01 - Sinful Intent
Intenções Pecaminosas
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Intenções Pecaminosas
2
Intenções Pecaminosas Playlist<br />
When You Break - Bear’s Den<br />
Do I Wanna Know - Arctic Monkey<br />
Earned It - the Weekend<br />
100 in A 55 - Pop Evil<br />
If You Want A Bad Boy - Brantley Gilbert<br />
Above The Clouds of Pompeii - Bear’s Den<br />
You & I - John Legend<br />
Love You ‘Till The End - The Pogues<br />
Magic - Coldplay<br />
You Are Mine - Mutemath<br />
Pussy is Mine - Miguel<br />
Addicted - Saving Abel<br />
Want To Want Me - Jason Derulo<br />
Lay Me Down - Sam Smith<br />
GDFR - FloRida<br />
3
<strong>Sinful</strong> <strong>Intent</strong><br />
(ALFA Private Investigations #1) - Chelle Bliss<br />
SINOPSE<br />
Alguém foi atrás dela e era meu dever detê-los.<br />
Nunca cruzar a linha. Essa sempre foi minha regra. Mas isso foi antes de Race True.<br />
No momento em que a vi, eu a quis. Mas havia um problema. Ela não era apenas<br />
mais um rosto, não, ela era minha primeira cliente da ALFA PI. Minha atitude pegar-o<br />
que-eu-quero não deve incluí-la, mas como posso manter as mãos longe dela?<br />
O perigo que a segue deixou meus instintos protetores em alerta. E enquanto o<br />
relógio corre, a escolha foi colocada diante de mim: salvar sua carreira, ou arriscar<br />
tudo e tê-la em minha cama. Eu poderia deixar de lado meus desejos por suas<br />
necessidades? Ou será que meu egoísmo destruirá tudo no processo?<br />
Staff<br />
Tradução: Andrea<br />
Revisão Final: Selene / Diana<br />
Leitura Final: Hera / Aurora<br />
Formatação: Selene/Cibele<br />
Disponibilização: Cibele<br />
Grupo Rhealeza Traduções<br />
4
Capítulo 1<br />
Mudanças<br />
—Tudo bem Ma. —Procurando em uma pilha de correspondências fechadas,<br />
acho o convite que tinha ignorado.<br />
—Você precisa ver sua família. Vai fazer bem ficar ao lado dos Gallos.<br />
Fran DeLuca esteve ao meu redor desde o dia em que eu cheguei do exército<br />
em casa. Eu amava essa mulher, mas ela podia ser uma grande dor na minha bunda.<br />
—Por quê? —Perguntei, embora eu já soubesse a resposta. Eles eram do lado<br />
da família dela e, portanto, superiores.<br />
—Eles vivem suas vidas juntos. Sal sabe como criar meninos. —Minha<br />
mandíbula apertou.<br />
—Você está dizendo que eu não sou um bom homem, Ma?<br />
—Morgan, você sabe que não é isso o que eu quis dizer. —Ela suspirou.<br />
—Você precisa sair dessa cidade por um tempo e limpar sua cabeça.<br />
—Além disso, —acrescentou — eu preciso de você para me acompanhar na<br />
viagem. Você sabe que eu odeio viajar sozinha. A mala é sempre muito pesada, e me<br />
perco facilmente.<br />
Fechei os olhos e exalei.<br />
—Tudo bem, Ma. Vou levá-la para o casamento de Izzy. Mas eu não estou feliz<br />
com isso.<br />
—Obrigada, querido. Vou ligar agora e dizer à sua tia Maria para nos esperar.<br />
Quero chegar lá dois dias mais cedo. Vou reservar a passagem aérea. Você<br />
simplesmente apareça sóbrio o suficiente para ser permitido no avião, Morgan.<br />
Compreende?<br />
—Mãe, eu não sou um bêbado, pelo amor de Cristo. —Suspirei, apertando a<br />
ponte do meu nariz.<br />
5
—Eu te amo. — Ela disse desligando o telefone.<br />
Ela apareceu um dia em minha casa, sem ligar, e encontrou-me desfrutando<br />
de algumas bebidas, e achou que eu fosse um bêbado.<br />
Fan—porra—tástico.<br />
Eu não via os Gallos fazia muito tempo. Izzy era uma adolescente desajeitada<br />
com uma língua afiada, e os meninos... Eles eram Gallos por completo. Eles eram<br />
difíceis, rudes, e sempre à procura de uma encrenca.<br />
Eu não diria que eu era muito diferente deles, mas a minha linhagem foi<br />
revestida com a adição do lado do meu pai. Eles eram a melhor metade da árvore<br />
genealógica.<br />
Pelo menos, eu podia passar alguns dias na luz do sol, em vez de congelar<br />
minhas bolas em Chicago. Minha mãe teria toda a minha atenção, e usaria esse<br />
tempo para me importurnar sobre o porquê de eu não encontrar uma boa mulher<br />
para me estabelecer, já que era a conversa que tivemos quase todos os dias durante<br />
o último mês.<br />
Antes que eu pudesse levantar da mesa, meu telefone tocou novamente.<br />
—E agora, mãe? —Eu rosnei empurrando a cadeira para trás.<br />
—Eu falei com sua tia e está tudo definido. Você vai ficar com Joe enquanto<br />
estamos lá, e eu vou ficar com Mar e Sal.<br />
—Eu tenho alguma escolha nisto? —Murmurei ficando em pé, vagando até as<br />
janelas que íam do chão ao teto com vista para a cidade.<br />
—Não. Todo mundo está lotado. Joey vai ficar feliz em tê-lo.<br />
—Eu vou ficar em algum hotel.<br />
Eu odiava ficar com as pessoas, especialmente quando eu não via essa pessoa<br />
há dez anos. Eu os conhecia, assim como eu conhecia meu pai, e ele saiu de nossas<br />
vidas no dia em que me formei no colegial.<br />
Suzy.<br />
—Não, você não tem. Isso seria um tapa na cara. Você vai ficar com Joe e<br />
—Vamos falar sobre isso mais tarde. Não tenho nada para fazer.<br />
6
—Comece a fazer as malas, Morgan. Vou reservar os nossos bilhetes para<br />
depois de amanhã. —Clique.<br />
Mamãe era a rainha em desligar antes que eu pudesse dizer alguma coisa.<br />
Olhando para o Lago Michigan, estalei meu pescoço e contei até dez. Eu<br />
poderia lidar com alguns dias com a família.<br />
Talvez eles ajudassem a manter minha mente longe de toda a merda fodida<br />
que eu tinha visto. Minha fé na humanidade tinha evaporado enquanto estive em<br />
combate, mas o silêncio e a calma de ser um civil estavam me fazendo subir pelas<br />
paredes.<br />
Eu precisava sair daqui.<br />
Velhos amigos, do tipo que eram problema, vinham ligando desde o dia em<br />
que voltei. Eles não eram o tipo de pessoas que eu precisava estar próximo nesse<br />
momento.<br />
Quando criança, eu me vi em apuros mais vezes do que gostaria de lembrar.<br />
Pequenos crimes, furtos, e outras besteiras que crianças fazem. A gota d'água veio<br />
quando roubamos um carro, e rapidamente fomos fichados como criminosos.<br />
Em vez de gastar tempo na prisão, me foi dada a opção de entrar no serviço<br />
militar e mudar minha vida, ou a minha bunda iria para a cadeia e passaria algum<br />
tempo lá.<br />
Os militares pareciam a melhor escolha. Pelo menos eu estaria livre e veria o<br />
mundo. Mas a única parte do mundo que eu tinha visto parecia um deserto estéril,<br />
nem mesmo perto do paraíso tropical dos folhetos de turismo.<br />
Eu vou dizer uma coisa sobre o complexo militar, endireitou a minha bunda e<br />
me fez um homem. Eu não era o mesmo punk que começou no treinamento básico.<br />
A última coisa que eu precisava era ficar com meus amigos que nunca tinham<br />
deixado "a vida." Eu sabia que eles ainda estavam fazendo os trabalhos que poderiam<br />
colocá-los na prisão por grande parte de sua vida. Finalmente tinha a minha liberdade<br />
de volta, e não havia nenhuma maneira no inferno que eu faria dinheirinho rápido.<br />
Passar tempo de qualidade com a minha família tranquila, deve me ajudar a<br />
relaxar e descobrir meu futuro, certo?<br />
7
Quem eu estava enganando?<br />
Os Gallos nunca foram tranquilos nem um dia em suas vidas. Eles eram<br />
barulhentos e antipáticos, mas era a minha família, e seria bom passar um tempo<br />
com eles.<br />
Era hora de colocar minhas coisas em ordem, a cabeça no lugar, no sol da<br />
Flórida, e ficar longe da porra da cidade dos ventos.<br />
8
Capítulo 2<br />
Oportunidades<br />
—Eu estou tão animada para ver Sal e Mar. — Ma dizia olhando pela janela,<br />
observando o zumbido das palmeiras enquanto eu dirigia.<br />
—Eu espero que tenha comida. Estou faminto. O que há com amendoins em<br />
um voo de três horas? —Eu reclamei olhando para o GPS.<br />
Estávamos perto, a cerca de dez minutos de sua casa.<br />
—Você pensa em alguma coisa além de comida?<br />
—Sim.<br />
Havia tanta coisa em minha mente, mas naquele momento, tudo que eu<br />
conseguia pensar era uma refeição caseira. A coisa que eu mais lembrava sobre tia<br />
Mar, era a comida. Ma não era uma boa cozinheira, mas fazer o quê. Quando ia<br />
visitar os Gallos, me certificava de memorizar todos os gostos até a próxima viagem.<br />
—Mas agora eu preciso comer.<br />
—Eu mal posso esperar para envolver meus braços em volta do meu irmão. É<br />
uma pena eu não ter voltado há muito tempo. —Ela suspirou, mexendo com as<br />
unhas.<br />
—Por que não voltou Ma? Costumávamos vir aqui o tempo todo, e então você<br />
simplesmente parou.<br />
Ela colocou a mão no meu braço.<br />
—Senti-me envergonhada depois que seu pai nos deixou. Eu não poderia<br />
voltar e enfrentá-los.<br />
—Ma, se eles te julgam...<br />
—Não, não, Morgan.<br />
Ela passou os dedos contra a minha pele.<br />
9
—Eles não são assim. Foi tudo da minha cabeça. Então você foi para o<br />
exército, e eu fiquei com medo de ir a qualquer lugar.<br />
Olhei para ela.<br />
—O que quer dizer com você ficou com medo?<br />
—Eu sempre esperei que um homem viesse me dizer que meu filho morreu<br />
servindo seu país. Eu fiquei aterrorizada para ir a qualquer lugar e perder isso.<br />
—Jesus! —Eu disse enquanto agarrava o volante com mais força. — Essa é a<br />
merda mais estúpida que eu já ouvi.<br />
Sua mão voou do meu braço e me deu uma tapa na cabeça.<br />
—Você tinha que se inscrever para o exército. — Ela reclamou enquanto sua<br />
voz embargava.<br />
—Você não podia ir para a faculdade como o resto das crianças. Eu tive<br />
bastante stress em minha vida, além de ter o meu filho único servindo durante um<br />
tempo de guerra.<br />
Isso era a clássica Fran DeLuca.<br />
Dura, resmungona, e um senso de cuidado extraordinário.<br />
Eu amaldiçoei os deuses todos os dias por ter sido filho único.<br />
Ela me deu toda sua atenção. Claro, isso tinha funcionado quando eu era uma<br />
criança, mas agora? Não muito.<br />
Quando meu pai foi embora, eu sabia que ela estaria na minha bunda. Essa é<br />
uma das razões por que decidi me juntar ao exército. Eu queria ficar longe de tudo,<br />
incluindo a sua atenção.<br />
Eu até podia imaginar se eu acabasse na prisão. Ela provavelmente me<br />
visitaria todos os dias para gritar comigo.<br />
—Você pode ser mais dramática? —Rolei meus olhos, olhando para ela.<br />
—Eu via os nomes dos soldados mortos em ação enquanto assistia o noticiário<br />
toda noite. Sabe o que isso faz para uma mãe? —Sua voz era quase estridente.<br />
—Eu tenho certeza que você vai me dizer.<br />
10
—Você tem sorte que eu te amo. — Ela disse enquanto olhava pela janela<br />
novamente.<br />
—Uh-huh. — Eu respondi enquanto girava para a saída da estrada, ficando a<br />
um passo dos Gallos.<br />
Essa semana inteira, minha mãe não estaria na minha cola. Ela estaria muito<br />
envolvida com seu irmão e cunhada para se preocupar comigo.<br />
O resto do caminho, nós dirigimos em silêncio.<br />
—Você chegou. — A voz robótica do GPS afirmou.<br />
—Eu me lembrava disso maior. — Eu disse dando uma olhada ao redor da<br />
casa deles.<br />
—É a mesma, só que você era pequeno.<br />
—Eu nunca fui pequeno. —Estacionei o carro na garagem.<br />
—Você é tão cheio de merda, Morgan. Vamos. Eu não posso ficar aqui mais<br />
um minuto. —Ela abriu a porta e saiu mais rápido do que eu a tinha visto se<br />
movimentar nos últimos anos.<br />
Desligando o carro, comecei a orar enquanto saía. —Deus conceda-me<br />
serenidade.<br />
—Franny! —Tia Mar gritou quando ela veio correndo da porta da frente com<br />
os braços estendidos. Tio Sal caminhou atrás dela com sua calma habitual, parecendo<br />
como se fosse apenas mais um dia, e ele estivesse indo para o supermercado.<br />
—Mar! —Minha mãe gritou de volta, movendo-se em direção a ela.<br />
Essa seria uma daquelas semanas. Barulhenta, amorosa e doce o suficiente<br />
para deixar meus dentes doloridos. Debrucei-me contra o carro com os braços<br />
cruzados e observei a cena se desenrolar.<br />
Eu não conseguia me lembrar da última vez em que eu vi minha mãe tão feliz<br />
como ela parecia naquele momento.<br />
Um por um, meus primos aglomeraram-se do lado de fora de casa, mas<br />
algumas caras novas os seguiam.<br />
—Ei! —Mike gritou enquanto aproximava-se pela calçada em minha direção.<br />
11
O menino tinha crescido e se transformado em um homem. Ele ia além do<br />
tamanho de um normal de um soldado. O homem era forte como uma parede de<br />
tijolos. Em seguida, vi uma linda morena de pé ao lado dele.<br />
—Ei, idiota. — Eu respondi quando ele chegou mais perto. —Você parece<br />
maior do que nunca.<br />
—Foda-se, cara de idiota. Dê-me um abraço grande homem. —Ele disse<br />
estendendo os braços para mim.<br />
Revirei os olhos enquanto ele colocava os braços em volta de mim.<br />
—Vocês são melosos demais para mim. — Eu murmurei quando ele quase<br />
quebrou minhas costelas.<br />
Sr. Ray DeLuca não era uma pessoa de abraços. Minha mãe me enchia de<br />
amor, mas raramente eu experimentava isso de outro homem. Só quando<br />
visitávamos o lado da família da minha mãe, me fazia perceber o que eu tinha<br />
perdido.<br />
—Você é uma vadia chorona, Morgan.<br />
—Eu ouvi que você transformou-se em uma buceta. —Eu espetei-o nas<br />
costelas.<br />
—Isso foi uma mosca ou você me bateu? —Ele perguntou enquanto se<br />
afastava, segurando meus ombros e rindo.<br />
—É tão bom ver você, primo buscapé.<br />
—Você também, Mikey.<br />
Ele me deu uma tapa no ombro, quase me derrubando no processo.<br />
—Você ainda é um imbecil. É por isso que você é meu primo favorito. —Disse<br />
ele com um sorriso.<br />
Espiando por cima do ombro, eu olhei de forma assombrado para sua mulher.<br />
Ela tinha bochechas rosadas, cachos selvagens que caíam sobre os ombros, e olhos<br />
castanhos que brilhavam a luz do sol.<br />
—Quem é que temos aqui? —Perguntei, dando-lhe meu melhor sorriso.<br />
12
Mike limpou a garganta. Seu olhar era impagável enquanto colocava seu<br />
braço firmemente ao redor de sua cintura.<br />
—Esta é a minha esposa, Mia. —Ele enfatizou a parte esposa.<br />
—É um prazer conhecê-la, Mia. —Eu segurei a sua mão.<br />
—Ela é minha. — Mike avisou, puxando Mia em direção a ele.<br />
Ela me deu um sorriso brincalhão. —Ei, lindo.<br />
Mike puxou-a para mais perto.<br />
—Mia. —Ele rosnou.<br />
—Supere isso Michael. É seu primo. —Disse ela, apontando para mim<br />
enquanto se livrava de seu aperto.<br />
—Oh, eu já gosto dela.<br />
—Ei, priminho. —Disse Thomas, me puxando para um abraço de urso com<br />
uma bela ruiva atrás dele. —É tão bom ver você, cara.<br />
—É bom ver que você conseguiu sair vivo. — Eu disse a ele. Seus anos como<br />
agente tinham o envelhecido, mas sair inteiro não era nada menos que um milagre.<br />
Angel.<br />
—Eu posso dizer o mesmo de você. Eu quero que você conheça minha esposa,<br />
—Oi, Morgan. É maravilhoso conhecê-lo. —Ela estendeu a mão.<br />
Em vez de tomar-lhe a mão, eu fiz isso da maneira dos Gallos, e a envolvi em<br />
meus braços.<br />
—É maravilhoso conhecê-la, Angel. — Eu sussurrei antes de soltá-la.<br />
—Morgan! —Uma mulher gritou por trás de Angel, empurrando-a para fora<br />
do caminho. —Eu senti saudade de você!<br />
—Izzy? —Eu perguntei olhando para ela e balancei a cabeça, chocado que ela<br />
não era mais a menina que eu tinha imaginado.<br />
Minha prima Izzy sempre foi bonita, bem, talvez não durante a fase<br />
adolescente desajeitada. Quando era pequena, ela seguia-nos por toda parte,<br />
13
tentando fazer o mesmo que nós. Eu não podia imaginar lidar com uma irmãzinha o<br />
tempo todo. Eu teria ficado completamente louco.<br />
—Você ficou mais bonita com a idade. — Eu provoquei, mas era a verdade.<br />
—Você ainda é um mentiroso, DeLuca. —Ela chutou a sujeira perto de seus<br />
pés como fazia quando era uma menina.<br />
—Onde está o meu abraço de futura noiva?<br />
Ela atirou-se nos meus braços. Quando eu a apertei, eu observava enquanto<br />
Ma também cumprimentava todo mundo com um sorriso gigante no rosto.<br />
—É como abraçar um urso de pelúcia muito duro. —Izzy disse enquanto seus<br />
dedos cravaram em minhas costas.<br />
—Deve ser uma coisa dos Gallos. — Respondi, percebendo que eu era<br />
semelhante em tamanho aos seus irmãos.<br />
—Está me sufocando. —Ela reclamou com uma voz estrangulada.<br />
—Desculpe querida. — Eu disse enquanto colocava seus pés no chão.<br />
—Você é grandão. —Ela riu quando tia Mar aproximou-se de nós.<br />
Havia algo estranho em ver minha família depois de ficarmos separados por<br />
tantos anos. Embora fossem pessoas diferentes e tivessem envelhecido, tudo estava<br />
como nos velhos tempos. A familiaridade não tinha desaparecido. Nós<br />
compartilhávamos memórias de como as coisas costumavam ser, o que nos manteve<br />
juntos, nos fazendo um.<br />
O número de novos nomes que eu teria que lembrar era assustador. Angel era<br />
a esposa de Thomas, James seria o marido de Izzy, Max era a esposa de Anthony,<br />
Suzy era a esposa de Joe, e Mia era do Mike. Além disso, cada um deles tinha filhos.<br />
Talvez até o final da viagem eu tivesse os nomes decorados. Foi o suficiente para<br />
fazer minha cabeça girar.<br />
—Ei, tia Mar senti sua falta.<br />
—Ei garoto. —Ela sorriu, inclinando a cabeça para cima e olhando para mim.<br />
—Morgan, meu querido, você quer apenas comer a minha comida. Eu não me<br />
esqueci. —Disse ela enquanto esfregava meu estômago.<br />
14
—É verdade, mas isso não significa que eu não sinta falta de você também. —<br />
Suspirei, esfregando meu estômago, onde sua mão tinha estado.<br />
—Mas o seu molho é algo que não pode ser explicado, e com base na cozinha<br />
da minha mãe, não pode ser copiado também. —Eu esperei Ma me bater novamente.<br />
Olhando em volta do quintal, eu notei que Ma estava muito longe para ouvir<br />
ou me atingir, mesmo se ela quisesse.<br />
—Você tem sorte que ela não te ouviu. — tia Mar disse enquanto colocava os<br />
braços em volta da minha cintura, e descansava a cabeça no meu peito. —Estou tão<br />
feliz que você está em casa seguro. Estávamos tão preocupados com você.<br />
Eu a abracei de volta, me sentindo aquecido e torcido por dentro. Eu sempre<br />
amei tia Mar mais que de qualquer um dos meus parentes. —Eu sobrevivi tia.<br />
—Você é a única coisa que sua mãe tem. —Disse ela, olhando para mim. —Se<br />
algo vier a acontecer com você, ela enlouquece.<br />
Eu abstive-me de revirar os olhos. —Obrigado por mais essa viagem de culpa,<br />
tia Mar.<br />
—É uma coisa de família.<br />
—Sim, e algo que eu poderia passar sem.<br />
—Vamos comer alguma coisa e talvez você não se sinta tão mal-humorado.<br />
—Não poderia pensar em nada mais perfeito. — Eu disse e beijei o topo de<br />
sua cabeça.<br />
Fomos até a entrada, juntamente com os meus primos e suas outras metades.<br />
A multidão tinha quadruplicado, se contasse as crianças.<br />
De repente, me senti para trás no departamento de família.<br />
Oh Deus, eu estaria preso com Ma como a minha mãezona por toda<br />
eternidade?<br />
Caí no sofá. Por que eu não usava moletom? Eu sabia que comeria demais,<br />
mas eu não queria cumprimentar minha família parecendo um pateta. Vamos ser<br />
francos. Se eu tivesse aparecido no aeroporto de moletom, Fran teria um acesso de<br />
raiva.<br />
15
Sentado na sala de estar, olhando para a minha família, eu me senti<br />
realmente feliz. Quando era criança, eu costumava pedir aos meus pais para me<br />
deixarem ficar com a tia Mar no verão, só assim eu poderia festejar em sua incrível<br />
cozinha, mas Ma sempre disse que não. Ela alegava que eles tinham filhos o<br />
suficiente com quem se preocupar, sem ter que me alimentar todos os dias.<br />
—Então, o que está fazendo agora? —Joe perguntou quando eu bocejei.<br />
Joe sempre foi um cara tipo durão, e mesmo quando adolescente, ele tinha<br />
uma aparência que fazia os outros ao seu redor encolherem. Suas tatuagens, seu<br />
torso largo, e o olhar fodão que tinha permanentemente em seu rosto, o deixavam<br />
ainda mais intimidante.<br />
—Tentando fazer a digestão. Fora isso, nem uma maldita coisa. —Eu respondi<br />
fechando os olhos.<br />
—Quer sempre ser um espertinho? —Perguntou Anthony. Ele era o mais<br />
velho dos filhos Gallos. Ele sempre foi um artista, interessado em música em uma<br />
idade jovem, e tinha se esquivado das besteiras que Joe e eu aprontávamos quando<br />
crianças. Ele era uma alma velha, mas ele não era o tipo meloso. A única coisa que ele<br />
tinha talento para além da música era mulheres. Seu copo transbordava de vaginas, e<br />
ele não pedia desculpas.<br />
—Isso é maduro vindo de você. —Eu podia sentir o coma por alimentos<br />
começando a aderir ao meu corpo.<br />
Anthony sempre foi o maior espertinho. Ele não era tão grande fisicamente<br />
quanto seus irmãos, ou tão atleta, mas ele usava suas palavras como armas. Ele me<br />
chamar de espertalhão era a maldita coisa mais engraçada no mundo.<br />
—Você já encontrou um emprego? —Thomas perguntou quando se sentou ao<br />
meu lado.<br />
O desgaste do tempo em que trabalhou disfarçado mostrava-se no seu rosto.<br />
Ele parecia mais velho do que os outros agora, o estresse para sempre gravado em<br />
sua pele bronzeada.<br />
—Nada ainda. Eu nem sequer me preocupei em olhar na verdade. Eu só estou<br />
tentando voltar à vida civil.<br />
16
—É uma merda louca, não é? Nada parece como antes. Aconteceu comigo<br />
quando eu terminei o trabalho infiltrado para o DEA. Levou um bom ano antes que as<br />
coisas parecessem normais novamente.<br />
—Sim. — Respondi, cansado demais para dizer mais alguma coisa.<br />
Espreguicei-me, tentando me manter acordado. Eu precisei sentar para conseguir.<br />
Isto era absolutamente ridículo.<br />
—O que você fez no exército? —Izzy perguntou sentando-se ao lado de seu<br />
noivo James.<br />
James era o parceiro perfeito para ela. Eu poderia dizer. Eu sempre pensei<br />
que tinha um talento especial para ler as pessoas. James obviamente não se<br />
importava com as besteiras dela. Ela precisava de um homem, mais arrogante do que<br />
seus irmãos, ou o comeria vivo. James e Thomas tornaram-se melhores amigos<br />
quando eles trabalharam juntos no DEA, e eles começaram um negócio juntos há um<br />
ano.<br />
Eu me inclinei para frente e respirei fundo.<br />
—Eu era um caçador da cavalaria, e fazia trabalho de reconhecimento.<br />
—Interessante. — James disse coçando o queixo e olhando para mim.<br />
—Às vezes até mais do que isso. Basicamente eu era os olhos e ouvidos das<br />
tropas no campo de batalha.<br />
James virou-se para Thomas e levantou uma sobrancelha.<br />
—Você sabe sobre o que eu estou pensando?<br />
—Sim, e nós vamos falar sobre isso mais tarde. — Thomas respondeu<br />
esfregando as mãos e olhando para mim.<br />
Eles acenaram um para o outro, e James voltou sua atenção para mim.<br />
—Quanto tempo você serviu?<br />
—Servi por oito anos.<br />
—Obrigada por seu serviço. — Suzy, mulher de Joe, disse, enquanto segurava<br />
sua filha, Gigi.<br />
17
—A qualquer momento, linda. —Com o canto do meu olho, eu podia ver Joe<br />
olhando para mim.<br />
—É impressionante como cada um de vocês encontrou uma mulher bonita.<br />
—A aparência não é tudo, homem. —Disse Anthony.<br />
—Diz o homem com a beleza exótica na sala ao lado. — Eu brinquei com ele.<br />
—Eu não estou sendo um idiota. Estou apenas fazendo uma observação.<br />
—Bem, você pode manter esses pensamentos para si mesmo, amigo. —Mike<br />
avisou, estufando o peito.<br />
Eles eram tão tensos.<br />
—Deixe-me dizer uma coisa. —Eu disse. —Elas são as suas mulheres. Eu<br />
nunca vou tentar qualquer coisa ou ficar entre vocês. Eu respeito seus<br />
relacionamentos inteiramente. Eu só estou fazendo uma declaração. Sobre tudo que<br />
vocês conseguiram para si mesmos. Eu estou esperando que um dia, tenha a sorte de<br />
encontrar alguém para mim. Nós somos uma família. Eu nunca transaria com família.<br />
—Cuidado com a boca. — Mamãe disse enquanto batia na minha cabeça.<br />
Meu corpo sacudiu e amaldiçoei. Eu não a tinha visto entrar na sala atrás de<br />
mim. Eu juro que ela se esconde nas sombras só para me bater.<br />
—Sim, mãe. —Eu suspirei, virando-me para Joe. —Obrigado por me deixar<br />
ficar com você.<br />
—Estou muito perto de repensar isso agora, Morgan. —Ele sorriu, passando a<br />
mão pela perna de Suzy.<br />
—Vamos lá, cara. Eu vou ser um perfeito cavalheiro. — Eu quis dizer cada<br />
palavra, também.<br />
Eu nunca tentaria nada com suas senhoras. Eu sabia que podia ser um idiota<br />
total, mas isso ia além, até mesmo para o meu nível de idiotice.<br />
Suzy colocou Gigi no chão e subiu no colo de Joe.<br />
—Pare de ser tão sério o tempo todo. Ele pode ajudar com Gigi, enquanto<br />
você está no trabalho.<br />
Eu balancei a cabeça e acenei minhas mãos.<br />
18
—Ah não. Eu não posso. Eu não sou bom com crianças de qualquer maneira.<br />
Foda-se, eu nunca estive realmente em torno de pequeninos.<br />
—Você vai ficar bem. Gigi gosta de você.<br />
—Não, ela não gosta. — Respondi, olhando para Gigi, que não poderia prestar<br />
menos atenção a mim enquanto ela brincava com uma Barbie.<br />
—Ela gosta de todos. —Disse Suzy, sorrindo para Joe.<br />
—Assim como sua mãe. —Os olhos de Joe giraram para o teto enquanto ele<br />
resmungava alguma coisa e esfregava o rosto.<br />
—Joseph. —Suzy avisou: — Você vai ser bom com o nosso convidado esta<br />
semana.<br />
—Qualquer coisa por você, docinho. — Respondeu ele, antes de lhe dar um<br />
beijo e puxá-la mais perto de seu corpo.<br />
roda.<br />
—Eu posso ir para um hotel. — Interrompi, me sentindo como uma terceira<br />
Ele colocou o rosto em seu pescoço. —Nah, cara. Fique conosco. Temos muito<br />
espaço. Na verdade, temos uma casa de hóspedes na propriedade. Você vai ficar com<br />
ela.<br />
Eu assobiei impressionado que meu primo tivesse um lote ostentoso o<br />
suficiente para ter uma casa de hóspedes.<br />
—Alguns amigos de Suzy a alugaram, mas está vazia desde que se mudaram.<br />
—Eu nunca vou querer deixá-la. — Eu provoquei.<br />
—Sobremesa! —Tia Mar gritou da sala de jantar.<br />
Meu estômago gemeu, e eu olhei para baixo, tentando descobrir como<br />
caberia outro pedaço de comida no meu corpo. —Como vocês conseguem manter a<br />
maldita forma com tia Mar cozinhando?<br />
—É um desafio, mano. —Disse Thomas, andando e me batendo no ombro. —<br />
Muito trabalho e atividade física.<br />
Levei duas tentativas para conseguir levantar do sofá.<br />
19
—Eu teria que passar todo o meu tempo livre no ginásio se eu comesse sua<br />
comida todos os dias.<br />
—Você não terá esse problema com a culinária de Suzy. — Izzy brincou<br />
enquanto me seguia para a sala de jantar.<br />
—Ela me atraiu por outros meios. — Joe disse antes de puxar Suzy em seus<br />
braços e lhe dar um beijo profundo.<br />
Ficar em torno dos Gallos era o tipo que fazia a minha cabeça encher e meu<br />
coração doer. Eles nunca paravam de falar ou provocar o outro, mas a quantidade de<br />
amor na casa me fez perceber algo que eu nunca tinha tido.<br />
Peguei uma fatia de bolo e voltei para a sala de estar tentando obter um<br />
momento de paz. Antes de minha bunda bater na almofada do sofá, Mike apareceu.<br />
—Então. — Ele disse antes de colocar uma garfada de bolo em sua boca. —Eu<br />
sei que você tem alguma merda acontecendo. Confesse. —Pequenas migalhas caíam<br />
de seus lábios, ficando em seu colo enquanto ele falava.<br />
—Não é nada, Mike. — Eu respondi antes de tirar a cobertura do bolo e<br />
coloca-la na minha boca.<br />
—Mentiroso. De volta ao jogo? —Ele perguntou com uma sobrancelha<br />
levantada.<br />
—Não.<br />
Ele olhou para mim como se estivesse tentando descobrir se eu estava<br />
sacaneando ele ou não.<br />
—Bem. Você está tentando, então?<br />
Eu balancei minha cabeça.<br />
—Não. Estou velho demais para fazer qualquer movimento nesse sentido,<br />
cara. Não vale mais a pena. Foi-me dada uma única chance de redenção, e eu duvido<br />
que dure um segundo se eu fosse pego.<br />
Mike riu. — Você sempre foi um sortudo. Quero dizer, tivemos que mudar por<br />
causa de toda a merda que você e Joe se envolveram. Mamãe não queria que ele<br />
fosse um criminoso.<br />
20
—Oh, por favor. Joe nunca foi um criminoso.<br />
—Não tenha tanta certeza. Ele ainda é assustador pra caralho. Ei, por que<br />
você não se muda para cá, cara? Quer dizer, o tempo é uma porcaria em Chicago.<br />
Você não tem um emprego. Você teria a nós. O que poderia ser ruim?<br />
Saboreei outra garfada de bolo, desejando que pudesse comer assim a cada<br />
semana.<br />
—Eu não sei. Eu acho que minha mãe não sobreviveria sem mim.<br />
—Ela vai ficar bem.<br />
—Cara, você obviamente não conhece Fran muito bem. Ela está na minha cola<br />
o tempo todo. — Eu raspei meu garfo contra o prato, reunindo cada pedaço antes de<br />
colocá-lo na minha boca. —Ela enlouqueceria se eu fizer isso. —Murmurei.<br />
—Traga ela também. —Ele deu de ombros, não encontrando meus olhos.<br />
—Chicago é uma grande cidade. Eu poderia ficar perdido e não vê-la por<br />
semanas, se eu quisesse. Aqui, é um pouco perto demais para meu conforto, se você<br />
sabe o que quero dizer.<br />
—Sim. — Ele disse antes de inclinar-se para trás e terminar o bolo<br />
—O que vocês estão falando aqui? —Thomas entrou, esfregando seu<br />
estômago.<br />
—Eu estou tentando fazer com que Morgan se mude para cá, T. — Mike<br />
respondeu, colocando o prato vazio na mesa de café.<br />
—James e eu estávamos falando sobre isso. Nós poderíamos usar outro cara<br />
em nossa equipe. Você tem as habilidades que precisamos, e você é família. —<br />
Thomas disse sentando-se perto de mim na cadeira de seu pai, e inclinando-se para<br />
frente.<br />
—O que você faz exatamente? —Perguntei, esquecendo o que mamãe tinha<br />
me dito.<br />
—James e eu começamos uma empresa de investigações privadas um tempo<br />
atrás. Tornou-se um sucesso tão grande que temos acúmulo de casos, e muitas vezes<br />
temos de afastar as pessoas. Então o que você diz?<br />
21
Eu poderia facilmente ser um investigador particular. Isso não parecia ser um<br />
trabalho tão difícil. O exército tinha me dado às habilidades necessárias para o papel.<br />
—Eu vou pensar sobre isso. — Respondi. Então eu mordi meu lábio,<br />
ponderando suas palavras.<br />
—Eu preciso de alguns dias para tomar uma decisão.<br />
—A oferta está de pé. —Thomas enfiou a mão no bolso e tirou um cartão de<br />
visitas. —Quando você tomar uma decisão me ligue, ou passe pelo escritório.<br />
Peguei o cartão e li.<br />
Thomas Gallo<br />
Proprietário<br />
ALFA Investigação Privada<br />
Debaixo estava a informação de contato do escritório, e seu número de<br />
telefone celular.<br />
Virei-o em meus dedos e balancei a cabeça.<br />
—Eu vou deixar você saber assim que eu resolver. Não mencione uma palavra<br />
sobre isso para Fran.<br />
A última coisa que eu queria era vê-la furiosa antes do casamento. Thomas e<br />
Mike riram.<br />
—Isso fica entre nós. —Disse Thomas.<br />
Suzy e Joe eram belos anfitriões. Eles certificaram-se de que eu não precisasse<br />
de nada, enquanto eu ficava com eles. Muito provavelmente por medo da frase<br />
“gostaria de voltar à tia Mar?”.<br />
Eu sempre pensei no meu grande primo Joe como uma espécie de mauzão<br />
quando éramos crianças. Passar alguns dias com ele me fez aprender sobre o homem<br />
real.<br />
Ele sempre era gentil com sua esposa, mostrando extrema paciência e<br />
cuidado. Era super amoroso com sua filha, e nunca ficava nervoso. Ele era tudo o que<br />
um homem de família deveria ser, e nada do que eu tive quando criança.<br />
22
Eu adquiri um grande respeito por ele nos três dias que passamos juntos<br />
esperando o casamento. Eu tinha tentado sumir durante o dia, não querendo ser a<br />
nova babá. Todas as noites, Joe e eu gostávamos de desfrutar uma cerveja e<br />
conversar antes de dormir.<br />
—Você sabe, se você ficar... — Ele disse jogando a lata de cerveja no lixo<br />
enquanto estávamos no pátio de pedra da casa de hóspedes. —Você pode alugar<br />
aqui até encontrar um lugar do seu próprio gosto.<br />
sorri.<br />
—Obrigado, Joe. Isso é você me dizendo que ainda me quer por perto. —Eu<br />
—Eu percebi que você não é tão idiota quanto parece. —Ele brincou.<br />
—Joe. —Eu disse o encarando. —Não conte a ninguém. Eu gosto que as<br />
pessoas pensem que eu sou um idiota gigante.<br />
—Eu não vou deixar o seu segredo escapar, contanto que você não diga às<br />
pessoas sobre mim também.<br />
—Eu sei. Já percebi isso.<br />
—Eu tenho que arrumar a mala. Ma terá minha cabeça se eu me atrasar para<br />
o casamento amanhã.<br />
Eu balancei a cabeça, sabendo que todos nós teríamos um inferno a pagar se<br />
não chegássemos a tempo.<br />
—Durma bem, primo.<br />
Ele caminhou de volta para a casa principal, dando-me um tempo sozinho. Eu<br />
tinha feito uma pequena fogueira no poço antes, e decidi vê-la queimando.<br />
O céu noturno na Flórida era diferente do que o de casa. As luzes brilhantes<br />
da cidade abafaram o brilho das estrelas. Aqui, debaixo do céu do interior, com<br />
milhas de distância da cidade, cada pequena estrela parecia brilhar.<br />
Havia um silêncio aqui que eu não tinha experimentado desde que era<br />
criança. O menor sussurro de um pequeno animal movendo-se através das árvores<br />
era audível.<br />
Fechei os olhos e ouvi o nada ao meu redor. Eu nunca pensei que o apreciaria,<br />
especialmente depois de crescer rodeado pelos sons da cidade.<br />
23
Eu soube naquele momento que não queria ir embora. A serenidade que me<br />
rodeava me conquistou, e não podia me imaginar voltando para a cidade frígida sem<br />
emprego em vista.<br />
negócio.<br />
Puxei meu telefone do meu bolso e enviei uma mensagem para Thomas.<br />
Eu: Vamos falar após o casamento, mas quero ouvir mais sobre o<br />
Ficar lá enviaria minha mãe ao limite, mas era minha vida para viver.<br />
Entrei e tirei minhas roupas antes de deixá-las cair no chão, e subi na cama.<br />
Olhei para o teto e pensei sobre a minha possível transferência e nova carreira.<br />
Eu só tinha que encontrar uma maneira de dizer isso para minha mãe. Deixála<br />
para trás era algo que ela jogaria no meu rosto pelo resto da minha vida. Ela<br />
provavelmente cairia aos meus pés ou se penduraria no meu para-choque, enquanto<br />
eu dirigia para fora da cidade, gritando para eu não deixá-la.<br />
Eu tinha certeza que minha imaginação era apenas um pouco hiperativa. Ela<br />
me desejaria boa sorte e diria adeus. Quem diabos eu estava enganando? Fran teria<br />
um colapso.<br />
24
Capítulo 3<br />
Completamente bêbada<br />
Fran estava chapada. Quero dizer, completamente bêbada. Falando sem<br />
parar, sorrindo mais do que o habitual, e fumando como uma chaminé.<br />
Ela nunca foi uma bebedora, mas em casamentos, algo dentro dela mudava.<br />
Ela consumia mais do que seu quinhão de álcool e, de repente, transformava-se<br />
numa fumante inveterada.<br />
Era o momento perfeito para soltar a notícia de que eu estaria me mudando.<br />
Talvez sua embriaguez fosse retardar seu tempo de reação, e me dar uma chance de<br />
escapar antes que ela tentasse me bater até a morte.<br />
Essa era a coisa sobre ela.<br />
Ela me amava, e muitas vezes, era arrogante, melodramática, e ferozmente<br />
protetora. Ela não só bateria em qualquer um que me machucasse, ela<br />
voluntariamente faria o mesmo comigo se entendesse que fosse para o meu bem.<br />
Não importa quantas vezes Ma me bateu, eu nunca pensei em revidar. Ela me<br />
ensinou a respeitar as mulheres, e eu sabia que, se eu levantasse a mão para ela, meu<br />
tio acabaria com a minha vida.<br />
Meu tamanho fazia sua capacidade de realmente me machucar impossível,<br />
mas eu sabia que era como ela reagiria. Ela não jogaria um gancho de direita, mas<br />
bateria no meu peito e me imploraria para não deixá-la. Eu esperava que, dando-lhe<br />
a notícia no casamento, a impedisse de fazer uma cena.<br />
—Ei, Ma. —Eu disse enquanto puxava a cadeira ao lado dela. Olhei para o tio<br />
Sal que estava satisfeito, e apenas aproveitando a vida, agora que a sua única filha<br />
estava casada.<br />
—Ei, baby.<br />
Ela olhou para mim com um sorriso desleixado, com um cigarro entre os<br />
dedos com cinzas de uma polegada por muito tempo penduradas no fim.<br />
25
—O que está fazendo? —Ela perguntou soluçando.<br />
—Eu queria falar com você sobre algo. —Sentei-me perto dela.<br />
Tio Sal limpou a garganta, ficando de pé rapidamente. —Vou deixar vocês dois<br />
sozinhos.<br />
—Obrigado tio. —Eu assenti.<br />
—Sal. —Ma disse estendendo a mão e segurando a dele. —Seja um amor e<br />
me traga mais uma daquelas coisas frutadas. —Ela olhou para ele, sorrindo.<br />
Ele balançou a cabeça, batendo a mão antes de desaparecer no meio da<br />
multidão, e nos deixando para falar.<br />
Eu mexia com a minha bebida enquanto pensava em como dar a notícia para<br />
ela. Não havia uma maneira fácil de dizer isso. Eu precisava ser homem e só...<br />
—Apenas derrame, Morgan. —Ela deu uma longa e lenta tragada no cigarro,<br />
e deixou o aroma de fumaça sair de sua boca.<br />
—Eu encontrei um emprego. — Soltei, imaginando que era melhor começar<br />
com algo positivo.<br />
—Tem algo a ver com aqueles seus amigos criminosos? — Ela descansou seu<br />
cotovelo na mesa, segurando o cigarro no ar, como uma cena de um filme antigo de<br />
uma atriz de Hollywood, enquanto as cinzas caíam no prato em frente a ela.<br />
—Não. Thomas me pediu para vir trabalhar para ele.<br />
Um sorriso apareceu em seu rosto.<br />
—Graças a Deus, um trabalho honesto. Eu não sabia que ele estava abrindo<br />
uma filial em Chicago. — Ela deu outra tragada, quase errando a boca no processo.<br />
Tio Sal estava atrás dela, ouvindo a nossa conversa. Concordei com ele antes<br />
de colocar a bebida na frente dela.<br />
Ela pegou o copo e tomou um gole.<br />
—Obrigado, irmão.<br />
Ele afastou-se rapidamente, sabendo que a verdadeira bomba ainda não tinha<br />
sido lançada.<br />
26
—Ele não está abrindo um escritório em Chicago, Ma. —Engoli em seco<br />
enquanto olhava ao redor do quintal.<br />
Seus olhos estreitaram-se.<br />
—O que você quer dizer? —Perguntou ela enquanto colocava a bebida sobre<br />
a mesa bruscamente, fazendo parte do líquido respingar.<br />
—Eu vou me mudar para cá assim que voltarmos e arrumar minhas coisas. —<br />
Me inclinei para trás na cadeira, fora do alcance do seu braço.<br />
pires.<br />
A estreiteza de seus olhos evaporou à medida que ficavam maiores do que um<br />
—Mudar? —Ela perguntou, colocando a mão em seu peito. —Você não pode<br />
se mudar.<br />
—Eu posso. —Cruzei os braços sobre o peito, fincando o pé no chão.<br />
Aqui vamos nós.<br />
Eu me preparei e esperei ela me embaraçar na frente de toda a minha família.<br />
Grande Fran estava pronta para explodir.<br />
—Você não tem onde morar. — Argumentou.<br />
—Eu vou alugar a casa de hóspedes de Joe até encontrar um lugar.<br />
—Você vai me deixar sozinha em Chicago?<br />
Lá estava o sentimento de culpa, na hora certa.<br />
—Sério, Ma. Você ficou sozinha durante anos. Eu prometo visitá-la o tempo<br />
todo. — Suspirei, sabendo que isso seria uma batalha.<br />
—Sozinha. — Ela lamentou. —Não me deixe sozinha. —Ela me enfrentou<br />
inclinada sobre a mesa, uma mão sobre a bebida e a outra ainda segurando o cigarro.<br />
Se eu não estivesse tentado evitar uma batalha, teria rido. Ma bêbada era<br />
engraçado como o inferno e bonito, embora eu nunca admitisse.<br />
Fechei os olhos, respirei fundo e os abri novamente.<br />
—Você tem um monte de amigos. Vai ficar tudo bem.<br />
27
Ela sentou-se e bateu o cigarro contra o cinzeiro.<br />
—Se você vai se mudar, então eu vou também. —Disse ela, parecendo muito<br />
feliz com a situação.<br />
Meu Deus.<br />
Não.<br />
Ela estava me seguindo.<br />
Eu imaginei uma luta árdua, mas em vez disso, estava caminhando para uma<br />
direção completamente diferente.<br />
Olhei para o céu estrelado e amaldiçoei antes de dizer:<br />
—Isso é uma grande ideia, Ma.<br />
Por favor, por favor, Deus, amanhã, quando tiver passado o efeito da<br />
bebedeira, faça-a ver o erro de sua escolha.<br />
Se ela decidisse me seguir, ela teria que, pelo menos, ter o tio Sal e a tia Mar<br />
para mantê-la ocupada e fora do meu caminho. Talvez estar em torno da família,<br />
tirasse a atenção de mim.<br />
Isso pode acabar sendo uma coisa boa no final.<br />
O que diabos eu estava pensando? Seria um estrago de proporções épicas.<br />
—Está resolvido, então. —Ela apagou o cigarro.<br />
—Quando é que você vai se casar? —Ela jogou em mim.<br />
—Eu tenho que encontrar uma mulher primeiro. — Respondi.<br />
—Você está ficando velho, bebê. Não espere muito tempo, ou você vai ficar<br />
sozinho para sempre.<br />
—Contenha-se, mulher. —Eu segurei minhas mãos para cima, silenciando-a.<br />
— Olhe em volta. Joe era mais velho quando se casou. Todos os meus primos eram<br />
mais velhos do que eu sou agora, quando eles encontraram o amor e se<br />
estabeleceram.<br />
—Não Izzy. — Ela respondeu, apertando os lábios.<br />
28
—Izzy é uma menina.<br />
—Então? Eu quero ser avó antes de morrer.<br />
Lá estava ele. O tema do bebê. Eu sabia o que estava por vir. Estar em torno<br />
de crianças durante toda a semana, a colocou em modo bebê.<br />
Que maldita sorte eu tinha?<br />
Eu juro que ela estava morrendo desde que eu era criança. Toda vez que ela<br />
queria conseguir algo, falava como se o seu fim estivesse próximo.<br />
—Vai levar anos antes de eu ter um filho. Eu não estou preparado. Então você<br />
vai ter que adiar a morte.<br />
—É só olhar em volta e ver o quão feliz Sal e Mar estão com seus netos, e isso<br />
faz meu ventre doer.<br />
—Então talvez você devesse adotar. Pense em toda a alegria e diversão que<br />
você poderia ter criando outra criança.<br />
Não importa o fato de que ela teria alguém para incomodar o tempo todo.<br />
—Você foi o suficiente para durar uma vida. Você não foi a criança mais fácil<br />
de criar.<br />
—Seu ventre não está doendo tanto assim, não é? —Eu brinquei com ela.<br />
—Tudo bem? —Tia Mar murmurou enquanto aproximava-se da mesa.<br />
Eu balancei a cabeça concordando.<br />
—Ei, tia Mar. Eu disse a Ma que estou mudando para a Flórida.<br />
—Oh! — Ela disse, tentando soar surpresa. —Você está bem, Frannie? —Tia<br />
Mar sentou-se ao lado dela, colocando a mão no seu braço.<br />
—Eu não poderia estar melhor, Maria. Decidi que vou ficar aqui também. Eu<br />
passei muito tempo longe de vocês. — Ma colocou sua mão sobre a da tia, ambas as<br />
mulheres chapadas, compartilhando um momento.<br />
—Isso me faz uma mulher feliz. Jantares de domingo na minha casa ficarão<br />
muito mais divertidos. — Tia Mar falou, balançando em sua cadeira.<br />
29
dois.<br />
—Nós não perderíamos isso por nada no mundo. — Ma respondeu por nós<br />
Normalmente, eu ficaria puto com isso, mas amava demais a comida da tia<br />
Mar para perder um jantar de domingo, e Ma estava malditamente bêbada para eu<br />
ficar zangado com ela.<br />
—Vocês dois estão desfrutando do casamento? —Perguntou tia Mar, olhando<br />
ao redor do quintal.<br />
—Foi uma bela cerimônia, e o quintal parece incrível. — Ma disse passando os<br />
olhos lentamente pela multidão, tentando se concentrar.<br />
Ele realmente parecia espetacular. Mesas alinhadas no perímetro da grama,<br />
com uma pista de dança no centro. Lanternas e velas iluminavam o quintal, criando<br />
um brilho quente para os convidados. Todos pareciam estar se divertindo. A maioria<br />
das pessoas estava suficientemente bêbada por agora de qualquer maneira.<br />
—Alguns dias foram agitados, mas tudo correu perfeitamente. — Tia Mar<br />
respondeu.<br />
—Izzy ficou extremamente bela. Você deve estar muito orgulhosa dela. — Ma<br />
acrescentou, seus olhos pousando em Izzy, que estava na pista de dança, nos braços<br />
de seu pai.<br />
—Ela foi a mais difícil dos meus filhos para criar. Ela é tão azeda e,<br />
naturalmente, a última a se casar.<br />
—Ela é como você Mar, cabeça dura e teimosa.<br />
—Bem, senhoras, eu vou deixar vocês duas um pouco, enquanto vou<br />
encontrar meus primos.<br />
—Eles estão no bar. — Minha tia respondeu.<br />
uma.<br />
—Perfeito. —Eu disse. Então me inclinei e dei um beijo na bochecha de cada<br />
Quando eu comecei a ir embora, tia Mar perguntou:<br />
—Será que ele tem uma namorada?<br />
30
—Não, e ele não está ficando mais jovem, tampouco. — Ma queixou-se em<br />
voz baixa.<br />
Eu ignorei o comentário. Nem estava com trinta anos ainda, e elas queriam<br />
que me estabelecesse. A última coisa que eu estava pensando agora era em<br />
relacionamento.<br />
doses.<br />
Deslocando-me através da multidão, vi Thomas e James no bar preparando<br />
—Senhores. —Disse quando me aproximei.<br />
—Se importam se me juntar a vocês?<br />
—Pegue uma bebida. — James respondeu segurando um copo em minha<br />
direção.<br />
—Vamos comemorar!<br />
—Obrigado. O que estamos comemorando? — Perguntei pegando o copo de<br />
suas mãos.<br />
—O futuro. —Disse Thomas, erguendo o copo. — Sucesso. Tanto no amor<br />
quanto no trabalho.<br />
—Eu vou beber a isso.<br />
—Pensando em se juntar a nós? —Perguntou James.<br />
—Eu andei pensando nisso e decidi que quero trabalhar para você. Eu amo a<br />
Flórida, e estou cansado do tempo de merda em Chicago, de qualquer maneira. Eu<br />
gostaria de tentar.<br />
—Fantástico! — Thomas disse, comemorando.<br />
—Vamos beber a outro membro importante da nossa equipe. Nós vamos<br />
chutar alguns traseiros, homens. — Ele segurou seu copo alto no ar e brindamos.<br />
Estremeci quando o líquido deslizou na minha garganta, queimando até meu<br />
estômago.<br />
—Que raio foi isso?<br />
31
—Moonshine. 1 — James limpou a boca com as costas da mão.<br />
—Foda-se. — Tossi, tentando encher meus pulmões com ar, minha garganta<br />
parecia que estava fechando.<br />
—Daqui a pouco vai passar o efeito. —James deu um tapa nas minhas costas.<br />
Tossi novamente, tentando limpar minha garganta, mas sem sorte. Eu engoli,<br />
tentando esfriar a queimadura com minha saliva.<br />
—Outro? —Perguntou James com um sorriso arrogante e uma sobrancelha<br />
levantada.<br />
—Eu acho que vou ficar com a vodka. É um pouco mais suave. —Sussurrei.<br />
—Buceta. — James brincou, antes de chamar o barman.<br />
—Vamos tomar uma garrafa de vodka.<br />
rosto.<br />
—Uma garrafa, senhor? —Perguntou o homem com um olhar perplexo no<br />
James assentiu, estendendo a mão.<br />
—Sim. A garrafa inteira e seis copos de doses.<br />
—Vai ser uma daquelas noites, não é? —Perguntei, percebendo que<br />
provavelmente teria uma dor de cabeça latejante amanhã. —Você quer ficar bêbado<br />
em sua noite de núpcias?<br />
—Vai levar mais do que dividir uma garrafa de vodka com os caras para me<br />
embebedar. —Ele pegou a garrafa, deixando-nos em pé lá.<br />
—Ok, então. — Eu disse a Thomas enquanto pegávamos os copos de dose, e<br />
seguíamos James em direção a uma mesa onde Joe, Mike e Anthony estavam<br />
sentados.<br />
—Ei, rapazes. — James cumprimentou-os colocando a garrafa no centro da<br />
mesa. —É hora de comemorar.<br />
Joe tirou sua gravata e jogou-a antes de relaxar seu pescoço.<br />
1 são bebidas feitas de forma totalmente artesanal e, em sua grande maioria, sem relação nenhuma com a higiene e<br />
hábitos condizentes com a vigilância sanitária<br />
32
—Finalmente. Já passou das dez? —Perguntou.<br />
—É, cara. Já passou das dez. — Respondeu Anthony.<br />
—Graças à foda. — Joe murmurou. – Dê-me uma dose.<br />
—Que diabos dez horas têm a ver com alguma coisa? —Perguntei<br />
completamente confuso.<br />
—Mamãe fez-nos prometer que não teríamos mais do que duas bebidas antes<br />
das dez. — Joe respondeu.<br />
—Nenhum de nós quer ouvir sua merda se não seguíssemos suas regras.<br />
—Mães.<br />
—Elas são foda. —James pegou a garrafa e serviu-nos cada um uma dose.<br />
Brindamos a várias coisas. Bebemos dose após dose, até que a garrafa estava<br />
vazia. Eu escutei meus primos conversarem. Eles nunca tinham parecido tão felizes<br />
em suas vidas.<br />
Eu não sabia se já me senti assim. Encontrar uma mulher que estivesse<br />
disposta a aceitar minhas merdas seria uma tarefa difícil. Eu não tinha desistido do<br />
amor, mas não achava que estava pronto.<br />
Por enquanto, eu me enterraria no meu trabalho, e apreciaria aprender a<br />
maneira Floridiana de vida. Tudo era mais lento aqui, o que levaria algum tempo para<br />
me acostumar.<br />
O resto da noite passou rapidamente. Nós dançamos e bebemos até que a<br />
maioria dos convidados saiu. Quando eu tive o suficiente, achei Ma ainda saboreando<br />
uma "bebida frutada." Ela estava bêbada demais para se importar.<br />
—Noite baby. —Ela falou arrastado.<br />
—Noite, Ma. Te amo. —Eu dei-lhe um beijo.<br />
—Eu também te amo. — Ela sussurrou.<br />
Andei até o jardim da frente e peguei um táxi. Tia Mar, em toda a sua<br />
sabedoria, havia contratado uma horda deles para levar os hóspedes, que estavam<br />
muito bêbados, para casa.<br />
33
Amanhã seria um novo começo. Faria planos e me encontraria com Thomas<br />
no escritório, enquanto James e Izzy aproveitavam a sua lua de mel.<br />
A vida estava correndo, e mudanças surgiam no horizonte.<br />
34
Capítulo 4<br />
Luz do sol<br />
Não foi difícil dizer adeus a Chicago. Depois que servi no exército, aqui não<br />
parecia mais como um lar. Levei uma semana para reunir minhas coisas e me dirigi<br />
para o sul.<br />
Quatro dias depois de eu ter chegado à Flórida com todos os meus pertences<br />
no reboque, passei no exame para a minha licença de detetive particular, e estava<br />
pronto para o meu primeiro dia de trabalho.<br />
Parei em frente da porta de entrada da ALFA PI e engoli em seco, apertando<br />
minhas mãos para me acalmar. Mesmo que o meu primo fosse o dono da empresa,<br />
eu não queria fazer merda.<br />
Quando abri a porta, Angel tinha o telefone descansando no ombro enquanto<br />
anotava um recado.<br />
—O Sr. Gallo retornará a ligação assim que sua reunião terminar, senhor. —<br />
Ela colocou um dedo para cima.<br />
A parede atrás de sua mesa tinha o logotipo da empresa com as palavras<br />
Agressivo – Leal – Destemido – Cuidadoso, inscritas embaixo. Olhei para isso por um<br />
momento antes de examinar o resto do escritório. Interior moderno, paredes<br />
cinzentas e pretas, não havia nenhum ornamento ou arquivo visível. A luz do sol<br />
entrava pelas paredes envidraçadas que compunham o lado leste do edifício.<br />
—Ei Morgan! —Angel disse quando desligou o telefone. —Thomas está<br />
esperando você, e eu estou feliz por tê-lo aqui.<br />
—Obrigado, Angel. Espero que meu primo esteja feliz também.<br />
Ela sorriu, levantando-se da cadeira.<br />
—Oh, ele está. Eles estavam tão preocupados que tivessem que recusar casos.<br />
Eu sei que, com certeza, poderiam usar sua ajuda. —Ela fez sinal para eu segui-la. —<br />
Deixe-me mostrar-lhe o seu escritório.<br />
35
Enquanto caminhávamos por um corredor, uma porta chamou minha atenção<br />
e eu parei.<br />
Lia-se:<br />
Morgan DeLuca<br />
Serviços de Inteligência e Vigilância Especiais<br />
Eu não pude evitar, e senti meu interior esquentar.<br />
—Eu disse que ele estava feliz em tê-lo. — Ela sussurrou.<br />
—Eu acho que sim. —Sorri.<br />
Angel tocou no meu braço, quebrando meu transe.<br />
—Vamos. Você pode verificar o seu escritório depois de falar com o chefe. —<br />
Ela bateu levemente antes de entrar.<br />
—Nos vemos amanhã. — Thomas disse antes de colocar os pés para baixo. —<br />
Morgan está aqui. Pego você mais tarde. Que bom que você está de volta cara.<br />
—Thomas. — Eu disse enquanto caminhava em direção a ele.<br />
Ele jogou o celular em cima da mesa, deixando-o saltar. Levantou-se e deu a<br />
volta na mesa.<br />
—É bom te ver. Estava falando com James. —Ele apertou minha mão. —Ele<br />
vai estar aqui amanhã.<br />
—Eu ouvi.<br />
—Ei, linda. — Ele disse, deixando-me e estendendo o braço para Angel.<br />
Ela caminhou até ele, se aconchegou em seu lado, e beijou sua mandíbula.<br />
—Você quer café ou qualquer outra coisa, baby? —Ela perguntou, olhando<br />
para ele com um pequeno sorriso.<br />
—Não, obrigado, amor. Morgan? —Perguntou, antes de beijar sua cabeça.<br />
—Não, obrigado. Eu estou bem. — Respondi, sentando-me em frente ao meu<br />
novo chefe.<br />
36
Uma coisa que notei com os homens Gallos: Eles mantinham suas mulheres<br />
perto, e muitas vezes a enchiam com beijos. Eu os invejava, mas eu nunca admitiria<br />
isso.<br />
Angel saiu, fechando a porta atrás de si, enquanto Thomas sentava-se. Eu<br />
olhei ao redor do escritório.<br />
—Viu o seu novo escritório? —Ele perguntou enquanto colocava os pés em<br />
cima da mesa de novo, apoiando as mãos atrás da cabeça.<br />
Eu balancei a cabeça.<br />
—Eu vi. Obrigado, cara. Foi muito legal ver isso.<br />
—Você veio no momento perfeito. Nós ainda não tínhamos pensado sobre<br />
você, até que ouvi que estava vindo para o casamento. Eu fiz uma verificação de<br />
antecedentes antes de você chegar.<br />
—Isso não é ilegal?<br />
—Eu tenho amigos que me ajudam a contornar as legalidades. Isso é parte<br />
deste trabalho. Às vezes chegamos ao limite de quebrar leis. Eu suponho que você<br />
não tenha nenhum problema com isso? —Ele perguntou com uma sobrancelha<br />
levantada.<br />
Eu balancei minha cabeça.<br />
—Nunca foi um problema para mim antes. Eu não sei por que seria agora.<br />
—Às vezes, quando temos de obter informações, usamos todos os meios<br />
necessários.<br />
—Será que vou ficar preso no escritório o dia todo? —Perguntei, pensando se<br />
meu cargo significava "preso na frente de uma tela de computador”.<br />
—De jeito nenhum. Deus, isso seria horrível. Você vai sair em trabalhos como<br />
o resto de nós. O que eu tinha colocado na sua porta é a sua especialidade.<br />
—Amém! — Eu relaxei um pouco na cadeira.<br />
—Eu já tenho um caso escolhido para você, se estiver disposto a começar o<br />
mais cedo possível.<br />
—Eu sou todo seu.<br />
37
Eu estava pronto.<br />
Eu nunca fui do tipo ocioso, e depois de estar em casa por mais de um mês, eu<br />
não queria nada mais do que mergulhar de cabeça em meu primeiro caso.<br />
Eu agora era Morgan, PI 2 . Mais bonito do que Magnum e, espero, faria um<br />
trabalho melhor em resolver os casos. Talvez devesse ter uma daquelas camisas<br />
floridas que ele sempre usava na televisão. Não, eu pareceria um babaca gigante. Eu<br />
gostava do meu estilo clássico de calças jeans e camisetas.<br />
Ele vasculhou os arquivos em sua mesa e pegou um.<br />
—Aqui está ela. O nome dela é Race True. —Ele disse passando o arquivo<br />
para mim. —Ela veio aqui alguns dias atrás.<br />
Eu abri a pasta e examinei a primeira página.<br />
—Qual é a sua situação?<br />
—Eu não tenho toda a história. Ela afirmou que só divulgaria ao PI<br />
trabalhando em seu caso. Basicamente, ela está sendo assediada, e as mensagens<br />
tornaram-se mais agressivas.<br />
—Oh! — Eu disse correndo os olhos através de seu questionário.<br />
O telefone de Thomas tocou, e eu continuei lendo quando ele começou a falar<br />
com um cliente.<br />
Race True era uma mulher de vinte e sete anos de idade, que trabalhava<br />
como gerente de contrato sênior em uma empresa de comunicação do centro. Ela<br />
viveu na área de Tampa toda a sua vida, a não ser quando ela foi para NYU 3 . Ela fez<br />
um mestrado em negócios, e viveu sozinha em Clearwater 4 . Não havia muita<br />
informação, mas pelo menos ela estreitou os nossos possíveis suspeitos.<br />
Eu descansei o arquivo na minha perna e olhei para a janela. O que poderia<br />
ter deixado essa menina nervosa o suficiente sobre um e-mail, para levá-la a procurar<br />
ajuda? Porque não bastava ir à polícia, relatar a situação, e deixá-los acompanhar as<br />
ameaças?<br />
2 investigador particular.<br />
3 New York University<br />
4 uma cidade no centro-oeste da Flórida, sobre o Golfo do México, a oeste de Tampa; população 105.774 (est. 2008).<br />
38
Thomas suspirou e esfregou a testa quando desligou o telefone.<br />
—Qual o problema? —Perguntei, estudando seu rosto.<br />
—Só um caso besta em que trabalhei na semana passada. É uma mulher que<br />
suspeita de traição do seu marido. Longa história. O que você acha da Race? —Ele<br />
perguntou enquanto se mexia na cadeira, balançando para frente e para trás.<br />
—Não muito, por enquanto. — Eu disse.<br />
Ele balançou a cabeça, fixando os lábios em uma linha firme. —Eu sei. Que tal<br />
eu mostrar o seu escritório, contar um pouco sobre as nossas regras, e então você<br />
pode marcar um encontro com ela?<br />
Fechei o arquivo dela e me levantei.<br />
—Eu quero começar a trabalhar imediatamente.<br />
—Então está tudo resolvido. —Disse ele enquanto levantava-se da cadeira<br />
caminhando ao redor da mesa. Quando ele me deu um tapa nas costas, ele disse: —<br />
Bem-vindo à equipe, Morgan.<br />
—É bom ser parte de algo novo.<br />
*****<br />
—Senhora True, por favor. —Eu disse para a mulher do outro lado da linha.<br />
—Sou eu. Com quem estou falando? —Ela perguntou. A voz do sul mais sexy<br />
que eu já ouvi.<br />
—Morgan DeLuca, da ALFA PI. Foi-me dado o seu caso, madame.<br />
Ela vaiou alto o suficiente para me pegar desprevenido.<br />
—Eu odeio ser chamada assim.<br />
Eu fiz uma nota mental rápida para não cometer esse erro novamente.<br />
—Desculpe-me. —Eu disse. —Só estou tentando ser educado, Sra. True.<br />
—Está tudo bem. —Ela suspirou. —Então, você é o meu cara?<br />
39
—Sim. Eu gostaria de marcar uma reunião para discutir os detalhes que você<br />
deixou de preencher.<br />
—Ah. Se você vai trabalhar para mim, então eu vou compartilhar com você,<br />
com ninguém mais.<br />
—Isso é bom. —Eu bati o lápis contra a minha mesa. —Quando você está<br />
disponível?<br />
—Eu posso te encontrar amanhã para o almoço. Vamos dizer, ao meio-dia, no<br />
Blue Martini. Sabe onde é? —Ela perguntou.<br />
—Sim. —Eu menti.<br />
—Eu estarei lá ao meio-dia. —Eu vivia aqui um total de noventa e seis horas,<br />
mas eu encontraria sem problemas.<br />
—Sr. DeLuca. —Ela limpou a garganta. —Por favor, seja rápido. Eu não tenho<br />
tempo a perder esperando por você.<br />
—Sim, madame. —Eu respondi antes de desligar. Eu fiz uma careta, sabendo<br />
que ela provavelmente me xingou porque eu a tinha chamado de madame<br />
novamente.<br />
Debrucei-me na cadeira conferindo as minhas novas instalações. As paredes<br />
correspondiam às cinzentas na sala de espera. Na parede oposta à minha mesa, havia<br />
um sofá de couro preto moderno, e duas cadeiras colocadas em frente.<br />
Meus olhos ardiam das intermináveis horas olhando para um computador,<br />
tentando aprender os novos programas. Fiquei de pé me alongando antes de pegar<br />
minhas chaves. Olhei em volta, finalmente, deixando a ficha cair. Eu tinha um novo<br />
propósito, e poderia começar uma vida nova. Querendo dizer adeus a Thomas, dirigime<br />
ao seu escritório antes de sair.<br />
—Ei. — Eu disse enquanto abria a porta. Congelei, vendo mais do que eu<br />
esperava.<br />
Thomas tinha curvado Angel sobre a mesa com a saia puxada para cima, e<br />
estava a fodendo.<br />
40
Seus olhos encontraram os meus enquanto eu estava na porta, incapaz de me<br />
mover. —Desculpe. — Eu disse, finalmente movendo meus pés e dando um passo<br />
para trás. Fechei a porta respirando fundo.<br />
—Foda-se! —Murmurei enquanto olhava para o teto. —Voltarei mais tarde!<br />
—Gritei.<br />
—Tire à tarde de folga! —Thomas gritou de volta.<br />
—Obrigado. —Eu parecia uma criança sob orientação dos pais.<br />
Desde que decidi mergulhar no trabalho, percebi que seria melhor levar<br />
minha bunda para casa e desembalar minhas coisas. E planejava ficar lá por um longo<br />
tempo.<br />
41
Capítulo 5<br />
Gostosa em saltos altos<br />
Dormi demais e perdi o meu treino. Eu tinha que chegar a tempo no Blue<br />
Martini. Mandei uma mensagem para Thomas na parte da manhã, ainda um pouco<br />
envergonhado, e disse-lhe que eu estaria no escritório depois do meu encontro com<br />
a Sra. True.<br />
Caminhando em direção ao restaurante, olhei para as minhas roupas me<br />
sentindo desconfortável. Enquanto o resto da multidão estava vestindo ternos de<br />
negócio, eu estava com o meu jeans e camiseta habituais.<br />
Parei na porta, examinando o bar e tentando localizar a Sra. True na multidão.<br />
Uma mulher olhava seu telefone e baixava os olhos rapidamente.<br />
Quem quer que fosse ela, era muito linda. Ela estava sentada ereta, cabelo<br />
loiro em um coque perfeito, uma blusa preta por dentro da saia lápis cinza. Suas<br />
maçãs do rosto eram proeminentes, e quase beijavam seus olhos de um verde<br />
profundo.<br />
Eu queria ir até ela, pedir-lhe o seu número, e implorar que em nosso<br />
primeiro encontro ela usasse os mesmos stilettos vermelhos que usava agora, o que<br />
deixou meu pau instantaneamente duro.<br />
Ela olhou para cima, me pegou olhando, e acenou.<br />
Bem, inferno. Talvez ela quisesse meu número também.<br />
Mantenha a calma e aja naturalmente.<br />
Seus olhos permaneceram baixos, concentrando-se em seu telefone,<br />
enquanto eu me aproximava.<br />
—Sr. DeLuca, eu presumo. —Disse ela, olhando para cima por um momento,<br />
seus olhos cor de esmeralda cintilando. —Sente-se.<br />
42
Desapontamento me inundou. A criatura bonita na minha frente não estava<br />
me chamando para obter o meu número. Ela era minha nova cliente.<br />
—Sra. True? —Perguntei, deixando meus olhos permanecerem em seus pés<br />
por um tempo longo demais, mas não me importando.<br />
—Sim. —Respondeu, ainda não fazendo contato visual.<br />
Peguei o pequeno bloco de papel e caneta que tinha trazido no bolso de trás e<br />
joguei-os na mesa.<br />
—Eu espero que você não se importe se eu tomar notas. —Disse a ela,<br />
tentando não olhar para suas pernas.<br />
—Eu, na verdade... —Ela disse enquanto deixava cair o telefone em sua bolsa,<br />
prendendo-me com seus ferozes olhos verdes. —Prefiro que você se lembre de tudo<br />
o que eu disser. Não quero um rastro de papel.<br />
O olhar na minha cara tinha que ser de total confusão, porque ela<br />
acrescentou: —Eu não quero que nada, eventualmente, caia em mãos erradas.<br />
—OK.<br />
—Bom. Vamos pedir e depois vamos conversar. —Ela disse estalando os<br />
dedos para chamar a atenção da garçonete. —Você sabe o que vai pedir?<br />
—Sim. Venho aqui todo o tempo. —Menti.<br />
Quando a garçonete aproximou-se, Race fez o seu pedido com algumas<br />
modificações. Ela não gostava de tomates, mas queria queijo extra, e frango só se<br />
fosse grelhado.<br />
Eu aprendi, dentro de cinco minutos, que Race True não seria fácil. Ela parecia<br />
tensa, controlada e altiva.<br />
—E você, senhor? —Perguntou a bela garçonete.<br />
—Apenas água, por favor.<br />
—Só isso? Nenhum hambúrguer gigante e gorduroso? —Perguntou a Sra.<br />
True piscando rapidamente.<br />
Só isso. —Eu disse, olhando entre elas.<br />
43
Race aquiesceu e esperou a garçonete se afastar antes de começar a falar. —<br />
Eu pensei que pagaria o almoço enquanto conversávamos.<br />
—Eu prefiro manter isso estritamente profissional, Sra. True.<br />
Mentira número três.<br />
Eu queria ser profissional, mas aqui sentado e olhando para ela, a minha<br />
mente funcionava em um milhão de maneiras diferentes, e a maioria delas eram<br />
sexual.<br />
Porra! Eu precisava ficar com alguém, ou tudo poderia descarrilhar rápido<br />
demais. Por que não podia ser pouco atraente? Ao vê-la, eu queria saber se ela era<br />
tão difícil de agradar na cama quanto escolher uma refeição simples. Eu me perguntei<br />
se ela gritaria quando eu a estivesse fodendo, ou como seu cabelo ficaria solto sobre<br />
o meu pau.<br />
Race tinha lábios carnudos vermelhos, e os dentes mais brancos que eu já<br />
tinha visto em um ser humano, diferente das estrelas de cinema. E os olhos como<br />
esmeraldas. Ela tinha tamanho médio, com seios fabulosos que se insinuavam do<br />
decote de sua blusa, e me chamavam a atenção. A saia lápis acentuava seus quadris,<br />
e faziam suas pernas parecerem ter uma milha de comprimento.<br />
—Então, Morgan. Diga-me um pouco sobre sua experiência, antes que eu fale<br />
sobre o meu problema. Quero saber se você é o homem certo para o trabalho. —Ela<br />
toma um gole de vinho, mantendo os olhos verdes fixos em mim.<br />
Não seria fácil manter meus pensamentos na finalidade da reunião.<br />
Felizmente, nosso contato seria mínimo e, principalmente, por telefone, para que eu<br />
não tivesse que arriscar um tapa na cara por ficar embasbacado olhando os seios<br />
dela.<br />
—Eu recentemente deixei o exército depois de servir oito anos. Eu trabalhei<br />
nos últimos quatro anos reunindo informações para as tropas no campo de batalha.<br />
—Oh! —Ela interrompeu, colocando o copo no bar e descansando a mão<br />
perto da minha. —Isso é impressionante.<br />
—Na verdade não, senhora.<br />
Ela endureceu e esfregou a ponte do nariz.<br />
44
—Desculpe. É uma coisa militar. Todo mundo é um senhor ou senhora. Não<br />
tem nada a ver comigo pensando que você é qualquer coisa como sua avó, apesar de<br />
ter certeza de que ela é uma mulher adorável.<br />
—Ela é uma bruxa conivente. Eu não sou nada como ela.<br />
Foi a minha vez de dizer: — Oh!<br />
—Continue. —Ela exigiu agarrando o copo de novo, desviando os olhos.<br />
—Eu me tornei um civil novamente cerca de um mês atrás.<br />
—O que faz o Sr. Gallo ter tanta certeza de que é o homem certo para o<br />
trabalho? —Ela perguntou, parecendo duvidosa.<br />
Virei-me para encará-la, apoiando o braço no balcão. Eu não gostei que<br />
tivesse que defender minhas qualificações para ela.<br />
—Escute Sra. True. Se você não está confortável comigo trabalhando no seu<br />
caso, pode pedir a alguém para ser atribuído a você. Neste momento, não temos mão<br />
de obra para outro investigador assumir imediatamente. Se você estiver disposta a<br />
esperar, tenho certeza de que podemos encontrar-lhe um substituto mais adequado.<br />
Alguém mais ao seu... Gosto. Mas ninguém vai trabalhar tão duro quanto eu.<br />
—Não! —Ela disse, com a voz mais alta do que antes. —Eu preciso ter alguém<br />
trabalhando sobre este caso, que saiba o que faz. Eu não posso ter algum picareta<br />
tentando limpar o meu bom nome e foder essa merda toda. —Sua mandíbula estava<br />
tensa enquanto ela me prendia com seu olhar.<br />
Meu pau contraiu, juro por Deus, e moveu-se dentro da minha calça com sua<br />
boca suja.<br />
—Contanto que você possa me prometer que tem as habilidades que eu<br />
preciso para descobrir quem está por trás disso, então você é o meu cara. —Ela disse<br />
enquanto colocava a mão no meu braço.<br />
Eu sorri, sentindo-me animado.<br />
—Eu tenho as habilidades que você deseja. —Olhei para baixo, sentindo a<br />
frieza do seu toque na minha pele quente. —Eu sou seu homem. Eu tenho mais<br />
treinamento em conseguir informações do que qualquer outra pessoa no escritório.<br />
45
Fui treinado pelo melhor que os militares tinham a oferecer. Não tenho dúvidas de<br />
que vou encontrar o autor do crime.<br />
Ela assentiu com a cabeça, roçando as pontas dos dedos na minha pele antes<br />
de remover a mão lentamente. —Bem. Desculpe-me se pareci desagradável por um<br />
momento. Eu sei que você é novo. Você não estava lá quando fui ao escritório<br />
procurar ajuda. Eu só queria ter certeza de que não teria um novato que está<br />
aprendendo agora a fazer o trabalho.<br />
—Por que você não me diz o que está acontecendo? Seu arquivo não tinha<br />
nada que ajudasse para começar a planejar um plano de ataque. Eu te prometo isso,<br />
Sra. True. Eu vou dar ao seu caso atenção plena e o máximo de privacidade.<br />
Ela olhou ao redor do bar, verificando as pessoas.<br />
—As mensagens começaram há cerca de um ano. Primeiro, eram apenas<br />
estranhas. Você sabe, o tipo que apaga e esquece. —Ela agitou as mãos no ar perto<br />
de seu ombro. —Mas então... —Sussurrou arregalando os olhos. —Então a pessoa<br />
começou a mencionar coisas pessoais que só alguém que eu conheço saberia.<br />
—Que tipo de detalhes?<br />
—Eu não fui sempre esta senhora centrada que você vê na sua frente hoje. —<br />
Explicou ela, remexendo com as mãos. —Eu tomei algumas decisões questionáveis<br />
na faculdade.<br />
—Isso é parte da experiência na faculdade. — Eu disse em um tom suave. —<br />
Você foi uma criança normal. Você conheceu alguém na faculdade que poderia<br />
querer lhe causar mal? —Perguntei arranhando a caneta contra o papel, desejando<br />
poder tomar notas.<br />
Ela balançou a cabeça, trazendo lentamente os olhos para os meus.<br />
—Não que eu possa lembrar, mas, obviamente, há alguém. —Ela disse a<br />
última palavra com um olhar que dizia claramente que não me via como a mais<br />
brilhante lâmpada no suporte.<br />
—Eu prometo que vou encontrar a pessoa. — Eu disse, deixando cair à caneta<br />
no papel. —Vou precisar de acesso ao seu e-mail ou qualquer outro meio de<br />
comunicação que ele já usou para chegar até você. Além disso, eu preciso que você<br />
faça uma lista de seus antigos conhecidos da faculdade.<br />
46
—Eu não sei. — Ela disse desviando os olhos.<br />
—Escute Sra. True. A única coisa que importa para mim é resolver o seu caso<br />
e ter você de pé, satisfeita.<br />
Ela olhou para mim com os lábios entreabertos.<br />
Limpei a garganta, deslocando no meu lugar.<br />
sorri.<br />
—Um cliente satisfeito. Isso é o que eu quis dizer. —Me ajeitei na cadeira e<br />
Ela engoliu em seco, seus olhos caindo para minhas mãos.<br />
—Tudo bem, Morgan.<br />
Isso não só demonstrou uma atitude esnobe com seu corpo, isso escorregou<br />
de seus lábios como se fosse parte dela. Não havia um só pedaço que não exalasse<br />
classe ou status social. Eu era o podre nesta situação, e ela deixou esse fato bem<br />
claro.<br />
—Vou reunir as informações e entregá-las no seu escritório. —Race disse<br />
olhando para a garçonete que se aproximava com os pedidos. Depois de servi-la, ela<br />
me perguntou se eu não queria nada, e eu acenei negando.<br />
—Se você confiar em alguém o suficiente, mande-as para mim. —Eu disse<br />
ficando de pé, não deixando isso passar tão facilmente.<br />
—Foda-se. — Ela sussurrou. —Eu não confio. Eu mesmo vou levá-las para o<br />
seu escritório em um ou dois dias. Aonde você vai? —Perguntou ela, apertando os<br />
lábios.<br />
—Eu tenho que voltar para o escritório. Desfrute do seu almoço, Sra. True. —<br />
Eu joguei o suficiente para cobrir a conta no bar. —Estou ansioso para trabalhar com<br />
você.<br />
—Vejo você em alguns dias, Sr. DeLuca, mas eu sou mais do que capaz de<br />
pagar pelo meu próprio almoço.<br />
Jesus, ela era teimosa.<br />
47
—Eu sei. —Eu não acrescentei mais nada enquanto me distanciava. —Te vejo<br />
em alguns dias, Race. —Disse sobre meu ombro, absorvendo sua beleza mais uma<br />
vez.<br />
Race True era uma pessoa decidida e teimosa.<br />
Eu aproveitaria todas as chances para lembrá-la de que eu era o responsável<br />
por esta investigação.<br />
Eu poderia estar trabalhando em seu nome, mas essa merda funcionaria do<br />
jeito que eu queria.<br />
Se eu fracassar, sua vida poderia ser arruinada, e eu poderia estar sem<br />
emprego antes de sequer começar.<br />
48
Capítulo 6<br />
Segredos<br />
Race<br />
Durante dois dias, não pensei em nada que não fosse ele.<br />
Morgan DeLuca era um filho da puta arrogante, mas havia algo sobre ele que<br />
me fez fantasiar.<br />
Ele era um idiota mandão. Eu conhecia esse tipo de pessoa do mundo<br />
corporativo, mas Morgan tinha bondade em seus olhos.<br />
Eu não conseguia esquecer seu rosto. Suas características distintas ficariam<br />
para sempre gravadas no meu cérebro.<br />
Não me refiro apenas a um cara que eu daria um segundo olhar.<br />
Ele tinha o pacote completo.<br />
Forte, rosto esculpido, alinhado com uma barba escura por fazer. Lábios tão<br />
cheios que eu poderia senti-los por muito tempo depois que o beijo tivesse<br />
terminado. Músculos que inchavam em lugares que deveriam ser proibidos. E os<br />
olhos tão azuis que eu me perderia neles por horas.<br />
Oh! Sério.<br />
Eu precisava obter uma porra de controle. Não era como se tivesse passado<br />
tanto tempo desde que tive relações sexuais.<br />
Tinha?<br />
Eu estive muito ocupada tentando subir a escada corporativa, para sequer me<br />
preocupar com qualquer tipo de relacionamento. Além disso, os homens com quem<br />
trabalhei simplesmente não me atraíam. Eu gostava deles brutos em suas atitudes,<br />
com um toque de belo por baixo.<br />
Como Morgan.<br />
49
Eu entrei em seu escritório dois dias depois com um envelope cheio de<br />
possíveis suspeitos, cópias dos e-mails, e outras informações que achava que ele<br />
precisaria.<br />
Sua recepcionista falava ao telefone enquanto eu batia minhas unhas contra a<br />
mesa, esperando por ela.<br />
Ela continuou com seu dedo levantado. Olhei para o meu relógio, me<br />
perguntando quanto tempo eu teria que ficar aqui.<br />
Era uma coisinha bonita, com o cabelo vermelho longo que fluía sobre os<br />
ombros. Eu não tinha prestado muita atenção a ela quando estive lá pela primeira<br />
vez. Talvez ela fosse o tipo de Morgan, bonita e alegre, com uma beleza natural e<br />
traje casual.<br />
—Desculpe senhora. Posso ajudá-la? —Ela perguntou desligando o telefone.<br />
Eu me endireitei, tentando não sentir uma pontada de inveja. —Estou aqui<br />
para ver o Sr. DeLuca.<br />
—E você é? —Perguntou ela, enquanto seus olhos corriam sobre a minha<br />
parte superior do corpo.<br />
Meu Deus. Ela estava me olhando como eu fiz com ela?<br />
—Sra. True. —Eu disse com uma voz excessivamente doce.<br />
Ela empurrou a cadeira da mesa, levantou-se e me deixou sozinha na sala de<br />
espera.<br />
Momentos depois, ela voltou com Morgan a seguindo de perto.<br />
—Ah, Race.<br />
—Sra. True. — Eu o corrigi, empurrando os ombros para trás.<br />
Seus olhos caíram para o meu peito enquanto ele sorria.<br />
—Vamos conversar em meu escritório, onde é mais privado.<br />
Eu o segui até seu escritório, olhando para a bunda dele enquanto<br />
caminhávamos. Quando ele abriu a porta, mal me deixou espaço suficiente para<br />
passar sem tocá-lo.<br />
50
Meu ombro roçou o dele e seu cheiro me atingiu. Fechei os olhos, sentindo a<br />
colônia rica que ele estava usando, tentando memorizá-la.<br />
—Por favor, sente-se. —Disse enquanto fechava a porta com seu corpo.<br />
Eu mexia com o envelope quando ele sentava de frente para mim, inclinandose<br />
para trás na cadeira. Ele estava bonito hoje, mas a barba em seu queixo tinha<br />
desaparecido.<br />
Pena, realmente, porque eu gostei de como ele tinha ficado com ela.<br />
Ele colocou as mãos espalmadas sobre a mesa se aprumando.<br />
—O que você trouxe para mim?<br />
Eu pisquei duas vezes, limpando minha mente antes de jogar o envelope<br />
sobre a mesa, não confiando em minha voz.<br />
Ele olhou o envelope.<br />
mim.<br />
—Você trouxe tudo o que eu disse para trazer? —Ele perguntou, olhando para<br />
—Sim. São meus e-mails, incluindo a primeira mensagem que recebi. Eu<br />
apaguei-a logo após imprimi-la. —Disse, sentindo-me tola, puxando a barra da minha<br />
saia.<br />
—Por que você não me fala o que diz aqui? —Perguntou ele, inclinando a<br />
cabeça para o lado enquanto segurava o envelope sem abri-lo.<br />
Eu fiz uma careta, contorcendo-me no lugar.<br />
—É embaraçoso, Sr. DeLuca.<br />
—Eu não me importo com o que seja. Não estou aqui para julgá-la. Seria bom<br />
se eu soubesse qual a verdadeira questão aqui. Que diabos essa pessoa tem contra<br />
você que é tão ruim?<br />
Cobrindo o rosto com as mãos, eu cravei meus dedos indicadores nos cantos<br />
dos olhos.<br />
—Oh Deus! —Sussurrei, tentando respirar pelo nariz.<br />
—Eu prometo não rir. — Ele disse em uma voz firme, calma.<br />
51
—Eu gostaria que fosse engraçado. —Murmurei enquanto meu estômago<br />
começava a dar nós, e meus olhos encontraram os dele.<br />
—Você vendia drogas? — O lado de sua mandíbula ficou tenso.<br />
Pisquei rapidamente para ele. —Você está brincando comigo?<br />
Ele encolheu os ombros.<br />
—Não. Eu só estou tentando descobrir o que diabos poderia ser possível. —<br />
Ele esfregou o queixo, me estudando. —Você enganou alguém?<br />
—Não. —Balancei a cabeça, distraidamente, acariciando minha garganta.<br />
—Ficou grávida e não teve o bebê? —Ele levantou uma sobrancelha.<br />
—Não. Jesus! — Eu murmurei, balançando a cabeça.<br />
—Vamos começar com algo mais fácil. O que dizia o primeiro e-mail e por que<br />
você o apagou? —Ele perguntou, cruzando os braços sobre o peito.<br />
—Eu pensei que fosse besteira. Então, eu só apaguei e fingi que nada<br />
aconteceu. —Meu peito apertou quando eu olhei para ele. —Prometa-me que você<br />
não vai me julgar? — Eu estremeci.<br />
—Apenas fale logo, Race. Eu não vou pensar de forma diferente de você, a<br />
menos que tenha matado alguém. Nós todos temos um passado duvidoso.<br />
Olhei para o meu colo. —Eu estava vendo um cara por cerca de um ano.<br />
Pensei que estávamos apaixonados. —Meu estômago agitou-se apenas em pensar<br />
nele.<br />
—E?<br />
—Numa noite, nós estávamos festejando e, por Deus, isso é tão estúpido. —<br />
Eu balancei a cabeça, cobrindo o rosto com as mãos. —Ele me convenceu a fazer um<br />
vídeo de sexo como uma lembrança do nosso tempo juntos.<br />
—Só isso? —Ele disse. —Não é nada para se envergonhar.<br />
Baixei minhas mãos enquanto me endireitava.<br />
—Mas quantas pessoas recebem ameaças de que ele seria enviado para seu<br />
chefe?<br />
52
Ele deu um tapa na mesa.<br />
—Por que você não me disse isso? É simples. Tem que ser o seu ex-namorado.<br />
Eu balancei a cabeça, franzindo os lábios.<br />
—Não. Não é ele. Ele morreu depois que se formou. Mas alguém alega ter o<br />
vídeo. —Eu dei um longo suspiro baixo.<br />
—É apenas um trabalho, Race.<br />
olhar.<br />
Esfregando minhas têmporas, eu levantei minha cabeça para encontrar seu<br />
—É tudo o que tenho, Morgan. Eu trabalhei pra caramba para chegar onde<br />
estou hoje. Não há nenhuma maneira no inferno que eu vou deixar alguém destruí-lo.<br />
—Hmm. —Ele murmurou, esfregando o queixo.<br />
—OK. Tem que ser alguém que teve acesso às coisas do seu ex depois que ele<br />
morreu. Diga-me mais sobre ele.<br />
—Ele era um estudante de engenharia veterano, e nos encontramos no<br />
segundo ano. As coisas entre nós aqueceram rapidamente, e passamos cada minuto<br />
juntos antes de nós terminarmos no final do meu primeiro ano.<br />
Ele me olhou por um momento sem falar, continuando a acariciar o queixo.<br />
—Continue.<br />
—Seu nome era Shane. Eu cruzei com ele um dia, enquanto ele estava<br />
esperando seu primo depois da aula. — Eu olhei pela janela do escritório, pensando<br />
no quanto minha vida tinha sido mais fácil até então.<br />
—Você se lembra do nome de seu primo?<br />
Eu balancei a cabeça, olhando para o teto.<br />
—Eles não eram próximos. Seu primo era um idiota. Quero dizer, seu nome<br />
era algo como Kyle ou Tyler. —Dei de ombros.<br />
—É um começo, princesa.<br />
—Eu realmente sinto muito. — Eu disse enquanto soltava um suspiro pesado.<br />
—Eu gostaria de poder dizer mais, mas eu nunca falei com o cara.<br />
53
—O que aconteceu com Shane? Talvez vá ajudar juntar as peças.<br />
Eu voltei meus olhos para ele.<br />
—Eu o peguei na cama com minha melhor amiga. Nós terminamos naquela<br />
noite. Ele foi o último namorado que eu tive. Isso é bom o suficiente? —Minhas<br />
bochechas aqueceram enquanto desviava os olhos.<br />
—Que bastardo. —Ele rosnou. —Está bem. Vou ver o que podemos<br />
desenterrar. Qual era o último nome de Shane? —Perguntou ele, pegando o celular<br />
em sua mesa.<br />
—McGovern.<br />
—Ei, Thomas. — Morgan disse depois de colocar o telefone em seu ombro. —<br />
Eu preciso que você faça uma investigação, se tiver tempo hoje, ou coloque um dos<br />
outros caras sobre isso. —Seus olhos procuraram os meus. —Sim. Race acabou de<br />
me contar sobre um possível suspeito. Procure por Shane McGovern. Ele está morto,<br />
mas acho que seu primo tem algo a ver com as ameaças.<br />
Eu pensei que Shane fosse um cara legal.<br />
Eu pensei que ele fosse o único.<br />
Fazia seis anos, e eu ainda não tinha me permitido me envolver com ninguém.<br />
Minha capacidade de confiança tinha sido completamente destruída.<br />
—Seu nome é Tyler ou Kyle.<br />
Olhei para ele enquanto falava, tendo uma boa visão dele sem ser<br />
bombardeada com perguntas.<br />
Seus músculos incharam debaixo das mangas da camisa branca limpa que<br />
estavam enroladas, descansando contra o meio de seus antebraços. A parte superior<br />
do seu cabelo era mais longo do que o dos lados, com certeza maior do que no seu<br />
tempo no serviço militar. Os fios eram de cor marrom, mas beirando o preto, com<br />
cada fio no lugar.<br />
—Você está bem? —Ele perguntou.<br />
—Sim. —Eu respondi juntando meus joelhos e levantando os olhos para o<br />
rosto dele. —Desculpa. Eu estava pensando no trabalho. O que você perguntou?<br />
54
—Eu preciso de suas informações de conta. Tenho cópias dos e-mails, mas as<br />
mensagens originais contêm informações que são fundamentais para rastrear a<br />
fonte.<br />
Eu afundei na cadeira, cruzando as pernas.<br />
—Eu não dou isso a ninguém.<br />
Deus, eu precisava ficar com alguém, ou então eu estaria apertando minhas<br />
pernas cada vez que me encontrasse com ele.<br />
Ele cruzou os braços, estreitando os olhos.<br />
—Eu não sou qualquer um.<br />
Engoli em seco, desejando que ele fosse um homem feio mais perto de<br />
sessenta anos, em vez do homem sentado na minha frente.<br />
—Desculpa. Minha mente esta simplesmente em outro lugar.<br />
—Já não passamos por isso antes? Eu preciso da informação. —Ele inclinou-se<br />
para frente, apertando as mãos enquanto descansava-as sobre a mesa. —Por que se<br />
preocupou em nos contratar, se você não confia em mim o suficiente para fazer o<br />
meu trabalho?<br />
—Me desculpe estar sendo tão difícil. —Me mexi na minha cadeira, sentindo<br />
tanto tesão, e desconfortável.<br />
Ele suspirou, apertando sua mandíbula.<br />
—Eu só quero ajudá-la.<br />
—Eu sei. Sinto muito.<br />
Eu normalmente nunca pedia desculpas pelo meu comportamento, mas com<br />
ele, isso estava começando a se tornar um hábito.<br />
Eu aperfeiçoei minhas habilidades de cadela logo após a faculdade.<br />
Eu tive que fazer.<br />
Eu entrei no meu primeiro dia de trabalho cheia de felicidade, e me sentindo<br />
mais viva do que nunca. Eu consegui meu emprego dos sonhos, e estava além de<br />
55
animada. A fria realidade da América corporativa tinha me dado um tapa na cara<br />
dentro de cinco minutos.<br />
Daquele dia em diante, eu coloquei a minha melhor cara de cadela e<br />
aperfeiçoei o meu olhar vá se foder. E nunca deixei ninguém me tratar dessa forma<br />
novamente. Eu havia me tornado a mulher que eu era naquele dia no escritório de<br />
Morgan. Confiante e poderosa, e nada no mundo me faria mudar, incluindo o filho da<br />
puta que estava tentando me chantagear.<br />
—Eu prometo que só vou olhar para os e-mails que dizem respeito ao seu<br />
caso. A sua privacidade é muito importante para mim, Race. —Ele falou em um tom<br />
suave.<br />
Eu balancei a cabeça, e deslizando para frente na cadeira, peguei uma caneta.<br />
Em um pedaço de papel que estava por perto, eu escrevi informações do meu e-mail,<br />
login e o endereço do site que ele precisava para acessar a conta.<br />
—Aqui. —Eu disse enquanto empurrava-o em direção a ele, dando-lhe um<br />
sorriso fraco.<br />
—Isso foi muito difícil? —Ele perguntou com um sorriso.<br />
Inclinei a cabeça para o lado.<br />
—Tenha cuidado Sr. DeLuca. Eu ainda posso demiti-lo.<br />
—Mas você não vai. —Ele sorriu.<br />
Mordi o lábio, segurando o comentário que estava na ponta da língua.<br />
Levantei-me rapidamente, alisando minha saia.<br />
—Chame-me quando descobrir quem está enviando as mensagens, e eu vou<br />
lidar com isso.<br />
Ele pulou de pé e deu a volta na mesa antes que eu chegasse à porta.<br />
—Assim que eu tiver o nome, eu vou entrar em contato e vamos decidir<br />
juntos o melhor curso da ação.<br />
Olhei para ele, minhas narinas dilatadas. Deus, ele cheirava tão bem. Eu<br />
queria me esfregar contra ele e descobrir se todo o seu corpo era tão duro quanto<br />
parecia.<br />
56
Eu tinha que sair dessa.<br />
Isso é apenas um negócio, Race.<br />
—Race? —Ele perguntou, tocando meu braço.<br />
Eu puxei meu braço.<br />
—Chame-me quando você tiver um nome e vamos discutir isso então. — Eu<br />
respondi retrocedendo e esbarrando na cadeira com as costas dos joelhos. Limpei a<br />
garganta. —Droga. — Eu murmurei.<br />
—Você gostaria que eu te acompanhasse até a saída?<br />
—Não. —Respondi, querendo colocar alguma distância entre nós. Eu<br />
precisava. —Obrigada. Eu sei o caminho. —Me virei, o calor subindo pelo meu peito<br />
e pescoço.<br />
Ele me transformou em uma idiota desastrada.<br />
—Vejo você em breve, Race. —Falou quando eu saí.<br />
Não me virei, e fechei a porta. Em seguida, caí contra ela, abaixando a cabeça.<br />
—Você está bem aí fora? —Ele gritou do outro lado da porta.<br />
Eu estremeci, sentindo vertigens.<br />
—Apenas verificando minhas mensagens! —Gritei.<br />
Afastei-me da porta e praticamente corri para fora do prédio.<br />
Enquanto caminhava lá para fora, eu ainda podia sentir o cheiro dele.<br />
Droga.<br />
Eu teria que passar o dia inteiro cheirando-o, e meu tempo seria gasto com<br />
fantasias de Morgan DeLuca e seu corpo poderoso misturando-se com o meu<br />
enquanto entregava todo o controle a ele.<br />
Deus, eu estava tão fodida que isso não era nem mesmo engraçado.<br />
Eu precisava chegar ao ginásio e gastar um pouco da energia reprimida. Estar<br />
perto dele me fazia sentir algo que eu não gostava de sentir.<br />
Vulnerável.<br />
57
Capítulo 7<br />
O Fim de Semana<br />
Era cedo, o sol ainda estava baixo, uma vez que entrava pelas árvores,<br />
lançando sombras sobre a grama. Do lado de fora, vi um peru selvagem caminhar<br />
pelo quintal, enquanto eu bebia uma xícara de café e pensava sobre o meu dia.<br />
Eu tinha que verificar uma lista de merda para concluir um trabalho. O topo<br />
da minha lista: Race True.<br />
Passou uma semana desde a nossa última reunião. Queria que ela soubesse<br />
que tinha feito progressos no seu caso. Mandei um e-mail na noite passada pedindolhe<br />
para me encontrar hoje.<br />
Tirei algumas conclusões sobre Race durante as nossas duas interações. Ela<br />
não gostava de receber ordens, mas eu gostaria de saber se alguma vez ela desistiu<br />
de seu controle.<br />
Race agia como se não gostasse muito de mim, mas eu poderia dizer que ela<br />
gostava. Eu a peguei me verificando mais vezes do que eu poderia contar.<br />
Não importa o que saía de sua boca, eu sabia que sua atração por mim era tão<br />
grande quanto a minha por ela.<br />
Ela era forte, independente e autoconfiante, mas havia mais do que isso. Algo<br />
doce e gentil que foi dissimulado ao longo do tempo, mas continuava escondido sob a<br />
superfície.<br />
Algo dentro de mim queria descobrir.<br />
Além disso, eu precisava de um pouco de diversão. Eu vivia nas rondas, e não<br />
havia nada a fazer por aqui. A última coisa que queria fazer esta noite era sentar<br />
junto à lareira e observar as estrelas novamente.<br />
Eu queria me encontrar com Race e ver onde a noite nos levaria. Eu queria<br />
cavar mais fundo e descobrir o que a deixou tão tensa.<br />
58
dia.<br />
Meu telefone soou enquanto largava meu café na pia, pronto para começar o<br />
Race: Eu estarei lá as 17h00 em ponto. Não me deixe esperando.<br />
Olhei para a tela. Eu estava esperando por isso desde que a tinha visto há uma<br />
semana. A verdadeira Race True se revelaria hoje à noite.<br />
Enquanto entrava no meu carro, eu respondi.<br />
Eu: Mudança de planos. Encontre-me no Bar Fly em torno de<br />
17h00. Eu estarei esperando por você.<br />
Joguei meu telefone no assento do passageiro, e liguei o motor e o rádio<br />
antes de me afastar.<br />
Eu poderia dizer que hoje seria um dia agitado, e a melhor forma de começar<br />
o fim de semana.<br />
*****<br />
Thomas jogou um arquivo sobre a mesa e suspirou. —Precisamos contratar<br />
alguém. —Disse à James, evitando contato visual.<br />
quem?<br />
James balançou a cabeça, caindo no sofá. —Você está certo. Tem ideia de<br />
—Eu não sei. —Disse Thomas, arrastando as mãos pelos cabelos.<br />
—Morgan, você conhece alguém? —Perguntou James.<br />
Eu balancei minha cabeça.<br />
—Eu não conheço ninguém por aqui.<br />
—A única pessoa que eu posso pensar é... —Thomas começou, esfregando o<br />
queixo.<br />
—Não. — James advertiu, acenando.<br />
Thomas deu um tapa na mesa, olhando para James.<br />
59
—Vamos lá, cara. Tanto tempo já passou. Ela é sua esposa agora, pelo amor<br />
de Deus.<br />
—Você sabe que eu não gosto dele, Thomas. —James torceu o nariz.<br />
—James, encerre essa merda sobre isso agora. Sam e Izzy são apenas amigos.<br />
Ela é apaixonada por você, e Sam tem uma mulher.<br />
—Como você sabe? —James perguntou sentando-se.<br />
Thomas jogou os pés em cima da mesa e reclinou-se na cadeira.<br />
—Nós estivemos em contato.<br />
Olhei entre ambos enquanto conversavam um com o outro.<br />
—Hum, quem diabos é Sam?<br />
Thomas olhou para mim. —Amigo de Izzy. — Ele respondeu.<br />
—Seu velho amigo de foda. —Disse James, enrolando o lábio.<br />
—Oh! —Meu queixo caiu.<br />
—Eu nunca vou perdoá-lo por colocá-la em perigo, Thomas.<br />
Thomas balançou a cabeça, colocando as mãos atrás da cabeça.<br />
—Eu sei, mas não teria sido capaz de salvar Angel e Izzy sem ele.<br />
—Nós não teríamos que resgatar Izzy se não fosse por esse imbecil.<br />
Thomas olhou para James. —Você não teria se casado com Izzy, se não fosse<br />
pelo seu erro.<br />
Um pequeno sorriso surgiu no rosto de James enquanto ele estufava o peito.<br />
—É verdade. — Ele disse com seu rosto sorridente antes de deixar escapar um<br />
longo suspiro. —Eu não tinha pensado nisso dessa forma.<br />
—Pare de ser um idiota o tempo todo. Sam tem as qualificações necessárias, e<br />
pelo que eu posso dizer dos seus e-mails, ele não está gostando muito da vida na Big<br />
60
Easy 5 . — Thomas disse, balançando para frente e para trás, enquanto olhava para o<br />
teto.<br />
Olhei para o meu relógio. Eu tinha uma hora até que tivesse de satisfazer<br />
Race. Os minutos pareciam se arrastar nisso que se transformou num longo dia.<br />
—Você disse que ele encontrou uma mulher? —James perguntou com a testa<br />
enrugada.<br />
—Sim. Ele disse que nunca esteve tão apaixonado. O nome dela é Fiona, e ela<br />
é uma enfermeira na cidade.<br />
—Hmm. — James murmurou. —É bom saber que ele seguiu em frente.<br />
—Você se sente ameaçado por ele? Pensa que Izzy o deixaria por ele? —<br />
Thomas provocou.<br />
—Não. Izzy me ama. Ela sabe que eu nunca a deixaria ir sem lutar.<br />
Thomas olhou para ele, dando-lhe uma olhada maliciosa.<br />
—Se a minha irmã quiser deixá-lo, eu terei certeza de que ela consiga isso.<br />
Lembre-se, eu vou sempre ficar do lado da minha irmã.<br />
—Você sabe que eu nunca a machucaria. Eu amo a minha mulher.<br />
irmã.<br />
—Eu só estou dizendo. Eu te amo como um irmão, mas ela sempre será minha<br />
—Thomas. — James disse, jogando uma bola de papel no ar. —Eu não<br />
esperaria nada menos.<br />
—Então, estamos bem com Sam? —Perguntou Thomas, seu rosto relaxando.<br />
—Se você acha que nós precisamos dele. —James suspirou.<br />
Puxei outro arquivo da pilha, ignorando a conversa. Talvez um pouco de<br />
trabalho fizesse com que os minutos passassem rápido.<br />
—Nós precisamos. Ele vai ser um ótimo complemento para a equipe. Confie<br />
em mim. Ele terminou com Izzy.<br />
5 Um apelido para New Orleans.<br />
61
—Se você diz. Eu acho que Sam e eu vamos ter uma conversinha. —Disse<br />
James, jogando outra bola de papel.<br />
—Tenho certeza de que todo mundo vai querer ter uma conversinha com ele.<br />
—Você sabe que todos podem ter um enfarte se você convidá-lo para fazer<br />
parte deste negócio.<br />
Thomas balançou a cabeça revirando os olhos, muito parecido como Izzy<br />
sempre fazia.<br />
—Cara, eles cairão em cima dele assim como você.<br />
James riu.<br />
—Sim. Eu tenho certeza de que eles vão. —Disse ele, jogando a bola de papel<br />
no ar e pegando-a novamente. —Faça a chamada e veja se você pode tê-lo de volta<br />
aqui, então.<br />
—Vou ligar para ele no fim de semana. Eu disse a Angel que a levaria para<br />
jantar hoje à noite. Estamos fazendo da sexta-feira a nossa noite.<br />
—Ahhh, isso é tão doce que meus dentes doem. —James brincou, sorrindo<br />
para Thomas.<br />
—O que você vai fazer hoje? —Thomas perguntou, mudando de assunto. —<br />
Izzy esta, provavelmente, morrendo de vontade de sair.<br />
—Oh, nós temos planos. Vamos ao clube esta noite.<br />
Olhei para cima e peguei Thomas olhando para James com os seus lábios<br />
definidos em uma linha firme.<br />
—James. —Thomas disse, sentado na cadeira seu corpo enrijecendo. —Eu<br />
disse que eu não quero saber coisa alguma sobre ele. Será que não fui claro?<br />
—Às vezes, é um saco ser casado com sua irmã. E nunca poder compartilhar<br />
as coisas boas com você. — James reclamou com uma expressão de dor.<br />
—É melhor não estar compartilhando as coisas boas com ninguém. —Thomas<br />
respondeu, sem tirar os olhos de James.<br />
—Que clube? —Perguntei, interrompendo a conversa.<br />
62
Talvez eu pudesse convencer Race a ir lá depois do jantar. Eu adoraria vê-la<br />
dançar. Eu não tinha ido a um clube noturno desde que eu era jovem demais para<br />
beber.<br />
Eu perdi tanta merda ficando afastado por oito anos.<br />
—Não é esse tipo de clube. — Thomas disse enquanto seus olhos lentamente<br />
giravam para os meus.<br />
—Que tipo de clube é?<br />
James riu. —Não é uma boate.<br />
—Um clube de strip? —Perguntei, levantando uma sobrancelha.<br />
—Não. — James disse em um tom cortante.<br />
—Estou perdido. Clube de Swingers 6 ? —Perguntei, virando-me para encará-lo<br />
totalmente. —Diga-me que você não deixa a minha prima dormir com caras<br />
aleatórios?<br />
—Eu nunca deixaria ninguém tocá-la, que não fosse eu. —Disse James,<br />
olhando para mim antes de olhar para Thomas.<br />
—Então o que? Alguém pode me dar uma porra de informação?<br />
James riu mais alto.<br />
—Por que não te levo até a saída e te digo tudo. Thomas fica meio irritado<br />
quando eu falo sobre isso. —James rolou para fora do sofá, ficando de pé.<br />
—Certo homem.<br />
—Filho da puta. — Thomas assobiou.<br />
—Cara, termine com essa porra, como você disse antes. —James sorriu,<br />
caminhando em direção à porta.<br />
Thomas olhou para as costas de James com as narinas dilatadas.<br />
—Tenha uma boa reunião, Morgan.<br />
6 Clube de troca de casais.<br />
63
Eu estava esfregando a parte de trás do meu pescoço. Eles tinham um<br />
relacionamento tão interessante.<br />
—Vejo você no domingo? —Perguntei.<br />
Thomas olhou para mim, e finalmente, abriu um sorriso. —Sim.<br />
—Bom. É melhor eu correr antes que chegue atrasado.<br />
—Não faça nada que eu não faria. —Disse ele enquanto me dispensava.<br />
—Parece que eu quero fazer tudo o que James estará fazendo. — Eu respondi,<br />
vendo o sorriso sumir do seu rosto.<br />
Quando me virei, James ria, segurando o estômago.<br />
—Eu não posso acreditar que você acabou de dizer isso.<br />
—Ele estava malditamente sério. —Eu queria saber se Thomas estava prestes<br />
a marchar para fora do escritório e me bater na cabeça.<br />
—Então, aonde você vai hoje à noite?<br />
—Bem. —Ele disse quando começamos a caminhar pelo corredor, olhando<br />
por cima do ombro. — É um clube de BDSM.<br />
Fiquei de boca aberta.<br />
Meu Deus. Minha priminha gostava dessas coisas?<br />
chão.<br />
—Como correntes e chicotes? —Perguntei, tentando pegar meu queixo do<br />
James riu mais forte, balançando a cabeça enquanto me dava um tapa nas<br />
costas. —Algo parecido. É mais sobre dominação e submissão.<br />
—Izzy manda muito em você? —Perguntei, finalmente conseguindo recuperar<br />
meu queixo.<br />
—Não cara. —O rosto de James ficou muito sério. —Eu sou o dono dela.<br />
—Mas eu pensei...<br />
James sorriu. —Eu sou o dominante nesse relacionamento.<br />
—Izzy parece tão mandona. — Eu sussurrei, olhando para ele.<br />
64
—Ela age no limite o tempo todo. Eu acho que ela faz isso de propósito só<br />
para que eu vá puni-la.<br />
Engoli em seco, tentando limpar essa imagem mental da minha mente.<br />
—Eu não quero saber. — Eu disse, totalmente entendendo por que Thomas<br />
não queria ouvir sobre isso. —Ela é minha priminha, cara.<br />
—Você não irá ao clube? —Ele perguntou enquanto caminhávamos para a<br />
área de recepção.<br />
—Eu não disse isso. Eu só não quero ouvir sobre você e Izzy lá. — Eu disse<br />
enquanto acenava para Angel.<br />
—James, você e Izzy vão para o lugar que não deve ser nomeado? —Brincou<br />
ela de sua mesa e caminhando até nós com um sorriso brincalhão.<br />
—Sim, Angel. Esta noite é a nossa noite.<br />
—Cadela de sorte. —Angel riu. —Mencionou isso na frente de Thomas? —Ela<br />
mordeu o lábio, olhando para o corredor.<br />
—Eu posso ter.<br />
—Foda-se! —Disse ela, sacudindo a cabeça. —Agora ele vai ficar emburrado.<br />
James abaixou-se e beijou sua bochecha.<br />
—Eu tenho certeza que você pode colocar um sorriso de volta no rosto dele,<br />
querida.<br />
—Verdade. —Ela praticamente correu em direção ao seu escritório.<br />
—Se você quiser ir para lá, é só me avisar. Eu posso apresentá-lo a um grupo<br />
de pessoas. Tenho certeza de que seria um grande sucesso. — James ofereceu.<br />
—Eu não sei muito sobre isso. — Eu disse, mas eu não podia dizer que meu<br />
interesse não foi aguçado.<br />
—Eu posso ensinar-lhe a usar as cordas.<br />
—Você sabia que tem tanta merda que eu posso deduzir de todo esse duplo<br />
sentido que está dizendo para mim. —Eu balancei a cabeça.<br />
—Eu sei. Basta pensar nisso.<br />
65
—Eu vou. — Eu disse abrindo a porta da frente. — Te vejo domingo, homem.<br />
—Tenha uma boa noite. —Disse ele ficando no hall de entrada, com o peito<br />
inflado, e seus pés aberto na largura dos ombros, com um sorriso orgulhoso no rosto.<br />
—Não tão boa quanto a sua, tenho certeza. — Eu respondi quando a porta se<br />
fechou atrás de mim.<br />
Se eu ficasse mais tempo sem um pouco de emoção, eu poderia ter de aceitar<br />
a oferta de James.<br />
A vida estava ficando maçante.<br />
66
Capítulo 8<br />
Desastre<br />
Race<br />
Eu pisei na calçada do Bar Fly, meus saltos altos clicando contra o cimento, e<br />
havia apenas pedras na calçada de merda. Juro por Deus, se eu caísse, eu o chutaria<br />
nas bolas por me fazer vir a este buraco.<br />
Eu sou a pessoa que o contratou, e não o contrário.<br />
No momento em que eu entrei, minhas roupas estavam úmidas e minha<br />
garganta estava seca. Eu precisava de um galão de água para saciar minha sede.<br />
Afastei os pensamentos de suas bolas da minha mente enquanto caminhava<br />
em direção ao bar. Ele estava recostado na cadeira e tomava uma bebida, alheio à<br />
minha presença.<br />
Limpei a garganta enquanto me aproximava. Eu precisava ser difícil ou, pelo<br />
menos, agir como a pitbull que muitos achavam que eu me tornara. Eu não podia<br />
mostrar fraqueza.<br />
Não para ele ou para qualquer outro homem, ou eu seria comida viva.<br />
Inclinei meus ombros, deslocando-me ligeiramente.<br />
—Sr. DeLuca.<br />
—Race. — Ele respondeu sem virar-se.<br />
Eu levei um momento o estudando. Seus ombros pareciam mais amplos do<br />
que eu tinha fantasiado esta semana. Os músculos de seu pescoço pareciam mais<br />
rígidos e tensos. Eu queria tocá-lo, sentir a força debaixo de sua roupa.<br />
Eu empurrei meus pensamentos antes de me sentar, jogando minha bolsa no<br />
bar. —Estou aqui como ordenou.<br />
—Bom. —Ele olhou para a tela da televisão. —Os Cubs estão fazendo merda<br />
este ano. —Murmurou enquanto jogava alguns amendoins em sua boca. Sua barba<br />
estava de volta, dando-lhe a aparência que eu tinha aprendido a amar. Os minúsculos<br />
67
pelos que pontilhavam o rosto moviam-se como uma dança coreografada, enquanto<br />
ele mastigava.<br />
Eu queria passar os dedos entre eles para ver se era tão grosso quanto<br />
pareciam.<br />
—Eu odeio baseball. — Murmurei, olhando ao redor do bar, tentando não<br />
olhar para ele.<br />
—É uma vergonha. — Ele respondeu, olhando para mim. —Você está corada.<br />
Está tudo bem? —Ele perguntou inclinando a cabeça, me estudando.<br />
Olhei para ele com o canto do meu olho. —Esta mais quente que o inferno lá<br />
fora. Eu andei duas quadras de salto alto de onde eu estacionei para chegar aqui.<br />
Naturalmente, estou corada. — Eu me abanei, explorando a atração que já não podia<br />
negar.<br />
—Bem, vamos pegar uma bebida fria para ajudar a refrescá-la. —Ele estalou<br />
os dedos, e a garçonete caminhou em nossa direção rapidamente.<br />
Eu balancei a cabeça, soltando um suspiro.<br />
Tudo o que teve que fazer para fazer o pedido foi chamá-la, mas eu tive que<br />
esperar para ser notada.<br />
—Obrigada. — Eu resmunguei entre dentes.<br />
Ela inclinou-se sobre o balcão, mostrando seus seios enquanto descansava o<br />
queixo na mão. —Posso lhe servir outro?<br />
—Eu vou tomar um Martini, extra. — Eu soltei com um grunhido.<br />
Ela olhou para mim e voltou sua atenção para ele. —E você, bonito? —<br />
Perguntou, batendo os cílios e me ignorando.<br />
Sério?!<br />
Levou tudo em mim para não subir no balcão e bater nela.<br />
Mulheres como ela era o motivo dos problemas que eu tinha no trabalho.<br />
—Ele vai tomar outro, querida. — Eu bati na veia pulsante na minha têmpora.<br />
—Só outra cerveja, Lisa.<br />
68
Ela assentiu com a cabeça, olhando para mim quando começou a se afastar.<br />
Foda-se, ele sabia até o primeiro nome dela.<br />
Será que ele gosta dela?<br />
—Ela provavelmente vai cuspir na minha bebida. —Eu murmurei.<br />
—Você meio que mereceu se ela o fizer.<br />
Eu olhei para ele tentando manter a calma.<br />
—Eu não preciso ver os seios dela pularem. Eu só queria pedir uma bebida e<br />
falar com o homem que contratei sobre o meu caso. Estamos aqui para trabalhar, não<br />
ver seios.<br />
Ele olhou para mim sem dizer uma palavra, enquanto Lisa colocava as bebidas<br />
na nossa frente.<br />
Ignorei Lisa quando ela levou um tempo longo demais fazendo isso.<br />
—Esta é uma reunião de negócios. — Eu adicionei, e mantive o meu olhar fixo<br />
no dele, torcendo as mãos no meu colo.<br />
—Eu sei, mas você não tem que ser tão tensa. É sexta-feira, nós estamos em<br />
um bar, estamos em boa companhia. Descontraia um pouco. Temos muito sobre o<br />
que falar. —Disse ele. Então sua língua saiu e lambeu os lábios.<br />
Meus olhos caíram para a sua boca. Minha pele corou enquanto sua língua<br />
varria os lábios. Fechei os punhos e os mantive no meu colo.<br />
Quando a língua desapareceu, um sorriso se espalhou pelo seu rosto.<br />
—Podemos beber a isso? —Perguntou.<br />
Meus olhos dispararam para o seu. —Isso o quê?<br />
—Descontração e boa companhia? —Ele sorriu, levantando o copo e cobrindo<br />
os lábios com o líquido.<br />
—Vou beber a algo frio e uma zona livre de seios. — Meu olhar vagou pelo<br />
seu braço e para seu bíceps. Engoli em seco, notando a forma como a camiseta aderia<br />
em sua pele.<br />
—Tudo bem. —Ele riu. —Pelos seios, mulheres e negócios frios.<br />
69
Eu levantei meu copo, não percebendo exatamente o que ele disse, e engoli<br />
um bocado.<br />
Quando eu esvaziei o meu copo, desviei os olhos.<br />
—Então, quais são as notícias que você tem para compartilhar comigo? —<br />
perguntei enquanto batia o palito com a azeitona contra a borda do copo.<br />
Ele explicou todos os procedimentos chatos e fatos que havia descoberto. Em<br />
algum ponto, eu acho que nos perdemos, porque a próxima coisa que eu sabia, é que<br />
uma nova bebida apareceu na minha frente.<br />
Sem interrompê-lo, tomei um gole e o ouvi tagarelar sobre essa besteira<br />
tecnológica. Eu o deixei continuar, olhando para os movimentos dos lábios, enquanto<br />
moviam-se com cada palavra. No momento em que eu tinha quase terminado a<br />
segunda bebida, ele estava pronto para me dar à informação que estava à espera de<br />
ouvir.<br />
—Eu segui o endereço do IP do seu e-mail e utilizei outros métodos para<br />
encontrar o culpado. Fiquei chocado ao descobrir que o IP não era de Nova York, mas<br />
daqui, em Tampa.<br />
Eu recuei boquiaberta. —Tampa? —Perguntei admirada.<br />
Ele balançou a cabeça, virando a cerveja nas mãos.<br />
—Sim. Eu fiquei surpreso. Eu pensei que, com base nas informações que você<br />
me deu, que seria de Nova York também. Isso não significa que ele não poderia ser<br />
alguém na lista que você me deu, mas precisamos expandir nossos parâmetros de<br />
pesquisa.<br />
—Foda-se. —Eu murmurei. —Este é um desastre completo. —Mordi o lábio.<br />
—Eu tenho tudo sob controle, Race. Não tenha medo. —Ele me deu um<br />
sorriso doce. —Quem aqui iria querer prejudicar a sua reputação?<br />
Estremeci meneando a cabeça.<br />
—A questão é quem não quer.<br />
Seu queixo caiu. —Você é tão desagradável a esse ponto?<br />
70
Suspirei. —Eu trabalho em uma indústria dominada por homens. Não sou o<br />
tipo de garota para levar desaforo de ninguém. —Disse enquanto esfregava meu<br />
rosto, tentando eliminar qualquer demonstração de emoção. —Eu fiz um monte de<br />
inimigos no trabalho. Ninguém gosta de uma executiva mulher, especialmente os<br />
homens que pensam que são melhores do que eu.<br />
—É realmente uma competição brutal.<br />
—Mais brutal do que você jamais poderia imaginar, Morgan. — Eu disse.<br />
Ele acariciou o lábio. —Vamos começar com sua competição no trabalho<br />
primeiro. Alguém se sentiu ameaçado por seu sucesso?<br />
Eu rodei o restinho do líquido no meu copo, tentando evitar olhar para ele.<br />
—Eu poderia encher um caderno. — Respondi, começando a sentir pena de<br />
mim mesma. —Eu acho que preciso de outro. —Derrubei meu copo, notando que ele<br />
estava basicamente vazio.<br />
Deus, eu tinha tantos inimigos.<br />
É porque eu era uma vadia? Eu odiava o termo. Eu achava que era duro, mas<br />
ouvia os murmúrios no escritório e os sussurros, sobre ser a maior cadela na empresa<br />
quando eu passava.<br />
Eu nunca me importei se pessoas gostavam de mim. Não dei à mínima se fiz<br />
amigos também. A única coisa que importava era ser bem sucedida e fazer um bom<br />
trabalho. Agora, tinha que vigiar minhas costas e me perguntar quem desejava meu<br />
fracasso o suficiente para me ameaçar.<br />
—Anote seus nomes. —Disse ele, empurrando o papel na minha frente.<br />
Anotei vinte nomes, na sua maioria do sexo masculino, de pessoas que eu<br />
podia imaginar que desejavam me atingir e me queimar.<br />
—Você tem uma lista de amigos tão extensa quanto essa lista de inimigos? —<br />
Ele perguntou, empurrando a bebida mais perto de mim.<br />
Eu deixei cair à caneta.<br />
— Na verdade não. —Disse, apertando minhas mãos juntas.<br />
—Muito ocupada tentando chegar ao topo?<br />
71
Por alguma razão, a sua declaração me fez rir.<br />
—Sim, algo assim. —Eu ri novamente olhando em sua direção.<br />
Ele torceu o nariz.<br />
—Talvez eu devesse interrompê-la. —Ele colocou a mão sobre o copo e<br />
começou a puxá-lo.<br />
Fiz uma careta e me movi rapidamente, colocando minha mão sobre a dele.<br />
—Não se atreva! Eu preciso disso. Eu mereço essa bebida depois desta<br />
semana, droga.<br />
—Tudo o que você disser. — Ele sussurrou.<br />
O calor de suas mãos fez meus pensamentos imaginarem a sensação delas<br />
acariciando meus seios. Meu rosto corou quando percebi que ele estava olhando<br />
para mim.<br />
—Está se sentindo bem, Race? —Perguntou, com o canto de sua boca se<br />
contraindo.<br />
Limpei a garganta. —Só um pouco quente da caminhada. Ainda não consegui<br />
me refrescar. —Me abanei, puxando a gola da blusa.<br />
—Claro.<br />
Ele sorriu, tirando sua mão da minha bebida.<br />
—Você não quer água gelada em vez disso? Talvez ajude a refrescar você. —<br />
Ele levantou uma sobrancelha.<br />
—Não, apenas mais um Martini. —Eu trouxe o copo à boca, observando<br />
Morgan sobre a borda.<br />
Eu precisava me recompor.<br />
Eu não tinha tempo para fantasiar.<br />
Havia alguém atrás de mim, e eu precisava focar nisso. Um deslize, e quem<br />
quer que fosse o perseguidor, provavelmente atacaria, e usaria essa oportunidade<br />
para me arruinar.<br />
Eu fiz uma nota mental de todas as futuras conversas que teria pelo telefone.<br />
72
Um a um, todo contato que poderia ser perigoso para a minha saúde.<br />
73
Capítulo 9<br />
Loucura do Martini<br />
—Você é realmente uma gracinha. — Ela arrastou a frase com um sorriso<br />
torto, correndo o dedo pela minha bochecha.<br />
—É isso aí. Chega de bebidas para você. — Eu disse, afastando o copo dela.<br />
—Não! Eu só tomei três. — Murmurou caindo para frente, tirando a bebida<br />
das minhas mãos. —Eu estou me divertindo. Eu tive uma cadela de uma semana e eu<br />
preciso me soltar um pouco.<br />
Eu levantei as mãos. —Você realmente tomou quatro Martinis, mas qualquer<br />
coisa que quiser, princesa.<br />
Seus olhos estreitaram-se. —Eu não sou sua princesa. — A fala estava<br />
arrastada, soando completamente adorável.<br />
Minhas bochechas doeram quando sorri. —Vou levá-la para casa agora. Acho<br />
que você precisa dormir.<br />
—Da última vez que verifiquei... —Ela disse soluçando. — Você não era meu<br />
pai. —Um lento sorriso insinuou-se em seu rosto. Ela aproximou-se e sussurrou: — A<br />
menos que seja coisa sua. —Ela tentou piscar, mas ambos os olhos fecharam, um<br />
após o outro.<br />
Eu me inclinei em seu espaço, a um fôlego de seus lábios.<br />
—Não é coisa minha, mas ficarei feliz de realizar suas fantasias. Mas não acho<br />
que você queira cruzar essa linha. Uma vez que você vá lá, não há como voltar atrás.<br />
—Olhei em seus olhos.<br />
—Oooh! —Os olhos dela arregalaram-se. —Isso é para me assustar, Sr.<br />
DeLuca?<br />
74
Eu não me movi. —Estou apenas dando-lhe um aviso justo. Você tomou<br />
algumas bebidas, e eu não vou tirar proveito disso. Só estou dizendo a você como vai<br />
ser.<br />
—Você é muito convencido. —Seu hálito quente e doce acariciou meus lábios<br />
enquanto falava.<br />
Tudo o que eu queria fazer era estender a mão, puxar seu rosto contra o meu,<br />
e beijar os belos lábios. —Estou seguro e confiante das minhas capacidades, sim. Isso<br />
é completamente diferente do que ser convencido. —Lambi meus lábios, testando-a.<br />
Seus olhos caíram para a minha boca, com os lábios já entreabertos.<br />
—Outro? —Lisa interrompeu.<br />
—Nós estamos bem. — Respondi, mantendo meus olhos fixos em Race e<br />
acenando para Lisa sair.<br />
—Pfft. — Lisa zombou, caindo fora.<br />
Race olhou na direção de Lisa.<br />
—Ela quer você. —Sussurrou.<br />
Ela estava com ciúmes?<br />
—Eu não a quero.<br />
—Porem ela é uma coisa certa.<br />
Inclinei-me mais perto, deixando muito pouco espaço entre nós.<br />
—Eu nunca gostei das coisas fáceis.<br />
—Todos os homens gostam. —Seu corpo balançava, movendo-se tão perto<br />
que nossos lábios quase se encontravam.<br />
Sim, ela estava definitivamente com ciúmes.<br />
Eu estendi a mão, estabilizando-a.<br />
—Talvez para uma transa rápida, nada mais que isso.<br />
Seu corpo sacudiu quando alguém esbarrou em sua cadeira e ela caiu para<br />
frente, com o rosto desabando contra o meu peito.<br />
75
—Cuidado idiota. —Eu rosnei.<br />
—Foda-se. —O idiota bêbado gritou cambaleando para longe.<br />
—Não. — Ela murmurou em meu peito, as mãos apertando minhas coxas.<br />
Eu agarrei seus braços, começando a me levantar.<br />
—Não! —Ela gritou no meu peito, tentando me manter no lugar. —Não<br />
comece uma briga.<br />
Eu grunhi, mantendo-me na minha cadeira. Eu não queria que a noite<br />
terminasse assim. Não podia arriscar que Race ficasse chateada comigo.<br />
Eu agarrei seus ombros e tentei sustentá-la na posição vertical.<br />
—Dê-me um minuto. —Disse, com a voz abafada pela minha camisa.<br />
—Ele deveria pedir desculpas a você. — Eu rosnei, tentando encontrá-lo no<br />
mar de pessoas.<br />
As pontas dos dedos fincaram na minha pele enquanto apertava minhas<br />
coxas. Ela aninhou seu rosto profundamente em meu peito, seu hálito quente vindo<br />
através da minha camisa.<br />
—Vamos, garotona. Deixe-me levá-la para casa. —A levantei, empurrando-a<br />
contra a cadeira.<br />
—Eu não estou pronta para ir para casa. — Ela reclamou com seus olhos<br />
tentando focar em mim, mas não conseguiu.<br />
—Eu acho que é melhor para nós dois se eu te levar para casa.<br />
—Eu vou pegar um táxi. —Ela endireitou-se e começou a pender para o lado.<br />
Eu balancei a cabeça segurando-a com uma das mãos.<br />
—Eu me sentiria melhor se eu a levasse para casa.<br />
—Eu me sentiria melhor com você na minha casa também. —Ela inclinou-se<br />
para o meu toque.<br />
—Ok, Race. Chega. —Fiquei de pé, mão no bolso para pegar uma nota de<br />
cinquenta, e joguei-o no balcão. —Vamos, gatinha. Vou levá-la para a cama.<br />
76
—Mmm. —Murmurou quando tentou se levantar. —Cama soa perfeito.<br />
Eu a segurei pela cintura enquanto ela tropeçava para fora do restaurante nos<br />
pés instáveis. Quando chegamos à calçada, levantei-a em meus braços.<br />
baixo.<br />
—Oh meu Deus! — Ela gritou, batendo no meu peito. —Ponha-me para<br />
Segurei-a com força quando ela começou a se mexer.<br />
—Você não pode andar com esses saltos nesta merda de calçada rachada.<br />
Você vai cair e quebrar o pescoço. Pare de se mexer, mulher, ou eu vou derrubá-la. —<br />
Menti.<br />
Ela pesava quase nada, mas a usaria como desculpa para segurá-la mais um<br />
pouco. Relaxando, ela deitou a cabeça no meu ombro.<br />
—Você está me cheirando? —Perguntou quando nos aproximamos do carro.<br />
—Não. —Afastei o rosto de sua cabeça, sabendo que fui apanhado. Eu não<br />
poderia ter o suficiente de seu perfume doce.<br />
—Claaaro. —Ela falou arrastando enquanto se aconchegava em mim.<br />
—Chegamos ao carro. — Eu disse, olhando para ela e sorrindo.<br />
—Eu estou tão cansada. — Ela murmurou, cedendo mais perto de mim. —E<br />
confortável.<br />
—Eu vou colocar você para baixo agora. — Eu avisei antes de soltar meu<br />
aperto.<br />
Ela deslizou pelo meu corpo, deixando o rosto imprensado contra o meu<br />
peito. Não me preocupei em esconder minha diversão. Eu a empurrei para trás<br />
apoiando-a contra o carro e abri a porta.<br />
—Aqui. — Segurei-a pelo braço, certificando-me de que entraria sem bater<br />
com a cabeça.<br />
—Você é realmente um cara legal. —Disse ela, piscando lentamente, fora de<br />
sincronia, balançando o corpo.<br />
—Vamos manter esse nosso segredinho. —Levantei as suas pernas para<br />
dentro e fechei a porta.<br />
77
—Senhor, me dê força para não foder isso. —Murmurei, olhando para cima,<br />
dando a volta no carro. —Eu não posso dormir com ela.<br />
O pau duro dentro da minha calça discordou, mas eu sabia que não poderia<br />
tirar proveito dela. Isso era o que estaria fazendo se deixasse esta noite ficar fora de<br />
controle.<br />
Não posso transar com ela hoje à noite.<br />
78
Capítulo 10<br />
É Agora ou Nunca<br />
Race<br />
—Morgan. —Sussurrei enquanto ele me carregava para dentro da minha casa.<br />
—Sim? —Ele perguntou, olhando para mim.<br />
—Eu não estou tão bêbada. —Sussurrei.<br />
—Mas você está, princesa. — Ele me disse abrindo a porta do quarto,<br />
levando-me para dentro.<br />
—Eu não estou. —Argumentei, deslizando minha mão até seu pescoço e<br />
segurando sua bochecha, acariciando lentamente a barba por fazer.<br />
—O que você está fazendo? —Ele perguntou, seus dedos apertando meu<br />
quadril.<br />
—Eu quero você. — Rocei meus lábios em seu queixo.<br />
—Nós não deveríamos, Race. — Ele me disse, congelando.<br />
—Eu não me importo com o que devemos fazer ou não. Você não me quer?<br />
—Murmurei contra sua pele.<br />
Ele fechou os olhos, inalando profundamente.<br />
—Eu quero, mas você vai se arrepender manhã. —Disse, dando-me outra<br />
chance de mudar de ideia.<br />
Não havia nenhuma maneira no inferno que eu diria não.<br />
Eu queria Morgan DeLuca.<br />
Após uma semana fantasiando sobre ele, eu tinha a minha chance de torná-la<br />
realidade.<br />
—Eu quis você desde o momento em que vi aquele cara grande de pé na<br />
porta, parecendo pronto para chutar o traseiro de alguém. Eu quis tocar seus<br />
79
músculos. —Segurei seu braço, apertando gentilmente. —Provar a sua pele, e sentir<br />
você dentro de mim.<br />
—Eu quis você antes que soubesse o seu nome. —Disse ele, colocando-me em<br />
cima da cama.<br />
Enrolei meus braços em volta do seu pescoço, trazendo seu rosto mais perto.<br />
—Beije-me então. — Eu murmurei, movendo minha boca para a sua.<br />
Inferno, sim, finalmente.<br />
Suas narinas dilataram com sua respiração áspera. Ele esmagou seus lábios<br />
nos meus, me respirando. Sua boca era mais suave do que eu fantasiava, com a<br />
quantidade perfeita de língua e lábios.<br />
Gemi em sua boca, sentindo meu corpo todo formigar. Foi tão clichê, mas<br />
aconteceu.<br />
Corri meus dedos pelos seus cabelos, arrastando minhas unhas contra seu<br />
couro cabeludo. Ele estremeceu, gemendo e abrindo a boca sobre a minha. Sua<br />
língua entrou na minha boca, me degustando enquanto envolvia minhas pernas em<br />
torno de suas costas, segurando-o contra o meu corpo.<br />
Ele estava duro. Como uma rocha. E eu suspirei quando pressionou contra<br />
mim. Esfreguei minha buceta contra o seu comprimento, amando o atrito dos nossos<br />
corpos.<br />
—Não. — Ele murmurou em minha boca.<br />
Eu sorri contra seus lábios. —Por quê?<br />
—Te desejo muito. Não quero que isso acabe antes de começar.<br />
rosnou.<br />
—Ele<br />
Eu gemi, fingindo estar triste, mas suas palavras me deixaram molhada.<br />
Morgan DeLuca estava me beijando. Ele estava na minha cama, em cima de mim, e<br />
me queria. Tirei minhas pernas de seu corpo, sentindo falta do contato<br />
instantaneamente.<br />
Sua mão deslizou pelo meu corpo, encontrando meu peito. Seu dedo<br />
acariciou meu mamilo endurecido, e eu senti o ar deixar o meu corpo. Ele inalou-o,<br />
trazendo para ele.<br />
80
—Morgan. —Gemi com a última gota de respiração que eu tinha.<br />
Ele grunhiu passando a mão sobre meu torso. Em seguida, encontrou a borda<br />
da minha camisa e deslizou por baixo. Pequenas faíscas derraparam na minha pele<br />
enquanto sua mão acariciava meu estômago, em rota de colisão com os meus seios.<br />
Minha barriga tremeu quando seu dedo acariciou a borda do meu sutiã. O<br />
calor de sua palma não impedia que os arrepios eclodissem em toda a minha pele.<br />
Quando o fechamento frontal do meu sutiã abriu, meus seios saltaram livres.<br />
—Humm. — Ele murmurou apertando meu peito, correndo um polegar sobre<br />
meu mamilo. —Tão macio.<br />
Quando a mão desapareceu, eu choraminguei perdendo o contato. E se ele<br />
mudou de ideia? Meus olhos se abriram enquanto seus lábios deixavam os meus.<br />
Meu corpo ficou tenso e o meu estômago embrulhou quando ele se sentou,<br />
descansando seu corpo sobre os calcanhares.<br />
Ele olhou para mim com um sorriso malicioso.<br />
—Sente-se. —Ele sussurrou. —Eu preciso de você nua.<br />
Alívio inundou meu corpo. As borboletas ficaram flutuando no meu interior.<br />
Sentei-me começando a levantar minha camisa.<br />
Ele colocou as mãos sobre a minha, me parando.<br />
—Não. —Disse olhando para mim. —Eu quero te despir.<br />
Meu sistema maldito entrou em erupção. Morgan DeLuca queria me despir.<br />
Ele queria me foder. Se eu estivesse sóbria, poderia ter pensado sobre as<br />
repercussões, mas o álcool me ajudou a relaxar o suficiente para compartilhar meus<br />
verdadeiros sentimentos.<br />
Eu já não podia negar que o queria. Eu não podia negar-lhe mais nada. Eu<br />
esperava um beijo quando a noite terminasse, mas estava levando muito mais.<br />
Levantei meus braços, olhando para ele, minha camisa e sutiã foram<br />
rapidamente removidos e atirados no chão. Se eu estivesse sóbria, poderia ter me<br />
coberto. Entre o licor e o ardor em seus olhos, eu fiz o oposto. Eu me embebedei na<br />
maneira como ele estava olhando para mim, quando deslizou minha saia pelas<br />
minhas pernas.<br />
81
—Morgan... — Eu soltei, sentindo-me um pouco constrangida, mas não sobre<br />
o meu corpo.<br />
—Sim? —Ele perguntou jogando minha calcinha e saia no mesmo lugar que<br />
meu sutiã. Ele se arrastou para fora da cama e tirou à camisa. Eu não podia deixar de<br />
olhar.<br />
Seu peito parecia mais duro e maior do que era debaixo da camiseta que ele<br />
usava. Meus olhos correram sobre cada ondulação de seu abdômen, e eu senti água<br />
na boca quando ele abriu o zíper de seu jeans.<br />
Eu sabia que não ficaria decepcionada, mas vê-lo e senti-lo era<br />
completamente diferente. Eu o senti entre as minhas pernas, duro e grande. Mas<br />
passou-se tanto tempo desde eu que tive relações sexuais. E eu queria Morgan tanto,<br />
que me perguntava se era uma miragem. Quando seu pau saltou livre, eu<br />
calmamente suspirei e fiquei secretamente com medo.<br />
A coisa era grande demais. Especialmente quando eu não tinha fodido<br />
qualquer pessoa em um ano. Li que uma vagina volta a ter o aperto virginal depois de<br />
estar vazia por tanto tempo. Eu não ficaria chocada se a minha estivesse selada, com<br />
teias de aranha dentro.<br />
Engoli em seco. Ele se arrastou pela cama, e estabeleceu-se entre as minhas<br />
pernas, pressionando mais de 20 cm de dureza contra mim.<br />
—Quero avisá-lo. — Eu disse com uma voz rouca.<br />
Ele balançou a cabeça, inclinando-se para frente e colocando o dedo sobre os<br />
meus lábios.<br />
—Eu não quero saber. Pare de pensar tanto.<br />
—Mas eu... —Murmurei contra seus dedos, olhando para ele.<br />
—Deixe. Não importa. — Ele me disse colocando uma das mãos contra a<br />
minha barriga, persuadindo-me a ficar plana contra o colchão.<br />
—Tudo o que importa é que eu quero me enterrar tão profundamente dentro<br />
de você, que todo o resto desaparecerá.<br />
82
Todos os pensamentos sumiram quando seus lábios encontraram meu<br />
pescoço. Quando os dentes afundaram em meu ombro, tremi. Essa era minha área<br />
sensível. Um toque especial fazia todo o meu corpo explodir em chamas.<br />
Conforme a boca percorria um caminho de êxtase pelo meu torso, fechei os<br />
olhos e desfrutei a sensação dele em mim. Sua boca chiou enquanto acariciava o meu<br />
mamilo com a língua, e abri as minhas pernas ainda mais, precisando de mais.<br />
—Tão linda porra! —Ele murmurou contra a pele logo acima do meu pelo<br />
púbico.<br />
Os minúsculos pelos esvoaçaram com a respiração quente. Cada movimento,<br />
enviando um arrepio pelas minhas pernas. Eu podia sentir a umidade gotejando.<br />
Acho que eu nunca fiquei tão excitada na minha vida.<br />
Quando ele colocou a boca contra a minha buceta, beijando-me com mais<br />
força do que ele tinha feito com a minha boca, eu quase explodi. Meu corpo arqueouse<br />
quando a dor entre as pernas ficou mais intensa.<br />
—Morgan! — Gemi, meus olhos girando em minha cabeça.<br />
Ele murmurou contra o meu clitóris, e meu corpo tremeu em resposta.<br />
Quando ele escorregou um único dedo grosso dentro de mim, agarrei os lençóis.<br />
—Oh Deus. —Eu apreciava a plenitude que sentia, e gemi novamente.<br />
Ele afagou meu interior enquanto sua boca acariciava minha pele. Eu<br />
precisava tanto gozar, mas quando estava prestes a me libertar, ele parou. Ergui a<br />
cabeça o encarando, pronta para gritar.<br />
—Ainda não. —Disse ele. —Calma.<br />
Eu suspirei, jogando a cabeça para trás contra o travesseiro, tentando relaxar.<br />
Ele deslizou seus dedos, enquanto sua boca me encontrou novamente. Ele esfregou<br />
dois dedos contra a minha abertura, eu me preparei para o impacto, esperando o<br />
relaxamento familiar que viria do meu corpo não utilizado.<br />
Polegada por polegada, ele dirigiu-os para frente, me alongando. Para minha<br />
surpresa, eu adorei a sensação de plenitude. Depois de mais algumas varreduras de<br />
sua língua contra o meu clitóris, meu corpo ficou tenso.<br />
83
Quando seus dedos enroscaram-se dentro de mim, esfregando o meu ponto<br />
G, eu não consegui mais segurar. Explodi. O orgasmo atravessou meu corpo, minha<br />
buceta apertou o cerco contra seus dedos. Eu não conseguia respirar, e o quarto<br />
girou. Eu não queria que isso acabasse.<br />
Eu não podia gritar ou gemer. Fiquei ali dura enquanto meu corpo cavalgava<br />
na onda de êxtase que caía sobre mim. Com meu corpo relaxado, aquecido pelo<br />
prazer, ele retirou os dedos lentamente. Instantaneamente, meu núcleo sentiu-se<br />
abandonado, mas deliciosamente usado por ele.<br />
Ele subiu em mim, eu suguei o ar, tentando pegar as pequenas respirações<br />
que tinha perdido durante o auge da paixão.<br />
meus.<br />
—Você tem um preservativo? —Ele perguntou, roçando seus lábios contra os<br />
Porra.<br />
Os preservativos que eu tinha eram mais velhos do que o leite azedo na<br />
geladeira.<br />
—Não. — Eu respondi, provando-me na sua boca.<br />
—Eu estou limpo, Race. Eu fiz os exames recentemente, e não estive com<br />
ninguém desde então. — Ele disse, olhando para mim com os olhos suaves.<br />
Eu estava tomando pílula para ajudar a controlar as minhas cólicas, então não<br />
estava preocupada com gravidez. No meu último checkup, estava tudo perfeito e não<br />
estive com ninguém além do meu vibrador. Eu sabia que estava limpa.<br />
—Estou limpa também, e estou tomando pílula. — Eu anunciei, sentindo seu<br />
comprimento duro entre as minhas pernas.<br />
—Então está tudo bem? Você confia em mim? —Ele perguntou, esfregando a<br />
ponta do seu pênis contra minha umidade.<br />
Na minha infinita sabedoria bêbada, o fodedor Morgan DeLuca, não tinha<br />
pensado sobre proteção. Eu tinha assumido que ele era o tipo de cara que carregava<br />
um preservativo em sua carteira, pronto para a ação a qualquer momento.<br />
84
Será que eu poderia confiar em Morgan o suficiente para deixá-lo me foder<br />
sem proteção? Olhando em seus olhos, eu acreditei em cada palavra que ele<br />
sussurrou. Eu confiava nele. Eu confiava nele com a minha vida e meu corpo.<br />
—Eu confio. —Sussurrei, engolindo o nó que começou a se formar na minha<br />
garganta.<br />
Sem outra palavra, seu pênis cutucou minha abertura, e ele dirigiu a ponta<br />
dentro. A deliciosa dor voltou, e eu senti o estiramento do meu corpo para acomodálo.<br />
Cada preocupação desapareceu, substituída pela necessidade de senti-lo em meu<br />
corpo.<br />
Quando ele empurrou seu pau dentro de mim, comecei a choramingar<br />
conforme sua boca colidia com a minha, me roubando a respiração mais uma vez.<br />
Sua pélvis recuou e bateu em mim. Minhas costas arquearam quando ele foi<br />
mais fundo, deixando-me completamente pasma.<br />
Ver cada um de seus músculos abdominais ondularem fez meus dedos<br />
doerem para tocá-los. Eu deslizei minhas mãos pelas suas costas, encontrando o<br />
contorno dos músculos e sentindo-os passar debaixo dos meus dedos.<br />
Eu relaxei quando ele puxou minhas pernas, sentou-se ligeiramente, e agarrou<br />
meus tornozelos. Eu vi com olhos arregalados quando ele separou-os, criando um<br />
gigante V.<br />
Seu pênis me bateu. Nada o impedia de estar dentro de mim totalmente.<br />
Fechei os olhos, o sentindo acariciar minhas entranhas.<br />
—Abra os olhos. — Ele ordenou com voz severa, mas suave.<br />
—Olhe para mim enquanto eu te fodo.<br />
Sem hesitar, abri os olhos e o vi me foder. Prazer e luxúria ardiam em seus<br />
olhos conforme olhava para mim, e trabalhava seu pênis dentro e fora do meu corpo.<br />
Sua parte inferior balançava enquanto seus ombros permaneciam retos, e ele girava<br />
seus quadris da maneira mais deliciosa.<br />
—Toque-se. —Disse ele. —Eu quero vê-la gozar novamente, no meu pau.<br />
85
Eu nunca tinha me tocado na frente de outra pessoa, mas do jeito que ele<br />
estava olhando para mim, eu não hesitei. Depois de correr a minha mão no meu<br />
meio, encontrei meu clitóris e comecei a acariciar em torno dele.<br />
A umidade causada por sua boca ainda permanecia, fazendo com que os<br />
dedos deslizassem facilmente contra a minha carne. Toda vez que ele dirigia seu pau<br />
para dentro, eu gemia, movendo os dedos mais perto do meu clitóris.<br />
Incapaz de resistir, acariciei meu clitóris, deixando os círculos ficarem mais<br />
fortes a cada passagem. Eu precisava desse orgasmo mais ainda do que o que ele já<br />
havia me dado. Da forma que o seu pau varria dentro de mim, eu não poderia<br />
esperar mais.<br />
—É isso aí, baby. Goza no meu pau.<br />
Ninguém nunca tinha me falado sujo na cama antes e, de repente, me dei<br />
conta do que havia perdido.<br />
Fechei os olhos concentrando-me em seus golpes.<br />
—Olhe para mim quando gozar. — Ele resmungou baixinho.<br />
Meus olhos abriram quando meu dedo roçou o meu clitóris com mais<br />
firmeza. Enquanto ele serpenteava seus quadris e eu acariciava entre as minhas<br />
pernas, uma explosão de prazer tomou todo meu corpo.<br />
Meus dedos dos pés curvaram. Levantei minha cabeça do travesseiro<br />
enquanto meus dedos vacilaram. O orgasmo que atingiu meu sistema foi maior do<br />
que todos os orgasmos juntos que eu tive em minha vida.<br />
Tentei respirar, mas não podia. Meu corpo estava bloqueado, pulmões e tudo,<br />
enquanto a onda me percorria de cima a baixo, puxando a vida de mim. Morgan<br />
gemeu, trêmulo, seguindo-me sobre o penhasco.<br />
Eu apertei contra ele, puxando-o mais profundamente dentro de mim, nossos<br />
corpos formando um só.<br />
Arfamos tentando conseguir um pouco de ar, a moleza me tomando<br />
enquanto ele esmagava seu corpo contra o meu. Minhas pernas estavam rígidas, com<br />
dores pela posição desconhecida, desabando na cama. Meu corpo estava gasto,<br />
minha mente nebulosa e, eu tentava trazer oxigênio para meu sistema.<br />
86
Quando ele rolou para o lado e me puxou, eu fui de bom grado. Aninhada,<br />
saciada, caí no sono com nada na mente, somente ele.<br />
87
Capítulo 11<br />
Estou tão fodido<br />
Eu dormi com minha cliente.<br />
Não. Eu fodi Race True.<br />
A memória da noite passada voltou para mim quando abri meus olhos. O jeito<br />
que ela tinha chamado o meu nome, o som de seus gemidos, e o orgasmo duro que<br />
tinha me rasgado, me fez sorrir.<br />
Race True era mais do que eu esperava. Eu sabia, no momento em que a vi,<br />
que eu a queria.<br />
Ela moveu-se, puxando o edredom contra o peito.<br />
Sentando-me, eu assisti um ronco suave sair de seus lábios.<br />
Havia muito sobre a mulher que eu não conhecia. A única coisa que eu sabia,<br />
com certeza, era que eu queria saber tudo sobre ela.<br />
Ontem à noite não foi o fim.<br />
Não podia ser.<br />
Eu estive com muitas mulheres na minha vida, mas ninguém como ela.<br />
Eu estou tão fodido.<br />
Eu dormi com a minha cliente.<br />
Se ela acordar e lamentar por ontem à noite, ela poderia me demitir. Thomas<br />
provavelmente me mataria se descobrisse. A ansiedade tomou conta de mim.<br />
—Bom dia. — Ela sussurrou, esticando os braços.<br />
—Bom dia, linda. — Respondi, sentindo-me instantaneamente aliviado.<br />
—Eu dormi como uma pedra. —Ela chutou as cobertas, contorcendo seu<br />
corpo como eu nunca tinha visto, e bocejando.<br />
88
—Eu também. —Eu disse.<br />
Na noite passada, eu tinha desmaiado completamente, segurando seu corpo e<br />
girando os dedos em seu cabelo.<br />
—Vem cá, Race. —Eu disse batendo o pé, querendo tocá-la.<br />
—Você já quer que eu chupe seu pau? —Perguntou ela com os olhos<br />
arregalados.<br />
—Se você está oferecendo. —Eu ri. —Eu só quero conversar.<br />
—Oh! — Ela murmurou antes de colocar a cabeça na minha coxa.<br />
Enfiei os dedos no cabelo dela, acariciando a seda amarela.<br />
—Eu quero falar sobre a noite passada. — Eu disse.<br />
Ela virou-se e olhou para mim.<br />
—O que há para falar?<br />
—Você está bem? —Engoli em seco, acalmando minhas mãos em seu cabelo.<br />
—Quero dizer, estamos bem?<br />
—Você acha que eu me arrependi? Ou que eu estava bêbada demais para não<br />
saber o que estava fazendo?<br />
Mordi o lábio respirando profundamente.<br />
—Sim.<br />
—Morgan. — Ela sussurrou, esfregando sua bochecha contra a minha coxa. —<br />
Eu não me arrependo de nem um minuto de ontem à noite.<br />
—Ufa! —Murmurei, começando a acariciar seu cabelo novamente, amando o<br />
jeito que caía sobre meus dedos. —Porque foi fan-porra-tástico!<br />
Ela riu, balançando a cabeça. —Foi, e eu lhe disse que não estava bêbada. —<br />
Disse ela, relaxando contra mim.<br />
—Você estava muito bêbada.<br />
—No momento em que chegamos aqui, fiquei sóbria o suficiente para saber o<br />
que estava pedindo. Eu não me arrependo de nem um minuto.<br />
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Fechei os olhos, descansando minha cabeça contra a cabeceira. —Você não<br />
deveria. Eu fui espetacular. —Olhei para ela de esguelha.<br />
—Você é um idiota. —Ela bateu no meu estômago. —Morgan. — Ela<br />
sussurrou, traçando os contornos do meu abdômen com os dedos, onde sua mão<br />
tinha acabado de bater.<br />
—Sim? —Perguntei, ficando perdido no padrão.<br />
—Você acha que devemos parar de trabalhar juntos? Quero dizer, você ainda<br />
pode trabalhar no meu caso depois do que fizemos? —Seu dedo ficou imóvel,<br />
permanecendo contra a minha pele.<br />
Eu não respondi de imediato, pensando sobre isso.<br />
—Sim, Race. Quero terminar o seu caso. Não há nada mais que eu queira do<br />
que deixar você em segurança. — Eu disse, sabendo que ninguém mais trabalharia<br />
tão duro por ela. —Ninguém tem mais a ganhar com o caso resolvido do que eu.<br />
Ela levantou-se, olhando para mim com os vincos em sua testa se<br />
aprofundando.<br />
—O que você tem a ganhar, Sr. DeLuca?<br />
—Você, Sra. True. — Eu disse tratando o assunto com naturalidade. —Eu<br />
tenho tudo a perder se eu não conseguir solucionar isso, e mais do que eu mereço se<br />
eu resolver o seu caso.<br />
sorriu.<br />
—Como você sabe que eu não quero só dormir com você e nada mais? —Ela<br />
—Vamos lá, princesa. Eu vi como você olhou para mim quando meu pau<br />
estava enterrado dentro de você.<br />
—Querido, isso era luxúria.<br />
Eu balancei a cabeça, franzindo os lábios. —Isso foi mais do que luxúria.<br />
—Eu gosto de você, Morgan, mas não vamos exagerar. — Ela disse deitando a<br />
cabeça. —Embora, eu admito, eu amo seu pau.<br />
90
—É um começo. —Menti, porque embora ela não pudesse dizer as palavras,<br />
seu corpo a traiu. —Você pode mentir para você mesma o quanto quiser, mas eu sei<br />
a verdade. —Eu pisquei para ela.<br />
—Eu tenho que ir para o escritório. — Ela murmurou, fechando os olhos.<br />
—É sábado.<br />
—Só por isso? Você vai trabalhar hoje? —Perguntou ela, acariciando o V no<br />
meu abdome.<br />
—Sim. Depois que eu encontrar um lugar para morar.<br />
—Veja. Nós dois somos workaholics 7 . —Brincou ela, passando as unhas na<br />
minha pele.<br />
—Só porque eu quero resolver o seu caso.<br />
—Boa resposta.<br />
Olhei para o relógio, percebendo que ainda tinha uma hora. —Eu tenho que<br />
ir, mas não quero me mover.<br />
—Humm. — Ela murmurou.<br />
—Eu tenho um compromisso com o meu corretor de imóveis.<br />
Ela suspirou antes de sentar-se.<br />
—É melhor você ir, então. —Ela deixou os lençóis caírem do seu corpo, dando<br />
um sorriso preguiçoso.<br />
Fiquei olhando para seu peito enquanto minha ereção matinal crescia pronta<br />
para entrar em ação.<br />
—Eu tenho um pouco de tempo. —Me inclinei para frente. —E você? —<br />
Murmurei contra sua pele.<br />
—Eu posso fazer o meu tempo.<br />
—Eu vejo aquele olhar em seus olhos. — Eu disse a ela, varrendo a minha<br />
língua em seu pescoço.<br />
7 Viciados em trabalho<br />
91
oca.<br />
—Morgan. —Ela sussurrou, com a voz entrecortada. —Só me fode e cale a<br />
Mordi seu pescoço.<br />
—Eu gosto de uma mulher que sabe o que quer.<br />
—Xii! — Ela sussurrou, apalpando meu pau. – Fala menos.<br />
Eu fodi Race mais uma vez antes de sair. Não sabia se seria a última vez.<br />
Memorizei todos os ângulos, armazenando-os para mais tarde.<br />
Eu saí com as pernas bambas, perfeitamente gastas.<br />
As coisas tinham mudado entre nós, e minha vida parecia estar se encaixando.<br />
Talvez eu estivesse lendo mais nisso do que deveria. Mas havia aquele olhar<br />
que eu conheço, que transmite todas as emoções não ditas. Eu vi isso em seus olhos.<br />
Ela queria me conhecer, tanto quanto eu queria descobrir quem era a<br />
verdadeira Race True, e isso me fez feliz.<br />
Eu andei até a calçada e entrei no meu carro, saboreando a memória dela<br />
chamando meu nome.<br />
A vida era boa.<br />
92
Capítulo 12<br />
Oh Deus<br />
Race<br />
Meu Deus. Eu fodi Morgan DeLuca.<br />
Na verdade, ele tinha-me fodido, e eu não tinha vergonha de admitir que eu<br />
amei cada minuto disso.<br />
Ele me abraçou também. Segurou-me em seus braços toda a noite, e eu<br />
adorei pra caralho.<br />
—Esse sorriso é sobre o quê? —Cara perguntou entrando no meu escritório.<br />
—Oh nada. — Falei, balançando para frente e para trás em minha cadeira.<br />
—Eu tenho trabalhado para você tempo suficiente para conhecê-la. —Disse<br />
ela, levantando uma sobrancelha e começando a arrumar minha mesa.<br />
Cara tinha sido atribuída a mim no meu primeiro dia de trabalho. Enquanto<br />
subia os degraus, ela vinha comigo e manteve-se sempre fiel. Eu não acho que<br />
poderia ser possível ter uma secretária melhor do que ela. Mais importante, ela era<br />
minha melhor amiga, e sempre confiei nela.<br />
Ela olhou para mim. —É aquele homem, não é?<br />
—Quem? —Perguntei murmurando.<br />
—Você já teve duas reuniões agora, com o homem da empresa de<br />
investigação.<br />
—Ele é bom. — Eu disse, mexendo com a minha caneta.<br />
—Claro. —Disse ela. —Por que você está tão vermelha agora que eu o<br />
mencionei? —Ela inclinou a cabeça, sorrindo.<br />
—Está quente aqui.<br />
—Não está. Então, você gosta dele? —Perguntou. —Você já o beijou?<br />
93
—Cara! — Eu disse, tentando não sorrir.<br />
Ela balançou a cabeça e riu.<br />
—Não importa o que ele fez, eu gosto de ver você feliz.<br />
—Sim. —Eu sussurrei incapaz de olhar nos olhos dela.<br />
—Não esqueça de que é hoje. —Ela me disse no momento em que pegava<br />
uma pilha de pastas para arquivar.<br />
—Eu sei. —Suspirei com um nó formando no meu estômago.<br />
—Você quer que eu pegue algumas flores para você? —Ela perguntou,<br />
parando na porta.<br />
—Não. Eu pego. — Eu disse a ela, balançando a cabeça. —Por que você não<br />
sai mais cedo hoje? Não há nenhuma razão para você trabalhar nos fins de semana<br />
comigo, Cara.<br />
—Eu gosto de passar um tempo com você, Race. Você sabe disso. Meus filhos<br />
estão crescidos, meu marido foi embora, e eu não posso simplesmente ficar em casa<br />
o dia todo. Eu ficaria louca.<br />
—Bem, eu adoro ter você por perto, Cara. Você é mais do que apenas a minha<br />
secretária.<br />
—Eu sei, garota. Eu sei. Eu acho que você deve tirar o dia de folga também. —<br />
Ela segurou a porta aberta enquanto equilibrava a pilha de pastas em seus braços.<br />
fazer.<br />
Olhei por cima da minha mesa, percebendo que eu não tinha mais nada para<br />
—Eu vou sair em breve.<br />
—Até segunda-feira. — Ela disse antes de sair.<br />
—Segunda-feira. — Eu repeti, agarrando minha bolsa e seguindo-a até o<br />
saguão.<br />
*****<br />
Hoje era o aniversário da morte de meu pai.<br />
Onde é que foram quinze anos?<br />
94
Mesmo que o tempo tenha passado, a tristeza imensurável de perder meu pai<br />
não tinha diminuído. Todo dia eu pensava nele. Havia momentos em que eu sentia<br />
falta dele mais do que em outros, mas não passava um segundo sem que eu não<br />
sonhasse estar em seus braços.<br />
Lágrimas caíram dos meus olhos, estatelando-se na grama enquanto estava<br />
na frente de sua sepultura.<br />
—Papai. —Sussurrei, caindo na grama. —Sinto muito. — Eu gemia, cobrindo<br />
meu rosto. —Eu deveria ter vindo mais cedo.<br />
À medida que cada ano passava, eu vinha visitá-lo cada vez menos. A culpa<br />
que eu experimentava sugava a vida de mim. Eu não podia passar meus finais de<br />
semana aqui, sentindo o peso de sua morte em meus ombros.<br />
Ele foi meu mundo inteiro, e o único na minha família que me mostrou amor<br />
incondicional. Ele me levava em todos os lugares com ele, para desgosto da minha<br />
mãe. Escapávamos secretamente nos fins de semana, desfrutando de nosso tempo<br />
fora da cidade.<br />
Meu pai tinha sido o meu melhor amigo. Não havia nada que eu amasse mais<br />
do que ser sua menina. Quando ele morreu, um pedaço de mim foi enterrado com<br />
ele.<br />
Minha mãe ficava mais odiosa a cada dia que passava. Até o momento em<br />
que eu fui para a faculdade, nós tínhamos parado de nos falar. Realmente, eu tinha<br />
parado de falar com ela porque não podia mais aguentar suas besteiras. De alguma<br />
forma, ela tinha chegado à conclusão de que a culpa de meu pai ter morrido foi<br />
minha.<br />
Ele morreu instantaneamente um dia após o trabalho, quando veio me pegar<br />
na escola. Ela disse que a sua necessidade de me fazer feliz por não exigir que eu<br />
pegasse o ônibus escolar, foi a causa. Não foi o carro que tinha batido na parte de<br />
trás do seu SUV, mas eu. Em sua mente, eu fui a pessoa que o matou.<br />
Depois de colocar as flores em seu túmulo, me levantei e beijei sua lápide. —<br />
Eu te amo, papai. —Sussurrei com outra onda de soluços escapando.<br />
Eu teria dado qualquer coisa para ouvi-lo chamar meu nome novamente.<br />
Eu conhecia a perda.<br />
95
Era parte de mim.<br />
Meu pai foi meu primeiro amor, e a primeira pessoa a me deixar para trás.<br />
Todos me deixaram.<br />
Eu não poderia deixar-me sentir nada por Morgan. Eu acho que não poderia<br />
ter outro coração partido sem perder-me completamente na escuridão.<br />
96
Capítulo 13<br />
Jantar em Família<br />
—Como vai o trabalho? —Perguntou o tio Sal.<br />
—Bom. Muito bom.<br />
—Ele tem sido uma grande ajuda, Pop. — Thomas me deu um breve aceno.<br />
—Nós realmente precisávamos dele. Inferno, nós ainda poderíamos usar alguns caras<br />
para nos dar uma folga.<br />
—É sempre bom estar na demanda filho.<br />
Eu deveria me sentir culpado por sexta à noite, mas não o fiz. Eu não me<br />
arrependo de nenhum momento que passei com Race.<br />
—Sim. James e eu estamos discutindo alguns nomes de pessoas que<br />
poderíamos recrutar para se juntarem a nós. — Thomas disse enquanto colocava os<br />
pés em cima da mesa de café.<br />
—Alguém que eu conheça? —Perguntou o tio Sal, levantando uma<br />
sobrancelha.<br />
—Você conhece, mas eu não quero falar sobre trabalho hoje. Eu ainda estou<br />
tentando convencer James de que ele é o homem certo para o trabalho.<br />
—Oh! Sam? —Perguntou.<br />
James juntou as mãos e cerrou os dentes. —Você sabe que eu o odeio.<br />
Thomas olhou para James e sorriu. —Nós já passamos por isso.<br />
—Você já falou com a sua mãe hoje, Morgan? —Tia Mar perguntou<br />
adentrando a sala de estar.<br />
—Hoje não. Algo aconteceu? —Perguntei, meu coração começou a bater de<br />
forma irregular.<br />
97
—Ela disse que estaria aqui na próxima semana. — Ela sorriu sentando-se no<br />
braço do sofá.<br />
—Ótimo. — Eu disse em voz baixa, com os dentes cerrados.<br />
—Você é um mentiroso horrível. —Tia Mar bateu-me com o pano de prato.<br />
Suspirei. —Eu a amo, mas a mulher às vezes é tão arrogante.<br />
—Nós somos mães. Estamos aptas a ser.<br />
Essa foi sempre a desculpa que minha mãe me deu. Era seu trabalho ser chata<br />
e intrometida como o inferno.<br />
—Mas seria bom se ela pudesse pegar leve só um pouco.<br />
Tia Mar riu. —Nunca vai acontecer. —Disse antes de levantar-se e voltar para<br />
a cozinha.<br />
Joe me cutucou com o cotovelo.<br />
—Você apenas tem que aprender a lidar com elas.<br />
—Sim. — Mike concordou da cadeira no canto, balançando a cabeça<br />
lentamente.<br />
—Fingir que você está ouvindo, e aprender a ignorá-la. Isso é o que eu faço<br />
com Ma. —Anthony puxou sua esposa, Max, em seu colo.<br />
—Eu posso ouvir você! —Tia Mar gritou da cozinha.<br />
—Ma não é tão ruim. — Acrescentou Thomas.<br />
Todos os olhos se voltaram para ele.<br />
—Isso é porque você esteve fora muito tempo. Se não fosse por isso, você<br />
teria a mesma besteira igual a nós. — Joe disse calmamente, enquanto seus olhos<br />
corriam em direção à cozinha.<br />
—Oh, por favor. Elas só nos amam. —Thomas estufou o peito.<br />
chão.<br />
—Mentira. Tudo mentira. — Izzy disse deslizando entre as pernas de James no<br />
Eu senti inveja dos Gallos.<br />
98
Eles tinham um ao outro.<br />
Eu fui sozinho minha vida inteira, sem irmãos ou irmãs para brincar ou cuidar<br />
de mim. Eu sentia falta da minha mãe, mas eu nunca admitiria isso. E se eu fosse<br />
completamente sincero, eu desejei que Race estivesse aqui comigo.<br />
—Qual o problema? —Perguntou Joe.<br />
Pisquei algumas vezes me focando nele. —Eu? —Perguntei, franzindo o nariz.<br />
—Sim, você.<br />
—Nada, cara.<br />
—Alguma coisa está te preocupando primo. Cuspa. —Disse Joe, correndo o<br />
dedo sobre o lábio.<br />
Eu suspirei, esfregando as mãos no rosto.<br />
—Só pensando em como vocês tem sorte de ter um ao outro.<br />
—Cara, deve ter sido uma merda ser filho único. — Mike entrou na conversa,<br />
balançando a cabeça quando estremeceu.<br />
Dei de ombros.<br />
—Às vezes, era ótimo. Eu não tinha que compartilhar nada com ninguém,<br />
mas, então, em outras vezes...<br />
—Sim. Era solitário. —Disse Mike.<br />
—Eu acho besteira. Eu adoraria ser filha única. — Izzy deixou escapar. —Eu<br />
gostaria de toda a atenção. Além disso, eu não teria que lidar com esses jumentos<br />
toda a minha vida.<br />
—Izzy. — Anthony disse lhe dando um olhar desagradável. — Por favor, pare<br />
com essa besteira. Você foi tratada como a única criança durante anos. Você é uma<br />
menina, e isso lhe proporcionou uma existência muito encantada.<br />
—Foi um pote de merda. —Ela revirou os olhos.<br />
Na outra sala, as crianças mais velhas brincavam na nova sala de jogos que tia<br />
Mar tinha feito para elas. Os Gallos estavam criando um pequeno exército. Izzy teve<br />
meninos gêmeos cerca de seis meses antes de seu casamento, e nomeou-os Rocco e<br />
99
Carmello, mas todos o chamavam de Mello. Thomas e Angel tiveram um menino,<br />
Nick, que estava aprendendo a andar. Anthony, Joe e Mike cada um nomeara as<br />
meninas de Tamara, Gigi, e Lily, respectivamente.<br />
—É melhor eu ir buscar Nick para que ele esteja pronto para comer, baby. —<br />
Angel disse a Thomas, antes de beijá-lo na bochecha e se levantar.<br />
—James. —Disse Izzy, olhando para ele.<br />
—O que?<br />
—Preciso de ajuda em buscar essas duas feras que você ajudou a fazer. —Izzy<br />
levantou-se e colocou as mãos nos quadris.<br />
—Eu faço isso. Vou pegar os dois, amor. Você descanse. — Ele a puxou de<br />
volta para o chão, e esfregou seu rosto em seu pescoço. —Adoro acordar os meninos.<br />
— Ele murmurou contra sua pele.<br />
—Não. Eu quero ajudá-lo. —Disse ela com uma risadinha enquanto ficava de<br />
pé puxando James com ela.<br />
A sala de estar esvaziou rapidamente. Tomei isso como uma sugestão para ver<br />
se tia Mar precisava de ajuda. O mínimo que eu podia fazer era oferecer ajuda, desde<br />
que ela teve a amabilidade de me convidar.<br />
—Ei, tia Mar. — Eu entrei na cozinha, encontrando-a colocando as<br />
almôndegas em uma tigela gigante. —Deixe-me ajudá-la.<br />
—Você é tão bom, Morgan. —Ela virou-se e me deu um sorriso magnífico. —<br />
Você pode terminar isso enquanto eu vejo se o nhoque está pronto?<br />
—Claro que sim. — Respondi, porque nhoque era o meu favorito. Caía no<br />
meu estômago como uma tonelada de tijolos, mas era surpreendentemente suave.<br />
Ela me entregou a colher.<br />
—Você é realmente um bom homem. Você mudou tanto desde que era um<br />
adolescente.<br />
—Espero que sim. Eu era um punk naquela época.<br />
100
—Todos nós temos de crescer em algum momento. Você apenas tomou o<br />
caminho mais difícil. —Ela inclinou-se e puxou uma tigela gigante do armário sem<br />
nenhum problema.<br />
—Juntar-me ao exército foi a melhor coisa para mim. Minha mãe discordaria,<br />
mas eu não sei se estaria vivo hoje se não fosse por eles.<br />
Ela colocou a tigela na pia e virou-se para mim.<br />
—Morgan. —Disse colocando a mão no meu ombro. — Sua mãe sabe que foi<br />
a melhor coisa para você. Ela só gosta de reclamar. Além disso... — Ela adicionou<br />
voltando sua atenção para a massa — É o trabalho de uma mãe fazer seus filhos se<br />
sentirem culpados. —Ela estava cercada por uma nuvem de vapor enquanto<br />
despejava água fervente e massa na pia.<br />
Deixei cair à última almôndega na travessa e a vi sacudindo a água para fora<br />
da massa.<br />
—Vocês são loucas.<br />
—Nós seriamos chatas se não fossemos. Seja um bom menino e vá colocar<br />
essas almôndegas na mesa da sala de jantar. Estamos apenas começando aqui.<br />
—Sim, senhora. — Eu provoquei, saudando-a.<br />
—Espertinho. Vocês são todos iguais.<br />
—Touché, tia Mar. —Desejei ter usado um pegador de panelas para levar a<br />
maldita travessa.<br />
Pela primeira vez em sempre, eu senti como se tivesse uma família<br />
novamente. Que pertencia a algum lugar. Embora fossem meus primos, eu os amava<br />
como se fossemos mais. Nós passamos a nossa juventude juntos, fazendo merda e<br />
causando problemas na vizinhança.<br />
Isso foi até que Joe e eu tínhamos ficado em apuros o suficiente, para fazer tia<br />
Mar e tio Sal embalar as coisas, pegar as crianças e sair da cidade. Foi a pior sensação<br />
que um dia senti.<br />
Olhei em volta da mesa da sala de jantar, observando cada uma das cadeiras,<br />
e disse a mim mesmo: Eu sou um sortudo filho da puta. Deixei de fora a parte sobre<br />
Race.<br />
1<strong>01</strong>
Só então, tia Mar gritou: — Jantar! —Enquanto ela carregava o nhoque para a<br />
sala de jantar, com os pegadores de panela que decidi não usar.<br />
—Obrigado. — Eu disse olhando para ela.<br />
—Por quê? —Ela perguntou colocando a travessa na mesa.<br />
—Por ser a minha família. — Respondi, e então lhe dei um beijo na bochecha.<br />
—Quem diria que você é tão coração de manteiga, Morgan?<br />
—Que isso não se espalhe. Entendeu?<br />
—Tarde demais. — Joe disse enquanto entrava na sala. —Eu vou comprar<br />
para o seu traseiro uma bolsa, para transportar todos esses sentimentos dentro de<br />
você.<br />
—Não comece, Joseph. — Tia Mar avisou. —Você não é tão duro como<br />
parece, meu filho. As pessoas têm teto de vidro.<br />
—Sim, sim. —Ele interrompeu. —Eu tenho sim.<br />
—O que eu perdi? —Izzy perguntou entrando atrás de Suzy, levando Mello.<br />
Ou talvez fosse Rocco. Eu não conseguia distingui-los ainda.<br />
—Nada, Izzy. Vamos comer. — Joe disse puxando a cadeira para sua esposa.<br />
Um por um, todos entraram na sala de jantar, tomando seus lugares na mesa.<br />
Mesmo eu, tinha a minha própria cadeira. Eu era um membro de pleno direito da<br />
família.<br />
Desta vez, eu não faria nada para acabar com isso.<br />
102
Capítulo 14<br />
Totalmente Fodida<br />
Race<br />
Eu odiava domingos.<br />
Eles eram inúteis.<br />
Eu sempre planejava passar meus domingos na praia, beber vinho e ler um<br />
bom livro, mas isso nunca aconteceu. Normalmente, eu ficava em casa, lavava roupa,<br />
e trabalhava de pijama.<br />
Eu não fui capaz de tirar Morgan da minha mente. Eu sabia que não deveria<br />
querer estar com ele, mas eu queria mais do que tudo no mundo. Eu não sobreviveria<br />
a ele. Eu sabia.<br />
Quando eu verifiquei meu e-mail antes de sentar para assistir a um filme, o<br />
que apareceu na minha tela me sacudiu.<br />
Race,<br />
Ele não pode ajudá-la. Ninguém pode. Você está na minha mira, e<br />
eu vou te pegar quando menos esperar.<br />
Meu coração começou a bater forte, e olhei em volta, me perguntando se<br />
alguém estava do lado de fora da minha casa. Peguei meu telefone e mandei uma<br />
mensagem para Morgan.<br />
Morgan: Estou indo. Fique aí.<br />
Eu: Não, eu estou bem. Eu só queria avisá-lo.<br />
Abri e tranquei de novo as portas francesas dos fundos, enquanto esperava<br />
pela sua resposta, e então olhei através das cortinas, tentando ver se tinha alguém lá<br />
fora.<br />
103
Morgan: Eu estou chegando, Race. Preciso fazer uma verificação de<br />
perímetro. Vou trazer os outros para ajudar, e ficar com você por um<br />
tempo. Sem reclamações.<br />
Eu não esperava que ele se apressasse por aí. Eu me senti culpada por tirá-lo<br />
de tudo o que estava fazendo esta noite.<br />
Eu: Não. Não há ninguém aqui. Estou bem. Sério.<br />
Morgan: Fique aí dentro, tranque as portas e fique longe das janelas.<br />
Eu chegarei em vinte minutos.<br />
Dã! Quer dizer, sério? Será que ele acha que eu ficaria do lado de fora e<br />
cantaria uma canção?<br />
Eu: Sim, senhor.<br />
Eu apaguei as luzes tentando me distrair enquanto esperava.<br />
Acomodei-me no sofá, assistindo ao The Bachelor 8 , e o desenrolar que<br />
acontecia a cada episódio. Era sempre bom para dar risada. Eu comecei a cair no sono<br />
durante a cerimônia da rosa, meus olhos ficando pesados e começando a arder.<br />
A campainha tocou e eu pulei.<br />
porta.<br />
—Race! —Morgan gritou quando ele bateu na porta. —Race, atende a maldita<br />
—Estou indo! —Eu respondi indo em direção à porta. Verifiquei o meu reflexo<br />
no espelho. Meus olhos estavam vermelhos, com olheiras. Ótimo. Meu pijama estava<br />
ok, eles não eram nada que ele não tinha visto antes. Realmente, era apenas um<br />
short e uma regata. Não estava querendo que ele achasse que eu tinha feito um<br />
esforço.<br />
Era apenas negócios, me lembrei quando cheguei à porta, não sexo.<br />
—Race! Eu vou colocar a porta abaixo se você não abri-la. —Ele bateu na<br />
porta desta vez.<br />
8 The Bachelor é um reality show de encontros amorosos roteirizado, produzido pela rede de televisão norte-americana<br />
ABC desde 2002<br />
104
O homem era um grande idiota.<br />
—Que diabos? —Perguntei, jogando minhas mãos para cima depois que eu<br />
abri a porta.<br />
Seus olhos estavam em chamas enquanto ele respirava com dificuldade.<br />
—Que diabos? Isso é tudo que você vai dizer? —Ele perguntou, com as mãos<br />
apoiadas no batente e dois homens atrás dele.<br />
—Bem, sim. Quer dizer, eu estou bem, e não há nenhuma razão para ameaçar<br />
arrebentar a minha porta. Eu gritei que estava vindo.<br />
—Eu não deixaria uma porta ficar entre mim e sua segurança. —Disse ele,<br />
dando-me um sorriso indiferente.<br />
—Estou bem. Eu não fui assassinada. —Abri a porta ao máximo para deixá-los<br />
entrar.<br />
—Ainda não. —O cara alto disse, seguindo Morgan para dentro da casa.<br />
—Jesus. Vocês são todos como Debbie Downers 9 . —Eu disse enquanto<br />
fechava a porta.<br />
—Somos realistas, Sra. True. Existem ameaças contra você, e estamos levando<br />
muito a sério. —Disse Gallo.<br />
—Bem. Estou preocupada também. Você está certo. Mas não temos que ir ao<br />
limite aqui.<br />
Enquanto eu estava lá, meio vestida, vermelhidão subiu pelo meu peito.<br />
Eu nunca fui aquela garota.<br />
—O limite teria sido se nós viéssemos com nossas armas em punho, senhora.<br />
—Disse o homem alto.<br />
Eu balancei minha cabeça enquanto caminhava de volta para o sofá.<br />
—Homens. Vocês são todos loucos. — Eu murmurei, caindo na almofada.<br />
9 Nome de um personagem no Saturday Night Live que estraga encontros sociais, trazendo até tópicos negativos.<br />
105
—Nós vamos fazer um levantamento do perímetro, enquanto Morgan verifica<br />
a casa. Nós estaremos fora daqui em breve. — Thomas tranquilizou-me antes de<br />
caminhar em direção à porta dos fundos.<br />
—Quanto mais cedo melhor. — Retruquei, cruzando os braços sobre o peito.<br />
—Eu vou ficar. — Morgan me disse abrindo seus pés na largura dos ombros,<br />
eriçando-se como um gato.<br />
—Não, você não vai. —Atirei em direção a ele.<br />
Eu queria que ele ficasse não porque tinha, mas porque queria.<br />
Ele me encarou. —Sim. Eu vou.<br />
—Por quê? —Eu perguntei, olhando para ele.<br />
Seus olhos correram em direção ao meu peito, e meus olhos o seguiram. Pelo<br />
amor de Deus, meus braços tinham empurrado os meus seios para cima, colocandoos<br />
em plena exibição.<br />
Quando eu trouxe meus olhos de volta ao seu, ele ainda estava grudado em<br />
meu peito. Qualquer constrangimento que eu tinha desapareceu. Morgan DeLuca<br />
estava com segundas intenções. Ou seriam terceiras?<br />
—Porque eu não serei capaz de dormir esta noite se achar que alguém está<br />
atacando você. — Respondeu.<br />
—Eu tenho uma arma.<br />
Ele fechou os olhos, apertando a ponte do nariz.<br />
—Isso não deixa minha mente à vontade, princesa.<br />
Eu levantei minha cabeça.<br />
—Por quê? Porque eu sou uma garota?<br />
—Não, Race. —Disse ele, e então gemeu. —Deixe-me verificar a casa e ter<br />
uma rápida reunião com os caras, e explicarei isso para você.<br />
Revirei os olhos, virando-me de costas para ele. Antes que eu pudesse dar<br />
dois passos, sua mão enrolou no meu braço, me arrastando para trás.<br />
—Com licença. — Eu rebati, olhando para sua mão.<br />
106
—Escute, Race. Deixe essa atitude por cinco malditos minutos. Estou aqui<br />
para te proteger. Você pode esperar. —Ele tocou meu queixo, levantando meus olhos<br />
para encontrar os seus. —Não fique ofendida e batendo os pés como uma criança.<br />
Por favor, deixe-me fazer o meu trabalho sem qualquer birra, mulher.<br />
—Vá. —Disse acenando para ele ir embora. —Faça o seu trabalho. —Eu me<br />
encolhi, sabendo que soou como birra.<br />
Ele soltou meu braço, sua mandíbula apertada.<br />
—Fique aqui. — Ele ordenou, apontando para o chão.<br />
Cruzei os braços novamente. —Tá bem.<br />
Ele marchou, movendo-se de sala em sala.<br />
Por que diabos Morgan DeLuca fazia a forte executiva em mim desaparecer?<br />
Quando eu estava perto dele, me transformava em uma cadela, uma bêbada<br />
ou uma loose-lipped 10 .<br />
—Encontrou alguma coisa suspeita? —Gritei ainda de pé no mesmo lugar.<br />
—Não. —Ele andou até a cozinha, batendo a porta dos fundos quando saiu.<br />
Eu fui na ponta dos pés para a cozinha, abri as persianas, e assisti-os. Eles<br />
estavam amontoando na calçada. Não importa o quanto eu tentasse, eu não<br />
conseguia entender o que eles estavam dizendo uns aos outros. Quando se<br />
separaram e Morgan começou a caminhar de volta e subir os degraus, eu corri de<br />
volta para o meu lugar.<br />
Quando ele entrou na sala, olhou para mim com a sobrancelha arqueada.<br />
—Você ficou?<br />
—Sim.<br />
Ele estreitou os olhos para mim.<br />
—Não importa. O perímetro está limpo e não há ninguém dentro da casa. Os<br />
caras estão voltando para casa.<br />
10 Dada a conversa indiscreta ou incessante<br />
107
—Posso me mover agora?<br />
—Sim.<br />
Virei às costas, movendo-me mais rápido desta vez, e cai no sofá.<br />
—Eu tentei te dizer que não havia ninguém aqui. Você não precisava trazer os<br />
caras para conferir. Agora que estou segura, você pode ir. Seu trabalho não implica<br />
em ser meu guarda costas. —Eu peguei o controle remoto, mudando os canais, e<br />
tentando não olhar para ele.<br />
Ele sentou-se, virando-se para olhar para mim.<br />
—Eu vou ficar com você.<br />
Olhei para trás. —Por quê? Você acabou de dizer que ninguém está aqui.<br />
—Eu quero ter certeza de que você ficará segura esta noite.<br />
—Não está ultrapassando o chamado dever?<br />
Ele beliscou a ponte de seu nariz, deixando escapar um longo suspiro, duro.<br />
—Race... —Disse ele, me encarando —Você é mais do que um dever para mim. A<br />
outra noite não significou nada para você?<br />
—Bem, eu... —Murmurei, sentindo-me como uma completa idiota.<br />
Ele inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e passando os<br />
dedos pelos cabelos.<br />
—Isso significava algo para mim. Você não foi apenas um caso de uma noite. E<br />
até que eu descubra quem está atrás de você, não vou arriscar que algo aconteça.<br />
Nós já passamos por isso antes. Você pode deixar de ser um osso duro de roer por<br />
cinco minutos?<br />
—Sinto muito. —Me desculpei, chegando mais perto dele. —Eu ia assistir a<br />
um filme antes de dormir. Você quer assistir comigo? —Perguntei, engolindo em<br />
seco e tentando evitar a tentação.<br />
—O que você quiser. —Disse ele, recostando-se na almofada do sofá.<br />
DVD.<br />
—Lado a Lado ou P. S. Eu te amo? —Felizmente para ele, eu tinha ambos em<br />
108
—Qual deles tem mais ação?<br />
Eu joguei minha cabeça contra a almofada e sorri. —P. S. tem mais morte.<br />
—Parece bom.<br />
—Pipoca? —Perguntei me levantando do sofá quando os créditos<br />
começaram.<br />
—Quer ajuda? — Perguntou, começando a se levantar.<br />
Eu o empurrei para baixo.<br />
—Deixa comigo. Relaxe.<br />
Joguei a pipoca no micro-ondas e fiquei olhando, vendo-as estalar<br />
lentamente.<br />
Eu o queria novamente. Tê-lo bem perto, sentir a pele dele contra mim<br />
enquanto sua boca cobria a minha.<br />
Perdida em pensamentos, eu fiquei na ponta dos pés e peguei uma tigela de<br />
vidro. Eu toquei a borda inferior, tentando puxá-la para fora. Como se em câmara<br />
lenta, a tigela escorregou do armário e começou a cair.<br />
—Porra! —Eu gritei, encolhendo-me enquanto tentava agarrá-la. Quando<br />
atingiu a quina do balcão, quebrou e caiu no chão em pedaços, os fragmentos de<br />
vidro deixaram um rastro.<br />
Antes que eu pudesse piscar, Morgan estava de pé ao meu lado, me puxando<br />
para longe dos destroços da tigela.<br />
Eu pulei, gritando alto. —Jesus, você me assustou pra caralho.<br />
—Desculpe. —Disse ele, levantando-me para longe do vidro.<br />
—Droga. — sussurrei pegando um vislumbre das minhas mãos.<br />
Ele puxou minhas mãos mais perto. —Deixe-me ver.<br />
Em vez de puxar para trás, eu cedi.<br />
O sangue já tinha começado a se acumular nas palmas das minhas mãos e<br />
escorria das bordas.<br />
109
Por que eu tinha que tentar pegar a tigela de merda?<br />
—Os cortes não parecem muito profundos. —Disse ele quando trouxe as<br />
minhas mãos mais perto de seu rosto e as inspecionou.<br />
—Precisamos limpar as feridas e parar o sangramento.<br />
—Você é um médico agora? —Eu provoquei, tentando engolir as lágrimas que<br />
estavam ameaçando cair.<br />
Ele agarrou minha cintura e me içou sobre a bancada. Chocada com a sua<br />
força, eu só o encarei. Olhamos um para o outro enquanto ele roçava os polegares<br />
contra o meu estômago, fazendo com que meu interior desse cambalhotas.<br />
—Basta ficar quietinha e bonita enquanto eu enfaixo isso aqui.<br />
Ele acha que eu sou bonita.<br />
Eu senti minhas bochechas corarem.<br />
Seus músculos moveram-se sob as bordas das mangas da camiseta, e fiquei<br />
paralisada por seu ritmo, apertando as pernas juntas.<br />
—Isso pode doer um pouco. —Disse esfregando o sabão na toalha de papel.<br />
Eu estremeci, tentando puxar minhas mãos para trás.<br />
—Não há uma maneira melhor de fazer isso? —Perguntei.<br />
Ele deu um passo para frente, quase em pé entre as minhas pernas.<br />
Meu coração parou e minha respiração vacilou.<br />
—Eu só preciso limpar o sangue e certificar-me de que não haja fragmentos<br />
dentro das feridas antes de enfaixá-las.<br />
—O que você está fazendo? —Perguntei com os olhos arregalados.<br />
Ele olhou para cima e sorriu.<br />
—Eu estou de pé onde eu sei que você não pode me chutar nas bolas.<br />
Eu suspirei, descansando os joelhos contra os seus lados.<br />
Poderia muito bem me divertir.<br />
110
Ele tocou minha mão e deixou os dedos retos. Eu fiz uma careta, esperando a<br />
dor do sabão. Ele limpou a minha palma. O frescor da água foi melhor do que eu<br />
esperava.<br />
Talvez meu cérebro estivesse confuso por ele estar tão perto, mas eu não<br />
sentia dor. Minha barriga vibrou enquanto ele me tocava.<br />
Se eu me inclinasse um pouco mais, eu poderia beijá-lo e sentir o seu cheiro.<br />
—Você acabou de me cheirar? —Ele perguntou olhando para cima, segurando<br />
a minha mão na sua.<br />
—Não! —Eu me contorci, apertando os joelhos contra os seus lados e<br />
imediatamente lamentando a nossa posição.<br />
—Você me cheirou. —Ele olhou para baixo com um sorriso.<br />
Engoli em seco, sentindo a umidade aumentar entre minhas pernas.<br />
—Deixe sua mão aberta para secar. —Ele abriu minha mão direita e repetiu o<br />
processo.<br />
—Terminou? —Perguntei quando ele terminou de limpar o último corte. Eu<br />
estava pronta para pular para baixo e colocar um pouco de espaço entre nós.<br />
—Sim, mas precisamos enfaixá-las em primeiro lugar. Elas ainda estão<br />
sangrando, e se não fizermos isso, vai pingar em todos os lugares.<br />
—Grande. —Revirei os olhos. Por que diabos eu tinha pintado o interior da<br />
minha casa de branco?<br />
—Suas mãos vão estar doloridas amanhã. —Suas mãos repousavam sobre<br />
minhas coxas, queimando minha pele.<br />
—Onde está o seu kit de primeiros socorros?<br />
Eu deveria ter me depilado.<br />
—Fabuloso. —Murmurei.<br />
—No banheiro. —Fiz um gesto em direção ao corredor.<br />
—Fique aí. — Ordenou, apontando para mim.<br />
Dei de ombros, colocando as palmas das mãos para cima.<br />
111
—Para onde eu iria? Eu não quero sangrar por todo o lugar.<br />
Ele esfregou a testa enquanto caminhava pelo corredor e saía de vista.<br />
—Controle-se, Race. —Disse a mim mesma antes de inalar uma respiração<br />
longa e profunda. — Você é uma mulher forte. Você é uma executiva. Você não tem<br />
tempo para envolvimentos românticos. — Soprei o ar dos meus pulmões e fechei os<br />
olhos. —Nós nunca daríamos certo de qualquer maneira. —Disse a mim mesma<br />
conforme pensava na sexta-feira à noite.<br />
—O que não daria certo?<br />
Eu pulei fechando os punhos. —Droga! —Eu gritei com a dor passando pelas<br />
minhas mãos.<br />
—Eu não queria assustá-la. —Disse ele, deixando o kit de primeiros socorros<br />
no balcão.<br />
—Estou nervosa. —Menti, dando uma espiada em minhas mãos, batendo<br />
meus calcanhares no gabinete. —Eu sinto muito.<br />
—Por quê? Fui eu quem que te assustou.<br />
feito.<br />
Eu segurei as palmas das mãos abertas, mostrando-lhe a bagunça que tinha<br />
—Você vai ter que limpá-las novamente. —Eu tentei esconder meu sorriso,<br />
porque, na realidade, eu o queria entre as minhas pernas.<br />
—Não é um negócio difícil, princesa. —Ele disse com uma voz calma,<br />
encolhendo os ombros.<br />
—Me fale um pouco mais sobre você, Morgan. — Eu disse, tentando pensar<br />
em algo diferente do que o seu corpo e o meu, juntos, nus, suados.<br />
Foda-se, eu estava desesperada.<br />
—Não há muito a dizer, Race. Eu lhe disse muito sobre mim no dia em que<br />
nos conhecemos.<br />
—Não, você não disse. Eu quero saber mais sobre quando você estava no<br />
exército. E sempre morou por aqui? — Eu sabia que não era, mas porra, receber<br />
informações dele não foi fácil.<br />
112
—Eu cresci em Chicago, e mudei recentemente, antes de começar a trabalhar<br />
no seu caso.<br />
—Eu estive lá uma vez. É uma cidade incrível. O shopping é espetacular.<br />
—Eu acho que sim. Não sou muito de shopping. —Ele jogou a toalha de papel<br />
suja de sangue na pia.<br />
—Sim. Eu posso ver isso.<br />
—Isso é uma reclamação? —Ele perguntou me olhando com olhos brilhantes.<br />
Eu balancei minha cabeça.<br />
—Não. Você é apenas um homem. —Deus, eu era uma idiota às vezes.<br />
—O que o trouxe para a Flórida?<br />
—Eu vim para um casamento, e meu primo me ofereceu um emprego.<br />
—Qual é seu primo?<br />
gaze.<br />
—Thomas. — Respondeu e abriu a caixa de primeiros socorros tirando uma<br />
—Eu posso ver a semelhança. —Eram homens corpulentos e lindos de morrer.<br />
—Por que você se juntou ao exército? —Eu sabia que estava sempre de boca fechada<br />
sobre o meu passado, mas receber informações dele era como arrancar os dentes.<br />
—Eu tive alguns problemas quando adolescente. O juiz me perguntou se eu<br />
queria me alistar ou passar algum tempo atrás das grades.<br />
—O que você fez? Roubou alguém? —Provoquei, franzindo os lábios.<br />
—Algo parecido com isso. — Ele murmurou.<br />
—Hã?<br />
—Eu nem sempre fui um bom rapaz, Race. —Ele disse fazendo um carinho na<br />
minha mão. —Todos nós fazemos coisas estúpidas quando somos jovens.<br />
—Você ainda é jovem.<br />
—Quando somos mais jovens. —Enfatizou a última palavra.<br />
—O que exatamente você fez? Eu quero ouvir isso.<br />
113
Ele suspirou.<br />
—Por que você quer saber?<br />
Eu mordi o interior da minha boca e pensei sobre como responder a sua<br />
pergunta.<br />
—Estamos apenas conversando um pouquinho.<br />
—Eu preferiria...<br />
—Espere. — Eu o interrompi. —Eu só quero saber quem você é como pessoa.<br />
Prometo não julgá-lo.<br />
—Você está me julgando desde o dia em que me conheceu.<br />
Um nó formou-se na minha garganta.<br />
—Eu sinto muito. Eu não vou julgá-lo. Eu só quero saber mais sobre você. Nós<br />
todos temos um passado, Morgan.<br />
—Eu vou te dizer alguma coisa, se você compartilhar um pouco de si mesma<br />
em troca.<br />
—Eu? —Perguntei um pouco apavorada.<br />
—Sim. É justo, Race.<br />
—OK. É justo, mas você vai primeiro. —Me acovardei. Eu queria ouvir o<br />
segredo grande e sombrio sobre sua vida passada, antes de divulgar algo sobre mim<br />
mesma.<br />
Ele começou a passar pomada antibiótica em toda a palma da mão, mas eu<br />
não senti nada, muito distraída ouvindo-o.<br />
—Eu me envolvi com as crianças erradas no ensino médio. Começou com<br />
coisas pequenas e apenas por estar entediado. Eventualmente, a nossa reputação<br />
chegou a alguns figurões do bairro.<br />
—Figurões? —Perguntei, engolindo em seco.<br />
—Sim. Chicago ainda tem um monte do crime organizado. Um dia, nós<br />
roubamos um caminhão cheio de mercadorias.<br />
—Um caminhão? —Perguntei, olhando para ele de boca aberta.<br />
114
—Um caminhão inteiro, cheio de eletrônicos. Precisávamos vender a merda<br />
rápida para que não fôssemos pego. A notícia foi passada para alguém, que então<br />
disse a alguém, até bater no traficante do nosso bairro.<br />
—Isso não parece muito bom. —Fiquei olhando para as mãos, que ele tocava<br />
com tanta ternura me deixando viciada.<br />
—Estávamos morrendo de medo no início, mas uma vez que nos encontramos<br />
com o cara, ficamos animados. Éramos crianças estúpidas como o inferno, mas<br />
pensamos que era uma grande oportunidade. Naturalmente, nós estávamos errados,<br />
e acabamos presos cerca de um ano mais tarde.<br />
—Isso não faz de você um cara mau, Morgan. Isso te faz um adolescente<br />
estúpido.<br />
—Não, baby. Eu sou um idiota total. Eu não me juntei às forças armadas por<br />
algum código de honra. Eu me alistei porque não queria ficar na cadeia. —Ele puxou<br />
minha mão até seu rosto e soprou.<br />
Arrepios percorreram minha espinha, conforme a respiração deslizava pela<br />
minha pele.<br />
—Isso não faz de você um idiota.<br />
legal.<br />
—Não. —Disse sorrindo. —Não, eu já nasci assim. Não sou a pessoa mais<br />
Eu comecei a rir.<br />
—Morgan, eu sou uma cadela. Eu abraço esse meu lado. Contanto que você<br />
saiba quem você é, o resto não importa. Eu não acho que você seja um idiota de<br />
qualquer maneira.<br />
—Eu tenho meus momentos, Race. —Ele abriu o curativo e colocou-o sobre a<br />
palma da mão, cobrindo a ferida.<br />
—Todos nós temos. —Eu vi quando ele cobriu cuidadosamente meus cortes,<br />
fascinada por seus movimentos e a sensação dele contra mim.<br />
—Tudo feito. —Disse, acariciando meus joelhos. Então, descansou as mãos<br />
nas minhas pernas.<br />
—Obrigada. — Eu sussurrei, tentando fechar os punhos.<br />
115
Porcaria. Eu seria inútil com isso amanhã.<br />
Tudo seria a porra de um transtorno.<br />
—Qual o problema? —Perguntou, inclinando a cabeça.<br />
—Eu só estava pensando. —Mordi o lábio olhando para ele. —Amanhã,<br />
minhas mãos estarão machucadas. O que vai ser um pé na minha bunda.<br />
Ele balançou a cabeça, seu polegar começou a acariciar o lado do meu joelho.<br />
—Sim. Vai demorar alguns dias até que a dor desapareça.<br />
—Ótimo! —Eu gemi, murmurando desgostosa. —Esta é a última coisa que eu<br />
preciso.<br />
—Tire o dia de folga amanhã. Provavelmente é melhor que você não vá<br />
trabalhar de qualquer maneira. —Disse.<br />
—Morgan, eu não posso faltar ao trabalho.<br />
—Quando foi a última vez que você teve um dia de folga? —Ele perguntou<br />
com uma sobrancelha levantada.<br />
—Nunca! —Eu disse. —Eu sou uma workaholic.<br />
—Bem, amanhã você vai ficar em casa. Com a nova ameaça contra você, é<br />
melhor não arriscar. —Ele apertou meu joelho, enviando ondas de choque<br />
minúsculas pelas minhas pernas.<br />
—Eu não quero que algum idiota tenha esse poder sobre mim. Eles vão<br />
pensar que ganharam.<br />
—Quem dá a mínima para o que eles pensam? Se eles acharem que<br />
ganharam, podem ficar desleixados.<br />
—Eu não gosto disso. — Resmunguei, balançando a cabeça.<br />
—Vamos descer? —Perguntou, colocando as mãos na minha cintura.<br />
Meus olhos fecharam-se. Meu corpo reagiu ao seu toque. Eu queria mais de<br />
Morgan.<br />
—Eu posso descer. —Disse, apoiando as palmas das mãos contra o balcão e,<br />
instantaneamente, puxando-as para trás. —Porra!<br />
116
—Mulher, você não pode me deixar ajudá-la sem tentar fazer nada sozinha?<br />
—Ele aumentou a pressão de seus dedos contra minha cintura.<br />
—Eu não estou acostumada a ter alguém me ajudando. —Eu fiz uma careta,<br />
me perguntando se soei forte ou lamentável.<br />
Ele me levantou no ar, e caí para frente, mas não me atrevi a usar minhas<br />
mãos para parar. Teve uma fração de segundo em que eu poderia ter feito isso, mas<br />
não o fiz.<br />
Seu corpo era bom contra o meu.<br />
—Desculpe. — Eu sussurrei em seu peito. Inalei, recebendo outro cheiro de<br />
seu perfume enquanto seu corpo tremia com o riso.<br />
—Vá sentar-se, e vou limpar aqui. —Ele me disse quando finalmente consegui<br />
ficar de pé.<br />
—Ok. — Eu sussurrei.<br />
Estou totalmente fodida.<br />
Eu nunca deixei ninguém chegar até mim do jeito que ele fez.<br />
Eu podia nos ver queimando de forma fantástica.<br />
Gostaria de saber se seria como uma explosão nuclear destruindo tudo em<br />
nosso caminho, incluindo nós mesmos, ou se seria como um fogo lento, que arderia<br />
com necessidade igual a uma brasa eventualmente em extinção?<br />
117
Capítulo 15<br />
Filme de Mulherzinha<br />
Ficamos em silêncio, nossas mãos roçando ao alcançar a tigela.<br />
Algumas vezes, fiquei emocionado com o filme, mas me recusei a deixá-la<br />
perceber.<br />
Por que as mulheres assistiam essa merda deprimente?<br />
Eu não esperava que fosse essa dor na bunda.<br />
—Me desculpe, eu estou uma bagunça. —Disse ela dando uma fungada,<br />
limpando o nariz com as costas da mão.<br />
—Está tudo bem. —Respondi acariciando seus joelhos, gostando do lado mais<br />
suave de Race, menos a coisa da mão. Inclinei-me e peguei um lenço de papel. —<br />
Aqui. —Eu disse, entregando-o a ela.<br />
—É muito triste. — Ela disse com voz trêmula, agarrando os lenços da minha<br />
mão. Ela assuou o nariz com um e enxugou as lágrimas com o outro. —Eu não posso<br />
assistir a este filme sem usar uma caixa inteira de lenços de papel. —Ela enrolou-se,<br />
aconchegando-se ao meu lado. —Essa parte me abala cada vez. —Ela limpou o rosto<br />
contra a minha camiseta.<br />
Eu acariciei seu ombro, deixando meus dedos deslizarem sobre a pele macia.<br />
Olhando para baixo, relanceei um olhar em seus seios. Picos redondos e suaves,<br />
presos no topo de sua parte superior do sutiã, que eu ansiava provar novamente.<br />
—Você está assistindo? —Ela perguntou, olhando para mim e me pegando<br />
olhando para seu peito.<br />
Limpei a garganta. —Sim.<br />
—Assista. — Ela exigiu, levantando meu queixo para ver a televisão em vez de<br />
seus seios.<br />
Meus olhos continuaram movendo-se entre a tela e seu peito.<br />
118
Eu não pude evitar.<br />
Eu a queria novamente.<br />
Quando as cenas finais terminaram e um novo mundo de possibilidades foi<br />
aberto para a personagem principal, o filme me deixou sentindo... Esperançoso.<br />
—Não foi incrível? —Ela perguntou enquanto limpava os últimos vestígios de<br />
lágrimas do rosto.<br />
—Não era o que eu esperava. —Usando o meu polegar, afastei uma única<br />
lágrima que tinha sido perdida por seu lenço. —Desculpe. —Sussurrei.<br />
Quando eu comecei a me afastar, ela disse: —Não. Não faça isso.<br />
Meu estômago instantaneamente revirou.<br />
—Race. — Eu avisei, sentindo meu pau endurecer.<br />
Eu sabia o que ela diria. Eu podia ver isso em seus olhos profundamente<br />
verdes.<br />
—Morgan, eu não consigo parar de pensar em nós. — Ela sussurrou enquanto<br />
tocava minha bochecha.<br />
—Nem eu. —Disse, puxando uma respiração irregular.<br />
—Fique comigo esta noite. —Ela roçou os lábios contra o meu pescoço,<br />
enviando ondas de choque que ondularam direto para o meu pau.<br />
—Eu vou ficar princesa. Já tinha dito isso. —Meus dedos enredaram em seu<br />
cabelo.<br />
—Não. — Ela murmurou contra a minha pele. —Eu quero você na minha<br />
cama esta noite.<br />
Eu sorri, sentindo minhas entranhas quentes.<br />
—Eu vou ficar onde você quiser que eu fique.<br />
Ela arrastou-se para o meu colo, e segurou meu rosto em suas mãos.<br />
—Eu quero que você me abrace esta noite. —Sussurrou com os olhos<br />
lacrimejantes.<br />
119
—Isso é tudo? —Eu provoquei, levantando uma sobrancelha.<br />
Ela balançou a cabeça, mordendo o lábio inferior.<br />
—Não. Eu quero sentir você dentro de mim outra vez.<br />
Eu agarrei seus quadris e apertei-os delicadamente quando ela inclinou-se<br />
pairando sobre meus lábios.<br />
—Por favor. —Ela implorou.<br />
—Eu vou ficar com você esta noite. Não porque eu tenho, Race, mas porque<br />
eu quero. —Disse antes de capturar seus lábios em um beijo.<br />
Ela relaxou em mim, envolvendo os braços em volta do meu pescoço e me<br />
beijando de volta com fervor. Minhas mãos deslizaram para baixo em suas coxas,<br />
amando a sensação de sua pele suave contra minha palma.<br />
Senti meu controle escorregar enquanto ela gemia em minha boca. Puxei seu<br />
short para o lado e toquei no lado de fora de sua calcinha, sentindo seu corpo<br />
estremecer em meus braços.<br />
Suas pernas abriram-se me dando acesso. Mergulhei meus dedos por baixo da<br />
sua calcinha, já a encontrando molhada.<br />
Quando meus dedos deslizaram sobre seu clitóris, ela gemeu. —Sim. —Em<br />
minha boca.<br />
Eu a queria mais do que antes. Lembrando-me de como era a sensação de me<br />
afundar profundamente dentro dela, acariciando-a intimamente, eu não sabia se<br />
poderia obter o suficiente dela.<br />
Segurando-a firme, eu empurrei dois dedos dentro dela, sentindo<br />
instantaneamente o aperto da sua buceta. Posicionando o polegar sobre seu clitóris,<br />
e usando o mesmo movimento que tinha usado para fazê-la gozar, eu trabalhei meus<br />
dedos dentro e fora.<br />
Sua mão deslizou pelo meu peito e espalmou meu pau através do meu jeans,<br />
me fazendo gemer. A delícia de tudo me deixou pendurado por um fio. Quando seu<br />
corpo ficou tenso, começando a ordenhar meus dedos, eu me retirei.<br />
120
—Eu. Preciso. Estar. Dentro. De. Você. —Ofeguei, levantando-a em meus<br />
braços. —Enrole suas pernas em volta de mim. —Eu disse a ela, levando-a para o<br />
quarto.<br />
Seus pés travaram nas minhas costas enquanto ela esfregava sua buceta<br />
contra meu pau.<br />
—Você está tão duro. — Ela sussurrou, repetindo o movimento.<br />
cama.<br />
—Duro por você, princesa. —Eu chutei a porta, abrindo-a e levei-a para sua<br />
Eu a deitei na cama, puxando as roupas do seu corpo. Elas voaram pelo ar, eu<br />
plantei minha boca contra ela e comecei a adorá-la com a minha língua.<br />
121
Capítulo 16<br />
A manhã seguinte<br />
Race<br />
Saí da cama, na ponta dos pés, tentando não acordá-lo, vestindo-me<br />
enquanto ia para a cozinha.<br />
Eu não conseguia tirar o sorriso bobo do meu rosto, mas tinha que lembrar<br />
que isso era nada mais do que atração mútua.<br />
Morgan e eu não tínhamos futuro.<br />
meu.<br />
Ele não tinha me prometido nada mais, e eu não tinha lhe pedido para ser<br />
Peguei o pote de café para preenchê-lo com água, mas assobiei em seguida,<br />
puxando minha mão para trás.<br />
Fiquei lá, olhando para o pote vazio. Levou tudo em mim para não chorar.<br />
Café era o meu elixir, e eu me sentia como um zumbi até que tivesse tomado pelo<br />
menos uma xícara.<br />
O piso rangeu.<br />
Olhei para cima, encontrando Morgan parado lá.<br />
—Bom dia. —Disse ele através de um bocejo, completamente nu. Seus<br />
músculos estavam tensos, e seu pênis balançou quando se endireitou.<br />
Puta merda. O homem era mais bonito na luz do dia, cada músculo definido e<br />
perfeito.<br />
—Bom dia. —Eu sussurrei, meus olhos colados a ele. Engoli em seco,<br />
hipnotizada.<br />
—Precisa de ajuda? —Ele perguntou caminhando em minha direção, seu pau<br />
acenando.<br />
Eu balancei minha cabeça.<br />
122
—Eu posso fazer isso. —Acenei minhas mãos.<br />
Ele deu um passo mais perto, dando-me um sorriso sonolento.<br />
—Se você diz.<br />
Eu suspirei, tentando alcançar o bule de café novamente.<br />
Eu me encolhi quando minha mão deslizou em torno da alça, e mordi meu<br />
lábio. Cerrando os dentes, levei-o para a pia.<br />
—Não se mecha. — Ele ordenou cutucando meu quadril com o seu. —Deixeme<br />
fazê-lo. —Eu olhei para ele.<br />
—Eu posso fazer isso. — Argumentei.<br />
—Race, você está suando, e seu rosto está mais vermelho do que uma maçã<br />
só por pegar um bule vazio. Deixe-me fazer isso. Fiz toneladas de café, mais do que<br />
eu posso contar. —Seus olhos azuis brilhavam, e seu pau contraiu-se. —Além disso,<br />
eu não sinto que posso esperar uma hora pela primeira xícara.<br />
Dei a volta e me sentei em uma das banquetas para obter uma visão melhor.<br />
Vendo-o trabalhar sua magia sobre o bule de café, e encantada com sua nudez.<br />
—Como você sabia onde eu guardava meu café?<br />
mais.<br />
Ele virou-se para mim e encostou-se ao balcão, empinando seu membro ainda<br />
—Sorte. Achei que você guardaria no armário acima da cafeteira. É algo que a<br />
maioria das pessoas fazem.<br />
mão.<br />
—Obrigada por fazer isso. —Eu disse, bocejando contra a palma da minha<br />
Ele afastou-se do balcão, e seu pau veio em minha direção.<br />
—Deixe-me dar uma olhada em suas mãos.<br />
Tentei engolir, desejando ter escovado meus dentes antes de deixar meu<br />
quarto. —Elas estão bem.<br />
123
—Pare de ser teimosa. Eu quero ter certeza de que elas estão curando. Ontem<br />
à noite, você não conseguia parar de gemer “sim”, e agora você está de volta ao<br />
modo cadela.<br />
Endireitei minhas costas.<br />
—Eu estou apenas irritada até conseguir meu café.<br />
Durante a noite, os cortes tinham começado a sarar e o sangue tinha secado.<br />
—Você já teria se pudesse ter me deixado fazer isso, para começar. —Ele<br />
limpou a garganta. —Vamos precisar limpar o sangue seco, mas elas estão bem. —<br />
Disse pegando o kit de primeiros socorros que tinha deixado no balcão na noite<br />
passada, e puxou as ataduras limpas do recipiente. —Primeiro, vamos tomar um café,<br />
e depois vamos limpá-las. —Ele colocou as ataduras de lado. —É melhor deixá-las<br />
refrigerar por um tempo.<br />
—Sim, senhor. —Eu disse para o lado, soprando minha respiração<br />
desagradável para longe dele.<br />
—Isso é sexy. —Ele respondeu, rindo baixinho.<br />
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, o bule apitou.<br />
—Fique aí, eu vou te pegar uma xícara. —Seus olhos deslocaram-se para a<br />
minha camisa, e o canto de sua boca contraiu-se antes de virar-se.<br />
Olhei para baixo, percebendo que meus mamilos estavam em posição de<br />
sentido. Eu tentei escondê-los, puxando minha parte superior do sutiã para longe do<br />
meu corpo, mas não adiantou nada.<br />
—Como você quer seu café? —Ele perguntou, puxando duas xícaras do<br />
armário, mantendo as costas para mim.<br />
Eu olhei para sua bunda nua, estudando-a.<br />
—Uma pitada de creme de leite e duas colheres de açúcar, por favor. —<br />
Murmurei.<br />
Sua bunda era tão bonita quanto o resto dele. A pele era livre de defeitos e<br />
suave. Eu diria uma coisa sobre os militares: Eles mantêm um corpo em forma.<br />
124
—Você avisou que não trabalhará hoje? —Ele perguntou, virando e pegandome<br />
em flagrante, encarando sua bunda.<br />
Lentamente, eu arrastei meus olhos para os dele.<br />
—Sim. — Eu disse, tentando não olhar para o pau dele enquanto colocava o<br />
café na minha frente.<br />
Eu enrolei meus dedos na xícara, segurando-a suavemente. Então, tomei dois<br />
goles curtos dando um suspiro.<br />
—Você pode ir quando quiser. Eu só vou relaxar no sofá e fazer algum<br />
trabalho. —Mantive meus olhos para baixo, olhando para ele através dos meus cílios.<br />
Que, coincidentemente, acabaram no nível da virilha dele.<br />
—Eu vou onde quer que você esteja. —Ele respondeu, abaixando a xícara.<br />
—Pelo amor de Deus. — Eu disse, mas ele levantou uma sobrancelha.<br />
—Eu não vou a lugar nenhum. Então, relaxe. Por que não podemos fazer<br />
alguma coisa hoje? Você pode trabalhar aqui mais tarde.<br />
—Eu realmente preciso trabalhar. —Menti. Eu não sabia se poderia passar o<br />
dia em sua presença sem acabar na cama com ele novamente.<br />
—Eu não vou prendê-la por muito tempo. Eu não conheço bem a área. —Ele<br />
inclinou-se para frente, apoiando as mãos contra o balcão. —Você poderia me<br />
mostrar um pouco. Suas mãos precisam de tempo para descansar de qualquer<br />
maneira.<br />
—Tem certeza de que é uma boa ideia? —Perguntei, olhando para ele por<br />
entre meus cílios.<br />
—Vamos chamar isso de um dia de trabalho. Precisamos arejar as ideias um<br />
pouco.<br />
Eu mordi meu lábio.<br />
—Contanto que seja para o trabalho. Eu não quero impedi-lo de fazer o seu<br />
trabalho.<br />
—Race, ninguém pode me obrigar a fazer o que eu não quero. Termine a sua<br />
xícara e, em seguida, você é minha.<br />
125
Eu queria que sua afirmação fosse verdadeira.<br />
—Onde em primeiro lugar?<br />
—Eu preciso parar na minha casa para trocar de roupa.<br />
—Você pode tomar banho aqui.<br />
—Com você? —Ele sorriu, correndo o dedo em seu queixo.<br />
—Se você quiser. —Disparei. A verdade era que eu o queria. Sentada aqui,<br />
olhando-o passear nu por aí, deixou meu corpo no limite.<br />
Ele caminhou ao redor do balcão, segurando sua mão na minha.<br />
—Oh, eu quero. Vamos começar molhando sua bunda bonita.<br />
Engoli em seco, desejando poder pressionar as pernas juntas para esmagar a<br />
dor familiar amplificada por suas palavras. Enquanto deslizava minha mão na sua,<br />
fiquei na ponta dos pés e o beijei.<br />
—Algum dia, você vai admitir que quer mais do que apenas o meu pau. —Ele<br />
brincou, esfregando o nariz contra o meu.<br />
Quando eu comecei a ir, ele me deu um tapa na bunda, o eco reverberando<br />
através da minha cozinha.<br />
—Isso é por ser teimosa.<br />
Eu gritei, pulando pelo impacto, e esfregando minha bunda enquanto ele me<br />
seguia para o chuveiro.<br />
126
Capítulo 17<br />
A Verdadeira Race True<br />
—O que você está olhando? —Eu perguntei quando saí do meu quarto,<br />
vestindo uma camisa limpa.<br />
—Esta é a sua mãe? —Ela perguntou, olhando por cima do ombro.<br />
—Sim, essa é Ma.<br />
Eu não tive tempo para decorar, mas tinha colocado algumas fotos ao redor<br />
da sala. Tive a certeza de colocar uma foto de Ma. Eu sabia que, assim que ela viesse<br />
para a Flórida, apareceria para checar tudo.<br />
—Ela mora aqui? —Seus dedos deslizaram pelo vidro enquanto inclinava a<br />
cabeça.<br />
Eu arranquei a foto das mãos dela e coloquei de volta na mesa de café.<br />
—Ela me seguiu até aqui.<br />
—Isso é tão doce. —Ela virou-se e começou a vistoriar o lugar.<br />
—Eu acho.<br />
—Sério. Não tenho ninguém. É por isso que sou tão dedicada ao meu<br />
trabalho. É a única coisa que tenho em minha vida.<br />
Eu fiz uma careta, imaginando como alguém chegou a esse ponto na vida.<br />
—Isso é triste, Race.<br />
—Eu sei. —Ela traçou as curvas do sofá correndo os olhos em volta.<br />
—Você não tem muito aqui.<br />
—Acabei de me mudar. Ainda estou tentando ajeitar as coisas.<br />
Ela parou e me encarou, juntando as mãos.<br />
127
—Eu posso ajudar com isso.<br />
—Você quer decorar? —Estremeci. Porra. Eu odiava fazer compras.<br />
—Eu sou muito boa nisso. —Ela encolheu os ombros, colando um sorriso<br />
inocente no rosto. — O que mais você tinha planejado hoje? —Ela aproximou-se.<br />
Se fosse do meu jeito, a teria dobrada sobre o sofá e gritando meu nome<br />
dentro de dez minutos.<br />
—Eu nem sei para onde ir daqui.<br />
—Vou levá-lo, mas só se eu dirigir. —Ela estendeu a mão, esperando eu lhe<br />
dar as chaves.<br />
A mulher deve ter perdido o juízo.<br />
Ninguém, e eu quero dizer ninguém, dirigia a minha menina. Ela era um<br />
Dodge Challenger SRT Hellcat 2<strong>01</strong>5. Ela não só era linda, mas também poderia chutar<br />
muitas bundas.<br />
Eu balancei a cabeça, cruzando os braços sobre o peito.<br />
—Ninguém, a não ser eu, dirige Elvira.<br />
Ela começou a rir, segurando a barriga.<br />
—Elvira? —Ela revirou os olhos. —Você tem que estar me zoando.<br />
Eu estufei o peito, definindo os meus lábios em uma linha firme.<br />
—É o nome perfeito para a minha menina.<br />
Cobrindo a boca, ela tentou acalmar seus risos.<br />
—Eu não acho que tenha conhecido alguém que nomeou seu carro de Elvira.<br />
Você tem que me dizer por quê. —Sua mão baixou.<br />
Esfregando a parte de trás do meu pescoço, eu limpei minha garganta.<br />
—Bem, eu nunca dormi com uma Elvira. Eu não gostaria de me lembrar de<br />
alguém do meu passado todos os dias, quando estivesse dentro dela. Além disso,<br />
quando era criança, costumava ficar hipnotizado por essa menina. Quando vi a minha<br />
beleza negra, sabia o nome perfeito. Ela era elegante, sexy e gostosa.<br />
128
Seu sorriso desapareceu.<br />
—Faz sentido quando você diz. Eu não conheço muitos caras que admitam<br />
que Elvira fosse sua paixão de infância. —Ela encolheu os ombros.<br />
—Eu dirijo. — Eu disse pegando as chaves do balcão da cozinha.<br />
Antes que eu pudesse fechar meu punho, ela arrancou-as da minha mão.<br />
—Tem que pegá-las de mim se você quiser dirigir. —Ela moveu-se<br />
rapidamente, rindo enquanto corria para o outro lado da sala.<br />
—Race. — Eu disse, agarrando minha cabeça. — Vamos lá.<br />
Ela balançava as chaves nos dedos, fazendo barulho.<br />
—Mulher. — Eu disse, deixando cair minhas mãos. — Ninguém toca Elvira.<br />
—Eu vou ser gentil.<br />
Andei em direção a ela, pronto para roubar as chaves de seus dedos.<br />
Ela correu para a direita. Estendi a mão, agarrei seu braço, e a girei para me<br />
encarar. Prendendo-a quando ela colidiu com a parede, coloquei meus braços de<br />
cada lado dela.<br />
Fechei os olhos, tentando firmar minha respiração, e não pensar em seus<br />
belos seios a centímetros da minha boca. Nós nunca sairíamos daqui.<br />
—Podemos ser adultos, princesa?<br />
Quando seu corpo começou a mover-se, abri meus olhos.<br />
—Jesus Cristo. — Eu murmurei enquanto ela colocava as chaves dentro da<br />
camiseta, aninhando-as entre os seios.<br />
—O que você vai fazer agora? —Ela sorriu, levantando uma sobrancelha.<br />
—Baby, você acha que vai me impedir de ficar com elas? —Meus olhos caíram<br />
para seu peito, estudando sua beleza. Eu usaria meus malditos dentes se necessário.<br />
—Espero que não. —Ela sorriu, piscando lentamente.<br />
—Eu pensei que hoje nós fossemos manter estritamente só negócio? —<br />
Perguntei engolindo em seco, e tentando não salivar em seu decote.<br />
129
—Eu acho que saiu pela janela nesta manhã no chuveiro. —Ela riu<br />
suavemente.<br />
Sem dizer outra palavra, eu a puxei para mim e olhei em seus profundos olhos<br />
verdes. Sua respiração travou quando eu trouxe meus lábios até os dela, e a beijei<br />
com força.<br />
Os sons da nossa respiração encheram a sala com nossas bocas tentando<br />
devorar-se mutuamente. Suas mãos deslizaram pelos meus braços, deixando arrepios<br />
em seu caminho, antes de agarrar o cabelo na minha nuca e me puxar para ela.<br />
Eu agarrei seus braços e quebrei o contato desgrudando nossos lábios.<br />
—Nós não podemos. — Eu disse, minha voz soando sem fôlego e quebrada.<br />
Rugas formaram-se na sua testa enquanto ela me encarava.<br />
—Por que não?<br />
—Nós nunca vamos sair daqui.<br />
Ela chupou o lábio em sua boca quando sua cabeça caiu para frente.<br />
—Não é possível ter o suficiente de mim? —Ela brincou.<br />
—Eu não sei se vou ter o suficiente de você. — Eu disse.<br />
—Você não sabe? —Perguntou ela, seus olhos arregalando-se.<br />
Fechei os olhos, respirando profundamente pelo meu nariz.<br />
—Isso não é apenas a porra de uma foda, Race.<br />
—Você não tem que mentir para mim, Morgan. —Empurrando contra o meu<br />
peito, ela colocou espaço entre nós.<br />
—Ouça. — Eu disse arrastando as mãos pelo meu cabelo. —Faz muito tempo<br />
desde que eu realmente gostei de alguém. Gosto mesmo de você. Sabe Deus por que,<br />
você pode ser um pé no saco às vezes. —Eu sorri, esperando que ela soubesse que<br />
estava brincando. —Eu tenho que protegê-la e descobrir quem está ameaçando você,<br />
e não fodê-la sempre que posso.<br />
—Eu comecei isso. —Ela olhou para seus pés. —Vou me comportar. —Disse,<br />
puxando as minhas chaves do decote. —Aqui. —As chaves pendiam de seu dedo.<br />
130
Eu esfreguei minha testa, sentindo meio tonto. Esta menina me enlouquecia.<br />
Ela mexeu com meu cérebro em poucos dias. Eu sabia que estava fodido.<br />
—Pode ficar com elas. Vou deixá-la dirigir Elvira.<br />
—Sério? —Sussurrou.<br />
—Sim.<br />
Girando as chaves em seus dedos, ela assobiou antes de gritar: — Sim!<br />
—Vejo que você está feliz.<br />
—Com certeza valeu a pena te beijar para poder conduzir esse bebê.<br />
—Você não quis me beijar? —Senti meu estômago dar um nó.<br />
—Oh, eu quis, mas eu não achei que você me deixaria dirigir o carro. Vamos<br />
pegar a estrada. — Ela disse indo em direção à porta.<br />
Eu segui atrás dela, arrastando os pés.<br />
—Vamos definir algumas regras básicas em primeiro lugar.<br />
Ela já tinha subido em Elvira antes que eu terminasse a frase.<br />
—Ela vai ficar bem. —Ela disse entrando e batendo a porta.<br />
Olhando para o céu, eu amaldiçoei. Poderia jurar que Deus estava tentando<br />
me punir.<br />
Thomas tinha que dar Race a mim como o meu primeiro caso? Não poderia<br />
ter sido algo fácil, como uma briga de divórcio? Não. Eu tive que pegar uma executiva<br />
chute no saco, que fazia meu pau parecer como um tubo de chumbo pronto para<br />
quebrar.<br />
Antes de me acomodar no banco do passageiro, ela ligou o motor.<br />
—Regras básicas. — Eu lembrei a ela.<br />
—Me poupe. — Respondeu agarrando o volante como uma mulher possuída.<br />
—Suas mãos não doem?<br />
—Eu fiquei tão animada para ficar atrás do volante, que esqueci<br />
completamente. —Ela encolheu os ombros, liberando seu aperto.<br />
131
—Número um, dirigir no limite de velocidade. Dois, não mudar de faixa sem<br />
necessidade, e três, ser gentil com minha menina. —Eu parecia minha mãe<br />
despejando comandos quando comecei a dirigir.<br />
Finalmente eu tinha atingido o território imbecil.<br />
—Eu posso fazer isso. — Ela disse começando a dar ré.<br />
Eu prendi meu cinto de segurança, e fiz uma pequena oração, inquieto no<br />
meu lugar.<br />
Quando ela ligou o carro e deu marcha, as rodas começaram a chiar, fazendo<br />
com que o carro derrapasse de um lado da estrada para o outro. Estendi a mão para<br />
o painel de controle, meu coração batendo descontroladamente.<br />
—Race!<br />
—O quê? —Ela perguntou inocentemente olhando em minha direção.<br />
O carro deslizou pelo pavimento, não aderindo ao solo.<br />
Ela virou o volante, ganhando o controle de Elvira.<br />
—Eu já te disse como eu ganhei o meu nome?<br />
agora!<br />
—Não. — Eu respondi me preparando para a batida. —Desacelere essa porra<br />
—Está tudo bem. Calma. Meu pai era um grande fã de corridas. Ele me deu o<br />
nome de Race por causa disso. Quando eu era pequena, ele me levava a alguns<br />
rachas na região, e me deixava participar. Eu mal podia ver sobre o maldito volante,<br />
mas dirigia como um demônio da velocidade.<br />
—Chocante. —Murmurei.<br />
—Eu poderia ter sido profissional se tivesse continuado.<br />
—Eu não posso respirar. —Limpei o suor da minha testa.<br />
—Oh, pare de ser um bebê. Elvira não poderia estar em melhores mãos.<br />
Quando o carro chegou a um ponto insuportável no final da rua, eu estava<br />
pronto para sair do carro e deitar-me na frente dele só para fazê-la parar.<br />
132
—Esta é a única coisa que tenho em meu nome. Não quero que você foda<br />
isso, princesa.<br />
mim.<br />
—Eu prometo, desde que você se comporte e se acalme. —Ela olhou para<br />
—Por que eu não acredito em você?<br />
Usando seus dedos, ela fez um X sobre o coração. —Eu prometo. —Seus<br />
lábios separaram-se, dando-me um sorriso aberto e totalmente cheio de merda.<br />
Eu deveria ter exigido as chaves de volta.<br />
O carro atrás de nós buzinou, fazendo Race dar o dedo no espelho retrovisor.<br />
Fiquei de boca aberta. —O que deu em você?<br />
—É este carro. Eu juro que me transformo em uma pessoa diferente quando<br />
estou ao volante de um carro poderoso.<br />
—Basta parar antes de começar qualquer merda que eu tenha que terminá-la.<br />
—Fiz um gesto para que ela se movesse, mantendo meus olhos colados ao espelho<br />
lateral. A última coisa que eu queria fazer era chutar o traseiro de alguém, desde que<br />
não tínhamos nem mesmo dirigido uma milha.<br />
Ela parecia uma pessoa diferente hoje.<br />
A camiseta e jeans skinny pareciam bem sobre ela. Ela parecia mais calma e<br />
mais relaxada do que eu jamais tinha visto. A maneira como segurava o volante de<br />
couro em suas mãos, deixou claro que ela estava em seu elemento.<br />
Quando ela virou para a rua, sem nenhuma derrapada, respirei fundo<br />
tentando relaxar. —Então, por que você não seguiu em frente com as corridas?<br />
—Quando meu pai morreu, eu não quis mais. Sinto falta dele todos os dias,<br />
mas eu simplesmente não poderia ir lá. Eu comecei a estudar mais, e decidi deixar<br />
esse mundo para trás.<br />
—Eu sinto muito. O que aconteceu com ele, se você não se importa que eu<br />
pergunte? —Perguntei, observando sua mudança de expressão.<br />
Eu sabia como era o trauma de perder um pai. Meu pai não tinha morrido,<br />
mas o bastardo poderia muito bem ter, desde que ele sumiu da face da Terra.<br />
133
—Ele foi atingido por uma semi automática e morreu instantaneamente. —<br />
ela disse com o queixo trêmulo. — Foi minha culpa.<br />
Pisquei. —Race, como poderia ser sua culpa?<br />
—Apenas é. Pergunte à minha mãe. Ela vai te dizer.<br />
ombros.<br />
—Ela encolheu os<br />
—Ela não pode pensar dessa maneira. Quantos anos você tinha?<br />
—Doze. — Ela sussurrou apertando o volante.<br />
—Você dificilmente pode ser culpada. — Eu garanti, colocando uma mão no<br />
ombro dela. —Você era apenas uma criança.<br />
—De qualquer forma, ele era meu melhor amigo, e passamos os nossos fins<br />
de semana juntos na pista de corrida.<br />
—Você sabe que não foi sua culpa, Race, certo? —Perguntei, preocupado com<br />
sua mudança de atitude.<br />
—No meu coração eu sei disso, mas eu ainda posso ouvir as palavras que<br />
saem da boca de minha mãe.<br />
—Às vezes os pais dizem merda que eles não sentem. — Eu disse, sabendo<br />
que minha mãe tinha dito mais do que algumas coisas que sabia que ela desejava não<br />
ter dito.<br />
—Eu sei. —Murmurou, mantendo os olhos na estrada.<br />
Ela cortava dentro e fora do tráfego. Eu não podia olhar.<br />
—É um grande salto de piloto de corrida para o mundo corporativo. —Eu<br />
disse, engolindo em seco, tentando fazer desaparecer o caroço da minha garganta.<br />
—Eu queria algo desafiador e cruel, mas eu não esperava o que está<br />
acontecendo agora.<br />
Conforme ela virou no estacionamento da IKEA 11 , meu telefone tocou e o<br />
número de Thomas apareceu no visor.<br />
11 IKEA é uma companhia transnacional privada, de origem sueca, controlada por uma série de corporações<br />
sediadas nos Países Baixos, especializada na venda de móveis domésticos de baixo custo.<br />
134
—Deixe-me atender. Thomas pode ter alguma novidade. — Eu disse puxando<br />
meu celular do bolso. —Sim? —Perguntei, esperando que ele tivesse boas noticias.<br />
—Eu acho que o encontrei. —Disse Thomas, a emoção evidente em sua voz.<br />
—Venha para o escritório esta tarde e vamos elaborar um plano de ação.<br />
135
Capítulo 18<br />
Problema<br />
Race<br />
—Nós estaremos aí em breve. Obrigado, cara. —Morgan olhou para mim<br />
quando eu estava puxando meu celular da bolsa, necessitando verificar as<br />
mensagens. —Ele tem boas notícias. — Ele sussurrou para mim, cobrindo o telefone<br />
com a mão.<br />
—Graças a Deus. — Eu murmurei, olhando para o visor do celular.<br />
Minhas mãos começaram a tremer enquanto eu verificava minhas<br />
mensagens. Apertei meus olhos bem fechados, tentando acalmar minha respiração.<br />
Engoli a bile que tinha começado a subir na minha garganta.<br />
Race,<br />
Está chegando a hora. Encontre-me amanhã às 07h00 se você<br />
quiser sua fita de volta. Venha sozinha ou eu vou enviá-la para o seu<br />
chefe. Aposto que ele gostaria de ouvi-la gemer como uma prostituta.<br />
Eu não consegui ler mais.<br />
Eu não conseguia respirar.<br />
—Vamos passar no escritório mais tarde. Estamos resolvendo algumas coisas<br />
hoje. —Houve uma longa pausa. —Sim, eu a tenho comigo. Você me disse para ficar<br />
de olho nela. —Mais silêncio. —Não se preocupe cara. Deixa comigo.<br />
Virei o telefone e o joguei de volta na minha bolsa.<br />
ele.<br />
—Parece que estamos um passo mais perto de resolver o seu caso. —Disse<br />
—Graças a Deus. — Eu repeti, sabendo que, de qualquer forma, tudo se<br />
resolveria amanhã à noite.<br />
—Pronta para fazer algumas compras? —Perguntou Morgan.<br />
136
Puxando meu lábio, eu olhava para ele enquanto falava, mas não ouvia as<br />
palavras.<br />
—Race. —Disse ele, tocando minha perna com a testa franzida.<br />
Pisquei algumas vezes, tentando clarear minha cabeça.<br />
—Desculpa. Estava distraída. —Eu não conseguia olhar para ele.<br />
—O que está errado? Você está pálida.<br />
—Eu só estou com fome. —Menti.<br />
—Você quer pular as compras e ir almoçar? —Ele perguntou, seu polegar<br />
acariciava meu joelho.<br />
Eu balancei a cabeça, ainda não fazendo contato visual.<br />
—Não. Vamos fazer compras e depois vamos fazer um lanche.<br />
Em meu coração, eu sabia que deveria dizer a ele sobre o e-mail. Ele precisava<br />
lidar com as coisas e pegar o vídeo do bastardo que estava me ameaçado. Mas eu<br />
não podia arriscar que tudo desse em merda, e acabasse nas mãos do meu chefe.<br />
Mas eu não estava pronta para arruinar o nosso dia juntos.<br />
—Ok, Race. Este é o seu show. Eu estou bem com os poucos itens que tenho.<br />
—Você precisa torná-lo mais como um lar. — Eu disse finalmente<br />
encontrando os seus olhos.<br />
—Eu sou um cara simples. Um sofá e uma televisão são tudo o que preciso<br />
para sobreviver.<br />
—Deixe-me ficar perdida com um pouco de compras hoje. Qual é o meu<br />
limite? —Perguntei, esfregando as mãos. Eu empurrei todos os pensamentos de<br />
amanhã à noite para fora da minha mente, concentrando-me em Morgan.<br />
Amanhã eu iria lá, recuperaria o vídeo, e o destruiria.<br />
Era tão simples.<br />
Tudo finalmente acabaria.<br />
Minha vida poderia voltar ao normal.<br />
137
—Eu não vou dar um total. Vamos ver o que vai encontrar e partiremos daí.<br />
Compra terapia ajudaria. Lotes de terapia de compras. —Se você disser que<br />
eu só tenho cem dólares, vou me jogar no tráfego.<br />
Ele enfiou a mão no bolso de trás e puxou a carteira.<br />
—Deixe-me ver o quanto eu tenho. —Ele abriu-a, virou de cabeça para baixo,<br />
e sacudiu até que algumas notas caíram em seu colo. —Eu tenho cento e dezessete<br />
dólares. Surpreenda-me com a sua capacidade.<br />
—Oh Deus. —Revirei os olhos.<br />
Ele enfiou o dinheiro de volta em sua carteira.<br />
—Eu tenho um cartão de crédito, princesa.<br />
—Graças a Deus. Eu sei que os militares não pagam bem, então eu não vou<br />
cometer nenhuma loucura.<br />
—Eu acho que posso lidar com qualquer coisa que você jogar em mim. É IKEA<br />
de qualquer maneira. Eu provavelmente poderia decorar toda a casa por cento e<br />
dezessete dólares.<br />
—Dificilmente. — Eu zombei jogando as chaves para ele. — A conta vai<br />
aumentar rapidamente.<br />
—Mostre-me suas habilidades loucas. —Ele sorriu. —Ei, obrigado por não<br />
destruir Elvira.<br />
—Nunca. Eu mal posso esperar para levá-la para casa. Agora, vamos gastar o<br />
seu dinheiro.<br />
—Depois de você. — Ele disse saindo do carro, e gentilmente fechando a<br />
porta. Quando entramos na loja, sua boca se abriu.<br />
—Puta merda.<br />
—O que está errado?<br />
—Nós vamos ficar aqui o dia todo.<br />
—Que nada. Nós vamos fazer isso rápido. O que você precisa?<br />
—Eu não sei. —Disse ele, me seguindo.<br />
138
—Não se preocupe. Nós vamos descobrir isso enquanto andamos. — Eu<br />
garanti a ele, feliz de poder me perder nas maravilhas da IKEA.<br />
—Eu sou todo seu.<br />
Meu peito apertou com as palavras dele.<br />
Eu tenho um problema.<br />
Eu gostava de Morgan.<br />
Não, isso não era totalmente verdade.<br />
Eu queria Morgan.<br />
Engula isso.<br />
Eu tinha uma queda por Morgan.<br />
Passar um tempo com ele fez com que eu o quisesse ainda mais. No momento<br />
em que eu o conheci, eu me senti atraída, mas tentei dizer a mim mesma que era<br />
apenas físico.<br />
—Eu sou todo seu. — Ele repetiu quando pegou um carrinho.<br />
Ele me fez querer voltar à promessa que tinha feito de não ter<br />
relacionamentos sérios nunca mais.<br />
139
Capítulo 19<br />
Planos<br />
Eu ainda odiava fazer compras.<br />
Mesmo com Race do meu lado.<br />
Eu odiava cada minuto maldito.<br />
Eu comprei merda que eu não precisava, porque ela disse que era bonito.<br />
Que utilidade tem almofadas decorativas na minha cama? Eu nunca tive a<br />
maldita coisa, muito menos decorativas.<br />
—Obrigada pelo almoço e bebida. — Ela disse quando estávamos chegando<br />
ao estacionamento do escritório.<br />
—Você parecia nervosa. Achei que poderia usar um pouco de energia.<br />
—Eu só fico um pouco mais nervosa conforme os dias passam. —Seus olhos<br />
não encontraram os meus quando ela falou. —Você acha que vocês têm uma<br />
liderança sólida? —Ela perguntou, ainda parecendo distante.<br />
Ela estava escondendo alguma coisa.<br />
Sua atitude lúdica de mais cedo tinha desaparecido.<br />
Ela falava como se nada tivesse acontecido, mas eu podia sentir.<br />
—Nós não vamos demorar. —Eu coloquei minha mão sobre a dela.<br />
—Eu só quero ver o que Thomas encontrou.<br />
—Não importa. Eu decidi não me preocupar hoje. Eu não vou nem olhar para<br />
o meu telefone.<br />
Campainhas de alarme começaram a tocar na minha cabeça.<br />
—Race, há algo que você não está me dizendo?<br />
140
Race estava colada ao seu telefone durante o horário comercial.<br />
—Está tudo bem. — Ela me assegurou quando caminhamos em direção ao<br />
prédio.<br />
—Ei, Morgan. — Angel cumprimentou-nos.<br />
—Oi Angel. Thomas está em seu escritório? —Eu coloquei minha mão na<br />
parte inferior das costas de Race só porque eu podia.<br />
Race não tentou escapar do meu toque, ela ainda ficou de pé ao meu lado.<br />
—Sim. Ele está esperando por você. Vá em frente. —Os olhos de Angel caíram<br />
para meu braço.<br />
—Obrigado. —Respondi, levando Race pelo corredor, minha mão ainda em<br />
sua parte inferior das costas. —Direto pelo corredor até o final.<br />
—Eu me lembro. —Disse ela, caminhando lento o suficiente para manter o<br />
contato entre nós. —Quem é ela?<br />
Olhei para Race, confuso. —Quem? Angel?<br />
Ela olhou para longe, e de volta para o corredor.<br />
—Sim.<br />
—Ela é a mulher do Thomas. —Ela estava com ciúmes.<br />
—Oh. —Ela disse. Suas sobrancelhas erguendo-se. —Bem, isso é bom.<br />
Eu parei de andar, girando seu corpo em minha direção.<br />
—Você está com ciúmes, Race?<br />
olhos.<br />
—Não. — Ela disse, balançando a cabeça, mas ainda não me olhando nos<br />
—Você sempre mente tanto?<br />
Ela cruzou os braços, ficando na defensiva. —Não. — Retrucou, finalmente<br />
olhando para mim.<br />
—Certo. Mas eu sei quando você não está me dizendo à verdade.<br />
141
Ela mordeu o lábio. —Podemos continuar? —Perguntou, movendo as mãos<br />
ao lado do corpo.<br />
Quando chegamos à porta, eu me inclinei para frente, invadindo seu espaço<br />
pessoal.<br />
—Você está escondendo alguma coisa, e eu preciso saber o que é. Eu espero<br />
que você me diga quando terminarmos a reunião com Thomas.<br />
Os olhos dela foram ao chão e seus ombros caíram. —Ok. —Ela sussurrou<br />
abrindo a porta.<br />
—Ei, T! —Eu o cumprimentei, ajudando Race a sentar-se antes de tomar o<br />
assento ao lado dela. —Descobriu alguma coisa?<br />
Ele voltou sua atenção para o seu computador.<br />
—Eu fui capaz de descobrir o nome de seu primo usando um obituário e<br />
registros universitários. Eu não vistoriei seu passado ainda. O nome dele é...<br />
Uma batida na porta fez com que ele parasse no meio da frase.<br />
—Thomas. — Uma voz disse do outro lado.<br />
—Entre, Sam. — Thomas chamou.<br />
Virei-me para ter um vislumbre do infame Sam.<br />
Sam deslizou os óculos para o topo da sua cabeça olhando ao redor da sala.<br />
—Desculpe. Eu não queria interromper. —Ele era uma torre de homem, com<br />
ombros largos, cabelo curto, e um bom preparo físico.<br />
Thomas caminhou em direção a Sam com uma das mãos estendidas.<br />
—Você não está. Sam, este é o Morgan, outro membro do ALFA PI.<br />
Sam me deu um aceno rápido. —Prazer em conhecê-lo, Morgan.<br />
—Sam. —Voltei o aceno.<br />
—Estou animado para começar a trabalhar. É muito bom estar em casa<br />
novamente.<br />
142
—Eu não achei que seria capaz de afastá-lo de Nova Orleans. — Thomas disse<br />
a ele apertando seu ombro. —Tudo resolvido com Fiona?<br />
—Sim. Ela está animada para um novo começo. —Sam olhou por cima do<br />
ombro. —James está aqui?<br />
—Ele está em seu escritório, creio eu.<br />
Sam mexia com o arquivo em suas mãos. —Eu preciso falar com ele.<br />
—Vá em frente. Não se preocupe. Ele ficou mais calmo nos últimos anos.<br />
—Eu espero que sim. —Sam deu a Thomas um sorriso fraco. —Eu vou<br />
conversar com James e depois me instalar no meu escritório.<br />
—Eu vou te procurar quando encerrarmos aqui. Precisamos discutir algumas<br />
coisas. — Thomas disse a ele, segurando a porta aberta.<br />
—Prazer em conhecê-lo, Morgan. Você também, senhora.<br />
—Race. — Eu disse.<br />
—Race. — Repetiu ele antes de fechar a porta.<br />
Thomas riu, estatelando-se em sua cadeira. —Isto vai ser divertido.<br />
—Claro que vai.<br />
—Onde eu estava? —Thomas perguntou passando os dedos na cabeça.<br />
—O nome. — Eu o lembrei, olhando para Race.<br />
Ela não era ela mesma.<br />
Ela tinha ficado inteiramente tranquila pela última hora.<br />
—Tyler O'Shea.<br />
—Race, isso parece certo?<br />
Ela parecia desinteressada. —Sim. Eu acho que sim.<br />
—Eu vou fazer algumas investigações e ver o que eu consigo levantar. —<br />
Fiquei em pé, estendendo a minha mão para Race.<br />
—Obrigada por conseguir o nome para mim, Thomas.<br />
143
Ela colocou a pequena palma na minha, e eu fechei os dedos em torno de sua<br />
mão, ajudando-a a levantar da cadeira.<br />
—Morgan, eu posso falar com você em particular por um momento? —<br />
Perguntou Thomas.<br />
Race olhou para cima.<br />
ela.<br />
—Vá esperar por mim no meu escritório. Eu te encontro lá. —Sussurrei para<br />
Ela me deu um breve aceno e saiu.<br />
—O que há Thomas? —Perguntei me sentando novamente.<br />
—O que está acontecendo entre vocês dois?<br />
—Nada. —Menti, balançando a cabeça.<br />
—Eu vi como você a tocou. Há algo diferente sobre vocês dois. E o que diabos<br />
aconteceu com as mãos?<br />
—Ouça. — Eu disse, esfregando a parte de trás do meu pescoço. —Você me<br />
disse para ficar com ela para me certificar de que estaria a salvo na noite passada. Eu<br />
fiz isso.<br />
—Eu também te pedi para manter seu pau em suas calças, mas você fez isso<br />
também? —Perguntou ele, inclinando a cabeça para o lado.<br />
—Bem, hum, não. Eu não ouvi essa parte. Mas...<br />
—É só resolver o caso. — Ele me disse, cruzando os braços na frente do peito.<br />
—Eu vou.<br />
—Compras? —Perguntou. —Sério?<br />
—Sim, cara. Ela zombou de minha casa e disse que eu precisava decorá-la. Ela<br />
não podia trabalhar hoje, porque cortou as mãos numa tigela quebrada na noite<br />
passada. Nós pensamos que seria melhor se ela desse às mãos um dia para curar.<br />
—Aham. —Ele murmurou.<br />
Virei, fechei a porta, e me dirigi para o meu escritório.<br />
144
Quando passei pela porta de James, eu ouvi palavras aquecidas sendo<br />
trocadas. Imaginei que nem tudo era água debaixo da ponte quando se tratava de<br />
Izzy.<br />
Race estava esparramada adoravelmente no pequeno sofá. Seu braço estava<br />
descansando contra seu rosto, a boca entreaberta e as pernas cruzadas em seus<br />
tornozelos.<br />
Sentei-me, virando meu computador. —Me desculpe por isso.<br />
—Está tudo bem. —Sussurrou sem se mover.<br />
—Por que você não me diz o que está em sua mente, princesa?<br />
Ela não olhou para mim quando suspirou. —Eu recebi outra mensagem hoje,<br />
enquanto você estava falando com Thomas. — Ela disse, se escondendo atrás de seu<br />
braço.<br />
Eu congelei, sabendo que ela escondeu isso por uma razão.<br />
—Porra! O que ele disse?<br />
—Eu não li tudo. Algo sobre ir sozinha, e ele queria me encontrar amanhã.<br />
—Você não vai. — Eu disse a ela, movendo o braço para longe de seu rosto.<br />
Ela olhou para mim. —É a minha carreira, Morgan.<br />
—Eu não me importo Race. Você não vai colocar sua vida em perigo. Vou<br />
pegar a fita para você.<br />
—Como?<br />
—Eu vou trabalhar e encontrar tudo o que puder sobre Tyler O'Shea. Então eu<br />
vou reunir os caras e juntos vamos formar um plano. Você não vai. Eu não vou<br />
permitir isso. Fim da história.<br />
—Morgan. —Ela disse, antes de me prender com os olhos.<br />
Eu balancei a cabeça, encarando-a. — Absolutamente não.<br />
—É a minha vida pendurada na balança.<br />
—Mulher, nem que eu tenha que amarrar sua bunda na cama, você não vai.<br />
145
—Tudo bem. —Disse ela, cruzando os braços sobre o peito.<br />
—Estou feliz que você esteja vendo as coisas do meu jeito. — Eu disse,<br />
sorrindo.<br />
—Você pode ser um idiota. — Ela rosnou.<br />
Levantei-me, caminhando em direção a minha mesa.<br />
—Eu lhe disse que era um idiota às vezes.<br />
Ela não respondeu, eu sentei e comecei a pesquisar Tyler O'Shea.<br />
Ele viveu em Tampa e havia se casado há três anos com uma mulher chamada<br />
Natasha. Ambos com diplomas de administração, e Tyler trabalhava em uma empresa<br />
financeira na área.<br />
A coisa que eu não esperava era onde Natasha trabalhava.<br />
Ela tinha se tornado funcionária há dois anos na mesma empresa em que Race<br />
trabalhava.<br />
Sua posição na empresa era menor, mas ela estava na fila para a mesma<br />
promoção que Race. Se Tyler fosse capaz de destruir a carreira de Race, Natasha seria<br />
a próxima a subir a escada corporativa.<br />
Fiquei de pé sem desculpar-me, e fui direto para o escritório de Thomas.<br />
—Nós temos um problema. —Eu disse entrando pela porta sem bater<br />
novamente.<br />
Vi Angel inclinada sobre a mesa com um olhar que espelhava o meu.<br />
—Meu Deus. Eu sinto muito. —Cobri meus olhos, abrindo os dedos para que<br />
pudesse espreitar. —Porra! De novo! —Eu murmurei dando meia volta.<br />
—Fora! —Thomas gritou, apontando para a porta.<br />
—Porque ele está puto? —James perguntou atrás de mim depois que eu<br />
fechei a porta.<br />
—Ele estava um pouco ocupado quando eu entrei. —Fiz um gesto em direção<br />
ao escritório de Thomas. —Eles com certeza utilizam muito essa mesa.<br />
Ele olhou para o teto e sacudiu a cabeça.<br />
146
—Eu já lhe disse um milhão de vezes para trancar a maldita porta. Eu já vi<br />
muito mais disso do que quis recentemente. —James riu.<br />
—Você não bate antes de entrar?<br />
—Não. Eu meio que gosto de capturá-los. Eu acho que ele gosta também, ou<br />
então trancaria a porra da porta.<br />
—Interessante. —Eu disse, esfregando a mão no meu rosto.<br />
—Posso falar com você, desde que Thomas está ocupado?<br />
—Vamos ao meu escritório conversar até que ele termine. Não se preocupe.<br />
Ele é rápido.<br />
O segui para dentro me sentando no sofá.<br />
Antes que eu pudesse falar, a porta de Thomas abriu e fechou.<br />
—Viu? — Disse James, apontando para o corredor. —Rápido.<br />
—Pobre menina. —Eu murmurei com um risinho.<br />
—O que posso fazer por você? —James perguntou sentando-se na cadeira de<br />
couro em frente a mim.<br />
—É sobre este caso. Preciso de olhos e mãos extras no convés amanhã. Sabe<br />
alguma coisa sobre o caso dela?<br />
—Eu sei sobre todos os casos do escritório. O que vai acontecer amanhã?<br />
Passei os próximos cinco minutos explicando o e-mail que ela recebeu hoje, e<br />
as informações básicas sobre Tyler O'Shea.<br />
Ele inclinou-se, apoiando os cotovelos sobre os joelhos.<br />
—Aqui está o que vamos fazer. Vou colocar Sam no encalço de Tyler para nos<br />
atualizar sobre seus movimentos. Thomas e eu vamos decidir o melhor curso de ação<br />
do nosso lado, e nós vamos ter homens extras no ponto de encontro de amanhã à<br />
noite.<br />
—Eles vão ficar fora de vista certo? —Perguntei, minha perna tremendo. Se<br />
isto desse merda, tudo cairia sobre meus ombros.<br />
147
—Ninguém nos verá. Você fica ao lado de Race até que tenhamos o<br />
chantagista e a fita em nossas mãos.<br />
—Isso pode ser um problema.<br />
—Por quê? —Ele perguntou o rosto contorcendo-se.<br />
—Ela está com raiva de mim agora. Vai ser um inferno convencê-la a ficar ao<br />
meu lado e nos deixar cuidar de tudo.<br />
Beliscando a ponte de seu nariz, ele inclinou-se para trás na cadeira e esticou<br />
as pernas. —Há algo acontecendo entre vocês? —Perguntou.<br />
—Bem... —Eu respondi, encolhendo-me.<br />
—Será que ela gosta de você?<br />
—Sim.<br />
—Você gosta dela?<br />
—Sim.<br />
—Certifique-se de que ela não queira livrar-se de você esta noite. Mantenha-a<br />
perto. Leve-a para jantar. Compre-lhe algumas bebidas. Faça alguma coisa. Só não a<br />
deixe fora de sua vista.<br />
—Entendi, amigo. Mande-me um texto com os detalhes e me mantenha<br />
atualizado. Eu vou cuidar de Race. Obrigado pela ajuda.<br />
—Vou te mandar uma mensagem mais tarde, depois de descobrir e configurar<br />
tudo. Lembre-se, apenas se preocupe com o seu cliente.<br />
porta.<br />
—Merda, é mais fácil dizer do que fazer. — Eu disse caminhando em direção à<br />
Então houve uma pequena batida. —Jimmy. — Izzy disse em um tom baixo.<br />
—Parece que é melhor trancar a porta. —Eu abri a porta para a minha prima,<br />
que estava lá com seu punho para cima e prestes a bater.<br />
—Ei, Morgan.<br />
—Iz. — Eu a cumprimentei. —Vá devagar com ele.<br />
148
—Se não sair em trinta minutos, chame os paramédicos. — Ela disse quando<br />
passava por mim entrando no escritório.<br />
—Vou deixar vocês dois sozinhos por algum tempo.<br />
—Obrigado. —Disse James, olhando em torno de Izzy. —Tranque a porta,<br />
amor. —Disse quando a porta começou a fechar.<br />
Eu balancei a cabeça, me perguntando se eu era a única pessoa no escritório<br />
sem ter qualquer ação no trabalho. Então, novamente, eu era a única pessoa no<br />
escritório que não estava comprometido.<br />
—Race. — Eu chamei quando abri a porta e entrei no meu escritório, pronto<br />
para a ação. Meu coração pulou na minha garganta quando notei que o sofá estava<br />
vazio. Race foi embora.<br />
Eu marchei para a sala de espera onde Angel estava retocando a maquiagem<br />
em um espelho compacto.<br />
—Onde ela está? —Perguntei, apertando os punhos.<br />
—Ela acabou de sair cerca de um minuto atrás. Precisava de um pouco de ar.<br />
— Angel respondeu, limpando os cantos dos lábios.<br />
—Porra! —Murmurei, correndo através das portas da frente em pânico. —<br />
Race! — Eu chamei olhando ao redor, protegendo os olhos do sol.<br />
Ela estava em pé ao lado de Elvira, sua pele pálida mais branca do que o<br />
normal. Ela não respondeu, apenas ficou como uma estátua olhando para baixo.<br />
—Race. — Repeti correndo em sua direção. —O que está errado?<br />
Ela apontou para o chão. —Elvira. —Sussurrou.<br />
Alguém tinha cortado os pneus. Cada um tinha enormes furos, ar suficiente<br />
tinha escoado, e pareciam praticamente planos.<br />
—PORRA! —Eu gritei, sentindo meu peito apertar. Eu não estava chateado<br />
com o carro. Era apenas um objeto. Se ela tivesse saído apenas alguns minutos mais<br />
cedo... Eu não podia pensar nisso.<br />
culpa.<br />
—Eu sinto muito. — Ela sussurrou, apertando seu pescoço. —É tudo minha<br />
149
—É apenas um carro. — Eu disse, tentando manter minha voz calma<br />
colocando meu braço em torno dela. —Ele pode ser consertado. Não é sua culpa.<br />
Ela segurava um pequeno pedaço de papel. —É sim. Veja.<br />
Você não pode salvá-la. Mantenha seu nariz onde ele pertence.<br />
Eu li em voz alta, puxando-a para perto de mim.<br />
Quem quer que esse idiota fosse, com certeza tinha bolas tão grandes quanto<br />
às de basquete. Chegar a este escritório e cortar meus pneus era extremamente<br />
arriscado.<br />
—Shh. Não é grande coisa. Você está segura, e isso é tudo que importa.<br />
Seus ombros tremiam, as lágrimas começaram a escorrer de seu rosto.<br />
—Eu sinto muito. — Ela repetiu, soluçando.<br />
—É apenas um carro, princesa.<br />
Seu corpo poderia ter recebido a mensagem para mim ao invés de Elvira.<br />
—Deixe-me ajudá-lo a consertá-la. — Ela sussurrou olhando para mim,<br />
—Tenho certeza que Thomas tem seguro para coisas como esta. —Eu podia<br />
ver que havia perigos neste trabalho que não tinha previsto.<br />
—Eu conheço um cara que posso chamar.<br />
—Você conhece um cara? — Eu perguntei a ela, meus olhos estreitaram-se. —<br />
Soa ameaçador.<br />
—Um velho piloto amigo do meu pai. Deixe-me chamá-lo, por favor. —Ela<br />
bateu os cílios.<br />
Porra!<br />
Não havia nenhuma maneira que eu poderia recusar.<br />
—OK. Vamos entrar, e você pode chamá-lo enquanto eu falo com Thomas.<br />
Ela assentiu com a cabeça e inclinou-se para o meu lado.<br />
—Vamos ter o seu bebê de volta em ação.<br />
150
—Eu posso alugar outro carro até que esteja tudo pronto. Pare de se<br />
preocupar.<br />
—Tudo bem? —Angel perguntou enquanto caminhávamos de volta para<br />
dentro.<br />
—Sim, Angel. Tudo vai ficar bem. —Eu dei-lhe um sorriso falso, meu interior<br />
girando sobre o que havia acontecido. Olhei para Race. —Vá ao meu escritório e use<br />
o telefone enquanto eu falo com Thomas.<br />
Ela assentiu com a cabeça e caminhou pelo corredor. Eu a assisti,<br />
completamente paralisado pelo balanço de seus quadris. Antes de abrir a porta, ela<br />
olhou por cima do ombro e me pegou.<br />
—Vê algo que você gosta garotão? —Angel perguntou do meu lado.<br />
Meu rosto corou. —Eu queria ter certeza de que ela foi para a porta correta.<br />
Eu não quero que ela veja algo que não deveria. —Eu arqueei uma sobrancelha e não<br />
me preocupei em esconder minha diversão quando seu nariz enrugou.<br />
Ela tossiu. —Imbecil.<br />
—Thomas está sozinho?<br />
mesa.<br />
—Até onde eu sei. — Ela disse se ocupando com a pilha de papéis em sua<br />
Marchei pelo corredor, em frente ao escritório de Thomas.<br />
Desta vez, eu bati.<br />
—Entre.<br />
—Desculpe interromper, mas eu precisava falar com você sobre uma situação.<br />
mesa.<br />
—Qual é o problema agora? —Perguntou Thomas, olhando-me de trás da<br />
Arrastei minhas mãos pelo meu cabelo.<br />
—Eu fui lá fora para encontrar Race, e os pneus de Elvira foram cortados.<br />
—Eu vou pegar o vídeo de vigilância do estacionamento com James<br />
imediatamente.<br />
151
—Hum. — Eu murmurei, olhando para trás na porta de James. —Ele está meio<br />
que ocupado agora.<br />
mesa.<br />
—Que porra ele está fazendo? —Disse Thomas, movendo-se em torno da<br />
Eu estiquei as minhas mãos, impedindo-o de sair.<br />
—Basta dar-lhe alguns minutos. O que eu faço sobre o carro?<br />
—Apenas me dê à conta e vamos pagá-la. O seguro vai cobrir isso.<br />
—Obrigado, Thomas.<br />
—Não me agradeça ainda. Desde que você está aqui, precisamos discutir o<br />
seu relacionamento com a Sra. True. —Ele inclinou-se para frente, apoiando os<br />
cotovelos sobre a mesa.<br />
—James. — Ele gritou quando James passou no corredor, arrumando suas<br />
roupas. —Feche a porta, James. — Thomas disse enquanto James entrava desabando<br />
na cadeira.<br />
—Eu quero ouvir isso? —Perguntei, sabendo o que estava por vir.<br />
—Escute espertinho. Namorar um cliente pode complicar tudo e nos deixar<br />
expostos a uma série de processos judiciais.<br />
Eu defini a minha boca numa linha firme com a insinuação de que ela estaria<br />
atrás de dinheiro.<br />
—Race não é assim.<br />
Ele balançou a cabeça, jogando o corpo para trás na cadeira.<br />
—Seja cuidadoso. Você está em território muito perigoso.<br />
—Eu sei. Eu não queria que nada acontecesse.<br />
Thomas cruzou os braços na frente do seu peito e suspirou.<br />
—Eu não quero desculpas. Mantenha-a segura e feche o caso.<br />
—Eu não pretendia gostar dela. Não sei o que aconteceu, mas vou mantê-la<br />
segura. E o caso deve terminar amanhã. Ela só me deixa louco.<br />
152
—As mulheres fazem isso. —James brincou com o anel de casamento na mão.<br />
mão.<br />
—Conhecimento de primeira mão? —Perguntei meus olhos caindo para sua<br />
—Eu não queria gostar de Izzy. Deus, ela é uma dor na bunda. Eu não pude<br />
resistir. Uma coisa levou a outra, e aqui estou. Casado. —Ele balançou a cabeça. —<br />
Às vezes a gente não pode fugir do destino.<br />
—Ei, James, o rato quer sua linha de queijo de volta? — Thomas brincou.<br />
—Cale a boca, cara. — James atirou de volta, levantando o queixo para<br />
Thomas.<br />
—De qualquer forma, vamos lidar com tudo. —Thomas salientou.<br />
—Fique com ela esta noite. Eu não gostei que esta pessoa viesse aqui e<br />
vandalizasse o seu carro. Isso demonstra que eles poderiam tentar qualquer coisa.<br />
Assim, pelo amor de Deus, fique no pé dela.<br />
—Eu não vou baixar a minha guarda.<br />
—Um cliente morto não paga. — Acrescentou James.<br />
Jesus!<br />
—Você conhece a palavra certa para me fazer sentir melhor, James.<br />
—James, eu preciso que você puxe as filmagens do estacionamento da última<br />
hora. —Disse Thomas, batendo com o dedo sobre a mesa.<br />
—O que aconteceu? —Perguntou James, levantando uma sobrancelha<br />
enquanto olhava para mim.<br />
—Alguém cortou os pneus de Elvira.<br />
—Porra! —Disse ele, levantando-se da cadeira. —Eu estou nisso.<br />
Fechei os olhos, desejando que pudesse avançar rapidamente para amanhã,<br />
quando esperávamos que tudo isso estivesse terminado.<br />
Race.<br />
—Você precisa de mim para alguma coisa? —Perguntei, desejando voltar para<br />
—Não. Vamos checar tudo e enviar-lhe os detalhes.<br />
153
—OK. Vou pedir um carro de aluguel e um guincho para rebocar Elvira.<br />
—Soa como um bom plano.<br />
—Oh, e Morgan. —Thomas disse quando eu tinha um pé no corredor.<br />
—Sim? —Perguntei, mantendo as costas para ele e fechando os olhos.<br />
—Obrigado por bater na porta, homem.<br />
Todo mundo riu.<br />
154
Capítulo 20<br />
O Cara<br />
Race<br />
—Eu tenho uma grande notícia. —Eu disse à Morgan quando ele sentou-se à<br />
sua mesa.<br />
Balançando para trás e para frente, ele tentou reunir um sorriso. —Me diga.<br />
— Ele murmurou.<br />
—Johnny está trazendo novos pneus, e ele vai consertar Elvira no<br />
estacionamento.<br />
—O cara? —Ele perguntou com um sorriso indiferente.<br />
Eu balancei a cabeça, tentando conter minha emoção. —O cara.<br />
—Isso é ótimo, princesa. —Ele estendeu a mão para mim, um olhar sério em<br />
sua face. —Temos de falar. É sobre Tyler e toda a situação.<br />
—Posso ir amanhã? —Eu perguntei antes de prender a respiração.<br />
—Não.<br />
Fiz uma careta, rangendo os dentes.<br />
—Você confia em mim, Race? —Ele perguntou, estendendo a mão para mim.<br />
—Sim.<br />
Desta vez, eu não hesitei colocando a minha mão na sua, finalmente cedendo.<br />
—Bom. —Ele me puxou para frente e passou os braços em volta de mim. —<br />
Então você com certeza não vai.<br />
Cai em seu colo e gritei: —Ei!<br />
Ele me posicionou no colo, me ajeitando contra seu torso.<br />
Olhei para ele, confusa. —O que você está fazendo?<br />
—Protegendo. — Ele sussurrou em meu ouvido.<br />
155
Minha respiração engatou.<br />
Pela primeira vez, eu fiquei sem palavras.<br />
—Eu vou ficar com você de novo hoje à noite.<br />
—Você não tem que fazer isso. Eu sou uma menina grande. — Eu provoquei,<br />
gostando de estar protegida em seus braços.<br />
Ternamente ele pegou minha mão na sua, e acariciou o lado mais próximo das<br />
bandagens. —Continue a discutir e eu vou bater em você hoje à noite.<br />
—Oh! —Sussurrei, com borboletas enchendo minhas entranhas.<br />
As vibrações de sua risada profunda ricochetearam através do meu corpo. —<br />
Talvez você goste disso.<br />
—Morgan... —Eu relaxei contra ele.<br />
—Ouça, alguém está atrás de você. Eles vieram ao meu trabalho e cortaram<br />
meus pneus. Eu não quero encontrá-la da mesma maneira que encontramos Elvira.<br />
Então você não pode se livrar de mim, não importa o quão teimosa você seja.<br />
—Não seja bobo. — Eu disse, sentindo as borboletas começando a flutuar em<br />
torno de meu estômago. —Você não acha que alguém faria isso. Acha? —Meu<br />
coração acelerou, batendo febrilmente dentro do peito.<br />
—Eu não sei Race. —Seu dedo arrastou pelo meu braço, correndo sobre a<br />
minha pele muito sensível. —Eu não vou correr o risco.<br />
—Ok. — Saiu da minha boca um pouco rápido demais.<br />
Eu não podia negar isso por mais tempo, pelo menos, não para mim mesma.<br />
Morgan DeLuca agitava todos os tipos de sentimentos dentro de mim.<br />
Eu o cobiçava.<br />
Essa palavra pode até não ser o suficiente para descrever o quanto eu o<br />
queria.<br />
No momento em que seus lábios tocaram os meus, eu sabia que era um caso<br />
perdido.<br />
156
Nunca em toda a minha vida um homem tinha me beijado como ele, e muito<br />
menos da maneira como ele me fodeu.<br />
—Deus. —Disse ele contra o meu cabelo, traçando pequenos círculos no meu<br />
ombro.<br />
Sentei-me ali como uma menina boazinha, aquecendo-me com a sensação de<br />
sua pele contra a minha. —Morgan? —Sussurrei, mordendo meu lábio.<br />
—Sim? —Ele perguntou, sua boca roçou minha orelha.<br />
Estremeci. —Isto.<br />
Ele me segurou mais forte, descansando seus lábios contra meu pescoço.<br />
—Escuta, você já quis tanto algo, que pensou que nunca fosse querer em um<br />
milhão de anos?<br />
Engoli em seco e assenti.<br />
—Eu nunca pensei que gostaria de estar com alguém, Race. Mas, em seguida,<br />
sua bunda mandona sentou lá em uma banqueta, atirando todos os tipos de besteira<br />
para mim, e tudo dentro de mim mudou.<br />
—Você realmente gosta de mim? —Eu pisquei.<br />
Meu Deus!<br />
—Sim. —Ele respondeu em tom sério.<br />
Eu olhava para frente, sem me atrever a fazer contato visual.<br />
—Nós realmente não fazemos sentido.<br />
—Vamos levá-lo um dia de cada vez. Embora eu goste de você. Mais do que<br />
eu esperava ou queria.<br />
—Eu sei. Eu também. — Eu disse enquanto minhas bochechas aqueciam.<br />
Ele inclinou-se para frente, e colocou sua boca sobre a minha. Minha<br />
respiração falhou, ele roubou todo o fôlego de dentro do meu corpo, me fazendo<br />
sentir vertigens e tonturas.<br />
Seus lábios demoraram sobre os meus, e ele perguntou:<br />
157
—Você me quer em sua cama?<br />
Minha mente ainda estava nebulosa do desejo que tinha inundado cada fibra<br />
do meu ser, e eu respondi:<br />
—Sim.<br />
Antes que eu pudesse levá-lo de volta, ele cobriu minha boca em outro beijo.<br />
Um momento depois, ele recuou, segurando-me muito perto.<br />
—Eu preciso de você, Race, mas não aqui. —Disse com seu peito arfando. Ele<br />
tentou recuperar o fôlego, tão afetado pelo beijo quanto eu.<br />
—Johnny deve estar aqui em breve. —Eu disse, sem saber o que dizer.<br />
casa.<br />
—Quando ele terminar, eu vou levá-la para jantar, e então podemos ir para<br />
—E se eu não quiser ir para casa?<br />
—Então eu vou levá-la para onde quiser, mas eventualmente vamos acabar<br />
em sua casa.<br />
—E depois?<br />
—Então nós vamos terminar o que começamos.<br />
Esperança floresceu dentro de mim, as dúvidas evaporadas. Desejo inundou o<br />
meu sistema enquanto eu encarava o homem diante de mim.<br />
158
Capítulo 21<br />
Implorar por isso<br />
Seu cara, Johnny, consertou Elvira em tempo recorde, com o escritório inteiro<br />
olhando de boca aberta por trás das portas de vidro.<br />
Eu graciosamente deixei Race dirigir Elvira até onde jantaríamos.<br />
Uma vez que chegamos ao restaurante, a conversa foi quase inexistente<br />
durante a primeira metade da refeição. Depois que ela tinha consumido três copos de<br />
vinho, ela começou a falar.<br />
—Obrigada por me deixar dirigir a sua menina. —Disse, derramando o vinho<br />
em torno do seu copo. —Eu realmente sinto muito que isso aconteceu por minha<br />
causa.<br />
—Não se desculpe mais. — Eu respondi limpando minha boca e jogando o<br />
guardanapo na mesa. — Já é passado.<br />
—Assim como eu vou ser. — Ela sussurrou.<br />
—O quê? —Perguntei, inclinando a cabeça.<br />
—Nada. —Ela viu o líquido enquanto se espalhava, e seus olhos tornaram-se<br />
vidrados. —Posso dirigir de volta para casa?<br />
—Vamos deixar algumas coisas bem claras. Vamos? —Eu perguntei,<br />
esfregando as mãos contra as minhas calças. —Eu tinha uma vida simples. Então essa<br />
mulher de cabelo loiro entrou no meu mundo com a sua atitude, boca atrevida, e<br />
corpo de matar, e destruiu tudo.<br />
—Bem, eu...<br />
—Toda vez que eu olho em seus olhos verde-esmeralda, sinto-me<br />
apaixonando cada vez mais, perdendo um pouco do meu coração a cada beijo. Eu<br />
nunca me senti assim antes. Eu não sei como agir metade do tempo. Portanto, não<br />
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deixarei de lado meus sentimentos por você. Quando o seu caso estiver encerrado,<br />
eu estarei longe de ter terminado com você, Race True.<br />
Ela sentou-se ali com os lábios entreabertos, enquanto acariciava seu<br />
pescoço. —Ok. —Um pequeno sorriso apareceu em seu rosto. —Posso ter mais<br />
vinho? —Sussurrou.<br />
—Eu a quero totalmente lúcida quando tiver você esta noite. Você vai<br />
implorar por mais.<br />
—Eu nunca implorei, Morgan.<br />
—Você vai hoje à noite. —Eu sorri.<br />
Sua garganta moveu-se engolindo em seco, e os lábios abriram mais. Quando<br />
seus olhos suavizaram, ela descruzou os braços e inclinou-se para frente.<br />
—Eu não imploro porra nenhuma. — Ela sussurrou.<br />
Eu deslizei em frente na cadeira, movendo meu rosto tão perto quanto<br />
possível do dela. Nossas bocas estavam quase se tocando, sua respiração morna<br />
carregada de vinho tocou em meus lábios. —Você vai esta noite. Isso eu prometo.<br />
—Faça ou cale-se. —Disse com o canto de sua boca contraindo.<br />
Peguei minha carteira, tirei dinheiro suficiente para cobrir mais do que a<br />
conta e gorjeta, e fiquei de pé. Oferecendo minha mão, eu olhei para ela, pronto para<br />
sair de lá. —Vamos ver se você é só conversa mole, princesa.<br />
—Você vai ser o único andando engraçado amanhã, grandão.<br />
—Dou boas vindas ao desafio.<br />
—Vamos assistir a um filme ou algo assim. —Eu disse quando nós chegamos a<br />
casa dela.<br />
Ela olhou espantada para mim. —Sério?<br />
—Não. Traga seu traseiro bem aqui e me beije, princesa. —Eu apontei para o<br />
chão perto dos meus pés.<br />
—Sem preliminares? —Ela perguntou dando um passo para frente.<br />
—Oh, vai haver muito disso.<br />
160
—Sem romance?<br />
—O jantar foi o romance, e agora, é hora da sobremesa.<br />
—Tem certeza de que quer fazer isso? —Ela perguntou, olhando para mim<br />
por entre os cílios.<br />
—Você me quer? —Perguntei, entortando o dedo para ela, chamando-a para<br />
vir à frente.<br />
—Uh, sim.<br />
clima.<br />
—Ou você só deseja o meu pau enorme? —Eu provoquei, tentando aliviar o<br />
—Bem. Eu quero você, mas você não é quem eu pensava Morgan. —Ela disse,<br />
dando um passo mais perto.<br />
Eu me inclinei para frente, trazendo meus lábios perto dos dela.<br />
mão.<br />
—Então me beije, Race. —Eu sussurrei, segurando o seu queixo na minha<br />
Os olhos dela mudaram enquanto eu olhava para eles. Ela hesitou por um<br />
momento antes de seus lábios tocarem os meus, hesitantes em primeiro lugar, antes<br />
de sua respiração mudar, e o beijo tornar-se mais voraz.<br />
Ela passou os dedos pelo meu cabelo, me puxando para mais perto. Usando<br />
ambas as mãos, eu apertei sua bunda, moendo contra ela. Seus gemidos derramavam<br />
em minha boca, fazendo meu pau ainda mais duro.<br />
Deixando uma das mãos em sua bunda, eu agarrei seu cabelo na outra, e<br />
afastei sua boca da minha. Com a cabeça inclinada para trás, eu aproveitei a<br />
oportunidade para provar seu pescoço.<br />
Sua pele lisa cheirava caramelo doce. Deslizei minha língua ao longo de seu<br />
pescoço. Tomando meu tempo, eu explorei seu pescoço, parando por um momento<br />
sobre o pulso. Seu coração tamborilou contra os meus lábios em um ritmo irregular.<br />
Quando meus lábios encontraram a parte superior de seu peito, suas unhas<br />
cravaram em meus braços, perfurando a pele. Eu assobiei, sugando uma respiração<br />
rápida conforme a minha língua saia e deslizava contra o seio macio.<br />
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—Oh Deus! —Ela gritou. — Não pare!<br />
Eu cheguei até aqui, e não havia nada que pudesse me fazer parar agora.<br />
Depois de soltá-la, peguei a parte inferior da sua camiseta e puxei-a sobre sua cabeça.<br />
O laço delicado de seu sutiã mal escondia seus seios, enquanto seus mamilos ficavam<br />
tensos contra o material, ansiando para serem tocados. Raspei a ponta do meu<br />
polegar contra ela, vendo-a estremecer.<br />
Antes que eu caísse de joelhos, desabotoei o sutiã e joguei-o no chão.<br />
Tocando a parte inferior de suas costas, eu a puxei para mim e enterrei meu rosto<br />
entre os seios. Naquele exato momento, eu gostaria de ter mais de uma boca. Não<br />
havia um ponto em seu corpo que eu não queria devorar, e paciência não era algo<br />
que eu tinha de sobra.<br />
Minha boca foi para o seio direito e uma mão ficou em concha no esquerdo,<br />
certificando-me de que cada um recebesse a mesma atenção. Suas mãos caíram para<br />
os lados enquanto ela balançava. Seus mamilos ficaram ainda mais tensos enquanto<br />
eu chupava, e meu pênis esticava procurando liberdade.<br />
Quando seu corpo oscilou novamente, eu envolvi meu braço em torno dela e<br />
segurei firme. Eu alternava entre cada seio, usando os dentes para lhe dar uma<br />
mordida, quando seu corpo começou a tremer. Eu gemia, usando a vibração para<br />
minha vantagem.<br />
—Você está me matando. — Ela reclamou quando eu estava prestes a mudar<br />
de lado novamente.<br />
Eu não respondi. Algumas situações não requerem palavras. Rocei seu<br />
mamilo com os dentes e desfiz o botão em seus jeans.<br />
Ela se retorceu conforme eu o puxava para baixo. A menina estava sem<br />
calcinha, e era sexy como o inferno. Todos os dias, ela sentou-se ao meu lado sem<br />
nada entre sua buceta e eu, exceto por um pedaço de material.<br />
Meus dedos deslizaram em seu montículo suave agarrando seu sexo. Eu tinha<br />
que ter um momento para recuperar a compostura antes de deslizar meus dedos por<br />
sua umidade. Minha boca salivou quando o aroma de sua excitação finalmente me<br />
atingiu.<br />
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Eu gemi tocando sua buceta. Usando a umidade, eu circulei seu clitóris,<br />
sentindo a dureza contra meus dedos. Não havia nada que eu queria fazer mais do<br />
que mergulhar meus dedos dentro dela, mas queria provocá-la e fazê-la implorar.<br />
Eu não tinha soltado seu mamilo, então eu chupei mais forte enquanto<br />
circulava seu clitóris. Seu corpo tremia em meus braços, ela agarrou meus ombros<br />
com os dedos trêmulos.<br />
—Mais! —Gemeu, empurrando sua vagina contra a minha mão.<br />
A umidade escorria dos meus dedos, cobrindo-os completamente. A última<br />
coisa que eu queria fazer era machucá-la, mas eu não podia perder mais tempo. Eu<br />
precisava estar dentro dela. Levou tudo em mim para manter o controle até agora, e<br />
eu não seria capaz de aguentar muito mais tempo.<br />
Lentamente, eu afundei um dedo dentro dela, sentindo suas paredes<br />
convulsionarem em torno de mim. Tocá-la no interior era quase celestial. A única<br />
coisa melhor teria sido meu pau, mas haveria tempo para isso.<br />
—Mais! — Ela gritou.<br />
Sem soltar o mamilo, eu fiz o que tinha pedido. Mergulhando um segundo<br />
dedo dentro dela, eu resisti à vontade de gritar sozinho. Meus olhos reviravam em<br />
minha cabeça quando o sentimento de êxtase tomou conta de mim.<br />
Eu não gozaria na minha calça. Eu não podia. Toda a credibilidade que tinha<br />
com Race rapidamente iria voar pela janela. Deixei meus dedos dentro, sem me<br />
mexer enquanto me acalmava.<br />
—Mais!<br />
Ela era uma coisinha gananciosa. Eu amei isso. Eu queria que ela fosse<br />
agressiva.<br />
—Mais forte.<br />
Parecia que ela estava implorando, embora ela discutisse esse ponto. Fiz o<br />
que ela mandou, movendo lentamente meus dedos para fora antes de mergulhá-los<br />
de volta para dentro.<br />
Eu precisava saboreá-la.<br />
163
Enquanto trabalhava meus dedos dentro dela, percorri um caminho até seu<br />
estômago. Fiquei próximo de sua vagina. Fiz uma pausa, deixando o cheiro da<br />
excitação feminina penetrar em cada fibra do meu ser, antes de me inclinar e lambêla.<br />
—Porra! — Ela gemeu, quase colapsando em meus braços.<br />
A doçura salgada dela explodiu em minha boca. Empenhado para foder, meu<br />
pau estava prestes a quebrar, e eu estava pendurado por um fio com a minha boca<br />
presa em torno dela, capturando sua umidade com a língua.<br />
Ao olhar para ela, vi seus olhos rolarem para trás e fecharem. Eu não a<br />
deixaria gozar, ainda não, pelo menos. Ela teria que implorar por isso. A partir dos<br />
sons provenientes de sua garganta, eu sabia que estava no caminho certo, então eu<br />
empurrei para frente, e aumentei a pressão da minha boca contra sua carne nua.<br />
Quando seu corpo começou a tremer, e sua respiração ficou irregular, curta,<br />
eu me afastei.<br />
—Não pare.<br />
—Implore. — Eu exigi, ainda trabalhando meus dedos dentro dela.<br />
—Morgan! —Disse ela.<br />
Eu a ignorei, continuando meu ataque sobre ela. Depois de encontrar o ponto<br />
G, deixei meus dedos deslizarem contra ela e recuarem.<br />
—Oh meu Deus! — Ela gritou, empurrando sua vagina em direção ao meu<br />
rosto. —Você não pode!<br />
—Eu posso. Deus não irá ajudá-la agora. Só eu posso. Diga!<br />
—Vá se fuder! —Seus dedos cravaram em meu couro cabeludo, puxando meu<br />
cabelo.<br />
—Você irá.<br />
Ela olhou para mim, ainda esfregando contra a minha mão. Seus mamilos<br />
estavam como picos duros, e sua pele estava coberta de arrepios. —Eu te odeio.<br />
Coloquei a língua para fora e lambi seu clitóris, enrolando-a para obter o<br />
máximo de contato.<br />
164
—Sim!<br />
Eu me afastei.<br />
—Sim o quê? —Eu sorri, enganchando meus dedos dentro dela para que ela<br />
não conseguisse se mexer.<br />
—Me fode, Morgan.<br />
Agora isso foi sexy, mas não o suficiente. Eu deslizei um terceiro dedo dentro,<br />
esticando-a ainda mais.<br />
—Oh Deus! —Ela gemeu. Desta vez, os joelhos estavam fracos o suficiente<br />
para que eu a segurasse. Se eu me movesse, ela cairia para trás.<br />
Sua vagina apertou firme. —Por favor, Morgan!<br />
—Por favor, Morgan o quê?<br />
Agora, eu só estava brincando com ela e sendo um idiota total. Eu sabia, e eu<br />
tinha certeza que ela também sabia.<br />
—Por favor, deixe-me gozar. — Ela sussurrou, olhando para mim suavemente.<br />
Todas elas se tornavam coisinhas doces quando seus orgasmos repousavam<br />
sobre suas ações. Se não fosse por meus dedos dentro dela, eu tinha certeza que ela<br />
teria arrancado meus olhos.<br />
Desde que ela tinha pedido tão bonitinho, eu coloquei minha boca sobre ela e<br />
brinquei com seu clitóris, pressionando apenas o suficiente para trazê-la perto, mas<br />
nada mais.<br />
Ela levantou-se na ponta dos pés, tentando chegar mais perto do meu rosto.<br />
Eu não protestei, movendo-me para frente e enterrando meu rosto em sua carne.<br />
Mesmo se eu sufocasse, seria um inferno de um caminho a percorrer.<br />
Assim quando minha mandíbula começou a doer, seu corpo tremeu, e sua<br />
vagina contraiu em torno dos meus dedos. Ela gritou meu nome, eu aumentei a<br />
pressão da minha boca contra ela, e enfiei os dedos mais fundo.<br />
Seus dedos puxaram meu cabelo enquanto ela gritava:<br />
—Sim!<br />
165
No momento em que seu corpo parou de contrair-se, meu pau estava prestes<br />
a explodir. Eu podia sentir as bolas azuis matando lentamente o meu membro. Eu<br />
tirei meus dedos, pronto para começar o meu trabalho, antes que não houvesse nada<br />
para se obter.<br />
Lambi seu gozo dos meus dedos enquanto escorria. Seus olhos abriram, e ela<br />
tentou concentrar-se em mim. Minha necessidade superou a minha sensibilidade.<br />
Desfiz minhas calças, deixando o zíper aberto.<br />
—Abaixe-se. —Eu a empurrei em seus ombros.<br />
—Espere. O quê? —Perguntou, enquanto seus joelhos dobravam com a<br />
pressão.<br />
—Eu quero sentir sua boca em mim. Seja uma boa menina e enrole os lábios<br />
em torno do meu pau.<br />
—Você vai implorar? —Ela perguntou com um sorriso e deslizando o jeans<br />
pelas minhas pernas.<br />
—Por favor, chupe o meu pau, princesa. — Eu sussurrei. Meu pau saltou livre<br />
e em riste. Meu pau acenou em seu rosto, como se estivesse a insultando.<br />
Ela o agarrou sem hesitar, fazendo com que o meu pau desse uma guinada<br />
para frente. O calor sedoso de suas mãos me deixou no limite.<br />
Eu precisava pensar em algo diferente do que o meu pau. Eu não queria que<br />
tudo terminasse antes mesmo de começar. Quando sua língua agarrou a umidade<br />
que tinha vazado da ponta, eu quase tive um ataque cardíaco.<br />
A única coisa que eu poderia pensar para manter minha mente fora dela era o<br />
trabalho. Quando a ponta do meu pau passou em seus lábios, eu me perguntei o que<br />
os caras tinham feito para garantir a retaguarda amanhã à noite. Eu mentalmente<br />
desfiei uma lista de coisas que precisava falar com os caras antes da ocorrência.<br />
Tentar manter minha mente ocupada não ajudou por muito tempo.<br />
Rapidamente eu parei de pensar nessas merdas, e só podia sentir sua língua<br />
acariciando a parte inferior do meu pau. Toda vez que a ponta da sua língua<br />
acariciava o ponto sensível entre a cabeça e o comprimento do meu pau, eu<br />
estremecia.<br />
166
Foi a minha vez de sentir os joelhos fracos. Sua boca exigiu minha atenção<br />
quando ela tomou-me profundamente, mas não o suficiente para me engolir todo. Eu<br />
não poderia segurar por mais tempo. Eu queria gozar. A última coisa que me<br />
preocupava enquanto eu tinha meu pau em sua boca, era que eu pareceria fraco se<br />
eu gozasse rapidamente. Eu não estava prestes a me torturar. Tínhamos toda a noite,<br />
e este era apenas o aperitivo.<br />
—Coloque as mãos sobre os joelhos. —Ordenei enquanto olhava para baixo.<br />
Se eu fosse um pouquinho maior, não caberia. Não há nada como ver seu pau<br />
enterrado dentro da boca de uma mulher.<br />
Ela engoliu meu pau enquanto suas mãos caíram para suas pernas, e ela olhou<br />
para mim com olhos curiosos.<br />
—Tudo bem? —Perguntei, embora não importasse a resposta, eu ainda faria a<br />
mesma coisa.<br />
lábios.<br />
Ela deu um leve aceno de cabeça, baba começou a reunir nos cantos dos<br />
Eu deslizei minhas mãos em seu cabelo e segurei com força em meus dedos.<br />
Empurrei meu pau para frente, deslizando-o para baixo de sua garganta, apenas um<br />
pouco mais longe do que tinha ido antes. Ela engasgou um pouco fechando os olhos.<br />
Sua garganta apertou quando tentou engolir, e eu quase entrei em erupção em sua<br />
boca.<br />
Quando meu pau dobrou ligeiramente, curvando-se para baixo em sua<br />
garganta, foi a mais incrível sensação do mundo, e eu não estava prestes a parar.<br />
—Porra, isso é tão bom. —Murmurei segurando seu rosto.<br />
Ela apenas olhou para mim com os olhos marejados. Sua língua tentou<br />
manter-se, empurrando na parte de baixo do meu pau, mas não foi necessário.<br />
—Eu estou tão perto. —Disse a ela.<br />
Instantaneamente, ela parou de lutar, deixando-me assumir o controle de seu<br />
corpo. Tendo Race de joelhos, com meu pau em sua boca, e ouvindo meus<br />
comandos, era mais do que eu poderia tomar. Explodi dentro dela.<br />
167
Tudo no quarto ficou borrado. Calafrios acumularam em meu corpo, e as<br />
minhas pernas começaram a falhar. Segurei seu cabelo mais forte, usando-o como<br />
suporte, enquanto eu montava a onda de êxtase.<br />
No momento em que meu orgasmo tinha passado, eu estava sem fôlego e<br />
ofegante. Eu não poderia tomar ar rápido o suficiente. Larguei seu cabelo e me<br />
inclinei para frente, completamente sem fôlego.<br />
—Jesus! — Eu murmurei com meu pau amolecendo na sua boca.<br />
Ela enxugou os cantos de sua boca, puxando as últimas gotas sobre a língua<br />
antes de engolir.<br />
Se meu pau estivesse duro, eu gozaria de novo só de vê-la fazer isso.<br />
—Boa menina. —Eu acariciei o lado de seu rosto, encontrando um pouco do<br />
que ela tinha perdido.<br />
Coloquei a ponta do meu polegar contra sua boca. —Abra. Uma última gota.<br />
Quando eu deslizei meu dedo dentro, meu pau contraiu, mas rapidamente<br />
caiu plano totalmente satisfeito.<br />
—Eu não posso decidir se você é um babaca ou não. — Ela murmurou depois<br />
que tinha engolido.<br />
—Mas você gosta de mim de qualquer maneira.<br />
—Dificilmente. — Ela atirou de volta ficando de pé.<br />
—Sua buceta diz o contrário.<br />
—Desgraçado!<br />
—Eu aposto que você ainda está molhada. Talvez mais úmida depois de<br />
chupar o meu pau. —Eu agarrei seus braços e puxei-a para mim.<br />
—Não estou. —Disse, empurrando contra o meu peito.<br />
Descendo, eu deslizei meus dedos por ela, sentindo-a mais molhada do que<br />
antes. Ela gemeu abrindo a boca e, em seguida, ela engasgou. Depois de juntar<br />
umidade com meus dedos, eu trouxe-os de volta para os nossos rostos.<br />
168
—Mentirosa. — Murmurei colocando-os contra a minha língua e trazendo sua<br />
boca para a minha. Eu queria que ela provasse exatamente como eu a sentia na<br />
minha língua.<br />
Eu não tinha terminado com ela ainda.<br />
A noite ainda era uma criança.<br />
169
Capítulo 22<br />
Tente-me, Princesa<br />
Race<br />
Eu girei meu dedo contra seu bíceps, fazendo pequenos círculos.<br />
—Você não entende como eu cresci.<br />
Enquanto acariciava o lado do meu braço, ele avançou o seu corpo mais<br />
perto, apoiando o queixo em cima da minha cabeça.<br />
—Conte-me então.<br />
—É tão chato.<br />
—Eu não acho que qualquer coisa que você diga seja chato.<br />
—Tudo bem. — Eu sussurrei, continuando a acariciar a sua pele. —Minha mãe<br />
era uma puritana religiosa total.<br />
—Era? —Perguntou ele, apertando meu ombro.<br />
anos.<br />
—Ela está viva. Não se preocupe. Embora não tenhamos falado nos últimos<br />
—Eu sinto muito.<br />
—Eu não sinto. Ela foi um pesadelo depois que meu pai morreu. Ela sempre<br />
foi religiosa, mas depois que ele se foi, ela tornou-se fanática.<br />
—Sinto muito, gatinha. —Ele beijou o meu cabelo antes de ajustar nossos<br />
corpos. Ele deslizou para baixo, nos colocando frente a frente.<br />
Porra!<br />
olhos.<br />
Era mais fácil confessar coisas para ele quando eu não tinha que olhá-lo nos<br />
—Ela tinha vergonha de mim. Eu nunca fazia nada direito aos seus olhos.<br />
Todos os dias, ela me dizia que eu ia para o inferno por uma coisa ou outra. Eu tive o<br />
170
suficiente disso, depois eu saí para a faculdade. Não falei com ela desde o dia em que<br />
pisei no campus.<br />
Ele passou os dedos contra a minha bochecha. —Você se arrepende? —Ele<br />
perguntou seu rosto se suavizando.<br />
Eu balancei minha cabeça. —De modo nenhum. Eu prefiro estar sozinha, a<br />
ouvi-la me dizer todos os dias que eu não sou boa o suficiente.<br />
—É por isso que o seu trabalho é tão importante para você?<br />
Eu balancei a cabeça e desejei que não fosse verdade. —É tudo o que tenho.<br />
Minha família se distanciou. Um pouco foi por culpa minha, mas eu me comprometi<br />
com meu trabalho. Sou boa no que faço, e quero fazer um nome para mim.<br />
—Você vai. — Ele disse me tocando com ternura.<br />
—Se pegarmos a fita de volta. — Eu sussurrei.<br />
—Não há nenhum se, e tudo vai se resolver amanhã. —Disse ele. —Sobre isso.<br />
—Ele tirou a mão do meu rosto.<br />
—O quê? —Perguntei já com meu estômago dando cambalhotas.<br />
—Encontrei a conexão atual entre você e Tyler O'Shea.<br />
—Oh meu Deus, diga-me.<br />
—Sua esposa trabalha na sua empresa. —Ele estremeceu depois que falou. —<br />
Me desculpe, eu não lhe disse mais cedo.<br />
—Quem é ela? —Eu quis saber, agora passando por todos que eu conhecia do<br />
trabalho. —Eu não conheço ninguém com o sobrenome O'Shea.<br />
—Ela nunca usou seu nome quando se casaram. Eu achei isso quando estava<br />
procurando através de seus registros.<br />
—Puta merda! — Eu disse, arrastando as mãos pelo meu rosto. —Você vai me<br />
dizer quem é?<br />
—Não. — Respondeu balançando a cabeça.<br />
Eu olhei para ele. —Por que diabos não?<br />
171
—Race. — Ele disse em um tom suave, — Eu não vou permitir que você se<br />
coloque em perigo. Se eu te contar quem é ela, você vai atrás dela.<br />
—Eu não faria isso. E o que quer dizer com você não vai me permitir? —<br />
Perguntei, sentindo meu queixo tenso. Quem, ou que diabos esse homem pensava<br />
que era?<br />
—Você me contratou para fazer um trabalho, e eu vou fazê-lo.<br />
—Você está demitido.<br />
—Não, eu não estou. —Disse ele. —Lembre-se, eu vou amarrá-la antes de<br />
deixar você colocar-se em risco.<br />
Cruzei os braços sobre o peito. —Você não faria isso.<br />
—Tente-me, princesa. —Ele sorriu.<br />
Eu mordi o interior do meu lábio, debatendo minhas próximas palavras.<br />
—Posso ajudar, pelo menos?<br />
—Não. Absolutamente não.<br />
Eu suspirei, deixando meus ombros curvarem. —Mas se eu não for, nunca<br />
conseguirei a fita de volta. —Eu brinquei com o lençol perto dos meus pés, e me<br />
recusei a olhar para ele.<br />
—Hey. — Ele sussurrou, tocando meu queixo.<br />
—O quê? —Perguntei, tentando descobrir como fitá-lo de volta.<br />
—Lembra-se quando você disse que confiava em mim?<br />
—Sim. —Murmurei, olhando para seus lábios.<br />
ele.<br />
—Você tem que confiar em mim agora, Race. —Ele trouxe os meus olhos para<br />
—Eu confio, mas tanta coisa pode dar errado.<br />
—Nada vai dar errado. Você tem toda uma equipe de homens treinados atrás<br />
de você.<br />
172
—Será que eles têm uma vaga para uma mulher de negócios? Porque quando<br />
essa fita vier a público, eu vou ser dispensada.<br />
—Você é tão dramática. —Disse ele, revirando os olhos.<br />
Arrumei minhas costas.<br />
—Desde que eu estou pagando, deveria ser capaz de ajudar da maneira que<br />
eu achasse melhor.<br />
—Baby. — Ele murmurou enquanto inclinava-se para me beijar.<br />
Esquivei-me, evitando o contato. —Nada de baby para mim.<br />
Ele pairava sobre meus lábios, me olhando diretamente nos olhos.<br />
Ok?<br />
—Vou falar com os caras e perguntar-lhes se eles acham que está tudo bem.<br />
Eu olhei para ele, sabendo que ele estava apenas me acalmando.<br />
caísse.<br />
—Tudo bem. —Eu encontraria uma maneira de estar lá quando a merda<br />
Eu não tinha escolha. Era minha vida pendurada na balança, e ninguém<br />
olharia por mim como eu faria.<br />
Ninguém.<br />
Eu era a única pessoa que poderia confiar na minha vida. Era como sempre foi<br />
há anos. Eu estava bem desse modo. Eu tinha me acostumado. Eu não podia<br />
simplesmente entregar meu futuro para um homem. Para começar, era assim que eu<br />
tinha chegado a esta confusão.<br />
Meu pai me ensinou a confiar nos meus instintos.<br />
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Capítulo 23<br />
Não a deixe fugir<br />
Os olhos de Race arregalaram-se, a boca se abriu quando eu entrei em seu<br />
escritório.<br />
—O que você está fazendo aqui?<br />
—Hey, princesa. — Eu disse olhando a majestade de seu escritório. Eu estava<br />
totalmente impressionado com o tamanho. —Eu pensei em passar e ver como as<br />
coisas estavam indo.<br />
Ela olhou para o relógio antes de voltar os olhos para mim.<br />
—É quase cinco. Você não deveria estar se preparando para ir encontrá-lo?<br />
Eu balancei a cabeça, batendo no meu relógio. —Muito tempo.<br />
Ela suspirou, afastando de sua mesa antes de caminhar em minha direção. —<br />
Não, não tem.<br />
—Tudo está arranjado. Estamos apenas esperando as coisas rolarem. O dia<br />
está se arrastando. Pensei que parar aqui seria uma ótima maneira de passar o<br />
tempo.<br />
Ela deslizou a mão pelo meu braço e descansou no meu ombro. —Você falou<br />
com os rapazes sobre eu ir junto hoje à noite?<br />
—Sim. Eles disseram que você pode nos encontrar às seis e meia no escritório,<br />
e vamos sair de lá. —Porra! Eu estava mentindo na cara dura.<br />
Suas sobrancelhas ergueram-se. —Sério?<br />
—Sim. —Eu menti novamente. Eu teria que rastejar mais tarde para<br />
compensar a besteira que saiu da minha boca.<br />
—Obrigada. —Ela sussurrou. Inclinou-se e me deu um suave beijo nos lábios.<br />
174
Quando ela começou a se afastar, eu passei meus braços em volta da sua<br />
cintura e puxei seu corpo contra o meu.<br />
—Aonde você vai? Eu preciso mais disso. —Murmurei contra seus lábios.<br />
—Morgan. —Disse empurrando meu peito. —Eu não posso ser pega aqui no<br />
trabalho.<br />
—As pessoas não batem? —Perguntei, olhando por cima do ombro em<br />
direção à porta.<br />
—Sim, mas...<br />
Cortei-a, cobrindo a boca com a minha e pedindo entrada.<br />
Ela gemeu em minha boca enquanto roubava o ar dos meus pulmões. Puxei-a<br />
mais forte contra mim, envolvendo-a em meus braços.<br />
O que diabos eu estava fazendo?<br />
Eu não fui lá para transar com ela, e muito menos beijá-la. Eu queria passar,<br />
dizer Olá, ter uma conversa rápida com Natasha, e certificar-me de que Race não<br />
estaria no encontro às sete horas da noite. Mas lá estava eu, em um agarre frontal<br />
com Race.<br />
Eu quebrei o beijo. —Eu preciso parar.<br />
—E se eu não quiser que você pare? —Ela perguntou com os lábios<br />
manchados de batom, ofegante.<br />
—Eu só passei para ver como você estava e falar sobre esta noite. —Eu lambi<br />
meus lábios, saboreando cada gota de seu gosto deixado para trás.<br />
—Isso era tudo o que você queria? —Ela perguntou, recuando enquanto<br />
ajustava sua camisa.<br />
—Sim. Isso era tudo. — Eu menti.<br />
Três vezes eu tinha mentido no seu rosto. Ela provavelmente me teria pelas<br />
bolas mais tarde por isso, mas era a coisa certa a fazer.<br />
—Srta. True. —Sua secretária chamou através da porta fechada.<br />
—Limpe seus lábios. — Eu sussurrei, tocando minha boca.<br />
175
—Merda. — Ela murmurou, correndo para sua mesa. Ela pegou um espelho e<br />
tentou retocar o batom, mas não conseguiu.<br />
—Sim? —Gritou.<br />
Sua secretária entrou, olhando entre nós enquanto caminhava para a mesa de<br />
Race. Ela me deu uma piscada rápida antes de voltar sua atenção para sua chefe.<br />
—Natasha queria que você desse uma olhada por cima das anotações para a<br />
sua reunião de amanhã antes de sair hoje à noite. Ela me pediu para dar a você, e<br />
para você ligar para ela quando estiver pronto.<br />
Natasha. Essa era a mulher de Tyler, e possivelmente uma cúmplice em seu<br />
esquema para arruinar a carreira de Race. Eu não tinha contado a ela sobre Natasha<br />
ainda, e ainda não sentia ser o momento certo, mas eu tinha que avisá-la.<br />
Race tomou as anotações da mulher e folheou as páginas. —Eu vou dar uma<br />
leitura rápida, Cara. Chame-a e diga para vir ao meu escritório em cinco minutos.<br />
A mulher balançou a cabeça e virou-se para me encarar. —Tem certeza de<br />
que vai conseguir fazer isso? —Cara perguntou, seus olhos correram sobre mim da<br />
cabeça aos pés com um sorriso tão sujo, que eu sabia exatamente o que ela tinha em<br />
mente.<br />
—Sim. Nós terminamos aqui. Sr. DeLuca estava de saída.<br />
—É uma pena. — Cara sussurrou andando em direção à porta e saindo.<br />
Race olhou por cima de suas anotações com as sobrancelhas inclinadas. —O<br />
que ela disse?<br />
—Nada. —Eu dei de ombros.<br />
Ela jogou os papéis sobre a mesa e desabou em sua cadeira.<br />
—Mais alguma coisa que você precisa Morgan?<br />
—Oh, estamos de volta a Morgan?<br />
—Pare. —Ela esfregou a testa. —Tenho que terminar meu trabalho para que<br />
possa sair daqui a tempo esta noite. Não há nenhuma maneira que eu vá perder isso.<br />
176
—Mas está tudo bem se você não puder fazê-lo esta noite. Eu prefiro que<br />
você não esteja lá. —Foi à única coisa verdadeira que eu disse desde que entrei em<br />
seu escritório.<br />
—Eu vou. Não adianta tentar me convencer do contrário. Agora vá antes que<br />
me atrase.<br />
Acenei. —Sim, senhora. —Disse antes de sair.<br />
Conforme a porta fechou-se, um grande estrondo me fez pular.<br />
—Que diabos? —Perguntei me virando.<br />
Cara aproximou-se de mim, tocando meu braço. Mais como tateou o meu<br />
braço. —Não se preocupe com ela. Oh, você deve trabalhar muito por isso. —Ela<br />
apertou meus braços, acariciando até um pouco acima dos meus cotovelos.<br />
—Cara...<br />
—Estou velha demais para você, Sr. DeLuca. Eu só estou querendo saber quais<br />
são suas intenções para com a Sra. True.<br />
—Hum, eu não sei.<br />
—Docinho, a mulher precisa de um homem. Eu vi o olhar em seu rosto<br />
quando entrei no escritório. Eu vi seus lábios como se picados por abelhas, e o batom<br />
vermelho ainda manchado no rosto. Acho que você é apenas o que o médico<br />
receitou. Perfeito.<br />
—Obrigado. —Eu ri. —Estou fazendo o possível.<br />
—A mulher trabalha muito. A vida é muito curta, e ela é muito jovem para<br />
sempre gastá-la no escritório. Basta tratá-la bem, Sr. DeLuca.<br />
—Morgan. —Corrigi-a.<br />
—Morgan. — Ela repetiu, deixando cair à mão do meu braço.<br />
O som de uma pessoa limpando a garganta nos fez pular.<br />
—Estou interrompendo? —Perguntou a mulher, olhando para mim e dandonos<br />
um olhar de desgosto.<br />
177
Cara balançou a cabeça sentando-se, e começou a mexer nos papéis sobre a<br />
mesa. —Eu estava apenas dizendo adeus, minha senhora. Você está alguns minutos<br />
adiantada, mas tenho certeza que a Srta. True está pronta para você.<br />
Na minha frente estava Natasha.<br />
A vibração que ela passava era a de uma mega vaca.<br />
Embora Race se comportasse com autoridade, ela não tinha nada de Natasha.<br />
Seu cabelo preto e liso estava puxado para cima em um coque tão apertado, que eu<br />
me perguntava se isso alterou a expressão de seu rosto. Seu terno de negócio era<br />
perfeito, nenhuma ruga sobre ele, como se ela tivesse permanecido em pé durante<br />
todo o dia para evitar quaisquer imperfeições.<br />
—E você é? —Natasha perguntou em um tom arrogante, mas não como Cara<br />
tinha antes. Natasha olhou para mim como um cidadão de classe baixa, que não<br />
estava apto para respirar o mesmo ar que ela estava respirando.<br />
—Sr. DeLuca. —Respondi olhando para ela da mesma maneira que ela me<br />
olhava, mas estendi minha mão, tentando ser cortês.<br />
Ela olhou para baixo e rosnou. —Tenho certeza de que ela está pronta para<br />
mim. — Natasha disse passando por mim, e entrou no escritório de Race sem bater.<br />
—Uau. — Eu murmurei para mim mesmo antes da porta fechar.<br />
—Ela é um verdadeiro deleite. —Disse Cara antes de colocar o dedo em sua<br />
boca. —Ela é uma das pessoas mais feias que eu conheço.<br />
Eu me perguntava se Cara eram os olhos e ouvidos neste lugar. Normalmente,<br />
secretárias falavam. Se houvesse um chefe mal-intencionado, eu me perguntava<br />
quanta informação era partilhada entre eles.<br />
—Deixe-me perguntar uma coisa. — Eu sussurrei me inclinando sobre a mesa<br />
de Cara para estar perto o suficiente e não ser ouvido.<br />
—Qualquer coisa que você queira, bonito. —Ela olhou para mim.<br />
—Natasha. Pessoa boa ou ruim? Eu acho que sei a resposta.<br />
—Nada, além de ruindade lá.<br />
—Quão ruim? —Perguntei esfregando o queixo.<br />
178
—Ela venderia a própria mãe para ganho pessoal. Ela é a pior que existe aqui.<br />
Ninguém gosta dela, e a pobre Srta. True tem que trabalhar com ela. Ambas estão na<br />
fila para promoção. É cão-comendo-cão, e eu me preocupo, porque Natasha fará de<br />
tudo para vencer.<br />
—Vou me certificar de que isso não aconteça. — Eu disse, embora eu não<br />
soubesse como diabos eu faria isso. Mas sabia que, se Natasha estava envolvida, eu<br />
não a deixaria destruir Race.<br />
—Quem é você, Morgan? —Ela perguntou quando apoiou o queixo na palma<br />
da mão, dando-me olhares sonhadores.<br />
—Eu posso ser aquele que faz diferença antes de qualquer coisa começar.<br />
—Bem, isso não é confuso?<br />
no ar.<br />
—Se você me ver de novo, eu vou responder o que quiser. Agora, tudo está<br />
—Não a deixe fugir. — Ela sussurrou. —Ela precisa de uma coleira apertada.<br />
—Cara cobriu a boca. —Nunca diga a ela que eu disse isso.<br />
Corri meus dedos em meus lábios e respondi: —Meus lábios estão selados.<br />
—Cara! —Gritou uma voz do outro lado da porta fechada.<br />
Ela suspirou, indo para trás da mesa. —É melhor você ir antes de ficarmos em<br />
apuros.<br />
Eu balancei a cabeça. Eu gostei de Cara. Eu senti como se pudéssemos ser<br />
bons amigos. —Estou saindo. Foi bom conversar com você, Cara.<br />
—A qualquer momento, bonito. Volte, está me ouvindo? —Ela acenou antes<br />
de desaparecer no escritório de Race.<br />
Assim que saí do edifício, disquei para Johnny.<br />
—Olá, sou o amigo de Race do outro dia.<br />
—Olá, filho. O que posso fazer por você? —Perguntou.<br />
—Race vai chamá-lo esta noite. Eu preciso de um favor.<br />
—Qualquer coisa que você ou Race precisar, eu estarei lá para vocês.<br />
179
—Aqui está o que eu preciso que você faça para mim. — Eu disse antes de<br />
colocar meu plano em movimento.<br />
180
Capítulo 24<br />
Estou indo, e cale sua boca maldita.<br />
Race<br />
Depois que me troquei e coloquei uma calça preta de ginástica, um top preto<br />
e sapatilhas apropriadas, me dirigi para a porta. Eu provavelmente parecia uma<br />
completa idiota, mas não podia aparecer com terninho.<br />
Pela primeira vez, eu saí do escritório na hora certa.<br />
Eu andei em direção ao meu carro, sentindo o sol de verão batendo contra a<br />
minha roupa, pois queimava minha pele por baixo.<br />
Eu: Eu estou a caminho.<br />
Mandei uma mensagem para Morgan antes de vasculhar minha bolsa para<br />
pegar as chaves. Quando me aproximei do meu carro, pude ver imediatamente que<br />
algo estava errado.<br />
Fechei os olhos, inalando respirações profundas através do meu nariz.<br />
Isso não pode estar acontecendo. Não, não.<br />
Isso não pode estar acontecendo.<br />
Um dos meus pneus estava murcho. Eu não ia a lugar nenhum tão cedo.<br />
—Porra! — Eu disse, segurando minhas chaves forte o suficiente para que elas<br />
fizessem cortes em minhas mãos, fazendo-me estremecer.<br />
—Filho da puta! —Eu gritei, tentando firmar minha respiração, mas achando<br />
impossível.<br />
Fechei os olhos novamente. As lágrimas começaram a se formar enquanto<br />
estava lá, tentando não ficar histérica.<br />
Assim que eu estava prestes a jogar minha merda em todos os lugares, meu<br />
telefone tocou.<br />
181
Morgan: Quando você vai chegar aqui?<br />
Eu respondi com os olhos lacrimejantes, tive que apagar a minha mensagem<br />
algumas vezes antes de acertar.<br />
Eu: Assim que conseguir um táxi. O pneu está murcho ou furado.<br />
Morgan: Não deixe o escritório.<br />
Ele não pode estar falando sério.<br />
Eu não me importava se tivesse de caminhar até o maldito ponto de encontro.<br />
Eu ia para lá. Eu tentei manter o telefone firme, mas digitei de volta com os dedos<br />
trêmulos.<br />
Eu: Eu estou indo. Cale sua maldita boca.<br />
Joguei minhas chaves na bolsa, dando ao meu carro mais um olhar, antes de<br />
marchar de volta para o prédio de escritórios. Parei três passos da porta da frente<br />
para chamar Johnny.<br />
Ele atendeu ao telefone com a mesma saudação de sempre.<br />
—Oficina do Johnny.<br />
—Hey, Johnny. É Race.<br />
—Criança, duas vezes em uma semana. Eu não poderia ter tanta sorte.<br />
Uma pontada de culpa me atingiu. Ele parecia gostar de falar sobre o meu pai<br />
tanto quanto eu, e ele era a única conexão que eu tinha para falar sobre ele agora.<br />
—Sinto muito, Johnny. Devo chamá-lo mais.<br />
—Eu sei que você está ocupada, garota. Você é uma mulher de negócios de<br />
alta potência agora. Seu pai teria ficado orgulhoso.<br />
—Eu preciso de sua ajuda. —Eu evitei sua declaração sobre o meu pai. Eu não<br />
queria perder tempo conversando sobre os velhos tempos. Haveria tempo para isso<br />
mais tarde, mas Tyler precisava ser desmascarado hoje.<br />
—O que posso fazer por você?<br />
—O pneu está murcho ou furado. Preciso de sua ajuda, Johnny.<br />
182
—Parece ser um problema comum nesta semana.<br />
—Sim. —Eu ri por entre minhas lágrimas. —Pode me ajudar?<br />
—Eu posso. Eu vou estar aí o mais rápido possível.<br />
—Johnny. — Eu disse, girando as chaves no meu dedo indicador entrando<br />
pela porta do prédio de escritórios. — Eu não vou estar aqui quando você chegar.<br />
Vou deixar as chaves com o segurança.<br />
—Aonde você vai? —Ele perguntou, pânico evidente em sua voz.<br />
Parei no meio passo. —O que isso importa?<br />
—Isso não importa. Eu só queria saber qual é o seu carro.<br />
Não podia ser verdade.<br />
Será que Morgan realmente fez isso?<br />
Ele não poderia.<br />
Ele não faria.<br />
Ele disse que eu poderia ir.<br />
Mas ele não queria que eu fosse.<br />
Quem diabos eu estava enganando?<br />
Mesmo que ele tivesse me proibido, eu encontraria uma maneira de estar lá.<br />
—Johnny, Morgan ligou para você hoje? —Apertei os olhos, as narinas<br />
dilatando.<br />
—Bem, hum. Não. —Ele sussurrou.<br />
—Porra! Sério? Vocês estão juntos contra mim.<br />
—Não! —Johnny gritou. —Race, ele só não quer que você se machuque. Eu<br />
não sei que tipo de problema você está enfrentando.<br />
—Pare.<br />
—Mas...<br />
183
—Johnny, eu sou uma mulher adulta. Eu sempre lidei com os meus<br />
problemas, e vou fazê-lo novamente. Ninguém jamais vai me proibir. As chaves estão<br />
com o guarda de segurança. Eu vou mandar um texto para você com o endereço, e eu<br />
dirijo um BMW Alpina B6. Ele é o único com o pneu furado.<br />
—Race, eu não acho que você deva...<br />
Eu não ouvi o resto da sua declaração. Bati na tela, desligando a ligação com<br />
Johnny.<br />
Morgan é um babaca.<br />
Eu deveria ter percebido que ele faria alguma merda para certificar-se de que<br />
eu não poderia estar lá. Eu sabia que nunca poderia confiar em um homem. Todos<br />
eles pensavam que sabiam o que era melhor para mim.<br />
Eu só tinha uma coisa a fazer. Chamaria um táxi e iria diretamente para o local<br />
da reunião. Foda-se todos eles. Eu pegaria minha fita de volta, e mostraria aos caras<br />
que eu não precisava deles depois de tudo.<br />
Depois que eu tinha deixado as chaves com o segurança, fui lá fora esperar o<br />
táxi. Andei, tornando-me mais irritada a cada segundo.<br />
Morgan DeLuca ia pagar caro depois que eu ajudasse a desmascarar Tyler<br />
O'Shea e recuperasse meu vídeo.<br />
Eu tinha a minha melhor amiga na minha bolsa, minha Beretta PX4 12 .<br />
Tyler me entregaria esse vídeo.<br />
Qualquer coisa para salvar minha carreira.<br />
Eu teria que lidar com Morgan outro dia.<br />
Ele desejará nunca ter me conhecido no momento em que eu tiver acabado<br />
com ele.<br />
Assim, quando eu joguei a arma de volta na bolsa, o táxi chegou.<br />
Era agora ou nunca.<br />
12 http://www.beretta.com/en-us/px4-storm-full/<br />
184
Capítulo 25<br />
Inferno para pagar<br />
—Cara, você é corajoso. —Sam disse enquanto dirigia para o armazém<br />
abandonado.<br />
Race estava longe de ser estúpida. Ela descobriria isso mais cedo ou mais<br />
tarde, e não seria uma visão bonita quando me visse novamente.<br />
furado.<br />
Race: Vou assim que conseguir um táxi. O pneu está murcho ou<br />
—Eu vou pagar por isso mais tarde. —Eu respondi olhando pela janela do<br />
passageiro com um nó no estômago.<br />
—Se houver um depois. —Disse Thomas, me batendo na parte de trás da<br />
cabeça.<br />
—O que isso quer dizer? —Perguntei, ignorando o fato de que ele me bateu, e<br />
respondi a seu texto.<br />
Eu: Não deixe o escritório.<br />
—Ela provavelmente nunca vai falar com você de novo, cara. —Thomas<br />
balançou a cabeça. —Você mentiu para ela. Não se preocupe com o pneu.<br />
—Sim. Você nunca receberá outra chance dela. — Acrescentou James. —Izzy<br />
me mataria.<br />
—Race vai superar isso. — Eu disse, encolhendo-me.<br />
—Eu duvido disso. Eu só a encontrei algumas de vezes, mas ela não me parece<br />
ser o tipo de perdoar e esquecer. —Disse Thomas.<br />
—Eu não estou dizendo que não vou pagar caro por isso, gente, mas eu acho<br />
que posso lidar com ela. —Eu olhei no banco de trás.<br />
—Você gosta muito dessa menina hein? —Perguntou James.<br />
185
—Eu não sei por que, mas eu gosto. Deus me ajude. — Eu murmurei, olhando<br />
para o teto e soprando um longo suspiro.<br />
—É a magia do pintinho resistente. — James respondeu batendo no meu<br />
ombro. —Eu sei como é isso.<br />
—Eu simplesmente não posso imaginar minha prima lidando com suas<br />
besteiras.<br />
—Minhas besteiras? —Ele riu, apertando o peito. —Você conhece sua prima?<br />
Essa menina tem mais truques na manga do que Houdini.<br />
—Como você lida com ela?<br />
—Você tem que quebrá-la.<br />
—O quê? —Perguntei, virando-me com a boca aberta.<br />
—James! —Disse Thomas, olhando para ele. —Você está falando sobre a<br />
minha irmã aqui. Escolha suas próximas palavras com muito cuidado.<br />
James bateu na perna de Thomas. —Não se preocupe, irmão. —Ele olhou<br />
para mim, erguendo o queixo em minha direção. —Vamos falar sobre as senhoras<br />
depois, Morgan.<br />
Voltei à elevação do queixo. —Vou aceitar a oferta.<br />
—Cinco minutos. —Disse Sam. —Nós estamos prontos para isso? —Ele<br />
ajustou seu corpo, segurando o volante com tanta força que os nós dos dedos<br />
estavam brancos.<br />
—Você está bem, cara? —Perguntei a Sam, colocando minha mão em seu<br />
ombro.<br />
—Eu estou ansioso. Estive nos bastidores por um tempo. Esta merda é como<br />
antigamente.<br />
—Os velhos tempos de merda. —Disse James, baixando a cabeça.<br />
—Oh, pare com sua merda, Debbie Downer James. — Thomas latiu.<br />
—Todo mundo conhece o plano, certo?<br />
186
—Por que você não nos passa novamente, porque claramente nós podemos<br />
ter perdido alguma coisa nas últimas dez vezes que você já comentou isso com a<br />
gente. — James brincou.<br />
Os minutos finais do passeio de carro foram silenciosos. Cada um de nós fez a<br />
checagem do equipamento, removemos as travas de seguranças, e ficamos<br />
mentalmente focados. Sam tinha conseguido permissão do proprietário do prédio ao<br />
lado para esconder o carro dentro, para evitar ser descoberto por Tyler.<br />
Depois que o carro estava escondido, todos nós tomamos nossas posições e<br />
esperamos. Sam ficou no telhado, sendo o nosso vigia, enquanto James, Thomas, e<br />
eu pegamos os nossos lugares ao redor do prédio.<br />
Eu estava tão nervoso que mal conseguia me concentrar. Meu coração estava<br />
batendo na minha garganta, e minhas palmas suavam sem parar, mesmo as<br />
enxugando no jeans.<br />
Se esta merda não corresse bem, sua vida poderia estar em confusão, e seria<br />
totalmente culpa minha.<br />
Eu não podia deixá-la ter uma chance de arriscar sua vida. Ela pode ser adulta,<br />
mas o inferno que eu a deixaria sozinha no fogo, quando eu poderia tirá-la dele sem<br />
que ela se envolvesse.<br />
Olhei para o meu relógio e percebi que mais de dez minutos passaram<br />
enquanto eu estava parado aqui. Tyler não tinha chegado.<br />
—Ele está atrasado. —Disse James no meu fone de ouvido, descobrindo a<br />
mesma coisa que eu tinha.<br />
—Vamos esperar mais dez minutos antes de chamá-lo. — Thomas respondeu.<br />
—Eu não vejo ninguém vindo também. — Acrescentou Sam.<br />
—Merda! — Eu disse, enquanto meu estômago começou a afundar.<br />
—Eu aposto que o filho da puta não vem. —Eu tive um pressentimento que<br />
eu não podia explicar. Eu senti isso uma ou duas vezes no exército e, normalmente, a<br />
merda era ruim.<br />
—O que nós vamos fazer? —A voz de James ecoou no meu ouvido.<br />
187
—Eu acho que você está certo, Morgan. Vamos esperar cinco minutos e sair.<br />
—Thomas respondeu.<br />
Abaixei-me, peguei algumas pedrinhas, e joguei-as. Minha mente estava<br />
correndo, e apenas ficar ali estava me deixando louco. Eu não gostava do<br />
desconhecido.<br />
Puxei meu telefone do meu bolso, a necessidade de verificar Race.<br />
Eu: Desculpe virmos sem você. Não havia muito tempo.<br />
—Caras, eu acho que é hora de irmos. —Disse Thomas.<br />
—Você ouviu algo de Angel? Race disse que ela estava indo para o escritório.<br />
— Eu disse, indo em direção ao edifício que tinha escondido o veículo.<br />
—Vamos para o carro. Ligarei para Angel no caminho. — Thomas respondeu.<br />
—Mensagem recebida. —Disse James.<br />
certeza.<br />
—Alguma coisa está errada, com<br />
—O que você acha? —Sam perguntou pelo rádio.<br />
—Eu não sei, mas sei que algo de ruim está acontecendo.<br />
—Thomas, chame Angel. — Eu exigi com suor ensopando minha testa.<br />
—Eu estou fazendo isso, filho da puta.<br />
ouvir.<br />
Antes que eu tivesse chegado a van, ele disse às palavras que eu não queria<br />
—Ela nunca fez isso, cara.<br />
Bile subiu na minha garganta e eu tentei o meu melhor para engoli-la.<br />
—Todo mundo, traga seu traseiro aqui.<br />
lado.<br />
—O que você está pensando, Morgan? —James perguntou surgindo do meu<br />
—Eu não sei cara, mas acho que definitivamente tem algo errado. Não há<br />
nenhuma maneira no inferno que algo faria Race não aparecer aqui hoje. Eu posso<br />
ter lhe dito que não, mas eu sabia que ela não ouviria. —Tentei manter a calma, mas<br />
por dentro, eu estava desmoronando.<br />
188
—Nós vamos encontrá-la, cara. —James me deu um tapinha no ombro.<br />
—Movam seus traseiros. —Ele gritou no rádio.<br />
—PORRA! — Eu sussurrei, encolhendo a mão. —A culpa é minha.<br />
nada.<br />
—Pare de ser um maricas. —James deixou escapar. —Você não tem culpa de<br />
Eu comecei a hiperventilar. —Eu tenho. —Ofeguei, empurrando para baixo o<br />
medo que começou a agarrar-me. —Se ela estivesse aqui, sei que estaria a salvo.<br />
—Opa! —Sam gritou enquanto corria para dentro do prédio, Thomas direto<br />
em seus calcanhares.<br />
—Estamos todos aqui. Movam seus traseiros. —Disse Thomas, apontando<br />
para a Van.<br />
Eu empurrei o medo longe, preparando-me para a batalha.<br />
Eu a traria de volta.<br />
Tyler.<br />
Subi no carro, sentindo-me no limite, mas pronto para chutar a bunda de<br />
Quem eu estava enganando?<br />
Eu planejava torcer o pescoço dele até que tirasse seu último suspiro.<br />
O passeio de carro foi um turbilhão.<br />
Thomas e James estavam no telefone com os contatos da intel, tentando<br />
encontrar alguém disposto a invadir os registros de telefone, para tentar identificar<br />
sua localização. Tentei texto e chamá-la de novo, mas ela não pegou ou respondeu.<br />
Mesmo que ela estivesse furiosa comigo, ela teria me mandado uma<br />
mensagem de volta. Eu tinha deixado isso muito claro. Que eu estava preocupado, e<br />
que ela estava em perigo, mas nada. Sem resposta de Race.<br />
—Ela não está respondendo. — Eu disse após o quinto texto.<br />
—Eu tenho um cara que trabalha no escritório dela. —Disse James, mexendo<br />
o telefone na mão.<br />
189
—Estamos quase lá. — Sam gritou, movendo o rosto mais perto da janela,<br />
sentado de frente e pronto para ir.<br />
Quando o telefone de James tocou, o carro ficou em silêncio. —Fala. —James<br />
disse, enquanto olhava para mim.<br />
Por favor, que ela esteja bem.<br />
—Entendi. Estamos a caminho de lá agora. —Disse James antes de desligar a<br />
chamada. —Última localização conhecida era o seu escritório. Depois disso, o sinal<br />
ficou frio. Alguém desligou seu telefone.<br />
—Filho da puta. — Eu rosnei socando o painel.<br />
—Fique calmo, homem. —Disse Thomas, pegando meu ombro.<br />
—Fácil para você dizer. —Eu fechei meus olhos, meu peito apertado. —Eu<br />
preciso encontrar a minha mulher.<br />
—Escute, nós fizemos essa merda mais de uma vez. Nós sempre recuperamos<br />
a garota. Sempre. —Disse Thomas em uma voz calma.<br />
—É quase uma repetição de acontecimentos passados. Angel foi sequestrada,<br />
e Izzy foi sequestrada. De alguma forma, elas ainda estão vivas e respirando.<br />
—Que porra é essa? —Perguntei, sacudindo a cabeça para trás. —O que<br />
diabos aconteceu?<br />
—A vida não é sempre bela. — James respondeu, dando-me um encolher de<br />
ombros.<br />
—Isso acontece quando você vive sua vida no limite, Morgan. Você não<br />
estaria tão chateado se você não tivesse sentimentos pela Race.<br />
—Merda! Eu ainda estaria chateado porque fomos enganados.<br />
respondi.<br />
—Eu<br />
—Sim, mas dói porque você gosta da garota. Prometo que vou trazê-la de<br />
volta. —Disse Thomas, olhando pela janela, observando o estacionamento.<br />
Antes de a van parar, abri a porta e pulei para fora, usando velocidade extra<br />
para correr em direção as portas.<br />
190
Eu podia ver o caminhão de Johnny à distância perto do carro de Race. Ela<br />
tinha chamado, assim como eu tinha assumido, mas onde diabos ela estava?<br />
—James! —Eu gritei, parando perto da entrada conforme os caras saiam. —<br />
Veja se Race está ali perto do seu carro.<br />
Ele balançou a cabeça, movimentando-se rapidamente.<br />
—Desculpe-me, senhor? —Perguntei, tentando recuperar o fôlego enquanto<br />
corria para dentro.<br />
—Sim? —O guarda de segurança corpulento perguntou levantando-se da<br />
cadeira.<br />
—Você viu uma mulher loura por aqui cerca de trinta minutos atrás? —<br />
Debrucei-me sobre a mesa, pronto para empurrá-la e correr.<br />
rosto.<br />
—Você quer dizer Sra. True? —Ele perguntou, um sorriso espalhou pelo seu<br />
—Sim. — Eu rosnei, e meu maxilar endureceu.<br />
—Ela estava esperando do lado de fora por um táxi a última vez que eu a vi.<br />
—Respondeu ele.<br />
—Será que ela entrou em um táxi?<br />
Seus lábios retesaram, e a ruga na testa aprofundou-se. —Eu não sei, senhor.<br />
Não prestei atenção.<br />
—Grande merda. — Eu murmurei, apertando os olhos.<br />
—Encontrou-a? —James perguntou correndo através das portas.<br />
—Ela não está aqui — Respondi com os punhos apertados, tentando não<br />
socar alguma coisa.<br />
—Lá fora também não.<br />
—Inferno do caralho. A perdemos. — Eu disse, começando a andar.<br />
James tocou meu ombro. —Vamos lá, cara. Vamos para o escritório. Nós<br />
vamos encontrá-la.<br />
—É melhor. —Eu sussurrei.<br />
191
Eu não tinha terminado com Race True.<br />
Não era assim que era suposto terminar.<br />
192
Capítulo 26<br />
Escuridão<br />
Race<br />
A escuridão me rodeava.<br />
Fiquei ali congelada, incapaz de ver, enquanto meus olhos estavam cobertos<br />
por alguma coisa.<br />
Meus ossos doíam, minha cabeça latejava, e eu não podia me mover. Minhas<br />
mãos e pés estavam amarrados, meu tronco amarrado, deixando-me incapaz de<br />
qualquer manobra.<br />
O que aconteceu?<br />
Os únicos sons no quarto era minha respiração difícil, e o soluço que estava<br />
prestes a estourar de minha garganta.<br />
Tudo veio à tona para mim.<br />
O pneu furado.<br />
Esperando lá fora pelo táxi.<br />
Jogando minha arma na minha bolsa.<br />
E então... Engoli em seco procurando ar. Em seguida, o ataque.<br />
Eu não tinha visto isso, mas eu senti o golpe na minha mandíbula quando a<br />
dor irradiou no meu rosto. Alguém agarrou meu queixo, e fui golpeada na cabeça.<br />
Enquanto o mundo desaparecia, meus joelhos dobraram e eu caí no chão.<br />
Eu estava tão consumida pela minha raiva em relação a Morgan, que não<br />
tinha conhecimento do que me rodeava.<br />
Era minha culpa que eu estivesse aqui.<br />
Comecei a chorar.<br />
—Olá? —Eu sussurrei tão baixo que mal ouvi eu mesma.<br />
193
Prendi a respiração à espera de uma resposta, mas não ouvi nada, enquanto<br />
as lágrimas escorriam pelo meu rosto.<br />
Preciso tomar respirações lentas e me manter calma, eu disse a mim mesma<br />
uma e outra vez.<br />
Eu não poderia fazê-lo.<br />
Quem diabos poderia manter seu juízo sobre isso em uma situação como<br />
esta? Sério. Eu gostaria de pensar que eu estava bem equilibrada, mas agora cenas do<br />
Texas Chainsaw Massacre 13 , continuaram passando uma e outra vez dentro da minha<br />
cabeça.<br />
Puxando as restrições, comecei a hiperventilar.<br />
Meu coração batia com tanta fúria, que era tudo que eu podia ouvir.<br />
Uma porta abriu, fazendo-me congelar.<br />
—Ah, você está acordada. —Disse uma mulher à distância.<br />
Prendi a respiração, esperando que o meu coração explodisse enquanto seus<br />
saltos clicavam contra o chão.<br />
—Você pode me ajudar? —Eu sussurrei.<br />
Ela gargalhou, dando um chute nos meus pés. —Race, tola.<br />
Tentei recuar, mas eu não podia me mover uma polegada. A carne tenra ardia<br />
onde sua mão tinha aterrado.<br />
—Por favor. Vou fazer tudo o que pedir. —Eu disse, com minha voz tensa.<br />
—Sabe você que não é tão leve como parece. —Ela arrastou as unhas pelo<br />
lado da minha perna, deixando fogo em sua passagem. — Sempre a cadela magra<br />
perfeita, com seios perfeitos e nada fora do lugar.<br />
Engoli em seco.<br />
Eu conhecia a voz. O tom ácido era um que eu tinha ouvido antes.<br />
Natasha.<br />
13 The Texas Chain Saw Massacre (O Massacre da Serra Elétrica (título no Brasil) ou Massacre no Texas (título em Portugal) ) é<br />
um filme de terror independente de 1974, de baixo orçamento, dirigido por Tobe Hooper.<br />
194
A colega de trabalho que eu pensei que fosse amiga.<br />
Ela tinha que ser a esposa de Tyler.<br />
—Onde está o Tyler? Foi ele que te colocou nisso? —Perguntei, tentando<br />
engolir, mas não encontrando umidade suficiente para torná-lo possível.<br />
—Você acha que sabe tudo, não é? —Ela rosnou no meu ouvido, provocando<br />
arrepios na espinha. —Tyler nunca esteve por trás disso, querida.<br />
Espere. O que?<br />
—Foi você que me enviou as mensagens? —Perguntei enquanto meu<br />
estômago virava.<br />
—Seus capangas contratados não descobriram isso, descobriram? Eles<br />
perseguiram meu marido o tempo todo. —Ela arrastou as unhas pelo meu braço,<br />
pressionando mais forte do que na minha perna.<br />
A pele começou a rachar, mas mordi o lábio. —Deixe-me ir, por favor,<br />
Natasha. — Eu implorei por entre os dentes enquanto tentava não gritar.<br />
—Não seja uma menina boba, Race. Eu tenho você exatamente onde eu<br />
quero. —Seus saltos bateram contra o chão quando ela deu três passos de distância<br />
de mim.<br />
O som do tilintar de metal no fundo colocou os meus sentidos em alerta<br />
máximo. —Eu farei qualquer coisa.<br />
Um passo.<br />
Dois passos.<br />
Três passos.<br />
—Você não entende, não é? —Ela ronronou no meu ouvido.<br />
—Conte-me. Vou corrigir isso. —Virei à cabeça para o som de sua voz,<br />
tentando ver através do material escuro cobrindo meus olhos, mas eu vi apenas<br />
escuridão.<br />
—Não há nada que você possa fazer. —Disse ela calmamente.<br />
195
—Eu pensei que nós éramos amigas. — Eu sussurrei, lutando contra as<br />
lágrimas que sabia que não poderia enxugar.<br />
Um metal frio tocou minha bochecha, a nitidez da borda cortante em minha<br />
carne. —Nós éramos amigas.<br />
Eu a acalmei.<br />
—Até que eu encontrei Tyler assistindo o vídeo. —Sua respiração quente<br />
deslizou pelo meu rosto. —Eu pensei que ele me amava, mas nunca foi em mim que<br />
ele estava pensando.<br />
—Mas você é sua esposa. —Nada como o óbvio para uma pessoa louca<br />
enquanto ela segurava uma faca contra a minha cara, sem dúvida, eu estava<br />
pensando tão claramente quanto ela.<br />
—Eu sou, mas você é a única em quem ele pensa quando toca a si mesmo.<br />
Não eu! —Ela gritou no meu ouvido, me fazendo recuar.<br />
—Mas eu...<br />
Ela pressionou a lâmina mais profundamente em minha pele.<br />
—Mantenha a porra da sua boca fechada! Imagine como meu coração partiu<br />
quando eu entrei e vi. Sentado ali, gemendo, enquanto a observava na tela,<br />
imaginando que você estava fazendo aquelas coisas para ele.<br />
Engoli em seco.<br />
—Era sobre você que ele fantasiava. Você é a única com quem ele fazia amor.<br />
Eu sabia, mas eu não acreditava nisso até que ele disse seu nome em seu sono.<br />
—Natasha, eu não sabia sobre Tyler. Eu juro que eu não tinha ideia. —Minha<br />
respiração ficou presa enquanto a lâmina deslizava sob os olhos vendados.<br />
Apertando os olhos, tentei focar quando a venda caiu na mesa. Pisquei,<br />
tentando limpar as lágrimas.<br />
Natasha estava em cima de mim, movendo a lâmina com sua mão. Ela rosnou<br />
enquanto a lâmina balançava em suas mãos.<br />
—Eu vou fazer você pagar pelo que fez para mim. — Ela resmungou.<br />
196
Puxei as restrições. —Eu não fiz nada! Por favor, deixe-me ir. — Eu disse,<br />
meus lábios começaram a tremer.<br />
Ela balançou a cabeça apertando os dentes, mantendo sua mandíbula<br />
apertada.<br />
Eu fechei os olhos, me preparando.<br />
Ela inclinou-se para frente com a faca, cortando o tecido da minha camiseta<br />
com facilidade.<br />
Engoli em seco, minha cabeça girando.<br />
Usando a ponta da faca, ela empurrou os pedaços esfarrapados para o lado,<br />
expondo meu sutiã.<br />
Eu fiquei tensa, dando um grito gutural com a boca fechada.<br />
—Tenho certeza que ele ama estes. —Ela correu a lâmina através dos topos<br />
dos meus seios, fazendo com que a minha pele ficasse com contusões.<br />
—Por favor! —Eu gritei, tencionando os músculos. —Por favor, não faça isso.<br />
Ela sacudiu a faca na frente do meu rosto, me provocando.<br />
—Você está com medo, Race? —Ela perguntou, sorrindo.<br />
—Sim. Eu farei qualquer coisa. Por favor. — Eu implorei, balançando a cabeça,<br />
porque ela inclinou-se para frente com a lâmina.<br />
Fechei os olhos. Eu não podia olhar. Prendi a respiração com as lágrimas<br />
escorrendo pelo meu rosto.<br />
Uma dor ardente, ao contrário de qualquer coisa que eu já senti antes, cortou<br />
pelo meu corpo com tanta força, que fiquei sem fôlego. Gritei de dor, jogando a<br />
cabeça para trás e para frente. —Pare, por favor! — Eu gritei, sentindo-me tonta.<br />
Orei pelo amortecimento da dor.<br />
Implorei por misericórdia, mas nada.<br />
Apenas agonia incontrolável que irradiava por todo meu corpo.<br />
Quando levantou a faca, o sangue escorria do topo, caindo em meu peito. Ela<br />
arregalou os olhos, seus lábios separaram-se.<br />
197
—Você já parece melhor. —Ela disse rodeando a mesa.<br />
Eu tentei acalmar a minha respiração, concentrando-me em outra coisa que<br />
não fosse a dor. Senti o sangue escorrer do ferimento, viajando pelo meu lado e<br />
gotejando debaixo da cadeira.<br />
—Não. Eu não posso. —Eu respirei fundo, tentando agarrar a mesa e me<br />
preparar para mais tormento. —Por favor, não faça isso. — Eu chorei meu corpo<br />
começando a tremer.<br />
—Ah, Race bonita. Você está preocupada que não será mais perfeita? —<br />
Brincou descendo a lâmina novamente.<br />
Enquanto eu chorava e gritava, a escuridão finalmente me levou.<br />
198
Capítulo 27<br />
Tyler Filho da Puta O´Shea<br />
Eu chutei a porta da frente, procurando na casa até que eu o encontrei.<br />
—Onde diabos ela está? —Eu gritei dirigindo-me a ele, me lançando para ele.<br />
—Que porra é essa? —Ele gritou, colocando as mãos para cobrir o rosto.<br />
—Não brinque conosco estúpido. Que porra você fez com ela? —Perguntei<br />
quando passei meus dedos ao redor de seu pescoço, segurando-o contra a parede.<br />
Seus olhos arregalaram-se quando ele engasgou sem ar. —Eu não sei do que<br />
você está falando!<br />
—O que quer dizer que você não sabe o que diabos estamos falando? —<br />
Gritei, olhando para ele.<br />
Ele puxou os meus dedos, tentando diminuir a pressão em volta do pescoço.<br />
—Eu não sei. Juro por Deus.<br />
—Ouça filho da puta. Vou sufocar seu último suspiro agora.<br />
—Rosnei. —Diga-me onde diabos você está mantendo Race?<br />
—Race? —Ele sussurrou, seus olhos ficando mais amplos.<br />
—Race. Onde diabos ela está? — Eu rosnei, apertando com mais força.<br />
—Espere. Eu amo Race. —Disse ele, colocando as mãos ao lado.<br />
—O quê? —Meu queixo caiu.<br />
—Eu jamais a machucaria. Eu a amo. — Ele balbuciou.<br />
Eu diminuí a pressão contra sua garganta o suficiente para ele poder falar,<br />
mas não o suficiente para ele sair do meu agarre.<br />
—Eu não a machucaria. Eu juro cara.<br />
199
—Morgan! —Thomas gritou atrás de mim. —Deixe-o ir. Ele não pode fugir, e<br />
não podemos obter informações se você matá-lo.<br />
—Cara, porra, deixe-o ir. — James implorou batendo no meu braço.<br />
—Nós não vamos deixá-lo escapar.<br />
—Você deveria ouvir os seus amigos. —Disse Tyler com a voz estrangulada.<br />
Fechei os olhos e pressionei apenas o suficiente para lembrá-lo que segurava<br />
o seu destino nas mãos.<br />
—Se você disser uma coisa que eu não goste porra, eu vou quebrar seu<br />
pescoço.<br />
—Sim, senhor. —Tyler disse, tentando acenar sob meus dedos.<br />
O soltei, empurrando seu corpo, e batendo sua cabeça contra a parede no<br />
processo. —É melhor começar a falar, porra!<br />
Thomas e Sam estavam no pé da escada com suas armas de fora e prontos<br />
para atirar, e James na minha retaguarda.<br />
Tyler estendeu a mão para sua garganta. —Por que você acha que eu tenho<br />
Race? —Ele perguntou esfregando a pele e inalando grandes quantidades de ar.<br />
—Ela tem suas mensagens sobre o vídeo. — Eu rosnei em pé na frente dele e<br />
sem me mover.<br />
pires.<br />
—Como você sabe sobre o vídeo? —Ele perguntou. Seus olhos grandes como<br />
—Porra novamente, imbecil. Você enviou e-mails a chantageando. Eu não<br />
tenho tempo para esta merda. Onde diabos ela está? —Eu gritei, socando-o no<br />
estômago e vendo o estrago.<br />
Ele agachou-se, segurando seu estômago. —Eu não disse a ninguém sobre o<br />
vídeo. Ainda está em meu escritório.<br />
—Alguém sabe. Se você não tem Race, então quem diabos mais poderia saber<br />
sobre isso? — James aproximou-se de Tyler.<br />
—Você entendeu tudo errado. Eu nunca a machucaria. Eu a amei desde o<br />
momento em que coloquei os olhos nela na faculdade. Meu primo, idiota de sorte<br />
200
saiu com ela. Quando ele morreu, eu achei a fita, e nunca a deixei fora da minha<br />
vista.<br />
—Bastardo doente. —Disse Sam.<br />
—Quem mais sabe dessa porra? —Perguntei de novo, empurrando-o contra a<br />
parede.<br />
—Só Natasha. Ela meio que me pegou uma vez... — Ele arrastou suas mãos<br />
através de seu cabelo, ainda tentando recuperar o fôlego.<br />
—Natasha. Onde diabos ela está? —Eu perguntei, olhando ao redor da sala.<br />
—Sam, vá procurá-la! —Eu gritei, segurando Tyler no meu aperto.<br />
Sam assentiu e desapareceu.<br />
—Ela não está aqui, filho da puta. —Disse Tyler. —Ela não chegou em casa do<br />
trabalho ainda.<br />
—Onde está o vídeo?<br />
—No meu escritório. —Disse ele, apontando para a direita.<br />
—Mostre-me. — Eu quis saber empurrando-o em direção as escadas.<br />
—Tente qualquer coisa e Thomas vai colocar uma bala em sua cabeça.<br />
—Jesus. Não sou idiota, homem. —Ele murmurou, caminhando lentamente<br />
com a gente polegadas atrás.<br />
Quando ele aproximou-se de sua mesa, eu agarrei seu braço e o puxei para<br />
trás. —Nem pense nisso. — Eu avisei, aumentando a força.<br />
—Na gaveta de cima, na parte de trás. Pegue você mesmo. —Disse ele,<br />
olhando para mim.<br />
—Eu vou pegá-la. —Disse Thomas. Ele puxou a gaveta e virou-a, estendendo a<br />
mão para um disco. —Peguei! —Gritou ele, colocando-o no bolso.<br />
—Onde diabo Natasha levaria Race? —Eu gritei.<br />
Tyler se encolheu. —Eu não sei.<br />
—Eu não tenho tempo para esta merda. —Eu puxei a arma do meu coldre e<br />
segurei-a contra a sua têmpora. —Onde está Natasha?<br />
2<strong>01</strong>
Tyler começou a tremer e fechou os olhos. —Eu não sei. Talvez na casa de<br />
praia. —Seus lábios começaram a tremer.<br />
Baixei a arma. —Você vem com a gente, filho da puta. —Puxei-o para frente,<br />
colocando a minha arma de volta no coldre.<br />
—Mas por quê? —Perguntou.<br />
—Por quê? — James respondeu saindo do escritório. —Você sabe onde é a<br />
casa, e se ela não estiver lá, vamos precisar de você um pouco mais.<br />
—Ou eu posso matá-lo. — Eu sussurrei em seu ouvido enquanto o puxava<br />
comigo.<br />
—Merda! —Murmurou.<br />
—Pare de ser um idiota. — Thomas disse a ele enquanto passava por nós dois,<br />
e batia em Tyler na cabeça. —Você é a razão de Race estar nessa confusão. Você seu<br />
fodido, vai nos ajudar a tirá-la dessa.<br />
—Certo. —Tyler endireitou-se e caminhou de vontade própria.<br />
—Eu não quero que nada aconteça com ela.<br />
—Com a sua mulher? —Perguntou James com uma sobrancelha levantada.<br />
—Não. — Tyler riu. —Ela é uma cadela insensível. Eu quis dizer Race.<br />
—Sam! —Eu gritei, ignorando a declaração de Tyler sobre Race. —Vamos!<br />
Eu nunca deixaria Tyler perto dela novamente.<br />
Se ele estava envolvido nessa merda ou não, ele nunca, nunca a tocaria.<br />
Assim, comigo segurando Tyler no banco de trás, Sam apareceu na porta e foi<br />
direto para o carro.<br />
—Se um fio de cabelo em sua cabeça... —Eu comecei, mas James me parou<br />
com uma das mãos no meu ombro.<br />
calmo.<br />
—Fique calmo. Nós precisamos que você se acalme, cara. Ela precisa de você<br />
—Eu estou tão calmo quanto consigo.<br />
202
vazias.<br />
—Nós vamos trazê-la de volta. —Disse ele, mas eu sabia que eram palavras<br />
—Dirija mais depressa. —Disse Sam, sentindo a minha própria sanidade<br />
começar a escorregar.<br />
—Com certeza. — Ele disse, ajustando-se no assento e pisando no acelerador.<br />
—Estaremos lá em dez minutos.<br />
203
Capítulo 28<br />
O Fim<br />
Race<br />
—Race? —Uma voz sussurrou em meu ouvido, mas soou como se estivesse a<br />
um milhão de milhas de distância.<br />
Eu gemia, balançando a cabeça.<br />
—Acorde Race. Eu não terminei com você ainda. — Ela sussurrou novamente.<br />
Meus olhos abriram ardendo tão intensamente, que rasgou meu peito. Ela<br />
tinha empurrado o dedo contra o corte no meu peito.<br />
Tudo me atingiu como uma tonelada de tijolos.<br />
Fiquei consciente das coisas ao meu redor, o cheiro de seu perfume, a dor<br />
pura do corte, e meu terror absoluto.<br />
Eu puxei uma respiração irregular antes de gritar de dor.<br />
Eu murmurei algo que eu nem sequer compreendi, enquanto as lágrimas<br />
começaram a fluir novamente.<br />
—Vê o que acontece quando as cadelas como você tentam roubar o meu<br />
marido?<br />
—Não! —Eu gritei, balançando a cabeça.<br />
Quando ela começou a rasgar a calça do meu corpo, a porta abriu e bateu<br />
contra a parede.<br />
Virei à cabeça em direção ao barulho, vendo Morgan correr pela porta. Antes<br />
que ele pudesse dar um passo para dentro, Natasha segurou a faca na minha<br />
garganta.<br />
—Dê mais um passo e cortarei a garganta dela! — Alertou, pressionando a<br />
lâmina contra a minha artéria.<br />
204
Eu levantei meu queixo, tentando escapar e evitar a cadela louca de me<br />
cortar, e pedi para Morgan me salvar usando apenas os olhos.<br />
Lágrimas escorriam cobrindo meu rosto enquanto eu soluçava. —Por favor. —<br />
Eu sussurrei para Morgan.<br />
Seus olhos corriam para mim, ficando amplos conforme ele tinha uma visão<br />
do meu estado.<br />
—Abaixe a faca. —Um homem disse passando por Morgan. Tyler O'Shea<br />
parou assim que me viu. —O que diabos você fez, Natasha? —Ele perguntou. Sua<br />
boca aberta.<br />
—Você gosta de como sua puta parece agora, Tyler? —Ela perguntou,<br />
segurando a faca mais perto da minha garganta. —Será que ela parece perfeita<br />
agora?<br />
—Natasha. —Ele sussurrou.<br />
—Você quer transar com ela agora? —Ela ferveu, olhando para ele.<br />
—Morgan. — Eu implorei com lágrimas caindo mais rápido do que antes.<br />
Eu olhei para Morgan, tentando me perder em seus olhos, um grupo de<br />
homens reuniu-se atrás dele com o mesmo olhar de choque e desgosto em seus<br />
rostos.<br />
—Coloque a faca para baixo, baby. Podemos falar sobre isso. Ela não significa<br />
nada para mim. —Tyler disse a ela, dando um passo mais perto.<br />
—Mentiroso. Então, se eu fizesse isso. — Ela empurrou a lâmina na minha<br />
pele e eu gritei. —Você não se importaria?<br />
—Pare! —Tyler gritou, levantando as mãos.<br />
Em um movimento rápido, Morgan empurrou Tyler para o lado e mirou<br />
Natasha. Prendi a respiração, esperando a faca cortar minha garganta.<br />
A arma disparou, eu gritei e apaguei.<br />
*****<br />
—Race? —Uma voz sussurrou em meu ouvido, mas desta vez, era um<br />
homem. —Princesa, você pode me ouvir? —Perguntou, acariciando meu rosto.<br />
205
—Mmm. — Eu gemi incapaz de falar, e também morrendo de medo de abrir<br />
os olhos com os ruídos em torno de mim ficando mais altos.<br />
Alguém estava desamarrando minhas mãos e pés, o homem continuou a<br />
tocar-me com ternura. —Race, acorde. Você está segura. —Disse ele com uma voz<br />
suave. —Venha cá, baby.<br />
Eu conheço essa voz.<br />
Morgan está me tocando.<br />
Eu estou segura.<br />
Eu não tenho que ter mais medo.<br />
—Morgan? — Eu sussurrei, enquanto meus olhos se abriam.<br />
A dor estava gravada por todo o seu rosto.<br />
Talvez fosse desgosto em seus olhos ao ver minhas feridas de perto, mas ele<br />
não olhou para mim do jeito que ele tinha olhado em meu escritório hoje cedo.<br />
—Natasha? — Eu sussurrei quando ele me levantou da mesa.<br />
—Ela está morta. —Disse ele, agarrando-me ao peito.<br />
Eu me aconcheguei em seus braços quentes, deixando meus olhos fecharem,<br />
e suspirei. Embora eu estivesse com mais dor do que eu já experimentei na minha<br />
vida, eu sabia que ninguém me machucaria mais.<br />
—Descanse, Race. Eu cuido de você. —Disse, andando comigo em seus braços<br />
e beijando minha testa.<br />
—Morgan. —Eu sussurrei em seu pescoço me aninhando tão perto de sua<br />
pele quanto humanamente possível.<br />
—Eu estou aqui. — Respondeu, descansando a cabeça contra a minha.<br />
—Sinto muito. — Eu disse, sentindo-me completamente exausta.<br />
—Não há nada que se desculpar, Race. Isto é tudo culpa minha. —Disse ele,<br />
me colocando no colo.<br />
—Não! — Eu soluçava, rastejando mais perto. —Não me solte.<br />
206
—Eu nunca vou deixar você. — Ele murmurou me segurando apertado.<br />
—Vocês vão à frente. Eu vou lidar com a polícia. —Disse alguém antes da<br />
porta do carro bater.<br />
Eu pulei.<br />
—Eu vou cuidar de você. —Ele me puxou para o seu lado, me ajustando em<br />
seu colo e fechando minha blusa. —Feche seus olhos.<br />
Fiz o que ele tinha dito, muito cansada para discutir ou tentar ficar acordada.<br />
Era mais fácil quando eu dormia, ou inferno, apagava. Eu não sentia a dor dos<br />
cortes, o pânico não sacudia o meu corpo, e eu com certeza não tinha que pensar.<br />
As únicas coisas que eu precisava saber era que Natasha estava morta e eu<br />
estava nos braços de Morgan.<br />
Ele me salvou.<br />
Mas eu não era a garota que eu era antes. O olhar quando ele me viu ficaria<br />
para sempre guardado em minha memória.<br />
207
Capítulo 29<br />
Sonhos e Pesadelos<br />
Fazia três semanas desde que Natasha tinha sequestrado Race.<br />
maca.<br />
Eu não a vi desde que a levei para a sala de emergência e coloquei-a em uma<br />
Eu fiquei dia e noite no hospital, passeando entre os andares e deixando a<br />
equipe louca.<br />
Eu tinha discutido com os médicos para me deixarem vê-la, mas ela tinha<br />
deixado ordens estritas de não deixar ninguém entrar em seu quarto.<br />
Depois de três dias, finalmente fui para casa para tomar banho, e quando<br />
voltei, Race tinha desaparecido.<br />
Eu liguei e mandei mensagem.<br />
Mesmo mensagens em seu trabalho, mas ela não tinha me retornado.<br />
Fiquei chateado na primeira semana, puto na segunda, e enquanto a terceira<br />
semana rolava, eu mal podia comer.<br />
A única coisa que me fazia sair da cama todas as manhãs era o meu trabalho.<br />
Os rapazes foram excelentes para mim, sempre me tranquilizando de que ela voltaria.<br />
Eu pulei quando meu telefone tocou. —Alô? —Eu disse, sentindo um friozinho<br />
na barriga.<br />
—Hey. Onde diabos você está primo? —Mike perguntou mastigando algo.<br />
Eu suspirei, sentindo uma forma de nó onde as borboletas estavam.<br />
—Eu não estou de bom humor hoje, Mike.<br />
—Cara, sua mãe disse que é melhor você trazer a sua bunda aqui ou ela vai<br />
buscá-lo. —Ele cobriu o telefone com a mão. —Eu disse a ele. —Disse ele.<br />
208
—Diga a Ma que a verei outro dia. Eu não tenho tempo para a família agora.<br />
—Estendi-me no sofá, quase incapaz de manter os olhos abertos.<br />
—Oh merda! — Ele revelou. —Agora, minha mãe disse que ela vai também.<br />
Espere visitas, cara.<br />
Limpei a garganta, jogando meu braço sobre o meu rosto para bloquear o sol.<br />
—Diga-lhes para ficar aí. Eu estarei aí na próxima semana.<br />
—Ele disse que na próxima semana, tia Fran. —Ele fez uma pausa.<br />
—Sim, eu vou dizer a ele. Sua mãe disse que ela não está aceitando não como<br />
resposta. Você foi avisado. —Disse ele e, em seguida, a chamada desconectou.<br />
Eu suspirei, deixando cair o telefone ao lado da minha cabeça no sofá.<br />
Eu queria ficar sozinho.<br />
A única pessoa no mundo que eu queria ver era Race.<br />
Imaginei seu rosto sorridente, o cheiro de sua pele, e senti o calor dos meus<br />
dedos deslizando através de sua carne, perdendo-me nela.<br />
Fechei os olhos querendo sonhar pela primeira vez desde que eu fui liberado<br />
do serviço ativo. Ela veio até mim no sono. Eu dormiria minha vida inteira se<br />
significasse que eu fosse vê-la.<br />
209
Capítulo 30<br />
Fran DeLuca<br />
Race<br />
Os cortes acima dos meus seios estavam em sua maioria curados, mas eles<br />
nunca desapareceriam.<br />
Corri meus dedos ao longo deles, sentindo a diferença na pele.<br />
Eu fiz uma careta, odiando como eles pareciam.<br />
A pele era rosada, e havia um brilho acetinado onde ela me cortou.<br />
Eu não podia deixar que ele me visse assim.<br />
Ele tinha chamado duas vezes hoje, e me enviado três mensagens.<br />
Não importa quantas vezes ele tentasse, eu não podia atender ao telefone.<br />
Eu queria ouvir sua voz. Estar em seus braços, ele sussurrando em meu<br />
ouvido, faria tudo derreter.<br />
Mas eu não podia.<br />
Eu não estava pronta para vê-lo.<br />
Especialmente da forma como eu sabia que acabaria.<br />
Eu sempre gostei do meu corpo, mas agora, era apenas uma lembrança<br />
daquele dia.<br />
Deixei-me chorar.<br />
Eu derramei lágrimas por Morgan, em sua maioria.<br />
Eu sentia falta dele.<br />
Ele me fez sentir segura. Eu sabia que ele só queria o melhor para mim.<br />
Ele não tinha feito nada para me machucar.<br />
Não.<br />
210
Isso era tudo Natasha.<br />
A cadela má estaria sempre comigo cada vez que eu olhasse para o meu peito.<br />
Natasha assombrava meus pesadelos. Eu revivia a noite mais vezes do que eu<br />
gostaria de lembrar. Cada vez eu acordava em lágrimas com os lençóis encharcados.<br />
Nessas horas era muito difícil não chamá-lo. Eu queria que ele me segurasse,<br />
para espantar os demônios, e salvar-me como antes.<br />
Dias transformaram-se em noites, horas transformara-se em semanas,<br />
enquanto eu sentava no sofá olhando para a televisão.<br />
Quando ouvi uma porta de carro fechar-se na frente da minha garagem, eu<br />
levantei, tentando pegar um vislumbre da pessoa antes dela bater.<br />
Borboletas agitaram-se dentro de mim, até que eu percebi que não era ele.<br />
Eu tinha visto uma foto dela antes. Abri a porta, não esperando ela bater.<br />
—Olá. — Eu disse, minha voz um pouco instável.<br />
—Olá, Race. Sinto muito incomodá-la querida, mas nós precisamos conversar.<br />
Olhei ao redor do quintal. —Ele está aqui com você?<br />
Ela balançou a cabeça e franziu a testa. —Não. Sinto muito.<br />
Instantaneamente, a emoção que sentia morreu. —Gostaria de entrar, Sra.<br />
DeLuca? —Perguntei, abrindo a porta para ela.<br />
Ela olhou para seus pés e de volta para mim. —Eu posso ficar aqui se for mais<br />
fácil para você.<br />
—Por favor, entre. Eu prefiro ficar dentro de casa se estiver tudo bem com<br />
você. — Eu disse, recuando.<br />
Ela fechou a porta, olhando em volta da minha casa. Isso me deu a<br />
oportunidade de dar uma boa olhada na mulher. Ela parecia à mesma que na foto<br />
dela, talvez alguns anos mais velha, mas tão bonita quanto.<br />
Ela usava um jeans desbotado, com uma blusa e sapatos pretos de salto. Seu<br />
cabelo era muito parecido com o dele na cor, com todos os fios no lugar e cortado na<br />
altura dos ombros.<br />
211
—Você tem uma bela casa. —Disse ela enquanto colocava sua bolsa sobre a<br />
mesa de café.<br />
—Obrigada. — Eu disse me sentando. —Morgan te enviou aqui?<br />
Ela sentou-se ao meu lado, acariciando minha perna. —Não, querida. Ele não<br />
tem ideia de que eu estou aqui.<br />
Suspirei enquanto meus ombros caíram. —O que posso fazer por você, Sra.<br />
DeLuca?<br />
Ela virou-se para mim, alisando seu jeans. —Eu quero falar com você sobre<br />
meu filho. —Disse, sorrindo para mim. —Eu espero não estar sendo intrometida.<br />
—Você está. — Eu disse, rindo. —Ele me disse sobre você.<br />
—Ele é um merda.<br />
—Ele pode ser isso, mas ele te ama. — Eu disse a ela.<br />
Ela respirou fundo. —Ele também te ama, Race.<br />
Engoli em seco, tentando respirar. —Ele me ama? —Perguntei.<br />
—Sim. —Disse ela. —Ele está uma bagunça desde o dia em que te encontrou.<br />
—Sinto muito. — Eu sussurrei mordiscando meu lábio.<br />
—Ele não vem jantar nem mesmo aos domingos. Ele tem sido ranzinza, não<br />
dorme bem, mal come, e apenas sobrevive sem você.<br />
—Oh! — Eu murmurei. —Eu me sinto horrível.<br />
Ela tocou minha perna, descansando a mão no meu joelho.<br />
—O mesmo acontece com ele. Ele está ferido sem você, Race.<br />
—Eu sinto falta dele. — Eu disse. —Eu simplesmente não posso deixá-lo me<br />
ver assim. —Fiz um gesto em direção ao meu peito.<br />
—Querida... — Ela sussurrou, inclinando a cabeça. —Não há nada para se<br />
envergonhar. Se um homem te ama de verdade, coisas assim não importam.<br />
—Estou cheia de cicatrizes. — Eu sussurrei, não confiando em minha voz.<br />
212
—Você já pensou em ter um bebê? —Ela perguntou, olhando para mim com<br />
os lábios definidos em uma linha firme.<br />
—Algum dia.<br />
—Quando você estiver grávida e sua barriga ficar enorme, ela vai esticar.<br />
Mesmo depois de ter o bebê, as estrias vão estar lá para sempre. Aquelas são<br />
cicatrizes feias?<br />
—Bem, não, mas essas são de algo bonito. Eles são como um distintivo de<br />
honra adquirido por ter dado à luz a outro pequeno ser.<br />
Ela apertou meu joelho. —Elas não são diferentes do que essas cicatrizes em<br />
sua pele, minha querida. Você viveu algo, e deve estar orgulhosa de si mesma por ser<br />
uma sobrevivente.<br />
Eu balancei a cabeça olhando para meu peito. —Não é o mesmo.<br />
Ela tocou meu queixo, trazendo meus olhos para os dela.<br />
—É o mesmo. Você deve estar orgulhosa de ser uma sobrevivente. É apenas<br />
pele. O que importa é o que está dentro do seu coração, Race. Você o ama? —Ela<br />
perguntou, me observando de perto.<br />
Engoli em seco, entendendo o que ela queria dizer. —Sim. — Eu disse, dandolhe<br />
um sorriso fraco. —Tanto que faz meu coração doer.<br />
—Você precisa ir até ele.<br />
—Eu não posso. — Eu sussurrei, balançando a cabeça. —Ainda não.<br />
—Se você esperar muito tempo poderá perdê-lo para sempre.<br />
Lágrimas escaparam dos meus olhos e deslizaram pelo rosto.<br />
—Não chore. — Ela sussurrou, envolvendo o braço em volta do meu ombro e<br />
puxando meu rosto para seu peito. —Ele se culpa pelo que aconteceu com você.<br />
Eu respirei fundo, sentindo-me como se alguém tivesse me chutado na<br />
barriga. —Por quê?<br />
As lágrimas caíram mais rápidas pingando sobre meus jeans.<br />
—Ele não chegou a tempo de salvá-la.<br />
213
—Mas ele chegou. Ela teria me matado.<br />
garganta.<br />
—Eu disse, apertando minha<br />
—Ele acha que falhou. Ele assume que é por isso que você não vai falar com<br />
ele. —Ela suspirou, esfregando minhas costas. —Às vezes, a nossa cabeça fica no<br />
caminho do nosso coração. Ele estendeu a mão para você. Agora, é hora de você falar<br />
com ele. Deixe-o saber que você não o culpa.<br />
Eu chorei mais forte. Eu o coloquei em mais sofrimento. Eu precisava dele<br />
tanto quanto ele precisava de mim.<br />
Limpei as lágrimas, sentando-me.<br />
—Você está certa, Sra. DeLuca. Preciso vê-lo. Ele precisa saber que eu o amo e<br />
não o culpo por nada.<br />
—Vamos pegá-lo. Eu te levo lá. Vamos surpreendê-lo.<br />
—Hum, ele não parece ser do tipo que gosta de surpresas. — Eu murmurei,<br />
limpando meu rosto.<br />
—Não existe tempo como o presente. Imagine o quão feliz você vai fazê-lo se<br />
você aparecer na sua porta. Levante-se, vamos agora mesmo. — Ela disse, me<br />
empurrando para fora do sofá.<br />
Eu fiquei olhando para ela.<br />
—Você tem certeza disso? Por que...<br />
Ela assentiu com a cabeça, ficando de pé. —Se há uma coisa que eu conheço,<br />
é meu filho. Ele é apaixonado por você, doce menina. —Ela disse, segurando meus<br />
ombros. —Eu quero fazê-lo feliz.<br />
—Quero que ele fique feliz também. — Eu disse. Virei-me, e ela usou meus<br />
ombros para me empurrar em direção ao corredor.<br />
—Então vá se aprontar. Nós temos um menino para ver.<br />
214
Capítulo 31<br />
Encontrando o Paraíso<br />
—Abra a maldita porta! —Ma gritou, batendo na minha porta e me<br />
acordando do sonho.<br />
—Meeerdaa. — Eu gemi olhando para o teto, e passando minhas mãos pelo<br />
meu rosto.<br />
Ela tinha aparecido na mesma merda de época que tudo tinha ido abaixo com<br />
Race. Eu passei os últimos vinte e um dias tentando evitá-la, tanto quanto possível.<br />
Ela tornou isso mais e mais difícil, aparecendo na minha casa de forma inesperada, ou<br />
assombrando o escritório para dizer olá.<br />
Eu nunca pensei que diria isso, mas ansiava por meus dias do exército,<br />
quando a merda era mais simples.<br />
Quando o meu coração não estava nas mãos de uma mulher, e minha mãe<br />
estava a milhares de milhas de distância.<br />
Tudo estava complicado agora.<br />
Tudo.<br />
Eu ansiava pelos dias mais simples.<br />
—Estou indo! —Gritei, me levantando.<br />
—É melhor você abrir esta maldita porta! —Ela gritou de novo, continuando a<br />
sua batida.<br />
—Estou indo, Ma! —Eu gritei de volta pensando em fugir pela porta dos<br />
fundos.<br />
Abri a porta ao mesmo tempo em que sua mão estava para dar outro golpe,<br />
mas em vez disso, ela me bateu no peito.<br />
215
—Desculpe querido. — Ela murmurou olhando para mim. —Jesus, você<br />
parece uma merda.<br />
—Obrigado, Ma. Você sempre sabe as palavras certas para dizer.<br />
—Olhe para você. —Ela apontou para meu rosto e a barba que eu deixei<br />
crescer desde sexta-feira. —Temos que limpá-lo. —Disse ela pegando a minha mão e<br />
me levando para a sala de estar.<br />
—Hey! — Tia Mar disse, dando um passo em minha casa.<br />
—Oi, tia Mar. — Eu disse com uma voz menos do que entusiasmada.<br />
—Nós temos alguém aqui para te ver. Você precisa parecer melhor do que<br />
está. —Disse Ma, me arrastando em direção ao meu quarto.<br />
—Quem? —Perguntei, sentindo meu estômago revirar e olhando por cima do<br />
ombro.<br />
—Um amigo.<br />
—Ma... —Tentei dizer. Eu não estava no clima para seus jogos.<br />
Ela me puxou para o quarto e fechou a porta. —Você parecia tão triste, amor.<br />
Eu tinha que fazer alguma coisa.<br />
Eu balancei a cabeça, esperando que ela não tivesse metido o nariz onde<br />
nunca queria que ela o colocasse antes. —O que você fez, Ma?<br />
—Eu tive uma conversinha com a sua menina.<br />
—O quê? —Perguntei tanto animado quanto chocado. —Ela está aqui? —Dei<br />
um passo em direção à porta, mas Ma me bloqueou.<br />
—Ela está, mas ela não pode ver você assim.<br />
—Oh Deus. Eu pareço como o inferno. — Eu disse pegando um vislumbre de<br />
mim mesmo no espelho de corpo inteiro.<br />
Eu tirei minha camisa e corri para o banheiro. —Por que você não me disse<br />
que ela estava aqui? —Eu murmurei enquanto escovava os dentes.<br />
—Teria arruinado a diversão. —Sua risada chegou até ao banheiro.<br />
216
—Agora não é o momento para piadas. É melhor ela estar lá fora. Que Deus<br />
me ajude, se você estiver brincando... —Eu disse. Então eu tomei um gole de água e<br />
cuspi na pia.<br />
—Ela está aqui. Você não está feliz que eu seja uma mãe intrometida agora?<br />
Fechei os olhos, mal conseguindo acreditar no que estava prestes a dizer.<br />
—Pela primeira vez, eu não poderia estar mais feliz por você estar tão colada<br />
na minha bunda que mal posso respirar. —Corri meus dedos pelo meu cabelo, cheirei<br />
minhas axilas, e estremeci.<br />
Deus, eu com certeza não estava limpo.<br />
Passei um desodorante e peguei uma camisa na parte de trás da porta do<br />
banheiro.<br />
porta.<br />
—Espere-me lá fora. — Eu disse a ela enquanto ela ainda estava na frente da<br />
Ela assentiu com a cabeça. —Nós vamos deixar vocês dois aqui sozinhos.<br />
Quando estiver pronto, volte para casa para o jantar.<br />
—É quase quatro, Ma. Vou me atrasar. — Eu respondi abrindo a porta e<br />
colocando-a para o lado.<br />
—Sua tia adiará o jantar até seis esta noite só para você e Race.<br />
—O que?<br />
—Nós tivemos esta carta na manga todo fim de semana, baby. Agora, você vai<br />
fazer as pazes com Race e voltar para nós.<br />
Eu agarrei a maçaneta da porta e olhei por cima do ombro para ela.<br />
—Eu a amo, mãe.<br />
—Eu sei que você ama. Vá buscá-la, filho.<br />
—Isssso! —Ela gritou quando eu fui para a sala de estar.<br />
Antes de virar, eu pude ver seu reflexo no espelho do corredor.<br />
De pé, com as mãos agarradas na frente, ela não se parecia com o pintinho<br />
resistente por quem eu tinha me apaixonado mais de um mês atrás.<br />
217
Dei dois passos para frente, limpando a garganta, e esperei seus olhos<br />
encontrarem os meus.<br />
Deus, ela era linda.<br />
O sol entrava pelas janelas iluminando seu contorno, e fazendo com que<br />
parecesse que estivesse brilhando.<br />
Sua cabeça ergueu lentamente, e ela encontrou meu olhar. Do outro lado da<br />
sala, eu podia ver as lágrimas começarem a se formar e derramar pelo seu rosto.<br />
—Vamos deixar essas duas crianças sozinhas. — Tia Mar disse, puxando<br />
minha mãe em direção à porta. —Eles podem lidar com as coisas por conta própria.<br />
—Race! — Gritei, dando um passo em direção a ela.<br />
—Morgan. — Ela sussurrou, o lábio inferior tremendo.<br />
Ela saltou para os meus braços.<br />
Eu passei meus braços em torno dela, segurando seu corpo contra o meu e<br />
enterrando meu rosto em seu cabelo. Ela cheirava exatamente como eu me<br />
lembrava.<br />
—Eu estive preocupado com você, princesa. —Eu respirei, inalando sua<br />
doçura.<br />
—Sinto muito. — Ela disse, enrolando as pernas em torno das minhas costas e<br />
descansando a testa contra meu queixo. — Eu sinto muito.<br />
—Estou tão feliz que você está aqui. Nada mais importa.<br />
—Sinto muito. — Ela repetiu. Em seguida, começou a chorar, balançando em<br />
meus braços.<br />
—Baby. —Eu sussurrei. —Shh. Não chore. —Levei-a para o sofá, coloquei-a no<br />
colo e a embalei.<br />
—Eu não deveria ter te ignorado. —Ela colocou seus braços em volta do meu<br />
pescoço e aninhou-se na minha pele. —Eu tenho sido uma pessoa horrível.<br />
—Vamos lá. Pare com isso. Você está aqui agora. Eu tenho você aqui. Você é<br />
minha, Race. —Eu me inclinei para trás, levando-a comigo.<br />
218
—Eu sei. Eu fui tão egoísta. —Ela soluçou, e as lágrimas encharcavam minha<br />
camisa enquanto ela chorava.<br />
—Race. —Eu sussurrei, balançando para frente e para trás, tentando<br />
confortar-nos a ambos. Eu a deixei chorar a segurando firmemente. Eu não me<br />
importava com as lágrimas ou o fato de que ela tinha usado a minha camiseta como<br />
um lenço de papel. Eu estava apenas feliz por tê-la em meus braços.<br />
Quando ela parou, ela se levantou, usando meu peito como alavanca.<br />
—Você pode me perdoar?<br />
Eu acariciei sua bochecha com as costas dos meus dedos.<br />
—Por quê?<br />
—Por ter te ignorado. Você me salvou e...<br />
Eu pressionei meu dedo contra seu lábio. —Não diga isso. Já passou. O que<br />
está feito está feito.<br />
—Sinto muito. — Ela murmurou contra o meu dedo indicador.<br />
Esta é a minha menina.<br />
Race está aqui. Ela estava segura, e ela estava em meus braços.<br />
—Você está bem?<br />
Ela assentiu com a cabeça, dando-me um pequeno lampejo de um sorriso. —<br />
Eu não quero que você veja o meu corpo novamente.<br />
Eu fiz uma careta olhando nos olhos dela.<br />
—É com isso que você está preocupada?<br />
Ela assentiu com a cabeça novamente, olhando-me por entre os cílios.<br />
—Eu pareço um monstro. —Disse ela. Em seguida choramingou.<br />
Toquei-lhe o queixo, trazendo os olhos para os meus.<br />
—Nunca diga uma coisa dessas novamente. Você é uma pessoa bonita. Nós<br />
todos temos cicatrizes. Algumas podemos ver e outras não. Use-as com orgulho. Você<br />
passou por algo horrível e sobreviveu, Race.<br />
219
As lágrimas começaram a se formar novamente ameaçando cair.<br />
—Eu estive em terapia. — Ela disse, engolindo as lágrimas.<br />
—Bom.<br />
—Isso me ajudou.<br />
—Eu estou orgulhoso de você. —Eu me inclinei e beijei sua testa. —Eu perdi<br />
você por um tempo. — Eu disse contra sua pele. —Você está curada?<br />
tê-las.<br />
—Quase. —Ela suspirou. —Falei com um cirurgião plástico, e eu sempre vou<br />
—As cicatrizes não me assustam. —Eu queria levar a dor dela para longe,<br />
remover as cicatrizes de seu corpo, e colocá-las em meu próprio. Eu poderia viver<br />
com elas, Race tinha passado por tanta coisa já. —Posso vê-las?<br />
Ela sentou-se e olhou para mim.<br />
—Ainda não, Morgan. Eu não estou pronta para qualquer um vê-las.<br />
Eu balancei a cabeça. —Quando você estiver pronta. Prometa-me que não vai<br />
desaparecer novamente. Se você fizer isso, eu não vou deixar você se esconder.<br />
—Eu não vou.<br />
—Venha aqui. —Eu a puxei para mim, deitando sua cabeça no meu peito. —<br />
Eu quero segurar você por um tempo. —Reclinei nossos corpos, colocando-a em cima<br />
de mim no sofá.<br />
Ela relaxou em mim, brincando com minha camiseta. Fechei os olhos,<br />
sentindo o seu calor.<br />
Eu não me importo se ela não me beijou ou se não tivéssemos sexo. Eu só<br />
queria abraçá-la.<br />
Quando eu acordei, eu a assisti dormir. Minúsculos roncos saíam de seus<br />
lábios enquanto ela inalava pelo nariz, seguido de um pequeno sopro de ar da sua<br />
boca.<br />
Sua parte superior havia movido enquanto nós tínhamos dormido, expondo a<br />
borda das cicatrizes perto do centro do peito.<br />
220
Eram traços fracos, muito mais leves do que eu esperava.<br />
dedos.<br />
Eu a empurrei para trás e tracei as linhas, sentindo sua suavidade sob meus<br />
Inclinado para frente, toquei meus lábios acima do seu peito esquerdo e<br />
beijei-a. Ela se mexeu, acalmei-a, tentando evitar acordá-la.<br />
—Morgan. —Sussurrou.<br />
Olhei para cima, meus lábios ainda contra sua ferida recém curada.<br />
—Desculpe tê-la acordado. —Murmurei contra sua pele.<br />
—O que você está fazendo? —Disse antes de bocejar.<br />
—Eu queria beijá-la.<br />
Ela mexeu-se, tentando se afastar de mim.<br />
Segurei-a com mais força, olhando para ela.<br />
—Eu queria ver, Race. Eu não conseguia parar de tocá-las.<br />
Ela endureceu. —Por quê?<br />
—Elas são parte de você. Eu não quero esquecer que eu quase perdi você.<br />
—Mas elas são feias. — Ela disse, e o lábio tremeu.<br />
—Não, elas não são. Eu amo cada polegada de seu corpo. —Disse, e coloquei<br />
os meus lábios no lugar que ela mais odiava.<br />
—Eu não sei como você pode olhar para mim.<br />
lindo.<br />
a rir.<br />
—Não há um ponto em seu corpo que eu não beijaria. Tudo sobre você é<br />
—Você só quer entrar em minhas calças de novo. — Ela sussurrou começando<br />
—Bem. Isso também.<br />
—Então você não acha que estou feia?<br />
Eu abri sua camisa com o meu nariz, expondo mais das cicatrizes.<br />
221
—Eu te amo, Race True. Cada. Pequena. Polegada. — Murmurei contra sua<br />
pele cobrindo de beijinhos ao longo das linhas.<br />
As lágrimas começaram a rolar em suas bochechas.<br />
—Eu também te amo, Morgan DeLuca. Você vai fazer uma coisa para mim?<br />
—Perguntou ela, enxugando as lágrimas do rosto.<br />
—Qualquer coisa. — Respondi, olhando para ela.<br />
—Faça amor comigo. — Sussurrou, correndo os dedos pelo meu cabelo.<br />
Sem esperar outro momento, me movi para cima de seu corpo e fixei minha<br />
boca sobre a dela.<br />
Beijei-a como se minha vida dependesse disso, compartilhando o próprio ar<br />
que respirava.<br />
Eu não fodi Race True.<br />
Não.<br />
Fiz amor com minha mulher.<br />
222
Capítulo 32<br />
Doce como açúcar<br />
Race mexia as mãos.<br />
—Merda, eu estou tão nervosa.<br />
—Por quê? —Eu parei de andar e me virei para encará-la. —Você conheceu<br />
Ma e tia Mar, sem a minha presença. Elas são as mais difíceis.<br />
Ela balançou a cabeça. —Foi diferente.<br />
—Você não é minha mulher? —Perguntei com um sorriso surgindo no meu<br />
rosto e acariciei sua bochecha.<br />
—Sim. Quer dizer, esta é a sua família. —Disse, olhando para o céu.<br />
—E se eles me odiarem?<br />
Rocei os lábios nos dela. —Eles não vão te odiar.<br />
—Mentiroso. — Brincou. —Nós não voltamos para jantar na semana passada.<br />
Eu não podia esconder a minha diversão quando ri.<br />
—Expliquei as coisas. Eles entenderam, princesa. Eles sabiam que estávamos<br />
ocupados.<br />
—Meu Deus. Eles sabiam que estávamos fazendo sexo? —Ela perguntou,<br />
com a boca aberta.<br />
—Não! —Eu respondi. Eles provavelmente pensaram isso. —Eles pensam que<br />
adormecemos.<br />
—Uh-hu. — Ela murmurou e então suspirou.<br />
Eu agarrei a mão dela, segurando-a forte. —Venha antes que eles venham<br />
aqui fora nos buscar. Eles estão, provavelmente, assistindo da janela.<br />
223
—Você sabe que eu amo a sua Ma. —Disse ela enquanto caminhava ao meu<br />
lado, apertando a minha mão.<br />
—Ama? —Eu perguntei olhando para ela.<br />
—Sim. Ela me liga todos os dias para verificar se estou bem.<br />
—Ótimo. — Eu murmurei quando nos aproximamos da porta.<br />
—Você não sabe a sorte que tem de ter uma mãe tão amorosa.<br />
—É isso que ela é agora?<br />
Fran encontrou uma maneira de estar em cada parte da minha vida. Os únicos<br />
santuários que eu tinha agora era o trabalho e a casa, e mesmo assim, ela dava um<br />
jeito de checar-me.<br />
—Pare de ser um idiota. Fran te ama. —Race colocou os braços em volta da<br />
minha cintura, descansando a cabeça no meu peito.<br />
Emaranhei meus dedos no cabelo dela e a abracei. —Eu estou um pouco<br />
preocupado, você já está na base do primeiro-nome com minha mãe. —Eu disse.<br />
—Morgan. — Ela sussurrou, olhando para mim. —Eu não falo com minha<br />
mãe, por isso é bom ter a sua para conversar todos os dias.<br />
—Ela tem muito amor para dar, princesa. —Talvez se Ma focasse em Race, ela<br />
saísse do meu pé por um tempo.<br />
A porta da frente se abriu e, como um relógio, Ma apareceu.<br />
—Aí estão vocês dois. —Disse ela, abrindo seus braços.<br />
Race me soltou, indo para Ma enquanto eu observava. Ma tinha encontrado<br />
poucas mulheres da minha vida, mas esta foi a primeira vez que ela aceitou uma.<br />
—É bom ver você, querida. —Disse Ma, batendo em Race na costas e<br />
mostrando a língua para mim. —Nós estávamos esperando.<br />
—Desculpe pelo atraso, Fran. Isso não vai acontecer de novo. — Race disse se<br />
afastando.<br />
—Oh, querido, você está bem. —Ma sorriu para mim, repetindo o gesto e<br />
abrindo os braços.<br />
224
—Ma, senti saudades. — Eu disse sarcasticamente deixando-a me abraçar.<br />
—Não se atrase novamente. — Ela sussurrou em meu ouvido. —Tia Mar vira<br />
uma fera.<br />
—Mas eu pensei...<br />
—Você pode fazer melhor do que chegar atrasado.<br />
Com Race, ela era tão doce quanto o açúcar, mas comigo, seu ferrão saía e a<br />
velha Fran aparecia.<br />
Não importava.<br />
Eu apreciava o fato de que Ma gostava de Race e a tratava de forma diferente,<br />
mesmo que eu recebesse o mesmo velho tratamento.<br />
—Ok, Ma. — Eu disse, não estava disposto a discutir e pronto para ver o resto<br />
da família.<br />
Eu via James e Thomas todos os dias no escritório, mas tinha sentido falta dos<br />
meus outros primos e meus tios.<br />
Em Chicago, eu mal pensava sobre eles, com telefonemas esporádicos e<br />
cartões ao longo do ano. Agora que eles estavam de volta na minha vida, não havia<br />
nada que eu quisesse fazer mais em um domingo, do que passar um tempo com a<br />
família.<br />
Depois que o meu pai tinha me deixado (não me fale desse rato bastardo), as<br />
refeições em família nunca mais foram as mesmas. Ma e eu sentávamos um ao lado<br />
do outro em silencio. Logo em seguida, eu me alistei e fui para o alojamento. A vida<br />
tinha mudado depressa.<br />
Eu percebi que precisava dar a Fran alguma folga.<br />
Não só seu marido a deixou, mas em um tempo muito curto depois disso, eu<br />
também. Seu mundo tinha desintegrado. Tudo o que ela amava tinha desaparecido, e<br />
ela tinha sido deixada sozinha.<br />
—Eu te amo, mãe. — Eu soltei, dando-lhe um aperto final.<br />
—De onde veio isso? —Ela perguntou afastando-se de mim boquiaberta.<br />
—Lugar algum. Só pensei que eu deveria dizer isso mais vezes.<br />
225
—Você deveria. — Ela respondeu na forma da verdadeira Fran. —Eu passei<br />
horas dando à luz a você. Horas dolorosas. —Ela nos guiou para dentro da casa. —<br />
Eles estão aqui! —Ela gritou no hall de entrada, o som ecoando através do espaço.<br />
Ma ficou na ponta dos pés, colocando a boca junto ao meu ouvido.<br />
—Eu disse a eles para não assustarem Race. — Ela sussurrou.<br />
Eu dei a ela um breve aceno.<br />
Ma não era sempre um pé no saco. Mais frequentemente sim do que não,<br />
mas havia também um lado pensativo em Fran DeLuca.<br />
Momentos como estes me faziam lembrar por que eu era grato por ela ser<br />
minha mãe.<br />
Eu coloquei meu braço em torno do ombro de Race, ela olhou para mim. —<br />
Você vai ficar bem. — Eu disse a ela enquanto caminhávamos para a sala de estar.<br />
—Morgan! —Izzy berrou, entregando um dos bebês, antes de caminhar até<br />
nós. —Race, é bom conhecê-la. —Ela sorriu para Race e a abraçou. —É bom ver você<br />
também, primo.<br />
James segurou os dois rapazes em seus braços, parecendo contente.<br />
—Olá! —Ele disse, soando um pouco como Mike.<br />
Eu balancei a cabeça, em seguida, voltei minha atenção para o tio Sal.<br />
—Filho! —Tio Sal gritou aproximando-se com sua mão estendida.<br />
Eu coloquei minha mão na sua e apertei.<br />
—Ei, tio Sal.<br />
Ele me puxou contra ele e me deu um abraço. —Estou feliz que você está<br />
aqui, Morgan. Sentimos sua falta no último mês.<br />
—Eu sei. Eu sinto muito por tudo o que aconteceu.<br />
Ele balançou a cabeça e olhou para mim, esfregando o queixo. —Não se<br />
desculpe. Você está aqui agora.<br />
—Morgan. — Tia Mar soou da porta da cozinha. —Eu fiz o seu favorito. —Ela<br />
piscou.<br />
226
—Você é a melhor, tia Mar. — Eu soprei-lhe um beijo.<br />
Um cotovelo bateu em minhas costelas. —Ei! — Ma advertiu, me cutucando<br />
de novo com aquela coisa óssea.<br />
—Eu estou brincando, Ma. —Menti. Em seguida, dei-lhe um beijo na<br />
bochecha.<br />
—Como você está querida? —Tia Mar perguntou a Race, dando-lhe um<br />
abraço.<br />
—Estou bem, Sra. Gallo. Voltarei ao trabalho amanhã, o que é um pouco<br />
assustador.<br />
—Você vai ficar bem, querida. Mantenha sua cabeça erguida. —Tia Mar disse<br />
esfregando as costas de Race.<br />
Race acenou, todos olhavam para ela. —Ei, todo mundo. Sou Race. —Ela disse<br />
enquanto me dava uma cotovelada nas costelas. —Morgan parece ter esquecido as<br />
boas maneiras.<br />
Eu fiz uma careta. —Desculpe, princesa.<br />
Eu estava tão feliz, que tinha esquecido completamente que ela não tinha<br />
sido apresentada a todos.<br />
Para minha total descrença, eu me sentia mais contente do que eu tinha em...<br />
Bem... Sempre.<br />
—Eu invejo você. —Disse Race a Mia quando nós nos sentamos na varanda<br />
após o jantar.<br />
Eu mal conseguia me mover.<br />
Meu estômago nunca tinha consumido tanta comida quanto eu podia<br />
lembrar. Era difícil resistir à cozinha da minha tia, especialmente quando ela foi além<br />
esta semana por causa de Race.<br />
—Eu? —Mia assustou-se colocando a mão no peito.<br />
Race assentiu tomando um gole de vinho. —Você tem o seu próprio negócio.<br />
Você não precisa lidar com nenhum estudante.<br />
227
—Mamãe, mamãe! — Lily, a filha de Mia, lamentou ao seu lado, segurando os<br />
braços e agitando-os.<br />
Mia sorriu para Lily antes de olhar de volta para Race. —Por que você não sai?<br />
—Mia sugeriu puxando Lily em seu colo.<br />
Race esfregou o rosto com as mãos e suspirou. —Eu trabalhei a minha bunda<br />
para chegar onde estou. Eu não posso me imaginar saindo.<br />
—Você o ama? —Perguntou Mia.<br />
—Meu trabalho?<br />
—Sim. Você ama o que faz?<br />
—Ugh! — Race murmurou. —Eu costumava, mas não sei mais.<br />
—Eu tenho certeza que você já passou por mudanças.<br />
—Então, cara, quando é que vamos sair? —Perguntou Mike, me<br />
acotovelando.<br />
—O quê? —Perguntei muito ocupado ouvindo as senhoras falarem, para ter<br />
ouvido a pergunta de Mike.<br />
—Eu quero sair.<br />
—Oh! — Eu disse, olhando para ele. —Estive tão ocupado entre o trabalho e<br />
Race. Lamento não ter estado por perto.<br />
Mike concordou. —Eu entendo. —Ele apontou para Race. —Novo amor.<br />
—Assim que as coisas acalmarem, nós vamos ter uma noite dos caras.<br />
—Talvez possamos todos ir. —Ele sorriu, olhando em volta para seus irmãos.<br />
—As crianças apagam rapidamente.<br />
Eu olhei para Mia depois que ele falou. —Como você sabe? —Ela perguntou,<br />
olhando para ele. —Não é como se você já tivesse trocado uma fralda em sua vida?<br />
Mike empalideceu. —Você já cheirou o que sai dessas pequenas coisas? Eu<br />
não tenho estômago para isso. —Disse Mike, acenando com as mãos.<br />
Mike.<br />
—Para um cara tão grande, você com certeza é um maricas. —Eu provoquei<br />
228
—Vá trocá-la, então. — Ele disse, apontando para a bela pequena Lily, com<br />
seu selvagem cabelo encaracolado escuro, sentada no colo de sua mãe.<br />
—Papai maricas.—Disse Lily.<br />
—Lily. —Disse Mike.<br />
—Papai maricas. — Lily riu, olhando para Mia.<br />
—Grande! Bom trabalho homem. — Mike murmurou com os ombros caídos.<br />
—Baby, papai não é um maricas. Olhe como grande e duro ele é. —Mia disse<br />
olhando para Mike.<br />
Rosnando, Mike flexionou os músculos.<br />
—Isso é certo, baby. Papai é duro. — Mike disse olhando para seus bíceps,<br />
observando-os saltar.<br />
—Papai maricas. —Lily repetiu com o riso ficando mais alto.<br />
—Jesus! — Mike murmurou, esfregando uma das mãos pelo rosto.<br />
Race riu, cobrindo a boca, enquanto as lágrimas começaram a formar em seus<br />
olhos. Ela gesticulou com a boca “Obrigada” para mim.<br />
Nós ficamos na varanda conversando, até que o sol pairava baixo no céu, e o<br />
anoitecer começou a despontar em todo o quintal.<br />
—É melhor irmos andando, princesa. Você tem que acordar cedo para o<br />
trabalho. — Eu disse puxando sua cadeira para trás.<br />
—Mas eu não quero ir. — Ela gemeu levantando da cadeira.<br />
—Seja uma boa menina e eu vou lhe dar uma recompensa. — Eu disse,<br />
dando-lhe uma piscadela. —Se você for realmente uma boa menina, eu vou te dar<br />
uma surra.<br />
—Mamãe, por que Morgan vai dar uma surra em Race, se ela for boa? —<br />
Tamara perguntou a Max, com o rosto amassado, e seu nariz pequeno enrugando.<br />
Anthony afagou a cabeça de Tamara, olhando para mim.<br />
—Obrigado por isso, Morgan.<br />
229
Max ajoelhou-se ficando do nível dos olhos de Tamara.<br />
—Querida, Morgan estava apenas brincando.<br />
—Mas quando eu sou má, papai diz que ele vai me dar palmadas.<br />
—Tamara olhou para mim pelo canto do olho. —Ele não parece que está<br />
brincando, Mama. Morgan é um pouco assustador. — Ela sussurrou para Max, mas<br />
foi alto o suficiente para que todos pudessem ouvir.<br />
Achei a coisa toda de valor inestimável.<br />
—Não se preocupe, Tamara. — Race disse olhando para ela. —Morgan é<br />
como um ursinho de pelúcia. Não dê ouvidos a ele. Ele apenas parece bravo.<br />
—Como o tio Joey? —Perguntou Tamara, olhando para Joe.<br />
—Assim como ele, carinha de boneca. — Race respondeu, batendo no nariz<br />
de Tamara. —Devo dar-lhe uma surra por assustar você? —Race olhou para mim,<br />
com os olhos verdes brilhando.<br />
Tamara puxou o lábio, balançando a cabeça lentamente. —Você deveria. —<br />
Ela respondeu com um sorriso torto formando em seu rosto. —Se ele tem sido um<br />
menino mau, então ele merece.<br />
—Oh, baby, ele tem sido um menino muito ruim. —Race piscou para mim. —<br />
Eu vou cuidar dele.<br />
Tamara virou seu corpo de lado enquanto ria. —Morgan vai ser punido. —<br />
Disse alegremente.<br />
—Só se eu tiver sorte. — Eu murmurei, dando uma tapinha na cabeça de<br />
Tamara enquanto beijava Max. —Desculpe, querida. — Eu sussurrei em seu ouvido.<br />
—Oh, por favor. Anthony diz coisas que são dez vezes piores. — Max beijou<br />
meu rosto. —Tenho certeza que ela vai ficar muito confusa quando ficar mais velha.<br />
—Sim. Ou ela vai perceber o quão doente todos nós somos.<br />
—Pronta para ir para casa, Mara? —Anthony perguntou pegando a menina e<br />
colocando-a em seu quadril.<br />
Ela puxou a orelha dele, descansando a cabeça em seu ombro. —Sim, papai.<br />
Você vai cantar para mim esta noite?<br />
230
—Qual delas, baby? —Perguntou, antes de beijar o topo de sua cabeça.<br />
—A que você e mamãe dançaram em seu casamento. — Tamara respondeu,<br />
agarrando o rosto entre suas pequenas mãos. —Por favor, papai.<br />
—Qualquer coisa que você queira, menina.<br />
—Parece que você tem uma noite movimentada pela frente, primo. —Eu<br />
disse indo até ele. —Vejo você na próxima semana.<br />
Ele estendeu a mão. —Eu não trocaria noites como esta por qualquer coisa no<br />
mundo.<br />
—Vou levar a sua palavra em consideração. —Concordei apertando sua mão.<br />
—Não há nada como a primeira vez que sua filha diz, 'Eu te amo'. Você<br />
percebe que não há nenhum outro amor como esse. —Ele agarrou Tamara um pouco<br />
mais perto.<br />
Larguei sua mão, percebendo que meu primo tinha tudo no mundo. Uma<br />
esposa amorosa, uma criança e uma família incrível.<br />
—Você é um homem de sorte, Anthony.<br />
—Eu imagino que você não esteja muito longe de onde estou.<br />
Eu balancei minha cabeça. —Eu estou na linha de partida.<br />
—Não é uma maratona.<br />
—Eu não estou correndo.<br />
—Só não espere até estar tão velho quanto eu, e perceber que desperdiçou<br />
anos fugindo da coisa que te faz mais feliz.<br />
Olhei para Race, entendendo suas palavras e sabendo que ele estava certo.<br />
Não importa o que, eu não estava sozinho.<br />
A única coisa no mundo que me fazia sentir completo estava do outro lado da<br />
mesa, rindo com a minha família.<br />
Eu não a deixaria fugir. Estar separado por três semanas me fez perceber que<br />
eu não queria mais ficar sozinho.<br />
231
Capítulo 33<br />
Escolha Difícil<br />
Race<br />
Um calor entre as minhas pernas me acordou do meu sono. Meus olhos se<br />
abriram, e um gemido escapou dos meus lábios enquanto sua língua circulava meu<br />
clitóris.<br />
Fechei os olhos, empurrando meu corpo para baixo contra o seu rosto.<br />
Foi melhor do que qualquer xícara de café que eu já tive, o jeito que eu<br />
gostaria de poder acordar todas as manhãs.<br />
Ele agarrou minhas coxas, segurando minhas pernas abertas enquanto me<br />
lambia. Agarrando os lençóis, arqueei minhas costas e lutei para recuperar o fôlego.<br />
Quando meus dedos começaram a enrolar, sua boca me deixou.<br />
—Não pare. — Eu implorei, levantando a cabeça do travesseiro.<br />
—Eu tenho que estar dentro de você. — Ele murmurou, se arrastando pelo<br />
meu corpo.<br />
Antes que eu começasse a lamentar, ele esfregou a cabeça de seu pênis na<br />
minha umidade e mergulhou dentro.<br />
—Sim! —Eu gritei. A sensação de sua boca em mim foi rapidamente<br />
esquecida.<br />
Ele colocou o braço atrás das minhas costas, me puxando para mais perto.<br />
Quando a mão dele deslizou sob minha bunda, inclinando meus quadris, seu pau foi<br />
mais profundo.<br />
—Oh! — Respirei, amando a sensação dele dentro de mim. Eu envolvi minhas<br />
pernas em volta de suas costas, puxando-o para mim, enquanto ele empurrava uma e<br />
outra vez.<br />
Nossa pele ficou úmida, e nossos corpos tremendo quando gozamos. Pela<br />
primeira vez na minha vida, eu realmente tive um orgasmo ao mesmo tempo em que<br />
232
o homem com quem eu estava. Era como se as nuvens se abrissem, o céu brilhasse, e<br />
os anjos cantassem.<br />
—Droga! — Ele murmurou contra os meus lábios, a respiração deslizando<br />
pelo meu rosto.<br />
—Humm. — Eu respondi incapaz de dizer qualquer outra coisa.<br />
—Essa é uma ótima maneira de começar uma semana. — Ele sussurrou,<br />
rolando para o lado.<br />
—Ugh. Não me lembre.<br />
—Ainda não quer ir para o trabalho? —Ele perguntou, me puxando para seu<br />
lado com o braço ao redor de mim.<br />
—Não, mas eu tenho que ir. —Murmurei, aninhando minha bochecha contra<br />
seu peito.<br />
—Quer que eu saia mais cedo e vá te ver hoje? —Ele perguntou, com seus<br />
lábios roçando contra a minha testa.<br />
—Não. Eu vou ficar bem. — Menti. Eu não sabia se poderia lidar com meu<br />
retorno ao trabalho.<br />
Todos no escritório sabiam o que tinha acontecido com Natasha. Não havia<br />
nenhuma maneira de esconder isso, e eu sabia que estaria na mente de todos hoje<br />
quando me olhassem. Eu me perguntava se eles nunca esqueceriam.<br />
Tinha saído em todos os jornais. Eu não tinha deixado minha casa por uma<br />
semana depois de ter alta do hospital. Eu não queria que as pessoas olhassem para<br />
mim. Eu percebi que depois de dez dias, as pessoas haviam mudado para a próxima<br />
grande história, e tinham esquecido tudo sobre mim.<br />
Quando eu me aventurei, ainda me sentia como se todos estivessem olhando<br />
para mim. Eu sabia que eles não estavam, mas eu não conseguia enxergar de outra<br />
forma.<br />
Se não fosse por Morgan, eu poderia ter me tornado uma doente mental.<br />
Deixe-me reformular isso. Se não fosse pela mãe de Morgan, eu poderia ter<br />
perfeitamente permanecido em casa para sempre. Ela veio até mim, me segurou<br />
enquanto eu chorava, e me ajudou a passar por aquela fase.<br />
233
Sem ela, eu não estaria deitada em seus braços e sentindo a paz que tinha<br />
tomado conta de mim.<br />
—Eu estou apenas a um telefonema de distância, princesa. Se precisar de<br />
mim, eu vou correr para seu lado. —A outra mão tocou meu braço, esfregando-o.<br />
—Vai ficar tudo bem. —Eu não sabia se estava tentando convencer a ele ou a<br />
mim mesma. —Eu sou mais do que isso. Droga. —Murmurei.<br />
—Você é uma das mulheres mais fortes que eu conheço. Lembre-se disso.<br />
Você pode fazer o que quiser.<br />
—Até mesmo parar? —Perguntei, olhando para ele.<br />
—Pare se quiser, princesa. Não faça algo que você não quer mais.<br />
Eu mordi meu lábio, pensando se teria coragem de parar e nunca olhar para<br />
trás sem me lamentar.<br />
—Fácil para você dizer. — Eu disse, revirando os olhos.<br />
—Veja como será hoje. Você pode descobrir que é mais fácil dizer essas<br />
palavras do que você pensa. Se você não conseguir lidar com isso hoje, então não<br />
volte. A vida é curta demais para ser infeliz.<br />
—Eu tenho uma reunião com meu chefe às onze horas. Eu vou ver como me<br />
sinto então.<br />
Meses atrás, eu teria dito que nada no mundo poderia me fazer parar, mas<br />
tudo tinha mudado. Olhar para a face da morte me fez reavaliar minha vida. Já não<br />
encontrava alegria no meu trabalho, em vez disso, eu encontrava paz em momentos<br />
simples da vida.<br />
—Você me chama, e eu estarei lá, querida.<br />
—Eu sei que você vai. — Eu sussurrei, envolvendo meu braço em torno dele e<br />
apertando-o. —Eu te amo, Morgan.<br />
—Princesa. — Ele sussurrou, arrastando o meu rosto para ele. Quando me<br />
olhou, sorriu. —Eu também te amo, Race. Mais do que já amei alguém ou qualquer<br />
coisa no mundo inteiro.<br />
Estendi a mão e dei-lhe um beijo.<br />
234
Melhor segunda-feira de sempre.<br />
*****<br />
Pior segunda-feira de sempre.<br />
Quando as portas do elevador se abriram esta manhã, parecia que tudo no<br />
escritório parou. Era como estar em um filme. Enquanto eu caminhava, cada pessoa<br />
virou-se para mim, papéis escorregaram para o chão, e as pessoas sussurraram entre<br />
si.<br />
Eu sabia que isso não estava realmente acontecendo, mas me senti dessa<br />
forma. Senti todos os olhos em mim enquanto eu caminhava em direção à porta do<br />
meu escritório. Pessoas assentiram, dando-me um sorriso triste como se sentissem<br />
pena de mim. Eu conservei minha cabeça erguida, recusando-me a desempenhar o<br />
papel de vítima até chegar ao meu escritório.<br />
—Oi Cara. — Eu disse quando parei em sua mesa. —Por favor, dê-me alguns<br />
momentos para mim.<br />
—Fico feliz em vê-la, de verdade. — Ela respondeu concordando. —Leve o<br />
tempo que você precisar, querida.<br />
Virei-me e entrei no meu escritório, fechando a porta silenciosamente atrás<br />
de mim. Minhas costas caíram contra a porta conforme eu a usei para me segurar.<br />
Eu não poderia fazer isso.<br />
Eu não queria fazer isso.<br />
Eu odiava estar aqui.<br />
A última vez que estive nesta sala, Natasha estava comigo. Mesmo que ela<br />
estivesse morta, suas palavras e ações me assombravam.<br />
Eu não quero ser aquela garota.<br />
Eu não era ela.<br />
235
Eu era Race, o pintinho resistente que as pessoas encolhiam-se ao ver, aquela<br />
que empurrava as pessoas ao redor e exalava confiança. Não a garota que precisava<br />
de uma porta para se segurar, enquanto procurava força para dar mais um passo.<br />
Olhei para o relógio na parede atrás da minha mesa, percebendo que eu tinha<br />
duas horas antes da reunião com o Sr. Emerson. Talvez eu me sentisse diferente se eu<br />
mergulhasse no trabalho, deixando minha mente concentrar-se apenas na tarefa em<br />
mãos.<br />
Só vai ser difícil no primeiro dia.<br />
Se eu pudesse passar o dia de hoje, amanhã seria mais fácil. Apenas um dia.<br />
Assim como meu terapeuta me disse.<br />
Mesmo nas últimas quatro semanas, as pequenas tarefas tornaram-se mais<br />
simples, e eu me encontrei sentindo-me como antes do ataque. Mas isso foi em casa,<br />
fazendo compras, ou passando o tempo com Morgan.<br />
Voltar ao trabalho foi como começar de novo em uma praça. Eu tinha que dar<br />
passos de bebê para me tornar a empresária fodona que eu sempre fui.<br />
Eu era Race True.<br />
Forte.<br />
Inteligente.<br />
Temida.<br />
bateu.<br />
—Race. —A voz abafada de Cara veio do outro lado da porta quando ela<br />
Afastei-me da porta e caminhei em direção à minha mesa, jogando minha<br />
bolsa no sofá.<br />
—Entre. — Eu respondi, correndo os dedos contra o vidro frio da mesa de<br />
trabalho.<br />
Cara entrou. Depois de dar dois passos, ela parou. —Qual o problema? —<br />
Perguntou com uma careta.<br />
—Nada, Cara. — Eu respondi, olhando para fora da janela.<br />
236
—Fale agora. Eu sempre soube quando há algo que você não está dizendo. —<br />
Disse enquanto caminhava em direção à sua cadeira habitual.<br />
—Eu simplesmente não me sinto em casa aqui mais. —Sentei-me, testando<br />
minha cadeira, balançando para frente e para trás.<br />
—Você foi feita para coisas maiores. — Cara disse, olhando ao redor. —Você<br />
não foi feita para ficar enfiada em um lugar como este. Você deveria estar<br />
administrando sua própria empresa.<br />
—Agora você está sendo boba, Cara. —Eu suspirei, me recostando na cadeira,<br />
pensando sobre o que ela tinha dito. —Qual é a minha agenda para hoje?<br />
Ela olhou para seu bloco, batendo o lápis contra a superfície. —É bastante<br />
leve. Eu não quero sobrecarregar você hoje. —Ela olhou para mim.<br />
Devolvi o sorriso, embora o meu fosse menos crível.<br />
—Obrigada. Qual é o primeiro?<br />
—Você tem um encontro com Sue no Setor de Desenvolvimento as dez, e Sr.<br />
Emerson às onze. Sua tarde está livre, porque eu não sabia se você poderia fazer isso<br />
um dia inteiro. —Disse ela, olhando para o papel.<br />
—Eu acho que estou apenas nervosa sobre o encontro com Emerson. Vou me<br />
sentir melhor quando isso acabar, tenho certeza.<br />
—Eu tenho certeza. — Repetiu ela, de pé em frente da cadeira. —Você<br />
gostaria que eu pegasse uma xícara de café? —Ela perguntou caminhando em<br />
direção à porta.<br />
—Isso seria ótimo, Cara.<br />
—Mantenha-se firme, Sra. True.<br />
Com isso, ela desapareceu.<br />
Talvez um pontapé de cafeína fizesse me sentir como meu velho eu<br />
novamente. Ou depois de escutar a Sue zangão por uma hora, eu ficaria tão<br />
entediada e irritada, que pularia na garganta de alguém.<br />
237
Tinha passado um longo tempo desde que eu senti o fogo queimar no fundo<br />
da minha barriga. Meu eu anterior estava latente, pronto para explodir a qualquer<br />
momento.<br />
Virei o computador e o liguei, pronta para me enterrar no trabalho e<br />
encontrar o fogo novamente. Eu não deixaria que eles me derrotassem.<br />
—Sr. Emerson vai vê-la agora. — Sua secretária disse, passando os olhos sobre<br />
o meu corpo com os lábios em uma linha firme.<br />
Quando eu passei pelas portas do seu escritório, eu sabia exatamente o que<br />
precisava fazer.<br />
238
Capítulo 34<br />
Um pouquinho da Race para o almoço<br />
—Quem é ele mesmo? —Perguntei a Thomas, olhando para o meu relógio.<br />
Race e eu estaríamos reunidos para um almoço tardio hoje. Era seu primeiro<br />
dia de volta ao trabalho. Ela prometeu que estaria aqui as duas, e eu não deveria<br />
mantê-la esperando.<br />
—Ele é um dos amigos de Joey do Cowboy Neon. Seu nome é Frisco.<br />
—Joe o aprova. —Disse James, levantando uma sobrancelha quando ele<br />
descansou as mãos atrás da cabeça.<br />
Thomas balançou a cabeça, esfregando a parte de trás do seu pescoço.<br />
—Bem, vocês dois são os chefes, e se Joe o aprova, então eu tenho certeza de<br />
que ele é um cara bom. — Eu disse, sabendo que Joe não gostava de muitas pessoas.<br />
A porta abriu, e Angel estava lá com um homem atrás dela.<br />
—Thomas, Frisco está aqui. —Ela olhou por cima do ombro dando passagem.<br />
—Frisco. —Disse Thomas, andando em torno de sua mesa para cumprimentar<br />
o recém-chegado.<br />
—Thomas. — Ele respondeu, apertando a mão dele.<br />
Eu dei a ele uma avaliação rápida.<br />
Ele tinha muitos músculos em um corpo magro. Ele era rígido, lembrando-me<br />
de um militar. Seus olhos nunca deixaram os nossos, mostrando que ele era honesto.<br />
—É muito bom ter você aqui. —Thomas olhou para James. —Esse é James, e<br />
ali... — Ele disse, olhando para mim. — É meu primo, Morgan. Pessoal, este é Frisco.<br />
—Frank é meu nome verdadeiro, mas me chamam de Frisco. —Disse ele,<br />
dando-nos a cada um, um aceno rápido.<br />
239
—Venha, Frisco. Nós temos muito que discutir. —Disse James.<br />
—Obrigado. —Disse Thomas para Angel.<br />
Ela acenou e fechou a porta, deixando nós quatro para conversar.<br />
—O que há com o nome Frisco? —James perguntou quando Frisco sentou-se.<br />
—Sua mãe era uma fã de Hospital Geral 14 ?<br />
—Eu sou de San Francisco. Os rapazes no bar gostam de usar apelidos. —Ele<br />
deu de ombros.<br />
—Vamos passar por cima de algumas regras. — Thomas disse enquanto se<br />
sentava.<br />
—Manda. — Frisco respondeu, relaxando em sua cadeira.<br />
—Primeiro. Angel, quem você já conheceu, é minha. Race, a quem você vai<br />
conhecer, é do Morgan. Mãos longe de nossas senhoras. Vamos apenas deixar isso<br />
muito claro.<br />
Ele suspirou, passando os dedos pelos cabelos.<br />
—Eu estou tendo problemas suficientes com a minha mulher para me<br />
incomodar em até mesmo pensar em outra pessoa.<br />
—Por que você não nos conta sobre suas habilidades? —Disse James,<br />
mudando de assunto.<br />
—Eu fui um homem da Marinha durante anos, servindo como um SEAL. Eu<br />
não posso entrar em detalhes. Muitas das minhas missões são ainda classificadas<br />
como secretas. —Disse ele, movendo-se em seu assento.<br />
Olhei para Thomas assim que ele olhou para mim.<br />
Nós dois tínhamos o mesmo olhar impressionado em nossos rostos.<br />
Mesmo que eu fosse um homem do exército por completo, eu ainda tinha<br />
respeito por todos os ramos do serviço.<br />
SEALs não eram maricas.<br />
14 a mais duradoura série dramática pelo Guinness World Records, estando em atividade pela ABC desde 1963.<br />
240
—Eu acho que tenho muitas habilidades, se não todas, isso faria de mim um<br />
grande PI 15 .<br />
—Cheio de si mesmo. — Eu murmurei em voz baixa.<br />
Ele olhou para mim. —Eu sou. — Respondeu com um sorriso. —Mas eu posso<br />
ajudar em qualquer merda.<br />
—Eu também.<br />
—Senhores, vamos guardar as atitudes para os bandidos. —Disse Thomas.<br />
—Estamos bem, cara. — Eu disse, dando a Frisco um aceno de cabeça. —Eu<br />
sei que, se ele era um SEAL, ele pode fazer muita coisa, mas mesmo que eu fosse<br />
apenas um grunhido no exército, eu também posso.<br />
—Todos nós temos habilidades. —Disse James. —Se algum de vocês não<br />
tivesse, não estariam aqui.<br />
—Vá em frente. — Thomas disse, enquanto olhava para Frisco e me ignorou.<br />
—Tudo o que você precisar fazer, eu posso fazer. —Frisco olhou para mim<br />
com o canto do olho. —Eu estou aqui para ser um jogador da equipe. Eu só quero<br />
mergulhar e sujar as mãos.<br />
—Vamos apenas esperar que seu primeiro caso não dê errado, como o de<br />
Morgan. —Disse James, me dando tapinhas nas costas.<br />
—Eu não desejaria isso ao meu pior inimigo.<br />
—Tão ruim assim? —Frisco perguntou fazendo uma careta.<br />
—Algum dia, vou-te dizer sobre isso.<br />
—Você a perdeu? —Ele perguntou, inclinando a cabeça. —Eu não poderia<br />
imaginar alguém morrer porque eu fodi tudo.<br />
—Não, cara. Eu não a perdi. Meu mundo nunca mais foi o mesmo desde o dia<br />
em que fui designado para o seu caso.<br />
—Sinto muito por ouvir isso. —Frisco estremeceu.<br />
15 investigador particular.<br />
241
Lembrei-me do quão banal isso costumava ser. —Eu não sinto.<br />
Ele voltou sua atenção para Thomas. —Eu sou um cara muito simples. Disparo<br />
em linha reta, digo a verdade, e às vezes eu falo antes de pensar.<br />
—Parece que você vai se encaixar bem.<br />
Olhei para o meu relógio de novo, percebendo que eu estava prestes a me<br />
atrasar para o meu almoço tardio com Race. —Eu vou correr rapazes. —Eu disse de<br />
onde estava.<br />
—Tente não ter um almoço prolongado de novo hoje. — Thomas advertiu.<br />
—Pelo menos eu pego a minha do lado de fora do escritório. — Eu respondi.<br />
—Palavras sábias, Frisco. Sempre bata. —Eu disse, segurando minha mão.<br />
Ele me deu um olhar confuso enquanto Thomas e James riam. —O quê? —<br />
Perguntou.<br />
Eu balancei minha cabeça. —Deixa pra lá. Você vai descobrir.<br />
—Eu tenho que me apressar. — Thomas comentou caminhando em torno de<br />
sua mesa. —Eu tenho uma reunião com um cliente em potencial.<br />
—Eu vou mostrar à Frisco as cordas e correntes. —Disse James.<br />
Eu bati meus dedos, virando-me para Thomas. —Eu tenho uma reunião hoje à<br />
noite com um cliente. Então, eu pretendo demorar muito no almoço. Eu estarei de<br />
volta ao escritório por volta das seis.<br />
—Você precisa de um de nós aqui? —Perguntou Thomas.<br />
—Não, eu entendi.<br />
—Eu estarei por perto. — Acrescentou James. —Izzy está em casa com as<br />
crianças hoje.<br />
—É melhor não ficar até mais tarde. Ela vai matá-lo se você deixá-la durante<br />
todo o dia com os meninos.<br />
—Deixe que eu me preocupe com a sua irmã, Thomas.<br />
—Frisco, se James não voltar ao trabalho amanhã porque minha irmã o<br />
matou, você pode ficar com seu escritório.<br />
242
—Que porra é essa? —Perguntei, fingindo ser insultado. —Eu deveria ter esse<br />
escritório em primeiro lugar.<br />
—Meninos. — James interrompeu, dirigindo-se para a porta e abrindo-a. —<br />
Ninguém fica com o meu escritório. Algum dia vocês vão aprender a lidar com as suas<br />
mulheres, assim como eu.<br />
Thomas e eu caímos na gargalhada.<br />
—Ele é tão cheio de merda. —Disse Thomas.<br />
Eu usei isso como minha deixa para sair. —Estou fora. Vejo vocês mais tarde<br />
caras. Prazer em conhecê-lo, Frisco.<br />
—Tchau. — Ele respondeu, enquanto eu caminhava para fora do escritório.<br />
Enquanto fui em direção ao meu escritório, Race aproximou-se da sala de<br />
espera.<br />
—Hey, baby! — Ela disse, envolvendo os braços em volta de mim.<br />
—Hey, princesa. Como foi no trabalho? —Perguntei, beijando o topo de sua<br />
cabeça.<br />
Ela olhou para mim. —Fantástico.<br />
—Sério?<br />
Ela concordou e continuou sorrindo. —Não no início, mas ficou melhor.<br />
—Vamos para o meu escritório e falaremos antes do almoço. Ok? —<br />
Perguntei, abrindo a porta.<br />
—Claro. —Ela disse entrando.<br />
—Então, o trabalho não foi tão mau quanto você pensou que seria?<br />
—Foi pior. —Ela riu. —Muito pior.<br />
—Ok. — Eu sussurrei passando o indicador pelo queixo. —Você está agindo<br />
de forma estranha. Por que você está tão feliz se foi pior?<br />
Ela ficou séria colocando as mãos espalmadas sobre a mesa e inclinou-se. —<br />
Porque eu me demiti! —Gritou.<br />
243
—Você saiu? —Alívio tomou conta de mim.<br />
—Sim. —Ela levantou-se, estendeu os braços e começou a rodopiar. Eu fui<br />
para o escritório do Sr. Emerson, e disse a ele para me demitir. — Ela pulou com o<br />
punho bombeando no ar.<br />
Eu nunca tinha visto Race livre e animada sobre qualquer coisa antes, e eu<br />
não podia deixar de sorrir. —Uau. Isso é incrível, querida. Estou tão contente por<br />
você.<br />
Eu não fui capaz de tirá-la dos meus pensamentos esta manhã. Ir para seu<br />
escritório tinha que ser uma das coisas mais difíceis que ela já tinha feito. Todo<br />
mundo sabia sobre o seu caso, que tinha saído em todos os noticiários no dia<br />
seguinte. Ela não conseguia se esconder por causa disso, e se seu escritório era tão<br />
cruel quanto ela alegava, eu esperava problemas à frente.<br />
Ela parou de girar, deixando cair os braços ao lado dela e balançando.<br />
—Sinto-me livre pela primeira vez. —Disse ela, e então suspirou.<br />
Eu andei até ela, precisando pegar um pequeno pedaço de felicidade para<br />
mim. —Estou tão orgulhoso de você. — Eu disse a ela quando a puxei para os meus<br />
braços.<br />
—Precisamos comemorar. —Ela riu olhando para mim.<br />
—O que você tem em mente? —Perguntei, e então me inclinei e recheei seu<br />
pescoço com beijos.<br />
—Oh, não, não se atreva. — Ela disse, tentando sair do meu alcance.<br />
Eu ri contra sua pele. —Eu não consigo pensar em uma maneira melhor de<br />
comemorar.<br />
—Você vai me levar para almoçar. — Ela se arrastou para fora dos meus<br />
braços, escondendo-se atrás de mim.<br />
—Eu prefiro ter um pouco de Race para o almoço. — Eu provoquei.<br />
—Nós não podemos. —Disse enquanto eu tentava agarrá-la, mas ela moveuse<br />
para o lado e fora de alcance.<br />
244
—Sim, nós podemos. Eu flagrei Thomas e Angel mais vezes do que gostaria de<br />
lembrar. —Eu gemi, tentando pegá-la novamente.<br />
Ela parou de se mover com sua boca aberta. —Você os flagrou?<br />
Desta vez, eu não a perdi, agarrando seus braços. —Sim. —Rosnei. —Acho<br />
que meu escritório seja o único que não foi batizado.<br />
Ela colocou as mãos no meu peito, sorrindo para mim. —Acho que vai ter que<br />
esperar.<br />
—O que é que eu vou fazer com isso? —Eu perguntei esfregando minha<br />
virilha contra seu estômago, deixando-a sentir o meu pau duro.<br />
—Oh. — Ela murmurou. —Nós não podemos ir almoçar com ele assim.<br />
Olhei em seus olhos e fiz beicinho. —Seria uma vergonha desperdiçá-lo. Eu<br />
realmente não posso sair daqui assim, princesa.<br />
—Eu suponho que você não possa. — Ela sussurrou, esfregando os dedos ao<br />
longo da minha barba por fazer. —Só uma rapidinha. Estou faminta.<br />
—Rapidinha funciona, mas depois eu espero que seja longo e lento. —Eu gemi<br />
roçando a minha boca contra a pele do seu rosto, sentindo a maciez em meus lábios.<br />
—Tem algo em mente? —Ela perguntou jogando a cabeça para trás, dandome<br />
acesso ao seu pescoço.<br />
—Eu sempre tenho um plano. —Murmurei percorrendo um caminho de<br />
beijos até sua clavícula, parando antes de chegar às suas cicatrizes. —Rápido agora<br />
para te fazer feliz, e um pouco de algo extra mais tarde para me fazer feliz. — Eu<br />
disse antes de morder sua carne.<br />
Ela pensou. Os olhos correndo pela sala. Ela assentiu com a cabeça me<br />
olhando nos olhos. —Temos um acordo.<br />
—Às vezes, um pacto com o diabo nem sempre é inteligente. —Eu sorri.<br />
—Eu acho que posso aguentar o que você está me dando.<br />
—Não escreva cheques com sua boca, por que sua bunda não fabrica<br />
dinheiro.<br />
—O quê? —Ela perguntou, franzindo o nariz.<br />
245
—Você vai ver. — Eu disse.<br />
Ela jogou a cabeça para trás. —Eu confio em você. — Respondendo através de<br />
seus risos.<br />
Eu segurei sua bunda em minhas mãos e apertei. —Quero possuir você toda.<br />
Eu pretendo reivindicar cada pequena polegada sua esta noite.<br />
Ela engasgou. —Oh! —Comentou, com as bochechas ficando coradas.<br />
—Você sabe todas as coisas bonitas para dizer a uma senhora. —Ela colocou a<br />
mão no meu peito, sua palma queimando minha pele através do tecido.<br />
Coloquei minha boca sobre a dela e lhe dei um beijo que roubou o ar dos<br />
meus pulmões.<br />
Porra, eu a amava.<br />
Eu levantei-a no ar enquanto ela enrolava as pernas em volta da minha<br />
cintura, trancando nossos corpos juntos. Levei-a até a mesa, coloquei minha boca na<br />
dela, acalmando seus gemidos.<br />
Abrindo um olho, eu encontrei a mesa e coloquei-a em cima dela.<br />
—Tem certeza de que está tudo bem? —Ela perguntou em um tom<br />
sussurrante.<br />
—Totalmente. — Eu disse a ela quando minhas mãos deslizaram até suas<br />
coxas, encontrando sua liga. —Deite-se. —Ordenei quando cheguei à beira de sua<br />
calcinha.<br />
—Oh Deus! — Ela gemeu agarrando a borda da mesa.<br />
—Perfeita. —Eu murmurei, começando a desfazer minha calça e empurrandoa<br />
até meus tornozelos. Meu pau saltou livre, mais do que nunca, e pronto para a<br />
ação.<br />
Sem ter que ser dito, ela levantou a saia e a deslizou até a cintura, dando-me<br />
uma visão incrível.<br />
—Essa tem que sair. — Eu toquei a borda da calcinha de renda preta.<br />
Conforme eu puxava os lados, ela levantou, permitindo-me retirá-la. Eu a girei em<br />
meus dedos antes de jogá-la por toda a sala.<br />
246
—Hey! —Ela gritou virando a cabeça, tentando ver onde ela desembarcou.<br />
—Eu tenho uma nova regra. — Eu disse me inclinando sobre a mesa, trazendo<br />
meus lábios nos dela.<br />
—Que seria qual? —Ela perguntou com a respiração ofegante no meu rosto.<br />
—Nada de calcinha. Elas estão proibidas.<br />
—Você não pode simplesmente fazer essa regra. —Ela ofegou.<br />
—Está feita. Chega de calcinhas. —Eu rosnei, movendo sua boca com a minha.<br />
A palma da minha mão acariciou seus seios, e eu esfreguei o mamilo com os<br />
meus dedos enquanto a beijava. Quando a minha mão deslizou por seu corpo, as suas<br />
costas arquearam, movendo minha mão para baixo.<br />
Ela estava escorregadia e pronta quando eu toquei sua vagina.<br />
—Essa é minha. — Eu disse, realmente não colocando em debate.<br />
mão.<br />
—É sua. — Ela respirou, arqueando as costas e empurrando contra a minha<br />
—Boa menina. — Eu disse escorregando um dedo dentro.<br />
Suas costas arquearam ainda mais, empurrando meu dedo mais fundo dentro<br />
dela. —Eu quero mais. Dê-me seu pau, baby! —Ela sussurrou.<br />
Olhei para ela, totalmente em choque. Porra, eu amava a boca suja de Race.<br />
—Diga isso de novo.<br />
Ela abriu as pernas. —Foda-me Morgan.<br />
Não era o mesmo, mas suas palavras fizeram meu pau saltar.<br />
—Você não tem que me dizer duas vezes. —Reclamei, apertando a ponta do<br />
meu pau contra sua umidade. Removi o dedo, e empurrei para dentro.<br />
—Jesus. — Ela murmurou enquanto eu me inclinava, puxando e empurrando<br />
para dentro dela com mais força.<br />
—Você é tão gostosa. — Eu gemi contra o seu pescoço, batendo nela.<br />
247
a.<br />
—Sim! Sim! —Ela entoava. Tive que cobrir a sua boca com a mão, acalmando-<br />
O balcão saltou, movendo-se a cada impulso enquanto eu saqueava sua<br />
vagina, conduzindo mais profundo a cada estocada.<br />
—Tudo bem aq... —James perguntou entrando pela porta e congelou.<br />
Olhei para cima, enterrando-me dentro dela.<br />
Race cobriu o rosto. —Oh Deus! — Ela gemeu.<br />
Eu sorri, sentindo como se fosse oficialmente um membro da equipe.<br />
Eu tinha batizado meu escritório e fui pego pela primeira vez.<br />
—Parece que você está indo bem. —Disse James, rindo baixinho. —Eu vou<br />
deixar você voltar ao trabalho. — Ele brincou, fazendo a volta e dando uma última<br />
olhada antes de fechar a porta.<br />
—Oh meu Deus! —Disse Race, a voz abafada por suas mãos.<br />
—Está tudo bem. —Confirmei, começando a mover-me dentro dela<br />
novamente.<br />
—Você está em apuros. — Ela sussurrou descobrindo o rosto.<br />
podia.<br />
—Não, eu não estou. — Eu disse, dirigindo meu pau tão profundo quanto<br />
—Nós não podemos... —Ela gemeu.<br />
—Apenas enrole as pernas em volta de mim e desfrute do passeio, princesa.<br />
—Murmurei entre dentes.<br />
Agarrei seus seios, apertando-os em minhas mãos enquanto meu pau<br />
mergulhava dentro e fora de sua umidade.<br />
Seu corpo oscilou, deslizando contra a mesa conforme eu empurrava o meu<br />
pau dentro dela. Mordi o lábio, acalmando os gemidos que ameaçavam escapar<br />
enquanto eu golpeava sua buceta uma e outra vez.<br />
248
Ela segurou a mesa mais firme enquanto me fodia de volta, batendo seu<br />
núcleo contra mim. Minhas bolas bateram no seu rabo, e eu senti o aperto e o<br />
formigamento familiar em minha espinha.<br />
—Não vou durar muito. — Avisei, esperando que ela estivesse perto.<br />
duro.<br />
—Só mais um pouco. —Ela pediu, deslizando para baixo no meu comprimento<br />
—Porra! — Eu gemi, tentando aguentar um pouco mais.<br />
—Sim. Bem aí. — Ela gemeu jogando a cabeça para trás, e seu corpo parou,<br />
tomado pelo orgasmo correndo através de seu sistema, e apertando o meu pau.<br />
Ela me enviou ao limite, minha visão ficou turva e minha respiração engatou<br />
na minha garganta. Diminuí meu movimento, apreciando a sensação de cada<br />
polegada deslizando dentro e fora enquanto gozava dentro dela.<br />
Eu desmaiei, pairando sobre o corpo dela com o braço trêmulo, enquanto eu<br />
tentava recuperar o fôlego.<br />
—Eu não posso acreditar que fizemos isso. — Ela sussurrou, sugando ar como<br />
um peixe fora d'água.<br />
—Foi incrível, porra. —Eu disse, me endireitando quando o meu pau começou<br />
a amolecer dentro dela.<br />
Ela sentou-se, observando-me enquanto eu puxava minha calça e colocava<br />
tudo dentro. —Eu poderia me acostumar com uma pausa para almoço como esta. —<br />
Disse ela com um sorriso torto, pós-orgasmo.<br />
—Só se você estiver trabalhando comigo, princesa. —Disse, fechando minha<br />
calça e recuperando sua calcinha.<br />
Ela inclinou a cabeça, me olhando de cabeça para baixo. —Eu não posso<br />
trabalhar com você.<br />
—Por que não? —Perguntei, pensando que seria uma ideia incrível. Ela<br />
precisava de um emprego, por que diabo não trabalhar aqui comigo?<br />
—Eu tenho algumas ideias, e elas não incluem trabalhar aqui.<br />
249
Abri a gaveta da mesa, coloquei a calcinha dentro, e a fechei com o meu<br />
joelho.<br />
—Hey! —Ela gritou, levantando-se e estendendo a mão para a gaveta.<br />
—Não! —Eu disse, balançando a cabeça para ela e mantendo a gaveta<br />
fechada.<br />
—Eu preciso dela. — Ela reclamou, tentando mover minha perna, mas não<br />
tendo sucesso.<br />
—Sem calcinha, lembra? —Eu levantei uma sobrancelha enquanto olhava<br />
para ela, ainda de braços abertos e seminua na minha mesa.<br />
—Bem. Eu tenho mais de onde aquela veio. —Ela deslizou para fora da mesa.<br />
—Eu tenho que me limpar. —Disse, olhando em volta do meu escritório.<br />
—Aqui. — Eu disse pegando alguns lenços de papel e entregando a ela.<br />
—Seria mais fácil se eu tivesse minha calcinha de volta. —Disse limpando-se e<br />
jogando os lenços no lixo. —Por favor?<br />
Agarrei-a pela cintura, puxando-a para perto e dando-lhe um beijo.<br />
—Oh não, você não a terá. — Eu disse a ela, roçando meu nariz contra o dela.<br />
—Nada de calcinha enquanto você estiver comigo.<br />
—Por quê? —Ela perguntou, colocando a mão no meu pescoço e olhando<br />
para mim.<br />
—Porque eu quero ser capaz de provar você sempre que eu quiser.<br />
Ela mordeu o lábio antes de concordar.<br />
—Vê como é fácil quando você faz o que eu quero? —Eu perguntei<br />
empurrando a saia para baixo, ajudando-a.<br />
dedos.<br />
—Você pode ser um valentão. —Ela alisou o material preto com as pontas dos<br />
—Mas você gosta de mim desse jeito. — Eu provoquei, estendendo a mão e<br />
segurando a mão dela.<br />
—Eh? —Ela murmurou.<br />
250
—Race. —Sussurrei e, em seguida, esperei ela responder.<br />
—Sim?<br />
—Eu te amo. — Eu disse, sentindo tanta felicidade que pensei que explodiria.<br />
—Eu também te amo, Morgan.<br />
Eu era o filho da puta mais sortudo no mundo.<br />
251
Capítulo 35<br />
Novos Começos<br />
Race<br />
—Para onde vamos? —Ele perguntou, movendo-se em seu assento.<br />
Ele ainda não estava confortável me deixando dirigir Elvira.<br />
Eu adorava mexer com a sua cabeça enquanto eu dirigia. Ele era muito fácil.<br />
Toda vez que ele movia-se ou agarrava o painel de instrumentos, eu ria. Isso<br />
não tinha muito a ver com seu querido carro, mas mais sobre me dar controle sobre<br />
ele.<br />
—Eu quero te mostrar uma coisa. —Disse, olhando para ele com o canto do<br />
meu olho.<br />
—É árido por aqui. —Disse ele olhando para fora da janela.<br />
—Há muito espaço aberto ao redor. É por isso que ele é perfeito.<br />
—O que é? —Ele perguntou quando voltou sua atenção para mim.<br />
—Minha surpresa.<br />
—Eu odeio surpresas. — Ele resmungou antes de suspirar.<br />
—Basta sentar e desfrutar do passeio. —Eu pressionei o pedal, e Elvira<br />
decolou como um morcego fugindo do inferno.<br />
—Race. —Disse ele, estendendo a mão para pegar o painel.<br />
—Você está preocupado que eu vá bater em uma vaca? —Eu provoquei,<br />
segurando o volante mais forte e olhando para frente. —Olhe ao seu redor, Morgan.<br />
Árvores, sol e estrada aberta.<br />
—Estamos quase lá, pelo menos?<br />
Eu amei cada momento de ansiedade que estava lhe causando. —Sim.<br />
252
—Será que você comprou uma fazenda? —Ele perguntou, arrastando a mão<br />
em seu rosto.<br />
—Não. Apenas relaxe, baby. Estamos a apenas três quilômetros de distância.<br />
— Eu disse a ele.<br />
—Graças a Deus! —Disse, puxando a gola e abanando-se.<br />
ver.<br />
Quando virei pela estrada de terra cheia de pinheiros, finalmente deu para<br />
Ele virou-se para mim. —Você está me trazendo para um circuito de provas?<br />
Eu balancei a cabeça, saltando no meu lugar. —Não é apenas qualquer<br />
circuito. — Eu disse a ele, incapaz de tirar o sorriso do meu rosto enquanto o olhava.<br />
—É o lugar onde passei a minha infância com meu pai. Este é o lugar de Johnny.<br />
—Você vai me fazer sentar em um carro e acelerar em torno de um campo de<br />
terra? —Ele perguntou, seu rosto empalidecendo. —Você está tentando me matar?<br />
—Você pode dirigir seu próprio carro. — Eu disse, dirigindo para dentro do<br />
estacionamento vazio.<br />
—Eu não posso arruinar Elvira.<br />
Revirei os olhos. —Você pode dirigir um dos outros carros. Eu queria que você<br />
visse este lugar.<br />
—É importante para você, não é? —Ele perguntou, relaxando quando<br />
estacionei o carro.<br />
—Muito. — Eu disse, virando no assento.<br />
Olhei em volta, observando o lugar que realizou tantas memórias felizes para<br />
mim quando criança. Ele não tinha mudado nada. Era ainda uma pista afastada,<br />
escondida, para aqueles que seguiam o circuito de provas. Era onde muitos<br />
motoristas tinham seus pés molhados antes de sair para se juntar às grandes ligas.<br />
—Eu tenho algo para te dizer. Eu estive esperando até agora para<br />
compartilhar a notícia. — Eu sussurrei.<br />
Seus olhos arregalaram-se, e seus lábios se separaram.<br />
—Você está... —Sua voz sumiu quando ele engoliu. —Grávida?<br />
253
Eu cobri meus olhos, balançando a cabeça. —Oh Deus, não.<br />
—Ufa! — Ele murmurou, enxugando a testa. —Quero dizer, talvez um dia, não<br />
somos um casal há muito tempo.<br />
Eu levantei uma sobrancelha e um sorriso dançou nos meus lábios.<br />
—Eu não sabia que somos oficialmente um casal. —Eu disse, puxando<br />
totalmente sua corrente.<br />
—Eu disse que você é minha, Race.<br />
Apertei as mãos e encolhi os ombros. —Você é sempre tão romântico.<br />
Ele levantou as mãos e exalou. —Você quer que eu fique de joelhos?<br />
Foi a minha vez de ter o sangue fugindo do meu rosto. —Não, Morgan. Quer<br />
dizer, eu te amo, mas você poderia me pedir para ser sua namorada.<br />
—Race, você quer ir com calma? —Ele sorriu.<br />
—Você é um idiota às vezes. —Eu ri, balançando a cabeça.<br />
Sua boca abriu e ele estendeu as mãos. —O que eu fiz?<br />
—Eu quero ser cortejada, cabeça oca. Um pouco mais de esforço da sua parte.<br />
algo.<br />
Ele estalou a língua contra o céu da boca e esfregou o queixo. —Vou planejar<br />
Cobri minha boca. —Aí, que romântico. —Murmurei em minha palma.<br />
—Então, qual é a notícia?<br />
—Eu decidi o que quero fazer com o resto da minha vida. —Disse a ele,<br />
olhando para o edifício em nossa frente. —Eu comprei o lugar de Johnny. Eu sou a<br />
nova proprietária orgulhosa.<br />
Sua boca se abriu enquanto ele olhava para mim.<br />
—Eu vou tornar este o melhor maldito circuito de provas do centro da Flórida.<br />
—Eu esperei por sua resposta.<br />
—Estou sem palavras. —Disse ele enquanto olhava para o edifício e de volta<br />
para mim. —Você já comprou?<br />
254
Eu balancei a cabeça, incapaz de parar de sorrir. —Estamos aqui para assinar<br />
os papéis.<br />
—Chega do mundo empresarial? —Perguntou ele, inclinando a cabeça.<br />
—Chega. Eu acho que posso usar a minha experiência para trazer o bebê de<br />
volta à vida. Vou trazer Cara para me ajudar, e nós vamos fazer esse lugar renascer.<br />
Um sorriso preguiçoso e lento espalhou-se pelo seu rosto, quando ele<br />
inclinou-se e pegou minha mão. —Estou contente por você. Você está finalmente<br />
seguindo seus sonhos.<br />
Eu suspirei, apertando a mão dele, olhando em seus olhos.<br />
—Pela primeira vez em muito tempo, eu sinto que posso respirar novamente.<br />
Eu nunca estive tão excitada sobre qualquer coisa na minha vida, Morgan.<br />
Ele apontou para a pista. —Quer me mostrar esse lugar?<br />
—Sim! —Eu gritei, liberando sua mão.<br />
Fizemos um passeio de mãos dadas em direção ao escritório, e eu resisti à<br />
vontade de pular. Eu me sentia como uma criança novamente, enquanto<br />
caminhávamos pelos corredores que não tinham mudado em vinte anos.<br />
—Você tem um monte de trabalho a fazer. — Morgan disse olhando ao redor.<br />
Eu apertei sua mão, olhando para ele. —Eu sei, baby. Eu posso fazer isso. —<br />
Eu disse a ele.<br />
—Eu sei que você pode. Você pode fazer qualquer coisa que colocar na<br />
mente. Você é a mulher mais incrível que eu já conheci.<br />
Minhas bochechas agora doíam com a felicidade que eu não podia mais<br />
conter.<br />
—Senhora True. —Disse um homem enquanto ele esperava no corredor fora<br />
da sala de conferência. —Nós estávamos esperando por você.<br />
—Não vai demorar nada. — Eu disse a Morgan, dando um último suspiro<br />
antes de caminhar para dentro e mudar o meu futuro para sempre.<br />
—Você fez isso, garota. — Johnny disse passando o braço em volta do meu<br />
ombro e me puxando contra ele. —Seu pai ficaria tão orgulhoso de você.<br />
255
Olhei para ele, sentindo a tristeza agridoce naquela verdade. —Eu sei, Johnny.<br />
Eu gostaria que ele estivesse aqui para ver isso.<br />
—Ele está cuidando de você, Race.<br />
Engoli em seco. —Espero que sim. —Disse, piscando as lágrimas.<br />
—Qual é a primeira ordem de negócios? —Ele perguntou, olhando sobre a<br />
pista das arquibancadas.<br />
Eu olhei para Morgan enquanto inspecionava o lugar. —Eu quero levá-lo para<br />
a pista. Ele precisa experimentar o que eu sinto quando estou lá fora.<br />
—Eu não quero ir lá fora. — Morgan me interrompeu enquanto caminhava<br />
para nós.<br />
—Oh, sim, você quer. — Eu disse a ele, olhando para Johnny e piscando.<br />
—Confie em mim.<br />
Ele resmungou, esfregando a parte de trás do seu pescoço, enquanto<br />
observava a velocidade do carro ao redor da curva. —Só se eu começar dirigindo.<br />
Johnny beijou o topo da minha cabeça. —Vou deixar vocês dois se divertirem<br />
um pouco. Vou limpar meu escritório.<br />
Eu estendi a mão, tocando o braço de Johnny. —Eu queria falar com você<br />
sobre isso. —Disse, esperando ele dizer que sim.<br />
—Sou todo ouvidos.<br />
—Eu quero que você fique aqui e trabalhe comigo. — Eu disse a ele,<br />
acariciando seu braço.<br />
—Eu adoraria, garota. Quero passar mais tempo em casa, mas eu vou estar<br />
aqui para ajudar com qualquer coisa que você precisar.<br />
—Johnny, você é a última ligação que tenho com o meu pai. Esta pista tem<br />
sido sua desde antes de eu nascer. Não seria certo não tê-lo aqui. Você tem um lugar<br />
aqui, comigo, durante o tempo que quiser.<br />
—Você fez de mim o homem mais feliz do mundo, Race. — Ele disse e me<br />
abraçou com força.<br />
256
Descansando minha cabeça no peito dele, imaginei que meu pai estava me<br />
abraçando, como ele tinha feito tantas vezes neste lugar. Os sons e cheiros familiares<br />
trouxeram-me de volta à minha infância.<br />
—Obrigada, Johnny. — Eu murmurei em seu peito, tentando segurar a<br />
memória de meu pai.<br />
—Vocês dois tenham cuidado lá fora, ouviram? —Disse ele me soltando,<br />
olhando entre Morgan e eu.<br />
—Teremos, senhor. — Respondeu Morgan.<br />
—Você está pronto para se divertir um pouco? —Perguntei a Morgan,<br />
tremendo de emoção.<br />
Morgan não parecia tão certo quando olhou de volta para a pista.<br />
—Devo chamar o resgate para ficar em modo de espera no caso de... —Disse<br />
Johnny no meu ouvido, apontando a Morgan. — Ele ter um ataque cardíaco lá fora?<br />
—Ele riu baixinho, me fazendo rir.<br />
—Ele vai ficar bem. — Eu disse a ele, olhando para Morgan. —Uma vez que eu<br />
pegá-lo lá fora, ele vai relaxar.<br />
—O que vocês dois estão cochichando? —Perguntou Morgan, caminhando<br />
em nossa direção.<br />
—Nada.<br />
—Mentirosa. — Ele rosnou, envolvendo os braços em volta da minha cintura.<br />
Puxei nossos corpos para as escadas, incapaz de esperar mais um minuto para<br />
chegar ao volante. —Vamos maricas. Vamos entrar na pista.<br />
Ele roçou os lábios contra a minha testa. —Mostre-me o que te faz vibrar,<br />
princesa.<br />
—Segure-se em suas calças, grandão. Estou prestes a explodir sua mente. —<br />
Eu brinquei com ele, acariciando sua barriga enquanto descíamos as escadas.<br />
—Eu prefiro que você exploda outra coisa. — Ele disse olhando para virilha.<br />
—Se você for um bom menino, talvez eu vá recompensá-lo. — Eu provoquei<br />
deixando minha mão deslizar pelas suas costas e apertar sua bunda.<br />
257
Ele olhou para mim, bloqueando o sol dos meus olhos com o seu tamanho. —<br />
Baby, eu como sua buceta todos os dias, e você ainda é um pé no saco.<br />
—Eu permito o prazer de você me degustar, porque eu te amo. Sinta-se com<br />
sorte, grandão. — Eu brinquei ficando de pé ao lado do carro.<br />
—Eu sou o filho da puta mais sortudo no mundo. — Ele murmurou parando<br />
ao meu lado, olhando para o carro vermelho elegante e sexy na nossa frente.<br />
Bati em seu estômago. —Você é.<br />
—Eu vou dirigir, certo? —Ele perguntou, passando a mão ao longo do capô.<br />
—Você vai. —Concordei, deixando-o caminhar ao redor do veículo. —Eu<br />
estarei contigo. Vou ensinar tudo que você precisa saber.<br />
—Quão rápido ela vai? —Ele perguntou, olhando para mim do outro lado.<br />
—Quão rápido você quer ir? —Eu levantei uma sobrancelha.<br />
—Eu sinto a necessidade. A necessidade de velocidade.<br />
—Tudo bem, Maverick 16 . Suba e coloque o cinto de segurança. — Eu disse a<br />
ele. —Vamos ver o quão grande suas bolas são.<br />
—Princesa, eu sei que você tem um par, mas não vamos esquecer quem tem<br />
as maiores.<br />
—Você vai ter que me lembrar mais tarde. —Eu disse, sorrindo para ele<br />
quando entramos e nos sentamos.<br />
—Você compartilhou sua fantasia comigo, tornando-a real. Esta noite, eu vou<br />
mostrar-lhe a minha. —Ele sorriu, mordendo o canto do lábio.<br />
Minha barriga tremeu vendo o ardor em seus olhos de safira. —Eu não sei se<br />
gosto do som disso.<br />
—Não se preocupe. —Ele riu. —Eu vou fazer você ser minha esta noite. De<br />
cada maneira possível.<br />
Eu ri, colocando a minha cabeça contra o assento. —Vai me perguntar se<br />
quero ir devagar de novo?<br />
16 uma pessoa não ortodoxa ou de espírito independente.<br />
258
—Você vai ter que esperar para descobrir. Hoje é um dia de novos começos e<br />
celebrações.<br />
—Pronto? —Perguntei, tomando uma respiração profunda.<br />
—Mais do que nunca. — Ele respondeu, segurando o volante, sentindo a pele<br />
sob as pontas dos dedos.<br />
Morgan compreendeu a alegria que sentia na pista, enquanto fazia as curvas<br />
como um profissional.<br />
Dirigindo ao redor da pista, deixando tudo para trás, ambos sentimos a<br />
liberdade que isso oferecia.<br />
Enquanto ele dirigia, eu levei um momento para fazer um balanço da minha<br />
vida. Tanta coisa havia mudado em um curto espaço de tempo. Eu não tinha<br />
imaginado que pararia meu trabalho e seria proprietária de uma empresa.<br />
Em cima disso, eu nunca em um milhão de anos, pensei que eu ficaria de<br />
pernas para o ar, apaixonada pelo homem que salvou a minha vida. Não apenas de<br />
Natasha, mas também da existência mundana que eu aceitei como minha realidade.<br />
259
Capítulo 36<br />
Minha<br />
Eu tinha fantasiado sobre Race durante todo o dia enquanto aceleramos ao<br />
redor da pista, sentindo todo o resto à distância. Foi o melhor dia de merda de<br />
sempre, mas estava prestes a ficar ainda melhor.<br />
—Qual é a sua fantasia? —Ela perguntou, olhando para mim com incerteza<br />
em seus olhos.<br />
Eu a despi lentamente, tendo tempo para apreciar todas as suas belas curvas<br />
e deliciosos aromas. Eu pressionei a sua frente contra a parede, puxando a camiseta<br />
sobre a cabeça, respirando o cheiro do seu cabelo com aroma de baunilha.<br />
—Você vai ver. — Eu disse. Em seguida, me inclinei e mordi o seu pescoço.<br />
Eu encontrei o fecho de seu sutiã e o abri, deixando-o cair ao chão. Pressionei<br />
meu pau duro contra ela, desabotoei, e empurrei sua calça para baixo.<br />
—Nem mesmo uma dica? —Perguntou.<br />
cedo.<br />
—É uma surpresa. — Eu disse, repetindo a frase que ela tinha usado mais<br />
—Eu odeio surpresas. — Ela murmurou, estremecendo quando eu beijei<br />
lentamente meu caminho dos ombros até suas costas.<br />
Estendi a mão, apertando o peito contra a parede, e puxando seus quadris em<br />
direção a minha boca para me dar melhor acesso. Eu lentamente lambi a fenda entre<br />
suas nádegas, e passei para a buceta molhada.<br />
Ela saltou, pressionando sua bunda no meu rosto. Ela apertou mais forte<br />
contra a minha boca, enquanto eu empurrava a ponta da minha língua dentro dela,<br />
penetrando-a. Movi a minha mão para sua entrada, e inseri um dedo. Depois de<br />
alguns golpes para cima e para baixo, coloquei dois dedos dentro dela. Sua bunda<br />
estava escorregadia com a minha saliva, então cutuquei um dedo contra seu aperto.<br />
260
Ela saltou de novo, gritando em voz baixa. —O que você está fazendo?<br />
—Shh, baby. Não vai doer. É apenas um dedo. Relaxe.<br />
Um momento depois, com meus dedos em sua buceta, ela relaxou e<br />
pressionou para trás, permitindo o meu dedo entrar no seu rabo. Lentamente, eu os<br />
movi no ritmo, com um dedo na bunda dela e dois em sua vagina, ao mesmo tempo,<br />
mordiscando suas nádegas.<br />
Ela começou a girar os quadris em uníssono com a minha mão, eu<br />
gentilmente pressionei um segundo dedo em sua bunda. Ela fez uma pausa,<br />
ajustando-se ao dedo acrescentado, antes de começar a mover-se para trás e para<br />
frente aumentando velocidade.<br />
Assim, quando a senti aproximando-se do orgasmo, tirei meus dedos.<br />
Ela olhou por cima do ombro, me encarando. —Eu estava prestes a gozar!<br />
—Não assim, princesa. Eu preciso estar dentro de você. — Eu disse com um<br />
sorriso no meu rosto. —Deite na cama.<br />
Ela caminhou para a cama enquanto eu fui para o armário. Abri a gaveta e<br />
retirei as restrições. Eu precisava que ela se mantivesse imóvel para o que eu tinha<br />
planejado. Eu tinha reivindicado a maioria de seu corpo, juntamente com a sua alma,<br />
mas eu precisava saber que era minha e sempre seria.<br />
—O que você acha que vai fazer com isso? —Perguntou com os olhos<br />
arregalados.<br />
Sentei-me, roçando minhas mãos contra seu rosto.<br />
—Você confia em mim, amor?<br />
—Sim.<br />
—Você acredita que eu não vou te machucar?—Engoli em seco, rezando<br />
silenciosamente para ela dizer que sim.<br />
—Sim. —Respondeu.<br />
—Eu quero te amarrar para que não possa se esquivar do orgasmo alucinante<br />
que estou prestes a dar a você. — Eu disse, sabendo que uma vez que a tivesse<br />
amarrado, sua bunda seria minha. —Está tudo bem para você?<br />
261
Ela assentiu com a cabeça, se empurrando para trás. —Sim.<br />
—Nunca. Eu nunca vou te machucar. —Eu prometi, movendo-me para o lado<br />
direito da cama. Segurando uma correia na minha mão, joguei as outras sobre a<br />
cama.<br />
—Eu sei que você não faria isso.<br />
Inclinei-me, sussurrando em seu ouvido prendendo sua mão. —Eu prometo<br />
trazer-lhe mais prazer do que você já teve em sua vida. Alguma vez você já foi<br />
amarrada ou restringida sexualmente antes? —Perguntei apertando a corda em<br />
torno de ambos os pulsos.<br />
—Não. Nunca confiei em um homem o suficiente para deixá-lo fazer isso. Eu<br />
não vou mentir, embora, eu costumava fantasiar sobre isso. —Suas bochechas<br />
ficaram rosadas e ela mordeu o lábio.<br />
—Eu vou ser gentil, e não vou te machucar. —Eu puxei a corda e anexei na<br />
cabeceira da cama, as duas mãos juntas sobre a cabeça, e me movi em direção a seu<br />
pé antes de tomá-los na minha mão.<br />
Ela puxou o pé da minha mão, segurando-o no ar. —Você não vai me deixar<br />
aqui amarrada ou alguma merda, não é? Porque eu juro por Deus, eu vou matá-lo em<br />
seu sono.<br />
Race durona era sexy pra caralho. —Eu só não quero que você balance seu<br />
rabo doce para longe de mim. — Eu disse.<br />
Depois que a contive, fiquei em pé ao lado da cama, olhando para ela. Lá<br />
estava, amarrada e toda minha para fazer o que eu quisesse.<br />
Eu peguei um dos meus travesseiros e deslizei-o sob seu traseiro, elevando-a<br />
para facilitar o acesso. Larguei meu jeans no chão e me arrastei para a cama,<br />
posicionando meu pau na frente de seu rosto.<br />
—Abra. — Pressionei a ponta nos seus lábios.<br />
Ela obedeceu, abrindo amplamente e engolindo cada polegada com os olhos<br />
grudados aos meus.<br />
Eu gostava dela assim, totalmente à minha mercê. Talvez fosse sua forte<br />
personalidade, sua necessidade de estar no controle, ou a boca inteligente, mas tê-la<br />
262
completamente sob meu controle, me deu uma sensação de euforia que não poderia<br />
ter o suficiente, e eu rezava para que isso nunca terminasse.<br />
Enquanto sua língua acariciava meu pau, eu me virei, tocando seu mamilo.<br />
Ele imediatamente endureceu sob o meu toque. Deslizando minha mão para baixo<br />
em sua barriga, rocei meus dedos ao longo de sua pele até chegar a sua maciez.<br />
Assim, quando ela estava começando a moer seu monte contra mim, puxei minha<br />
mão para trás e acertei um tapa suave na sua vagina.<br />
—Argh. — Ela murmurou com os olhos arregalados, meu pau enchendo sua<br />
boca, abafando suas palavras.<br />
—Nunca teve sua buceta espancada antes? —Perguntei.<br />
Ela balançou a cabeça, abrindo a boca e deixando meu pau sair de seus lábios.<br />
—Não? —Eu perguntei batendo levemente novamente.<br />
Ela gritou, seu corpo levantando da cama.<br />
—Você gostou disso, não é? —Perguntei, observando-a arquear o corpo.<br />
—Sim. —Murmurou, relaxando de volta na cama.<br />
Eu rastejei por seu corpo e me estabeleci entre suas pernas, me perdendo em<br />
sua beleza. Aumentei o meu ritmo e a pressão de cada golpe, seu corpo arqueando<br />
para cima, encontrando minha mão com cada tapa.<br />
—Sim! —Ela gritou ofegante.<br />
Eu precisava senti-la por dentro novamente. Pressionando dois dedos em sua<br />
buceta molhada, eu os movi lentamente para dentro e para fora. Ela estava perto,<br />
mais perto do que antes, eu senti seu aperto vaginal em torno de meus dedos.<br />
Inclinado para frente, eu chupei seu clitóris em minha boca, acariciando-o<br />
com a língua. Ela puxou as restrições, tentando aproximar-se. Maldição, ela tinha um<br />
gosto bom pra caralho. Eu poderia comer sua vagina durante todo o dia, mas isso não<br />
fazia parte dos meus planos.<br />
Eu queria a única coisa que nenhum homem tinha tido dela antes. Nada, nem<br />
mesmo a doçura de seu gosto na minha língua, me faria perder o foco.<br />
263
Seu corpo começou a tremer, sua cabeça movia-se de um lado a outro, e eu<br />
acelerei meu ritmo.<br />
Seus quadris arquearam do travesseiro com a correia mais alta, e seu interior<br />
começou a se contrair. —Sim! Sim! Sim! Morgan, me fode com os dedos! —Ela<br />
gritou.<br />
Removendo minha boca, eu bati na sua buceta e pressionei os dedos<br />
enquanto ela gozava. —É isso aí, baby. Goza para mim. Sinta-me profundamente<br />
dentro de você. —Murmurei, forçando meus dedos mais profundamente<br />
empurrando em seu ponto G.<br />
Líquido jorrou de sua vagina enquanto ela se contorcia. —Oh meu Deus! —Ela<br />
choramingou, e sua respiração vacilou. Ela engasgou sem ar. —Que diabos foi isso?<br />
—Perguntou, tentando puxar uma respiração.<br />
Eu mantive meus dedos dentro até que seus músculos acalmaram-se.<br />
—Você esguichou. —Eu respondi completamente chocado. Eu nunca na<br />
minha vida tinha experimentado algo tão... Tão espetacular. Foi um completo tesão.<br />
Eu tinha ouvido falar de mulheres esguichando, mas eu nunca tinha<br />
experimentado isso em primeira mão.<br />
olhos.<br />
—Oh. Meu. Deus. Eu nunca fiz isso antes. — Ela murmurou, fechando os<br />
Meu pau estava prestes a quebrar quando eu sentei lá, deixando-a recuperar<br />
o fôlego e descer de seu gozo. Inclinando-me, lambi sua umidade em minha boca.<br />
—Delicioso.<br />
Se eu não gozasse agora, estava com medo que minhas bolas ficassem<br />
permanentemente azuis. Movi-me entre suas pernas, esfregando a cabeça do meu<br />
pau em sua entrada, e depois empurrando ao máximo. Porra! Ela estava tão molhada<br />
que eu quase me perdi.<br />
Acalmei-me antes de puxar para trás e bater mais profundo. Eu empurrei para<br />
dentro dela, cada impulso um pouco mais forte enquanto ela arqueava as costas para<br />
acomodar meu comprimento.<br />
264
—Jesus, você é tão apertada. — Eu sussurrei. Sua vagina ainda não tinha<br />
relaxado, ainda tensa do orgasmo que tinha tomado seu corpo.<br />
—Foda-me, Morgan. Foda-me forte! —Seu corpo encontrou meus impulsos.<br />
—Eu adoro a forma como seu pau me enche. — Ela murmurou antes de beijar seus<br />
lábios, silenciando-a.<br />
Fazendo como ela pediu, eu colidi com ela, mais e mais até que ela gozou<br />
novamente. Mesmo que meu plano fosse levá-la na única maneira que ela não tinha<br />
sido tomada, eu não pude resistir. A sensação de sua vagina ordenhando meu pau me<br />
levou ao limite, e me fez grunhir com o prazer que acumulou no meu corpo.<br />
Minhas pernas tremiam, todos os pelos do meu corpo levantaram-se em<br />
posição de sentido, e minha respiração parou completamente. Eu derramei dentro<br />
dela, minha visão turva, e pequenas faíscas explodindo atrás de meus olhos fechados.<br />
Tentei segurar-me não querendo esmagá-la sob o meu peso. Meus braços<br />
balançaram pela pressão, montei uma última onda de orgasmo que não tinha sido<br />
capaz de parar de acontecer.<br />
—Puta merda. —Murmurei rolando para o lado dela, tentando conseguir ar<br />
em meus pulmões.<br />
—Qual é o problema? —Ela perguntou, a minha respiração ofegante<br />
correspondente.<br />
—Isso não era o que eu tinha planejado. — Eu disse, enxugando o suor da<br />
minha testa.<br />
dois.<br />
Seu corpo tremia enquanto ela ria. —Eu acho que ficou muito bem para nós<br />
—Diz à mulher que esguichou em toda a cama. —Respondi, me sentando e<br />
desamarrando seus pés.<br />
—Às vezes nós temos o que precisamos e não o que planejamos. Você me<br />
ensinou isso, Morgan.<br />
—Oh, eu preciso disso. —Resmunguei, estendendo a mão e acariciando o lado<br />
de seu traseiro. —Vire. —Ordenei, dando-lhe um tapa na coxa, rápido.<br />
—Eu acho que não poderia gozar de novo. — Ela reclamou. —Além disso, eu<br />
ainda tenho isso. — Ela disse mexendo os braços nos apoios acima de sua cabeça.<br />
265
Eu desprendi seus tornozelos, esfregando as marcas vermelhas deixadas pelas<br />
cordas. —Isso não é um problema. — Eu disse virando-a de bruços.<br />
—Bem, merda. — Ela falou, puxando a única restrição que segurava suas<br />
mãos. —Mas eu...<br />
—Você vai. — Eu disse. —Eu vou lhe dar tantos orgasmos que você nunca vai<br />
querer me deixar.<br />
—Eu morrerei se você me der outro. — Ela murmurou no travesseiro,<br />
enterrando seu rosto no material.<br />
—Baby, é o único caminho a percorrer. —Corri minhas mãos ao longo de suas<br />
nádegas.<br />
Ela me olhou por cima do ombro. —Morgan?<br />
—Sim, princesa?<br />
—Eu nunca vou te deixar, orgasmos ou não. Você não tem que fazer isso. —<br />
Ela sussurrou enquanto eu olhava para a bunda dela.<br />
Eu apertei as nádegas em minhas mãos, sentindo sua suavidade.<br />
—Mas eu quero. Eu não vou sentir você como minha a menos que tenha cada<br />
polegada de seu corpo.<br />
—Só desta vez. —Disse ela. —Eu não sei se vou gostar.<br />
—Eu vou dar-lhe um orgasmo tão intenso que vou ter que realizar a CPR 17 em<br />
você quando terminar. —Eu faria tudo em meu poder para fazer o coração ficar em<br />
êxtase.<br />
—Eu sou sua. — Ela sussurrou. —Me tome.<br />
Eu acariciava meu eixo, deixando-me duro novamente quando beijei a pele<br />
sedosa de suas costas. Levei-a mais suave do que tinha antes, deixando-a ajustar-se a<br />
intrusão e se acostumar com a sensação da minha dureza na bunda dela. Não<br />
demorou muito antes de seus pequenos gemidos crescerem, transformando-se em<br />
gritos de prazer.<br />
17 ressuscitação cardiopulmonar.<br />
266
Eu gostaria de dizer que durei muito tempo. Mas tomar Race desta forma, a<br />
reivindicando toda, tinha-me deixado fora de controle, e me perdi mais cedo do que<br />
queria.<br />
—Minha. —Murmurei contra suas costas, gozando.<br />
Eu percebi que a única coisa que importava para mim era ela. Tê-la comigo<br />
todas as noites, passar meus dias com ela, e fazer amor com ela fez a minha vida<br />
completa.<br />
Race tinha me suavizado tanto quanto eu a tinha. Ela me fez querer ser uma<br />
versão melhor de mim mesmo. Sem a necessidade de proteger os soldados do meu<br />
passado, eu fiz sua segurança e felicidade minhas prioridades.<br />
Eu a amava.<br />
Ela me completava.<br />
Eu odiava a porra do filme piegas que ela me fez assistir ontem à noite, mas<br />
naquele momento, eu entendi.<br />
Com toda a honestidade, eu não tinha salvado Race True. Ela tinha me<br />
salvado. Deu-me uma vida cheia de amor e tudo o que eu sempre necessitei, mas<br />
nunca soube que queria.<br />
Eu não era nada sem ela.<br />
267
Epílogo<br />
Race<br />
Hoje, eu disse a palavra.<br />
—Aceito.<br />
A calma caiu sobre mim conforme eu dizia a palavra, uma paz que eu nunca<br />
tinha conhecido em toda a minha vida.<br />
Eu não tinha imaginado que seria tão fácil de dizer, mas saiu de meus lábios<br />
como se eu sempre tivesse a intenção de dizê-la.<br />
Morgan DeLuca era meu, tanto quanto eu era dele. Ele não era um homem<br />
egoísta, não o idiota que eu achava que ele era quando o conheci há um ano.<br />
No início, eu o quis por sua aparência, mas quando realmente comecei a<br />
conhecer o homem, compreendi o que o tornou daquele jeito, e não fui capaz de<br />
resistir à atração que exercia sobre mim.<br />
Como eu poderia dizer não a um homem que havia me salvado duas vezes?<br />
Eu o amava mais do que ninguém, e ficaria para sempre em dívida com ele por tudo<br />
que tinha feito para me fazer completa novamente.<br />
Sua bondade e paciência me ajudaram a passar os dias mais sombrios, e ele<br />
ainda caminha a viagem comigo quando eu acordo gritando no meio da noite.<br />
—Nós fizemos isso. —Disse ele quando entramos na igreja de mãos dadas.<br />
—Nós fizemos. — Eu disse, olhando para o meu marido e sorrindo.<br />
Meu marido.<br />
Parecia exótico e perfeito ao mesmo tempo.<br />
—Sra. DeLuca. —Ele sussurrou me atraindo contra seu corpo.<br />
—Marido. —Murmurei contra seus lábios.<br />
—Olhe para eles. Acho que eles vão fazer um bebê para a vovó hoje à noite?<br />
—Fran perguntou entrando no salão nupcial, interrompendo o nosso beijo.<br />
268
Eu podia sentir o meu rosto corar enquanto ela falava com a senhora Gallo.<br />
—Se você tiver sorte, Franny. Se você tiver sorte. —Disse Maria a Fran.<br />
Morgan deixou meus lábios, nos voltando para enfrentá-las.<br />
—Ma, sério. Qual é a pressa? —Ele perguntou sacudindo a cabeça, puxandome<br />
mais forte contra ele.<br />
—Eu não estou ficando mais jovem. — Fran reclamou quando bateu o pé. —<br />
Só um.<br />
—Vamos ver. — Morgan disse, olhando para mim. —Você quer um bebê<br />
agora, princesa? —Perguntou, me implorando para dizer não.<br />
—Seja o que for que Fran queira. — Respondi, dando-lhe um sorriso gigante.<br />
—Cale-se. — Ele sussurrou em meu ouvido.<br />
Ma.<br />
—Essa é minha garota. —Disse Fran, vindo em minha direção. —Me chame de<br />
—Ma. — Eu sussurrei, meu interior aquecendo.<br />
—Basta dar-lhe o que ela quer. — Mike disse quando entrou na sala.<br />
—Ma não calou a boca sobre isso até que Joe e Suzy ficaram grávidos. Confie<br />
em mim. — Acrescentou quando colocou o braço sobre o ombro de Morgan. —É<br />
muito interessante tentar, e o resultado é incrível. Realmente vale a pena.<br />
—Diz o homem que não troca uma fralda.<br />
—Eu não sou louco, mulher. — Mike respondeu, dando-me uma piscadela.<br />
—Vamos deixar os filhos sozinhos para que possam começar o bebê o mais<br />
rápido possível. —Disse Fran a todos, tentando empurrá-los para fora da sala.<br />
—Ma, estamos numa igreja, pelo amor de Cristo.<br />
—Vindo de seu traseiro pagão, isso é tocante, Morgan.<br />
—Senhora DeLuca, deixe-me levá-la para fora e deixar as crianças terem<br />
alguns momentos. —Johnny disse agarrando a mão de Fran e colocando-a na curva<br />
de seu braço.<br />
269
Fran olhou para Johnny. —Em qualquer lugar que você quiser ir, bonitão.<br />
Johnny levou Fran para fora. Ele piscou para mim antes de deixar-nos em paz.<br />
—Não a escute, Race. — Morgan me implorou, colocando ambos os braços<br />
em torno de minhas costas e me esmagando contra seu peito.<br />
—É bom ter uma mãe, Morgan. Você deve ser um pouco mais agradável com<br />
ela às vezes.<br />
—Baby, eu sou tão doce quanto eu posso ser com ela. Você dá uma polegada<br />
e ela toma uma milha.<br />
—Você viu isso? —Perguntei.<br />
—O quê? —Ele perguntou, olhando ao redor da sala.<br />
—Eu acho que nós temos um novo casal romântico.<br />
Ele estreitou os olhos. —Quem?<br />
—Sua mãe e Johnny.<br />
—Ela precisa de alguém em sua vida. —Disse Morgan, surpreendendo-me em<br />
sua frieza sobre a situação. —Talvez ela esqueça sobre os bebês.<br />
—Falando de bebês. — Eu disse segurando seu pênis em minhas mãos. —<br />
Quer praticar?<br />
—Agora mesmo. Não há tempo como o presente, esposa.<br />
—Estamos numa igreja, marido. Nós não podemos fazer isso aqui.<br />
Ele me beijou, mordendo meu lábio.<br />
—Você é a única segurando minhas bolas. Acho que você já cruzou a linha.<br />
Nós já vamos para o inferno. Melhor nos certificarmos de que teremos um pouco de<br />
diversão ao longo do caminho.<br />
Eu ri, deixando sua boca viajar no meu pescoço e se estabelecer perto da<br />
minha clavícula. Quando eu tinha escolhido o vestido, parecia uma boa ideia ter um<br />
decote alto para esconder minhas cicatrizes, mas enquanto ele estava lá com a boca<br />
viajando pela minha pele, me arrependi de minha decisão.<br />
270
—Eu vou segui-lo em qualquer lugar. —Sussurrei, enredando as mãos em seu<br />
cabelo.<br />
—Você vai ser a minha morte. — Ele murmurou contra a minha pele.<br />
—Até que a morte nos separe. — Respondi, estendendo a mão e trancando a<br />
porta. —Eu sou sua para sempre.<br />
—Minha. — Ele grunhiu me levantando em seus braços, e me carregou para o<br />
sofá no canto.<br />
—Nós vamos definitivamente para o inferno. — Eu murmurei quando ele<br />
levantou a bainha do meu vestido antes de desfazer o zíper de seu smoking.<br />
—Enquanto estivermos juntos.<br />
Meu marido.<br />
Meu amor.<br />
Meu Salvador.<br />
Minha família.<br />
Meu tudo.<br />
O fim é apenas o nosso começo.<br />
Fim<br />
271