada, olhou ao redor. Tudo ainda estava tão fresco<br />

em sua mente a respeito de Phillip, mas depois tudo virou um<br />

leve borrão. Ela lembrou de saído de casa, na chuva caindo<br />

forte e dura sobre ela e depois de ver um homem parado ali<br />

olhando para ela. O rosto do homem ainda era meio confuso,<br />

mas ela se lembrou de sua presença e essa sensação de<br />

perigo, mas também de proteção que veio dele.<br />

Seu rosto latejava, suas costelas doíam e seus pés<br />

picavam. Depois de afastar o cobertor que a cobria, ela olhou


para si mesma. Sua roupa estava ainda um pouco úmida, e<br />

ela estava pelo menos grata por quem quer que a levou a este<br />

lugar manteve sua roupa. Ela tinha alguns hematomas nas<br />

pernas e um olhar para seus pés mostraram que as solas<br />

deles estavam muito arranhadas. Ela levantou a beira de sua<br />

camisa e olhou para seu lado, uma contusão desagradável<br />

cobria suas costelas. Adrianna sabia que seu rosto era<br />

provavelmente uma visão feia dado o quão dolorido sentia.<br />

Olhar ao redor da sala não a ajudou a descobrir onde estava,<br />

mas ela não sentia medo de estar neste lugar incomum. Pelo<br />

menos era algo para ajudar um pouco a aliviar suas já<br />

desenfreadas emoções. O quarto que ela estava era bastante<br />

simples, uma cama de casal, onde ela estava no momento,<br />

uma mesa velha e trincada com uma cadeira no canto, uma<br />

cômoda que também parecia ter visto dias melhores e alguns<br />

cartazes que mostravam motos e mulheres seminuas sobre<br />

eles.<br />

Ela se mexeu na cama e os dedos dos pés descalços<br />

tocaram o chão frio. Iria doer como uma cadela para andar,<br />

mas ela não podia ficar na cama quando ela nem sequer<br />

sabia onde ela estava. Um olhar sobre o ombro mostrou uma<br />

pequena janela e a escuridão que ainda cobria o céu. Ela<br />

precisava ir ao banco, retirar o dinheiro que tinha e ir para o<br />

mais longe de Fairview que conseguisse. Mas ela estava<br />

terrivelmente ferida e cada pequeno movimento fazia seus<br />

músculos gritarem. Haviam vozes ruidosas e profundas à<br />

direita fora da porta fechada, mas elas eram muito abafadas<br />

para ela entender o que estava sendo dito. Ela apoiou as


mãos no colchão e empurrou até que ela estivesse de pé. A<br />

dor era insuportável, mas ela cerrou os dentes e se obrigou a<br />

levantar. Agarrando o cobertor fino que a cobria, ela<br />

envolveu-o em torno de si e olhou para a esquerda. Havia<br />

uma porta parcialmente aberta e ela podia ver a borda de um<br />

vaso sanitário dentro. Andar causou ainda mais dor que<br />

irradiou até suas pernas, mas quando ela finalmente chegou<br />

ao banheiro, apoiou as mãos no balcão. Com luz ligada agora<br />

ela olhou-se no espelho e fez uma careta. Um lado do rosto<br />

dela estava ligeiramente inchado e uma mancha roxa<br />

desagradável já estava se formando. Seu lábio estava partido<br />

e havia algum sangue seco em seu queixo. Depois de ligar a<br />

torneira e lavar a mancha cor de cobre, ela se virou e pegou a<br />

pequena toalha de mão que estava pendurada no cabide.<br />

Quando ouviu a batida na porta do quarto tudo nela<br />

parou. Ela não se moveu por alguns segundos, mas depois se<br />

inclinou para o lado um pouco para que ela pudesse ver o<br />

quarto e a porta da frente. Ela foi aberta, um segundo depois<br />

e ela viu uma mulher entrar com um conjunto de roupas e<br />

uma bacia. A mulher parou quando viu a cama vazia e então<br />

ela olhou ao redor do quarto.<br />

— Olá? — Ela se aproximou do banheiro e sorriu<br />

quando viu Adrianna. A mulher tinha de estar em seus trinta<br />

e poucos anos, e sua roupa sugeria que ela poderia ter sido<br />

uma stripper. — Eu sou Pam. — Ela estendeu a pilha de<br />

roupas e a vasilha que segurava. — Foi-me dito para trazer<br />

isso para você. — Quando Adrianna não respondeu de<br />

imediato a mulher olhou para a cama. — Eu vou deixar essas


coisas aqui. Eu sabia que o médico estava vindo para te<br />

verificar uma vez que estivesse acordada.<br />

Adrianna engoliu e saiu do banheiro, mas não podia<br />

deixar de estremecer a cada passo que ela dava. A mulher<br />

não causou qualquer alarme dentro de Adrianna.<br />

— Você precisa sentar e deixar o Doutor Harley dar uma<br />

olhada nos seus pés. — A mulher olhou para o rosto muito<br />

atentamente. — E outras partes de você. — Ela fez um gesto<br />

em direção à cama mais uma vez. — Está tudo bem. Você<br />

está segura aqui.<br />

Antes que Adrianna pudesse dizer qualquer coisa a<br />

mulher estava caminhando de volta para a porta. Adrianna<br />

não ia sentar e esperar e em vez disso seguiu atrás dela o<br />

mais rápido que pôde. A mulher deixou a porta entreaberta e<br />

quando Adrianna puxou para abrir o resto do caminho e se<br />

inclinou para fora para que ela pudesse ver, viu um longo<br />

corredor que se abria em uma espécie de grande sala. Ela não<br />

podia ver ninguém, mas as vozes eram ainda mais altas agora<br />

que não havia nenhuma parede impedindo o ruído do lado de<br />

fora. Ela apertou o cobertor em volta dela e foi para o<br />

corredor. A adrenalina bombeada através de suas veias<br />

entorpeceu um pouco da dor em seu corpo. Adrianna sabia<br />

que ela deveria ter medo, mas ela argumentou que,<br />

certamente, se quisessem fazer mal a ela eles já poderiam ter<br />

feito isso. Além disso, ela não tinha outro lugar para ir e não<br />

tinha mais ninguém para ajudá-la. Ela precisava confiar em<br />

alguém, certo? Ela ouviu a mulher começar a falar com<br />

alguém no fim do corredor e todos os outros ruídos


pareceram cessar. Ninguém falou uma vez que a mulher<br />

terminou, mas então houve o som de várias cadeiras<br />

raspando pelo chão. Adrianna parou, seu coração agora em<br />

sua garganta e suas mãos pareciam querer rasgar o cobertor<br />

de tão forte que ela o segurou.<br />

Como se seu corpo estivesse trabalhando sem o seu<br />

controle, ela deu um passo para trás e depois outro, quando<br />

viu três homens no canto. Eles pararam quando a viram, e<br />

embora ela tenha se sentido tonta, como se ela fosse<br />

desmaiar, Adrianna não caiu. Ela se agarrou em cima de um<br />

resto de forças e forçou-se a ir adiante. Em vez disso, ela<br />

olhou para o rosto quase selvagem do motociclista que estava<br />

na frente dos outros dois. Ela podia ver outros homens se<br />

moverem por trás dos motociclistas atualmente bloqueando a<br />

única saída, mas por algum motivo ela não sentia medo,<br />

como se ela assumisse que não precisava. Estava apreensiva,<br />

claro, e endorfinas bombeava através de seu corpo quando<br />

ela se esticou, mas isso era uma reação natural e automática.<br />

O homem na sua frente, apenas alguns pés dela, era<br />

possivelmente o maior cara que ela já viu. Ele usava um<br />

daqueles coletes de couro que ela viu na gangue de<br />

motociclistas locais quando andava pela cidade. O emblema<br />

no lado esquerdo confirmou que ele era o sargento de armas,<br />

o que quer que isso significasse. Ela não o conhecia, mas o<br />

que ela sabia era que ele era perigoso. Ela sabia, sem dúvida.<br />

Ele deu um passo mais perto e ela se moveu para trás.<br />

Quando ele levantou a mão, quase de uma forma não<br />

ameaçadora, ela parou.


— Calma agora. Você está segura aqui.<br />

Sua voz era tão profunda que um ligeiro tremor<br />

percorreu através de seu corpo. Ela olhou por cima de seus<br />

ombros impossivelmente largos e viu que agora havia cinco<br />

homens atrás dele. Todos eles a observavam com esta<br />

postura dura de não dar nada e quando ela olhou para o<br />

motociclista a direita na frente dela viu que ele usava a<br />

mesma expressão estoica.<br />

— Qual é seu nome? — Sua voz era profunda e baixa.<br />

Ele podia estar tentando não parecer ameaçador, mas dada a<br />

sua altura e o olhar feroz em seu rosto, simplesmente não<br />

estava funcionando. Ele devia ser pelo menos uma cabeça a<br />

mais de altura do que o seu tamanho de um metro e meio, e o<br />

pensamento de que ele era feito de puros músculos sob o<br />

couro, algodão e jeans deixou sua garganta apertada. Deus, o<br />

tamanho de suas mãos só a fazia pensar que ele não teria<br />

nenhum problema esmagando tudo o que quisesse naquele<br />

aperto enorme. Seus braços, puta merda, eram densamente<br />

feitos com músculos também. E por que ela estava<br />

verificando-o assim? — Seu nome? — Ele perguntou<br />

novamente.<br />

Ela voltou o olhar para o rosto dele, que estava<br />

sombreado com uma barba aparada cobrindo-lhe o queixo e<br />

olhou em seus olhos. Mesmo de onde estava podia ver que<br />

seus olhos possuíam está sombra ímpar de cinza.<br />

— Adrianna Carmine. — Ela suspirou e depois lambeu<br />

os lábios. Ela o viu correr seu olhar para baixo do


comprimento do seu corpo, parar quando ele chegou a seus<br />

pés, e ele olhou para eles por vários segundos. — Quem é<br />

você?<br />

Levou vários segundos para responder a ela, e quanto<br />

mais tempo ele ficou ali olhando para ela, mais nervosa<br />

ficava.<br />

— <strong>Malice</strong>. — <strong>Malice</strong>? Que tipo de nome era aquele? Ele<br />

deve ter visto o olhar confuso em seu rosto, porque ele<br />

respondeu a sua pergunta não formulada. — Trevor Mason,<br />

mas atendo por <strong>Malice</strong>. — Adrianna não queria saber como<br />

ele conseguiu um apelido como esse, porque parecia violento<br />

e perigoso e insinuava que ele provavelmente fez algumas<br />

coisas muito ruins. Ela assentiu com a cabeça e lambeu os<br />

lábios novamente. — Você vai causar mais machucados do<br />

que o que já foi feito.<br />

Antes que ela pudesse responder, ele estava bem na<br />

frente dela. Ela teve que esticar o pescoço para trás só para<br />

olhar o rosto dele e o cheiro de couro e algo escuro e picante<br />

encheu seu nariz. Seu coração batia num ritmo rápido e<br />

intenso ao tê-lo tão perto, mas por alguma razão ela não<br />

podia afastar-se. E então ele a pegou em seus braços como se<br />

ela não pesasse nada e caminhou de volta para o quarto de<br />

onde ela acabara de sair. Ela deveria ter chutado e gritado<br />

para ele deixá-la ir, mas tudo o que poderia fazer era olhar<br />

para o rosto dele e manter a boca fechada. Ela odiava que ele<br />

tivesse esse controle estranho sobre ela, mas também não<br />

podia negar o alívio imediato que sentiu agora que já não<br />

estava de pé.


— Marx, traga o médico. — Ele pediu por cima do<br />

ombro, sem perder um passo. Uma vez de volta ao quarto, ele<br />

a colocou na beira da cama e deu um passo para trás. Ele<br />

estava olhando para seu rosto e notou que ele parecia muito<br />

tenso. Outro homem veio um minuto depois, carregando um<br />

saco de nylon preto. Ele não parecia ter muito mais que trinta<br />

anos e embora não tivesse dito quem era, Adrianna sabia que<br />

ele era o médico. Ele parecia muito limpo para estar neste<br />

clube de motociclista, isso estava claro por seu blusão Oxford<br />

que tinha esta sombra estranha de verde, a calça creme<br />

Dockers, e seus mocassins de couro marrom. Parecia que ele<br />

deveria estar ensinando em uma universidade ou dando<br />

consultas atrás de uma mesa. O que ela não entendia era o<br />

que ele estava fazendo saindo com um grupo desses homens<br />

e suas motocicletas, ásperos e duros que eram o dobro do seu<br />

tamanho.<br />

— Olá. Sou Preston. — Ele pegou uma cadeira que um<br />

dos outros caras lhe entregou e a colocou na frente dela. —<br />

Você poderia ajudar a segurar a perna dela? — Ele falou com<br />

<strong>Malice</strong> e o motociclista ajoelhou-se em seguida e segurou sua<br />

perna.<br />

A sensação de sua mão grande, calejada envolta<br />

frouxamente em torno de seu tornozelo não deveria ter<br />

causado este tipo estranho de nervosismo. Adrianna não<br />

podia deixar de olhar para o longo e forte comprimento de<br />

seus dedos, como sua perna parecia tão pequena em seu<br />

domínio e como ela nunca pensou que parte do seu corpo ou<br />

qualquer parte sua poderia ser considerado pequeno. Mas


este homem a fez sentir-se dessa maneira, fez esta parte<br />

feminina de seu ser se acender e tomar conhecimento de<br />

algum tipo de sentimento primitivo. Este era um homem e ela<br />

era uma mulher, e que era o que seu corpo e mente estava<br />

gritando para ela.<br />

— Estes cortes são apenas superficiais, mas eles vão<br />

doer bastante— o médico olhou para ela. — Especialmente se<br />

você não mantiver os pés para cima e deixá-los curar. — Ele<br />

olhou de volta para seus pés e começou a limpá-los com<br />

várias coisas que ele pegou de sua bolsa. A sala ficou em<br />

silêncio, e ela olhou para cima. Nem todos os homens que<br />

estiveram no corredor entraram no quarto, mas ainda haviam<br />

três de pé ao lado da porta. Todos eles tinham as mesmas<br />

expressões rígidas idênticas. Ela deslizou seu olhar para o<br />

cara que atualmente segurava seu tornozelo e ficou surpresa<br />

ao ver que ele estava olhando diretamente para ela. Seus<br />

olhos cinzentos observavam atentamente, como se ele<br />

pudesse ler o que estava passando em seus pensamentos.<br />

Boa sorte com isso, porque eu mesma não sei o que está<br />

passando por minha cabeça. — Eu sugiro ficar em repouso o<br />

máximo possível por mais dois dias. — O médico recostou-se<br />

na cadeira e olhou para ela. — Mas eu sei que ficar deitada<br />

na cama por um longo período de tempo provavelmente vai<br />

começar a ficar um pouco desconfortável, também. — Ele<br />

colocou algumas ataduras nas solas dos seus pés, e o homem<br />

que segurava as suas pernas gentilmente baixou-os para o<br />

chão. — Embora a maioria seja superficial, existem algumas<br />

lacerações que são um pouco mais profundas. Você não


precisa de pontos, mas a adição de muita pressão sobre eles<br />

irá atrasar o processo de cicatrização. Então, é só ter calma.<br />

— Ele sorriu, e quando ele levantou a mão ela recuou. Foi<br />

uma reação automática, mas estava claro. O médico parou,<br />

juntou suas sobrancelhas e então olhou para o cara ao lado<br />

dela.<br />

— Desculpe. — Ela murmurou. Estes homens estavam<br />

tentando ajudá-la, por qualquer motivo e ela estava deixando<br />

suas emoções assumirem o controle. Apertando as mãos no<br />

colo, ela se endireitou e assentiu. — Desculpe — disse ela<br />

novamente. — Tem sido uma noite ruim.<br />

O médico balançou a cabeça e pegou o queixo dela entre<br />

o polegar e o indicador delicadamente. Ele virou a cabeça<br />

para a esquerda e depois para a direita. Durante vários<br />

segundos, ele manteve a cabeça parada quando ele<br />

claramente olhou para o lábio partido e contundido. Talvez<br />

ela devesse se sentir estranha em ter esses homens estranhos<br />

verificando que ela estava assim, mas a verdade era que ela<br />

nunca teve pessoas e muito menos estranhos para ajudá-la.<br />

Adrianna sabia que com o tempo eles gostariam de saber o<br />

que estava acontecendo e é claro que ela iria dizer a eles. Não<br />

havia sentido em mentir, mas talvez eles pudessem ajudá-la a<br />

chegar a algum outro lugar onde Phillip não pudesse alcançála.<br />

Honestamente, ela não sabia se ele ainda estava vivo e se<br />

estivesse ela sabia que havia uma boa chance de que ele<br />

viesse atrás dela para dar o troco.<br />

— Não se pode fazer muito pelos hematomas ou lábio<br />

cortado. — Preston soltou dela e exalou alto. — Só um pouco


de gelo para o inchaço. — Ele olhou para ela por alguns<br />

segundos, e sentiu como se ele estivesse esperando por ela<br />

para dizer alguma coisa. — Seu namorado fez isso com você?<br />

— Ele expressou isso como uma pergunta, mas ela podia<br />

ouvir em sua voz que ele já sabia a resposta. Ela não sabia<br />

por que ela não respondeu de imediato. — Talvez um marido?<br />

Adrianna engoliu em seco e a crueza na garganta, de<br />

quando Phillip tinha as mãos em torno dela, parecia se<br />

intensificar naquele momento.<br />

— Você pode nos dar um minuto a sós? — <strong>Malice</strong> olhou<br />

para o médico. Ele então olhou para ela. — Você está bem<br />

com isso?<br />

Ela olhou para ele e depois para o médico antes de<br />

finalmente concordar.<br />

— Sim.<br />

Preston levantou-se e saiu da sala. Os outros três<br />

rapazes olharam um para o outro, e, em seguida, saíram<br />

também, como se <strong>Malice</strong> lhes tivesse dado algum tipo de<br />

ordem silenciosa. Uma vez que a porta estava fechada e<br />

ficaram apenas os dois sozinhos no quarto, ela se moveu na<br />

cama e manteve seu olhar sobre ele. Ele se levantou e deu<br />

um passo atrás, mas manteve seu olhar sobre ela também.<br />

— Agora, que tal você me dizer o que aconteceu para<br />

que possamos ver o que fazer a seguir? — Ele agarrou a<br />

cadeira que o médico estava e sentou-se nela.<br />

— Eu fui espancada. — O olhar que ele deu a ela era do<br />

tipo "Não me diga..." E ela olhou para suas mãos.


Honestamente, ela não tinha ideia do que dizer. Claro, ela<br />

queria dizer cada pequeno detalhe sórdido que compunham<br />

sua existência miserável, falar sobre o quão estúpida era para<br />

não ver os sinais bem na frente dela, mas agora que ela foi<br />

confrontada com a realização, apenas uma parte dela estava<br />

realmente com medo.<br />

Ele exalou profundamente e recostou-se na cadeira.<br />

Quando ele cruzou os braços ela não podia deixar de olhar<br />

para a forma como os braços enormes incharam.<br />

— Que tal começar com o básico?<br />

Ela olhou para seu rosto e assentiu.<br />

— OK.<br />

— Você é de Fairview?<br />

Ela balançou a cabeça.<br />

— Não originalmente. Eu cresci em Littlemore. É a<br />

cidade mais próxima.<br />

Ele não se moveu, não respondeu, e continuou a olhar<br />

para ela como se ele quisesse que ela terminasse o que<br />

começou a dizer. Mas então ele começou a falar em seu lugar.<br />

— Seu namorado fez isso com você. — Ele não fez a<br />

frase como uma pergunta, mas ela se viu acenando como<br />

para lhe responder.<br />

— Sim.<br />

Ele balançou a cabeça lentamente, e ela viu a forma<br />

como ele rangeu os dentes. Ela viu a forma a sua mandíbula


truncada e podia ver que o músculo debaixo de sua barba<br />

saltou no rosto coberto.<br />

— Ele fez isso mais de uma vez? — Ele expressou isso<br />

como uma pergunta novamente. — Você está segura aqui.<br />

Ninguém vai te machucar. — Ele se inclinou para frente e<br />

apoiou os antebraços nas coxas que eram tão grandes e<br />

musculosas como troncos de árvores.<br />

Ela assentiu com a cabeça e olhou para suas mãos no<br />

colo. Ela não percebeu até então que ela estava torcendo os<br />

dedos quase dolorosamente.<br />

— Não, esta não foi a primeira vez, mas foi a última. —<br />

Ela levantou a cabeça e olhou bem nos olhos dele. Este<br />

homem parecia uma pessoa endurecida e fria. Ele não<br />

mostrava emoção, não amortecia o que ele disse e embora<br />

soubesse que ele era perigoso apenas pelo ar que o rodeava,<br />

ela se sentia segura. Era um sentimento muito estranho para<br />

ter com um estranho, mas era um que ela tinha, no entanto.<br />

— Foi por isso que eu corri, mas... — Ela engoliu em seco<br />

novamente, querendo que a saliva mínima em sua garganta<br />

fosse para baixo. Sem pensar, ela ergueu a mão e vagamente<br />

circulou seu pescoço. Estava dolorido, mas certamente não<br />

tão dolorido como outras partes dela. — Eu o feri. —<br />

Passando rapidamente o olhar por ele, ela viu que ele ainda<br />

estava sentado imóvel como uma estátua. Então, muito<br />

lentamente, inclinou-se novamente em sua cadeira. O couro<br />

do colete de motociclista rangeu com o movimento e ela<br />

sentiu um aroma concentrado de qualquer colônia que ele


usava e do aroma sutil de óleo de motor. Era uma<br />

combinação estranha, mas estranhamente, muito agradável.<br />

— Você o machucou? — Sua voz era firme e não<br />

acusadora. Ele sustentou seu olhar, nunca vacilando dela.<br />

Embora ela devesse ter se sentido como um inseto sob um<br />

microscópio da intensidade dele, ela sentiu-se estranhamente<br />

calma. Era muito estranho se sentir desta forma, dada a vida<br />

que ela levou, e foi muito difícil para ela não querer abraçá-lo<br />

como um cobertor quente.<br />

Deus, quando foi a última vez que ela já se sentiu<br />

assim? Nunca. Ela nunca se sentiu assim e isso era<br />

reconfortante e assustador. Ele não sabia nada sobre ela<br />

além dos pequenos pedaços e peças que ela acabou de lhe<br />

dar, fora o drama na sua vida que, normalmente, não era o<br />

que as pessoas queriam para si. Mas ele queria saber tudo e<br />

ela se sentiu obrigada a dizer-lhe, era seu direito de saber<br />

porque ele a salvou. Seu coração começou a bater mais<br />

rápido e mais duro, suor irrompeu entre os seios e ela tentou<br />

respirar profundamente. Quando ela se abriu até as<br />

memórias do que aconteceu tão pouco tempo atrás, ela<br />

começou a tremer incontrolavelmente enquanto as emoções<br />

começaram a retornar. Tudo o que ela viu foi Phillip vindo<br />

atrás dela, da lâmina passando por sua carne tão facilmente<br />

que era nauseante e as palavras saíram de sua boca por<br />

conta própria.<br />

— Ei, está tudo bem. — Ele estendeu a mão como se<br />

quisesse tocá-la, confortá-la, mas bem antes que ele fizesse


contato, ele fechou os dedos na palma da mão e retirou a<br />

mão. — Não tenha pressa.<br />

Ela assentiu com a cabeça, fechou os olhos por um<br />

segundo, e disse a si mesma que ela não estava lá com<br />

Phillip.<br />

— Eu não sei se eu o matei. — Assim que as palavras<br />

lhe saíram, ela desejava que pudesse levá-las de volta. Dizerlhes<br />

em voz alta tornou a situação ainda mais real. Deus, e se<br />

esse cara for à polícia? Ele poderia tê-la salvo, mas quem<br />

poderia dizer que ele não iria entregá-la às autoridades? Só<br />

porque ele se parecia com algum tipo de criminoso que violou<br />

a lei em sua roupa de couro e com uma expressão dura não<br />

significava que ele realmente era nenhuma dessas coisas. E<br />

então ela começou a chorar. As lágrimas caíram-lhe mesmo<br />

que ela tentasse detê-las. Ela não conseguia se lembrar da<br />

última vez que chorou, não conseguia lembrar a sensação de<br />

que seu mundo estava desabando ao seu redor. Com toda a<br />

miséria que ela viveu, toda a mágoa e decepção que ela foi<br />

tratada, Adrianna sempre se manteve sob controle. Mas<br />

agora, tudo o que ela sentia era isso entorpecendo ela e não<br />

sabia por que ele estava cuidando dela agora.<br />

— Ei.<br />

Ela enxugou algumas lágrimas e olhou para ele. <strong>Malice</strong><br />

parecia desconfortável por um segundo, enquanto olhava<br />

para ela com as sobrancelhas franzidas. O soluço ofegante a<br />

deixou, e sua visão turvou enquanto as lágrimas se<br />

recusaram a parar.


— Me desculpe. — Ela gaguejou. Sentiu-se machucada,<br />

sentiu-se como se ela não tivesse uma compreensão sobre a<br />

realidade e estava prestes a flutuar no nada. Mas talvez isso<br />

era o que ela queria, porque isso seria melhor do que dizer<br />

algo do que não queria dizer. Enxugando as lágrimas, ela<br />

respirou fundo e virou a cabeça para que não estivesse mais<br />

olhando para ele. Ela nunca quebrou assim antes. Abriu a<br />

boca, talvez para lhe dizer exatamente isso, mas nada saiu.<br />

Antes que ela soubesse o que estava acontecendo, ele estava<br />

sentado na cama ao lado dela e tinha o braço em volta dos<br />

ombros. Ele a puxou para perto dele, e ela acabou<br />

descansando a cabeça em seu ombro e agarrando sua<br />

camisa. Agora ela não se preocupava com o quão estranho e<br />

tolo era isso. Tudo o que Adrianna fez foi sentir o calor do seu<br />

grande corpo, duramente pressionado contra o dela e deixar o<br />

som do seu coração batendo em um ritmo constante acalmála.


<strong>Malice</strong> segurou-a, esta pequena mulher que estava<br />

tremendo e soluçando contra ele. Ele nunca foi de afago, do<br />

tipo confortador. Mesmo quando ele tinha Molly, nunca fazia<br />

essas coisas, mas, novamente Molly sempre foi uma mulher<br />

forte, independente e manteve um monte de coisas<br />

enterradas dentro dela. Esta menina era construída como<br />

uma mulher, todas as curvas exuberantes que eram para um<br />

homem se agarrar, mas agora ela parecia tão frágil e pequena<br />

pressionada contra ele. Ele mudou de posição na cama e<br />

puxou-a ainda mais para perto dele. Ela se agarrou a ele,<br />

puxou seu casaco agarrando o como se sua vida dependesse<br />

disso.<br />

— Ei agora. — Ele tentou falar com uma voz suave, mas<br />

saiu toda rouca. Porra. Ele agarrou seus ombros e puxou-a<br />

de volta para que ele pudesse olhar no rosto dela. A porra de<br />

seu coração se partiu com a visão das lágrimas que escorriam<br />

pelo seu rosto. Algo nele mudou, e ele encontrou-se<br />

enxugando as gotas de sua tristeza com os polegares. —<br />

Quem quer que tenha te machucado não merece seu choro.<br />

— <strong>Malice</strong> provavelmente teria se sentido como a porra de<br />

uma mulherzinha em qualquer outra ocasião para dizer essas


coisas, mas por alguma razão ele não se sentiu assim ao dizer<br />

a ela.<br />

— Eu realmente sinto muito sobre tudo isso. — Ela<br />

fungou e limpou o resto de suas lágrimas. — Eu apenas não<br />

me desfaço como uma aberração na frente de estranhos. —<br />

Ela sorriu, mas era um daqueles sorrisos tristes que<br />

quebraram o seu coração ainda mais. — Eu não me desfaço<br />

em lágrimas sempre, então essa não sou eu. — Ela tentou se<br />

afastar, mas <strong>Malice</strong> não estava pronto para deixá-la ir. Ainda<br />

não, pelo menos. Quando ele fechou os dedos ao redor dela<br />

um pouco mais e a manteve perto, ela olhou para ele com um<br />

pouco de confusão, mas também alívio.<br />

— Você não está acostumada ao conforto. — Ele não<br />

disse como uma pergunta<br />

Ela balançou a cabeça, mas pelo menos ela voltou a<br />

deixá-lo segurá-la.<br />

— Não, eu não estou.<br />

Ele passou os braços fortes ao redor de seus ombros<br />

apenas segurando-a. O aroma de seus cabelos o cercou e ele<br />

realmente se encontrou inclinando-se para que a ponta do<br />

seu nariz roçasse o topo de sua cabeça. <strong>Malice</strong> respirou<br />

profundamente, cheirou seu cabelo como algum tipo de<br />

pervertido, mas ele não deu a mínima. Sentia-se bem e ela<br />

cheirava incrivelmente bem, como a chuva fresca e algo doce<br />

e floral. Sim, cheirando-a como algum tipo de animal droga,<br />

provavelmente era a coisa mais assustadora que já fez, mas<br />

era o que era, sentiu realmente que era direito.


— Sinceramente, eu não estou acostumado a dar<br />

conforto, então eu suponho que você e eu somos iguais.<br />

Ela se inclinou para trás o suficiente para que pudesse<br />

olhar para o rosto dele.<br />

— Sério?<br />

Ele assentiu. <strong>Malice</strong> estendeu a mão e empurrou sua<br />

longa franja longe de sua testa e enfiou-a atrás da orelha.<br />

— Sim, é provavelmente por isso que eu não estou em<br />

um relacionamento agora. — Merda, ele não tinha a intenção<br />

de dizer isso em voz alta, mas as palavras acabaram de sair<br />

dele por conta própria. Ele achava muito fácil dizer coisas<br />

para ela, coisas que normalmente não diria a ninguém,<br />

mesmo que ele ainda não tivesse passado uma hora na<br />

presença dela. Mas, em seguida, novamente a partir do<br />

momento em que ele a segurou no estacionamento do parque<br />

com a chuva caindo, sentiu-se em sincronia com esta<br />

mulher. Havia algo diferente sobre ela, e que atraiu <strong>Malice</strong>.<br />

— Parece que estamos ambos cheios de asneiras.<br />

Se qualquer outra pessoa tivesse dito aquilo ele teria se<br />

ofendido e depois espancado sua bunda, mas com Adrianna<br />

tudo o que ele podia fazer era acenar com a cabeça e puxou-a<br />

para perto novamente.<br />

— Sim, eu suponho que nós somos estamos. — Eles<br />

ficaram nessa posição por alguns segundos, mas ele gostava<br />

de apenas a segurar. Era bom ter alguém próximo para<br />

somente confortar e não porque ele precisava.


— Como é que alguém consegue ter um apelido de<br />

<strong>Malice</strong> afinal? — Sua voz era suave, e ele podia sentir sua<br />

respiração morna, úmida através do algodão de sua camisa.<br />

— Eu recebi o nome <strong>Malice</strong> dos meus Brothers.<br />

Isso era tudo o que ele ia dizer sobre isso, porque<br />

mesmo que ele se sentisse confortável e diferente próximo<br />

desta mulher, mesmo após este curto espaço de tempo, ele<br />

também não a conhecia.<br />

— Você tem um monte de irmãos?<br />

Pelo menos ela não o sondou. Não era como se o seu<br />

apelido era algum tipo de segredo, mas até que soubesse<br />

mais sobre essa mulher ele tinha necessidade de lembrar que<br />

ela era uma pessoa de fora.<br />

— Eu não quis dizer esses tipos de irmãos.<br />

— Oh.<br />

Ela não disse mais nada depois disso, mas ele viu a<br />

forma como ela olhou para seu casaco com o emblema de<br />

Sargento de Armas. Mesmo se alguém não soubesse muito<br />

sobre o estilo de vida MC ele não duvidou que ela tivesse visto<br />

algo na TV a cabo.<br />

— Adrianna, que tal voltar para o que aconteceu? — Ele<br />

sentiu sua tensão sob o seu domínio, mas isso precisava ser<br />

trazido à luz e quanto mais cedo melhor.<br />

Ela se afastou, então, e ele a deixou. Ela se moveu para<br />

que eles agora estivessem frente a frente, e embora ela não<br />

tenha falado imediatamente, ele não a pressionou.


Claramente ela passou por uma situação traumática. Ele não<br />

sabia muito sobre ela, mas ver o seu rosto machucado o<br />

chateou e o fez querer caçar o filho da puta que pensou que<br />

era bom para levantar a mão para uma mulher.<br />

— Eu estive com Phillip nos últimos meses. O primeiro<br />

mês foi ótimo. Ele era encantador, era tudo o que eu nunca<br />

experimentei na vida e então eu agarrei essa oportunidade<br />

porque na época parecia que era a única coisa boa que já<br />

aconteceu comigo. — <strong>Malice</strong> conhecia esses tipos de caras, os<br />

bastardos que atacavam as mulheres porque eles queriam<br />

controlá-las na pior das maneiras. Obrigou-se a não a<br />

apressar em dizer-lhe onde ele poderia encontrar este imbecil.<br />

— Eu nunca pensei em mim como uma garota estúpida. Quer<br />

dizer, eu fiz coisas que eram questionáveis. Estar com Phillip<br />

foi a maior delas, mas as coisas que ele me deu, o carinho e<br />

conforto que eu nunca tive antes. — Ela suspirou e mudou-se<br />

de volta na cama para que ela pudesse descansar contra a<br />

parede. <strong>Malice</strong> obrigou-se a manter o olhar no seu rosto,<br />

mesmo que ele pudesse ver com o canto dos olhos que seus<br />

shorts estavam obscenamente empurrados acima de suas<br />

coxas. Ele era um bastardo doente se estava pensando em<br />

algo remotamente sexual dada a situação. Ele esfregou a mão<br />

sobre o rosto e exalou. Quando ele olhou para ela estava<br />

agora a observá-lo atentamente. — Para encurtar a história,<br />

ele não era quem eu pensava que ele era. Ele era um mestre<br />

manipulador. Ele me enganou e me agarrou antes que eu<br />

pudesse perceber o que estava acontecendo. — Ela<br />

descansou a cabeça na parede e olhou para o teto. — Ele


vende e usa drogas. Eu acho que ele viu o quão fraca eu<br />

realmente era e sabia que ele poderia me tornar essa pessoa<br />

patética que ele queria. — Ela fechou os olhos e deu uma<br />

risada sem humor. <strong>Malice</strong> mal segurou sua raiva.<br />

Ele queria encontrar esse bastardo Phillip e deixar a<br />

porra do crânio dele aberto.<br />

— O homem que você está descrevendo é o tipo de idiota<br />

que eu já vi inúmeras vezes ao longo dos anos. Eles procuram<br />

por mulheres como você, aquelas que não chegaram a<br />

experimentar a felicidade de uma boa infância ou aquelas que<br />

foram tão agredidas pelos relacionamentos anteriores que<br />

tomam tudo o que podem conseguir. — Ela poderia ter sido a<br />

última, mas olhando para seus olhos, <strong>Malice</strong> não achava que<br />

fosse o caso. Ela tinha essa força em seus olhos, que<br />

rivalizava com qualquer homem que tivesse conhecido, mas<br />

ela não reconhecia o seu valor. Sim, ela chorou, se<br />

descontrolou, mas ela era uma lutadora.<br />

— Você sabe, isso é muito estereotipado para mim e<br />

errado em todos os níveis, mas olhando para você eu nunca<br />

teria imaginado que você era um daqueles caras perspicazes<br />

ou um que iria ajudar uma mulher que encontrou na rua. —<br />

Suas bochechas ficaram rosadas, e ela desviou o olhar, como<br />

que envergonhada.<br />

— Os motociclistas têm uma má reputação. Um monte<br />

de pessoas acham que nós somos esses idiotas que vivem<br />

chutando bundas, que trabalham em motos, bebem cerveja e


que dormem por aí. Mas não somos apenas músculos e<br />

couro. — Ela olhou para ele novamente, mas não disse nada.<br />

— É claro que fazemos um monte de coisas que alguns<br />

podem considerar questionáveis, mas temos sempre um<br />

motivo muito bom para fazê-lo. E sabemos o que estamos<br />

fazendo. — Ele tentou provocar, e embora <strong>Malice</strong> não fosse o<br />

tipo de brincadeira, ele queria ver seu sorriso. E quando ela<br />

lhe deu aquele sorriso, este estranho aperto no estômago<br />

tomou conta dele. — Ouça, nós não precisamos entrar em<br />

toda essa merda dolorosa. — Ele não percebeu como seus<br />

ombros caíram um pouco. — Eu só quero saber o nome<br />

completo deste filho da puta e onde posso encontrá-lo.<br />

Adrianna endireitou-se e ele poderia dizer que ela tinha<br />

de repente ficado nervosa. Ela balançou a cabeça e olhou<br />

para a porta e ele pensou que era mais um gesto instintivo<br />

que ela nem percebeu que estava fazendo.<br />

— Eu não quero nenhum problema. Eu só quero pegar o<br />

pouco de dinheiro que tenho no banco quando abrir na parte<br />

da manhã, e chegar o mais longe de Fairview quanto esse<br />

dinheiro puder me levar. — Suas mãos começaram a tremer,<br />

e ela colocou em seu colo para tentar firmá-los, mas <strong>Malice</strong><br />

viu o tremor independentemente.<br />

Ele estendeu a mão, colocou sobre as dela que cruzou<br />

juntas, inclinou-se e então haviam apenas algumas polegadas<br />

entre eles.<br />

— Adrianna... — Cristo, seu nome soava tão bem-vindo<br />

dele, e se sentiu bem em dizê-lo, também. — Eu sei que é


difícil, e eu sei que é fácil para mim dizer isso, mas você está<br />

segura. Ninguém vai te machucar novamente.<br />

— Como você pode fazer essa garantia? — Sua voz era<br />

baixa e ofegante, e seu medo foi atado dentro das palavras.<br />

— Eu posso e faço. Eu não sou o tipo de homem que vai<br />

dizer algo a menos que eu possa me certificar de que é o que<br />

vai acontecer. — Ele olhou fixamente em seus olhos,<br />

desejando que ela visse que o que ele disse era a verdade. —<br />

Nenhuma mulher deveria ter que sentir o que você está<br />

sentindo e para ser honesto, me faz querer ir lá, encontrar o<br />

filho da puta que fez você se sentir desta forma e esmagar<br />

sua traqueia. — Ele a ouviu engolir, e embora ele pudesse ter<br />

sido um pouco menos grosseiro sobre a maneira como ele<br />

disse, este era quem ele era, e ele não poderia mudar isso. —<br />

Você entende o que estou dizendo, Adrianna?<br />

Ela balançou a cabeça lentamente.<br />

— Sim, mas eu não quero isso. Eu não quero mais<br />

violência. Eu só quero seguir em frente e deixar tudo isso<br />

para trás.<br />

Cristo, ele iria fazer este punk de merda pagar com um<br />

monte de sangue.<br />

— Eu sei, querida, mas algumas coisas precisam ser<br />

feitas, não é?<br />

Ela não respondeu por alguns segundos, mas<br />

finalmente ela fechou os olhos e assentiu.


— Sim e mesmo que eu não soubesse se o matei lá<br />

atrás, ter mais violência acontecendo ao redor não é o que eu<br />

quero. Eu só quero seguir em frente e esquecer.<br />

— Adrianna, ambos sabemos que algumas coisas não<br />

podem ser esquecidas. — Os cílios eram tão longos, e as<br />

formas das sombras pareciam tão escuras contra a cor de<br />

pêssego de sua pele. Ele baixou o olhar para seus lábios, viu<br />

a carne cheia e vermelha, e essa necessidade de beijá-la<br />

bateu nele. Era errado, tão errado, mas ele não poderia<br />

afastar o desejo de confortá-la de uma forma física em seus<br />

pensamentos. Ela abriu os olhos lentamente de novo, e o<br />

pequeno som que escapou dela disse a <strong>Malice</strong> que ele não<br />

estava escondendo seus sentimentos em tudo. Ele viu seus<br />

olhos se arregalarem ligeiramente e mesmo que ela tivesse<br />

ficado definitivamente surpresa por ele ainda estar tão perto,<br />

e, provavelmente, pela expressão feroz no rosto, ela não o<br />

afastou. Ele inclinou-se ligeiramente, mas antes que ele<br />

pudesse fazer a porra do que ele realmente queria, houve<br />

uma batida na porta. Ele afastou-se ao mesmo tempo em que<br />

a pessoa do outro lado abriu-a.<br />

— <strong>Malice</strong>?<br />

Ele endireitou-se e olhou para Rock. O outro<br />

motociclista era um bastardo inteligente. Ele estava de pé<br />

junto à porta, e olhou entre eles. Sim, Rock pegou a tensão<br />

que claramente ainda estava saltando entre ele e Adrianna, e<br />

que ficou claro pela forma como ele levantou uma<br />

sobrancelha.


— O que foi, Rock? —Perguntou <strong>Malice</strong> e depois limpou<br />

a garganta.<br />

— Marx quer saber qual é o plano do jogo.<br />

<strong>Malice</strong> olhou para o relógio na mesa de cabeceira.<br />

Merda, eles estavam aqui por quase vinte minutos. Ele nem<br />

sequer percebeu que foi tanto tempo.<br />

— Eu estarei lá em um minuto. — Rock assentiu e não<br />

se demorou por perto. Uma vez que a porta foi fechada mais<br />

uma vez, ele se virou e olhou para ela. — Adrianna, quem é<br />

ele e onde podemos encontrá-lo? — Chega de sua excitação<br />

fodida assumir o controle.<br />

— Eu não quero mais violência.<br />

— Homens como ele precisam saber que há<br />

consequências para suas ações e são homens como eu que<br />

irá mostrar-lhes quais consequências são essas. — <strong>Malice</strong><br />

estava sentindo sua ira construir mais uma vez, e sua<br />

excitação ficou para trás. Se o bastardo covarde do Phillip<br />

fizesse algo assim para uma Senhora ou alguém ligado à<br />

merda do MC a coisa já teria chegado ao fim. Não era que o<br />

MC não ajudasse as pessoas em necessidade, porque eles<br />

faziam. Eles poderiam ter a reputação de ser uma merda, de<br />

bastardos e cheios de problemas, mas não virariam as costas<br />

para mulheres feridas. Eles podiam lidar com prostitutas,<br />

que era a sua principal fonte de renda, mas também<br />

cuidavam das mulheres feridas. O esconderijo que eles<br />

construíram entre Steel Corner e River Run era prova disso.<br />

—Mas você não me conhece, <strong>Malice</strong>.


Ouvi-la dizer o nome dele torceu seu intestino.<br />

— Eu não tenho que conhecê-la para ver que você está<br />

ferida além do nível físico. — Ele estendeu a mão e segurou o<br />

lado de seu rosto. Merda, o que diabos estava errado com ele?<br />

Ele estava agindo como um estudante chicoteado por uma<br />

boceta, queria tocá-la e se vingar por ela. Merda, eles se<br />

conheciam há apenas algumas horas, mas ele sempre seguia<br />

seus instintos e era por isso que ele não estava lutando<br />

contra o que sentia por Adrianna. Não era como se tudo que<br />

ele quisesse era mulher apenas para aquecer sua cama e<br />

para ele foder, mas não podia. Ele não faria isso. Depois que<br />

ele e Molly se separaram ele pensou que ela era a única por<br />

quem ele poderia ter sentimentos. Ele poderia não ter mais<br />

amor por ela, mas ele a amava porque ela era a mãe de seu<br />

filho. Mas olhando para Adrianna, vendo-a assustada e<br />

magoada, tentando ser tão forte, aqueceu seu coração frio.<br />

Ela era muito diferente de Molly e não apenas no físico. Onde<br />

Molly foi sempre essa coisa teimosa, Adrianna tinha essa<br />

vulnerabilidade nela, que chamava a atenção para a parte<br />

masculina daquele que queria cuidar dela. Ela era jovem,<br />

provavelmente, quase metade dos seus quarenta anos de<br />

idade, mas isso não importava. Tudo o que ele viu foi essa<br />

mulher que precisava de sua ajuda. Sim, ele a queria de uma<br />

forma desesperada, e de um jeito que estava errado também.<br />

Ela estava ferida, com medo, e queria escapar. Querer e ter<br />

eram duas coisas diferentes, e ele não ia trilhar essa linha.<br />

Não com ela.


Ela olhou para ele por alguns segundos, e embora não<br />

tivesse dito nada, ele podia ver sua mente trabalhando.<br />

— Phillip Montrose. — Ela fechou os olhos e respirou<br />

profundamente. — Ele vive mais adiante nas cabanas<br />

Bungalow fora de Winchester e Broadman. — Quando ela<br />

abriu os olhos havia esse medo gritante que não tinha nada a<br />

ver com o que aconteceu com ela. — Você não vai matá-lo,<br />

não é? — Ela disse essa última parte suavemente.<br />

Ele olhou para ela por um momento, iria dizer que ele<br />

planejava fazer exatamente isso e que ele iria se certificar de<br />

que o rosto de <strong>Malice</strong> seria o último que Phillip veria.<br />

— Será que isso importa Adrianna? — Ele gostava de<br />

dizer o nome dela, gostou da maneira que o acalmou em um<br />

sentido e a facilidade com que ele rolou de cima de sua<br />

língua. Toda esta situação não era algo que ele estava<br />

acostumado. Ele ajudou muitas mulheres, levando em conta<br />

a vida que levava com o MC e o fato de sua principal fonte de<br />

renda ser a venda de sexo. Mas esta situação toda não era<br />

algo que ele estava acostumado. Por um lado, no primeiro<br />

momento em que ele a viu, algo nele parou e ele foi forçado a<br />

registrar essa informação. E agora ao falar com ela, ouvindo a<br />

sua história e querendo abraçá-la e ter certeza que ninguém<br />

mexeria com ela novamente depois de apenas encontrá-la...<br />

Ele balançou a cabeça. Estava ferrado em todos os sentidos<br />

possíveis.<br />

— Sim, importa.


<strong>Malice</strong> deslocou para trás na cama para que ele<br />

estivesse de frente para a porta agora. Seus instintos lhe<br />

diziam para ir e acabar com esse cara sem se importar se ele<br />

morreria no final. Uma atitude brutal e cruel de se ter, mas<br />

esse era o tipo de homem que ele era e o tipo de homem que<br />

ele tinha que ser em sua posição dentro do MC. <strong>Malice</strong> não<br />

fazia nada pela metade e especialmente não quando se sentia<br />

apaixonado por alguma coisa.<br />

— Por que você não iria querer morto um homem que<br />

bateu em você? — Ele virou apenas a cabeça e olhou para<br />

ela.<br />

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, olhou para<br />

os dedos, e, finalmente, olhou para ele.<br />

— Eu posso já ter acabado com a sua vida, e embora ele<br />

tenha merecido, a própria ideia de que eu posso ter matado<br />

alguém me deixa doente. Se ele está vivo, eu não quero o seu<br />

sangue nas mãos de ninguém, muito menos nas suas.<br />

— Se ele fez isso com você, há chances de que ele já<br />

tenha feito isso antes e continuará a fazendo. — Ele sabia<br />

que sua voz era dura e inflexível e não tinha a intenção de<br />

fazê-la desconfortável, mas ele não tinha suavidade quando<br />

se tratava de merdas como essa.<br />

— Você está certo. — Ela lambeu os lábios, olhou para o<br />

relógio e em seguida, olhou para ele. — Está tarde. Estaria<br />

tudo bem se eu ficasse aqui até de manhã? — Ele não perdeu<br />

o fato de que ela desviou a conversa para algo muito mais<br />

neutro. Ela olhou para seus pés que tinham ataduras ao


edor das solas. — Eu só preciso descansar um pouco. Meus<br />

pés e rosto estão me matando.<br />

E foi assim que a raiva desapareceu e mudou quando<br />

sua preocupação se levantou.<br />

— Eu não teria dito para você ficar em outro lugar. O<br />

clube é o lugar mais seguro que você poderia estar agora.<br />

Deite-se. Vou pegar algo para a dor. — Ele se levantou e deu<br />

alguns passos em direção à porta, mas parou e olhou por<br />

cima do ombro. Ela estava de costas agora e alcançando o<br />

cobertor. — E Adrianna? — Ela fez uma pausa e olhou para<br />

ele. — Você não é nenhum problema. Se não fosse para você<br />

estar aqui, você não estaria.<br />

Ela balançou a cabeça lentamente.<br />

— Obrigada e agradeça a todos por mim.<br />

Ele deu um aceno rápido, olhou para frente, mais uma<br />

vez e foi buscar algo para ajudá-la com o desconforto.


No dia seguinte Adrianna sentou-se na mesa de madeira<br />

cheia de vincos na sala grande que ela descobriu ser a casa<br />

do The Brothers of Menace em Fairview. Ela não sabia muito<br />

sobre o estilo de vida dos motoqueiros, mas depois de ouvir<br />

conversarem no clube, ela aprendeu um pouco em um<br />

período muito curto de tempo. Alguns podem ter dito que ela<br />

estava vivendo sob uma pedra por não ter percebido logo de<br />

cara, mas para ser honesta, sua vida não lhe deu muita<br />

liberdade para pensar em outras coisas que não envolvem<br />

manter-se viva, figurativa e literalmente falando. <strong>Malice</strong><br />

sentou ao lado dela, mas ele teve sua cadeira posicionada por<br />

isso ficou em um ângulo estranho, com seu corpo de frente<br />

para ela. Ele descansou um cotovelo na madeira manchada e<br />

lascada, e olhou para ela. Sua posição era um pouco<br />

intimidante.<br />

— Você está se sentindo melhor? — Ela olhou para<br />

Marx, o presidente deste MC, e balançou a cabeça em<br />

resposta à sua pergunta.<br />

— Sim, obrigada. As pílulas que <strong>Malice</strong> me deu na noite<br />

passada me ajudaram a dormir. — Ela se mexeu na cadeira e<br />

tomou nota de que os cinco homens que estavam atualmente


sentados à mesa com ela eram grandes, de olhar assustador<br />

e tinham sua atenção exclusivamente sobre ela. O médico<br />

também lhe deu um remédio que ajudou seus pés a ficarem<br />

muito melhor. É claro que ainda havia desconforto quando<br />

ela levantava, mas não era tão ruim quanto foi ontem. Ou<br />

talvez ela só precisasse de uma boa noite de sono? Ela<br />

certamente dormiu bem naquela noite. — Eu deveria ter<br />

pensado antes de apenas correr para fora de lá, mas eu só<br />

reagi.<br />

O que aconteceu não era um segredo. Ela disse a <strong>Malice</strong>,<br />

em seguida, quando ela acordou mais de uma hora atrás e<br />

sentada na frente de todos eles, ela repetiu a mesma coisa.<br />

Também não perdeu a forma como eles se entreolharam<br />

depois que ela lhes disse tudo o que Phillip fez para ela. Bem,<br />

a maioria do que ele fez. Ela não disse detalhes sobre seu<br />

relacionamento com ele ao longo dos últimos meses. Algumas<br />

coisas eram apenas melhor deixá-las no passado, e, além<br />

disso, ela só teve um bom mês com ele. Na verdade, ela tinha<br />

vergonha de ter sido tão idiota para cair em sua manipulação<br />

em primeiro lugar.<br />

— Estou feliz que você esteja se sentindo melhor, vamos<br />

deixar o que aconteceu no passado. Vamos nos concentrar no<br />

futuro. — Marx recostou-se na cadeira, e ela rangeu um<br />

pouco com seu peso. Todos esses homens eram enormes,<br />

assustadores e não deviam nada a ninguém, isso estava<br />

claro. Não era só a maior parte de jeans e couro que eles<br />

usavam, mas a força e o poder que emanava deles. — Então,


quais são seus planos depois de pegar o seu dinheiro do<br />

banco?<br />

Ela olhou para o relógio. O banco só abriria daqui a uma<br />

hora, e, embora ela só tivesse algumas centenas de dólares<br />

lá, ela ficou feliz por ter, pelo menos, sido inteligente o<br />

suficiente para começar essa conta um ano atrás. Não havia<br />

muito dinheiro nele, porque tudo o que ela ganhou foi para<br />

sustentá-la e ao seu irmão quando ele estava vivo.<br />

— Eu não sei, honestamente. Tudo o que sei é que eu<br />

quero chegar o mais longe de Fairview que eu puder com o<br />

pouco dinheiro que tenho.<br />

Marx olhou para <strong>Malice</strong> e ela observou algum tipo de<br />

comunicação silenciosa acontecendo entre eles. Ela ouviu um<br />

pouco da conversa na reunião entre <strong>Malice</strong> e alguns outros<br />

homens que vieram até aqui do Colorado para cuidar de<br />

algum tipo de negócio. O que era esse negócio não ficou<br />

muito esclarecido para ela e Adrianna não sabia se ela ainda<br />

queria saber. Houve um ruído de pancada que veio do outro<br />

lado da sede do clube em um dos quartos. Ela olhou para o<br />

corredor para onde o som vinha, mas Marx falou novamente<br />

chamando sua atenção.<br />

— E de quanto dinheiro estamos falando? — Perguntou<br />

Marx.<br />

— Não muito, menos de quinhentos dólares, mas isso é<br />

o suficiente para me dar uma boa distância. — Pelo menos<br />

ela esperava. Ela não tinha ideia de quanto o custo de um


ilhete de ônibus seria, mas certamente não seria tão caro,<br />

especialmente dado o fato de que era só de ida.<br />

Marx começou a bater com os dedos na mesa.<br />

— Você tem alguma habilidade?<br />

— Habilidades?<br />

— NÃO! — Todo mundo se virou e olhou para <strong>Malice</strong>.<br />

Ele disse a palavra com tanta força que seu coração começou<br />

a bater mais rápido por causa disso.<br />

— Não o quê? — Marx se inclinou para frente e apoiou<br />

os braços sobre a mesa enquanto se dirigia a <strong>Malice</strong>.<br />

— Você sabe exatamente sobre o que estou recusando,<br />

Marx. — Os dois homens se encararam por alguns segundos<br />

depois que <strong>Malice</strong> falou.<br />

— Até onde eu sei, nós a mantivemos por uma noite<br />

inteira, lhe demos nossos narcóticos e precisamos chamar o<br />

médico para vir e verificar se ela estava bem. Acho que<br />

estamos em dívida.<br />

Adrianna sentiu uma onde gelada explodir dentro dela e<br />

percebeu que veio de <strong>Malice</strong>. Ela não tinha ideia do que<br />

estava acontecendo, mas não queria ver esses caras brigarem<br />

por ela.<br />

— Eu posso pagar por me deixarem ficar aqui. — Mesmo<br />

que ela tivesse pouco, eles a ajudaram e ela sabia melhor que<br />

ninguém que as coisas deste mundo não vinham de graça.<br />

— Querida, este clube faz dinheiro de um jeito diferente.<br />

— Disse Marx e sorriu para ela.


— Eu disse que não. — <strong>Malice</strong> disse novamente, mas<br />

desta vez era mais duro e mais feroz.<br />

Marx levantou as mãos em sinal de rendição.<br />

— Tudo bem, tudo bem. Não há necessidade de ser<br />

possessivo, <strong>Malice</strong>. Eu estava apenas colocando essa opção<br />

sobre a mesa. — Ele olhou para ela, apoiou as mãos sobre a<br />

mesa, em seguida, se levantou então ele estava de pé. — Eu<br />

estava apenas brincando com você sobre o pagamento,<br />

querida. — Ele olhou para <strong>Malice</strong>. — Está tudo bem, irmão.<br />

— Houve um momento de tensão que passou, e, em seguida,<br />

<strong>Malice</strong> balançou a cabeça e pareceu relaxar visivelmente. —<br />

Você a está levando com você ao cair da noite? — <strong>Malice</strong><br />

assentiu e Marx grunhiu em resposta. — Vamos manter as<br />

coisas calmas enquanto tudo está sendo feito. Não há<br />

necessidade de alertar os fanáticos da seita para o que está<br />

acontecendo. Eles têm os seus sinais e estão gritando que<br />

somos filhos da puta cruéis e imorais. — Ele olhou para<br />

Adrianna, piscou e se virou para sair. O outro homem que<br />

estava sentado ao lado dele se levantou e saiu também.<br />

Eles saíram pela porta da frente e depois ficaram<br />

somente ela, <strong>Malice</strong> e os dois motociclistas que ela sabia que<br />

estavam com ele. O silêncio se estendeu, e, finalmente, ela<br />

falou.<br />

— Desculpe-me se eu causei problemas. — Marx pode<br />

ter agido como se ele estivesse brincando, mas Adrianna<br />

sabia que <strong>Malice</strong> não gostou de tudo o que ele disse.


<strong>Malice</strong> disse algo baixo para os homens sentados ao lado<br />

dele e um segundo depois eles se levantaram e<br />

desapareceram no corredor de volta para onde ela ouviu o<br />

barulho vindo. Mantendo o olhar fixo sobre eles, ela viu como<br />

eles empurraram a porta aberta e ela jurou que ouviu<br />

mulheres falando. Ela sentiu o cabelo na parte de trás do<br />

pescoço em pé e se virou para ver <strong>Malice</strong> olhando para ela.<br />

Não sabia por que se sentia dessa maneira. Então, porque<br />

não era como se não houvesse mulheres que andavam ao<br />

redor em pouca roupa, mas algo sobre as mulheres que ouviu<br />

na parte de trás a fez um pouco inquieta.<br />

— Você não é nenhum problema. — Disse ele,<br />

quebrando a vibração estranha que estava enchendo a sala.<br />

— Você tem certeza? Porque eu sei que tipo de merda<br />

grande eu posso ter criado por me intrometer em suas vidas.<br />

O canto da boca dele ergueu-se e ela sentiu esse calor<br />

enchê-la. Começou em seus dedos do pé e irradiou por todo o<br />

seu corpo. Ele deu de ombros e apoiou um braço sobre as<br />

costas da cadeira.<br />

— Acredite em mim, este é um dos menores<br />

inconvenientes que já tivemos.<br />

Adrianna engoliu em seco e acenou com a cabeça, mas<br />

ela não poderia esquecer as palavras de Marx.<br />

— Posso perguntar o que exatamente ele estava dizendo<br />

sobre o pagamento? — Havia uma parte dela que não queria<br />

saber, mas, novamente, havia uma outra parte que já tinha<br />

uma ideia do que Marx se referiu. O som de vidros quebrados


teve seu olhar para a direita e viu uma mulher que secava<br />

pratos atrás do bar. A outra, um pouco mais jovem do que o<br />

barman, saiu de um quarto com uma caixa de cerveja. Ela<br />

usava um corte bacana, tinha cabelos descoloridos com<br />

raízes escuras, e parecia pior por causa do desgaste. Quando<br />

ela olhou para <strong>Malice</strong> foi para vê-lo com a mesma expressão<br />

dura. Ele parecia chateado, mas antes que pudesse dizer<br />

qualquer coisa ele começou a falar.<br />

— Tenho certeza que se você pensar o suficiente, você<br />

pode vir a entender o que Marx estava querendo dizer. — Ele<br />

apertou os dentes, e ela viu que suas mãos estavam<br />

apertadas em punho em cima da mesa.<br />

— Sexo. — Ela não disse a frase como uma pergunta e<br />

<strong>Malice</strong> não respondeu, mas ele tencionou sua mandíbula<br />

ainda mais forte. Esta reação dele era estranha, mas talvez<br />

houvesse mais coisa entre os dois homens?<br />

— Sexo e muito mais.<br />

— Mais? — Ela sentou-se ereta, e sua mente trabalhou<br />

em tudo o que "mais" poderia significar.<br />

— Mais, Adrianna. Como abrir as pernas para qualquer<br />

um e fazer dinheiro para o clube. — Ele se levantou de<br />

repente e começou a andar. — De boa vontade, é claro,<br />

porque o clube não força as mulheres a ter relações sexuais<br />

com homens. Podemos ser bastardos, mas não somos<br />

homens fodidos que gostam de ver mulheres machucadas. —<br />

Ele parecia tão fora de si e ela podia não o conhecer muito


em, mas por algum motivo Adrianna teve um sentimento<br />

que este não era quem ele normalmente era.<br />

Seu pulso batia mais rápido, mas ela não ficou surpresa<br />

com essa revelação. Na verdade, este não era mesmo um<br />

tópico novo para ela. Viu sua mãe prostituir-se muitas vezes<br />

no barraco que era sua casa. Foi uma parte de sua vida<br />

muito triste.<br />

— <strong>Malice</strong>?<br />

Ele parou de andar e olhou para ela e por um segundo<br />

foi tudo o que eles fizeram.<br />

— Sim, Adrianna?<br />

A maneira como ele disse o nome dela não deveria ter<br />

causado um formigamento em sua barriga. Ela abriu a boca,<br />

não sabia exatamente o que ela ia dizer, mas o som de vidro<br />

quebrando no chão salvou-a de dizer algo enormemente<br />

estúpido.<br />

— Desculpa gente.<br />

Adrianna olhou para a jovem que deixou cair o vidro.<br />

Ela sorriu e acenou para Adrianna e ela se viu sorrindo de<br />

volta. Sentia-se tão estranha quando um desconhecido lhe<br />

mostrava qualquer tipo de bondade.<br />

— Se você está pronta eu posso levá-la para o banco. —<br />

<strong>Malice</strong> disse e ela olhou para ele. Deixá-lo agora parecia a<br />

melhor coisa a fazer, especialmente considerando a oferta de<br />

ter relações sexuais com homens aleatórios. Ela se levantou,<br />

sorriu para suavizar a situação e esperou que ele dissesse


algo mais. Talvez ele estivesse passando por problemas<br />

pessoais e ter que lidar com ela e essa necessidade de lidar<br />

com Phillip era apenas o problema menor que ele pegou?<br />

Parecia plausível e quanto mais rápido ela ficasse longe, mais<br />

rápido eles poderiam continuar com suas vidas.<br />

— Sim, tudo bem! — Disse ela em um tom estranho.<br />

Ele inclinou a cabeça em direção ao quarto em que ela<br />

ficou a noite passada e ela caminhou de volta lá. Não foi<br />

muito longe mancando do jeito que estava. Um segundo<br />

depois <strong>Malice</strong> teve seu braço em volta da sua cintura e estava<br />

apoiando seu peso enquanto iam em direção ao quarto.<br />

— Eu posso andar, <strong>Malice</strong>. Meus pés estão bem melhor.<br />

— Você está se sentindo bem agora. — Disse<br />

rispidamente e continuava a avançar. — Mas eu não acho<br />

que a pressa seja a melhor coisa a fazer neste momento. —<br />

Ela inclinou a cabeça para trás e olhou para o rosto dele, ele<br />

estava levando-a ao virar no fim do corredor e para o quarto<br />

antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. — Eu acho que é<br />

realmente o melhor plano. — Ele colocou Adrianna na cama,<br />

mas ficou para trás. Mudou-se para a parede e apoiou seu<br />

grande corpo contra ela e cruzou os braços. Ele assumiu esta<br />

posição muito beligerante para que ela não chegasse até ele.<br />

Ele estava claramente lidando com sua própria merda e ela<br />

também.<br />

— E se eu pudesse conseguir um emprego para você no<br />

Colorado?<br />

Essa declaração fez tudo dentro e ao redor dela parar.


— O quê? — Ela ouviu certo o que ele falou, não ouviu?<br />

— Um trabalho? — Adrianna balançou a cabeça em<br />

perplexidade. — Você nem me conhece e eu tenho mais<br />

bagagem emocional do que até mesmo eu possa pensar. — E<br />

pensar que ele iria oferecer-lhe um emprego só porque ele<br />

queria ter certeza de que ela estava bem fez lágrimas<br />

formando nos cantos dos seus olhos. Mas é claro que a parte<br />

cínica e cuidadosa dela, a que a mantinha viva esse tempo<br />

todo porque ela confiou nele, disse-lhe que esse homem tinha<br />

um monte de escuridão nele, também. Ele pode ser perigoso,<br />

mas por baixo daquele exterior duro ela experimentou um<br />

lado mais suave dele.<br />

— Sim, Adrianna, um emprego. — Ele se afastou da<br />

parede e parou quando ele estava alguns centímetros dela. —<br />

Mas antes de dizer qualquer coisa, eu quero que você saiba<br />

que você estaria recebendo para si mesma se você concordar<br />

com ele.<br />

Ela sentiu um embrulho no estômago, porque o que<br />

quer que <strong>Malice</strong> tivesse a dizer a ela provavelmente não era<br />

nada bom.


Que porra você está fazendo, <strong>Malice</strong>? Esse foi o<br />

pensamento que passou direto através de sua cabeça quando<br />

disse a Adrianna sobre um trabalho no Colorado. O que<br />

diabos ele estava pensando oferecendo-lhe algo que nem<br />

sequer existia? E se ela realmente aceitasse a oferta, mesmo<br />

depois de todas as merdas ruins que ele estava prestes a<br />

dizer-lhe, ele ia ter que lidar com a possível consequência de<br />

trazer uma pessoa de fora para o clube para a proteção. Mas<br />

ele não era capaz de ajudar a si mesmo e já disse as palavras<br />

antes que ele percebesse o que diabos estava fazendo. Ele<br />

exalou e passou a mão em seu cabelo, que estava ficando um<br />

pouco longo demais. Agarrou a cadeira da qual ele acabou de<br />

se levantar e puxou-a para que ele pudesse sentar-se<br />

novamente em frente dela. Por um segundo, tudo que ele fez<br />

foi olhar para as mãos, tentando descobrir o que diabos ele ia<br />

dizer. Será que ele ainda teria um trabalho que ela pudesse<br />

fazer se ela concordasse em ir com ele? Ele tinha certeza de<br />

que poderia encontrar algo para ela dentro do clube, mas ele<br />

teria que perguntar a Lucien e ao resto dos membros se<br />

estaria tudo ok. Ele ainda não falou com Lucien e embora


tivessem outros postos de trabalho no MC que não tinham<br />

nada a ver com o real trabalho, aquelas meninas tiveram<br />

seus postos em seu tempo ou estavam se recuperando de um<br />

passado traumático.<br />

Mas não era a mesma coisa que aconteceu com<br />

Adrianna? Ela foi ferida e precisava de um refúgio seguro. Ele<br />

queria prover isso para ela. O que <strong>Malice</strong> sabia com uma<br />

puta certeza era que ele poderia se engasgar com essa merda<br />

e com o fato de que ele não podia deixá-la simplesmente<br />

desaparecer. Não sabia por que se sentia dessa maneira, e<br />

não questionava. Seus instintos lhe diziam que ela precisava<br />

ficar por perto e ele sempre fazia o que seu instinto dizia.<br />

— Meu clube fica em River Run, Colorado. — Ele olhou<br />

para ela e manteve sua cabeça baixa. — Eu não posso dizer<br />

com certeza que tipo de trabalho você estaria fazendo, mas<br />

com toda certeza de que não tem nada a ver com a venda de<br />

seu corpo. — Ele se endireitou em seu assento e esfregou as<br />

mãos sobre o jeans desgastado que cobria suas coxas. Ela<br />

não disse nada em resposta, mas houve este olhar incerto e<br />

surpreendido em sua face. — Eu sei que isto é uma sugestão<br />

muito aleatória e louca, mas eu estaria mentindo se eu<br />

dissesse que eu não teria um problema em deixá-la no banco<br />

para encontrar o seu próprio caminho. — Ele se inclinou para<br />

trás na cadeira, e a madeira rangeu com seu peso.<br />

— E se eu dissesse simplesmente para você me deixar<br />

no banco, você estaria bem com isso?


Ele não perdeu o jeito que ela agarrava na beira de sua<br />

camisa. Pelo menos Marx trouxe uma muda de roupa para<br />

ela esta manhã. Ela não está mais em tops e shorts<br />

transparentes, e agora usava uma dessas calças tipo legging<br />

pretas que agarravam nela como uma segunda pele. Pelo<br />

menos sua camisa era longa e cobria sua bunda, porque ele<br />

viu a forma como o material elástico da calça moldou seus<br />

grandes montes. O pensamento de que cada motociclista<br />

maldito neste lugar estaria se masturbando por aquela visão<br />

em algum momento o irritou. Ele levantou um ombro como<br />

quem não poderia fazer nada.<br />

— Isso é com você. Eu não vou prendê-la na minha<br />

motocicleta e faze-la ir a qualquer lugar. — Não, ele não iria,<br />

mas porra, só de pensar em vê-la a pé, possivelmente, cair na<br />

mesma vida que ela estava tentando sair o deixou inquieto.<br />

— Quero dizer, não que eu não serei para sempre grata<br />

a você e aos outros que me ajudaram, porque eu vou ser,<br />

todos os dias. — Ela olhou para suas mãos no colo. — Eu só<br />

acho que ir com você pode não ser a melhor coisa para<br />

qualquer um de nós.<br />

Ele não ia discutir o caso ou pedir-lhe para vir com ele.<br />

Ele quis realmente dizer que seria como ela quisesse e ele ia<br />

apenas ter que lidar com sua decisão. Ele se levantou,<br />

apertou as mãos ao seu lado e acenou com a cabeça uma vez.<br />

— Se você quiser ir ao banco, podemos sair assim que<br />

estiver pronta. — Ele poderia prendê-la, mas isso não<br />

significa que ele não estava chateado por causa disso.


Ela assentiu com a cabeça.<br />

— Sim. Eu só vou terminar de me aprontar.<br />

Ele deixou-a sozinha e se dirigiu para a porta da frente<br />

do clube, mas parou quando escutou uma porta abrir no final<br />

do corredor. Olhando por cima do ombro, ele viu Rock e Run<br />

vindo do quarto dos fundos onde ele sabia que as mulheres<br />

que seriam levadas ao River Run viviam atualmente. Havia<br />

seis delas ao todo, não era muito afinal de contas, mas para<br />

uma cidade tão pequena, mesmo uma menina vendendo sua<br />

boceta já era muito.<br />

Rock e Run ergueram seu queixo em saudação e os três<br />

se dirigiram para fora das portas principais. Run estava<br />

acendendo um cigarro, a porta ainda fechada atrás deles. O<br />

som da música do outro lado do clube disse a <strong>Malice</strong> que<br />

alguns dos rapazes estavam trabalhando na garagem, o que<br />

foi comprovado quando escutaram algumas palavras bem<br />

escolhidas sobre um motor de Harley.<br />

— Está tudo pronto para voltarmos para River Run hoje<br />

à noite? — Run perguntou e foi até uma das mesas de<br />

piquenique ao lado.<br />

<strong>Malice</strong> assentiu.<br />

— Sim, desde que a carga esteja toda pronta, e não<br />

tenhamos problemas com essas pessoas que protestam que<br />

Marx continua falando. — Ele não fazia segredo quando se<br />

referia às mulheres como carga, mas com toda a merda<br />

acontecendo em Fairview agora poderia haver olhos curiosos<br />

e ouvidos abertos.


— Está resolvido. Apenas as malas e mais alguma coisa,<br />

mas eu disse à elas para levar o básico e o que elas<br />

precisarem será fornecido uma vez que voltarem para o<br />

Colorado.<br />

<strong>Malice</strong> balançou a cabeça novamente e encostou-se na<br />

parede do edifício. Tudo o que podia pensar era em Adrianna<br />

e o que aconteceria com ela uma vez que eles deixarem<br />

Fairview para trás.<br />

— <strong>Malice</strong>, homem, você me ouviu? — Run disse<br />

retirando o cigarro da boca.<br />

— O quê? — Ele poderia usar uma massagem agora,<br />

algo para ajudar a aliviar esta tensão selvagem que ele sentia<br />

por dentro, mas estava muito cedo para tudo isso.<br />

Run deu uma tragada profunda de seu cigarro, segurou<br />

a fumaça, e depois exalou.<br />

— Basta ter certeza de que você ouviu a merda que eu<br />

disse sobre as meninas, ouviu?<br />

<strong>Malice</strong> esfregou uma mão sobre o rosto.<br />

— Sim, eu ouvi. Eu só tenho outras coisas na cabeça.<br />

Rock resmungou algo ininteligível e se virou para olhar<br />

para <strong>Malice</strong>.<br />

— O quê? — <strong>Malice</strong> não estava disposto a ouvir besteira<br />

do Rock também.<br />

O outro motociclista deu de ombros e se moveu para<br />

sentar ao lado de Run sobre a mesa.


— Nada. Basta saber qual é a palavra sobre aquela<br />

mulher, e se isso é o que você tem pensado recentemente.<br />

— Recentemente? Sobre que porra você está falando?<br />

Nós apenas a encontramos na noite passada. — <strong>Malice</strong> sabia<br />

que ele estava soando totalmente defensivo.<br />

Rock apoiou os braços sobre suas coxas e olhou para<br />

<strong>Malice</strong>. Rock levantou as mãos em sinal de rendição.<br />

— Ei, não estou tentando levar um chute nas bolas,<br />

homem.<br />

<strong>Malice</strong> não queria falar sobre isso, porque ele já estava<br />

se sentindo irritado por causa de Adrianna.<br />

— Não quero nenhuma palavra sobre ela. Vou levá-la ao<br />

banco para pegar o dinheiro dela e ela seguirá sua vida. —<br />

Houve um momento estranho de silêncio e ele sacudiu a<br />

cabeça e enfiou as mãos nos bolsos. — Se vocês dois têm algo<br />

a dizer, desembuchem. — Ele sabia que tinham mais em<br />

suas cabeças pela forma como olharam para ele e depois um<br />

para o outro.<br />

— Nada! — Disse Run. — Não, isso é uma mentira do<br />

caralho. — Run riu, mas era esse som profundo que não<br />

possuía qualquer diversão. — Quero dizer, você ficou<br />

extremamente territorial quando Marx sugeriu para que ela<br />

fizesse programa.<br />

O som que veio de <strong>Malice</strong> teve Run e Rock juntando<br />

suas sobrancelhas.


— Eu não estava agindo de maneira nenhuma. Eu<br />

estava chateado porque foi sugerido que ela fizesse essa<br />

merda depois do que aconteceu com ela.<br />

Rock assentiu.<br />

— Sim, essa não teria sido a minha sugestão, mas este é<br />

o lugar de Marx e também precisamos lembrar-nos disso,<br />

<strong>Malice</strong>.<br />

— Sim, eu não esqueci, mas isso não significa que eu<br />

não irei defender uma mulher que foi claramente magoada —<br />

<strong>Malice</strong> disse entre dentes.<br />

— Wow, homem, não há nenhuma necessidade para<br />

ficar tão irritadinho — Run levantou a mão e toda diversão<br />

fugiu de sua expressão.<br />

— Além disso, nós dois sabemos que Marx não teria<br />

sugerido, na verdade, perguntado se ela queria vender seu<br />

corpo. Ele pode ter um sentido doente e fodido de humor,<br />

mas ele não iria prejudicar ainda mais uma mulher. Ele<br />

cuida de suas meninas tão bem como nós cuidamos das<br />

nossas — disse Rock. — Quero dizer, ele nos pediu para leválas<br />

ao River Run para que elas estivessem seguras.<br />

<strong>Malice</strong> sabia, mas isso não teria mudado como ele agiu<br />

de qualquer maneira. A necessidade de dizer algo quanto ao<br />

que foi criado era feroz e forte e se tivesse que fazer tudo de<br />

novo, ele teria feito exatamente da mesma maneira.<br />

— A conversa sobre Adrianna está longa.


Rock levantou uma sobrancelha e levantou as mãos em<br />

sinal de rendição.<br />

— Considere terminada.<br />

Todos eles ficaram lá por alguns momentos e embora<br />

houvesse esse silêncio pesado entre eles, foi do jeito que<br />

<strong>Malice</strong> disse. A porta ao lado dele abriu e ele olhou para ver<br />

Adrianna saindo. A única coisa que parecia diferente sobre<br />

ela era que colocou seu longo cabelo escuro em um rabo de<br />

cavalo. Seus dedos coçaram como se tivessem vontade<br />

própria para afastar a mecha de sua franja que tocava na<br />

testa. Ela parou, não o vendo imediatamente e o aroma de<br />

sua pele encheu seu nariz. Foi o mesmo aroma floral que fez<br />

seu pulso acelerar, seu pau endurecer e uma série de coisas<br />

sujas passarem sua cabeça.<br />

— Pronto? — Ela perguntou em voz baixa.<br />

<strong>Malice</strong> assentiu e se afastou da parede. Sua camisa<br />

estava para fora da calça, então pelo menos ele não teve que<br />

tentar esconder seu pau semiereto.<br />

— Sim, vamos. — Ele andou até Run. — Dê-me as<br />

chaves da van. Eu não quero ela andando na traseira da<br />

minha moto ferida como ela está.<br />

Run pegou as chaves do bolso da frente e as entregou.<br />

<strong>Malice</strong> virou-se e fez um gesto para Adrianna segui-lo.<br />

Eles caminharam até a van, e ele abriu a porta para ela. Não<br />

perdeu a careta que ela fez e assim ele passou as mãos em<br />

volta da sua cintura e gentilmente levantou-a no banco.


— Obrigada. — O jeito que ela olhou para ele de lado, a<br />

metade inferior do rosto parcialmente protegida por seu<br />

ombro, seu olhar inocente e sedutor o fez perder o fôlego.<br />

Ele não respondeu, mas acenou com a cabeça e fechou<br />

a porta. Contornando a van pela frente, subiu, ligou o motor<br />

e disse a si mesmo que deixá-la como ela queria. Era a<br />

melhor coisa a fazer... não era?


Sentaram-se em silêncio enquanto <strong>Malice</strong> os levava de<br />

volta para o centro da cidade. Adrianna não se incomodou em<br />

tentar iniciar uma conversa, porque seus pensamentos<br />

estavam focados no qual seria seu próximo passo quando<br />

<strong>Malice</strong> fosse embora e ela estivesse sozinha. Ele a fez pensar<br />

em sua oferta para um trabalho, mas o quão inteligente era ir<br />

com um homem que ela mal conhecia que estava em um<br />

clube de motociclistas e disse a ela que iria fazer algum tipo<br />

de retaliação a Phillip, se ela já não o tivesse matado? Ela era<br />

uma bagunça mental, estava emocionalmente instável, e não<br />

achava que apenas partir com ele iria resolver algum dos<br />

problemas que ela tinha atualmente. Mas não era apenas<br />

isso. Ela tinha algumas questões que certamente não<br />

precisava cair em seu colo. Ela já tinha preocupações e<br />

drama suficientes em sua vida, e se envolver em outra coisa,<br />

mesmo que ele não tivesse sido nada além de gentil com ela,<br />

provavelmente não era um passo na direção certa.<br />

Eles finalmente chegaram à cidade quinze minutos mais<br />

tarde, e <strong>Malice</strong> manobrou a van estacionando no meio-fio em<br />

frente ao banco. Por um momento ela não sabia o que dizer.<br />

Será que ela lhe dava adeus? Parecia tão ingrato apenas o


deixar desta forma, mas não era como se tivesse um<br />

relacionamento com ele ou com o seu clube. Ela o conhecia<br />

menos de vinte e quatro horas. Certamente ele tinha uma<br />

vida para voltar, talvez até mesmo tivesse uma esposa ou<br />

namorada e filhos? Virando-se então ela estava,<br />

parcialmente, de frente para ele, lambeu os lábios e viu a<br />

maneira como ele tinha uma mão apertando no volante.<br />

— Muito obrigada pela carona, e por todo o resto. —<br />

Olhando para longe dele e para fora da janela do lado do<br />

passageiro viu algumas pessoas entrarem no banco. — Por<br />

favor, diga a todos que eu disse obrigada, e se não fosse por<br />

você e eles eu provavelmente estaria morta agora. — Ela o<br />

ouviu ranger os dentes e olhou para ele novamente. — Tentei<br />

encontrar os outros caras para dizer-lhes obrigada, mas o<br />

interior do clube estava deserto.<br />

Ele estava olhando para ela, mas ainda tinha as juntas<br />

dos dedos brancas no volante.<br />

— Sem problemas. Vou dizer a eles. — Ele sorriu, mas<br />

pareceu um pouco forçado. — Tem certeza de que é isso que<br />

você quer?<br />

Ela assentiu com a cabeça.<br />

— Eu não sei se é o que eu quero, mas parece ser a<br />

coisa mais inteligente a fazer agora.<br />

Ele assentiu.<br />

— Cuide-se. — Ele se moveu para que pudesse pegar<br />

algo do interior de seu colete de couro. Parecia um pequeno


pedaço de papel. Ele pegou uma caneta do console central e<br />

escreveu algo sobre ele antes de entregá-lo.<br />

Adrianna segurou o pequeno pedaço de papel na mão e<br />

olhou para o número de telefone em uma caligrafia masculina<br />

sobre ele.<br />

— O seu número de telefone. — Ela não indicou como<br />

uma pergunta. Ele nunca saberia o quanto esses dez dígitos<br />

significavam para ela.<br />

—Se você precisar de alguma coisa é só chamar. — Ele<br />

acenou com a cabeça mais uma vez e olhou para frente.<br />

— Mais uma vez obrigada. — Ela estendeu o braço e<br />

colocou a mão em seu torso nu, sentiu os músculos fortes<br />

enrijecer sob seu toque, e sentiu os tentáculos do desejo a<br />

envolverem. Ela rapidamente retirou a mão, porque seus<br />

desejos eram injustificados e totalmente inadequados, devido<br />

à situação. Ela agarrou a maçaneta da porta, prestes a deixar<br />

tudo isso para trás, quando uma visão do outro lado da rua a<br />

fez parar. Saindo da loja de conveniência estava Phillip. Ele<br />

tinha uma bandagem branca envolvida em torno do lado do<br />

pescoço, mas independente disso ele parecia bem. Será que<br />

ela pensou que o machucou mais do que realmente tinha?<br />

Ela deve ter imaginado, porque em comparação a ela, ele<br />

parecia estar em condições melhores. Sua mão que não<br />

segurava a porta tremeu ligeiramente, mas não foi porque ela<br />

estivesse com medo de Phillip, não realmente. Seus nervos<br />

estavam firmes, e vê-lo andando e rindo com a mulher que<br />

estava, era uma espécie de alívio. Ela se preocupou que o<br />

tivesse matado, e apesar de todas as coisas que fez para ela, e


como lutou para se manter viva, a morte de alguém em suas<br />

mãos ainda era um fardo pesado.<br />

Parecia que o mundo parou e se movimentava em<br />

câmera lenta, enquanto ela olhava para Phillip e a mulher<br />

pouco vestida. Mas tudo voltou ao normal quando dedos<br />

fortes pressionando em sua mandíbula a forçaram a olhar<br />

para <strong>Malice</strong>. Ele usava uma expressão muito preocupada no<br />

rosto. Ela viu sua boca se movimentar, mas havia um<br />

barulho em seus ouvidos e ela não conseguia ouvir nada.<br />

Com o canto do olho, ela viu Phillip começar a andar em<br />

direção a eles. Embora estivesse em frente, não seria capaz<br />

de dizer que ela estava no lado do passageiro, ou pelo menos<br />

ela esperava que não, esse medo que ele ainda seria capaz de<br />

machucá-la a tocou.<br />

— Adrianna? Cristo, qual diabos é o problema?<br />

A voz profunda de <strong>Malice</strong> finalmente veio através do<br />

zumbido em sua cabeça, e ela piscou rapidamente. Não lhe<br />

dizer que Phillip estava do outro lado da rua foi a primeira<br />

coisa que veio a sua mente, mas ela sabia que era uma tolice.<br />

<strong>Malice</strong> merecia saber por que ela estava agindo como uma<br />

aberração. Mas ela olhou como ele estava agindo e viu como<br />

isso a afetou de forma tão horrível que fez lágrimas de raiva<br />

queimarem no canto de seus olhos. Ela olhou para <strong>Malice</strong><br />

novamente para responder, mas viu que seu foco estava em<br />

Phillip. Ele obviamente não sabia quem ele era só de olhar,<br />

mas ela podia ver como apertou a mandíbula, ouviu o som de<br />

sua respiração rápida e dura, e viu que ele continuava<br />

abrindo e fechando a mão. Ele sabia.


— <strong>Malice</strong>? — Ela disse seu nome suavemente, e depois<br />

de alguns segundos ele finalmente se virou.<br />

— É ele. —, disse entre dentes, mas ela não precisava<br />

acenar ou dizer-lhe verbalmente que era Phillip porque ela<br />

podia ver em seus olhos cinzentos que o conhecimento já<br />

estava lá.<br />

Adrianna não sabia o que ela esperava que ele fizesse,<br />

mas enfiar a mão no casaco e pegar o seu telefone não era<br />

um deles. Ele digitou um número e colocou o telefone no<br />

ouvido. Depois de um momento ele disse a alguém para<br />

encontrá-los no banco. Ela olhou para Phillip novamente e o<br />

viu indo para o primeiro e único bar em Fairview. Era quase<br />

nove horas da manhã, mas ele sempre tinha sede, não<br />

importava a hora do dia.<br />

— Fique na van, Adrianna, — <strong>Malice</strong> disse em uma voz<br />

dura e fria. Ele olhou para ela de novo, e ela engoliu<br />

bruscamente.<br />

Ela pensou que ele ia sair do veículo e ir atrás de Phillip,<br />

mas ele não se mexeu.<br />

— O que você vai fazer?<br />

Ele balançou a cabeça e se concentrou no bar do outro<br />

lado da rua.<br />

— Nada que não precisa ser feito.<br />

Suas palavras enigmáticas fizeram seu estômago<br />

apertar. Mas Adrianna não se moveu, e ela com certeza não<br />

tentaria sair da van. Sentia-se segura com <strong>Malice</strong>, e o


pensamento de deixar esse sentimento de lado, especialmente<br />

com Phillip do outro lado da rua, não era um passo que ela ia<br />

tomar. Então o som de uma motocicleta interrompeu seus<br />

pensamentos quase vinte minutos depois. O tempo parecia<br />

ter parado quando ela se sentou ao lado de <strong>Malice</strong> neste<br />

silêncio muito desconfortável. O homem que ela ouviu <strong>Malice</strong><br />

chamar era Rock e parou sua motocicleta na calçada bem em<br />

frente da van. Ele tirou o capacete, e seu cabelo loiro<br />

desgrenhado levantou-se em torno de sua cabeça. Ele tinha<br />

óculos escuros, e quando se virou, ela podia ver a tattoo que<br />

vinha de cima abaixo do colarinho de sua camisa e colete de<br />

couro.<br />

— Eu já volto. — <strong>Malice</strong> estava fora antes que ela<br />

pudesse responder.<br />

Adrianna observou-o andar até Rock, que estava<br />

desmontando sua moto. Eles falaram muito baixo para ela<br />

não ouvir o que estava sendo dito, mesmo que as janelas<br />

estando abertas, com o olhar de Rock para o bar, sabia que<br />

eles estavam falando de Phillip. Depois de alguns minutos,<br />

não foi <strong>Malice</strong> que voltou para a van e sentou-se do lado do<br />

motorista, mas Rock. Ela olhou para ele por um minuto,<br />

perguntando o que estava acontecendo e se ela deveria<br />

mesmo perguntar. Mas bem quando ela abriu a boca Rock<br />

ligou o motor e colocou a van em sentido contrário.<br />

— <strong>Malice</strong> tem alguns negócios para cuidar, mas vai<br />

encontrar-nos de volta no clube.<br />

— Mas o meu dinheiro, Phillip e <strong>Malice</strong> vão ficar ok?


Rock sacudiu a cabeça.<br />

— Não se preocupe com nada disso agora. Só me<br />

disseram para levá-la de volta ao clube, e eu não vou discutir<br />

com <strong>Malice</strong>.<br />

Ela estava tão atordoada que nem sequer discutiu. Ela<br />

olhou para <strong>Malice</strong> e viu que ele estava olhando para ela. Mas<br />

ele não a fitou por muito tempo. Virou-se e atravessou a rua<br />

diretamente para o bar que Phillip foi.<br />

Deixar Adrianna assim sem uma palavra sobre o que ele<br />

estava fazendo não foi o movimento mais inteligente, mas,<br />

novamente <strong>Malice</strong> não era um tipo elegante de cara. Ele agia<br />

primeiro e pensava sobre as repercussões depois. Agora ele<br />

queria bater muito naquele pequeno pau de merda que feriu<br />

Adrianna. Ela poderia não ter saído e lhe dito que era ele do<br />

outro lado da rua, mas a reação de seu corpo, e o jeito que<br />

ela parecia um cervo parado na frente dos faróis deu-lhe a<br />

resposta. Então, sem pensar apenas chamou Rock para levar<br />

Adrianna de volta ao clube, <strong>Malice</strong> caminhou para o bar.<br />

Ele abriu a porta e entrou no ambiente escuro e cheio de<br />

fumaça. Alguma música country tocava alto, e, embora só<br />

fosse um pouco mais que nove horas da manhã havia alguns<br />

caras já no bar com cervejas na frente deles. <strong>Malice</strong> esperou<br />

sua visão ficar clara, e depois examinou ao redor até que viu


o filho da puta que atualmente estava sussurrando no ouvido<br />

de alguma vadia. <strong>Malice</strong> baixou a cabeça, mas manteve o<br />

olhar fixo no homem que em breve veria qual era a sensação<br />

de estar à mercê de alguém maior que ele. Seu sangue<br />

bombeou forte e rápido, e a testosterona e endorfinas que<br />

corriam em suas veias fizeram seus músculos incharem com<br />

a necessidade de violência. <strong>Malice</strong> deu um passo adiante,<br />

mas quando a ação causou um ranger de tabuas sob seu<br />

peso os clientes no bar pararam o que eles estavam fazendo e<br />

olharam para ele como se tivessem acabado de perceber sua<br />

presença. Tão rapidamente como eles olharam para ele<br />

voltaram para as suas bebidas. Mas a única pessoa que ele<br />

tinha toda a sua atenção não tinha nem sequer piscado na<br />

direção de <strong>Malice</strong>.<br />

<strong>Malice</strong> moveu-se para mais perto do bar, e continuou<br />

até que estava a apenas um metro de distância de Phillip.<br />

<strong>Malice</strong> ficou ali por alguns segundos enquanto a menina no<br />

colo de Phillip ria e passava os dedos sobre a gola do casaco.<br />

Mas <strong>Malice</strong> não se moveu, nem sequer respirou enquanto<br />

esperava para que este bastardo percebesse que ele não<br />

estava sozinho. Seus dedos doíam apertando as mãos com<br />

tanta força, quando Phillip finalmente olhou para ele, <strong>Malice</strong><br />

deixou um sorriso sádico cobrir o rosto. Todas as coisas que<br />

ele queria fazer com esse bastardo passaram através de sua<br />

mente.<br />

— Que porra você quer? — Havia um tom quase<br />

desgostoso na voz de Phillip, e <strong>Malice</strong> sabia que esse cara<br />

pensava que era algum tipo de grande merda nesta cidade. E


talvez ele fosse, mas <strong>Malice</strong> não dava a mínima de qualquer<br />

maneira. Ele não conhecia <strong>Malice</strong>, mas ele iria saber em<br />

breve do que ele era capaz.<br />

<strong>Malice</strong> poderia ter dito um monte de merda em resposta,<br />

mas ele não se preocupou. Este pequeno merda saberia em<br />

abundância quando <strong>Malice</strong> tivesse terminado com ele.<br />

Phillip empurrou a mulher para fora de seu colo e<br />

lentamente se levantou.<br />

— Há algo em sua cabeça, seu babaca?<br />

<strong>Malice</strong> olhou para o curativo que estava enrolado em<br />

torno do lado do pescoço de Phillip, e suas emoções já<br />

turbulentas ficaram ainda maiores. Ele queria sangue, queria<br />

quebrar os ossos deste filho da puta, e queria fazer tudo isso<br />

porque ele ousara machucar Adrianna.<br />

— Parece que você teve alguma má sorte. — Ele não fez<br />

a frase como uma pergunta, e quando seu olhar travou com<br />

Phillip deu para ver que o pequeno idiota estava sorrindo.<br />

— Isso? — Ele apontou para o seu pescoço, e depois deu<br />

de ombros. — A causa deste problema será tratada muito em<br />

breve.<br />

Eles olharam um para o outro em silêncio por alguns<br />

segundos, e <strong>Malice</strong> podia sentir a raiva do outro homem,<br />

como se fosse a sua própria. Bom, ele queria que este filho da<br />

puta ficasse puto, porque não havia nenhuma satisfação em<br />

uma luta que não fosse recíproca.


— Então, a menos que você tenha algo mais a dizer em<br />

vez de tentar falar doce comigo e se meter em meus assuntos,<br />

eu sugiro que você dê o fora.<br />

<strong>Malice</strong> obrigou-se a relaxar as mãos, se virar e ir para o<br />

bar. Esperaria o momento certo para dar a resposta, e<br />

quando o confrontasse eles não teriam uma audiência. A dor<br />

que ele daria a Phillip seria um prazer que rivalizava com<br />

todos os outros. Ele descansou seus antebraços no balcão<br />

cheio de vincos do bar e pediu um copo de água. O espelho<br />

na frente dele refletiu as inúmeras garrafas de bebidas, mas<br />

também lhe deu uma visão desobstruída de Phillip. Ele voltou<br />

para as carícias com a mulher loira oxigenada, mas depois de<br />

uma dose de uísque e uma cerveja pareceu derrubá-lo, Phillip<br />

se levantou, e puxou a loira para sair com ele. Ele olhou para<br />

<strong>Malice</strong> antes de sair, o que fez o sangue de <strong>Malice</strong> bombear<br />

mais e mais rápido assim como o seu ritmo cardíaco.<br />

Normalmente ele só machucava alguém que precisava de um<br />

bom chute na bunda. Ele não esperava e não se preocupava<br />

com as pessoas assistindo, mas esta não era a sua cidade, e<br />

ele precisava cuidar de seus passos, especialmente com toda<br />

a porcaria acontecendo com os manifestantes e prostitutas.<br />

Afastando-se do balcão ele saiu, viu Phillip entrar em uma<br />

SUV nova. Ele foi até a moto do Rock, e assim que colocou<br />

seu capacete e ligou o motor puxou para a estrada e seguiu a<br />

SUV de Phillip. Ele não se importava se o desgraçado o viu<br />

segui-lo. Na verdade, Phillip teria que ser um idiota de merda,<br />

porque <strong>Malice</strong> não estava tornando um segredo que ele estava<br />

na traseira de seu SUV.


Não importava onde este idiota estava indo, porque<br />

<strong>Malice</strong> iria segui-lo. Ele precisava ver essa dor em sua cara,<br />

necessitava ao imaginar toda a dor que Adrianna atravessou<br />

em sua cabeça enquanto ele batia com o punho na cara de<br />

Phillip. Ele continuou a segui-lo por mais cinco minutos.<br />

Deixou a loira em algum dos bairros mais antigos da cidade,<br />

e continuou a dirigir por mais dez minutos. A estrada tornouse<br />

menos movimentada e, finalmente, Phillip parou o SUV no<br />

acostamento. A maneira como ele freou o veículo ao lado da<br />

estrada fez os pneus levantarem poeira e detritos. <strong>Malice</strong><br />

parou atrás dele, desligou o motor e desceu de sua<br />

motocicleta assim como Phillip abriu a porta do carro e<br />

fechou de repente.<br />

— Você levanta o dedo na minha cara no maldito bar,<br />

sem motivo aparente, e agora está me seguindo? — Phillip<br />

respirava com dificuldade, e seu peito subia e descia<br />

duramente. Ele não era um cara pequeno, mas em<br />

comparação com a altura de <strong>Malice</strong> e aparência robusta ele<br />

parecia um mosquito irritante.<br />

— Você e eu temos alguns negócios inacabados que<br />

precisa ser cuidado.<br />

Phillip pareceu confuso por um momento e depois<br />

sacudiu a cabeça.<br />

— Eu nem sei quem diabos você é, assim eu e você não<br />

temos nenhum maldito negócio inacabado. — Phillip limpou o<br />

nariz, e <strong>Malice</strong> podia ver o porquê do cara estar agitado. Seus<br />

olhos estavam brilhantes, seu nariz vermelho de,


provavelmente, fazer algumas inalações de coca no carro, ele<br />

tremia.<br />

— Não, aí é onde você está errado. Nós temos assuntos<br />

que precisam ser resolvidos.<br />

— Eu mando nesta maldita cidade, e se eu tivesse um<br />

problema com você, eu acho que eu saberia sobre ele.<br />

— Não importa quem você é nesta cidade, ou em quem<br />

você manda. — <strong>Malice</strong> cuspiu as palavras e deu um passo<br />

mais perto. — Você fez algo nojento, feriu alguém que não<br />

deveria ter sido tocada, e agora é hora de você sentir o que é e<br />

como é levar uma surra, para lembrar da próxima vez que<br />

você pensar em colocar suas mãos em uma mulher,<br />

especialmente em Adrianna. — alguns diriam com certeza<br />

que esta era uma coisa louca para <strong>Malice</strong> fazer, e que a<br />

retaliação tomada por uma mulher que acabou de conhecer<br />

ontem era fora do seu normal. Mas a verdade era que ele teria<br />

defendido qualquer mulher que foi ferida da maneira que<br />

Adrianna foi. Mas havia também algo muito delicado e<br />

inocente sobre ela, algo que teve este lado muito feroz dele<br />

querendo destruir qualquer um que pensasse em até mesmo<br />

aproximar-se dela.<br />

Phillip não respondeu, mas o olhar escuro que cobria<br />

seu rosto foi a confirmação suficiente de que as coisas<br />

estavam prestes a ficar sujas.<br />

— Quem é você para estar vindo por ela? — Ele apontou<br />

para o pescoço enfaixado. — E essa merda não vai ser<br />

esquecida, não até eu mostrar que ela precisa aprender o seu


lugar. — Phillip levou a mão por trás dele, mas <strong>Malice</strong> estava<br />

em cima dele antes que ele pudesse pegar a arma que estava<br />

provavelmente escondida no cós de trás de sua calça.<br />

Ele derrubou Phillip no chão e bateu com o punho no<br />

lado da cabeça. A visão do sangue que começou a derramar<br />

do seu nariz fez <strong>Malice</strong> sorrir de satisfação. Antes que <strong>Malice</strong><br />

pudesse deferir outro soco Phillip o surpreendeu com golpes<br />

de cabeça e com sucesso derrubou <strong>Malice</strong> para trás e para<br />

longe de Phillip. O sabor picante e metálico de sangue encheu<br />

a boca de <strong>Malice</strong>, e ele virou a cabeça e cuspiu. Ele sentiu<br />

que seu lábio estava partido, mas gostou da dor.<br />

Rapidamente se levantou e viu Phillip lutando para ficar de<br />

pé. Ele poderia facilmente ter avançado após este pequeno<br />

intervalo enquanto ele estava fora dele, mas <strong>Malice</strong> queria<br />

que ele estivesse de pé. Assim que Phillip se levantou, <strong>Malice</strong><br />

foi para a frente. Ele sentiu uma energia brutal se movendo<br />

através dele, e a imagem em sua mente era Adrianna, e como<br />

ela o olhou na noite passada quando ele a segurou em seus<br />

braços na chuva.<br />

— Você, seu filho da puta!<br />

<strong>Malice</strong> o impediu de dizer qualquer outra coisa com<br />

outro golpe de seu punho no lado da cabeça de Phillip. O<br />

outro cara tropeçou para trás, mas endireitou-se antes que<br />

ele caísse no chão. A arma que ele escondeu atrás das suas<br />

costas caiu no chão quando <strong>Malice</strong> pela primeira vez lhe deu<br />

um soco, e agora ele se moveu em direção a ela.<br />

De maneira nenhuma.


<strong>Malice</strong> estava sobre ele em seguida, e chutou a arma<br />

para fora do seu alcance. Ele envolveu sua mão ao redor do<br />

pescoço de Phillip e levantou-o facilmente do chão. Movendose<br />

para a frente com o outro homem lutando para respirar<br />

agarrando a mão de <strong>Malice</strong>, ele bateu-o contra um tronco de<br />

uma árvore próxima. Se inclinou para perto, jurou que podia<br />

sentir o cheiro do medo que saiu de Phillip, e sorriu.<br />

— Não é tão divertido quando você é o único obtendo o<br />

seu traseiro chutado, não é? — Ele afrouxou ligeiramente seu<br />

aperto no pescoço, e ouviu Phillip sugar o ar.<br />

— Ela é apenas lixo, uma boceta de reboque...<br />

<strong>Malice</strong> o interrompeu, apertando sua mão novamente.<br />

— Você é um filho da puta idiota. — Ele olhou para os<br />

olhos escuros e redondos desse homem que feriu a mulher<br />

sobre a qual <strong>Malice</strong> se sentia muito protetor. — Eu só vou<br />

dizer isso uma vez, e acredite em mim quando eu digo, se eu<br />

tiver que repetir vai ser a última vez que você estará vivo. —<br />

Ele se inclinou outra polegada então eles estavam nariz com<br />

nariz agora. — Você vai esquecer tudo sobre Adrianna se você<br />

valoriza a sua vida e o que lhe é mais caro. Você não irá<br />

procurá-la, não vai tocá-la, e realmente não vai porra pensar<br />

sobre ela nunca mais. Entendeu? — Ele poderia ter<br />

afrouxado seu controle, mas não o fez. Demorou um segundo<br />

para Phillip acenar com a cabeça, mas quando o fez <strong>Malice</strong><br />

ergueu o braço para trás e bateu com o punho no seu lado.<br />

Phillip grunhiu, e lágrimas se formaram em seus olhos. —<br />

Porra eu adoro quando homens crescidos que pensam que


são difíceis gritam como a merda. — <strong>Malice</strong> deixou-o ir,<br />

então, e Phillip imediatamente caiu no chão. — Diga-me que<br />

você entendeu o que estou dizendo e eu não irei deixar minha<br />

bota na sua bunda. — <strong>Malice</strong> se agachou, e pegou o pescoço<br />

de Phillip, levantando-o ligeiramente. — Porque se eu tiver<br />

que voltar aqui—, ele balançou a cabeça, — Eu vou enterrar<br />

você e tão profundamente que ninguém poderá encontrá-lo, e<br />

se eles de alguma forma fizerem por algum milagre, você não<br />

seria reconhecível. — Ele bateu-o no rosto novamente, desta<br />

vez sentindo quebrar o nariz de Phillip sob os nós dos dedos.<br />

O sangue jorrou imediatamente pelo rosto de Phillip, e seu<br />

grito de dor e a maneira como ele se enrolou em posição fetal<br />

teve o lado sádico de <strong>Malice</strong> rugindo.<br />

— Você a quer, ela é sua, babaca, — Phillip arquejava<br />

para fora, e começou a engasgar com seu próprio sangue. Já<br />

havia um hematoma se formando em volta do pescoço, o que<br />

realmente o deixou muito satisfeito. É claro que ele queria<br />

fazer muito mais danos a este pequeno idiota, mas ele<br />

agarrou sua força e deu um passo para trás. Com mais um<br />

olhar de nojo, <strong>Malice</strong> cuspiu na frente de Phillip o sangue<br />

restante misturado com saliva que enchia a sua boca. Ele<br />

olhou para Phillip mais uma vez, e, em seguida, endireitou-se<br />

e caminhou para sua motocicleta. Acelerou e voltou para o<br />

clube.


<strong>Malice</strong> voltou para a sede do clube a algumas horas<br />

agora, e ele já acabado com três cervejas. Ele não precisa se<br />

embebedar, mas ele ainda estava furioso apenas por ter se<br />

afastado de Phillip. Ele deveria ter matado o filho da puta,<br />

porque se ele tivesse cruzado o seu caminho em qualquer<br />

outro momento ele teria quebrado seu pescoço e não pensaria<br />

duas vezes. Mas ele resistiu porque Adrianna disse que ela<br />

não queria mais violência, e embora ele não pudesse dizer<br />

que não iria prejudicar gravemente o ex-bastardo, ele resistiu<br />

por ela. Ele viu Adrianna cerca de uma hora atrás, mas ela<br />

não o questionou sobre o que ele fez ou não com Phillip. Ela<br />

era inteligente, e provavelmente descobriria, mas de qualquer<br />

forma, se ela o perguntasse não iria mentir.<br />

— Eles começaram a se reunir em frente —, Tits, um<br />

dos membros Fairview, disse, logo que ele entrou no interior<br />

do clube.<br />

<strong>Malice</strong> sentou-se ao lado de Rock no bar. Ele voltou a<br />

pensar em Adrianna, maldita obsessão que ele estava<br />

começando a ter com ela, e esfregou a mão sobre o rosto. Ela


foi para a sala de armazenamento para ajudar a Lily, uma<br />

das prostitutas do clube, a trazer algumas coisas. Ele não<br />

queria que ela fosse a qualquer lugar que ele não pudesse vêla,<br />

mas mantê-la trancada em um quarto, também não estava<br />

ajudando. Toda a merda que ela passou tinha sido o inferno<br />

em pessoa, e ele teve que dar-lhe crédito para a força que ela<br />

mostrou.<br />

— Cara, o que diabos vamos fazer uma vez que ela<br />

estiver no River Run? —, Perguntou Rock ao lado dele, mas<br />

manteve seu foco na garçonete que servia no bar. O cara<br />

tinha um tesão por ela que se prolongou por tempos. Ela<br />

tinha seios grandes e suculentos, o tipo que <strong>Malice</strong><br />

normalmente gostava, mas, mesmo olhando para eles, e<br />

sabendo que a frente iria mostrar-lhe um grande conjunto de<br />

bunda e peitos, ele não sentiu nenhuma faísca de excitação.<br />

Ele simplesmente não conseguia parar de pensar em<br />

Adrianna, e o que teria acontecido se ele não tivesse estado<br />

no lugar certo na hora certa. Ela estava se curando, estava<br />

machucada e cortada, mas levaria muito tempo para ela se<br />

curar no interior.<br />

— Cara, você está fodendo comigo?<br />

Ele olhou para Rock, que olhou para ele com um olhar<br />

confuso em seu rosto.<br />

— Eu estive falando com você e você estava fora o tempo<br />

todo. — Rock olhou para a garçonete. — Mas ela tem um<br />

fodido corpo.


— Ela é sua. — Não era como se eles não tivessem muito<br />

dinheiro para conseguir mulheres. Se eles quisessem, eles<br />

não teriam qualquer dificuldade em fazê-los, e a boceta do<br />

clube atualmente distribuindo as bebidas não era exceção.<br />

<strong>Malice</strong> trouxe a garrafa à boca e virou-a de volta. O álcool<br />

estava começando a ficar quente, mas ele não deu a mínima.<br />

Sua mente estava preocupada com outras coisas de qualquer<br />

maneira.<br />

Marx saiu do quarto dos fundos com um feroz e irritado<br />

olhar em seu rosto.<br />

— Esses bastardos são implacáveis—, ele rosnou para<br />

fora e avançou até as portas da frente, mas parou antes de<br />

abri-las. — Tits, certifique-se de que as meninas estão na<br />

parte de trás e fora do caminho. Eu não as quero em torno<br />

dessa merda.<br />

<strong>Malice</strong> finalizou sua cerveja e se levantou. Tits já estava<br />

caminhando de volta para onde estavam as prostitutas, mas<br />

ele notou que as meninas também foram conduzidas para a<br />

parte traseira do clube.<br />

— Isto vai sair do controle —, Perguntou Rock atrás de<br />

<strong>Malice</strong>.<br />

Marx olhou para eles.<br />

— Eles não invadem o portão, ainda bem porque eu iria<br />

acabar matando um bastardo se o fizessem. — Marx passou a<br />

mão pelo cabelo. — Mas eles são irritantes como a merda, e<br />

soam altos quando eles estão gritando fora sua besteira<br />

religiosa de julgamento. — Marx se virou e abriu a porta.


Imediatamente eles puderam ouvir o canto da igreja, e<br />

ver um grande grupo formado à direita do outro lado da porta<br />

que bloqueava a entrada para o clube.<br />

— Tirem essas putas daqui!<br />

— Vagabundas sujas e imorais.<br />

— Nada além do trabalho do diabo atrás daquelas<br />

paredes.<br />

Eles continuaram cantando seus insultos odiosos e<br />

depreciativos, <strong>Malice</strong> aproximou-se até que ele estava dentro<br />

da porta. Ele olhou para trás para a porta que Adrianna e a<br />

outra mulher saíram, e de maneira nenhuma ele ia deixá-las<br />

lidar com um bando de malditos fanáticos. Marx e vários dos<br />

outros membros da Fairview ficaram de pé a poucos metros<br />

do portão, cigarros na mão, e algumas garrafas de cerveja.<br />

Eles estavam olhando para as pessoas da igreja, e alguns<br />

estavam rindo com eles. Mas <strong>Malice</strong> não estava nem aí para<br />

um bando de idiotas que pensavam que o que eles estavam<br />

fazendo era errado e imoral. Era um mundo onde as pessoas<br />

tinham de fazer o que fosse preciso para sobreviver. As<br />

mulheres que venderam seus corpos, e vieram para os clubes<br />

para a proteção, não significava que elas estivessem sujas ou<br />

que fossem menos do que ninguém. Mas as igrejas como<br />

aquela fora do portão eram nada mais do que cultos que se<br />

seguiam com um único propósito.<br />

Um dos homens que estavam gritando alguma merda<br />

muito vil jogou uma garrafa de vidro sobre o portão. Mal<br />

perdeu de atingir alguns dos motociclistas, o que só fez


aumentar toda a tempestade de violência que já estava em<br />

erupção. Marx estava segurando um de seus homens de<br />

volta, que estava prestes a rasgar os fiéis em dois. <strong>Malice</strong> deu<br />

mais um passo para a frente, e a necessidade de estar com os<br />

seus irmãos o tomou duro, mas ele estava preocupado com<br />

Adrianna. E então ele ouviu o culto selvagem vindo.<br />

— Putas.<br />

— Vagabundas.<br />

— Concubinas do diabo.<br />

Ele viu Adrianna e a puta do clube de pé ao lado da<br />

garagem. Seu coração começou a bater rápido e duro, e ele se<br />

aproximou dela com passos determinados e rápidos.<br />

— Sua filha da puta vadia.<br />

Ele parou estático com a voz profunda que parecia subir<br />

acima do resto. Ele se virou, e através de todos os braços<br />

levantados, forcados figurativas altos nas cabeças, e raiva e<br />

ódio que girava atrás do portão, viu o pau inútil do Phillip.<br />

Seu sangue ferveu, e ele fechou os punhos. O ex-namorado<br />

de Adrianna era um estúpido bastardo, e <strong>Malice</strong> não era o<br />

tipo de dar segundos avisos. Ele se virou e andou de volta<br />

para Adrianna e a outra mulher. Eles ainda tinham que se<br />

mudar. Adrianna usava um olhar assustado, chocado, e a<br />

outra mulher do clube estava olhando para a multidão com<br />

esta expressão curiosa. Uma mulher de clube era uma cadela<br />

difícil, elas tinham que ser se quisessem fazer parte do estilo<br />

de vida MC.


— Adrianna. — Ele a chamou, e ela imediatamente<br />

olhou para ele. Seus olhos se arregalaram, e ela apontou para<br />

a multidão, sem dúvida vendo Phillip, e ouvira o que ele<br />

gritou para ela. — Venha aqui—disse ele, ao mesmo tempo<br />

em que ele deu um passo em direção a ela. Os cabelos na<br />

parte de trás do seu pescoço ficaram em pé, e seu instinto<br />

apertou. Esta era uma situação ruim para começar, e agora<br />

com seu ex aqui, e toda a energia negativa e perigosa no ar,<br />

ele sabia que poderia ir para um nível volátil rápido. Ele<br />

alcançou-a em uma questão de segundos, e logo que ele tinha<br />

o braço em volta de seu ombro, ele sentiu os tremores<br />

começarem a diminuir<br />

— Eu sinto muito. Eu sinto muito. — Ela disse como se<br />

ela estivesse fora do ar. — Eu não o trouxe aqui, não é? —<br />

Ela olhou para seu rosto — Eu não trouxe isso para o seu<br />

clube, não é?<br />

Deus, ele queria tirar o medo, ansiedade, e preocupação<br />

fora dela.<br />

— Não, Adrianna, você não fez isso. Esses filhos da puta<br />

têm vindo em torno do clube e agitam ao redor, assim como<br />

aquele filho da puta... — ele disse entre dentes, tentando se<br />

controlar, porque ele estava ficando ainda mais chateado a<br />

cada segundo.<br />

— Deus vai julgá-lo quando você estiver morto, mas até<br />

lá então nós seremos o júri.<br />

<strong>Malice</strong> se virou e olhou para um homem de cabelos<br />

escuros que se adiantou. As pessoas ao seu redor se


separaram, e começou a tocá-lo como se ele fosse algum tipo<br />

de salvador para eles. O homem usava tudo preto, e seu<br />

cabelo escuro estava penteado para trás de sua testa larga.<br />

Ele usava essa cruz de prata grossa em volta do pescoço. Ele<br />

agarrou as barras e segurou uma das mãos no alto do cabelo.<br />

— Você vai ser punido pelas chamas do inferno. — Mas<br />

o desgraçado sorriu, e havia esse brilho em seus olhos que fez<br />

<strong>Malice</strong> se sentir instável.<br />

— Os policiais foram chamados, mas não tenho certeza<br />

de quando eles estarão aqui. Por mais que eu queira abrir os<br />

portões e deixar os idiotas entrarem para que possamos darlhes<br />

uma lição, eu tenho a porra de amor por meus livros—<br />

Marx disse enquanto passava por eles e voltava para o clube.<br />

— Eu preciso ter certeza de que as mulheres estão todas<br />

bem, mas vocês duas precisam entrar. — Ele apontou para<br />

Adrianna e a outra mulher.<br />

— Armas! — Os gritos começaram imediatamente, mas<br />

os próximos momentos pareciam ir em câmera lenta.<br />

<strong>Malice</strong> virou-se e puxou Adrianna atrás dele assim<br />

quando Phillip empurrou o líder do culto de lado, levantou a<br />

arma para o alto, e disparou um tiro. O filho da puta era mais<br />

esperto do que <strong>Malice</strong> lhe deu crédito. Phillip deve ter<br />

colocado dois e dois juntos quando viu o emblema de <strong>Malice</strong>.<br />

E então o filho da puta teve sorte que havia esses idiotas fora<br />

protestando seus ideais e toda besteira, e que <strong>Malice</strong> e<br />

Adrianna estavam do lado de fora, também. Toda a porra do<br />

caos ajudou aquele pequeno pedaço de merda a tomar a


iniciativa e atirar, mas uma vez quando <strong>Malice</strong> o pegasse ele<br />

iria se certificar de que esse merda nunca mais voltaria a<br />

respirar.<br />

Os fanáticos corriam longe e gritavam. Muitas pessoas<br />

se abaixaram, mas quando Phillip colocou a mão através das<br />

grades do portão e apontou-a à direita em <strong>Malice</strong>, o tempo<br />

pareceu parar. <strong>Malice</strong> continuava mantendo Adrianna atrás<br />

dele, e assim quando ele foi para o chão Phillip puxou o<br />

gatilho. Houve mais uma rodada de gritos. O líder do culto<br />

estava gritando alguma coisa bíblica, com as mãos no ar e<br />

totalmente sem se importar que havia um atirador entre eles.<br />

Não foi até que <strong>Malice</strong> estava no chão com Adrianna debaixo<br />

dele que viu a batida de bala no concreto ao lado dele, e à<br />

direita, onde estavam.<br />

— Peguem o filho da puta com a arma! — <strong>Malice</strong> rugiu.<br />

Ele queria ir para Phillip ele mesmo, mas de jeito nenhum,<br />

estava deixando Adrianna sozinha, só a tempo suficiente para<br />

que ela pudesse correr para a segurança do clube. Ele<br />

continuou a proteger Adrianna com seu corpo e viu como<br />

Rock e vários outros irmãos do clube correram para a frente<br />

com as suas próprias armas em punho. Os policiais<br />

chegaram agora, e os fanáticos foram pelo menos inteligentes<br />

o suficiente para dar o fora de lá, até mesmo o seu líder louco<br />

estava saindo em um carro.<br />

Phillip partiu em outra direção, mas logo antes de<br />

<strong>Malice</strong> perdê-lo de vista ele atravessou a rua correndo. Tudo<br />

aconteceu tão rápido que tudo o que <strong>Malice</strong> pode fazer foi<br />

olhar em choque e prazer sádico quando um dos carros dos


fanáticos da igreja acelerou do outro lado da rua e bateu a<br />

direita em Phillip. Aquele idiota voou dez malditos metros no<br />

ar antes de bater no asfalto. Mesmo à distância <strong>Malice</strong> pode<br />

ouvir o contato do corpo de Phillip com o solo.<br />

— Oh meu Deus—, Adrianna falou sufocada, e então ela<br />

estava se inclinando para o lado e vomitou.<br />

Sim, esta foi uma das situações mais fodidas que <strong>Malice</strong><br />

já esteve.<br />

Adrianna olhou para <strong>Malice</strong> pelo que parecia ser a<br />

décima vez nos últimos cinco minutos. Foram horas desde o<br />

tiroteio e vendo Phillip atropelado por aquele carro. Já ia<br />

anoitecer, a polícia veio com todo o seu questionamento, e<br />

depois de terem saído ela sentiu esse tipo de choque, mas<br />

também este alívio a encher. A polícia disse que Phillip<br />

morreu com o impacto, mas foi um ataque cardíaco, e não do<br />

carro realmente bater nele. Aparentemente, ele ter cocaína<br />

em seu sistema não é uma surpresa para ela, mas que no<br />

momento do impacto o seu coração já estava bombeando<br />

horas extras, e o acidente foi apenas o empurrão que<br />

precisava para ter seu coração literalmente explodindo. Ele<br />

morreu de um ataque cardíaco, e não tanto do impacto real<br />

foi o que disseram a ela. Já era escuro, e tudo o que ela<br />

queria fazer era enrolar-se e dormir. Ela não sabia o que a


polícia descobriu dos manifestantes fanáticos, mas agora ela<br />

não se importava, e, francamente, não sabia se ela iria. Isso<br />

só foi para mostrar como fodido este mundo realmente era.<br />

Ela olhou para <strong>Malice</strong>, que estava sentado em frente a<br />

ela, e embora ela não soubesse o que ele fez para Phillip<br />

antes, aquele idiota voltou para ela, e não se importava de<br />

uma forma ou de outra. <strong>Malice</strong> salvou sua vida uma vez, e,<br />

em seguida, fez novamente quando ele usou o próprio corpo<br />

como um escudo contra as intenções enlouquecidas de<br />

Phillip. Tudo o que ela sentia por ele antes foi agora elevada à<br />

enésima potência, e deixá-lo sair de sua vida não parecia<br />

mais ser a coisa inteligente a fazer.<br />

O silêncio se estendeu entre eles, e ela se moveu na<br />

cama. Poderiam ter sido horas desde que ela foi apanhada no<br />

meio dessa situação de vida e morte, mas seu coração ainda<br />

batia em seu peito. E então ela olhou para <strong>Malice</strong>, e seu<br />

coração caiu para seu estômago.<br />

— Você tem certeza de que está bem? —, Ele perguntou<br />

de novo e olhou para ela com esta expressão muito<br />

preocupada no rosto.<br />

— Eu estou, apenas ainda um pouco chocada depois de<br />

tudo, eu acho.<br />

Ele concordou e deu este grunhido brusco de<br />

reconhecimento.<br />

— Eu posso chamar o médico aqui, para se certificar de<br />

que esteja bem?


Ela balançou a cabeça. A bala não os atingiu, graças a<br />

Deus.<br />

— Não, eu estou bem, realmente. Mas obrigada. — Eles<br />

se sentaram em silêncio, e o som de sua respiração<br />

combinadas parecia demasiado alto.<br />

Ele a salvou, e ela sabia que se Phillip não tivesse sido<br />

atingido por esse carro e morrido <strong>Malice</strong> teria ido atrás dele e<br />

o matado. Havia aquele ar perigoso sobre ele quando ele a<br />

segurou firmemente no parque de estacionamento e fez com<br />

que ela ficasse mantida por trás da montanha que era o seu<br />

corpo. Mesmo agora, ela jurou que ainda podia ouvir o som<br />

do corpo de Phillip ser atingido pelo carro, e, em seguida,<br />

batendo duro na calçada. Era o suficiente para fazer-lhe o<br />

estômago doer.<br />

Mas ali estavam eles agora, sem dizer nada com esse<br />

sentimento pesado movendo-se entre eles. Adrianna supôs<br />

que ela poderia ter ido para a sala principal com todos os<br />

outros, mas a verdade era que ela gostava de ficar sozinha<br />

com <strong>Malice</strong>. Ele era o único que a fazia se sentir segura.<br />

— Vendo como toda essa merda aconteceu, Adrianna,<br />

eu não posso deixá-la simplesmente ir embora — disse<br />

<strong>Malice</strong>. Ele estava duro, inflexível, e olhou diretamente para<br />

ela. — Eu quero que você venha para o Colorado comigo. Eu<br />

posso encontrar-lhe trabalho, certificar-me de que você esteja<br />

segura, e acima de tudo eu quero você por perto. — Ele disse<br />

a última parte tão duro quanto o resto, mas ela ouviu essa<br />

vulnerabilidade em sua voz que ela nunca viu antes. Ela


ainda podia sentir a raiva que o rodeava do que aconteceu<br />

anteriormente. Seu lábio estava partido, e ela podia ver<br />

alguns hematomas começando a se formar em sua bochecha<br />

e mandíbula. Parecia que ele entrou em uma briga quando<br />

ele voltou da cidade, mas a contusão era de quando ele a<br />

levou para o chão para protegê-la.<br />

Adrianna sabia que não havia nada para ela em<br />

Fairview, e sabia que ela sempre planejou sair sem destino<br />

fixo em mente. Não havia nada para amarrá-la ali, e haviam<br />

muitas coisas que a empurravam a seguir com o que ela<br />

realmente queria fazer. Olhando para <strong>Malice</strong>, ela não<br />

precisava deixar sua oferta passar. Ir com ele, conseguir um<br />

emprego que ela poderia realmente conseguir, trabalhar duro<br />

e fazer algo para si mesma parecia muito agradável. Mas é<br />

claro que nos saltos de que seu pensamento positivo foi os<br />

negativos cautelosos apontavam todas as coisas ruins que<br />

poderiam acontecer. Ela queria sair, mas estava com medo do<br />

que estava lá fora, e, especialmente, de todas essas outras<br />

coisas que aconteceram. Ela sentiu como se estivesse<br />

andando sobre uma corda bamba segundos antes de cair<br />

para a morte.<br />

— Eu quero muito, mas estou com medo. — Essas<br />

palavras vieram-lhe em um sussurro.<br />

— Qualquer pessoa em sua situação teria medo,<br />

Adrianna. Droga, há mulheres na sala principal que estão em<br />

lágrimas, de modo que o que você está sentindo é totalmente<br />

compreensível.


Ela concordou e manteve o olhar com o dele.<br />

— Estou tão feliz que ninguém ficou ferido, além de<br />

Phillip, mas eu odeio dizer que ele mereceu o que teve.<br />

— Eu espero que você não esteja com medo de mim. —<br />

Ele disse quase como uma reflexão tardia, ou pelo menos era<br />

o que parecia.<br />

— Eu não estou com medo de você. — Sua garganta<br />

estava tão seca que quase não conseguia falar, mas tomara<br />

sua decisão. — Eu só estou com medo do que virá no dia<br />

seguinte, e o que vai acontecer no Colorado.<br />

Ele não disse nada por alguns segundos, mas ele<br />

também não desviou o olhar dela.<br />

— Eu posso entender sua hesitação, e embora você<br />

realmente não me conheça, eu estou contente que você se<br />

sinta segura comigo. — Ele passou as palmas para cima e<br />

para baixo nas suas coxas, e ela não podia deixar de observar<br />

o modo como seus bíceps e antebraços flexionavam-se. — Se<br />

eu tivesse que fazer tudo isso de novo, eu faria, Adrianna, em<br />

uma porra de um piscar de olhos.<br />

Ela sentiu seu pulso correr com as suas palavras. Havia<br />

tanto sentimento e determinação nele que ela não duvidou da<br />

sinceridade do que disse.<br />

— Eu nunca vou poder agradecer o suficiente. — Eles<br />

ficaram em silêncio. Poderia ser perigoso sair com ele, mas<br />

honestamente, não poderia ser muito pior do que o que ela<br />

viveu. Olhando como as coisas aconteceram nas últimas vinte<br />

e quatro horas. Ela não percebeu que ela estava olhando para


seus pés, até que ela levantou os olhos e fitou <strong>Malice</strong><br />

novamente. Ele parecia ser o mestre em não mostrar suas<br />

emoções ou o que ele poderia estar pensando. Ela, por outro<br />

lado nem sequer tentou esconder como se sentia. — Ok. —<br />

Ela viu a maneira como seus ombros relaxaram como se ele<br />

tivesse tenso.<br />

Ele assentiu.<br />

— Bom. Estou feliz, porque acredite em mim quando eu<br />

digo que eu acho que isso é o mais inteligente e mais seguro.<br />

Talvez ela não fosse tão forte e independente como os<br />

outros lá fora, e temia o mundo real, mas ela gostava de<br />

pensar em si mesma como forte do seu próprio jeito. Ela<br />

sobreviveu, e não era isso o que importava? Antes que ela<br />

pudesse responder ao que <strong>Malice</strong> disse ele começou a falar<br />

novamente.<br />

— Nós vamos embora em algumas horas. Uma vez que<br />

chegar ao River Run você vai ficar no clube eu não quero que<br />

você fique em um hotel. É mais seguro, também, e eu quero<br />

você por perto.<br />

Ela sorriu para a última parte, que ele disse. Sua<br />

garganta se fechou com a emoção, antecipação e, claro, um<br />

pouco de medo do desconhecido.<br />

— Como você é uma pessoa de fora, eu preciso falar<br />

tudo isso com o meu clube.<br />

lá?<br />

— Você acha que eles irão concordar em me deixar ficar


— Eu não vou me importar, se eles não concordarem. —<br />

Mais uma vez, ele disse a última parte dura e inflexível. —<br />

Amanhã quando você estiver acomodada num lugar diferente<br />

nós podemos falar sobre esse trabalho. Parece bom? — Ele<br />

disse a última parte um pouco mais suave e até mesmo com<br />

um pequeno sorriso.<br />

— Ok. — Suas mãos estavam suadas, sua frequência<br />

cardíaca acelerou, e ela realmente pensou que poderia passar<br />

por esta sobrecarga de informações e tudo o que parecia estar<br />

caindo em seu colo. <strong>Malice</strong> levantou-se e virou-se, mas antes<br />

que pudesse sair, ela chamou. — <strong>Malice</strong>?<br />

Ele parou e se virou.<br />

— Muito obrigada por estar lá. — E assim um pesado<br />

silêncio encheu a sala.<br />

— Você é bem-vinda, Adrianna. — Ele disse o nome dela<br />

tão suavemente, tão suavemente, que mesmo depois de tudo<br />

isso ela sentiu os tentáculos do desejo se movendo dentro<br />

dela.<br />

E então ele a deixou sozinha no quarto, e tudo o que ela<br />

fez foi pensar sobre o que iria acontecer no futuro. As coisas<br />

não poderiam ficar piores, certo?<br />

A viagem para River Run foi longa, mas Adrianna<br />

dormiu a maior parte dela. Ela nem sequer pensou que fosse


possível dormir depois de todo o drama que aconteceu, e com<br />

a adrenalina que estava em fluxo constante através dela, mas<br />

quando ela fechou os olhos, ela apagou. Graças a Deus os<br />

protestantes não estavam esperando por eles quando eles<br />

saíram, porque essa era a última coisa que precisava agora.<br />

Mas se eles fossem espertos eles iriam se manter longe dado<br />

o fato de que eles mataram alguém em sua pressa de<br />

escapar. Estava com seis outras mulheres na van que ia um<br />

pouco cheia, e com <strong>Malice</strong> conduzindo em vez de andar em<br />

sua Harley com os outros dois caras, ele insistiu em que ela<br />

ficasse na frente com ele. Ela não sabia qualquer um dos<br />

detalhes sobre por que eles tinham uma van cheia de<br />

mulheres, e, francamente, não queria saber. Mas dado o fato<br />

de como elas se vestiam, como elas estavam vendendo seus<br />

corpos e o fato de que ela ouviu algumas das coisas odiosas<br />

que aqueles manifestantes estavam dizendo.<br />

Ela colocou tudo mais para o fundo de sua mente e<br />

apenas focou no que ela causou. Ela estava acordada agora e<br />

observou o grande complexo de cabanas a vista.<br />

Assemelhava-se a uma loja, e <strong>Malice</strong> desviou a van até um<br />

portão e esperou por dois caras para abri-lo para ele. <strong>Malice</strong><br />

então dirigiu a van até a estrada de terra. Ela não podia<br />

deixar de se sentir nervosa e seu coração disparou quanto<br />

mais se aproximavam. Esta era uma experiência totalmente<br />

nova, e ela estava fazendo isso com um homem que ela mal<br />

conhecia, mas ela percebeu que se sentia mais à vontade com<br />

ele do que com qualquer outra pessoa em sua vida. Mas tão


estranho como tudo isso era, ela sentiu que era a coisa certa<br />

para se fazer. Além disso, não poderia ser pior, certo?<br />

<strong>Malice</strong> parou a van em frente a cabana e desligou o<br />

motor. Ainda estava escuro, mas o sol iria subir em breve.<br />

Adrianna sentia-se suja e corajosa de estar naquele carro<br />

durante tantas horas, e de não se preocupar em tomar banho<br />

após a situação policial de Phillip. Dormir soava muito<br />

melhor agora do que ficar limpa de qualquer maneira. Além<br />

disso, ela estava curiosa para ver este lugar por dentro, e<br />

estava nervosa para ver como os amigos de <strong>Malice</strong> e os<br />

membros do seu clube pensavam dela ficar lá. Antes que ela<br />

pudesse sair do carro apareceram alguns motociclistas que<br />

saíram das portas da frente da cabine. Eles pareciam tão<br />

intimidadores quanto <strong>Malice</strong>, e quanto mais se aproximavam<br />

notou os emblemas que usavam em seus coletes de couro.<br />

Claro que todos eles estavam escritos The Brothers de<br />

Madesen MC, mas os dois homens que estavam na frente das<br />

outras motos tinham símbolos que liam presidente e v.<br />

presidente costurada no peito de seus casacos.<br />

VP.<br />

— Este é Lucien, o presidente do nosso clube, e Kink, o<br />

Ela se virou e olhou para <strong>Malice</strong>.<br />

— Não se preocupe. Eles parecem mais cruéis do que<br />

realmente são. — <strong>Malice</strong> sorriu, mas mesmo Adrianna<br />

poderia dizer que as suas palavras não eram inteiramente<br />

verdade.


Aquele com o nome de Lucien abriu a porta traseira e as<br />

meninas saíram. Houveram algumas palavras murmuradas<br />

dos motociclistas e, em seguida, as respostas das mulheres.<br />

Mas Adrianna não foi capaz de realmente avaliar o que estava<br />

se passando por aquilo que foi dito. Quando a última mulher<br />

estava fora Adrianna olhou por cima do ombro e bloqueou<br />

olhares com Lucien. Ele era um homem grande, tão grande e<br />

imponente como <strong>Malice</strong>. Seu cabelo estava curto e escuro, e<br />

ele tinha essa cor prata nos olhos misteriosos que a fez sentir<br />

como se ele soubesse o que os outros estavam pensando, sem<br />

ninguém dizer nada.<br />

— A viagem correu sem mais nenhuma surpresa<br />

acontecendo? — Perguntou Lucien.<br />

— Surpreendentemente, sim.<br />

Ela olhou para <strong>Malice</strong> depois de ter falado, e ela podia<br />

ver que ele agora estava tenso quando momentos antes ele<br />

estava relaxado. Ele saiu e encaminhou-se para a porta do<br />

lado do passageiro, e antes que pudesse rolar a janela para<br />

baixo, Lucien tinha a porta aberta. A brisa soprou por seu<br />

rosto e balançou seu cabelo trazendo o cheiro de álcool,<br />

maconha e óleo de motor.<br />

— E você está bem? — Lucien perguntou a ela.<br />

Ela olhou para ele e balançou a cabeça. Havia um ar<br />

muito perigoso em torno dele, que parecia carregada com<br />

letalidade. <strong>Malice</strong> era da mesma maneira, mas ela não<br />

conseguia explicar por que se sentia tão confortável com<br />

<strong>Malice</strong> e não com este homem.


— Sim, em sua maior parte. Obrigada. — Adrianna não<br />

perdeu como ele examinou seu rosto com o olhar, e então<br />

olhou para seu pescoço. Ela sabia como ela parecia, sabia<br />

que os hematomas e marcas em seu rosto e garganta eram<br />

desagradáveis.<br />

Lucien não disse mais nada para ela, e levantou o olhar<br />

para <strong>Malice</strong>, que ainda estava sentado ao lado dela.<br />

— Uma vez que todos estiverem se instalado e tiverem<br />

algum descanso precisamos ter uma reunião. — Houve esse<br />

tom enigmático na voz de Lucien.<br />

<strong>Malice</strong> não respondeu verbalmente, apenas balançou a<br />

cabeça, em seguida, Lucien fez o mesmo. Ela viu que <strong>Malice</strong><br />

ainda tinha as mãos no volante, e como as mãos estavam<br />

apertadas em torno dele. Lucien deixou sua porta aberta e se<br />

virou para ir de volta para a cabana onde o resto dos homens<br />

e mulheres desapareceram. O silêncio desceu sobre eles, mas<br />

isso não era o tipo confortável que compartilharam antes.<br />

— Você pode descansar aqui por enquanto, mas eu vou<br />

olhar outras acomodações para você. — Ele se virou para ela.<br />

— Você está segura aqui, e ninguém vai te machucar.<br />

— Ok, obrigada. — Ela olhou para a cabine novamente.<br />

— Contanto que não seja um inconveniente para ninguém —<br />

Antes que ela pudesse terminar sua frase <strong>Malice</strong> segurou sua<br />

mão. Adrianna olhou para sua mão muito maior sobre a dela,<br />

e então olhou para seu rosto.


— Não é um inconveniente, e se eu não quisesse você<br />

aqui eu não teria sequer sugerido, Adrianna. — Havia uma<br />

dureza de raiva na voz.<br />

— Ok. — Isso foi tudo o que conseguiu dizer. Ela sabia<br />

que sua atitude era tímida e retraída, mas toda esta situação<br />

era diferente do que ela já conheceu. Alguém sair do seu<br />

caminho para se certificar de que ela estivesse segura. Talvez<br />

tenha sido pelo fato de que ela foi antes um capacho, ou não<br />

levantar-se por si mesma e pensar mais criticamente o que os<br />

outros estavam fazendo? Ela podia não ser capaz de<br />

expressar plenamente o quanto tudo isso significava para ela,<br />

mas significava o mundo. — <strong>Malice</strong>?<br />

Ele ainda estava segurando a mão dela, e agora passou<br />

o polegar ao longo das costas dela. Ele não respondeu, mas<br />

olhou para ela.<br />

— Obrigada por ajudar uma estranha total. — Ela<br />

conseguiu dizer— obrigada— muito, mas ela iria continuar a<br />

dizer isso. Ela realmente era grata. Ela sentiu o calor<br />

aumentando na van e sentiu o suor começar a descer pela<br />

região entre seus seios.<br />

— Você não tem que ficar me agradecendo, Adrianna.<br />

— Eu sei, e tenho certeza de que você está ficando<br />

cansado de ouvir isso, mas eu nunca tive ninguém fazendo as<br />

coisas que você fez por mim. — Tudo o que estava<br />

acontecendo agora era intenso e potente. Ela sentiu os<br />

cabelos em seus braços em pé, sentiu tudo dentro dela sair<br />

para a superfície e aquecer sua pele. Eles continuaram a


olhar um para o outro, e mesmo com as sombras da noite<br />

que se deslocavam através do interior do veículo, Adrianna<br />

podia ver claramente o modo como suas pupilas se<br />

dilatavam. Esta necessidade de se abrir para <strong>Malice</strong><br />

percorreu e encheu-a de uma forma reconfortante, real. Por<br />

mais estranho que parecesse, ele realmente a fez sentir como<br />

se houvesse este ímã puxando-a para si, no sentido literal e<br />

figurativo. Adrianna nunca acreditou em felizes para sempre<br />

antes, nunca pensou que almas gêmeas ou amor verdadeiro<br />

fossem reais. E, embora ela ainda não soubesse se ela<br />

acreditava nessas coisas, ela tinha fé em que era real e estava<br />

bem na frente dela. <strong>Malice</strong> era as duas coisas, e sabia que<br />

não foi a única que sentiu esta conexão também.<br />

Lentamente, os dois começaram a se aproximar, e foi<br />

como se esse cabo estivesse sendo apertado. Sua respiração<br />

aumentou, o peito de <strong>Malice</strong> subiu para cima e para baixo,<br />

forte e rápido. Deus, ela nunca conheceu um homem que era<br />

tão robusto e masculino, e tão inebriante que sentiu esse<br />

crescimento da vida brotar dentro dela só de estar em sua<br />

presença.<br />

Quando havia apenas uns centímetros entre eles, ela<br />

tinha que forçar-se a manter os olhos abertos a excitação<br />

bateu em suas veias como um tambor com raiva. Ela estava<br />

molhada entre as pernas, e não havia dúvida de que seus<br />

mamilos estavam pressionando contra o material de sua<br />

camisa.<br />

— <strong>Malice</strong>, você sente isso também? — Ela poderia ter se<br />

chutado por dizer em voz alta o que era suposto ser um


pensamento interior. Mas ele não respondeu e, em vez disso<br />

gemeu profundamente, ergueu a outra mão e agarrou-lhe o<br />

queixo entre o polegar e o indicador, e segurou-a em um<br />

aperto irremovível. E então seus lábios estavam nos dela, e<br />

ele acariciou sua língua ao longo da costura de sua boca. Um<br />

suspiro deixou Adrianna por conta própria, e <strong>Malice</strong> levou<br />

esse tempo para aprofundar sua língua dentro de sua boca,<br />

ela queria que ele fizesse isso entre suas coxas. Esse<br />

pensamento e imagem suja bateram em sua cabeça e a fez<br />

girar com o desejo.<br />

Era claro que ele estava sendo gentil com ela enquanto<br />

segurava o queixo entre os dedos. Mas a picada do lábio<br />

machucado espetou através dela, e uma exclamação de dor a<br />

deixou. <strong>Malice</strong> se afastou imediatamente, e baixou o olhar<br />

que ele estava olhando para o lábio.<br />

— Porra, eu sinto muito.<br />

— Ele ainda não se afastou dela, e sentiu sua respiração<br />

mentolada do chiclete ao longo de seu rosto.<br />

— Por quê? — Ela respirou essa palavra fora.<br />

— Você está ferida, e eu não deveria ter sido tão rude.<br />

Eu não deveria ter beijado você. Ele ia se afastar, mas como<br />

que por instinto, ela estendeu a mão e colocou-a sobre a que<br />

ainda estava segurando o queixo. Ele se acalmou, olhou-a<br />

nos olhos com seu olhar, e ela jurou que ele parou de<br />

respirar.<br />

— Eu não quero que você pare — Lambendo os lábios e<br />

sentindo o ponto sensível em sua boca, ela o queria beijar


novamente para que o desconforto pudesse ser apagado com<br />

o quão bom ele a fazia sentir. <strong>Malice</strong> inclinou-se e apertou a<br />

boca no canto da dela. O beijo foi suave, confortado, e não de<br />

todo como foi apenas alguns segundos antes como ela<br />

realmente queria. Ele afastou-se muito rapidamente, mas ela<br />

sabia que era o melhor. Este não era o momento nem o lugar<br />

para nada disso, e embora ela não quisesse deixar de lado<br />

esses sentimentos que se deslocam através dela, ficou longe<br />

de <strong>Malice</strong> naquele assunto, as coisas estavam acontecendo<br />

muito rápido.<br />

Ele soltou o queixo e se mexeu na cadeira que ele estava<br />

de frente para o para-brisa dianteiro.<br />

— Sinto muito sobre isso de novo. — Quando ele passou<br />

a mão pelo cabelo e suspirou, ela se sentiu muito<br />

desconfortável. Claro que ela não queria que ele se<br />

desculpasse pelo que fizeram, porque ela não iria.<br />

Ele olhou para ela então, e ela viu a forma como a<br />

garganta trabalhou quando ele engoliu.<br />

— Mas eu não sinto muito que você fez isso, eu<br />

realmente gostei. — Eles olharam um para o outro por alguns<br />

segundos, e então ele suspirou e saiu da van. Ela sentou-se<br />

sozinha e em silêncio, observando-o através do para-brisa<br />

dianteiro, enquanto caminhou em torno da frente do veículo e<br />

parou no lado do passageiro. Agarrando a maçaneta da porta<br />

abriu-a antes dele, porque sabia que era o que ele foi fazer.<br />

<strong>Malice</strong> envolveu as mãos ao redor da cintura dela quando ela<br />

se preparou para descer, e facilmente levantou-a do assento e


a colocou no chão. Por um segundo, ele manteve as mãos<br />

sobre ela, e a olhou com um olhar semicerrado escassamente<br />

contido no rosto.<br />

— Depois de descansar podemos falar sobre esse<br />

trabalho e onde você pode ficar até poder se manter por conta<br />

própria.<br />

Não era o que ela queria fazer, mas ela balançou a<br />

cabeça de qualquer maneira. Na verdade, ele ainda estava<br />

excitado, apesar de ter esfriado tão rapidamente.<br />

— Vamos. Você tem que descansar. Ele se virou e andou<br />

para a frente da cabana, e ela não tinha escolha a não ser<br />

segui-lo. Mesmo depois de tudo o que aconteceu, e a<br />

excitação súbita e constrangimento, Adrianna sabia que isso<br />

ainda era a melhor escolha que ela fez. Pelo menos era o que<br />

ela dizia a si mesma.


Kink parou sua Harley na calçada de Sarah, desligou o<br />

motor, e forçou-se a se acalmar. A última coisa que ele queria<br />

fazer era irritá-la, sabendo a mega cadela que ela era, estava<br />

disposto a conversar com ela em vez de gritar como ele<br />

queria. Tirou o capacete e pendurou-o em seu punho, Kink<br />

ficou lá por um momento e olhou para a pequena casa de<br />

estilo fazenda, nos arredores de River Run. Pensou na<br />

conversa que tivera com ela há alguns dias, o que lhe causou<br />

uma raiva e gritos e o fez bater em três caras antes de Lucien<br />

intervir e lhe dizer para ter calma. Não era só chutar as<br />

bundas desses fodidos, mas ganhar dinheiro para os irmãos.<br />

Essas lutas implacáveis podem ajudar a aliviar a sua raiva e<br />

tensão, mas isso não ajudava o seu MC se ninguém apostava<br />

contra ele. Ele empurrou esses pensamentos fora de sua<br />

mente e andou em direção a porta da frente de Sarah. Ele<br />

não ligou e avisou que viria, porque a cadela de coração frio,<br />

provavelmente sairia apenas para que ele não pudesse ver<br />

Callie. Ver sua filha apenas uma vez por semana era uma<br />

merda, mas ele respeitou o acordo. Vê-lo aqueles poucos dias<br />

uma vez por mês era melhor do que nada.


Uma vez na frente da porta, bateu três vezes. Ele ainda<br />

estava chateado, e estar aqui, tão perto de Sarah a mulher<br />

tentando impedi-lo, não ajudava sua raiva. Ele estava prestes<br />

a bater na porta novamente quando ela se abriu. Sarah<br />

estava do outro lado, sua roupa parecia como se ela estivesse<br />

dirigindo-se ao clube de strip para alguns dólares. Mas, foi<br />

onde ele a conheceu, onde ele transou com ela, e que toda a<br />

sua vida mudou.<br />

— Que diabos você está fazendo aqui? — Ela se<br />

debruçou contra a armação, seu corpo esbelto não fazia nada<br />

com ele agora, mas faziam suas bolas encolher.<br />

— Quem é, Sarah?<br />

O idiota do namorado dela chamou, e levou tudo em<br />

Kink para não gritar para que ele caísse fora ou ele mesmo<br />

iria chutar sua bunda.<br />

— Dale, apenas volte a assistir o seu show. — Ela olhou<br />

para ele com este olhar fodido em seu rosto. — Sério, você<br />

sabe que não pode simplesmente vir aqui sem falar comigo<br />

primeiro. Eu deveria ligar para o meu advogado e deixá-lo<br />

saber o que você está fazendo. — Ela sorriu<br />

presunçosamente. — Garantir que vou me mudar para a<br />

Califórnia é o melhor interesse para a Callie.<br />

Ele respirou e depois soprou, controlando sua raiva e<br />

irritação para a mãe de sua filha.<br />

— Sim, Sarah, eu deveria ter ligado—, disse ele entre<br />

dentes, — Mas você e eu sabemos que você não teria


espondido. Eu precisava falar com você, para tentar resolver<br />

isso.<br />

Ela não respondeu.<br />

— Esperar esses poucos meses para que Callie faça<br />

dezoito anos não vai foder com a sua felicidade maldita. O<br />

que você está fazendo é egoísta. — Kink não era o tipo de<br />

homem para resolver seus problemas com conversa. Ele<br />

pegava o que queria, quando queria, e não dava a mínima<br />

para o resultado, enquanto ele estava em seu favor ou em<br />

favor do MC.<br />

— Escute, quando ela fizer dezoito anos, ela pode fazer o<br />

que diabos ela quiser fazer. Droga, boa viagem. Se ela quiser<br />

falar com um juiz depois de eu ter tudo arrumado para ir —,<br />

ela deu de ombros, — ela pode fazer isso também. Pode até<br />

levá-la por um longo tempo para falar com alguém no River<br />

Run sobre se emancipar se é isso que ela quer. Eu não sou<br />

uma especialista no sistema legal, mas eu sei as regras desta<br />

cidade e que o meu advogado redigiu um termo durante a<br />

audiência de custódia, e que você assinou. — Ela agarrou a<br />

porta, com a intenção de fechá-la. — É isso aí, Kink, ok?<br />

— Pai?<br />

Ele olhou por cima do ombro de Sarah e viu Callie de pé<br />

no topo das escadas. Ela parecia preocupada, e ele odiava<br />

que ela estivesse se sentindo dessa forma na forma como as<br />

coisas estavam acontecendo.<br />

— Está tudo bem, baby.


Ela desceu as escadas, e sentiu sua raiva sumir<br />

ligeiramente. Quando Sarah deu um passo à frente de sua<br />

visão de Callie, ele encarou-a e forçou-se, mais uma vez, a<br />

manter a calma porque ela sabia como deixá-lo puto.<br />

— É evidente que isso não vai funcionar, Sarah, mas eu<br />

disse a você no telefone, que você não está levando a porra de<br />

minha filha. Vou entrar em contato com meu advogado<br />

também. — Ele não sabia nada sobre posições legais, mas<br />

tinha a sensação de que ela estava blefando. De jeito nenhum<br />

ela conseguiu aprovar isso legalmente debaixo do seu nariz, e<br />

em tão pouco tempo. Ele também tinha esse sentimento<br />

doente de que ela achava que ele iria rolar e fazer o que ela<br />

quisesse para não estragar as coisas, mas claramente não o<br />

conhecia muito bem. Ele notou a forma como sua expressão<br />

presunçosa transformou marginalmente para irritação e<br />

depois preocupação. Sim, a cadela estava louca, e ele<br />

apostava que seus planos reais com o idiota do namorado<br />

foram por baixo bem debaixo do seu nariz.<br />

— Você quer que sua filha passe pelo trauma de uma<br />

audiência, de ter que falar com um juiz e tudo isso? — Ela<br />

estava se agarrando a besteiras, isso estava claro.<br />

— Usando a culpa para me fazer voltar atrás não está<br />

funcionando. Eu não recebi uma notificação do meu<br />

advogado sobre nada dessa merda, mas claramente que<br />

tentar resolver isso com você em um nível adulto não está<br />

dando certo. Eu não sou um gênio em leis, Sarah, mas sei o<br />

suficiente para que você não possa simplesmente levantar e<br />

se mudar para outro estado. — Ele estava tão lívido depois de


falar com ela no início da semana que tudo o que podia<br />

pensar era em tentar chegar num acordo. E então quando ele<br />

esfriou o suficiente para que percebesse que nada disso soava<br />

bem, e que ela poderia ir embora para outro estado, mesmo<br />

que fosse ilegal em muitos níveis o irritou ainda mais. O<br />

babaca saiu da sala de estar, com aparência de bêbado com<br />

uma cerveja na mão e cheirando como se ele não tivesse<br />

tomado banho em uma semana. Kink enrolou seu lábio em<br />

desgosto.<br />

— Ei, dê o fora da minha porta, idiota.<br />

Kink virou e olhou para o filho da puta que era metade<br />

de seu tamanho e ostentava uma barriga de cerveja.<br />

— Você acha melhor esse velho, Sarah. — Ele falou com<br />

ela, mas manteve o olhar treinado em seu namorado.<br />

— Dale tem todo o direito de estar aqui. Uma vez que<br />

nos casarmos ele vai ser o padrasto de Callie.<br />

— Oh não—, disse Callie das escadas.<br />

Sim, ela era sua filha. Isso o fez sorrir.<br />

— Callie, cale a boca e deixe os adultos falar.<br />

— Porra. Não<br />

— Callie, querida, volte para cima, por favor. — Ele<br />

manteve sua voz baixa e seu foco treinados sobre Dale. Ele<br />

viu a cabeça de Callie de volta para cima através do canto dos<br />

olhos, e uma vez que ela se foi ele estendeu a mão e agarrou<br />

a gola de Dale. Levantou-o facilmente do chão Kink puxou<br />

para mais perto até que eles estavam nariz com nariz. — Você


chega a falar com a minha filha desse jeito de novo e eu vou<br />

rasgar suas bolas de merda fora e as assarei em minha<br />

churrasqueira.<br />

— Kink, saia daqui antes que eu chame a polícia —<br />

disse Sarah, mas sua voz um pouco estridente vacilou.<br />

Kink encarou Dale direto nos olhos por mais alguns<br />

segundos e, em seguida, jogou-o de lado, como se fosse um<br />

saco de batatas.<br />

— Você não me sacaneie, Sarah, porque eu vou trazer a<br />

ira dos irmãos Madesen para sua bunda. — Com isso, ele se<br />

virou e saiu de volta para sua moto. Uma vez nela e com o<br />

capacete na cabeça, ele olhou para uma das janelas do<br />

segundo andar. Ele viu Callie ali de pé, e quebrou seu<br />

coração maldito ter que deixá-la. Ela soprou-lhe um beijo de<br />

despedida, e depois de um movimento de sua mão para lhe<br />

dizer que estava saindo, ele ligou o motor e saiu sua moto<br />

para fora da garagem. Ficou ainda mais feroz do que ficou<br />

quando toda essa merda começou. O que ele precisava era de<br />

uma boa bebida dura, talvez uma luta, e uma foda dura<br />

acirrada para ter a sua mente fora da merda da tempestade<br />

que estava atualmente sua vida.<br />

Uma hora mais tarde e ele estava no bar, com uma boa<br />

bebida, e jogando dardos com Rock. O outro motociclista já<br />

estava no bar local Brothers in River Run. Kink bebeu mais<br />

uma dose, mas não houve nenhuma queimadura em seu<br />

estomago, mas a suavidade do álcool. Sua garganta estava


dormente, a sua visão estava embaçada, e iria tomar mais<br />

um barril de cerveja.<br />

Voltou-se para o bar e bateu a copo no balcão. Outra<br />

dose de Jack.<br />

— Kink, cara, vamos parar por esta noite, ou pelo menos<br />

voltar para o clube para beber. —, Disse Rock logo atrás dele.<br />

Ele virou apenas a sua cabeça e olhou para o outro<br />

irmão.<br />

— Por que, porque eu estou chutando seu traseiro nos<br />

dardos? — Ele levantou uma sobrancelha, sabendo que ele<br />

arrastou essas palavras, mas queria estar tão bêbado que<br />

não conseguisse nem andar muito menos falar.<br />

— Em seus sonhos, idiota—, disse Rock através de um<br />

sorriso. — Mas você está mais bêbado do que mijo agora, e eu<br />

sei como isso vai acabar se você continuar consumindo tiros<br />

de álcool. — Quando Kink não respondeu, apenas olhou para<br />

Rock, o outro homem continuou. — Você vai entrar em uma<br />

briga e foder alguém, os policiais serão chamados, e então eu<br />

vou ter que socorrer o seu traseiro para fora da cadeia.<br />

Kink sacudiu a cabeça e bufou com esse pensamento.<br />

— Sim, isso provavelmente será o resultado hoje à noite.<br />

— Olá bebê.<br />

Ele se virou para a direita e viu uma das moças do bar<br />

que frequentava o lugar regularmente.<br />

— Você quer me levar para casa esta noite?


Ela se esfregou nele pela última hora, mas ele não bebeu<br />

o suficiente para levá-la para um pouco de sacanagem.<br />

Agora? Agora ele estava bem e desperdiçar essa oportunidade<br />

parecia errado a mulher parecia que podia lidar com ele. O<br />

barman trouxe outra dose na frente dele, e ele olhou para<br />

Rock, que ainda estava de pé à sua esquerda. Mas Rock não<br />

reclamou sobre ele beber e começar uma luta, em vez disso<br />

estava ocupado flertando com a jovem garçonete. Kink<br />

agarrou o copo e virou-o de uma vez, e quando ele bateu o<br />

copo no balcão para uma segunda dose, a mulher esfregou<br />

seus seios contra o lado de seu braço.<br />

— Vamos, docinho, me leve de volta para o seu lugar e<br />

me mostra como um homem de verdade fode sua mulher.<br />

Ele empurrou-a para longe o suficiente para que ele<br />

pudesse virar e olhar para o seu rosto de frente.<br />

— Você não é minha mulher. — Ele continuou a olhar<br />

para ela. A maquiagem que ela tinha era grossa e parecia<br />

sufocante, e os cílios falsamente longos faziam parecer que<br />

ela deveria estar de pé na esquina da Colfax. Mas ela tinha<br />

um bom corpo, não cheirava a bebidas ou cigarros, como o<br />

resto das mulheres no bar faziam, e ele precisava foder esta<br />

noite. — Você é apenas um corpo que eu vou usar hoje à<br />

noite. — Ele queria que ela soubesse exatamente o que isto<br />

era entre eles, e não se enganasse que haveria algo mais do<br />

que algumas horas de sexo quente, suado envolvido. Ela ficou<br />

em silêncio por alguns segundos, e ele podia ver a ponta de<br />

raiva de sua grosseria, mas sabia que ela ainda iria para casa<br />

com ele. Ela era o tipo de mulher que estava desesperada por


atenção, e ele estava disposto a dar-lhe a atenção, mas<br />

apenas em seus termos.<br />

— Tudo o que você quiser, baby. — Ela ergueu o braço e<br />

passou a mão sobre seu casaco.<br />

Ele agarrou seu pulso em um aperto solto, mas seguro.<br />

— Não toque na porra do couro.<br />

Ela tomou a mão de seu aperto e embalou-a contra o<br />

peito. Ele sabia que não a machucou, e se ela não estava<br />

acostumada ao seu tipo de raça de macho poderia virar o<br />

rabo ao redor e encontrar um bêbado gordo e ocioso. Eles se<br />

encararam por alguns segundos, e então ela estampou um<br />

sorriso que ele tinha certeza de que lhe renderam um monte<br />

de merda destas que os rodeavam.<br />

— Eu estou pronta quando você estiver.<br />

Ele levaria um minuto para ficar duro uma vez que ela<br />

estivesse de costas no seu lugar, graças ao álcool e ao fato de<br />

que ela tinha um bom corpo, mas ele lidaria com isso. Agora<br />

ele só precisava perder-se em um corpo quente feminino, e<br />

esquecer toda a merda negativa em torno de sua vida.


<strong>Malice</strong> sentou-se em torno da mesa da reunião dos<br />

Brothers Madesen. Todos os membros estavam presentes:<br />

Lucien seu Presidente, Kink o VP, Tuck, Run e Rock. <strong>Malice</strong><br />

chegou por volta de cinco horas atrás. Era o meio do dia, mas<br />

Adrianna e as mulheres ainda dormiam. Elas precisavam de<br />

descanso após o último dia e meio da merda fodida que<br />

aconteceu. Run e Rock pareciam pior pelo desgaste, e <strong>Malice</strong><br />

sabia que ele provavelmente parecia da mesma maneira. Não<br />

conseguiu mais do que algumas horas de sono antes que ele<br />

estivesse bem acordado e olhando pensativo para o teto<br />

lembrando sobre Adrianna e a sensação de seus lábios nos<br />

dele, e depois tinha esta reunião com o clube. Ele queria ter<br />

esse encontro de qualquer maneira. Lucien sabia que ele<br />

estava trazendo Adrianna com ele, sabia sobre o tiroteio e<br />

sobre Phillip, mas isso não significava que o Presidente<br />

estivesse bem com tudo. Por um lado, isso trouxe muita<br />

atenção para o clube, e não de uma maneira boa. Eles<br />

queriam estar incógnitos, e ter esta merda nos boletins<br />

policiais de Utah não era o tipo de atenção que eles<br />

precisavam. Eles já tinham uma má reputação como eram.


Isso tudo aconteceu porque ele trouxe Adrianna para o clube,<br />

mas ele não teria feito diferente, e ele iria lidar com as<br />

repercussões.<br />

— Ok então sabemos por que você a levou ao clube de<br />

Fairview, mas diga-me novamente por que você a trouxe aqui.<br />

— Lucien recostou-se na cadeira de couro, que rangeu com<br />

seu peso. O silêncio que encheu a sala era porque todo<br />

mundo estava bem focado em <strong>Malice</strong>, esperando para ver por<br />

que ele agiu tão fora do personagem.<br />

Ele assumiu a mesma posição relaxada de Lucien.<br />

— Eu já te disse que eu não podia deixá-la ali com todo<br />

esse drama que aconteceu com seu ex, e deixá-la seguir seu<br />

caminho não era algo que eu me sentia confortável.<br />

Lucien assentiu.<br />

— Eu sei, mas não é isso que eu quis dizer. Você nunca<br />

deu a mínima para o que acontecesse com uma mulher uma<br />

vez que você tinha o que queria.<br />

— Eu não a tive — Ele rosnou ao seu presidente, sem<br />

querer desrespeitar, mas ninguém iria implicar com Adrianna<br />

em algo que ela não era. — Eu me sinto protetor com ela.<br />

— Ok, mas isso não responde realmente o que eu estava<br />

perguntando.<br />

Sim, <strong>Malice</strong> sabia disso, porra.<br />

— Porque deixar uma mulher ferida como essa não é<br />

meu estilo. E a última vez que verifiquei que não é o estilo<br />

dos Irmãos também. Nós salvamos as mulheres quando


podemos. Nós não somos bastardos o tempo todo. — Ele não<br />

tinha problemas em falar de um homem de negócios do clube<br />

ou fora de retaliação, assim como ele fez com Phillip, mas<br />

<strong>Malice</strong> também não disse à Lucien que ele se importava com<br />

Adrianna mais do que ele provavelmente deveria. Ele olhou<br />

para o presidente, e a expressão em seu rosto disse a <strong>Malice</strong><br />

que Lucien estava segurando sua própria irritação e raiva<br />

sobre a situação.<br />

— Você quer transar com ela ou algo assim? Até mesmo<br />

eu posso ver que ela é um pedaço quente como a merda —<br />

disse Kink.<br />

Kink podia ser o VP do clube, mas isso não impediu<br />

<strong>Malice</strong> de lançar um olhar desagradável em sua direção.<br />

— É melhor cuidar com a porra da boca, Kink.<br />

Havia uma expressão estoica no rosto do outro homem.<br />

Ele parecia de ressaca, como o resto dos membros que não<br />

foram no resgate, mas Kink parecia um pouco mais sombrio<br />

do que o normal, e ficou claro que o membro tinha algum<br />

problema que ele estava lidando. Mas <strong>Malice</strong> não queria se<br />

preocupar com isso, pois todos eles sempre lidavam com seus<br />

próprios problemas, e só porque eles estavam em um<br />

momento ruim não queria dizer que esse tipo de merda<br />

precisava ser dito.<br />

O cabelo castanho e curto de Kink estava espetado, e<br />

havia olheiras sob seus olhos azuis claros. <strong>Malice</strong> também<br />

pode ver as tatuagens que cobriam seu peito e pescoço que<br />

saíam fora da gola da camisa.


— Droga, está muito irritado? —, Perguntou Kink com<br />

um sorriso inteligente cobrindo o rosto.<br />

— Sim, quando você estiver se metendo em coisas que<br />

não sabe. — <strong>Malice</strong> rosnou as palavras, e o som dos outros<br />

membros deslocando em seus assentos quando a tensão<br />

aumentou encheu o ar ao seu redor.<br />

— Tudo bem, isso é o suficiente, Kink e <strong>Malice</strong> — disse<br />

Lucien em sua voz retumbante. Ele se inclinou para frente e<br />

cruzou as mãos sobre a mesa. Os membros dos Brothers<br />

Madesen tinham quarenta ou cinquenta anos, e apesar de<br />

Lucien ter apenas 42 anos de idade o peso de ser um<br />

Presidente MC mostrava claramente em seu rosto. Ele estava<br />

cansado, tanto quanto todos eles.<br />

— Tudo o que eu estou dizendo é que <strong>Malice</strong> deve dizer o<br />

que ela é, e não tentar justificar suas reais intenções com<br />

besteiras, — Kink disse, ignorando claramente o aviso de<br />

Lucien que ele precisava para fechar a boca.<br />

— Cristo, Kink, apenas cale a boca— Lucien rugiu. —<br />

Estamos todos passando por nossos próprios problemas<br />

agora.<br />

Durante vários segundos.... Ninguém disse nada, mas<br />

<strong>Malice</strong> olhou em volta da mesa para cada membro. Havia<br />

curiosidade em suas expressões sobre o que Kink disse, mas<br />

ele não poderia culpá-los. Além de Molly ele não se<br />

preocupava com sentimentos e emoção e com a porra de<br />

certeza não trazia mulheres ao clube. Ele sabia que estava


emanando algumas vibrações de propriedade, mas ele não<br />

deu a mínima.<br />

— Eu não estava disposto a deixá-la ali sangrando e<br />

espancada, além disso, sinto algo a mais por ela, e eu não<br />

vou deixar que ela apenas vá.<br />

— Ok, bom, agora está chegando a algum lugar. Além<br />

disso, eu não queria que você fizesse uma coisa fodida como<br />

deixá-la também —, disse Lucien.<br />

— Eu a levei de volta para o clube de Marx e seu médico<br />

a examinou. — Ele ouviu as palavras de Marx em sua cabeça<br />

novamente, mesmo se tivesse passado ainda chateava <strong>Malice</strong>.<br />

— Eu tinha a intenção de deixá-la ir na manhã seguinte, mas<br />

eu fui ao encontro do cara que a usou como um saco de<br />

pancadas humano— Isso tudo foi sendo repetido para o resto<br />

dos membros, porque Lucien sabia de tudo isso já. — E então<br />

você sabe o resto sobre os malditos fanáticos, e que o filho da<br />

puta foi atropelado pelo carro. — <strong>Malice</strong> olhou para Kink, e<br />

embora ele não tivesse nenhum problema com qualquer um<br />

dos outros membros, ele ainda estava furioso sobre os<br />

comentários que o VP fez.<br />

— Calma, <strong>Malice</strong>. — Claramente Lucien podia ver que<br />

ele estava no limite.<br />

— Ela não tem ninguém, e estava pensando em deixar<br />

Fairview com algumas centenas de dólares, mas me sinto<br />

muito protetor com ela, como eu disse, e eu queria que ela<br />

estivesse na segurança do clube. — Ele estava olhando para o<br />

presidente outra vez. Houve mais silêncio, alguns pigarrear


de gargantas, e <strong>Malice</strong> sabia que ele estava começando a<br />

mostrar sua raiva e emoções por esta menina.<br />

— E assim você pensou que era bom trazê-la para o<br />

clube quando ela é uma pessoa de fora e não a sua senhora?<br />

— Mais uma vez, Lucien foi o único a falar.<br />

— Que diferença isso faz? Nós ajudamos as prostitutas<br />

em Denver, até mesmo compramos a porra da casa para que<br />

elas pudessem se curar. Eu não acho que éramos um bando<br />

de motociclistas bastardos como todos na cidade reivindicam<br />

que somos, mas talvez um de nós seja. — Ele apertou a<br />

mandíbula e fechou suas mãos em punhos. <strong>Malice</strong> se dava<br />

bem com todos, mas ele estava em desvantagem sobre toda<br />

esta situação com Adrianna, e as coisas não melhoraram<br />

quando Kink achou legal abrir a porra da boca. Mas agora,<br />

tanto sua testosterona quanto raiva estavam aumentando, e<br />

ele sabia que as coisas iriam ficar muito feias rápido se ele<br />

continuasse.<br />

— Que porra há com você, afinal? Você teve um pedaço<br />

de pau na sua bunda desde que voltou, — Kink rosnou.<br />

— Qual porra é o meu problema? — <strong>Malice</strong> balançou a<br />

cabeça lentamente e sentiu seu sangue começar a ferver.<br />

— Sim. Tudo o que perguntei foi se você queria transar<br />

com ela, e você se apavorou. Talvez você esteja chateado<br />

porque ela não quis transar com você.<br />

<strong>Malice</strong> levantou-se tão rápido que sua cadeira<br />

escorregou para trás e bateu na parede. Kink permaneceu em


sua cadeira, olhando afetado embora <strong>Malice</strong> podia ver que o<br />

outro homem estava tenso.<br />

— Sente-se, <strong>Malice</strong>, — disse Kink entre dentes. — Você<br />

não quer fazer isso quando claramente sua cabeça está toda<br />

bagunçada.<br />

<strong>Malice</strong> abriu a boca, mas Lucien bateu com o punho na<br />

mesa.<br />

— <strong>Malice</strong>, sente-se, porra. Kink, cale a boca.<br />

<strong>Malice</strong> levou um minuto, mas ele finalmente sentou-se e<br />

puxou as rédeas em seu temperamento. Merda, ele estava<br />

perdendo o controle e com um de seus irmãos. Ele passou a<br />

mão sobre o rosto, sentiu o cabelo cortado ao longo da palma<br />

de sua mão, e suspirou. Ele precisava de uma bebida, e talvez<br />

malhar, mas primeiro ele precisava se controlar...<br />

— Acalme-se, porra, e apenas me diga qual é o seu<br />

plano com essa mulher —, disse Lucien entre dentes, e ficou<br />

claro que ele estava tentando se acalmar. — Se você quer ela<br />

para a sua Senhora, então é melhor fazer sua posse aqui e<br />

agora.<br />

<strong>Malice</strong> nunca deixou ninguém falar assim com ele, até<br />

mesmo um irmão, mas este era o presidente, e ele respeitava<br />

muito Lucien.<br />

— Porque você sabe, a menos que uma mulher seja uma<br />

Senhora, cozinhe, limpe, porra, não deixamos uma boceta<br />

ficar por aqui por nada.<br />

<strong>Malice</strong> soltou um som profundo, hostil.


— Acalme-se. Não estou querendo dizer que ela deve ser<br />

do clube de boceta, mas aquelas mulheres lá fora,<br />

escolheram estar aqui. Elas gostam desta vida, e até mesmo a<br />

querem. Você quer Adrianna, é só dizer e tudo isso será<br />

resolvido, homem.<br />

Malícia recostou-se na cadeira. Havia tensão na sala<br />

ainda, mas não apenas dele e Kink. O resto dos membros<br />

estavam sentindo isso também. Eles eram uma família, e<br />

quando eles começaram a brigar entre si não era bom para<br />

ninguém. Ele olhou para cada um dos homens mais uma vez,<br />

sua família, seus irmãos, e seu clube. Ele então pensou em<br />

Adrianna e o que ele realmente queria dela. <strong>Malice</strong> não se<br />

importava que tivesse sido apenas alguns dias desde que ele<br />

a encontrou e esteve em sua vida. Ele viveu muita coisa com<br />

ela nesse curto espaço de tempo. Olhou para Kink, olhou<br />

para o idiota que o irritou regiamente, e então olhou para<br />

Lucien. — Sim, eu a quero como minha mulher.<br />

Lucien não respondeu de imediato, mas finalmente ele<br />

concordou.<br />

— Tudo bem, ainda bem que assumiu irmão. Agora,<br />

vamos seguir em frente a partir disso.<br />

— Parece bom, — <strong>Malice</strong> disse em voz baixa.<br />

Droga, ele acabou de conhecê-la, mas a reclamou como<br />

sua Senhora na frente de seu clube. Isso era alguma merda<br />

séria, e ele ainda não falou com ela sobre isso. Reivindicando<br />

uma mulher como sua Senhora era grande merda, e <strong>Malice</strong> já<br />

foi por esse caminho com Molly. Ele nunca pensou que iria


precisar ou querer outra mulher assim, mas ele também não<br />

podia negar que sentiu algo forte e real para Adrianna. Não<br />

era como qualquer coisa que ele sentiu com Molly, e que era<br />

alguma grande coisa dada a vida que ele levava. — Eu quero<br />

trazer outra questão. Eu quero falar sobre Adrianna trabalhar<br />

e ficar em casa com as outras mulheres. Eu acho que ela<br />

poderia ajudar, e isso fará com que ela se sinta melhor. Mas<br />

isso seria temporário como eu quero garantir que as coisas<br />

estejam bem para ela antes mesmo de trazer o assunto de<br />

Senhora com ela. — Lucien ergueu a testa mais uma vez. —<br />

Você quer que ela trabalhe, onde colocamos boceta para<br />

venda?<br />

<strong>Malice</strong> sabia onde Lucien queria chegar.<br />

— Eu não quero que ela abra suas pernas. Mas não<br />

temos homens indo para a casa e essas mulheres estão<br />

tentando se curar, também. — Ele forçou as palavras e sentiu<br />

sua mandíbula travar quando ele a apertou com força. Ele<br />

lembrou a si mesmo para se acalmar, porque este era o seu<br />

Presidente, mas apenas o pensamento de qualquer outro<br />

homem tocando Adrianna tinha essa raiva assassina<br />

movendo-se através dele.<br />

Lucien ergueu as mãos.<br />

— Eu só estou surpreso que é onde queria que ela<br />

ficasse. Pensei que acabou de colocá-la em sua casa ou até<br />

mesmo no motel.<br />

<strong>Malice</strong> balançou a cabeça antes de Lucien mesmo<br />

terminar.


— Não. Eu não a quero em algum motel, e eu estou indo<br />

em casa apenas para ver Dakota. Eu quero ter certeza de que<br />

ela esteja confortável comigo e esta situação antes dela vir<br />

morar comigo. Se ela não ficar no clube, o próximo lugar mais<br />

seguro e mais lógico para ela estar é na cabana.<br />

Ele colocou a mão sobre a mesa e tamborilou com os<br />

dedos sobre a madeira.<br />

— Isso teria de ser trazido para a mesa para um voto,<br />

pois isso significaria fazê-la como uma espécie de<br />

empregada...<br />

<strong>Malice</strong> assentiu. Ele estava com os Irmãos por um longo<br />

tempo agora, e apesar de terem sido Nômades uma vez antes<br />

de resolverem se estabelecer e se mudaram para River Run<br />

vários meses atrás, eles ainda eram uma parte dos irmãos<br />

Madesen MC. Eles ganhavam a vida vendendo sexo. Isso não<br />

era um segredo, mas as mulheres que trabalhavam para eles<br />

consentiram e escolheram este como o caminho que queriam<br />

tomar em suas vidas. Eles ofereceram-lhes proteção, fizeram<br />

com que elas tivessem tudo o que precisavam, e ainda tinha<br />

uma grande casa construída em acres isoladas para elas. Ao<br />

longo dos últimos meses tinham cuidado das mulheres<br />

agredidas que se venderam em Denver e que foram<br />

espancadas por seu cafetão. Eles construíram uma casa para<br />

elas para que pudessem se recuperar e levantar em seus pés,<br />

investiram dinheiro para conseguirem fazer isso. Mas para<br />

cada coisa violenta e ilegal The Brothers Madesen retribuiu<br />

isso com algo que poderia ajudar alguém.


— Eu acho que seria bom para as outras mulheres têla<br />

por perto, especialmente desde que ela tem experimentado<br />

o que elas tiveram. — Rock foi o único a falar.<br />

Todo mundo olhou para ele.<br />

Ele encolheu os ombros.<br />

— O que? Eu não posso fazer um comentário perspicaz<br />

aqui? — Ele sorriu. — Nós provavelmente poderíamos ter<br />

pensado nesta situação melhor, sem argumentos vis, mas o<br />

que está feito está feito. — Ninguém disse nada, e a tensão<br />

diminuiu.<br />

— Ok, eu estou pronto para ir para a cama, porque tudo<br />

foi colocado para fora e as coisas estão indo para onde elas<br />

precisam. — Lucien olhou para <strong>Malice</strong> e então olhou para<br />

Rock. — Eu, pelo menos posso dizer que estou feliz porque<br />

aquele pedaço de merda teve o que merecia. Ferir uma<br />

mulher é motivo para ter o pescoço quebrado em meus livros.<br />

Houve uma rodada de grunhidos quando os membros<br />

concordaram.<br />

— O voto é para a mulher de <strong>Malice</strong> para ficar na<br />

cabana e ajudar com o que precisa ser feito até que ela esteja<br />

curada e em seus pés. — Ele olhou para <strong>Malice</strong> e assentiu. —<br />

Tudo certo?<br />

— Sim. — Mas a coisa era que <strong>Malice</strong> não sabia o que<br />

aconteceria quando ela ficasse curada. Ele poderia deixá-la<br />

ir? Depois do medo e preocupação que sentiu quando eles<br />

estavam de volta em Fairview... não, ele a queria, já havia


declarado, e ele ia ter que mostrar a ela que ficar ao seu lado<br />

era a porra de muito melhor do que estar só.<br />

— Você sabe o que fazer. Sim ou não. — Lucien deu seu<br />

voto sim e começou com <strong>Malice</strong>. É claro que o seu voto foi<br />

sim. Em seguida, ele passou para baixo da linha com Tuck,<br />

Ruin, Rock, e parou em Kink. Ele olhou para o outro<br />

motociclista, e apesar de terem começado um<br />

desentendimento momentos antes, eles ainda eram família, e<br />

as coisas acabariam por suavizar. Havia claramente algo<br />

acontecendo com Kink, apesar de tudo.<br />

— Sim.<br />

— Bom, uma votação por unanimidade. — Lucien<br />

inclinou o queixo para ele. — <strong>Malice</strong>, eu quero que você,<br />

Tuck, e Run terminem o serviço no prazo, levando as<br />

meninas para o camarote amanhã de manhã. Rock, fique<br />

aqui e certifique- se do envio das informações para Fairview.<br />

— Com tudo o que aconteceu lá eu quero ter certeza de que<br />

elas estão seguras e não precisam de músculo extra.<br />

Rock assentiu.<br />

— Esperamos que com as coisas resolvidas tudo comece<br />

a voltar ao normal. — Lucien olhou ao redor da mesa. —<br />

Qualquer outra coisa que precisa ser discutida uma vez que<br />

estamos todos reunidos?<br />

Houve um grunhido coletivo, e todos murmuraram<br />

—Não —. Uma vez que foi dito todos se levantaram e<br />

saíram da sala. <strong>Malice</strong> fez o mesmo e foi até o bar e pegou<br />

para si mesmo uma dose dupla. Ele olhou para o bar cheio de


marcas e viu alguns panfletos. Uma vez que ele tinha um<br />

abriu-o e examinou o interior seu sangue gelou.<br />

— Quem diabos trouxe isto aqui? — <strong>Malice</strong> gritou para<br />

ser ouvido sobre a música e vozes.<br />

Pierce, um prospecto, aproximou-se dele.<br />

— Eu fiz. Eles foram colocados na caixa de correio no<br />

portão. Pensei que era de alguns desses filhos da puta<br />

religiosos.<br />

<strong>Malice</strong> olhou para o panfleto de novo, viu que era da<br />

igreja em Fairview, Utah, e jogou-os de volta no bar. O culto<br />

os seguiu desde Utah? Parecia realmente ridículo, mas a<br />

prova estava bem na frente dele.<br />

— Bem, merda. — Ele esfregou uma mão sobre o rosto e<br />

respirou. Poderia não ser nada, apenas um membro desse<br />

culto fodido tentando assustá-los, mas ele tinha certeza de<br />

que todos estavam em estado de alerta. Ele chamou a<br />

atenção de todos, e retransmitiu o que ele acabou de<br />

descobrir. — Poderia ser apenas um deles querendo foder<br />

com a gente, mas eu quero que todos saibam que eles podem<br />

estar à procura das garotas.<br />

Todos murmuraram o seu acordo. O culto não fez nada<br />

mais do que ser irritante em seus piquetes em Fairview, para<br />

<strong>Malice</strong> eles não eram nada além de um grupo de pessoas que<br />

tinham a intenção de fazer suas crenças torcidas e<br />

deformadas uma realidade.<br />

Todos voltaram a fazer o que estavam fazendo, e <strong>Malice</strong><br />

encostou-se no bar novamente. Ainda estava claro lá fora,


mas o anoitecer estaria se aproximava rapidamente, e após os<br />

últimos dias que ele passou, uma bebida caia bem. Ele jogou<br />

a cabeça para trás, e olhou para a esquerda e no corredor.<br />

Ele mal podia ver o quarto que colocou Adrianna. As outras<br />

mulheres estavam no andar de cima, e talvez fosse tolice dele,<br />

mas o quarto que ele colocou Adrianna era dele. Apoiando os<br />

cotovelos no balcão fechou os olhos, sentindo o cansaço<br />

finalmente tomar posse.<br />

Alguém lhe bateu no ombro, e ele abriu os olhos e se<br />

virou para ver Tuck de pé ao lado dele.<br />

— Porra, cara, as coisas ficaram quentes e pesadas lá<br />

atrás com você e Kink.<br />

<strong>Malice</strong> assentiu, mas não olhou por cima do ombro para<br />

ver onde ele sabia que Kink estava de pé.<br />

— Sim, não sei o que é que está acontecendo com o rabo<br />

dele, mas eu não irei ficar chateado por isso. — Ele esfregou<br />

os olhos.<br />

— Eu não tenho certeza o que diabos está acontecendo<br />

com ele, mas eu sei que ele foi ver sua ex-Senhora e sua filha,<br />

e quando ele voltou, ele estava de mau humor.<br />

<strong>Malice</strong> sacudiu a cabeça. Grande, o que o clube<br />

precisava era de mais drama.<br />

— Lucien falou com ele? — Ele virou a cabeça e olhou<br />

para Tuck. A luz que entrava pela janela reduziu sua cicatriz.<br />

— Sim, e ele acalmou sua bunda um pouco, mas foi<br />

beber sem parar, e se recusa a falar com alguém sobre qual é


o problema. Mas todos nós sabemos que, se houver um<br />

problema estamos todos aqui para ele. Cabe apenas a ele<br />

querer se abrir e descarregar a sua bagagem emocional.<br />

Sim, isso era a única coisa boa sobre estar no MC e ter<br />

uma família permanente. Tuck permaneceu por mais alguns<br />

minutos, bebeu mais um tiro com ele, e, em seguida, dirigiuse<br />

para a parte de trás do clube para o seu quarto. <strong>Malice</strong><br />

ficou lá por mais alguns minutos, e quando ele se virou para<br />

voltar e dormir por algumas horas em um dos quartos extra,<br />

Lucien foi até ele.<br />

— Você tem um minuto, irmão?<br />

— Sim, eu estava apenas querendo uma ou duas horas<br />

de sono desde que eu não tive muito.<br />

Lucien assentiu.<br />

— Eu não vou tomar muito do seu tempo, então. — Ele<br />

inclinou a cabeça para a entrada traseira. Eles se moveram<br />

em direção a ela, e uma vez que dobraram a esquina <strong>Malice</strong><br />

parou e olhou para Lucien.<br />

— E aí?<br />

Lucien exalou, passou a mão pela parte de trás do seu<br />

pescoço, e olhou para fora da janela traseira.<br />

— Eu falei com Kink, então não vai contra a sua<br />

privacidade, e, além disso, você precisa saber por que ele<br />

estava todo fodido na reunião. Ele não se importa realmente<br />

quem sabe, mas ele não disse nada aos outros membros<br />

ainda, e nem eu.


— Ok, o que está acontecendo? — <strong>Malice</strong> levantou as<br />

sobrancelhas e cruzou os braços sobre o peito. — Você está<br />

falando da merda de atitude que aconteceu entre nós lá<br />

atrás?<br />

Lucien assentiu.<br />

— Sim. — Ele balançou a cabeça, parando <strong>Malice</strong> de<br />

responder. — Apenas me ouça.<br />

<strong>Malice</strong> rangeu os dentes e assentiu.<br />

— Kink está mal no momento.<br />

— Nós todos estamos, não estamos? — <strong>Malice</strong> se<br />

encostou na parede e suspirou. Foda-se, ele estava cansado<br />

de toda a porra do drama que parecia envolvê-los<br />

diariamente.<br />

— Sim, e eu não estou minimizando merda de ninguém.<br />

Mas, então, o meu VP e meu executor estão atacando a<br />

garganta um do outro por besteira, e eu não posso ter isso. —<br />

Lucien sacudiu a cabeça, e uma máscara escura cobriu o<br />

rosto. — Não é legal, e eu não estou prestes a concordar com<br />

essa merda.<br />

— Eu sei, e eu sinto muito por isso, mas ninguém vai<br />

falar comigo, a cerca de Adrianna dessa forma. — <strong>Malice</strong><br />

sentia essa confusão torcida dentro dele, que não fazia<br />

sentido, mas que ele ignorou por fim. Ele olhou para Lucien,<br />

e a máscara escura que cobriu o rosto do presidente foi<br />

embora, e não havia quase um entendimento sobre sua<br />

expressão.


— E eu não teria colocado essa questão se eu tivesse<br />

uma Senhora. — Lucien exalou. — Escute, eu não tenho uma<br />

mulher, provavelmente nunca terei, para ser honesto, então<br />

eu não posso ver para que essa necessidade possessiva de as<br />

proteger assim. Nenhum dos caras parecem querer<br />

estabelecer-se, mas eu estive com o MC um longo tempo<br />

porra, vi os membros mais velhos assumir suas mulheres e<br />

amá-las como se o mundo estivesse acabando. — Lucien se<br />

inclinou contra a parede, também. — Quero dizer o meu pai<br />

era a última pessoa que eu teria pensado que fosse se<br />

acalmar.<br />

<strong>Malice</strong> sorriu e acenou.<br />

— Sim, ele era um idiota difícil.<br />

Lucien começou a rir, e apesar do exterior resistente que<br />

ele sempre usava, <strong>Malice</strong> viu a dor ligeira cobrir o rosto. Foi<br />

depois de Brandon Ranger falecer de um ataque cardíaco no<br />

ano passado que Lucien entrou em contato com outros<br />

nômades e começado o clube com a bênção dos irmãos.<br />

Lucien pode nunca ter realmente dito por que ele começou<br />

este clube, mas no final isso não importava. Poderia ter sido<br />

um monte de razões diferentes: cansado de estar sempre<br />

sozinho, querendo o círculo da família de volta, ou apenas a<br />

necessidade de ter um propósito com o seu próprio MC. Seja<br />

qual for a razão, eles estavam aqui agora, e as coisas nesse<br />

departamento estavam boas.


— Tilly e sua mãe estão indo bem? — <strong>Malice</strong> perguntado<br />

sobre a meia-irmã de Lucien e sua mãe, que viviam em<br />

Thornton.<br />

Ele encolheu os ombros.<br />

— Tão bem quanto pode ser eu assumo. Não as vi<br />

realmente, uma vez que me estabeleci na River Run, mas sei<br />

que Tilly está ocupada terminando sua faculdade, e minha<br />

mãe está muito bem. Ela e Marshall estão adicionando um<br />

complemento para a casa para que seus netos possam ter um<br />

lugar para ficar quando visita.<br />

<strong>Malice</strong> não entrou em mais detalhes sobre o marido da<br />

mãe de Lucien. Ela pode ter sido a Senhora naquele tempo,<br />

mas a vida MC não era para todos.<br />

— Enfim, de volta para o que eu queria falar com você.<br />

<strong>Malice</strong> não perdeu o fato de Lucien mudar de assunto.<br />

— Sarah está pensando em se mudar para a Califórnia<br />

com o namorado bêbado que ela tem, e levando a filha de<br />

Kink com ela.<br />

— Merda. — Apenas o pensamento de um idiota<br />

tentando tirar seu filho, teria <strong>Malice</strong> em uma fúria assassina.<br />

Ele poderia ter tido problemas no início com Stinger, o<br />

homem agora casado com Molly, mas as coisas se<br />

acalmaram, e ele respeitava o membro Grizzly MC. Mas isso<br />

não queria dizer que, se Stinger tentasse impedi-lo de ver<br />

Dakota, ou Deus não permitisse ele levasse seu filho<br />

embora ... <strong>Malice</strong> apertou os braços sobre o peito e se<br />

obrigou a empurrar esses pensamentos fora de sua cabeça.


Eles não eram reais, e ele não iria deixá-los fazê-lo ainda<br />

mais irritado. — Eu posso ver porque ele está no limite.<br />

Lucien resmungou.<br />

— Sim, parece que tudo está acontecendo ao mesmo<br />

tempo, mas talvez isso signifique que estamos recebendo todo<br />

o drama mais cedo.<br />

Sim, <strong>Malice</strong> realmente duvidava disso.<br />

— Escute, eu não estou no melhor dos humores<br />

também, mas meus problemas não são nada comparados ao<br />

que Kink está passando. Eu deveria ter mantido a calma,<br />

mas...<br />

— Está feito, irmão—, disse Lucien em tom sólido,<br />

simples. Eles olharam um para o outro por um momento, e<br />

então Lucien sorriu. — Mas uma Senhora, né?<br />

<strong>Malice</strong> sacudiu a cabeça.<br />

— Nunca pensei que eu iria querer outra mulher, porra<br />

nem mesmo depois de alguns dias, mas eu sinto algo por<br />

essa menina. Meio louco, né?<br />

Lucien sacudiu a cabeça.<br />

— Nah. Olhe para a vida que levamos. Estamos cercados<br />

pelo perigo constantemente, e não é como se fizéssemos toda<br />

essa merda imoral não pesasse sobre nós. — Ele deu de<br />

ombros. — Somos uma raça diferente de homens, <strong>Malice</strong>. Nós<br />

lutamos com nossos corações, andamos com prazer porque<br />

está em nosso sangue, e foda-se com o abandono. — Não<br />

havia humor nas palavras de Lucien, porque o que ele disse


era mais verdadeiro do que a maioria das coisas. Lucien tinha<br />

esse olhar em seu rosto.<br />

— O que?<br />

Ele encolheu os ombros.<br />

— Nada. — Lucien passou a mão sobre a parte de trás<br />

do pescoço. — Bem, isso não é verdade. Eu apenas nunca<br />

senti isso ... paixão, nem mesmo quando estava com Molly.<br />

— Apaixonado? — <strong>Malice</strong> sorriu. — Eu não acho que eu<br />

já ouvi você usar uma palavra tão grande.<br />

Lucien se virou, mas ele abriu um sorriso.<br />

— Foda-se. De qualquer forma, era isso que eu queria te<br />

dizer. Dê-lhe espaço, deixe-o trabalhar seus problemas, e eu<br />

sei que ele vai fazer o mesmo com você. — Lucien deu um<br />

passo para frente e colocou uma mão em seu ombro e, em<br />

seguida, virou-se e voltou para a sala principal.<br />

<strong>Malice</strong> ficou lá por alguns minutos repetindo o que<br />

Lucien disse em sua cabeça. Sim, ele conheceu Adrianna era<br />

algo diferente e especial quando ele olhou primeiro para o<br />

rosto dela. Não era apenas sobre o desejo de protegê-la, ou<br />

querer transar com ela na pior forma como se fosse algum<br />

tipo de bastardo sujo. Ele gostava de estar ao seu redor,<br />

gostava das coisas que ela fazia-o sentir, embora ela não<br />

tenha ideia do efeito que tinha sobre ele.<br />

— Foda-se. — Ele se afastou da parede e andou para<br />

um dos quartos vazios. Talvez tirasse sua cabeça do jogo com<br />

algumas horas de sono? Se não, bem, então ele ia ter que


lidar com o que sentia por Adrianna, e ver onde diabos o<br />

levava.


<strong>Malice</strong> sentou-se no lado oposto de Adrianna, e viu<br />

como ela sorriu e agradeceu a todos que lhe ofereceram um<br />

prato de comida. Tatum, uma mulher que começou como<br />

uma prostituta no clube, mas agora era uma empregada do<br />

MC, cozinhava, limpava, e lavava a sua roupa. Ela era a mais<br />

velha, e estava agora mais como uma mãe de todos do clube.<br />

Mas Tatum tomaria conta deles mesmo que vivessem como<br />

loucos e fizessem um monte de merda que fariam suas mães<br />

ficarem zangadas. Ele se inclinou para trás em sua cadeira,<br />

já tendo terminado sua refeição, não conseguia evitar, e<br />

apenas assistir Adrianna. Ela parecia relaxada e confortável,<br />

e ele estava feliz porque a última coisa que queria era ela se<br />

sentir fora de lugar entre um grupo de motociclistas<br />

barulhentos. Ele olhou para Kink, e pelos arranhões e<br />

contusões ficava claro que ele havia vindo de uma luta. Mas<br />

se é assim que ele aliviava a dor que sentia, então não era da<br />

conta de ninguém. Ele virou o foco de volta para Adrianna, e<br />

viu que ela estava falando com Tatum.<br />

— Você já está aqui há muito tempo? — Adrianna<br />

perguntou a outra mulher.


Ela encolheu os ombros.<br />

— Este clube só foi instalado e começou a funcionar nos<br />

últimos meses, mas eu conheço todos esses caras há anos.<br />

Eu costumava ficar em outro clube até que me juntei a eles.<br />

— Tatum pegou sua taça de vinho. Com quarenta e oito, ela<br />

parecia bem para sua idade.<br />

O som ao redor deles se intensificou quando a risada<br />

ecoou, começaram a contar piadas, e toda a atmosfera do<br />

clube passou de tensa e pesada à leve e alegre. Era nessas<br />

horas que <strong>Malice</strong> vivia. Ele viu que Adrianna foi totalmente<br />

envolvida em uma história que Tatum estava contando a ela,<br />

e ele não podia deixar de observá-la. Ficou duro apenas<br />

observando-a sentar-se lá, o que era assustador como o<br />

diabo. Um ato mundano porra, mas deixou o seu maldito pau<br />

como o aço. E a porra de sua boca... Ele passou a mão sobre<br />

sua mandíbula e olhou para aqueles exuberantes lábios<br />

vermelhos. Ele não foi capaz de não pensar nisso desde o seu<br />

beijo.<br />

Como uma espécie de viciado que não conseguia o<br />

suficiente dela, viu como ela abaixava o garfo e continuava<br />

falando com Tatum. Mas tudo ao redor desapareceu,<br />

enquanto seguia o comprimento de seu braço, e mudou seu<br />

olhar sobre a amostra de creme de pele que ele podia ver<br />

acima do colarinho de sua camisa. Droga, a vontade de<br />

passar a língua por aquele pedaço de pele o deixava inchado<br />

com a necessidade de executá-lo através daqueles ossos<br />

delicados. Ele sempre pensou que aquela parte do corpo<br />

feminino era atraente, mas em Adrianna era dez vezes mais.


Seus seios pressionados firmemente contra a parte superior<br />

do top que Tatum deu a ela, ele se obrigou a puxar o seu<br />

olhar para longe e deixar de ser um bastardo. Mas então ele<br />

olhou para o rosto dela e viu-a olhando para ele. Ele devia ter<br />

sentido vergonha por estar analisando-a, mas sabia que ela o<br />

queria tão mal quanto ele a queria. Isso ficou claro quando<br />

eles se beijaram.<br />

Ela se virou e o encarou, como se sentisse seu olhar<br />

sobre ela. Eles olharam um para o outro por vários segundos.<br />

Tuck sentou ao lado dele, e embora <strong>Malice</strong> ouvisse o outro<br />

homem falando com ele, estava sinceramente perdido em seu<br />

próprio mundo fodido. Deus, o que não daria para ter<br />

Adrianna agora, mas ele não seria áspero e duro com ela<br />

como estava acostumado com outras mulheres. Ele seria<br />

gentil, e a tocaria, para que ela soubesse que isso não era<br />

apenas sobre enfiar seu pau nela. Ele queria que ela fosse lá<br />

com ele, sentisse tudo o que ele faria com ela e implorasse<br />

por mais. <strong>Malice</strong> queria que ela ficasse sem fôlego, queria ter<br />

a pele de suas costas encharcada de suor, queria que suas<br />

unhas cravassem profundamente em seu corpo enquanto ela<br />

o segurava, enquanto ele lentamente empurrava para dentro<br />

de seu corpo doce e puxava para fora, esse pensamento o<br />

deixou angustiado. Sua respiração começou a aumentar à<br />

medida que essas imagens passavam através de sua mente,<br />

mas para ele era apenas ele e Adrianna nesta mesa. Todo o<br />

resto se desvanecia no fundo. Ela ainda o observava, e ele<br />

notou as mudanças sutis nela que o alertaram para o fato de<br />

que ela estava ficando excitada, também. Se ele sentia tanta


luxúria batendo em suas veias, sem dúvida, ela podia ver os<br />

sinais físicos dele, também.<br />

— <strong>Malice</strong>.<br />

Seu nome sendo dito a seu lado mais firmemente fez<br />

<strong>Malice</strong> voltar do seu devaneio sexual e olhou para Tuck. O<br />

outro homem estava recostado na cadeira com um sorriso<br />

arrogante no rosto.<br />

Ele se inclinou para frente, e em voz baixa que só <strong>Malice</strong><br />

pudesse ouvir disse:<br />

— Se contenha homem. Parece que você está prestes a<br />

saltar entre esta mesa e montar Adrianna na frente de todos.<br />

<strong>Malice</strong> encarou Tuck, mas não olhou para Adrianna<br />

novamente. Ele tinha necessidade de ficar sob controle, mas<br />

a verdade era que sentia como se ele fosse um adolescente de<br />

novo que acabou de ter o seu pinto molhado e não sabia<br />

como fazer para manter a calma. Ele acenou com a cabeça<br />

uma vez, e quando Tuck estava recostado na cadeira de novo<br />

pegou o guardanapo, limpou o rosto, e desculpou-se. Ele ia<br />

ao banheiro se masturbar como um idiota, e tentar aliviar<br />

essa necessidade por ela o suficiente para que pudesse<br />

realmente ficar em pé perto dela e não se sentir como se seu<br />

pau fosse rasgar a direita através de seu jeans. Ele ainda não<br />

falou com ela sobre ele querendo-a como sua Senhora, e<br />

honestamente não sabia como ela reagiria. Sim, ela pode o<br />

querer, mas necessidade sexual era uma merda muito<br />

diferente de ser sua Senhora. Talvez ela só o visse como esse<br />

cavaleiro branco de armadura brilhante que ela aguardou?


Talvez ela quisesse ele por causa de uma coisa psicológica?<br />

Como se ela estivesse ligada a ele, porque ele a salvou? Ele<br />

esfregou uma mão sobre o rosto e andou para o corredor. Ele<br />

não sabia nada sobre esse tipo de coisa, mas o que ele sabia<br />

era que não sabia ao certo o que ela queria com ele a menos<br />

que ele falasse com ela. Quanto mais cedo ele fizesse isso<br />

melhor para que ele pudesse colocar sua mente e seu tesão à<br />

vontade.<br />

— Isso é besteira, Sarah. — Kink marchou para fora do<br />

celeiro, e tragou seu cigarro com raiva.<br />

— Não é, Kink. Eu encontrei alguém que me faz feliz, e<br />

se isso significa que eu tenho que ir com ele para a Califórnia<br />

para ficar feliz, então eu vou.<br />

Ele inalou o cigarro novamente, e exalou muito<br />

duramente.<br />

— Eu não me importo se você está feliz ou não, ou se<br />

você vai embora porra, mas levar a minha filha de toda<br />

maneira para outro estado do caralho porque você está<br />

namorando um cara por um total de três meses malditos, não<br />

vai. Kink estava além de chateado. Ele pensou que chamá-la<br />

e falar sobre isso de novo ajudaria as coisas. Ele estava<br />

morto, droga. Ele deveria ter ido para lá novamente e exigido<br />

que essa mudança fosse cancelada.


— Você não tem uma escolha nisso. Eu tenho a<br />

custódia, e ela é menor.<br />

— Se eu tiver que levá-la ao tribunal para me certificar<br />

de que você não vai fugir com ela eu vou.<br />

Ela suspirou, e o som irritado ralou em seus nervos.<br />

— Eu não quero uma batalha de custódia, e eu não<br />

quero fazer isso uma guerra, Kink.<br />

— Então, se você não quer uma guerra não tire minha<br />

filha.<br />

Ele podia ouvir o filho da puta do namorado dizendo-lhe<br />

para desligar na cara dele, porque ela não tinha necessidade<br />

de ouvir sua merda.<br />

— Você diz a esse idiota para pegar o telefone, se ele<br />

quer começar a falar as coisas. — Ele fechou a mão em um<br />

punho e cerrou os dentes. — Eu posso mostrar-lhe<br />

exatamente o quanto de um idiota eu realmente sou.<br />

— Pare de ser tão malditamente dramático. Posso ver de<br />

onde Callie herdou seu grande drama. — Ela suspirou<br />

novamente. Houve alguma estática dela cobrindo o telefone<br />

para que pudesse falar com o saco de merda do namorado<br />

gordo, em seguida, ela declarou falando mais uma vez. —<br />

Callie poderia usufruir de uma mudança de cenário de<br />

qualquer maneira. Sua atitude tem chegado ao ponto que mal<br />

posso lidar com isso, e acho que seu namorado está em uma<br />

gangue.<br />

Isso o fez parar.


— Ela tem um namorado? — Oh droga não. Ele<br />

desprezou o cigarro na parte inferior de sua bota e mudou-se<br />

para o lado do celeiro. Os gritos eram barulhentos e<br />

energizados de caras assistindo outros se baterem.<br />

— Ele é novo, e o primeiro que ela trouxe em casa. Mas<br />

sua atitude está horrível, e desde que contei a ela sobre a<br />

Califórnia ela ficou pior.<br />

— Sim, não merda. Você a está levando esses meses de<br />

distância antes de se formar, porque você é uma puta egoísta.<br />

— Hey, foda-se, Kink. Dormir com você foi um erro, e<br />

deixá-lo continuar durante o tempo que fez foi um erro<br />

também.<br />

Seu coração batia tão rápido que sua raiva explodiu<br />

dentro dele.<br />

— A única coisa boa sobre estar com você naquelas<br />

semanas foi Callie. Outras foi um grande erro para mim,<br />

também. — Ele não podia mesmo chamar o que eles<br />

compartilharam de um relacionamento. Algumas semanas de<br />

sexo e que uma vez ele transou com ela sem camisinha<br />

porque ficou bêbado foi um maldito pesadelo. Mas então ela<br />

ficou grávida, e quando Callie nasceu algo mudou dentro<br />

dele. Ele era pai de menina que o olhava. Ele poderia não ser<br />

o melhor modelo, e poderia pertencer a um MC fora da lei,<br />

mas estava sempre lá para ela, e morreria se isso significasse<br />

que ela poderia viver. Ela foi um raio de luz em sua vida de<br />

uma forma muito grande.


— Se você quer arrastar sua filha através de uma<br />

audiência, fazê-la ficar traumatizada porque seu pai<br />

motociclista é um bastardo que quer fazer uma maldita cena<br />

sobre isso, então vá em frente e faça uma cena de merda,<br />

Kink. Faça o que tiver que fazer, mas, no final, de que lado<br />

você acha que os tribunais estarão? — Ele não disse nada,<br />

mas ela começou a falar novamente antes que ele pudesse<br />

abrir a boca em uma série de palavrões. — Você pertence a<br />

um moto clube que tem uma reputação de ser envolvido em<br />

atividades ilegais e perigosas. Eu já lhe disse que eu estava<br />

falando com a minha advogada, e eu quis dizer isso, Kink.<br />

Ela está elaborando documentos para o juiz de modo que eu<br />

possa me mudar para fora do estado com Callie.<br />

— Você é uma cadela de coração frio.<br />

— Eu vou fazer o que tiver que fazer para garantir que<br />

você não estrague a minha felicidade. Quer dizer, você<br />

detonou a minha vida e a dela por ser um pai ausente.<br />

Ele rangeu os dentes novamente, controlando-se para<br />

não dizer o que realmente estava em sua mente, porque só<br />

pioraria a situação.<br />

— Eu só vou dizer isso uma vez, Sarah.<br />

— Diga o que quiser, Kink. Não importa de qualquer<br />

maneira.<br />

— Você não vai levar a minha filha de mim. — Ele<br />

desligou o telefone e quase esmagou o celular na mão. Ele<br />

tomaria medidas drásticas se isso significasse manter sua


filha perto. Ele virou-se e bateu com o punho no lado do<br />

celeiro. Ele amava a dor, mas não o fez se sentir melhor.<br />

A multidão estava selvagem no outro lado da parede, ele<br />

encostou-se, e empurrou longe do celeiro e caminhou ao<br />

redor do prédio. Ele estava enfurecido, e precisava de uma<br />

boa luta para acabar com isso. Ele empurrou as pessoas para<br />

fora do seu caminho quando entrou, e por sorte para ele,<br />

tinha uma luta terminando. Inclinando a cabeça para alguns<br />

dos membros Grizzly MC, e alguns respectivos irmãos, ele<br />

andou até eles. Rock foi para cima para tomar o centro,<br />

saltando sobre as pontas dos seus pés, estalando os dedos, e<br />

rolando a cabeça em seu pescoço.<br />

— Eu preciso ser o próximo. — Kink derramou as<br />

palavras e olhou para Rock. O outro motociclista parecia<br />

querer argumentar, mas quando viu a raiva clara no rosto de<br />

Kink ele balançou a cabeça e levantou as mãos.<br />

— Todo seu, irmão.<br />

Kink tirou seu casaco e a camisa e estendeu-a para<br />

Pierce. Foi para a frente, assim como os outros irmãos<br />

arrastando desculpas para fora do centro da barra. Ele se<br />

enfrentou com o outro lutador que deu um passo adiante.<br />

Vamos, filho da puta, vamos fazer isso.<br />

O outro cara não perdeu tempo e andou para a frente.<br />

Kink bateu com o punho no rosto do outro lutador, e sentiu a<br />

onda de adrenalina inundar seu corpo pelo impacto. Era bom<br />

se entregar a violência, sentia-se fantástico por ver o sangue<br />

jorrar no nariz do outro homem que ele acabou de dar um


soco. Ele bateu com o punho no rosto do outro cara novo e de<br />

novo até que o sangue cobriu os nós dos dedos, salpicado em<br />

seu peito nu, e o fez sentir-se ainda mais vivo. Sua raiva<br />

continuou assumindo o controle até que não houvesse<br />

nenhuma parte sã e lógica dentro dele.<br />

Ele bateu no homem outra vez e amou que seus olhos<br />

reviraram e ele caiu no chão. Ele ainda estava muito puto,<br />

ainda precisava chutar o traseiro de outro filho da puta,<br />

porque não estava satisfeito ainda. Ele ia tentar falar com<br />

Sarah novamente, discutir com ela que Callie devia apenas<br />

ficar com ele até que ela se formasse, e então ela poderia<br />

decidir onde queria iniciar sua vida. Normalmente, ele tinha o<br />

que queria. Callie era sua filha, e não havia possibilidade<br />

nenhuma o afastarem dela. Ele virou-se em um círculo e<br />

saltou sobre as pontas de seus pés. Encarando todos os<br />

rapazes alinhados para lutar, ele sorriu, esperando que<br />

tomassem conhecimento de que ele amava o sangue sobre<br />

ele. Alguns pareciam apreensivos, outros tentaram parecer<br />

presunçosos, mas isso não fez diferença, porque ele<br />

derrubaria muitos deles que tivessem a coragem de vir para o<br />

centro e brigar com ele. Ele vivia para esta merda, se oferecia<br />

para lutar todas as noites se isso significasse que ele poderia<br />

chutar o traseiro de alguém. Ele fazia isso por dinheiro, antes<br />

que ele se comprometesse com o MC. Essas lutas eram com<br />

as regras de rua, e isso era exatamente o que Kink gostava.<br />

— Qual filho da puta está pronto para bater o chão ao<br />

lado desse?


A multidão foi à loucura, e dinheiro foi levantado alto<br />

quando o volume aumentou dez vezes. O cara que deu um<br />

passo adiante parecia muito pouco acostumado a lutar sujo<br />

no celeiro, mas que porra de diferença faria. O resultado final<br />

seria sempre o mesmo. Ele não opinava em torno do que<br />

estava acontecendo, apenas segurou os punhos para cima,<br />

sorriu para o cara e jogou um gancho de esquerda, e depois<br />

um corte inferior de direita. O outro cara caiu de bunda no<br />

chão, mesmo sem ter tido a oportunidade de dar um soco.<br />

— Levanta, idiota. — O suor escorria em seu corpo, e ele<br />

provou o metálico sabor picante de sangue na boca do último<br />

cara que conseguiu atingi-lo. O outro cara, finalmente,<br />

levantou a bunda do chão, e virou a cabeça para cuspir um<br />

bocado de sangue. A multidão foi à loucura, mais uma vez,<br />

ele teve que dar a porra do magro algum crédito por ter bolas.<br />

Mais suor pingava em seu peito nu e caiu no chão cor de<br />

ferrugem manchada. O outro cara, de repente andou para a<br />

frente. Ele balançou a esquerda e depois à direita, mas Kink<br />

se esquivou facilmente da tentativa. Este celeiro podia ser<br />

usado principalmente para as lutas de animais, mas Kink<br />

estava prestes a mostrar a esses filhos da puta que os seres<br />

humanos eram ruins, também. O outro lutador o pegou na<br />

mandíbula, e Kink tropeçou para trás. Seu lábio partiu, e<br />

sangue escorria do queixo. Portanto, esse merda mordeu ele.<br />

Bom, porque a plateia não gostava que as coisas fossem<br />

fáceis.<br />

Kink correu as costas da mão na boca, e notou o sangue<br />

manchado através dele.


— Espero que tenha gostado disso, porque é o único que<br />

você vai conseguir. — Ele avançou, viu os olhos do lutador<br />

ampliar antes que ele batesse com o punho no lado da<br />

cabeça. O cara tropeçou para trás, e Kink poderia facilmente<br />

ter mantido os socos, mas ele não queria matar o cara.<br />

Deixou o cara desmaiado no chão, em uma confusão<br />

sangrenta. Os espectadores rugiram por mais, trocaram<br />

dinheiro, e, em seguida, o próximo cara entrou no ringue.<br />

Sim, Kink iria dar tudo de si na porra daquela noite até que<br />

ele não pudesse estar de pé, pensar, ou que toda a raiva dele<br />

o tivesse deixado, até que visse a puta da Sarah novamente.


Adrianna não tinha nada em seu nome, não mais, pelo<br />

menos. Sem dinheiro, sem bolsa com pertences pessoais.<br />

Nada. A única coisa que ela tinha eram as roupas novas em<br />

seu corpo que Tatum lhe tinha dado esta manhã. Mas agora,<br />

quando ela olhava ao redor nestes dois andares daquela casa<br />

linda no meio da floresta, ela sentiu a generosidade que foi<br />

mostrada a ela, apertou sua garganta e teve lágrimas nos<br />

olhos. Mas para ser justa ela estava à beira das lágrimas<br />

desde que <strong>Malice</strong> lhe disse que este seria seu novo lar por<br />

enquanto, e que ela poderia fazer algum dinheiro em ajudar<br />

com a cozinha, limpeza, e qualquer outra coisa que<br />

precisasse ser feito no lugar. E mesmo que no começo ele<br />

tentou dizer a ela para apenas descansar, se orientar, e que<br />

iria se preocupar em mantê-la ocupada com as coisas da<br />

cabana outra hora, ela não estava querendo nada disso. Ela<br />

queria ser capaz de contribuir, e se isso significava fazer<br />

trabalhos domésticos, ela estava mais do que feliz em fazê-lo.<br />

Ela pensou em <strong>Malice</strong>. Ele manteve distância dela desde<br />

que ele deixou a mesa de jantar na última noite. Ela não o viu<br />

de novo ontem à noite, mas foi provavelmente o melhor. A


maneira como ele a olhou do outro lado da mesa, como uma<br />

espécie de leão prestes a atacar, foi um olhar que nunca<br />

ninguém lhe deu. Nenhum homem, exceto <strong>Malice</strong>. Mesmo<br />

agora, ela ainda sentia os lábios formigarem de seu beijo, e<br />

ainda sentiu o pulsar no clitóris do desejo desenfreado e não<br />

resolvido. Foram apenas alguns dias desde que ela deixou<br />

Fairview, e embora ela estivesse se curando por fora, ela<br />

precisava trabalhar em curar a si mesma internamente.<br />

— O que você acha? — <strong>Malice</strong> estava ao lado dela e ela<br />

olhou para ele. A luz entrava pela janela, sombreando a<br />

metade do rosto dele e quase lhe dando essa aparência<br />

sinistra, altamente sedutora. Ele se virou e olhou para ela<br />

quando ela não respondeu. — Adrianna?<br />

Piscou e, em seguida sorriu, ela voltou para a sala<br />

grande. Agora eles estavam no hall de entrada da cabana.<br />

<strong>Malice</strong> lhe dissera que as mulheres que lá se hospedavam<br />

estavam em reabilitação. Eles realmente não falaram muito, e<br />

ela realmente não sabia por que a sede do clube era no meio<br />

do nada. Mas é claro que não era tola. Entendi o suficiente<br />

para assumir que isso tinha algo a ver com assuntos ilegais,<br />

aqueles que provavelmente enchiam seus bolsos. O porquê<br />

era que ela não sabia exatamente.<br />

— É lindo. — Ela olhou ao redor da casa, viu várias<br />

mulheres na limpeza, outras lendo em pequenos recantos, ou<br />

apenas sentadas no sofá e falando umas com as outras. Ela<br />

voltou-se para <strong>Malice</strong>. — O que exatamente é esse lugar? —<br />

Quando ele não respondeu de imediato ela continuou. —<br />

Quer dizer, eu sei que você disse que era onde estas mulheres


poderiam se curar, mas eu não entendo o que isso significa —<br />

Ela baixou a voz para que só ele pudesse ouvir.<br />

Ele inclinou o queixo em direção às escadas, e ela o<br />

seguiu. Subiram as escadas, e ela não perdeu como algumas<br />

das mulheres olharam em sua direção, e então olhou para<br />

<strong>Malice</strong>. Uma vez que eles chegaram ao topo da escada, ele<br />

mudou-se para o corredor e parou na última porta à direita.<br />

O quarto que entrou era lindo, ao natural, paredes nuas. A<br />

cama foi colocada contra a parede, uma cômoda de pinho em<br />

frente a ela, e uma grande janela que mostrava a parte da<br />

frente do imóvel. Ela caminhou até a janela, viu dali os dois<br />

motociclistas que ela notou quando eles pararam encostados<br />

na cabana menor ao lado desta casa, e, em seguida, ouviu a<br />

porta se fechando atrás dela. Ela se virou e viu <strong>Malice</strong> de pé<br />

direto na frente dela.<br />

— Eu provavelmente deveria ter lhe dito tudo isso antes<br />

— ele deu de ombros, — mas agora é tão bom quanto<br />

qualquer outro tempo, eu suponho. — Ele fez um gesto em<br />

direção à cama, e ela se moveu e se sentou. Por alguns<br />

segundos, ele não disse nada, mas depois ele foi até o<br />

armário e abriu a porta. Dentro ela podia ver roupas<br />

penduradas mesmo que ele não tivesse ligado a luz. —<br />

Quando fizemos este lugar e os quartos foram construídos<br />

compramos algumas roupas para as mulheres que iriam ficar<br />

aqui. Eu não sei se alguma delas vai te servir. A maioria das<br />

meninas já fizeram a sua escolha, então basicamente este é o<br />

material de sobra, mas se nada te couber vou levá-la para<br />

comprar algumas coisas.


— Obrigada, mas eu tenho certeza que vai ficar bem.<br />

Vou fazê-la funcionar.<br />

Ele a olhou por cima do ombro.<br />

— Eu lhe disse que este lugar era para garantir que as<br />

mulheres pudessem se curar e voltar a se erguer.<br />

Ela assentiu, sentindo os nervos entrarem em alerta<br />

porque o que ele tinha a dizer não podia ser bom, certo?<br />

Ele virou-se totalmente ao redor, olhou pela janela e<br />

toda a sala por alguns segundos, e depois deu alguns passos<br />

em direção a ela.<br />

— O MC faz a maioria de seus negócios com venda de<br />

sexo, Adrianna.<br />

Por um segundo, ela apenas piscou, e depois piscou um<br />

pouco mais. Tentando compreender o que ele acabou de<br />

dizer, o que foi difícil. Ela ouviu claramente, mas o<br />

pensamento da venda de mulheres era tão repugnante para<br />

ela, e lembrou-lhe da vida suja que ela fugiu, tudo dentro<br />

dela instintivamente disse-lhe para sair agora dali.<br />

— Nós não mantemos estas mulheres aqui contra a sua<br />

vontade, Adrianna.<br />

Isso confortou-a um pouco, mesmo que ela não<br />

esperasse, e conhecia a fundo, que não vinha ao caso. Ela<br />

pode não ter sido vendida, mas ela viu sua mãe vender o seu<br />

corpo para o dinheiro extra, observou os homens entrarem e<br />

saírem de seu casebre, e não queria mais ser parte nisso. Ela<br />

estava indo para longe disso.


— O clube fica fora em Corner Steel. Nós usamos a<br />

cidade como uma linha de transporte para chegar lá, assim<br />

nós ficamos fora das estradas.<br />

Havia claramente um constrangimento vindo dele, e foi<br />

um pouco estranho vê-lo desconfortável. Desde que ela o<br />

encontrou ele sempre pareceu tão no controle de tudo,<br />

incluindo a si mesmo.<br />

— As mulheres que trabalham para nós estão lá porque<br />

elas querem. Nós a tratamos bem, elas são pagas e<br />

protegidas, e se em algum momento elas não quiserem ficar,<br />

estão livres para ir.<br />

Adrianna tinha todas as razões para acreditar nele. Ele<br />

não fez nada mais que ajudá-la a partir do momento em que<br />

se conheceram. Além disso, as mulheres que viu, estavam<br />

lendo, rindo e conversando, e na limpeza, certamente não<br />

parecia que estavam aqui contra a sua vontade. Elas também<br />

não pareciam machucadas como <strong>Malice</strong> disse que lhes<br />

acontecia, mas só porque ela não podia ver nenhuma marca<br />

não significa que elas não sofreram. Ela sabia da realidade<br />

tão bem quanto qualquer um. Não precisava ser um gênio<br />

para colocar dois e dois juntos.<br />

— Essas mulheres foram espancadas por seus excafetões?<br />

<strong>Malice</strong> suspirou, balançou a cabeça, e mudou-se para<br />

sentar-se na cama ao lado dela.<br />

— Sim, mas elas nunca vão se machucar novamente. —<br />

Ele olhou para ela, e ela sentia como verdadeiras eram suas


palavras. Ela sentiu-as tão profundamente como ela sentiu a<br />

verdade quando ele disse a ela a cerca de Phillip. — Então, o<br />

clube construiu este lugar para que elas tivessem um lugar<br />

seguro para ficar.<br />

— E quando elas quiserem ir?<br />

— Então, a porta está sempre aberta. Se elas não<br />

querem ficar e trabalhar e fazer as coisas domésticas, vamos<br />

encontrar-lhes trabalho. Mas se elas quiserem voltar para o<br />

que estavam fazendo antes— Ele parou por um segundo<br />

antes de continuar. — Então, podemos ajudá-las no que diz<br />

respeito, também.<br />

Ela desviou o olhar por um segundo, processando suas<br />

palavras.<br />

— Eu não posso imaginar que desejam voltar a<br />

prostituir-se depois de serem espancadas. — Mas assim que<br />

as palavras lhe saíram ela fechou os olhos. Ela poderia não<br />

ter vendido seu corpo, mas ela ficou com Phillip muito tempo,<br />

mesmo depois que ele a feriu pela primeira vez. É claro que<br />

ela sabia por que alguém quereria voltar para o que eles<br />

sentiram, e que foi a sua vida, provavelmente, por um longo<br />

tempo. Quando ela olhou para <strong>Malice</strong> viu essa expressão<br />

preocupada no rosto, e ela sorriu, deixando-o saber sem<br />

palavras que ela não estava prestes a virar. — O seu clube<br />

tem um médico que vem e faz verificações para elas?<br />

<strong>Malice</strong> sacudiu a cabeça, mas desviou o olhar para ela.<br />

— Não, bem, nós temos um médico que trabalha com o<br />

clube lá em baixo, mas Molly é uma enfermeira e vem cada


semana para passar algum tempo com elas e ver se elas estão<br />

bem.<br />

Adrianna não teria pensado que uma enfermeira viesse<br />

ali. Fazia sentido, mesmo ter um profissional médico em sua<br />

folha de pagamento, mas <strong>Malice</strong> agiu estranhamente quando<br />

disse seu nome, e Adrianna soube imediatamente que havia,<br />

obviamente, algum tipo de história entre eles.<br />

Ele voltou sua atenção para ela.<br />

— Minha ex, Molly, ela se mudou para Corner Steel com<br />

o nosso filho Dakota de três anos, após se tornar a Senhora<br />

do Stinger um membro do MC Grizzly, parceiros do nosso<br />

MC.<br />

Filho e Senhora.<br />

Não que ela ficasse surpresa que ele tivesse um filho, ou<br />

ficasse desconfortável com essa ideia. A pequena conversa<br />

que tiveram aqui e ali, e até mesmo durante o passeio de van<br />

de Fairview no River Run consistia deles dizendo uns aos<br />

outros poucos fatos sobre si mesmos. Mas é claro que ela<br />

deixou as coisas menos favoráveis, e claramente ele deixou de<br />

fora a parte importante também. Ele era mais velho do que<br />

ela por quase duas décadas, então é claro que ele teria tido<br />

uma família.<br />

— Você vê o seu filho com frequência? — A forma como<br />

sua expressão diminuiu e as linhas de preocupação ao redor<br />

dos olhos foram suavizadas teve seu coração aumentando a<br />

temperatura. Ele amava seu filho muito, e esse tipo de amor


era forte o suficiente para que ele estendesse a mão para<br />

quem estava por perto e envolvê-las em um abraço.<br />

Ele sorriu, e ela não podia deixar de retribuir o ato.<br />

— Quando Molly vivia em Brighton eu o via todos os fins<br />

de semana e, ocasionalmente, nos dias da semana. Era difícil<br />

chegar até lá, já que é cinco horas de distância. — Ele deu de<br />

ombros. — Mas ela está em Corner Steel agora.<br />

— Isso é muito perto? — Adrianna gostou de estar aqui<br />

apenas falando com ele. Havia ainda o desejo dentro dela,<br />

mas está comodidade que os rodeava e a natureza<br />

descontraída que veio de <strong>Malice</strong> era boa.<br />

— Só a cidade mais próxima.<br />

— Aposto que ele está realmente animado que começou<br />

a ver seu pai mais agora.<br />

<strong>Malice</strong> sorriu mais amplamente, e embora ela sentisse<br />

muitas emoções, felicidade e alívio, bem como excitação, ela<br />

também sentiu uma pontada de tristeza.<br />

— Ei.<br />

Ela não percebeu que ela olhava para baixo até que<br />

sentiu o dedo de <strong>Malice</strong> no queixo. Ele levantou a cabeça e<br />

virou-a de modo que ela estava olhando para ele novamente.<br />

— Qual é o problema? Eu disse alguma coisa para fazer<br />

você ficar chateada?<br />

Ela deu uma risada sem humor, e ele ergueu as<br />

sobrancelhas em confusão. Ela balançou a cabeça e fechou<br />

os olhos por alguns segundos antes de abri-los.


— Eu não estou rindo de você. É só que se eu tivesse<br />

visto você na rua eu teria pensado que você era este<br />

motociclista áspero e duro, e correria para o outro lado. —<br />

Ela sorriu, mas era inseguro, como a emoção em alta dentro<br />

dela.<br />

— Eu sou um motociclista áspero e duro. — Ele estava<br />

olhando para sua boca, mas mesmo que suas palavras<br />

fossem baixas, era a verdade.<br />

— Sim, eu sei, mas você também tem esse outro lado.<br />

Ele lentamente levantou o olhar para o rosto dela.<br />

— Você é muito doce e gentil, o tipo que vai contra o<br />

couro desgastado, ou tatuagem cobrindo a pele. — Quando<br />

ela riu desta vez era realmente mais de diversão. Mas ele não<br />

riu ou abriu um sorriso, apenas continuou a olhar para ela. A<br />

necessidade de ser honesta com o homem que salvou sua<br />

vida correu forte por ela, e ela realmente encontrou-se<br />

querendo abrir a boca e falar sobre seu irmão pela primeira<br />

vez como a ninguém desde que ele faleceu. — Eu não tenho<br />

filhos, mas eu tinha um irmão mais novo. — <strong>Malice</strong> não disse<br />

nada, mas estava grata por isso, porque ela não poderia ter<br />

tido a força para continuar, se ele tentasse aprofundar o<br />

mesmo. — A nossa vida era o que se poderia chamar<br />

desprezível. — Balançando a cabeça e com um sorriso muito<br />

forçado, ela continuou. — Fairview é uma cidade agradável,<br />

mas todo lugar tem sua queda, e onde morávamos era aquele<br />

lugar. Drogas, sexo, violência, tudo isso e muito mais eram<br />

uma ocorrência diária. — Sua mão apertou com a dela, e


Adrianna sorriu por essa sensação. Parecia agradável e<br />

calmante, e ela estava feliz que estava lhe dizendo isso. Talvez<br />

ele realmente não se importasse em conhecer esse lado<br />

escuro de sua vida, mas ela se sentia melhor colocando-o<br />

para fora. — Uma história curta, Miles se envolveu com<br />

drogas, e uma noite foi muito. As lágrimas que ela manteve<br />

dentro por anos, finalmente se soltaram, e ela se sentiu<br />

ridícula.<br />

— Ei. Shhh. — <strong>Malice</strong> tinha os braços em volta dela e<br />

puxou-a para ele e seu corpo foi pressionado no dele em<br />

questão de segundos. Aqui, ele estava sendo todo doce<br />

novamente, apesar do exterior quase assustador que ele<br />

emitia. Mas isso foi para mostrar que a aparência não era o<br />

que alguém deveria focar.<br />

Tudo correu através dela, enquanto suas emoções<br />

estavam abertas e vulneráveis.<br />

— Sinto muito, querida.<br />

Ela deveria ter ficado atordoada com o carinho que ele<br />

acabou de lhe dar, mas ela apertou os braços ao redor dele.<br />

Ele cheirava bem, como algo picante, água-de-colônia escura,<br />

e algo familiar que ela não podia identificar o que seria.<br />

— Tudo vai ficar bem agora. — Ele esfregou suas costas<br />

em movimentos lentos de sua mão, e ela se forçou a se<br />

afastar e olhar para seu rosto.<br />

— Eu não tenho dinheiro, <strong>Malice</strong>, e eu já me sinto tão<br />

grata a você. — A preocupação sobre pagar ele e seu clube de


volta por tudo o que tinham e estavam fazendo por ela era<br />

algo pesado sobre os ombros.<br />

— Isso não é algo para se preocupar agora, baby. — Ele<br />

passou o polegar sob seu olho e recolheu lhe as lágrimas.<br />

Mas quando você sentir que está pronta, você tem um<br />

trabalho aqui.<br />

— Aqui?<br />

Segurando seu rosto com cada mão, ele olhou nos olhos<br />

com seu olhar acinzentado.<br />

— O clube já aprovou, mas se você quiser trabalhar,<br />

desde que você mencionou que você poderia trabalhar aqui,<br />

será empregada pelo clube para ajudar a cuidar das<br />

mulheres e da casa.<br />

— Mas o que acontece quando elas ficarem curadas e<br />

prontas para seguir em frente? O que acontece com a cabana,<br />

então?<br />

Ele balançou sua cabeça.<br />

— Então é muito bom quando elas estão curadas e se<br />

vão, mas esta casa ainda vai ser usada como sua casa. As<br />

mulheres que não foram feridas e que trabalham para o clube<br />

ainda precisam de um lugar estável para chamar de lar. Este<br />

é esse lugar. Há sempre Irmãos para garantir que todos<br />

estejam seguros. — Ele acariciou seus polegares através de<br />

suas bochechas. — E saber que você está aqui, a salvo de<br />

toda a porra da feiura do mundo, vai me ajudar a dormir<br />

melhor à noite.


Seu cabelo escuro era mais longo, e ela moveu as mãos<br />

para cima e passou as pontas dos fios com os dedos.<br />

— Eu nem sei o que dizer. — Honestamente, ela não<br />

pensou que nada como isso poderia acontecer tão facilmente<br />

para ela. Até este ponto, ela não tinha nada fácil, mas desde<br />

que encontrara <strong>Malice</strong> coisas boas aconteceram.<br />

— O dinheiro não é algo que você precise se preocupar<br />

agora, e me pagar ou ao clube de volta não é algo que você<br />

precisa se preocupar nunca. Tudo o que eu quero é que você<br />

se concentre em ficar melhor, mas se você realmente quiser,<br />

você pode ter um salário para ajudar aqui. Eu sei que ele<br />

ajudaria as meninas que são um pouco mais instáveis do que<br />

o resto. Mas eu quis dizer o que eu disse, que eu quero que<br />

você tente se curar e não se preocupar com nada. — Ele<br />

olhou para ela, e, em seguida, deu-lhe esse sorriso torto que<br />

fez seu coração disparar. — Não importa o tempo que leve, é<br />

com você, e ninguém vai apressá-la sobre isso. Você é forte,<br />

Adrianna, e as mulheres aqui precisam de força para ajudar<br />

a encontrar a sua própria.<br />

— Eu estou muito longe de ser forte, <strong>Malice</strong>. Na verdade,<br />

eu não posso contar o número de vezes que eu fui chamada<br />

de capacho. — Este olhar muito assustador e difícil<br />

atravessou seu rosto, e ela engoliu em seco.<br />

— Você não vai pensar sobre si mesma assim. — Sua<br />

voz era profunda e com raiva. — Se você fosse tão fraca não o<br />

teria deixado, e você não teria sido forte o suficiente para<br />

perceber que você merecia muito mais.


Seu coração parecia que ia explodir do seu peito.<br />

— Você age como se você se importasse. — Ela não quis<br />

dizer isso de uma forma condescendente ou ingrata. Ela quis<br />

dizer isso no contexto que ela foi surpreendida por alguém<br />

como ele, um estranho que abriu seu coração para ela, na<br />

verdade, deu a mínima para o que aconteceu com ela.<br />

— Eu me importo, Adrianna. — Ele baixou o olhar para<br />

sua boca novamente. — Eu me preocupo muito, na verdade,<br />

droga — Ele se inclinou um pouco e por isso não havia quase<br />

nenhum espaço separando suas bocas. — Você merece muito<br />

mais do que um cara como eu, mas eu sou um bastardo<br />

egoísta e eu quero você para mim.<br />

— <strong>Malice</strong>.<br />

— E eu não vou deixar você ir, Adrianna. Eu não posso.<br />

— Ele apertou a boca na dela logo após a última palavra ter<br />

deixado seus lábios.


O beijo foi tão possessivo, foi como se <strong>Malice</strong> estivesse<br />

colocando a sua marca de propriedade sobre ela. Ele passou<br />

a língua ao longo de seu lábio superior.<br />

— Eu queria fazer isso desde a última vez em que eu tive<br />

você em meus braços.<br />

Adrianna não poderia mesmo controlar a respiração e<br />

muito menos dizer-lhe que ela pensou sobre o beijo também,<br />

uma vez que aconteceu. Ele moveu a mão em torno de seu<br />

ombro e pressionou a palma da mão aberta para suas costas.<br />

Mesmo através de sua roupa ela podia sentir o calor do seu<br />

corpo, sentiu o quão grande a mão dele realmente era, e se<br />

perdeu no caminho suave e fácil quando ele a beijou. Será<br />

que ele gostava que ela não fosse tão magra como as<br />

mulheres que ela viu trabalhando no clube? Adrianna sempre<br />

fora mais cheia, e Phillip sempre tinha a certeza de que ela<br />

soubesse o quão gorda ele pensava que ela era. Será que<br />

<strong>Malice</strong> ficaria com nojo porque tinha curvas que ela nem<br />

sempre foi orgulhosa de ter, ou que estava desgostosa com o<br />

seu corpo, às vezes? Ela podia sentir que ele estava<br />

mantendo-se de volta na forma como ele manteve abrindo e


fechando a outra mão em seu ombro, e pela pressão dos<br />

dedos que estavam na base da sua coluna vertebral. Ela<br />

gostou deste lado suave, mas estaria mentindo se não<br />

admitisse que gostou quando ele tomou o controle na van<br />

como estava fazendo agora, quando ele aplicou mais pressão<br />

e rosnou baixo em sua garganta. Adrianna queria ser beijada<br />

com desespero, como se ele nunca fosse capaz de ter o<br />

suficiente dela, porque ela com certeza não seria capaz de ter<br />

o suficiente dele.<br />

— Eu a quero pra caramba, Adrianna. Ele se levantou<br />

de repente, puxou-a para que seu peito estivesse alinhado<br />

com o dele, e moeu sua ereção em sua barriga. Ela deixou<br />

soltar um pequeno gemido ao sentir seu membro tão duro,<br />

porque ele a queria muito.<br />

As palavras para ele levá-la aqui e agora estavam na<br />

ponta da língua, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa<br />

ele tinha a língua no interior de sua boca e por vários e<br />

longos segundos e a beijou completamente, e as carícias e<br />

empurrões que ele fazia com a língua eram uma<br />

reminiscência do que ela queria que ele fizesse com outra<br />

parte de seu corpo entre suas coxas. Ela tinha as mãos em<br />

seu bíceps, amando que eles fossem tão fortes, tão duros<br />

como uma pedra, como um músculo que ela não podia nem<br />

segurar porque eles serem tão grandes. Ele moveu-os para<br />

que ela fosse forçada a andar para trás, e quando ela sentiu<br />

esbarrar na parede, um som suave escapou dela. <strong>Malice</strong><br />

quebrou o beijo, arrastou sua boca para baixo de sua


mandíbula e sobre seu pescoço, e começou a sugar e morder<br />

sua garganta.<br />

— Oh, Deus. — Ela engasgou-se e sua boceta ficou<br />

encharcada da sua necessidade de tê-lo.<br />

— Eu quero te provar. — Ele moveu a mão sobre o peito,<br />

fechou os dedos em torno do monte até que ela gemeu, e<br />

depois continuou a arrastá-lo para baixo em sua barriga. Ele<br />

parou quando ele estava acima de sua vagina, e seus<br />

músculos internos se apertaram com o conhecimento de que<br />

ele estava tão perto que ela queria que ele tocasse mais.<br />

— Eu quero que você me prove <strong>Malice</strong>. — Ela não tinha<br />

a intenção de dizer isso em voz alta, mas assim que as<br />

palavras saíram de sua boca, gemeu e ele colocou a palma da<br />

mão aberta entre suas pernas. As calças que usava não eram<br />

nada além de algodão fino, elástico, e ela podia sentir o calor<br />

do seu dedo indo direto para o centro dela.<br />

— Diga isso de novo. — Ele murmurou contra o pescoço<br />

dela, e voltou a correr a sua língua para cima e para baixo no<br />

comprimento de sua garganta, beliscando sua carne ao longo<br />

do caminho. — Diga-me que você quer minha boca na sua<br />

boceta, como você me quer puxando seus lábios separados e<br />

chupando seu clitóris em minha boca.<br />

Adrianna não conseguia segurar a cabeça para cima por<br />

mais tempo e deixou-a cair para trás contra a parede.<br />

Fechando os olhos ela não foi capaz de parar o gemido que a<br />

deixou, ela abriu a boca para lhe obedecer. Deus, ela queria<br />

dizer apenas isso, mas seu clitóris começou a latejar com o


aumento do fluxo sanguíneo, e os mamilos doíam<br />

dolorosamente enquanto eles endureceram ainda mais.<br />

— Eu... — Ela engoliu em seco quando ele aplicou ainda<br />

mais pressão em sua vagina e apertou a base da palma da<br />

mão contra seu clitóris. — Oh. — A palavra veio dela em uma<br />

expiração.<br />

— Está tudo bem, baby. — Ele beijou a trilha para baixo<br />

em sua garganta, sobre sua clavícula, e depois arrastou sua<br />

língua sobre o osso levantado. — Eu sei que você quer, posso<br />

sentir como você está molhada através de suas calças, e não<br />

a culpo por não ser capaz de falar. — Sua respiração era<br />

quente e úmida, e quando ele falou era mais parecido com<br />

um ofego. — Eu mal posso falar. Ele não se moveu por um<br />

momento e apenas respirou e inspirou. — Eu amo seu corpo,<br />

amo suas curvas e o modo como você está construída como<br />

uma mulher. — Ele gemeu e apertou as mãos em sua carne.<br />

— Eu amo que você esteja construída para me levar em seu<br />

corpo e não quebrar.<br />

Deus, ele estava dizendo as coisas certas para deixá-la<br />

totalmente molhada para ele. Ele tomou sua mão que estava<br />

em seu bíceps, e mudou-a entre seus corpos e para seu pau.<br />

Ela jurou que a maldita coisa saltou sob sua palma, e um<br />

novo jorro de umidade saiu.<br />

— Você sente o quão duro você me faz? — Ele enfatizou<br />

seu ponto pressionando-se mais firmemente contra sua mão.<br />

— Eu não acho que eu já estive tão duro na minha vida.


A maneira como ele falava com ela era tão erótico que<br />

Adrianna realmente encontrou-se colocando a mão através de<br />

seu jeans e gemendo com o grande tamanho com que ela foi<br />

recebida. Mas, para sua decepção, ele continuou se movendo<br />

para baixo no seu corpo, que tinha a mão caída de volta para<br />

o lado dela, e parou quando ele estava sobre seus pés<br />

agachado na frente dela<br />

— Olhe para mim, Adrianna. — Ele falou com este tom<br />

áspero, gutural, e Adrianna não poderia deixar de obedecer.<br />

Ela abriu os olhos e olhou para baixo, e quando ela o<br />

viu tomar a beira da calça entre os dedos e começou a puxála<br />

para baixo, o ar ficou preso em seus pulmões.<br />

— Isso é tão rápido.<br />

Ele parou instantaneamente, mas ainda mantinha suas<br />

calças e segurou seu olhar com o seu próprio.<br />

— Se você quer que eu pare eu vou, baby. Você está<br />

controlando esta situação, e mantém todo o poder.<br />

Ao ouvir um homem tão forte como <strong>Malice</strong> dizer que ela<br />

estava no controle teve uma onda de força movendo-se<br />

através dela. Era muito estimulante saber que ela tinha esse<br />

homem grande e perigoso na palma de suas mãos. Esta não<br />

era como qualquer situação que ela que já exprimentou, e as<br />

sensações que ela sentia eram completamente estranhas para<br />

ela. Mas o que sabia, sem dúvida era que não iria parar com<br />

isso. Colocando as duas mãos sobre a dele, ela começou a<br />

empurrar suas calças para baixo. A respiração de <strong>Malice</strong><br />

estava queimando em suas narinas, e, em seguida, olhou


para baixo quando o material caiu passado pelos joelhos e<br />

suas calcinhas eram a única coisa que a cobria dele. A única<br />

coisa que podia ouvir era a sua respiração rápida combinada,<br />

e depois <strong>Malice</strong> estava puxando a calcinha para baixo e o ar<br />

frio estava tocando sua pele exposta.<br />

— Oh, Cristo, baby.<br />

Ela olhou para ele, depois que gemeu essas três<br />

palavras. Ele olhou para sua vagina, e depois moveu<br />

lentamente as mãos para ela, manteve sua atenção na junção<br />

entre suas pernas, e, em seguida, mudou-se para a outra<br />

parte de trás da coxa e para baixo atrás do joelho. Ele<br />

levantou a perna, tirou o pé da sua calça e calcinha, e depois<br />

colocou a perna por cima do ombro. Ele não lhe deu muito<br />

tempo para contemplar o que estava acontecendo, porque em<br />

questão de segundos, ele tinha um aperto em seu traseiro, e<br />

foi arrastando sua língua por suas dobras agora separadas.<br />

Ele soprou em um grunhido que vibrou cada parte sua. Por<br />

tê-lo dando tanta atenção ao prazer dela, uma euforia bateu<br />

nela com força suficiente que se ele não estivesse segurandoa<br />

ela teria caído no chão.<br />

— Segure-se em mim, baby. Ele disse contra a pequena<br />

saliência, inchada. Ele lambeu seu clitóris uma e outra vez,<br />

chupou em sua boca até que ela estava prestes a gozar, e<br />

depois recuou. Adrianna tinha as mãos em seu cabelo, puxou<br />

os fios até que eles se tornaram emaranhados em seus dedos,<br />

e suspirou de prazer. Ela deveria tê-lo ferido ao puxar seu<br />

cabelo, e quando iria deixá-lo ir, fez este ruído quase irritado<br />

com sua garganta.


— Não, mantenha as mãos lá. Eu gosto do fato de que<br />

você está me machucando, porque você não pode controlar-se<br />

da maneira que eu faço você se sentir. — Ele lambeu-a de<br />

novo, e de novo, e Deus mais uma vez. Quando ele achatou<br />

sua língua e arrastou-a da abertura da sua vagina até seu<br />

clitóris, e depois repetiu a ação, seu corpo enrolou apertado.<br />

Ela iria entrar em combustão em questão de segundos, se ele<br />

mantivesse isso, mas como se ela dissesse essas palavras<br />

para ele, ele abrandou o seu aperto, e diminuiu a pressão. —<br />

Você quer gozar, não é, Adrianna?<br />

Ele estava brincando com ela, torturando-a, e ela não<br />

estava abaixo lhe pedindo para deixá-la sair.<br />

— Sim. — Foi o prazer e a dor, o êxtase e agonia, tudo<br />

em um, e Adrianna sabia que ela iria gritar alto o suficiente<br />

para que toda a casa fosse capaz de ouvi-la uma vez que ela<br />

finalmente chegasse ao clímax. Usando a mão que veio a<br />

apoiar sua bunda, ele mudou-se em torno para a abertura de<br />

seu corpo, e então ele estava empurrando um dedo na<br />

espessura da sua vagina.<br />

— Porra, tão gostosa e tão quente. – Ele chupou seu<br />

clitóris e bombeava o dedo dentro e fora dela. — Está tão<br />

malditamente molhada para mim. – Ele lentamente adicionou<br />

outro dedo até que ela se sentiu cheia. Podia ser apenas dois<br />

dedos que ele colocou em seu corpo, mas <strong>Malice</strong> era um<br />

homem grande, e as suas mãos e dedos não eram diferentes.<br />

Ele começou a bombear dentro dela e recuar, chupando o<br />

botão na parte superior de seu monte e mexendo contra ela.


— Oh Deus. <strong>Malice</strong>. – Ela engasgou seu nome assim que<br />

a primeira onda de prazer bateu nela.<br />

— É isso aí, porra, goze por todo o meu rosto.<br />

Ela abriu a boca quando estrelas dançaram na frente de<br />

sua visão, pronta para chorar porque não podia ajudar a si<br />

mesma, mas antes que ela pudesse fazer algum som <strong>Malice</strong><br />

tinha a mão na sua boca. Ele abafou o som de seu choro,<br />

mas não parou de comê-la.<br />

— Cristo. – Ele resmungou. — Você está ficando mais<br />

molhada.<br />

— Oh. – Essa palavra foi abafada contra a palma da<br />

mão, e o êxtase aumentou para uma febre, e ela se encontrou<br />

pressionando a sua boceta mais e mais forte em seu rosto.<br />

Antes que o prazer recuasse ele estava de pé, tirando a mão<br />

da boca, e pressionando os lábios nos dela. Ela poderia se<br />

provar nele, um gosto salgado de sua excitação que cobria<br />

sua boca e língua. Eles gemeram, ao mesmo tempo, e<br />

Adrianna ainda tinha um aperto sobre seu cabelo. Ela não<br />

era gentil, e queria mostrar-lhe que ela gostou e queria mais<br />

do que ele acabou de dar a ela.<br />

— Eu nunca vou ter o suficiente disso, baby. – Ele abriu<br />

a boca mais ampla, usou a mão no queixo para inclinar sua<br />

cabeça para o lado, e mergulhou sua língua profundamente<br />

em sua boca. Por longos segundos, beijar era tudo o que eles<br />

fizeram, e foi só quando ouviram o som das mulheres do<br />

outro lado da porta que eles se afastaram. As mulheres<br />

estavam rindo, falando sobre coisas que era muito abafado


para ouvir através da porta, mas foi tudo o que Adrianna<br />

precisava para voltar a realidade. Ele se afastou para poder<br />

olhar na cara dela. — Eu não terminei com você ainda. Não<br />

por um longo tempo.<br />

Sua boca estava inchada e quente, e ela sabia que seus<br />

lábios tinham que estar vermelhos.<br />

— Eu não quero que você termine comigo. – A atração<br />

que sentira por ele foi instantânea, mas ela estava disposta a<br />

correr o risco e ver onde isso ia dar. Ela o queria muito, na<br />

verdade.<br />

Ele deu um passo para trás, correu o polegar sobre o<br />

canto de sua boca, e depois se inclinou e a beijou suavemente<br />

mais uma vez.<br />

— Eu vou embora para que você possa se instalar, mas<br />

eu tenho algo para você. – Ele enfiou a mão no colete de<br />

couro e retirou um telefone celular e um pedaço de papel. —<br />

Eu quero que você me ligue se precisar de alguma coisa. – Ele<br />

segurou o telefone para cima. — E isso realmente quer dizer<br />

isso, Adrianna. Você me chama, e eu vou ter certeza de ter o<br />

que você precisar.<br />

— E se eu quiser você? – Droga, ela poderia ter batido<br />

com a mão sobre a boca por dizer isso. O sorriso que se<br />

moveu em seu rosto não podia ser chamado de qualquer<br />

coisa além de mortal, era de uma variedade erótica, e teve um<br />

formigamento que se deslocou através da sua vagina. Ela<br />

poderia apenas ter tido um orgasmo, mas parecia que não<br />

tinha sequer arranhado a superfície.


Ele teve o peito pressionado ao dela instantaneamente,<br />

com a boca em sua orelha, e sua mão envolta frouxamente ao<br />

redor da sua nuca.<br />

— Você me chama, querida. – Sua respiração quente se<br />

moveu ao longo da concha de sua orelha. — Você me chama,<br />

e eu estarei aqui em dez minutos. – Ele se afastou um pouco,<br />

não o suficiente para que ela pudesse ver seu rosto. Com o<br />

rosto pressionado para ela, a sensação de sua barba aparada<br />

raspou sua pele sensível, mas ela adorou, porque a lembrou<br />

que ela estava realmente aqui com ele. — Eu estaria<br />

mentindo se eu dissesse que eu não quero que você me ligue<br />

o tempo todo. Só de ouvir a sua voz eu fico duro, e faz meu<br />

coração bater mais rápido. – Ele agarrou sua mão e a colocou<br />

direto sobre o peito. — Diga alguma coisa – ele sussurrou.<br />

Por um segundo, ela só respirava, mas, em seguida,<br />

lambeu os lábios e disse:<br />

— Eu não quero que você vá. – E então ela realmente<br />

sentiu seu coração começar a bater mais rápido, e sentiu seu<br />

pau ainda ereto contra seu ventre.<br />

— Eu sei, mas eu estou há apenas um telefonema de<br />

distância. Eu tenho algumas coisas do clube para resolver,<br />

mas vou estar de volta amanhã. Vou chamá-la na parte da<br />

manhã e verificar você, mas se precisar de mim, você pode<br />

me ligar. – Ele deu um passo para trás para sua decepção.<br />

— Ok. – Eles olharam um para o outro por um<br />

momento, e então ele sorriu, um verdadeiro sorriso, aquele<br />

que teve seu coração acelerando.


— Eu te vejo mais tarde, baby. – Ele se virou e saiu,<br />

fechando a porta atrás dele e deixando Adrianna com suas<br />

calças e calcinhas agrupadas em torno de uma perna, e seu<br />

desejo renovado mais uma vez. <strong>Malice</strong> era um pedaço de mau<br />

caminho, mas apenas o melhor tipo de caminho.


<strong>Malice</strong> ajudou Tuck e Rock a carregar o último dos<br />

suprimentos que seriam enviados ao bordel que eles tinham<br />

em Corner Steel Pierce, saíram com a última carga de<br />

mercadorias a serem levadas a alguns momentos depois que<br />

se afastou da van. A cabana que tinham em River Run era<br />

estritamente para abrigar as meninas de volta, mas eles<br />

ainda tinham outras mulheres — suas próprias mulheres que<br />

não eram prostitutas. <strong>Malice</strong> fechou a parte de trás da van e<br />

olhou para o céu. Era crepúsculo, e ele disse à Adrianna que<br />

ele estaria de volta mais tarde esta noite. Ele não a chamou<br />

porque foram apenas algumas horas, e certamente não<br />

queria parecer como uma espécie de filho da puta<br />

perseguidor.<br />

— Você fica com Dakota esta noite, certo? — Tuck<br />

perguntou e encostou-se ao lado da van. Ele enfiou a mão no<br />

casaco e agarrou um cigarro.<br />

A música do clube explodiu para fora da janela aberta, e<br />

ele podia ouvir o riso de algumas das prostitutas do clube.


— Não, amanhã à noite. — Ele estava feliz por ter se<br />

falado com Adrianna no momento certo. Foi melhor assim,<br />

tendo Molly chegando à cabana uma vez por semana para<br />

verificar a todos. Ele não queria que Adrianna ficasse<br />

surpresa quando as mulheres e Molly começassem a falar.<br />

Dakota normalmente era criado em torno dessas conversas e<br />

imagens. Seu filho era sua principal razão de vida, e estes<br />

sentimentos que tinha por Adrianna o fez querer<br />

compartilhar essa parte muito importante de si mesmo com<br />

ela.<br />

— Já se passaram alguns meses agora, mas o seu filho<br />

está se segurando bem? — Tuck perguntou e, em seguida,<br />

deu uma tragada. — Ele parece feliz nas poucas vezes que<br />

Molly o trouxe para o clube. Tuck exalou.<br />

— Sim, ele está indo muito bem. Molly vai matriculá-lo<br />

na pré-escola semana que vem.<br />

— Ele está com quatro anos já? — Tuck perguntou<br />

surpreso.<br />

— Sim, muito louco, né?<br />

Tuck, Pierce, e Rock resmungaram.<br />

— Seu aniversário será antes da matrícula, então ele<br />

está todo animado com isso.<br />

— Droga, apenas começando no mundo. — Rock tinha<br />

um cigarro entre os lábios e balançou a cabeça. — Eu juro<br />

que eu lembro do meu primeiro dia de pré-escola.


— Dá o fora daqui — disse Tuck e começou a rir ao<br />

redor do cigarro.<br />

— Ei, não ria. Lembro-me da minha pré-escola. — Rock<br />

olhou para o céu. — Melhor tempo da porra da minha vida. —<br />

Ele olhou para eles novamente. — Naquela época eles tinham<br />

cochilos e lanches e muitas outras coisas.<br />

<strong>Malice</strong> começou a rir também. Era bom ter humor e não<br />

ter esse pau na sua bunda o tempo todo. E a verdade era que<br />

ele foi um idiota mal-humorado ao longo de toda a situação<br />

com Molly.<br />

— Como estão as coisas entre vocês dois? — Perguntou<br />

Tuck, porque ele sempre era extremamente curioso.<br />

— Molly? Eu estou bem. Eu estava bem quando ela quis<br />

começar a namorar Stinger.<br />

Tuck levantou uma sobrancelha, inalando a fumaça de<br />

seu cigarro, e continuou a olhar para <strong>Malice</strong> sem dizer nada.<br />

— Você estava bem quando ela começou a namorar<br />

Stinger? —Rock repetiu o que Tuck disse, e depois riu.<br />

— Foda-se.<br />

— Ei, cara, eu pensei ter ouvido que você e o membro do<br />

Grizzly MC brigaram? Que você foi todo primata no bosque<br />

atrás do celeiro numa luta? — Pierce deu uma gargalhada<br />

agora.<br />

<strong>Malice</strong> estava irritado, mas Pierce estava certo.<br />

— Escute, eu pensei que eu ainda a amava. Quero dizer,<br />

ela é a mãe do meu filho, pelo amor de Deus. Mas não era


sobre isso. Eu tinha meus próprios problemas, queria as<br />

coisas do jeito que foram por muito tempo, porque era o<br />

confortável. Ela está em boas mãos com Stinger, e o Grizzly<br />

cuida de Dakota quando eu não estou lá. — Tuck entregou<br />

seu cigarro a ele, e <strong>Malice</strong> agarrou-o e tomou uma inspiração<br />

profunda. Quando ele exalou e devolveu-o a Tuck ele olhou<br />

para Rock, que estava ao lado de Pierce. — Além disso, quero<br />

Adrianna. — Houve um momento de silêncio, e ele viu a<br />

forma como Rock e Tuck se entreolharam.<br />

<strong>Malice</strong> estendeu a mão, e Tuck sorriu quando ele lhe<br />

entregou o cigarro novamente. Uma vez que ele deu algumas<br />

tragadas e estava bem, ele percebeu que tanto Tuck e Rock<br />

tinha provavelmente percebido isso. Eles estavam com ele o<br />

tempo todo, e sabia que não escondeu sua reação a Adrianna.<br />

Ele encostou-se na van.<br />

— O que é isso com ela, uma coisa sexual? — Perguntou<br />

Rock.<br />

<strong>Malice</strong> olhou para o outro homem e estreitou os olhos,<br />

mas Rock levantou uma mão em sinal de rendição.<br />

— Ok, não é uma coisa sexual. Merda. — Rock olhou<br />

para frente e terminou fumando seu cigarro. — Porque eu ia<br />

dizer se fosse só uma coisa de sexo, você seria algum tipo de<br />

merda, cara. — Rock olhou de volta para ele. — Quero dizer,<br />

dado o que ela passou.<br />

— Eu disse que queria ela na reunião, não foi?<br />

Rock deu de ombros.


— Cara, você estava desesperado para ter certeza de que<br />

ela estava cuidada. Eu provavelmente não teria dito nada,<br />

também.<br />

— Com ela é diferente de qualquer coisa que eu já senti<br />

antes, e me sinto muito protetor e possessivo com ela.<br />

— Não brinca. — Tuck estava apertando os olhos para<br />

ele através da névoa de fumaça de maconha. — Você foi todo<br />

territorial com Kink, e depois ficou claro que tinha um pau<br />

duro por ela quando voltaram de Marx. — Antes que <strong>Malice</strong><br />

pudesse colocar Tuck no chão da merda que estava dizendo,<br />

Tuck começou a falar novamente. — E então você a<br />

reclamou. Eu não quero dizer nada desrespeitoso quando eu<br />

digo isso, por sinal.<br />

— Sim, toda a porra do clube sabia que você queria a<br />

mulher mais do que apenas um caso de caridade, e isso foi<br />

antes de você dizer que a queria como sua Senhora. — Rock<br />

disse, e <strong>Malice</strong> olhou para ele. Rock deu de ombros.<br />

<strong>Malice</strong> correu os dedos pelo cabelo e puxou os fios<br />

curtos na nuca. Mas ele não disse nada, e na verdade sabia<br />

que agindo de forma tão bárbara e gritando com seus irmãos<br />

não passaria despercebido.<br />

— Então você está sério sobre ela ser sua Senhora? —<br />

Perguntou Rock.<br />

— Realmente falo sério. — <strong>Malice</strong> disse e olhou para<br />

cada um deles.<br />

<strong>Malice</strong> olhou para Tuck e estreitou os olhos.


— Você pode fazer carranca para mim o quanto você<br />

quiser, homem. Você não me assusta. — Tuck jogou o cigarro<br />

no chão, e, em seguida amassou-o. Ele olhou para <strong>Malice</strong> e<br />

sorriu.<br />

<strong>Malice</strong> rangeu os dentes e saiu da van. Tuck sorriu, mas<br />

era um sorriso arrogante e presunçoso.<br />

— Porra, cara, tenha cuidado porque sua vida não foi<br />

um conto de fadas — disse Tuck.<br />

— Você não precisa me dizer essa merda de como sua<br />

vida tem sido. Eu mesmo estive lá. — Sua raiva era<br />

totalmente fora de lugar, e gritava com Tuck como se este não<br />

estivesse certo, mas o idiota estava provocando-o, e <strong>Malice</strong><br />

sabia o porquê. Eles estavam quase de igual para igual agora,<br />

<strong>Malice</strong> respirando pesadamente, pois sua raiva ainda era<br />

muito forte dentro de si, e Tuck ali com uma expressão<br />

estoica no rosto.<br />

— Você está certo, eu não preciso te dizer essa merda,<br />

mas olhe para si mesmo, <strong>Malice</strong>. — Tuck deu um passo para<br />

trás e verificou-o. — Você está a um segundo de chutar a<br />

porra da minha bunda, e por que, porque eu disse que sua<br />

vida não era um conto de fadas? Ou porque eu estou<br />

arrebentando suas bolas? — <strong>Malice</strong> fechou os olhos, soltou<br />

as mãos que estavam em punhos apertados, e soprou. Ele<br />

percebeu que estava tendo essa luta interna consigo mesmo.<br />

E ele nem sabia o porquê.<br />

— Você a quer, droga, isso está muito claro, mas não<br />

fique a porra de chateado quando alguém aponta o óbvio.


<strong>Malice</strong> começou a andar, tentando se acalmar com cada<br />

passo que dava.<br />

— Não é só porque eu a quero mais do que quis alguém<br />

antes. É que eu sinto que ela me conhece, como se ela não<br />

desprezasse meu estilo de vida ou vá me julgar. Foi por isso<br />

que eu coloquei minha reclamação com ela na reunião, e<br />

desejo-a como minha Senhora. — Sim, ela mencionou que ele<br />

parecia duro e assustador, mas ela ainda foi para ele, ainda<br />

abriu o coração, e foda, ele estava caindo duro para esta<br />

mulher.<br />

— Até que a conheci estava tudo bem sobre as<br />

prostitutas do clube.<br />

Ele olhou para Rock.<br />

— Sim, e? Você fode essas meninas no clube e não diz<br />

uma sílaba sobre elas. É tão difícil de acreditar que eu<br />

poderia querer uma mulher para mim?<br />

— Sexo não é igual a amor.<br />

Ele virou-se para Rock e sentiu aquele calor familiar de<br />

raiva começar a subir. Ele pode não estar apaixonado por ela<br />

ainda, mas porra, ele se preocupava com aquela garota para<br />

caramba que consumia cada parte dele. Se isto era como se<br />

sentia depois de apenas conhecê-la por um tempo tão curto,<br />

ele não duvidava de que ele poderia amá-la tão difícil que<br />

doeria.<br />

Rock inclinou a cabeça na direção da porta da frente do<br />

clube.


— Se eu lhe pedir para vir comigo e escolher um docinho<br />

de boa aparência para transar, você iria para ela?<br />

Instantaneamente <strong>Malice</strong> cresceu em revolta, porque<br />

pensar em qualquer outra mulher, se o que ele provou,<br />

cheirou, e sentiu sob sua boca, língua e mãos funcionava<br />

mais rápido do que um banho frio para outras.<br />

— Isso é o que eu pensava. — Rock passou por ele, mas<br />

bateu-lhe nas costas e disse: — Você a quer, e se ela quer<br />

você, então, porra vá tomar o que é seu. — E com isso Rock<br />

afastou-se dele e da sede do clube.<br />

— É melhor que ele não te enfrente porque ele está<br />

levando essa carga por lá hoje à noite. — Tuck sorriu e<br />

aproximou-se dele. Ele colocou uma mão em seu ombro, e o<br />

cheiro do fumo, e todo o whisky que Tuck bebeu veio em<br />

cheio no seu nariz. — Eu não estava tentando chutar suas<br />

bolas ou iniciar uma briga. Eu posso dizer que você quer esta<br />

mulher, e eu estou feliz que você encontrou alguém que atrai<br />

você como ela faz. Você esteve com Molly por um longo<br />

tempo, e eu sei que às vezes é difícil seguir em frente.<br />

— Não, eu mudei depois de Molly, quando ela me disse<br />

que acabou. Eu era muito teimoso e controlador para deixar<br />

as coisas terminarem com a mãe do meu filho. Não havia<br />

mais sentimentos reais entre nós fazia um longo tempo antes<br />

das coisas terminarem.<br />

— Eu sei, mas depois você se tornou um bastardo<br />

irritadiço.<br />

<strong>Malice</strong> riu, e, em seguida, Tuck fez o mesmo.


— Você vai para a luta no celeiro esta noite?<br />

Tuck sacudiu a cabeça.<br />

— Kink está indo. — Tuck deu-lhe um olhar que dizia<br />

que para Kink era necessário explodir ainda mais. The<br />

Brothers Madesen ajudaram Grizzly MC a afastarem um<br />

inimigo MC que viveu em Corner Steel, lutando no celeiro. As<br />

lutas subterrâneas implacáveis trouxeram um pouco de<br />

renda extra para o clube, mas também lhes permitia queimar<br />

algumas calorias extras.<br />

Eles deram um meio abraço, e depois Tuck virou-se e<br />

dirigiu-se para o clube. Ele parou bem antes de ele entrar e<br />

se virou para olhar para ele.<br />

— Você quer tomar algumas bebidas?<br />

<strong>Malice</strong> sacudiu a cabeça.<br />

— Nah. Estou saindo para a noite. — O olhar que Tuck<br />

lhe deu disse à <strong>Malice</strong> que ele sabia que iria ver Adrianna.<br />

Tuck sorriu, virou-se e entrou. <strong>Malice</strong> ficou ali por um<br />

momento, pensando em todas as coisas que Rock e Tuck<br />

disseram e tudo o que pensou e sentiu desde que conheceu<br />

Adrianna. Ele iria tê-la porque não havia nenhuma<br />

possibilidade que fosse abrir mão dela agora. Ela o queria,<br />

também, e isso era a porra de um sentimento muito<br />

poderoso. Seu celular vibrou em seu bolso e ele tirou-o para<br />

fora. A tela brilhou MOLLY. Não era um nome que vinha a<br />

sua mente recentemente.


— Ei, o que está acontecendo? — Ele segurou o celular<br />

ao ouvido e pegou as chaves para a sua motocicleta e<br />

começou a se mover em direção à Harley.<br />

— Vou ter de cancelar sua visita à Dakota amanhã. Ele<br />

tem algum tipo de gripe. Ele vomitou, está com um pouco de<br />

febre, e está tão irritado como você é na maioria dos dias. —<br />

Havia cansaço evidente em sua voz.<br />

— Ele está bem agora? Ele não precisa ver um médico?<br />

— Ele estava preocupado, mas sabendo como Molly era<br />

enfermeira e treinada em toda esta merda, <strong>Malice</strong> não ia pirar<br />

muito.<br />

— Ele está bem. Existe algum tipo de vírus ao redor do<br />

campo de jogos na cidade, e estou certa de que foi lá o lugar<br />

onde ele o pegou.<br />

— Você quer que eu vá vê-lo? Eu posso levar um pouco<br />

de sopa.<br />

— Você fez sopa? — Molly começou a rir, e <strong>Malice</strong><br />

resmungou.<br />

— Foda-se, não, eu não faço sopa, mas Tatum fez um<br />

pouco de canja, esta tarde.<br />

— Não, mas obrigada. Ele não pode comer muito e<br />

dormiu a maior parte do dia. Ele ficou desapontado em não<br />

ver você, mas eu acho que é melhor. Você iria acabar ficando<br />

doente também e em seguida, todos teriam de ouvi-lo gemer e<br />

reclamar. — Molly começou a rir de novo, e <strong>Malice</strong> podia<br />

ouvir Stinger dizendo algo no fundo.


— Ok, mas eu vou ligar amanhã e ver como ele está. —<br />

Houve um segundo desse silêncio estranho, e <strong>Malice</strong><br />

suspirou. — O que, Molly?<br />

— Eu estava na cabana na parte de trás quando você<br />

parou por lá.<br />

— Sim. — Ele montou sua motocicleta, e embora ele não<br />

dissesse que já sabia o que ela ia dizer.<br />

— E eu falei com a menina nova... Adrianna.<br />

Ele não respondeu, apenas colocou o capacete ansioso<br />

para sair do telefone e ver Adrianna. Ele queria ver Dakota, a<br />

saúde de seu filho vinha em primeiro, e se Molly achava que<br />

ele precisava de seu descanso, então ele faria.<br />

— Algumas das meninas estavam falando sobre como<br />

você foi o único a levá-la para a cabana, e que ela estava<br />

ficando lá por uma quantidade indeterminada de tempo.<br />

— Sim, e? Você nunca questionou nada como isso<br />

antes, e alguns dos outros caras trouxeram mulheres para a<br />

cabana.<br />

— Sim, mas eu também nunca ouvi falar de qualquer<br />

um dos outros membros que fizesse coisas inapropriadas com<br />

essas mulheres também.<br />

Tudo dentro de <strong>Malice</strong> acalmou.<br />

— Coisas impróprias? Que porra você está falando?<br />

— Mandi disse que ela estava do lado de fora da porta<br />

do quarto e ouviu um monte de gemidos. — Houve um<br />

momento de silêncio de Molly, e então ele ouviu seu suspiro.


— Não me importa o que você faz, <strong>Malice</strong>, e enquanto<br />

ninguém se machuque e esteja feliz é tudo o que importa.<br />

Mas eu vi Adrianna, falei com ela. Ela é uma mulher doce,<br />

mas sua vida foi realmente uma asneira. Eu não posso deixar<br />

de pensar que fazendo coisas sexuais com ela na mentalidade<br />

de que ela está dentro atualmente e especialmente depois do<br />

acontecido com ela não é a melhor jogada.<br />

<strong>Malice</strong> coçou o queixo e suspirou.<br />

— Não é assim, Molly. Eu não estou atacando a pobre<br />

garota, porque eu estou duro. Nós... — Ele nem sequer sabia<br />

como chegar a este assunto com ela, e não era a sua porra de<br />

problema, e ele estava chateado que as pessoas tinham de<br />

falar merda das coisas que não sabiam.<br />

— Você não teve relações sexuais com uma vítima de<br />

abuso?<br />

— Maldição, Molly. — Ele ergueu a voz e, embora não<br />

quisesse gritar com ela o fato de que ela estava querendo<br />

dizer que ele fez a porra de algo errado o irritou. <strong>Malice</strong> ouviu<br />

a voz irada de Stinger através do receptor. — Diga a Stinger<br />

para calar a boca. — Ele esfregou os olhos e ouviu Molly<br />

acalmar o outro motociclista. — Eu não tenho que me<br />

explicar para você ou qualquer outra pessoa. Eu não sou um<br />

pervertido maldito que gosta de fazer merda com as mulheres<br />

sem ser consensual, ou mesmo implica que ela fez algo<br />

comigo porque ela estava traumatizada. — Ele estava<br />

chateado agora, e tanto quanto significava ele disse a Molly


que também pensou que querer Adrianna era errado por<br />

causa do que ela passou.<br />

— Calma Trevor. — Molly usou seu primeiro nome,<br />

porque ela estava chateada. Essa era a única vez que ela<br />

usava. — Eu não estou insinuando que você é um pervertido<br />

ou um homem mau. Estou apenas pedindo que você seja<br />

cuidadoso. Adrianna está realmente apaixonada por você, e<br />

quanto mais falava, e quanto mais ela contava que a salvou,<br />

mais eu percebi que você poderia feri-la.<br />

Havia aquela porra de palavra de novo... Apaixonada.<br />

— Eu nunca iria machucá-la, Molly. Eu não machuco as<br />

mulheres. Além disso, Adrianna é diferente. Sinto-me<br />

diferente quando estou perto dela. — Ele não queria nem ter<br />

essa conversa com Molly, mas ficou claro que ela estava<br />

preocupada pela outra mulher. — Ela é especial. — Um outro<br />

segundo de silêncio, mas ele acabou com essa conversa. —<br />

Escute, eu tenho que ir. Obrigado por olhar por ela, e por<br />

querer certificar-se de que ela esteja a salvo. Isso é o que eu<br />

quero também.<br />

— Você realmente se importa com ela?<br />

— Sim, Molly, eu realmente me importo. E antes que<br />

você diga o quão louco isso pareça eu vou lembrá-la de que<br />

você e Stinger não estavam exatamente namorando há anos.<br />

— Não, eles praticamente saltaram direto em um<br />

relacionamento. Se ele se sentia bem, e fazia alguém feliz<br />

quem diabos se importava com o quão rápido tudo aconteceu.<br />

— Eu realmente tenho que ir, mas dê em Dakota um abraço e


um beijo por mim, e deixe que ele saiba que eu vou ligar<br />

amanhã para ver como ele está. — Depois que ele desligou o<br />

telefone, empurrou o celular de volta em seu casaco e olhou<br />

para a estrada à frente dele. Claro que Molly trouxe alguns<br />

bons pontos, mas isso não significa que eles eram reais. Ele<br />

cuidou de Adrianna, e ele sabia que ela estava bem. Será que<br />

talvez estivesse atraída por ele, porque a salvou? Talvez, mas<br />

ela era adulta, viveu uma vida que a fez perceber o que era<br />

real e o que não era, e ele sentiu como genuína suas palavras<br />

e toques foram.<br />

— Foda-se. — Ele amaldiçoou, sentindo-se aborrecido e<br />

irritado. O sol estava começando a diminuir, e ele o observou<br />

mergulhar para baixo após o horizonte. Talvez se ele não<br />

fosse um bastardo egoísta pudesse ter se afastado dela, mas<br />

eles definitivamente tinham uma conexão, e, além disso, ele<br />

não poderia tirá-la do pensamento. Ligou o motor de sua<br />

moto e acelerou, ficou sentado por lá apenas um segundo a<br />

mais antes de puxar para a rua. Ele descobriria como ela<br />

realmente se sentia, mas ele também diria a ela que<br />

significava mais para ele do que apenas alguém para foder.


Adrianna limpou todo o fogão e olhou para a exnamorada<br />

de <strong>Malice</strong> e a mãe de seu filho. Molly entregou o<br />

último prato lavado para Kendra. Kendra era mais jovem que<br />

Adrianna, mas não muito. Ela estava aqui somente há um<br />

dia, mas já estava se sentindo em seu elemento e capaz de se<br />

conectar com essas mulheres. Essas mulheres eram como<br />

ela, e todas caíram na mesma vida estereotipada onde se<br />

vendiam por dinheiro, e permitia que os homens as<br />

prejudicassem, porque essa era a única espécie de amor que<br />

elas conheciam. Mas o que as diferenciava, e o que os fazia<br />

superar o desgosto e a dor coberta a cada uma delas era o<br />

fato que elas estavam aqui para tentar colocar sua vida de<br />

volta nos trilhos. Algumas podiam decidir se queriam<br />

continuar a vender-se enquanto outras iam para o ramo mais<br />

tradicional.<br />

— Então você está realmente pensando em voltar para a<br />

escola? — Adrianna se virou e olhou para Kendra. A outra<br />

mulher estava secando o prato completamente, e quando ela<br />

abriu o armário para colocá-lo com o resto, havia um sorriso<br />

no seu rosto.


Molly desculpou-se e foi ajudar uma das mulheres que<br />

caiu nos últimos degraus e machucou o tornozelo.<br />

— Eu estou pensando sobre isso, mas estou com medo<br />

para ser honesta — disse Kendra e se virou para Adrianna.<br />

— Isso é normal.<br />

— Sim?<br />

Adrianna jogou o pano que ela fez a limpeza no cesto<br />

com o resto das roupas sujas.<br />

— Certo. Se você não estivesse com medo de algo novo,<br />

então eu iria me perguntar se seria a coisa certa ou não.<br />

Kendra sorriu e olhou para baixo.<br />

— Sim, eu espero que você esteja certa.<br />

Kendra ainda era muito imatura. Ela era bonita e<br />

inteligente, mas Adrianna ainda podia ver por que os homens<br />

horríveis em sua vida se aproveitaram dela. Ela era delicada,<br />

como uma flor apenas aberta para o mundo. Conversaram<br />

muito hoje, e apenas nestas últimas vinte e quatro horas<br />

Adrianna percebeu que ela estava feliz por estar aqui. Alguém<br />

chamou por Kendra, e ela sorriu mais uma vez para Adrianna<br />

antes de sair da cozinha. Ainda havia algumas mulheres que<br />

mantiveram uma distância dela, mas ela era a "nova garota",<br />

e ela deveria viver a vida com cuidado com os outros que ela<br />

não conhecia.<br />

Ela mudou-se para a mesa da cozinha e sentou-se.<br />

Havia ainda algumas migalhas de milho sobre a mesa do<br />

jantar do grupo que acabou de comer. Adrianna enquanto


olhava para as manchas só conseguia pensar na conversa<br />

que teve com Molly. Ela conheceu <strong>Malice</strong> antes, e sabia que<br />

eles tiveram um filho. Ela também sabia que Molly era sua<br />

ex, e embora Adrianna nunca houvesse sido ciumenta,<br />

porque, bem, ela não tinha muito na vida do que ter ciúmes,<br />

ela tinha inveja dessa mulher que compartilhava sua vida<br />

com um homem maravilhoso. No conjunto desses<br />

sentimentos malucos, ela também sentia culpa e vergonha.<br />

Molly foi tão amável, tão carinhosa, e falou com cada uma<br />

das mulheres. Kendra especialmente parecia ter uma relação<br />

estreita com Molly, e então quando Adrianna falou com as<br />

outras mulheres, tudo meio que se esclareceu. Mesmo agora<br />

se lembrava do calor que veio de Molly, e como ela foi legal e<br />

como Adrianna se sentia bem e querida, como nunca se<br />

sentiu.<br />

— Você tem que fazer o que é melhor para você. — Ela<br />

estendeu a mão e colocou a mão sobre a de Adrianna. — As<br />

mulheres aqui falam, mas isso é apenas o que as mulheres<br />

fazem. — Molly sorriu. — Você se importa com <strong>Malice</strong>, e eu<br />

posso ver isso. Ele é um grande cara, um pai maravilhoso, e é<br />

leal ao seu coração. — Molly apertou a mão de Adrianna<br />

gentilmente. — Mas não se contente com o que você não está<br />

pronta, só porque ele é o primeiro homem a oferecer-lhe um<br />

pingo de esperança. Às vezes não é, e eu não digo isso para<br />

dissuadi-la de seguir o que você sabe que é certo e<br />

verdadeiro. Só sei que só você pode decidir se tudo está se<br />

movendo muito rápido ou muito devagar.


Adrianna piscou, sabendo que ela poderia ver como uma<br />

pessoa estranha podia pensar que a vida que ela levou a fazia<br />

sentir coisas por <strong>Malice</strong>. Embora ela quisesse falar mais com<br />

Molly, a mulher estava aqui para ajudar todas as meninas, o<br />

que levava tempo. Ela não estava lá para cuidar de feridas,<br />

mas para ser aquele ombro que essas mulheres necessitam<br />

para se apoiar. Talvez em breve, ela e Molly pudessem falar<br />

mais, um pouco mais profundamente, e Adrianna poderia<br />

realmente descobrir sobre ela e <strong>Malice</strong>. Não era apenas sobre<br />

querer mais dele do que o que ela tinha. Ele era o seu<br />

salvador, este cavaleiro de armadura brilhante que a ajudou<br />

quando o mundo era escuro. Mas isso não tinha nada a ver<br />

com o abuso sofrido. Por Phillip, ou a morte de seu irmão, ou<br />

sua vida em uma casa de merda. Isto era sobre a tomada de<br />

uma posição e de decidir que agora era a hora para fazer algo<br />

para si mesma.<br />

Ela se levantou quando ouviu a porta da frente sendo<br />

aberta, e depois seu coração começou a correr quando ouviu<br />

as mulheres cumprimentarem <strong>Malice</strong>. O som de suas botas<br />

pesadas batendo no chão se aproximou, e depois lá estava<br />

ele. Ele estava na porta, parecia que se foram anos desde que<br />

o viu. Emoção a alagou e adrenalina inundou suas veias na<br />

doce liberação. Tudo o que tinha que fazer para saber que<br />

esta era a coisa certa era olhar no seu rosto bonito e áspero.<br />

— Mandei um texto para dizer que eu estava no meio do<br />

caminho.<br />

Aquela voz rouca arranhada sempre tinha o mesmo<br />

efeito nela: a fez molhada em uma questão de segundos.


— Deixei o telefone lá em cima.<br />

Ele concordou e, em seguida, olhou para as escadas.<br />

— Podemos falar em algum lugar em particular?<br />

Instantaneamente sua excitação diminuiu com o tom de<br />

sua voz.<br />

— Ok. — Ela se moveu em direção à porta da entrada da<br />

cozinha, e jurou que o ouviu inalar quando ela passava. Seu<br />

braço roçou seu peito, e ela sentiu o bater de excitação em<br />

sua barriga. Andaram pela sala de estar, onde muitas das<br />

mulheres estavam reunidas em torno da televisão. Adrianna<br />

não perdeu os olhares curiosos que deram a ela, mas também<br />

ouviu os sussurros de suas suspeitas. Sim, mesmo depois de<br />

um dia ela já estava falada na casa. Uma vez que eles<br />

estavam em seu quarto, ela fechou a porta e deu as costas a<br />

ele. <strong>Malice</strong> estava no centro olhando para sua janela. Ele era<br />

tão grande e imponente que fazia tudo no quarto parecer<br />

pequeno e insignificante.<br />

— O que está em sua mente?<br />

Ele virou-se lentamente, e ela teve a vista completa dele.<br />

Botas pretas arranhadas, jeans que pareciam gastos e<br />

usados, mas apenas no melhor tipo de forma, camiseta preta<br />

lisa que mostrava as mangas de suas tatuagens em seus<br />

braços, e, claro, o seu colete de couro de motociclista. Seu<br />

cabelo escuro caia ligeiramente em todo de seu rosto, e ele<br />

ainda tinha de fazer a barba. Adrianna gostava da barba<br />

aparada sobre ele. Dava-lhe uma aparência muito robusta e<br />

fazia sua masculinidade ainda mais pronunciada.


— Você está na minha mente.<br />

Seu pulso aumentou e subiu para a garganta. Essas<br />

palavras poderiam não ter significado muito para alguém,<br />

mas para ela significavam muito.<br />

— Você falou com Molly hoje? — Perguntou.<br />

Claro que ela não estava surpresa que ele sabia sobre<br />

sua conversa com Molly. Ela era a mãe de seu filho depois de<br />

tudo.<br />

— Sim, hoje cedo. Ela é uma mulher muito doce e se<br />

preocupa com estas meninas.<br />

Ele balançou a cabeça e desviou o olhar. Não disse nada<br />

por alguns segundos, e ela começou a se sentir como se fosse<br />

a calmaria antes da tempestade. Ele estava prestes a dizer<br />

algo ruim?<br />

— Ela está preocupada com você.<br />

Um suspiro de alívio deixou.<br />

— Sim, imaginei isso depois de nossa conversa, mas eu<br />

acho que está na sua natureza se preocupar com os outros.<br />

Além disso, essas outras mulheres tiveram uma mão<br />

miserável as prejudicando.<br />

— Então, você já imaginava.<br />

Ela encolheu os ombros. Ela não podia negar, mas não<br />

queria se jogar de vítima ou se parecer com qualquer uma.<br />

— Ela acha que talvez eu e você não devêssemos ir por<br />

este caminho por causa do que aconteceu com você. — Ele<br />

esfregou as costas de seu pescoço no que ela sabia era um


gesto desconfortável. — Ela acha que você me vê como seu<br />

salvador e é por isso que você tem esses sentimentos por<br />

mim.<br />

Suas bochechas se aqueceram instantaneamente, e ela<br />

nem sabia o porquê. Por um momento não soube o que dizer.<br />

É claro que ela pensou as mesmas coisas, mas, no final, ela<br />

sabia que não era apenas por que se preocupava com ele. Era<br />

uma parte dele, mas não toda a razão.<br />

— É isso que você acha?<br />

Ele olhou para ela, sem responder imediatamente, e o<br />

medo se estabeleceu em sua barriga.<br />

— O pensamento passou pela minha cabeça.<br />

Adrianna assentiu, sem saber o que dizer sobre isso.<br />

— Mas isso não muda o que sinto por você, e o fato de<br />

que a maneira como você olha para mim, se abre quando<br />

falamos, e é tão receptiva aos meus toques, que me fazem<br />

perceber que eu não estou sozinho nessa. — Ele deu um<br />

passo na direção dela. — Mas eu quero que você saiba por<br />

que você me quer e que não é porque a vida que você tinha<br />

era difícil. Eu quero ser capaz de protegê-la, verificar se você<br />

está sempre segura, e nunca com medo de nada novamente.<br />

— Ele olhou para ela duro e inflexível. — Eu quero você como<br />

minha mulher. Você entende o que isso significa?<br />

Sim e não. Ela engoliu em seco, à beira das lágrimas,<br />

porque suas palavras perfuraram através do coração dela<br />

como uma lança. Ela ouviu algumas das mulheres que<br />

falavam sobre como nenhum dos motociclistas tinha uma


Senhora, e Adrianna teve que assumir que era o que o MC<br />

chamava de suas namoradas. Mas por alguma razão ela<br />

pensou que o termo “Senhora”, significasse muito mais do<br />

que apenas ser uma namorada, ou até mesmo uma esposa.<br />

— O que eu sinto por você não tem nada a ver com o<br />

meu passado, ou que eu estou com medo do que o futuro<br />

reserva. Sim, tudo isso é rápido, mas quem se importa? Eu<br />

sei o que eu sinto e que tudo isso é genuíno e verdadeiro. —<br />

Ela esperou que ele dissesse alguma coisa, qualquer coisa,<br />

mas ele manteve o silêncio e deu mais um passo para frente.<br />

— E eu tenho um sentimento que eu sei o que realmente uma<br />

Senhora significa. — Quando ele estava em sua frente tudo o<br />

que ela podia fazer era inalar o seu cheiro doce e picante, que<br />

dava um toque de escuridão nele. — Isto é o que eu quero,<br />

<strong>Malice</strong>. — Ela olhou para ele, cansada de tentar segurar-se a<br />

partir do que ela queria do que ela merecia. E então ele tinha<br />

as mãos em cada lado do seu rosto e sua boca na dela.<br />

Depois disso Adrianna estava perdida para as sensações que<br />

deixaram de funcionar através dela em uma velocidade<br />

espantosa.<br />

<strong>Malice</strong> queria ir suavemente, para se certificar de que<br />

ela estava com ele cem por cento. Mas quando ela agarrou<br />

seus bíceps e cravou as unhas em sua pele, algo estalou<br />

dentro dele. Suas palavras jogaram mais e mais em sua


cabeça, e ele não podia deixar de sentir a possessividade e<br />

natureza proprietária dentro dele crescer. A partir do<br />

momento em que a viu, ele sabia que ela era dele, e que iria<br />

matar qualquer outra pessoa que não pensasse assim.<br />

Ele acariciou a costura de seus lábios com a língua até<br />

que ela abriu a boca, e então ele mergulhou dentro,<br />

transando com ela com a língua até que esse pequeno som<br />

sussurrado escapasse dela. Durante vários minutos, tudo o<br />

que eles fizeram foi beijar, e os sons que ela fazia alimentou<br />

sua própria luxúria, seu pênis estava duro como aço e fez<br />

estragos com o seu autocontrole. Ele quebrou o beijo,<br />

respirou fundo, e imediatamente começou a arrastar seus<br />

lábios e língua junto da linha de sua mandíbula.<br />

— Você quer isso tanto quanto eu quero, Adrianna. —<br />

Uma vez que ele moveu suas mãos até os ombros, ele a<br />

puxou para mais perto. Ela cheirava bem para caralho, doce<br />

e floral, e ele cresceu embebido do aroma.<br />

— Eu quero isso, <strong>Malice</strong>. — Ele podia a sentir deixando<br />

cair a cabeça ligeiramente para trás, e usou isso como uma<br />

oportunidade para chupar e lamber o ponto logo abaixo da<br />

orelha. Seu pulso batia forte sob a sua língua, e ele chupou<br />

sua carne em sua boca, não se importando se ele deixava<br />

uma marca. Na verdade, ele queria deixar uma marca nela.<br />

Ele gemeu contra sua garganta, e sentiu-a tremer sob<br />

suas mãos. O lado possessivo dele levantou-se, querendo ter<br />

certeza que ela sabia que ele nunca iria deixá-la ir, e nunca<br />

deixá-la sentir dor novamente. — Porra, eu te quero tanto.


Quero fazê-la minha, fazer você gritar meu nome, e ter você<br />

chorando por mais. — Ele moveu as mãos entre seus corpos<br />

para seus seios. Eles estavam cheios, pressionando contra o<br />

material de sua camisa e escapando por cima. Ele apertou os<br />

montes, deu um rosnado baixo, e colocou os dedos sob a<br />

bainha do tecido. Passou os dedos ao longo de sua carne nua,<br />

adorava que sua pele estivesse ligeiramente úmida de suor,<br />

porque ele estava tão ligado, que se obrigou a ir devagar. Mas<br />

ele nunca foi o tipo de homem que tinha paciência,<br />

especialmente quando ele queria muito Adrianna. Ele<br />

deslizou a mão até o centro de seu peito, e quando sentiu o<br />

mamilo ficar duro algo dentro dele estalou, arrancou sua<br />

camisa para cima e sobre a cabeça, e olhou para os seios. Os<br />

pesados, grandes montes estavam mal contidos em seu sutiã,<br />

mas ele os queria fora de qualquer forma.<br />

Quando ele rasgou o sutiã do seu corpo, os seios<br />

saltaram livres e balançaram pela força que fez. Ele estava se<br />

perdendo, enquanto olhava para os seios, observou os bicos<br />

vermelhos endurecidos ainda mais, e sabia que o que sentia<br />

por essa mulher não era apenas de uma noite. Mesmo depois<br />

que ele a tivesse, ia colocar a sua reclamação sobre ela<br />

batendo seu pau dentro e fora dela, e ouvi-la chamando seu<br />

nome, não seria capaz de parar. Ele precisava mais dela, toda<br />

sua e, a julgar pela forma como ela olhava para ele, e como<br />

ela reagiu a seus toques, <strong>Malice</strong> sabia que ela queria muito<br />

isso também. Ela era dele, e ele sabia disso a partir do<br />

momento em que a viu.


Adrianna não conseguia respirar, não conseguia nem<br />

ver direito quando olhou para <strong>Malice</strong>. Ela estava diante dele,<br />

com apenas suas calças, mas não havia frio passando por<br />

ela. Tudo o que ela sentia era esse calor intenso, e quanto<br />

mais tempo ele olhava para ela mais poderoso se tornava.<br />

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ou formar as<br />

palavras certas, ele estava bem na frente dela. Seu hálito<br />

cheirava bem, como menta e canela combinadas. Ele<br />

estendeu a mão, segurou-lhe a carne nua com ambas as<br />

mãos, e apertou até o ponto da dor. Ela não queria<br />

preliminares. Tudo o que Adrianna queria era sentir <strong>Malice</strong><br />

sobre ela, deslizando para dentro e para fora de seu corpo<br />

com todo esse poder cru que segurava, e fazendo-a esquecer,<br />

mesmo para um pequeno espaço de tempo a dor que ela<br />

viveu. Não pensar mais, sem mais questionamentos e se<br />

preocupar com o que ela deve ou não deve fazer. Isso nunca<br />

ajudou na vida, e neste momento era algo que ela queria<br />

desesperadamente. <strong>Malice</strong> era o que ela queria<br />

desesperadamente.


Ele tomou sua boca novamente em um beijo brutal, ela<br />

jurou que podia senti-lo em cada parte dela e não apenas<br />

tocando seus seios e acariciando sua língua com a dela. Sem<br />

quebrar o beijo, ela alcançou entre eles e começou a<br />

trabalhar o botão e zíper de sua calça para baixo. Ele não a<br />

impediu, e, em vez disso gemeu contra ela. <strong>Malice</strong> tirou a<br />

mão de um de seus seios e foi decepcionante, mas quando ele<br />

enfiou os dedos pelos cabelos dela e segurou a parte de trás<br />

de sua cabeça, ela se derreteu novamente. Uma vez que suas<br />

calças estavam fora, ele deu um passo para trás. Deus, ele<br />

não estava usando cueca. Essa percepção a fez apertar as<br />

coxas, com mais umidade se derramando dela. Mas foi a<br />

visão do piercing na ponta do seu pau que a atordoou,<br />

assustou e despertou-a. Era uma barra de prata curva,<br />

intimidante e como nada que ela já tivesse visto antes. Ele<br />

era enorme entre suas coxas, mas, novamente, ele era um<br />

homem todo grande. Mas vê-lo, nu, perfurado e em linha reta<br />

e dura entre suas coxas, teve todo o seu corpo tenso com a<br />

excitação. Ele até tinha uma gota de gozo do tamanho de<br />

uma pérola que pontilhava a ponta, e teve uma onda de calor<br />

enchendo-a. Nunca sentiu um desejo tão potente por outra<br />

pessoa, mas, novamente, ela nunca sentiu o tipo de coisas<br />

que ela sentia por <strong>Malice</strong> com mais ninguém.<br />

Ele agarrou seu eixo enorme e acariciou seu<br />

comprimento várias vezes enquanto observava. Parecia vulgar<br />

e obsceno, mas Deus ela adorou, e adorava vê-lo fazê-lo. Mas<br />

foi quando ele tirou o colete e colocou-o sobre a cômoda, e,<br />

em seguida, tirou a camisa, que ela teve que apertar as mãos


em punhos em seus lados para impedir-se de estender a mão<br />

e tocá-lo. Ela o queria, queria correr a língua ao longo de<br />

todos os músculos duros em seu corpo, e ao longo das<br />

tatuagens que o cobriam. Vendo <strong>Malice</strong> sem roupa e<br />

claramente querendo-a era um afrodisíaco todo em si mesmo.<br />

Ele tinha uma penugem muito leve de cabelo na parte<br />

superior do peito, e uma linha escura de cabelo que<br />

começava no seu umbigo e ia até o seu pênis. E quando ele se<br />

voltou, ela viu a tatuagem em suas costas. Era o mesmo<br />

desenho do remendo que ele usava em seu colete: uma<br />

silhueta de uma moto atrás de um Phoenix subindo. Com<br />

seus braços e peito cobertos de tatuagem, ele parecia tão<br />

bom, tão perigoso, e por isso muito masculino. Na sua<br />

presença sentia-se como uma mulher. Ele andou de volta<br />

para ela, deslizou as mãos para baixo em suas clavículas,<br />

através de seus seios, e continuou seu caminho até que ele<br />

parou nas calças. Ele não as retirou imediatamente como ela<br />

teria pensado, mas em vez disso apoiou a cabeça na curva de<br />

seu pescoço. Segundos se passaram que pareciam minutos, e<br />

tudo que ela queria era fazer isso, para finalmente senti-lo<br />

fazer as coisas que ela imaginou. Eles poderiam ter se<br />

conhecido a pouco tempo, mas quando algo parece tão bom é<br />

quase errado ir contra.<br />

— Por que você está parando? — Ela podia ouvir o pulso<br />

acelerado em seus ouvidos e senti-lo em sua garganta.<br />

— Você tem certeza sobre isso, baby, porque uma vez<br />

que fizermos isso, não pode ser desfeito. — Sua voz era tão<br />

profunda, e ela sentiu-a vibrar ao longo de seu pescoço. —


Quando eu a levar será para o bem, eu não vou deixar você<br />

ir. Eu vou garantir que todos saibam que você é minha<br />

mulher, e que, se meterem-se com você, eles vão se meter<br />

comigo. — Ele respirou dentro e fora pesadamente, e sua<br />

respiração morna e úmida estava fazendo outra parte dela<br />

ainda úmida. — E acredite em mim quando eu digo que eles<br />

não vão querer foder comigo e com o que é meu.<br />

Ela não duvidava de que ele poderia cumprir essa<br />

promessa. Droga, ela já viu o seu ardor. Balançou a cabeça e<br />

levantou as mãos para que ela pudesse descansá-las em sua<br />

cintura estreita.<br />

— Tenho certeza. Eu não acho que eu já estive mais<br />

segura de nada na minha vida antes. — E ela queria dizer<br />

cada palavra. Ela o ouviu engolir e, em seguida, quando<br />

mudou as mãos até os lados e descansou-os em seus<br />

peitorais ele gemeu. Quando ele se aproximou e o<br />

comprimento quente duro do seu pênis pressionou contra<br />

sua barriga, metade gemido metade suspiro a deixou. Uma<br />

centelha de frieza tocou sua pele, e ela olhou para baixo e<br />

olhou para o piercing na ponta da sua ereção. Ela sabia que<br />

esse tipo de piercing era chamado de príncipe Albert. É claro<br />

que ela não poderia ajudar, mas se perguntou como seria a<br />

sensação dentro dela.<br />

— Eu quero você demais. — Ele respirou contra ela,<br />

gemeu e empurrou seus quadris para frente, para que ela<br />

sentisse seu pênis e o piercing mais uma vez. — Eu poderia<br />

gozar, mesmo sem estar dentro de você, baby. — Ele passou<br />

a língua até o comprimento de sua garganta. — Eu poderia


lamber cada parte de você, chupar seus mamilos, seu<br />

clitóris...<br />

Um tremor passou através dela, e ela apertou as mãos<br />

em seus ombros<br />

— Eu poderia chupá-la durante toda a noite até que<br />

você gozasse em todo o meu rosto. — Ele raspou os dentes ao<br />

longo da área que acabou de passar sua língua. — Eu quero<br />

memorizar você, Adrianna, de modo que não exista uma<br />

polegada de você que não esteja enraizada na minha cabeça.<br />

Ela sentiu-se tonta, alta, e bêbada da sensação de<br />

sobrecarga que estava vindo dele.<br />

— Por favor, <strong>Malice</strong>.<br />

Ele gemeu contra seu pescoço, mas não a beijou ou a<br />

tocou mais. Em vez disso ele se afastou para que eles<br />

estivessem olhando nos olhos um do outro.<br />

— Continue, baby. — Ele se afastou dela, e ela apoiou a<br />

mão na parede ao lado dela para a sustentação.<br />

Seus joelhos tremiam, sua cabeça girava, e ela estava<br />

tão desconfortavelmente molhada que queria sair da sua<br />

calcinha e calça. Tudo parecia nebuloso, mas logo sua mente<br />

e visão clarearam e ela foi capaz de se concentrar no que<br />

estava fazendo e viu <strong>Malice</strong> pegar um preservativo. Ela<br />

apertou suas coxas juntas mais uma vez, porque a vista dos<br />

seus ombros largos e costas musculosas coberta de<br />

tatuagens fez seu clitóris formigar. Ele se virou, e, claro, seu<br />

olhar foi direto para o pau enorme que se projetava dele. Mas<br />

Adrianna não poderia ajudá-lo.


Ele andou para frente, e realmente não havia outra<br />

palavra que efetivamente descrevesse o que ele estava<br />

fazendo. Ele parou algumas polegadas dela, e ela olhou para<br />

o pequeno corte em seu lábio inferior. Sem pensar, apenas<br />

agindo, ela levantou a mão e correu a ponta do seu dedo para<br />

a direita ao lado dele. Ele não se moveu, nem sequer<br />

pestanejou. Ele apenas olhou bem nos olhos dela.<br />

— Eu a assusto? — Disse baixo e em seguida, olhou<br />

para sua boca.<br />

— Um pouco. — Não havia necessidade de mentir, mas<br />

mesmo se ela dissesse que não, Adrianna sabia que ele iria<br />

saber que estava mentindo.<br />

Ele levantou a mão e correu seu polegar ao longo de seu<br />

lábio inferior.<br />

— Seus instintos estão dizendo que eu não sou um bom<br />

homem. — Ele estava focado no que estava fazendo com o<br />

polegar sobre o seu lábio. — Você é inteligente demais para<br />

ter medo de mim — mas você— ele ergueu o olhar para o<br />

dela, — Não deve ter. Nunca. — Ele enfiou a mão atrás da<br />

cabeça dela, enredou os dedos em seus cabelos, e se inclinou<br />

para beijá-la. Com os lábios ainda nos dela moveu-se para<br />

frente, o que a levou a se mover para trás. A beirada da cama<br />

a parou de se mover mais.<br />

— Você é tão linda, Adrianna. — Ele começou a tocá-la,<br />

tudo acabado agora, e foi como se um animal fosse solto. Ele<br />

cobriu o peito com as mãos grandes e esfregou seus polegares<br />

ao longo dos picos doloridos. Fez isso por muito tempo,


minutos agonizantes, e apenas quando ela abriu a boca para<br />

dizer-lhe que não podia segurar mais, ele deslizou as mãos<br />

para baixo e em questão de segundos tirou sua calça e<br />

calcinha.<br />

Lá estava ela, completamente exposta para ele, e nunca<br />

antes sentiu esse tipo de movimento frio e calor através de<br />

seu corpo ao mesmo tempo. Ela abriu a boca, mas as<br />

palavras não saíam. <strong>Malice</strong> fez um som baixo em sua<br />

garganta, e no segundo seguinte ele estava segurando sua<br />

bunda e levantando-a. Por instinto, ela envolveu suas pernas<br />

ao redor de sua cintura e os braços em volta de seu pescoço.<br />

Seus seios estavam pressionados firmemente contra seu peito<br />

musculoso, e o sólido comprimento, quente de seu pau<br />

deslizou por suas dobras lisas. Ele esfregou sua barba ao<br />

longo da sua pele de maneira deliciosa que fez sua nuca se<br />

arrepiar. E então ela estava de costas na cama com <strong>Malice</strong><br />

sobre ela. Ele usou seus quadris estreitos para empurrar<br />

suas coxas, e o estiramento dos músculos não utilizados<br />

protestaram da ação.<br />

— <strong>Malice</strong>. — Ela não tinha a intenção de dizer o nome<br />

dele, mas veio dela por conta própria, como se estivesse<br />

pedindo para ele dar o que ela realmente necessitava.<br />

— Eu sei, baby. Porra, eu sei o que você precisa, porque<br />

é o que eu preciso, também. — Seu pênis era de aço contra<br />

sua vagina, e o comprimento de espessura grossa deslizou ao<br />

longo de suas dobras e separou-as. O cume frio e duro de sua<br />

perfuração provocou sua pele superaquecida. O choro


derramou dela, e foi surpreendida pela forma de como<br />

necessitada estava.<br />

— Eu quero você, <strong>Malice</strong>. — Ela não sabia o que entrou,<br />

mas ela não queria que parasse. Ele inclinou-se e esfregou-a,<br />

ao mesmo tempo moeu seu pênis dentro dela. A base do seu<br />

eixo pressionado em seu clitóris, enviando faíscas de<br />

eletricidade através dela. — Cristo, baby, você não tem ideia<br />

do quanto é bom o que eu sinto. — Ele pressionou mais<br />

firmemente contra ela, e sua boca se abriu em um grito<br />

silencioso. Ele manteve a pressão dela com uma mão forte, e<br />

usou a outra para chegar entre seus corpos e alinhar a ponta<br />

do seu pênis com a abertura de seu corpo. Adrianna não era<br />

virgem, mas ela também não transou com um homem que<br />

fosse tão bem-dotado. Seu olhar treinado foi entre eles, e o<br />

fato de que ele estava assistindo a si mesmo quando<br />

empurrou seu pau em seu corpo foi tão extremamente<br />

erótico. Ele fechou os olhos, apertou a mandíbula, e disse:<br />

— Você está muito molhada para mim. — Ele moveu a<br />

ponta para cima e para baixo em seu broto sensível em<br />

seguida, empurrou apenas a ponta dentro dela. — É tão<br />

apertado. — Ele disse a última palavra sobre um gemido. —<br />

Se você soubesse o quanto eu quero te foder, o quanto eu<br />

quero que você sinta que você é minha, ia te assustar, baby.<br />

Adrianna fechou os olhos com a deliciosa maneira de<br />

como ele a esticou e ao sentimento de sua penetração<br />

escondido apenas por uma fina camada de látex movendo<br />

contra sua carne sensível.


— Deus, <strong>Malice</strong>, eu quero isso. — Ela sentiu-se delirante<br />

para ele e amou suas palavras sujas. A queima de dor e<br />

êxtase bateu nela enquanto ele continuava a empurrar todas<br />

aquelas longas polegadas de espessura dentro dela. A dor<br />

deixou-a quando o prazer aumentou. Ele moveu as mãos<br />

atrás dela e agarrou sua bunda em um aperto que deixaria<br />

hematomas. Ela gostava daquela centelha adicional de dor,<br />

amando que ele disse a ela que mal se controlava.<br />

— Você é tão apertada e quente. — Sua voz era gutural,<br />

e seus olhos estavam fechados. Ele empurrou cada polegada<br />

dentro dela, e ela finalmente percebeu o que era ser<br />

reclamada. Ela nunca se sentiu assim com ninguém, nunca<br />

sequer pensou em sentir que essas emoções e sensações<br />

fossem possíveis. — Será que está bom, baby? — Perguntou<br />

com uma voz áspera.<br />

— Sim. Deus, isso é tão bom.<br />

Com mais um impulso ele enterrou a última polegada de<br />

seu pênis dentro dela e gemeu profundamente. Ambos<br />

soltaram um grunhido duro de prazer, e Adrianna arranhou<br />

as unhas nas costas dele, amando como ele encheu e esticou<br />

cada parte dela. Ele retirou-se dela, e depois a empurrou para<br />

trás lentamente. Sua respiração tornou-se mais rápida<br />

quando ele começou a empurrar dentro e fora dela, e o<br />

pesado saco sob seu pau batia contra seu traseiro.<br />

— Oh meu Deus, <strong>Malice</strong>. — Ela sentiu seus olhos se<br />

arregalarem, sabia que o orgasmo era iminente, e reforçou<br />

seu domínio sobre ele.


— É isso. — Ele gemeu. — Arranhe suas unhas em<br />

mim. Porra, me machuque, baby.<br />

Era uma agonia e êxtase, tudo em um. Com cada<br />

impulso de seus quadris, ela subiu na cama, mas ele colocou<br />

uma mão em seu ombro e a manteve parada para seu castigo<br />

erótico.<br />

— Mais, <strong>Malice</strong>. Deus, mais. — Ali estava ela, pedindolhe<br />

para ele ir mais e mais rápido. Ele nunca parou seu<br />

empurrão firme. Dentro e fora, e mais feroz. Ele baixou a<br />

cabeça, e sua boca estava tocando sua orelha. Ela apertou<br />

seu poder sobre ele, querendo-o mais perto, pois nesse<br />

momento <strong>Malice</strong> não queria ninguém além dela.<br />

— Deus, eu nunca senti nada como isso, Adrianna. —<br />

Sua voz era um sussurro áspero. A raiz de seu pênis esfregou<br />

ao longo de seu clitóris, e para trás, novamente e novamente<br />

até que escalou a explosão de prazer.<br />

Todo o seu corpo apertado, sinalizando seu clímax. O<br />

prazer correu para a superfície e roubou toda a sua sanidade.<br />

— Eu estou perto, <strong>Malice</strong>. — O nome dele saiu dela em<br />

um suspiro.<br />

— Goze em todo meu pau, baby. — Ele empurrou duro e<br />

severamente dentro dela, atingindo algo profundo que teve<br />

seus músculos internos apertando ao redor dele<br />

violentamente. — Sim, isso, está gozando. Aperta em torno de<br />

mim, me faça gozar junto com você, Adrianna.<br />

Adrianna arqueou o pescoço e abriu a boca em um grito<br />

silencioso. Seu clímax levou tudo para fora dela, roubou a


sua energia, a sua força, e substituiu-o com essa sensação de<br />

euforia. Ele bateu nela, pressionando seu corpo contra o dela<br />

totalmente agora, enquanto ele continuava a bombear os<br />

quadris para trás e para frente. Suas coxas doíam do quão<br />

grande elas estavam espalhadas, e sua pele estava<br />

escorregadia de suor. Ele ia fundo depois para fora nela,<br />

quase escorregou livre de seu corpo, mas, em seguida, com a<br />

mesma rapidez batia de volta para ela. Ele era como um<br />

animal quando fazia esses ruídos guturais e mordiscou seu<br />

pescoço. Quando seu orgasmo começou a diminuir ele<br />

alcançou entre seus corpos e encontrou seu clitóris com o<br />

polegar.<br />

— Venha, baby. Não me faça funcionar para um<br />

segundo — ele resmungou. — Faça meu pau bom e molhado.<br />

— Era como se ele soubesse que o prazer estava fluindo e não<br />

estava prestes a perder nada disso.<br />

— Eu quero te foder muito duro, fazer você gritar meu<br />

nome. — Ele bateu nela mais forte agora, e um grito de dor e<br />

prazer a deixou. — Eu quero fazer várias coisas sujas com<br />

você, lamber cada parte do seu corpo, e depois deslizar meu<br />

pau em sua bunda apertada.<br />

Suas palavras eram tão grossas e duras, mas elas<br />

combinavam com o jeito que ele estava transando com ela, e<br />

isso era exatamente o que ele estava fazendo. Outro orgasmo<br />

bateu nela tão rápido que estrelas dançaram na frente de sua<br />

visão. Ela estava prestes a chorar de novo, mas <strong>Malice</strong><br />

antecipou-o e bateu a boca na dela tão duro que seus dentes<br />

entraram em confronto juntos. Seus lábios ficaram doloridos,


mas ela não se importava. Espetando as mãos em seu cabelo,<br />

ela puxou os fios e gemeu.<br />

— Mas tudo isso pode esperar, porque agora isso é tudo<br />

que eu quero, Adrianna. Você é tudo que eu quero. — Com<br />

um empurrão mais brutal <strong>Malice</strong> enterrou seu comprimento<br />

inteiro na boceta dela e gemeu quando gozou. Ela jurou que<br />

podia senti-lo inchar ainda mais, e sentir o pulso pesado<br />

quando ele se esvaziou. Quando caiu contra ela, seu peito<br />

subindo e descendo, comprimindo o dela e fazendo com que<br />

fosse difícil para ela respirar, ela fechou os olhos e suspirou.<br />

Ele apertou a mão ainda segurando a bochecha de sua bunda<br />

e gemeu mais uma vez. — Merda, Adrianna. Aquilo foi…<br />

Quando ele não completou, ela abriu os olhos e virou a<br />

cabeça para que ela pudesse olhar para ele.<br />

— Sim, eu sei o que quer dizer.<br />

Ele apoiou o cotovelo na cama por sua cabeça e<br />

empurrou-se ligeiramente. Usou a outra mão para afastar a<br />

franja. Durante vários segundos não disse nada, mas era um<br />

silêncio muito confortável. Os sons da música e risos vieram<br />

da sala principal, mas parecia tão distante, e, como se<br />

estivessem em um mundo diferente.<br />

— Tudo está indo bem aqui?<br />

Ela enrolou-se nele mais e fechou os olhos, apenas<br />

absorvendo seu aroma e o calor do corpo. — Sim.<br />

Honestamente, essas mulheres são muito fortes, e já estão<br />

falando sobre as coisas que elas querem da vida.


Ele correu os dedos para cima e para baixo do seu<br />

braço.<br />

— É preciso uma mulher forte para sobreviver às coisas<br />

que elas sofreram... como você também. — Ele se inclinou e<br />

beijou o alto de sua cabeça.<br />

— Eu ouvi algumas delas falando sobre trabalhar com<br />

Lucien e o clube uma vez que elas estejam prontas.<br />

Ele cantarolava uma nota de uma forma muito<br />

sonolenta.<br />

— É sua escolha, o que elas querem fazer. Se elas<br />

querem voltar a vender-se, é a sua escolha. Podemos<br />

contratá-las para trabalhar para fazer isso no clube. Elas<br />

estarão seguras e protegidas. Mas se elas querem fazer outras<br />

coisas, limpeza, cozinha, coisas assim, podemos ajudar a<br />

encontrar algo.<br />

Ela fechou os olhos, pensando sobre tudo o que ele<br />

disse, e todas as coisas que ela experimentou enquanto<br />

estava no River Run.<br />

— Como você honestamente se sente sobre eu estar no<br />

MC e como ganho a vida?<br />

Ela inclinou-se para trás e olhou para ele no rosto.<br />

Como ela se sentia?<br />

— Honestamente? — Ela olhou para ele, e então ele<br />

concordou. Antes que respondesse levantou a mão e passou<br />

os dedos entre os olhos dele. Todo o seu corpo tremia como se<br />

ele não pudesse controlar-se, e ela percebeu que um homem


deste tamanho e poder era tão frágil quanto ela. —<br />

Honestamente, isso não me incomoda. — Ela sorriu e<br />

empurrou o cabelo longe de seu rosto. Ela correu os dedos<br />

sobre a barba, amando que os fios grossos curtos fizessem<br />

cócegas em sua pele, e suspirou. — Eu tenho ficado perto de<br />

coisas ilegais e imorais toda a minha vida, e nenhuma delas<br />

foi a qualquer lugar perto deste tipo de coisa. — Ela olhou<br />

para o teto e viajou com o olhar sobre a estrutura de<br />

pinheiros naturais e vigas. — Vocês realmente se preocupam,<br />

assim como o seu clube. Estas mulheres vão vender-se não<br />

importa o que. — Quando ela olhou para <strong>Malice</strong> ela podia ver<br />

que ele ainda tinha esse olhar duro em seu rosto.<br />

— Nós fazemos coisas ruins, também, Adrianna.<br />

Seu corpo foi segurado tão apertado que ela podia sentir<br />

o aperto se fechando de seus músculos sob suas mãos.<br />

— Todos nós temos feito algumas coisas ruim em nossas<br />

vidas. — Ela quer saber cada pequena coisa que fez <strong>Malice</strong>?<br />

Um dia, sim, mas agora ela estava contente com o homem<br />

que lhe mostrou. — Você sabe, quando eu comecei a namorar<br />

Phillip ele era agradável e doce, um verdadeiro cavalheiro. —<br />

O som baixo que veio de <strong>Malice</strong> foi muito hostil, mas ela não<br />

sentia medo dele. — Mas mesmo que ele me mostrasse esse<br />

cara muito grande do lado de fora, eu sabia que no fundo ele<br />

não era diferente dos homens que minha mãe sempre andava<br />

pendurada ao redor.<br />

— Por que você ficou com ele?


Ela deu de ombros, ainda sentindo vergonha e desgosto<br />

por ela não ter sido mais forte e que ela permitiu se submeter<br />

a isso.<br />

— Eu não sei. Talvez eu achasse que não merecia nada<br />

melhor.<br />

— Eu não quero nunca mais ouvir você dizer isso de<br />

novo. — Seu tom era duro e não admitia discussão, e ela<br />

estava vendo o forte motociclista que não aguentava ninguém<br />

se romper.<br />

— Você está certo, <strong>Malice</strong>. Eu não deveria me permitir<br />

pensar assim. — Este foi um longo caminho para ela, mas ela<br />

sabia que não queria fazê-lo sozinha. — Mas mesmo que eu<br />

tenha me apaixonado pela fachada de Phillip, eu também<br />

acredito que eu aprendi, cresci e me tornei mais forte de tudo<br />

o que aconteceu. — Ele não perguntou a ela sobre um<br />

relatório detalhado do seu passado, ela estava grata. Algumas<br />

coisas foram feitas para ficar para trás deles.<br />

— Eu não sou como aquele filho da puta.<br />

Será que ela nunca se acostumaria com sua atitude<br />

grosseira? Ela não pensava assim, mas ela gostou. Isso a fez<br />

realmente se sentir viva, e foi a primeira vez que ela disse que<br />

se sentia assim.<br />

— Acredite em mim, eu sei disso, sabia<br />

instantaneamente.<br />

Ele a puxou para mais perto dele novamente, e ela<br />

descansou a cabeça em seu peito. O sol já tinha se posto, e<br />

embora escutassem risos no térreo, e rompeu o silêncio que


os rodeava, havia uma tranquilidade nela. Se isso foi um<br />

grande erro, então era o melhor que ela já fez.<br />

Adrianna olhou para fora da janela do quarto e viu<br />

algumas das meninas trabalharem no jardim exterior.<br />

— Você quer falar sobre qualquer coisa?<br />

Adrianna olhou para Molly e sacudiu a cabeça.<br />

— Na verdade não. As coisas estavam indo bem, na<br />

verdade. — Adrianna se virou e olhou para Kendra, que<br />

estava rindo de alguma coisa que Cecilia disse. As janelas na<br />

cabana eram muito grossas, e assim ela não ouviu um carro<br />

se aproximando até que viu o furgão escuro com uma cruz<br />

enorme indo em direção à cabana. Mas os irmãos que<br />

estavam de guarda nesse dia já estavam atentos. Não havia<br />

cercas ou portões em torno da propriedade, porque<br />

honestamente a menos que alguém soubesse sobre este<br />

lugar, ele estava praticamente fora do mapa.<br />

Tuck e Pierce estavam aqui hoje, e puseram-se em<br />

frente à garagem, bloqueando a van de aproximar-se. Dois<br />

homens saíram do veículo, um do lado do motorista, o outro<br />

do lado do passageiro. Por um momento, parecia que estavam<br />

apenas falando, mas quando um dos rapazes entregou a<br />

Tuck um pedaço de papel ela jurou que podia sentir a<br />

explosão de raiva vindo do motociclista. Tuck adiantou-se de<br />

todos e jogou o papel de volta na cara do outro cara, e<br />

quando ficou claro que a van e as pessoas não estavam<br />

saindo, Tuck chegou por trás dele, agarrou a arma que estava


enfiada no cós da calça na parte baixa das costas, e apontoua<br />

para todos os homens. As mulheres que trabalhavam no<br />

jardim perceberam o que estava acontecendo, e Pierce foi em<br />

direção a elas e as levou para dentro. Adrianna não se<br />

moveu, e viu como Tuck mantinha-os levantando a mão que<br />

segurava a arma para os caras, e claramente gritava com<br />

eles. Finalmente os caras subiram de volta na van e saíram.<br />

Ela não tinha ideia do que era isso tudo, mas ela sabia que<br />

Tuck, ou qualquer um dos outros motociclistas de guarda<br />

para esse caso, não exageraram em nada. Eles faziam as<br />

coisas por uma razão, e claramente os homens na van eram<br />

uma ameaça. Ela observou como Tuck pegou o seu telefone, e<br />

então levou-o ao ouvido e falou com alguém enquanto se<br />

dirigia ao lado da cabana.<br />

— Adrianna, tudo bem? — Perguntou Molly.<br />

Adrianna afastou-se da janela e sorriu.<br />

— Sim. — Ela não ia deixar que o que aconteceu lá fora<br />

interferisse na sua conversa com Molly, especialmente desde<br />

que houvesse perigo imediato, Tuck estaria levando-as para<br />

longe da cabana...<br />

— Você gosta de ficar aqui?<br />

Adrianna assentiu.<br />

— Eu meio que me sinto fora de lugar, às vezes. — Ela<br />

sabia que Molly foi a ex de <strong>Malice</strong>, mas também era a<br />

enfermeira da casa para as meninas. Esta foi a primeira vez<br />

que elas conversaram muito desde que Adrianna foi chamada<br />

para a casa da cabana. Ela não sabia muito sobre Molly, mas


o que ela sabia era que a outra mulher era genuína, e<br />

pensava nos outros. Ela desejou ter tido uma amiga como<br />

essa enquanto crescia. Ela poderia ter feito as coisas mais<br />

fáceis e mais suportáveis em sua vida. Mas ela estava feliz,<br />

Molly chegou hoje e Adrianna finalmente abriu-se um pouco<br />

com ela.<br />

— Mas ninguém fez você se sentir assim, certo? — Havia<br />

uma verdadeira preocupação na voz de Molly, e pela primeira<br />

vez desde que <strong>Malice</strong> a tirou da chuva e a levou para aquele<br />

clube, ela sentiu como se alguém realmente se importasse<br />

com ela.<br />

— Não, elas têm sido adoráveis, mas algumas estão<br />

apreensivas com a minha presença, mas se eu tivesse vivido<br />

a vida que tiveram eu sentiria o mesmo. — Ela afastou-se da<br />

janela e sentou ao lado de Molly na beira da cama.<br />

Molly estendeu o braço e segurou a mão de Adrianna.<br />

— Você viveu a sua vida, Adrianna.<br />

Embora Adrianna não tenha vendido seu corpo, ela<br />

vendeu sua vida por um momento de felicidade. Havia várias<br />

coisas que ela queria falar com Molly, sobre o que aconteceria<br />

uma vez que tudo fosse dito e feito, e sobre aonde ela iria.<br />

<strong>Malice</strong> disse a ela para não se preocupar, que tudo daria<br />

certo, mas ela não podia deixar de pensar em como iria<br />

recompensar todas elas por sua bondade. E mesmo que ela<br />

não se preocupasse com tudo isso, ela não podia deixar de<br />

ser curiosa sobre a vida que Molly levou com <strong>Malice</strong>. A<br />

verdade era que se importava com o brutamonte de um


motociclista. Ele era grosseiro e rude, mas com ela ele era<br />

gentil, atencioso, e conseguiu deixar sua vida horrível para<br />

trás. Tinha certeza que ela estava segura, e uma parte dela o<br />

via como este herói. Ele era seu herói.<br />

— Posso te perguntar uma coisa?<br />

Molly sorriu e acenou com a cabeça e continuou a<br />

segurar a mão dela.<br />

— Claro.<br />

Adrianna levou um minuto para realmente encontrar a<br />

coragem de se abrir sobre <strong>Malice</strong>, pois além de poucas<br />

conversas que tinham onde todos eles mencionavam <strong>Malice</strong> e<br />

Molly sendo anteriormente um casal, ninguém mencionou<br />

sua conexão novamente. Talvez Adrianna devesse apenas<br />

morder a língua, mas honestamente queria saber mais sobre<br />

<strong>Malice</strong>. Havia algo sobre ele que a fazia se sentir conectada,<br />

segura e querida.<br />

— Você e <strong>Malice</strong> ficaram juntos por quanto tempo? —<br />

Deus, ela parecia tão imatura ao dizer isso. Ela sabia que eles<br />

estavam juntos, mas estava esperando construir uma<br />

conversa mais aprofundada sobre ele.<br />

Molly sorriu e lhe acariciou a mão uma vez antes de<br />

puxá-la afastado.<br />

— Estivemos juntos anos atrás, e temos um menino<br />

maravilhoso. — Molly engoliu em seco, e Adrianna se sentiu<br />

como uma cadela por incomodá-la, uma vez que parecia que<br />

Molly estava desconfortável.


— Sinto muito, eu só... — Agora era a sua vez de engolir<br />

em seco. – É que apenas, <strong>Malice</strong> foi o único a me salvar<br />

quando eu estava no fundo do poço. Eu não sei onde eu<br />

estaria sem ele.<br />

— Querida, o que você passou foi traumático. Claro que<br />

você se sentiu como se ele fosse seu cavaleiro de armadura<br />

brilhante. — Ela sorriu novamente. — <strong>Malice</strong> é bom assim.<br />

Ele é um pai maravilhoso e foi um bom companheiro. É só<br />

que não fomos feitos um para o outro.<br />

Moly deu de ombros e olhou para as mãos dela.<br />

— Eu amo Stinger, e estar com ele é onde eu sinto que é<br />

o lugar perfeito para o meu coração. — Ela sorriu, mas ainda<br />

olhou para suas mãos. — Estar com um homem em um MC é<br />

uma vida diferente. — Quando Molly olhou para ela então<br />

houve essa seriedade cobrindo seu rosto. — É uma vida dura,<br />

que drena a sua força até o osso, e eles precisam de uma<br />

mulher forte para segurá-los e sarar suas feridas.<br />

Adrianna assentiu, e embora não falasse sobre estar<br />

com <strong>Malice</strong> como algo mais do que aquilo que eles eram, ela<br />

também sabia que Molly deve ter sido capaz de ouvir o anseio<br />

em sua voz.<br />

— <strong>Malice</strong> é um bom homem, um pai fabuloso, e é leal. —<br />

Molly olhou bem nos olhos dela, como se dispostos a<br />

entender o que ela estava dizendo. — Se ele quer alguma<br />

coisa, então ele não vai parar até que ele o tenha recebido.<br />

Quando Molly parou de falar, Adrianna tomou suas<br />

palavras, repassou-as em sua cabeça, e quis acreditar que ele


a queria e que era por isso que ele a ajudou. Qualquer<br />

conexão física que eles tiveram poderia estritamente ser<br />

porque ele era um homem com a necessidade de uma<br />

mulher. Ou talvez ele sentiu que tinha essa ligação com ela<br />

também, que queria estar com ela como ela queria ficar com<br />

ele. Era difícil, algo que ela pensou muito desde que acordou<br />

naquele clube, e ao qual ela esperava explorar. Mas era<br />

assustador para dizer o mínimo.<br />

— Faça com que se sinta bem aqui. — Molly colocou<br />

uma mão sobre o coração. E quando ela sorriu, Adrianna<br />

sabia que Molly poderia dizer que ela queria <strong>Malice</strong> de uma<br />

forma que era muito mais. — Escute, eu tenho algumas<br />

outras meninas para verificar, mas se você precisar de<br />

alguma coisa, ou apenas quiser falar, você tem meu número.<br />

— Molly se levantou e Adrianna fez o mesmo, e depois que ela<br />

deu a Adrianna um abraço, Molly a deixou olhando pela<br />

janela. Ela levou as poucas palavras que Molly disse e<br />

deixou-as registrar. Será que ela realmente queria ir por esse<br />

caminho com <strong>Malice</strong>? E se ele queria ir por esse caminho,<br />

como seria ele na realidade?


Duas semanas depois...<br />

Se passaram apenas quinze dias, e Adrianna se sentia<br />

estranhamente em casa na cabana. Seus sentimentos por<br />

<strong>Malice</strong> cresceram muito rápido, mas ela sabia melhor do que<br />

ninguém que a vida poderia ser apagada mais rápido do que<br />

ela pudesse piscar. Se ela realmente o queria como ela fez, ela<br />

precisava abraçar isso e apenas ir com ele. Seus ferimentos<br />

físicos já foram curados, e ela adorava estar na cabana e<br />

ajudar as outras meninas não só com coisas domésticas, mas<br />

também conversar com elas. Estranhamente tinham muito<br />

em comum com elas em suas infâncias ruins,<br />

relacionamentos abusivos, e, finalmente, encontraram o seu<br />

caminho para a cabana dos The Brothers de Madesen. Essas<br />

mulheres poderiam ser ex-prostitutas, e poderiam até mesmo<br />

voltar a fazer esse tipo de trabalho quando elas decidiram que<br />

queriam deixar River Run, mas Adrianna não ia julgar. Na<br />

verdade, ela descobriu que elas tinham muita força, estavam


preocupadas umas com as outras, e só queriam sobreviver<br />

neste mundo.<br />

Adrianna limpou o piso da cozinha uma última vez.<br />

Todos saíram para a noite. As mulheres levaram Kendra para<br />

a cidade, e ela ouviu falar de Tatum que elas estavam todas<br />

indo para reunir-se na sede do clube para uma festa surpresa<br />

de aniversário improvisada. Adrianna ia passar a noite com<br />

<strong>Malice</strong> e seu filho, talvez até mesmo passar a noite toda, mas<br />

ela planejava ver Kendra em algum momento ainda. Não<br />

perderia por nada o aniversário dessa menina doce. Ela<br />

fechou os olhos e respirou profundamente. Só conhecia as<br />

mulheres há algumas semanas, mas ela considerava-as sua<br />

família. Eram mulheres que enfrentaram uma série de<br />

horrores: nascidas de mães viciadas, se vendido para homens<br />

aleatórios, não conheceram seus pais e, finalmente,<br />

tornaram-se a única coisa que sabiam. Elas eram<br />

sobreviventes; ela era uma sobrevivente, e recordava-se disso<br />

a cada dia. Elas tinham a melhor da educação e viviam em<br />

uma casa que lhes foi fornecida por um moto clube fora da<br />

lei. Seus nervos estavam causando tremores nas mãos e as<br />

palmas estavam suadas. Ela ainda precisava conhecer<br />

Dakota, e se preocupava que o menino não gostasse dela.<br />

Adrianna não estava acostumada a estar perto de crianças,<br />

pelo que ela estava agradecida, porque a vida que ela foi<br />

submetida não deveria ter crianças envolvidas de qualquer<br />

maneira.<br />

Ela olhou para o relógio e viu que <strong>Malice</strong> estaria lá para<br />

buscá-la a qualquer momento, então rapidamente colocou os


suprimentos de limpeza à distância e foi até o hall de<br />

entrada. A casa estava tão quieta e silenciosa, sem ninguém<br />

nela, vazia não apenas no sentido literal. Trabalhar na<br />

cabana permitiu-lhe ganhar algum dinheiro, e ela estava<br />

orgulhosa de tê-lo guardado em uma conta bancária na<br />

cidade. <strong>Malice</strong> a ajudou a pegar os quinhentos dólares que<br />

tinha no banco Fairview. Agora ela tinha um agradável pé de<br />

meia, nada extravagante, mas o suficiente para que ela se<br />

sentisse um pouco mais segura sabendo o que tinha. Na sua<br />

lista estava um carro, e talvez um dia uma casa para si, mas<br />

para ser honesta ela estava pensando em <strong>Malice</strong>, e como<br />

seria ficar com ele. Claro que ele abordou o assunto de morar<br />

com ele. Não era como se eles mantivessem o que tinham em<br />

segredo. Todo mundo sabia que seu relacionamento começou<br />

complicado, mas ela não ia a lugar nenhum, e ela sabia em<br />

seu coração que nem <strong>Malice</strong>. Ele disse isso, e apesar de ter<br />

sido apenas duas semanas, estar com ele a fazia sentir única<br />

em todos os níveis.<br />

Isto não era apenas um relacionamento sexual com<br />

<strong>Malice</strong>, embora só de pensar em seu corpo grande, duro ao<br />

longo dela, embalando-a, protegendo-a e levando-a para a<br />

beira da morte com o prazer que ele lhe dava, teve todo o seu<br />

corpo aquecendo. Ele era como um demônio para ela, pela<br />

maneira como ele a fazia se sentir tão bem. A maneira como<br />

ele a abraçava, conversava com ela e fazia com que ela<br />

estivesse bem, tornava a experiência mais íntima.<br />

Ela abriu a porta da frente e algo na varanda chamou<br />

sua atenção. Ela olhou para baixo e viu um pedaço de papel


sob uma rocha perto da porta, abaixou-se para pegá-lo. Era<br />

algum tipo de panfleto de igreja. “A Igreja do Bem e Semente”<br />

ela leu em voz alta. O nome soou um pouco pedante e<br />

pretensiosa. Ela se virou e jogou o papel sobre a mesa ao lado<br />

da porta e deu um passo para fora no pátio. Fechou a porta<br />

da frente, assim que ela ouviu a Harley de <strong>Malice</strong> se<br />

aproximando. Run e Rock saíram cerca de vinte minutos<br />

atrás, uma vez que foram eles que levaram as meninas até a<br />

cidade, mas Pierce ficou para trás apenas até <strong>Malice</strong><br />

aparecer. Pierce saiu da cabana pequena para a cabana ao<br />

lado da principal onde ficavam os rapazes que estavam<br />

vigiando para dormir. Ele acenou para ela, assim que <strong>Malice</strong><br />

manobrou sua motocicleta para uma parada em frente a ela.<br />

Ela andou em direção a <strong>Malice</strong> e não podia deixar de sorrir.<br />

Deus, ela sentia falta dele.<br />

— Você está pronta, baby? — Ele sorriu e estendeu a<br />

mão para puxá-la para perto. Ele a beijou longo, duro e lento.<br />

Ele foi completo quando ele a beijou, e ela sentiu-se crescer<br />

quente e úmida, e pronta para ele. Ela não se importava que<br />

Pierce pudesse vê-los.<br />

— Eu estou mais do que pronta. — Molly ia ficar com<br />

Dakota na casa de <strong>Malice</strong> por algumas horas. Eles teriam um<br />

jantar, talvez assistir a um filme, e ela tentaria ganhar o<br />

rapaz.<br />

<strong>Malice</strong> sorriu e estendeu um capacete para ela. Uma vez<br />

que ela o tinha e estava montada na máquina poderosa<br />

debaixo dela, respirou profundamente. Ela colocou os braços<br />

ao redor da cintura dele, e descansou sua bochecha em suas


costas. Isto era sentir a liberdade, e era a maldita melhor<br />

sensação do mundo. Ele estava se afastando da cabana, e ela<br />

olhou para ver Pierce fazendo a mesma coisa, mas depois foi<br />

como se o tempo parasse. Uma enorme explosão que destruiu<br />

a cabana dos motociclistas teve um pulso de energia se<br />

movendo para fora. Ela foi jogada da traseira da moto, e caiu<br />

no chão com força suficiente que as estrelas dançaram na<br />

frente de sua visão. Houve um zumbido alto que encheu sua<br />

cabeça, e quando um grande pedaço de detritos caiu bem ao<br />

lado dela, ela cobriu a cabeça, apesar de ter o capacete.<br />

Parecia que pedaços de madeira, metal e outros detritos<br />

caiam em torno dela, e quando ela sentiu que era seguro o<br />

suficiente para se mover olhou para cima. <strong>Malice</strong> estava indo<br />

em direção a ela com passos irritados e determinados. Ele se<br />

ajoelhou ao lado dela, manchas pretas em seu rosto, e<br />

levantou as mãos para remover seu capacete.<br />

— Baby, você está bem?<br />

Ela se levantou em uma posição sentada e assentiu.<br />

— Sim, só um pouco tonta.<br />

Ele a ajudou a remover seu capacete, e ela começou a<br />

tossir com a fumaça espessa e escura que começou a ondular<br />

em torno deles. Ela olhou para a cabana em chamas.<br />

— Meu Deus. Pierce!<br />

<strong>Malice</strong> sacudiu a cabeça, impedindo-a de terminar.<br />

— Ele se machucou, mas vivo.


Ela olhou por cima do ombro e viu Pierce andando em<br />

direção a eles. Ele estava machucado, mas estava falando em<br />

um tom cortante e difícil com alguém no telefone. Graças a<br />

Deus ele estava vivo. Graças a Deus, todos eles estavam<br />

vivos. <strong>Malice</strong> a ajudou a se levantar, e eles foram para mais<br />

longe do fogo. O som das sirenes à distância abafou alguns<br />

dos sons de crepitar do estalo da madeira quando o fogo<br />

lambeu o edifício. A estrutura ruiu, e ela gritou de surpresa.<br />

<strong>Malice</strong> cobriu seu corpo com o dele, e ela sentiu-o beijar o<br />

topo da cabeça dela.<br />

— Tuck disse que as meninas estão seguras, e Lucien e<br />

os meninos estão vindo. — Disse Pierce, e embora ele<br />

estivesse claramente tentando ser forte, ela viu a expressão<br />

tensa em seu rosto, viu o modo como ele segurava seu lado, e<br />

viu a linha de sangue fazendo uma trilha lenta para baixo em<br />

seu corpo.<br />

— Pierce, você está sangrando — disse ela.<br />

— Sente-se homem e torne as coisas mais fáceis, —<br />

<strong>Malice</strong> disse e ajudou Pierce a sentar no chão.<br />

— Isso não foi um acidente, <strong>Malice</strong> — disse Pierce com<br />

um tom duro. — Essa explosão foi feita por aqueles malditos<br />

fanáticos. — Pierce exalou profundamente e fechou os olhos.<br />

— Minha cabeça do caralho está me matando.<br />

— Cara, apenas relaxe. A ambulância estará aqui, e você<br />

pode ser examinado, irmão.<br />

Pierce concordou. A ambulância e alguns carros de<br />

polícia chegaram cerca de quinze minutos mais tarde, e


depois o resto dos irmãos de Madesen foram chegando<br />

também. A polícia manteve todos para trás e longe do fogo,<br />

uma vez que tentavam extingui-lo, e depois os próximos vinte<br />

minutos os policiais estavam interrogando-os.<br />

Adrianna foi examinada pelos paramédicos, como Pierce,<br />

e quando ele se recusou a ir ao hospital todos os<br />

motociclistas se reuniram.<br />

— As mulheres estão no clube com Tuck e Run, então<br />

eles estão todos bem, mas porra — disse Lucien e olhou para<br />

o prédio. As chamas foram lentamente sendo extinta, e até<br />

mesmo a distância ainda podia sentir o calor como se ela<br />

estivesse bem no meio dela.<br />

— Foi essa porra de culto — disse Pierce. — Tem que<br />

ser. — Ele tinha uma atadura em sua cabeça. — Eles<br />

jogaram aqueles malditos papéis na sede do clube, e, em<br />

seguida, tiveram a coragem de vir aqui umas semanas atrás,<br />

e agora essa merda. Isso não é uma coincidência.<br />

— Pierce está certo, — <strong>Malice</strong> disse e puxou-a para<br />

perto. Ele a beijou no topo da cabeça novamente. — De jeito<br />

nenhum essa merda aconteceu por acidente, mas por que<br />

esperar duas semanas malditas?<br />

— Eu não acho que as pessoas que estão loucas como<br />

essas tem qualquer raciocínio para o porquê de eles fazerem a<br />

merda que eles fazem — disse Lucien em um grunhido, e ela<br />

poderia dizer que ele mal estava conseguindo manter seu<br />

controle. Todos os caras pareciam prontos para matar<br />

alguém.


— Não importa porra, porque ninguém mexe com o<br />

clube e fica por isso mesmo — Lucien se virou e olhou para<br />

cada um dos rapazes.<br />

— E todos nós sabemos que quando alguém se mete<br />

conosco ou qualquer um que consideramos sob nossa<br />

proteção, não vamos deixá-los ir embora vivos. — <strong>Malice</strong> foi o<br />

único a falar agora.<br />

Todos os caras murmuraram em concordância.<br />

Um tremor trabalhou através de seu corpo na letalidade<br />

que vinha de todos os motociclistas.<br />

— Eu encontrei um jornal da igreja na varanda antes de<br />

<strong>Malice</strong> aparecer. — Ela olhou para <strong>Malice</strong>. — Eu acho que era<br />

da Igreja do bom e certo, ou apenas Santo. Eu não sei. Foi<br />

algo assim.<br />

Houve um coro de maldições dos motociclistas.<br />

— Isso é fodido, e precisamos retaliar — disse Rock em<br />

um rosnado.<br />

Lucien ergueu a mão.<br />

— Eu concordo, mas precisamos pensar nisso. Eu não<br />

quero que a polícia se envolva com isso, porque não<br />

precisamos de mais atenção — disse Lucien e olhou para o<br />

edifício de novo. — Mas eu quero ter certeza de que era esse<br />

culto, mesmo que eu apostasse minha maldita vida nisso. —<br />

Lucien olhou para eles, e o olhar em seu rosto estava calmo e<br />

mortal. — Iremos destruir aquele culto de merda e o que eles<br />

chamam de um líder.


Todos murmuravam o seu acordo, em seguida, Lucien,<br />

Run, e Rock voltaram para suas motocicletas. <strong>Malice</strong> aflito<br />

em torno dela, segurou seu rosto com as mãos e olhou em<br />

seus olhos.<br />

— Deus, baby, por um momento que eu vi você ali — ele<br />

balançou a cabeça. — Eu pensei que havia te perdido. — Esta<br />

expressão enrugou seu rosto, e ela levantou a mão e alisou<br />

seus dedos entre os olhos dele.<br />

— Estou feliz que todo mundo esteja bem.<br />

Ele se inclinou e beijou-a com força, e ela podia sentir a<br />

posse nele.<br />

— Eu te amo. Cristo, eu te amo, baby. — Ele apertou as<br />

mãos em seu rosto, e descansou sua testa na dela.<br />

— Eu também te amo, <strong>Malice</strong>.<br />

Ele se afastou e olhou para o rosto dela.<br />

— Deus, eu iria fazer a porra de qualquer coisa ao meu<br />

alcance para me certificar de que você está protegida, e fazêla<br />

feliz, baby.<br />

Ela sorriu e descansou a cabeça em seu peito<br />

novamente.<br />

— E eu vou matar os que se atreveram a colocá-la em<br />

perigo.<br />

Ela colocou os braços ao redor dele, ainda descansando<br />

a cabeça em seu peito, e fechou os olhos.<br />

— Se algo acontecesse com você... — Ele segurou-a<br />

firmemente, e ela ouviu a dor em sua voz.


— Não vamos pensar ou falar sobre isso.<br />

— Ok, baby. — Ele se afastou e beijou-a novamente. —<br />

Mas essa merda com essa porra de culto não existe mais.<br />

Eles nos seguiram até aqui, provavelmente sabendo que<br />

tínhamos as meninas de Fairview com a gente, e queriam<br />

fazer seu ideal demente conhecido. — Ele balançou a cabeça<br />

e apertou a mandíbula. — E quando você mexe com a porra<br />

dos The Brothers em Madesen, é melhor você estar preparado<br />

para morrer. — Ele a beijou mais uma vez, como se<br />

consolidando suas palavras como um decreto.<br />

Adrianna não duvidava dele por um minuto, mas sabia<br />

que, enquanto ela tivesse <strong>Malice</strong>, as mulheres que se<br />

tornaram sua família, e The Brothers de Madesen, ela poderia<br />

lidar com qualquer coisa. Ela já foi ao inferno e voltou,<br />

sobreviveu até aqui, e ela não seria uma vítima novamente.<br />

Não, ela era uma sobrevivente, e era assim que ela queria<br />

ficar.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!