01 - Sinful Intent

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Intenções Pecaminosas

Intenções Pecaminosas


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Intenções Pecaminosas Playlist<br />

When You Break - Bear’s Den<br />

Do I Wanna Know - Arctic Monkey<br />

Earned It - the Weekend<br />

100 in A 55 - Pop Evil<br />

If You Want A Bad Boy - Brantley Gilbert<br />

Above The Clouds of Pompeii - Bear’s Den<br />

You & I - John Legend<br />

Love You ‘Till The End - The Pogues<br />

Magic - Coldplay<br />

You Are Mine - Mutemath<br />

Pussy is Mine - Miguel<br />

Addicted - Saving Abel<br />

Want To Want Me - Jason Derulo<br />

Lay Me Down - Sam Smith<br />

GDFR - FloRida<br />

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<strong>Sinful</strong> <strong>Intent</strong><br />

(ALFA Private Investigations #1) - Chelle Bliss<br />

SINOPSE<br />

Alguém foi atrás dela e era meu dever detê-los.<br />

Nunca cruzar a linha. Essa sempre foi minha regra. Mas isso foi antes de Race True.<br />

No momento em que a vi, eu a quis. Mas havia um problema. Ela não era apenas<br />

mais um rosto, não, ela era minha primeira cliente da ALFA PI. Minha atitude pegar-o<br />

que-eu-quero não deve incluí-la, mas como posso manter as mãos longe dela?<br />

O perigo que a segue deixou meus instintos protetores em alerta. E enquanto o<br />

relógio corre, a escolha foi colocada diante de mim: salvar sua carreira, ou arriscar<br />

tudo e tê-la em minha cama. Eu poderia deixar de lado meus desejos por suas<br />

necessidades? Ou será que meu egoísmo destruirá tudo no processo?<br />

Staff<br />

Tradução: Andrea<br />

Revisão Final: Selene / Diana<br />

Leitura Final: Hera / Aurora<br />

Formatação: Selene/Cibele<br />

Disponibilização: Cibele<br />

Grupo Rhealeza Traduções<br />

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Capítulo 1<br />

Mudanças<br />

—Tudo bem Ma. —Procurando em uma pilha de correspondências fechadas,<br />

acho o convite que tinha ignorado.<br />

—Você precisa ver sua família. Vai fazer bem ficar ao lado dos Gallos.<br />

Fran DeLuca esteve ao meu redor desde o dia em que eu cheguei do exército<br />

em casa. Eu amava essa mulher, mas ela podia ser uma grande dor na minha bunda.<br />

—Por quê? —Perguntei, embora eu já soubesse a resposta. Eles eram do lado<br />

da família dela e, portanto, superiores.<br />

—Eles vivem suas vidas juntos. Sal sabe como criar meninos. —Minha<br />

mandíbula apertou.<br />

—Você está dizendo que eu não sou um bom homem, Ma?<br />

—Morgan, você sabe que não é isso o que eu quis dizer. —Ela suspirou.<br />

—Você precisa sair dessa cidade por um tempo e limpar sua cabeça.<br />

—Além disso, —acrescentou — eu preciso de você para me acompanhar na<br />

viagem. Você sabe que eu odeio viajar sozinha. A mala é sempre muito pesada, e me<br />

perco facilmente.<br />

Fechei os olhos e exalei.<br />

—Tudo bem, Ma. Vou levá-la para o casamento de Izzy. Mas eu não estou feliz<br />

com isso.<br />

—Obrigada, querido. Vou ligar agora e dizer à sua tia Maria para nos esperar.<br />

Quero chegar lá dois dias mais cedo. Vou reservar a passagem aérea. Você<br />

simplesmente apareça sóbrio o suficiente para ser permitido no avião, Morgan.<br />

Compreende?<br />

—Mãe, eu não sou um bêbado, pelo amor de Cristo. —Suspirei, apertando a<br />

ponte do meu nariz.<br />

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—Eu te amo. — Ela disse desligando o telefone.<br />

Ela apareceu um dia em minha casa, sem ligar, e encontrou-me desfrutando<br />

de algumas bebidas, e achou que eu fosse um bêbado.<br />

Fan—porra—tástico.<br />

Eu não via os Gallos fazia muito tempo. Izzy era uma adolescente desajeitada<br />

com uma língua afiada, e os meninos... Eles eram Gallos por completo. Eles eram<br />

difíceis, rudes, e sempre à procura de uma encrenca.<br />

Eu não diria que eu era muito diferente deles, mas a minha linhagem foi<br />

revestida com a adição do lado do meu pai. Eles eram a melhor metade da árvore<br />

genealógica.<br />

Pelo menos, eu podia passar alguns dias na luz do sol, em vez de congelar<br />

minhas bolas em Chicago. Minha mãe teria toda a minha atenção, e usaria esse<br />

tempo para me importurnar sobre o porquê de eu não encontrar uma boa mulher<br />

para me estabelecer, já que era a conversa que tivemos quase todos os dias durante<br />

o último mês.<br />

Antes que eu pudesse levantar da mesa, meu telefone tocou novamente.<br />

—E agora, mãe? —Eu rosnei empurrando a cadeira para trás.<br />

—Eu falei com sua tia e está tudo definido. Você vai ficar com Joe enquanto<br />

estamos lá, e eu vou ficar com Mar e Sal.<br />

—Eu tenho alguma escolha nisto? —Murmurei ficando em pé, vagando até as<br />

janelas que íam do chão ao teto com vista para a cidade.<br />

—Não. Todo mundo está lotado. Joey vai ficar feliz em tê-lo.<br />

—Eu vou ficar em algum hotel.<br />

Eu odiava ficar com as pessoas, especialmente quando eu não via essa pessoa<br />

há dez anos. Eu os conhecia, assim como eu conhecia meu pai, e ele saiu de nossas<br />

vidas no dia em que me formei no colegial.<br />

Suzy.<br />

—Não, você não tem. Isso seria um tapa na cara. Você vai ficar com Joe e<br />

—Vamos falar sobre isso mais tarde. Não tenho nada para fazer.<br />

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—Comece a fazer as malas, Morgan. Vou reservar os nossos bilhetes para<br />

depois de amanhã. —Clique.<br />

Mamãe era a rainha em desligar antes que eu pudesse dizer alguma coisa.<br />

Olhando para o Lago Michigan, estalei meu pescoço e contei até dez. Eu<br />

poderia lidar com alguns dias com a família.<br />

Talvez eles ajudassem a manter minha mente longe de toda a merda fodida<br />

que eu tinha visto. Minha fé na humanidade tinha evaporado enquanto estive em<br />

combate, mas o silêncio e a calma de ser um civil estavam me fazendo subir pelas<br />

paredes.<br />

Eu precisava sair daqui.<br />

Velhos amigos, do tipo que eram problema, vinham ligando desde o dia em<br />

que voltei. Eles não eram o tipo de pessoas que eu precisava estar próximo nesse<br />

momento.<br />

Quando criança, eu me vi em apuros mais vezes do que gostaria de lembrar.<br />

Pequenos crimes, furtos, e outras besteiras que crianças fazem. A gota d'água veio<br />

quando roubamos um carro, e rapidamente fomos fichados como criminosos.<br />

Em vez de gastar tempo na prisão, me foi dada a opção de entrar no serviço<br />

militar e mudar minha vida, ou a minha bunda iria para a cadeia e passaria algum<br />

tempo lá.<br />

Os militares pareciam a melhor escolha. Pelo menos eu estaria livre e veria o<br />

mundo. Mas a única parte do mundo que eu tinha visto parecia um deserto estéril,<br />

nem mesmo perto do paraíso tropical dos folhetos de turismo.<br />

Eu vou dizer uma coisa sobre o complexo militar, endireitou a minha bunda e<br />

me fez um homem. Eu não era o mesmo punk que começou no treinamento básico.<br />

A última coisa que eu precisava era ficar com meus amigos que nunca tinham<br />

deixado "a vida." Eu sabia que eles ainda estavam fazendo os trabalhos que poderiam<br />

colocá-los na prisão por grande parte de sua vida. Finalmente tinha a minha liberdade<br />

de volta, e não havia nenhuma maneira no inferno que eu faria dinheirinho rápido.<br />

Passar tempo de qualidade com a minha família tranquila, deve me ajudar a<br />

relaxar e descobrir meu futuro, certo?<br />

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Quem eu estava enganando?<br />

Os Gallos nunca foram tranquilos nem um dia em suas vidas. Eles eram<br />

barulhentos e antipáticos, mas era a minha família, e seria bom passar um tempo<br />

com eles.<br />

Era hora de colocar minhas coisas em ordem, a cabeça no lugar, no sol da<br />

Flórida, e ficar longe da porra da cidade dos ventos.<br />

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Capítulo 2<br />

Oportunidades<br />

—Eu estou tão animada para ver Sal e Mar. — Ma dizia olhando pela janela,<br />

observando o zumbido das palmeiras enquanto eu dirigia.<br />

—Eu espero que tenha comida. Estou faminto. O que há com amendoins em<br />

um voo de três horas? —Eu reclamei olhando para o GPS.<br />

Estávamos perto, a cerca de dez minutos de sua casa.<br />

—Você pensa em alguma coisa além de comida?<br />

—Sim.<br />

Havia tanta coisa em minha mente, mas naquele momento, tudo que eu<br />

conseguia pensar era uma refeição caseira. A coisa que eu mais lembrava sobre tia<br />

Mar, era a comida. Ma não era uma boa cozinheira, mas fazer o quê. Quando ia<br />

visitar os Gallos, me certificava de memorizar todos os gostos até a próxima viagem.<br />

—Mas agora eu preciso comer.<br />

—Eu mal posso esperar para envolver meus braços em volta do meu irmão. É<br />

uma pena eu não ter voltado há muito tempo. —Ela suspirou, mexendo com as<br />

unhas.<br />

—Por que não voltou Ma? Costumávamos vir aqui o tempo todo, e então você<br />

simplesmente parou.<br />

Ela colocou a mão no meu braço.<br />

—Senti-me envergonhada depois que seu pai nos deixou. Eu não poderia<br />

voltar e enfrentá-los.<br />

—Ma, se eles te julgam...<br />

—Não, não, Morgan.<br />

Ela passou os dedos contra a minha pele.<br />

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—Eles não são assim. Foi tudo da minha cabeça. Então você foi para o<br />

exército, e eu fiquei com medo de ir a qualquer lugar.<br />

Olhei para ela.<br />

—O que quer dizer com você ficou com medo?<br />

—Eu sempre esperei que um homem viesse me dizer que meu filho morreu<br />

servindo seu país. Eu fiquei aterrorizada para ir a qualquer lugar e perder isso.<br />

—Jesus! —Eu disse enquanto agarrava o volante com mais força. — Essa é a<br />

merda mais estúpida que eu já ouvi.<br />

Sua mão voou do meu braço e me deu uma tapa na cabeça.<br />

—Você tinha que se inscrever para o exército. — Ela reclamou enquanto sua<br />

voz embargava.<br />

—Você não podia ir para a faculdade como o resto das crianças. Eu tive<br />

bastante stress em minha vida, além de ter o meu filho único servindo durante um<br />

tempo de guerra.<br />

Isso era a clássica Fran DeLuca.<br />

Dura, resmungona, e um senso de cuidado extraordinário.<br />

Eu amaldiçoei os deuses todos os dias por ter sido filho único.<br />

Ela me deu toda sua atenção. Claro, isso tinha funcionado quando eu era uma<br />

criança, mas agora? Não muito.<br />

Quando meu pai foi embora, eu sabia que ela estaria na minha bunda. Essa é<br />

uma das razões por que decidi me juntar ao exército. Eu queria ficar longe de tudo,<br />

incluindo a sua atenção.<br />

Eu até podia imaginar se eu acabasse na prisão. Ela provavelmente me<br />

visitaria todos os dias para gritar comigo.<br />

—Você pode ser mais dramática? —Rolei meus olhos, olhando para ela.<br />

—Eu via os nomes dos soldados mortos em ação enquanto assistia o noticiário<br />

toda noite. Sabe o que isso faz para uma mãe? —Sua voz era quase estridente.<br />

—Eu tenho certeza que você vai me dizer.<br />

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—Você tem sorte que eu te amo. — Ela disse enquanto olhava pela janela<br />

novamente.<br />

—Uh-huh. — Eu respondi enquanto girava para a saída da estrada, ficando a<br />

um passo dos Gallos.<br />

Essa semana inteira, minha mãe não estaria na minha cola. Ela estaria muito<br />

envolvida com seu irmão e cunhada para se preocupar comigo.<br />

O resto do caminho, nós dirigimos em silêncio.<br />

—Você chegou. — A voz robótica do GPS afirmou.<br />

—Eu me lembrava disso maior. — Eu disse dando uma olhada ao redor da<br />

casa deles.<br />

—É a mesma, só que você era pequeno.<br />

—Eu nunca fui pequeno. —Estacionei o carro na garagem.<br />

—Você é tão cheio de merda, Morgan. Vamos. Eu não posso ficar aqui mais<br />

um minuto. —Ela abriu a porta e saiu mais rápido do que eu a tinha visto se<br />

movimentar nos últimos anos.<br />

Desligando o carro, comecei a orar enquanto saía. —Deus conceda-me<br />

serenidade.<br />

—Franny! —Tia Mar gritou quando ela veio correndo da porta da frente com<br />

os braços estendidos. Tio Sal caminhou atrás dela com sua calma habitual, parecendo<br />

como se fosse apenas mais um dia, e ele estivesse indo para o supermercado.<br />

—Mar! —Minha mãe gritou de volta, movendo-se em direção a ela.<br />

Essa seria uma daquelas semanas. Barulhenta, amorosa e doce o suficiente<br />

para deixar meus dentes doloridos. Debrucei-me contra o carro com os braços<br />

cruzados e observei a cena se desenrolar.<br />

Eu não conseguia me lembrar da última vez em que eu vi minha mãe tão feliz<br />

como ela parecia naquele momento.<br />

Um por um, meus primos aglomeraram-se do lado de fora de casa, mas<br />

algumas caras novas os seguiam.<br />

—Ei! —Mike gritou enquanto aproximava-se pela calçada em minha direção.<br />

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O menino tinha crescido e se transformado em um homem. Ele ia além do<br />

tamanho de um normal de um soldado. O homem era forte como uma parede de<br />

tijolos. Em seguida, vi uma linda morena de pé ao lado dele.<br />

—Ei, idiota. — Eu respondi quando ele chegou mais perto. —Você parece<br />

maior do que nunca.<br />

—Foda-se, cara de idiota. Dê-me um abraço grande homem. —Ele disse<br />

estendendo os braços para mim.<br />

Revirei os olhos enquanto ele colocava os braços em volta de mim.<br />

—Vocês são melosos demais para mim. — Eu murmurei quando ele quase<br />

quebrou minhas costelas.<br />

Sr. Ray DeLuca não era uma pessoa de abraços. Minha mãe me enchia de<br />

amor, mas raramente eu experimentava isso de outro homem. Só quando<br />

visitávamos o lado da família da minha mãe, me fazia perceber o que eu tinha<br />

perdido.<br />

—Você é uma vadia chorona, Morgan.<br />

—Eu ouvi que você transformou-se em uma buceta. —Eu espetei-o nas<br />

costelas.<br />

—Isso foi uma mosca ou você me bateu? —Ele perguntou enquanto se<br />

afastava, segurando meus ombros e rindo.<br />

—É tão bom ver você, primo buscapé.<br />

—Você também, Mikey.<br />

Ele me deu uma tapa no ombro, quase me derrubando no processo.<br />

—Você ainda é um imbecil. É por isso que você é meu primo favorito. —Disse<br />

ele com um sorriso.<br />

Espiando por cima do ombro, eu olhei de forma assombrado para sua mulher.<br />

Ela tinha bochechas rosadas, cachos selvagens que caíam sobre os ombros, e olhos<br />

castanhos que brilhavam a luz do sol.<br />

—Quem é que temos aqui? —Perguntei, dando-lhe meu melhor sorriso.<br />

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Mike limpou a garganta. Seu olhar era impagável enquanto colocava seu<br />

braço firmemente ao redor de sua cintura.<br />

—Esta é a minha esposa, Mia. —Ele enfatizou a parte esposa.<br />

—É um prazer conhecê-la, Mia. —Eu segurei a sua mão.<br />

—Ela é minha. — Mike avisou, puxando Mia em direção a ele.<br />

Ela me deu um sorriso brincalhão. —Ei, lindo.<br />

Mike puxou-a para mais perto.<br />

—Mia. —Ele rosnou.<br />

—Supere isso Michael. É seu primo. —Disse ela, apontando para mim<br />

enquanto se livrava de seu aperto.<br />

—Oh, eu já gosto dela.<br />

—Ei, priminho. —Disse Thomas, me puxando para um abraço de urso com<br />

uma bela ruiva atrás dele. —É tão bom ver você, cara.<br />

—É bom ver que você conseguiu sair vivo. — Eu disse a ele. Seus anos como<br />

agente tinham o envelhecido, mas sair inteiro não era nada menos que um milagre.<br />

Angel.<br />

—Eu posso dizer o mesmo de você. Eu quero que você conheça minha esposa,<br />

—Oi, Morgan. É maravilhoso conhecê-lo. —Ela estendeu a mão.<br />

Em vez de tomar-lhe a mão, eu fiz isso da maneira dos Gallos, e a envolvi em<br />

meus braços.<br />

—É maravilhoso conhecê-la, Angel. — Eu sussurrei antes de soltá-la.<br />

—Morgan! —Uma mulher gritou por trás de Angel, empurrando-a para fora<br />

do caminho. —Eu senti saudade de você!<br />

—Izzy? —Eu perguntei olhando para ela e balancei a cabeça, chocado que ela<br />

não era mais a menina que eu tinha imaginado.<br />

Minha prima Izzy sempre foi bonita, bem, talvez não durante a fase<br />

adolescente desajeitada. Quando era pequena, ela seguia-nos por toda parte,<br />

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tentando fazer o mesmo que nós. Eu não podia imaginar lidar com uma irmãzinha o<br />

tempo todo. Eu teria ficado completamente louco.<br />

—Você ficou mais bonita com a idade. — Eu provoquei, mas era a verdade.<br />

—Você ainda é um mentiroso, DeLuca. —Ela chutou a sujeira perto de seus<br />

pés como fazia quando era uma menina.<br />

—Onde está o meu abraço de futura noiva?<br />

Ela atirou-se nos meus braços. Quando eu a apertei, eu observava enquanto<br />

Ma também cumprimentava todo mundo com um sorriso gigante no rosto.<br />

—É como abraçar um urso de pelúcia muito duro. —Izzy disse enquanto seus<br />

dedos cravaram em minhas costas.<br />

—Deve ser uma coisa dos Gallos. — Respondi, percebendo que eu era<br />

semelhante em tamanho aos seus irmãos.<br />

—Está me sufocando. —Ela reclamou com uma voz estrangulada.<br />

—Desculpe querida. — Eu disse enquanto colocava seus pés no chão.<br />

—Você é grandão. —Ela riu quando tia Mar aproximou-se de nós.<br />

Havia algo estranho em ver minha família depois de ficarmos separados por<br />

tantos anos. Embora fossem pessoas diferentes e tivessem envelhecido, tudo estava<br />

como nos velhos tempos. A familiaridade não tinha desaparecido. Nós<br />

compartilhávamos memórias de como as coisas costumavam ser, o que nos manteve<br />

juntos, nos fazendo um.<br />

O número de novos nomes que eu teria que lembrar era assustador. Angel era<br />

a esposa de Thomas, James seria o marido de Izzy, Max era a esposa de Anthony,<br />

Suzy era a esposa de Joe, e Mia era do Mike. Além disso, cada um deles tinha filhos.<br />

Talvez até o final da viagem eu tivesse os nomes decorados. Foi o suficiente para<br />

fazer minha cabeça girar.<br />

—Ei, tia Mar senti sua falta.<br />

—Ei garoto. —Ela sorriu, inclinando a cabeça para cima e olhando para mim.<br />

—Morgan, meu querido, você quer apenas comer a minha comida. Eu não me<br />

esqueci. —Disse ela enquanto esfregava meu estômago.<br />

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—É verdade, mas isso não significa que eu não sinta falta de você também. —<br />

Suspirei, esfregando meu estômago, onde sua mão tinha estado.<br />

—Mas o seu molho é algo que não pode ser explicado, e com base na cozinha<br />

da minha mãe, não pode ser copiado também. —Eu esperei Ma me bater novamente.<br />

Olhando em volta do quintal, eu notei que Ma estava muito longe para ouvir<br />

ou me atingir, mesmo se ela quisesse.<br />

—Você tem sorte que ela não te ouviu. — tia Mar disse enquanto colocava os<br />

braços em volta da minha cintura, e descansava a cabeça no meu peito. —Estou tão<br />

feliz que você está em casa seguro. Estávamos tão preocupados com você.<br />

Eu a abracei de volta, me sentindo aquecido e torcido por dentro. Eu sempre<br />

amei tia Mar mais que de qualquer um dos meus parentes. —Eu sobrevivi tia.<br />

—Você é a única coisa que sua mãe tem. —Disse ela, olhando para mim. —Se<br />

algo vier a acontecer com você, ela enlouquece.<br />

Eu abstive-me de revirar os olhos. —Obrigado por mais essa viagem de culpa,<br />

tia Mar.<br />

—É uma coisa de família.<br />

—Sim, e algo que eu poderia passar sem.<br />

—Vamos comer alguma coisa e talvez você não se sinta tão mal-humorado.<br />

—Não poderia pensar em nada mais perfeito. — Eu disse e beijei o topo de<br />

sua cabeça.<br />

Fomos até a entrada, juntamente com os meus primos e suas outras metades.<br />

A multidão tinha quadruplicado, se contasse as crianças.<br />

De repente, me senti para trás no departamento de família.<br />

Oh Deus, eu estaria preso com Ma como a minha mãezona por toda<br />

eternidade?<br />

Caí no sofá. Por que eu não usava moletom? Eu sabia que comeria demais,<br />

mas eu não queria cumprimentar minha família parecendo um pateta. Vamos ser<br />

francos. Se eu tivesse aparecido no aeroporto de moletom, Fran teria um acesso de<br />

raiva.<br />

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Sentado na sala de estar, olhando para a minha família, eu me senti<br />

realmente feliz. Quando era criança, eu costumava pedir aos meus pais para me<br />

deixarem ficar com a tia Mar no verão, só assim eu poderia festejar em sua incrível<br />

cozinha, mas Ma sempre disse que não. Ela alegava que eles tinham filhos o<br />

suficiente com quem se preocupar, sem ter que me alimentar todos os dias.<br />

—Então, o que está fazendo agora? —Joe perguntou quando eu bocejei.<br />

Joe sempre foi um cara tipo durão, e mesmo quando adolescente, ele tinha<br />

uma aparência que fazia os outros ao seu redor encolherem. Suas tatuagens, seu<br />

torso largo, e o olhar fodão que tinha permanentemente em seu rosto, o deixavam<br />

ainda mais intimidante.<br />

—Tentando fazer a digestão. Fora isso, nem uma maldita coisa. —Eu respondi<br />

fechando os olhos.<br />

—Quer sempre ser um espertinho? —Perguntou Anthony. Ele era o mais<br />

velho dos filhos Gallos. Ele sempre foi um artista, interessado em música em uma<br />

idade jovem, e tinha se esquivado das besteiras que Joe e eu aprontávamos quando<br />

crianças. Ele era uma alma velha, mas ele não era o tipo meloso. A única coisa que ele<br />

tinha talento para além da música era mulheres. Seu copo transbordava de vaginas, e<br />

ele não pedia desculpas.<br />

—Isso é maduro vindo de você. —Eu podia sentir o coma por alimentos<br />

começando a aderir ao meu corpo.<br />

Anthony sempre foi o maior espertinho. Ele não era tão grande fisicamente<br />

quanto seus irmãos, ou tão atleta, mas ele usava suas palavras como armas. Ele me<br />

chamar de espertalhão era a maldita coisa mais engraçada no mundo.<br />

—Você já encontrou um emprego? —Thomas perguntou quando se sentou ao<br />

meu lado.<br />

O desgaste do tempo em que trabalhou disfarçado mostrava-se no seu rosto.<br />

Ele parecia mais velho do que os outros agora, o estresse para sempre gravado em<br />

sua pele bronzeada.<br />

—Nada ainda. Eu nem sequer me preocupei em olhar na verdade. Eu só estou<br />

tentando voltar à vida civil.<br />

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—É uma merda louca, não é? Nada parece como antes. Aconteceu comigo<br />

quando eu terminei o trabalho infiltrado para o DEA. Levou um bom ano antes que as<br />

coisas parecessem normais novamente.<br />

—Sim. — Respondi, cansado demais para dizer mais alguma coisa.<br />

Espreguicei-me, tentando me manter acordado. Eu precisei sentar para conseguir.<br />

Isto era absolutamente ridículo.<br />

—O que você fez no exército? —Izzy perguntou sentando-se ao lado de seu<br />

noivo James.<br />

James era o parceiro perfeito para ela. Eu poderia dizer. Eu sempre pensei<br />

que tinha um talento especial para ler as pessoas. James obviamente não se<br />

importava com as besteiras dela. Ela precisava de um homem, mais arrogante do que<br />

seus irmãos, ou o comeria vivo. James e Thomas tornaram-se melhores amigos<br />

quando eles trabalharam juntos no DEA, e eles começaram um negócio juntos há um<br />

ano.<br />

Eu me inclinei para frente e respirei fundo.<br />

—Eu era um caçador da cavalaria, e fazia trabalho de reconhecimento.<br />

—Interessante. — James disse coçando o queixo e olhando para mim.<br />

—Às vezes até mais do que isso. Basicamente eu era os olhos e ouvidos das<br />

tropas no campo de batalha.<br />

James virou-se para Thomas e levantou uma sobrancelha.<br />

—Você sabe sobre o que eu estou pensando?<br />

—Sim, e nós vamos falar sobre isso mais tarde. — Thomas respondeu<br />

esfregando as mãos e olhando para mim.<br />

Eles acenaram um para o outro, e James voltou sua atenção para mim.<br />

—Quanto tempo você serviu?<br />

—Servi por oito anos.<br />

—Obrigada por seu serviço. — Suzy, mulher de Joe, disse, enquanto segurava<br />

sua filha, Gigi.<br />

17


—A qualquer momento, linda. —Com o canto do meu olho, eu podia ver Joe<br />

olhando para mim.<br />

—É impressionante como cada um de vocês encontrou uma mulher bonita.<br />

—A aparência não é tudo, homem. —Disse Anthony.<br />

—Diz o homem com a beleza exótica na sala ao lado. — Eu brinquei com ele.<br />

—Eu não estou sendo um idiota. Estou apenas fazendo uma observação.<br />

—Bem, você pode manter esses pensamentos para si mesmo, amigo. —Mike<br />

avisou, estufando o peito.<br />

Eles eram tão tensos.<br />

—Deixe-me dizer uma coisa. —Eu disse. —Elas são as suas mulheres. Eu<br />

nunca vou tentar qualquer coisa ou ficar entre vocês. Eu respeito seus<br />

relacionamentos inteiramente. Eu só estou fazendo uma declaração. Sobre tudo que<br />

vocês conseguiram para si mesmos. Eu estou esperando que um dia, tenha a sorte de<br />

encontrar alguém para mim. Nós somos uma família. Eu nunca transaria com família.<br />

—Cuidado com a boca. — Mamãe disse enquanto batia na minha cabeça.<br />

Meu corpo sacudiu e amaldiçoei. Eu não a tinha visto entrar na sala atrás de<br />

mim. Eu juro que ela se esconde nas sombras só para me bater.<br />

—Sim, mãe. —Eu suspirei, virando-me para Joe. —Obrigado por me deixar<br />

ficar com você.<br />

—Estou muito perto de repensar isso agora, Morgan. —Ele sorriu, passando a<br />

mão pela perna de Suzy.<br />

—Vamos lá, cara. Eu vou ser um perfeito cavalheiro. — Eu quis dizer cada<br />

palavra, também.<br />

Eu nunca tentaria nada com suas senhoras. Eu sabia que podia ser um idiota<br />

total, mas isso ia além, até mesmo para o meu nível de idiotice.<br />

Suzy colocou Gigi no chão e subiu no colo de Joe.<br />

—Pare de ser tão sério o tempo todo. Ele pode ajudar com Gigi, enquanto<br />

você está no trabalho.<br />

Eu balancei a cabeça e acenei minhas mãos.<br />

18


—Ah não. Eu não posso. Eu não sou bom com crianças de qualquer maneira.<br />

Foda-se, eu nunca estive realmente em torno de pequeninos.<br />

—Você vai ficar bem. Gigi gosta de você.<br />

—Não, ela não gosta. — Respondi, olhando para Gigi, que não poderia prestar<br />

menos atenção a mim enquanto ela brincava com uma Barbie.<br />

—Ela gosta de todos. —Disse Suzy, sorrindo para Joe.<br />

—Assim como sua mãe. —Os olhos de Joe giraram para o teto enquanto ele<br />

resmungava alguma coisa e esfregava o rosto.<br />

—Joseph. —Suzy avisou: — Você vai ser bom com o nosso convidado esta<br />

semana.<br />

—Qualquer coisa por você, docinho. — Respondeu ele, antes de lhe dar um<br />

beijo e puxá-la mais perto de seu corpo.<br />

roda.<br />

—Eu posso ir para um hotel. — Interrompi, me sentindo como uma terceira<br />

Ele colocou o rosto em seu pescoço. —Nah, cara. Fique conosco. Temos muito<br />

espaço. Na verdade, temos uma casa de hóspedes na propriedade. Você vai ficar com<br />

ela.<br />

Eu assobiei impressionado que meu primo tivesse um lote ostentoso o<br />

suficiente para ter uma casa de hóspedes.<br />

—Alguns amigos de Suzy a alugaram, mas está vazia desde que se mudaram.<br />

—Eu nunca vou querer deixá-la. — Eu provoquei.<br />

—Sobremesa! —Tia Mar gritou da sala de jantar.<br />

Meu estômago gemeu, e eu olhei para baixo, tentando descobrir como<br />

caberia outro pedaço de comida no meu corpo. —Como vocês conseguem manter a<br />

maldita forma com tia Mar cozinhando?<br />

—É um desafio, mano. —Disse Thomas, andando e me batendo no ombro. —<br />

Muito trabalho e atividade física.<br />

Levei duas tentativas para conseguir levantar do sofá.<br />

19


—Eu teria que passar todo o meu tempo livre no ginásio se eu comesse sua<br />

comida todos os dias.<br />

—Você não terá esse problema com a culinária de Suzy. — Izzy brincou<br />

enquanto me seguia para a sala de jantar.<br />

—Ela me atraiu por outros meios. — Joe disse antes de puxar Suzy em seus<br />

braços e lhe dar um beijo profundo.<br />

Ficar em torno dos Gallos era o tipo que fazia a minha cabeça encher e meu<br />

coração doer. Eles nunca paravam de falar ou provocar o outro, mas a quantidade de<br />

amor na casa me fez perceber algo que eu nunca tinha tido.<br />

Peguei uma fatia de bolo e voltei para a sala de estar tentando obter um<br />

momento de paz. Antes de minha bunda bater na almofada do sofá, Mike apareceu.<br />

—Então. — Ele disse antes de colocar uma garfada de bolo em sua boca. —Eu<br />

sei que você tem alguma merda acontecendo. Confesse. —Pequenas migalhas caíam<br />

de seus lábios, ficando em seu colo enquanto ele falava.<br />

—Não é nada, Mike. — Eu respondi antes de tirar a cobertura do bolo e<br />

coloca-la na minha boca.<br />

—Mentiroso. De volta ao jogo? —Ele perguntou com uma sobrancelha<br />

levantada.<br />

—Não.<br />

Ele olhou para mim como se estivesse tentando descobrir se eu estava<br />

sacaneando ele ou não.<br />

—Bem. Você está tentando, então?<br />

Eu balancei minha cabeça.<br />

—Não. Estou velho demais para fazer qualquer movimento nesse sentido,<br />

cara. Não vale mais a pena. Foi-me dada uma única chance de redenção, e eu duvido<br />

que dure um segundo se eu fosse pego.<br />

Mike riu. — Você sempre foi um sortudo. Quero dizer, tivemos que mudar por<br />

causa de toda a merda que você e Joe se envolveram. Mamãe não queria que ele<br />

fosse um criminoso.<br />

20


—Oh, por favor. Joe nunca foi um criminoso.<br />

—Não tenha tanta certeza. Ele ainda é assustador pra caralho. Ei, por que<br />

você não se muda para cá, cara? Quer dizer, o tempo é uma porcaria em Chicago.<br />

Você não tem um emprego. Você teria a nós. O que poderia ser ruim?<br />

Saboreei outra garfada de bolo, desejando que pudesse comer assim a cada<br />

semana.<br />

—Eu não sei. Eu acho que minha mãe não sobreviveria sem mim.<br />

—Ela vai ficar bem.<br />

—Cara, você obviamente não conhece Fran muito bem. Ela está na minha cola<br />

o tempo todo. — Eu raspei meu garfo contra o prato, reunindo cada pedaço antes de<br />

colocá-lo na minha boca. —Ela enlouqueceria se eu fizer isso. —Murmurei.<br />

—Traga ela também. —Ele deu de ombros, não encontrando meus olhos.<br />

—Chicago é uma grande cidade. Eu poderia ficar perdido e não vê-la por<br />

semanas, se eu quisesse. Aqui, é um pouco perto demais para meu conforto, se você<br />

sabe o que quero dizer.<br />

—Sim. — Ele disse antes de inclinar-se para trás e terminar o bolo<br />

—O que vocês estão falando aqui? —Thomas entrou, esfregando seu<br />

estômago.<br />

—Eu estou tentando fazer com que Morgan se mude para cá, T. — Mike<br />

respondeu, colocando o prato vazio na mesa de café.<br />

—James e eu estávamos falando sobre isso. Nós poderíamos usar outro cara<br />

em nossa equipe. Você tem as habilidades que precisamos, e você é família. —<br />

Thomas disse sentando-se perto de mim na cadeira de seu pai, e inclinando-se para<br />

frente.<br />

—O que você faz exatamente? —Perguntei, esquecendo o que mamãe tinha<br />

me dito.<br />

—James e eu começamos uma empresa de investigações privadas um tempo<br />

atrás. Tornou-se um sucesso tão grande que temos acúmulo de casos, e muitas vezes<br />

temos de afastar as pessoas. Então o que você diz?<br />

21


Eu poderia facilmente ser um investigador particular. Isso não parecia ser um<br />

trabalho tão difícil. O exército tinha me dado às habilidades necessárias para o papel.<br />

—Eu vou pensar sobre isso. — Respondi. Então eu mordi meu lábio,<br />

ponderando suas palavras.<br />

—Eu preciso de alguns dias para tomar uma decisão.<br />

—A oferta está de pé. —Thomas enfiou a mão no bolso e tirou um cartão de<br />

visitas. —Quando você tomar uma decisão me ligue, ou passe pelo escritório.<br />

Peguei o cartão e li.<br />

Thomas Gallo<br />

Proprietário<br />

ALFA Investigação Privada<br />

Debaixo estava a informação de contato do escritório, e seu número de<br />

telefone celular.<br />

Virei-o em meus dedos e balancei a cabeça.<br />

—Eu vou deixar você saber assim que eu resolver. Não mencione uma palavra<br />

sobre isso para Fran.<br />

A última coisa que eu queria era vê-la furiosa antes do casamento. Thomas e<br />

Mike riram.<br />

—Isso fica entre nós. —Disse Thomas.<br />

Suzy e Joe eram belos anfitriões. Eles certificaram-se de que eu não precisasse<br />

de nada, enquanto eu ficava com eles. Muito provavelmente por medo da frase<br />

“gostaria de voltar à tia Mar?”.<br />

Eu sempre pensei no meu grande primo Joe como uma espécie de mauzão<br />

quando éramos crianças. Passar alguns dias com ele me fez aprender sobre o homem<br />

real.<br />

Ele sempre era gentil com sua esposa, mostrando extrema paciência e<br />

cuidado. Era super amoroso com sua filha, e nunca ficava nervoso. Ele era tudo o que<br />

um homem de família deveria ser, e nada do que eu tive quando criança.<br />

22


Eu adquiri um grande respeito por ele nos três dias que passamos juntos<br />

esperando o casamento. Eu tinha tentado sumir durante o dia, não querendo ser a<br />

nova babá. Todas as noites, Joe e eu gostávamos de desfrutar uma cerveja e<br />

conversar antes de dormir.<br />

—Você sabe, se você ficar... — Ele disse jogando a lata de cerveja no lixo<br />

enquanto estávamos no pátio de pedra da casa de hóspedes. —Você pode alugar<br />

aqui até encontrar um lugar do seu próprio gosto.<br />

sorri.<br />

—Obrigado, Joe. Isso é você me dizendo que ainda me quer por perto. —Eu<br />

—Eu percebi que você não é tão idiota quanto parece. —Ele brincou.<br />

—Joe. —Eu disse o encarando. —Não conte a ninguém. Eu gosto que as<br />

pessoas pensem que eu sou um idiota gigante.<br />

—Eu não vou deixar o seu segredo escapar, contanto que você não diga às<br />

pessoas sobre mim também.<br />

—Eu sei. Já percebi isso.<br />

—Eu tenho que arrumar a mala. Ma terá minha cabeça se eu me atrasar para<br />

o casamento amanhã.<br />

Eu balancei a cabeça, sabendo que todos nós teríamos um inferno a pagar se<br />

não chegássemos a tempo.<br />

—Durma bem, primo.<br />

Ele caminhou de volta para a casa principal, dando-me um tempo sozinho. Eu<br />

tinha feito uma pequena fogueira no poço antes, e decidi vê-la queimando.<br />

O céu noturno na Flórida era diferente do que o de casa. As luzes brilhantes<br />

da cidade abafaram o brilho das estrelas. Aqui, debaixo do céu do interior, com<br />

milhas de distância da cidade, cada pequena estrela parecia brilhar.<br />

Havia um silêncio aqui que eu não tinha experimentado desde que era<br />

criança. O menor sussurro de um pequeno animal movendo-se através das árvores<br />

era audível.<br />

Fechei os olhos e ouvi o nada ao meu redor. Eu nunca pensei que o apreciaria,<br />

especialmente depois de crescer rodeado pelos sons da cidade.<br />

23


Eu soube naquele momento que não queria ir embora. A serenidade que me<br />

rodeava me conquistou, e não podia me imaginar voltando para a cidade frígida sem<br />

emprego em vista.<br />

negócio.<br />

Puxei meu telefone do meu bolso e enviei uma mensagem para Thomas.<br />

Eu: Vamos falar após o casamento, mas quero ouvir mais sobre o<br />

Ficar lá enviaria minha mãe ao limite, mas era minha vida para viver.<br />

Entrei e tirei minhas roupas antes de deixá-las cair no chão, e subi na cama.<br />

Olhei para o teto e pensei sobre a minha possível transferência e nova carreira.<br />

Eu só tinha que encontrar uma maneira de dizer isso para minha mãe. Deixála<br />

para trás era algo que ela jogaria no meu rosto pelo resto da minha vida. Ela<br />

provavelmente cairia aos meus pés ou se penduraria no meu para-choque, enquanto<br />

eu dirigia para fora da cidade, gritando para eu não deixá-la.<br />

Eu tinha certeza que minha imaginação era apenas um pouco hiperativa. Ela<br />

me desejaria boa sorte e diria adeus. Quem diabos eu estava enganando? Fran teria<br />

um colapso.<br />

24


Capítulo 3<br />

Completamente bêbada<br />

Fran estava chapada. Quero dizer, completamente bêbada. Falando sem<br />

parar, sorrindo mais do que o habitual, e fumando como uma chaminé.<br />

Ela nunca foi uma bebedora, mas em casamentos, algo dentro dela mudava.<br />

Ela consumia mais do que seu quinhão de álcool e, de repente, transformava-se<br />

numa fumante inveterada.<br />

Era o momento perfeito para soltar a notícia de que eu estaria me mudando.<br />

Talvez sua embriaguez fosse retardar seu tempo de reação, e me dar uma chance de<br />

escapar antes que ela tentasse me bater até a morte.<br />

Essa era a coisa sobre ela.<br />

Ela me amava, e muitas vezes, era arrogante, melodramática, e ferozmente<br />

protetora. Ela não só bateria em qualquer um que me machucasse, ela<br />

voluntariamente faria o mesmo comigo se entendesse que fosse para o meu bem.<br />

Não importa quantas vezes Ma me bateu, eu nunca pensei em revidar. Ela me<br />

ensinou a respeitar as mulheres, e eu sabia que, se eu levantasse a mão para ela, meu<br />

tio acabaria com a minha vida.<br />

Meu tamanho fazia sua capacidade de realmente me machucar impossível,<br />

mas eu sabia que era como ela reagiria. Ela não jogaria um gancho de direita, mas<br />

bateria no meu peito e me imploraria para não deixá-la. Eu esperava que, dando-lhe<br />

a notícia no casamento, a impedisse de fazer uma cena.<br />

—Ei, Ma. —Eu disse enquanto puxava a cadeira ao lado dela. Olhei para o tio<br />

Sal que estava satisfeito, e apenas aproveitando a vida, agora que a sua única filha<br />

estava casada.<br />

—Ei, baby.<br />

Ela olhou para mim com um sorriso desleixado, com um cigarro entre os<br />

dedos com cinzas de uma polegada por muito tempo penduradas no fim.<br />

25


—O que está fazendo? —Ela perguntou soluçando.<br />

—Eu queria falar com você sobre algo. —Sentei-me perto dela.<br />

Tio Sal limpou a garganta, ficando de pé rapidamente. —Vou deixar vocês dois<br />

sozinhos.<br />

—Obrigado tio. —Eu assenti.<br />

—Sal. —Ma disse estendendo a mão e segurando a dele. —Seja um amor e<br />

me traga mais uma daquelas coisas frutadas. —Ela olhou para ele, sorrindo.<br />

Ele balançou a cabeça, batendo a mão antes de desaparecer no meio da<br />

multidão, e nos deixando para falar.<br />

Eu mexia com a minha bebida enquanto pensava em como dar a notícia para<br />

ela. Não havia uma maneira fácil de dizer isso. Eu precisava ser homem e só...<br />

—Apenas derrame, Morgan. —Ela deu uma longa e lenta tragada no cigarro,<br />

e deixou o aroma de fumaça sair de sua boca.<br />

—Eu encontrei um emprego. — Soltei, imaginando que era melhor começar<br />

com algo positivo.<br />

—Tem algo a ver com aqueles seus amigos criminosos? — Ela descansou seu<br />

cotovelo na mesa, segurando o cigarro no ar, como uma cena de um filme antigo de<br />

uma atriz de Hollywood, enquanto as cinzas caíam no prato em frente a ela.<br />

—Não. Thomas me pediu para vir trabalhar para ele.<br />

Um sorriso apareceu em seu rosto.<br />

—Graças a Deus, um trabalho honesto. Eu não sabia que ele estava abrindo<br />

uma filial em Chicago. — Ela deu outra tragada, quase errando a boca no processo.<br />

Tio Sal estava atrás dela, ouvindo a nossa conversa. Concordei com ele antes<br />

de colocar a bebida na frente dela.<br />

Ela pegou o copo e tomou um gole.<br />

—Obrigado, irmão.<br />

Ele afastou-se rapidamente, sabendo que a verdadeira bomba ainda não tinha<br />

sido lançada.<br />

26


—Ele não está abrindo um escritório em Chicago, Ma. —Engoli em seco<br />

enquanto olhava ao redor do quintal.<br />

Seus olhos estreitaram-se.<br />

—O que você quer dizer? —Perguntou ela enquanto colocava a bebida sobre<br />

a mesa bruscamente, fazendo parte do líquido respingar.<br />

—Eu vou me mudar para cá assim que voltarmos e arrumar minhas coisas. —<br />

Me inclinei para trás na cadeira, fora do alcance do seu braço.<br />

pires.<br />

A estreiteza de seus olhos evaporou à medida que ficavam maiores do que um<br />

—Mudar? —Ela perguntou, colocando a mão em seu peito. —Você não pode<br />

se mudar.<br />

—Eu posso. —Cruzei os braços sobre o peito, fincando o pé no chão.<br />

Aqui vamos nós.<br />

Eu me preparei e esperei ela me embaraçar na frente de toda a minha família.<br />

Grande Fran estava pronta para explodir.<br />

—Você não tem onde morar. — Argumentou.<br />

—Eu vou alugar a casa de hóspedes de Joe até encontrar um lugar.<br />

—Você vai me deixar sozinha em Chicago?<br />

Lá estava o sentimento de culpa, na hora certa.<br />

—Sério, Ma. Você ficou sozinha durante anos. Eu prometo visitá-la o tempo<br />

todo. — Suspirei, sabendo que isso seria uma batalha.<br />

—Sozinha. — Ela lamentou. —Não me deixe sozinha. —Ela me enfrentou<br />

inclinada sobre a mesa, uma mão sobre a bebida e a outra ainda segurando o cigarro.<br />

Se eu não estivesse tentado evitar uma batalha, teria rido. Ma bêbada era<br />

engraçado como o inferno e bonito, embora eu nunca admitisse.<br />

Fechei os olhos, respirei fundo e os abri novamente.<br />

—Você tem um monte de amigos. Vai ficar tudo bem.<br />

27


Ela sentou-se e bateu o cigarro contra o cinzeiro.<br />

—Se você vai se mudar, então eu vou também. —Disse ela, parecendo muito<br />

feliz com a situação.<br />

Meu Deus.<br />

Não.<br />

Ela estava me seguindo.<br />

Eu imaginei uma luta árdua, mas em vez disso, estava caminhando para uma<br />

direção completamente diferente.<br />

Olhei para o céu estrelado e amaldiçoei antes de dizer:<br />

—Isso é uma grande ideia, Ma.<br />

Por favor, por favor, Deus, amanhã, quando tiver passado o efeito da<br />

bebedeira, faça-a ver o erro de sua escolha.<br />

Se ela decidisse me seguir, ela teria que, pelo menos, ter o tio Sal e a tia Mar<br />

para mantê-la ocupada e fora do meu caminho. Talvez estar em torno da família,<br />

tirasse a atenção de mim.<br />

Isso pode acabar sendo uma coisa boa no final.<br />

O que diabos eu estava pensando? Seria um estrago de proporções épicas.<br />

—Está resolvido, então. —Ela apagou o cigarro.<br />

—Quando é que você vai se casar? —Ela jogou em mim.<br />

—Eu tenho que encontrar uma mulher primeiro. — Respondi.<br />

—Você está ficando velho, bebê. Não espere muito tempo, ou você vai ficar<br />

sozinho para sempre.<br />

—Contenha-se, mulher. —Eu segurei minhas mãos para cima, silenciando-a.<br />

— Olhe em volta. Joe era mais velho quando se casou. Todos os meus primos eram<br />

mais velhos do que eu sou agora, quando eles encontraram o amor e se<br />

estabeleceram.<br />

—Não Izzy. — Ela respondeu, apertando os lábios.<br />

28


—Izzy é uma menina.<br />

—Então? Eu quero ser avó antes de morrer.<br />

Lá estava ele. O tema do bebê. Eu sabia o que estava por vir. Estar em torno<br />

de crianças durante toda a semana, a colocou em modo bebê.<br />

Que maldita sorte eu tinha?<br />

Eu juro que ela estava morrendo desde que eu era criança. Toda vez que ela<br />

queria conseguir algo, falava como se o seu fim estivesse próximo.<br />

—Vai levar anos antes de eu ter um filho. Eu não estou preparado. Então você<br />

vai ter que adiar a morte.<br />

—É só olhar em volta e ver o quão feliz Sal e Mar estão com seus netos, e isso<br />

faz meu ventre doer.<br />

—Então talvez você devesse adotar. Pense em toda a alegria e diversão que<br />

você poderia ter criando outra criança.<br />

Não importa o fato de que ela teria alguém para incomodar o tempo todo.<br />

—Você foi o suficiente para durar uma vida. Você não foi a criança mais fácil<br />

de criar.<br />

—Seu ventre não está doendo tanto assim, não é? —Eu brinquei com ela.<br />

—Tudo bem? —Tia Mar murmurou enquanto aproximava-se da mesa.<br />

Eu balancei a cabeça concordando.<br />

—Ei, tia Mar. Eu disse a Ma que estou mudando para a Flórida.<br />

—Oh! — Ela disse, tentando soar surpresa. —Você está bem, Frannie? —Tia<br />

Mar sentou-se ao lado dela, colocando a mão no seu braço.<br />

—Eu não poderia estar melhor, Maria. Decidi que vou ficar aqui também. Eu<br />

passei muito tempo longe de vocês. — Ma colocou sua mão sobre a da tia, ambas as<br />

mulheres chapadas, compartilhando um momento.<br />

—Isso me faz uma mulher feliz. Jantares de domingo na minha casa ficarão<br />

muito mais divertidos. — Tia Mar falou, balançando em sua cadeira.<br />

29


dois.<br />

—Nós não perderíamos isso por nada no mundo. — Ma respondeu por nós<br />

Normalmente, eu ficaria puto com isso, mas amava demais a comida da tia<br />

Mar para perder um jantar de domingo, e Ma estava malditamente bêbada para eu<br />

ficar zangado com ela.<br />

—Vocês dois estão desfrutando do casamento? —Perguntou tia Mar, olhando<br />

ao redor do quintal.<br />

—Foi uma bela cerimônia, e o quintal parece incrível. — Ma disse passando os<br />

olhos lentamente pela multidão, tentando se concentrar.<br />

Ele realmente parecia espetacular. Mesas alinhadas no perímetro da grama,<br />

com uma pista de dança no centro. Lanternas e velas iluminavam o quintal, criando<br />

um brilho quente para os convidados. Todos pareciam estar se divertindo. A maioria<br />

das pessoas estava suficientemente bêbada por agora de qualquer maneira.<br />

—Alguns dias foram agitados, mas tudo correu perfeitamente. — Tia Mar<br />

respondeu.<br />

—Izzy ficou extremamente bela. Você deve estar muito orgulhosa dela. — Ma<br />

acrescentou, seus olhos pousando em Izzy, que estava na pista de dança, nos braços<br />

de seu pai.<br />

—Ela foi a mais difícil dos meus filhos para criar. Ela é tão azeda e,<br />

naturalmente, a última a se casar.<br />

—Ela é como você Mar, cabeça dura e teimosa.<br />

—Bem, senhoras, eu vou deixar vocês duas um pouco, enquanto vou<br />

encontrar meus primos.<br />

—Eles estão no bar. — Minha tia respondeu.<br />

uma.<br />

—Perfeito. —Eu disse. Então me inclinei e dei um beijo na bochecha de cada<br />

Quando eu comecei a ir embora, tia Mar perguntou:<br />

—Será que ele tem uma namorada?<br />

30


—Não, e ele não está ficando mais jovem, tampouco. — Ma queixou-se em<br />

voz baixa.<br />

Eu ignorei o comentário. Nem estava com trinta anos ainda, e elas queriam<br />

que me estabelecesse. A última coisa que eu estava pensando agora era em<br />

relacionamento.<br />

doses.<br />

Deslocando-me através da multidão, vi Thomas e James no bar preparando<br />

—Senhores. —Disse quando me aproximei.<br />

—Se importam se me juntar a vocês?<br />

—Pegue uma bebida. — James respondeu segurando um copo em minha<br />

direção.<br />

—Vamos comemorar!<br />

—Obrigado. O que estamos comemorando? — Perguntei pegando o copo de<br />

suas mãos.<br />

—O futuro. —Disse Thomas, erguendo o copo. — Sucesso. Tanto no amor<br />

quanto no trabalho.<br />

—Eu vou beber a isso.<br />

—Pensando em se juntar a nós? —Perguntou James.<br />

—Eu andei pensando nisso e decidi que quero trabalhar para você. Eu amo a<br />

Flórida, e estou cansado do tempo de merda em Chicago, de qualquer maneira. Eu<br />

gostaria de tentar.<br />

—Fantástico! — Thomas disse, comemorando.<br />

—Vamos beber a outro membro importante da nossa equipe. Nós vamos<br />

chutar alguns traseiros, homens. — Ele segurou seu copo alto no ar e brindamos.<br />

Estremeci quando o líquido deslizou na minha garganta, queimando até meu<br />

estômago.<br />

—Que raio foi isso?<br />

31


—Moonshine. 1 — James limpou a boca com as costas da mão.<br />

—Foda-se. — Tossi, tentando encher meus pulmões com ar, minha garganta<br />

parecia que estava fechando.<br />

—Daqui a pouco vai passar o efeito. —James deu um tapa nas minhas costas.<br />

Tossi novamente, tentando limpar minha garganta, mas sem sorte. Eu engoli,<br />

tentando esfriar a queimadura com minha saliva.<br />

—Outro? —Perguntou James com um sorriso arrogante e uma sobrancelha<br />

levantada.<br />

—Eu acho que vou ficar com a vodka. É um pouco mais suave. —Sussurrei.<br />

—Buceta. — James brincou, antes de chamar o barman.<br />

—Vamos tomar uma garrafa de vodka.<br />

rosto.<br />

—Uma garrafa, senhor? —Perguntou o homem com um olhar perplexo no<br />

James assentiu, estendendo a mão.<br />

—Sim. A garrafa inteira e seis copos de doses.<br />

—Vai ser uma daquelas noites, não é? —Perguntei, percebendo que<br />

provavelmente teria uma dor de cabeça latejante amanhã. —Você quer ficar bêbado<br />

em sua noite de núpcias?<br />

—Vai levar mais do que dividir uma garrafa de vodka com os caras para me<br />

embebedar. —Ele pegou a garrafa, deixando-nos em pé lá.<br />

—Ok, então. — Eu disse a Thomas enquanto pegávamos os copos de dose, e<br />

seguíamos James em direção a uma mesa onde Joe, Mike e Anthony estavam<br />

sentados.<br />

—Ei, rapazes. — James cumprimentou-os colocando a garrafa no centro da<br />

mesa. —É hora de comemorar.<br />

Joe tirou sua gravata e jogou-a antes de relaxar seu pescoço.<br />

1 são bebidas feitas de forma totalmente artesanal e, em sua grande maioria, sem relação nenhuma com a higiene e<br />

hábitos condizentes com a vigilância sanitária<br />

32


—Finalmente. Já passou das dez? —Perguntou.<br />

—É, cara. Já passou das dez. — Respondeu Anthony.<br />

—Graças à foda. — Joe murmurou. – Dê-me uma dose.<br />

—Que diabos dez horas têm a ver com alguma coisa? —Perguntei<br />

completamente confuso.<br />

—Mamãe fez-nos prometer que não teríamos mais do que duas bebidas antes<br />

das dez. — Joe respondeu.<br />

—Nenhum de nós quer ouvir sua merda se não seguíssemos suas regras.<br />

—Mães.<br />

—Elas são foda. —James pegou a garrafa e serviu-nos cada um uma dose.<br />

Brindamos a várias coisas. Bebemos dose após dose, até que a garrafa estava<br />

vazia. Eu escutei meus primos conversarem. Eles nunca tinham parecido tão felizes<br />

em suas vidas.<br />

Eu não sabia se já me senti assim. Encontrar uma mulher que estivesse<br />

disposta a aceitar minhas merdas seria uma tarefa difícil. Eu não tinha desistido do<br />

amor, mas não achava que estava pronto.<br />

Por enquanto, eu me enterraria no meu trabalho, e apreciaria aprender a<br />

maneira Floridiana de vida. Tudo era mais lento aqui, o que levaria algum tempo para<br />

me acostumar.<br />

O resto da noite passou rapidamente. Nós dançamos e bebemos até que a<br />

maioria dos convidados saiu. Quando eu tive o suficiente, achei Ma ainda saboreando<br />

uma "bebida frutada." Ela estava bêbada demais para se importar.<br />

—Noite baby. —Ela falou arrastado.<br />

—Noite, Ma. Te amo. —Eu dei-lhe um beijo.<br />

—Eu também te amo. — Ela sussurrou.<br />

Andei até o jardim da frente e peguei um táxi. Tia Mar, em toda a sua<br />

sabedoria, havia contratado uma horda deles para levar os hóspedes, que estavam<br />

muito bêbados, para casa.<br />

33


Amanhã seria um novo começo. Faria planos e me encontraria com Thomas<br />

no escritório, enquanto James e Izzy aproveitavam a sua lua de mel.<br />

A vida estava correndo, e mudanças surgiam no horizonte.<br />

34


Capítulo 4<br />

Luz do sol<br />

Não foi difícil dizer adeus a Chicago. Depois que servi no exército, aqui não<br />

parecia mais como um lar. Levei uma semana para reunir minhas coisas e me dirigi<br />

para o sul.<br />

Quatro dias depois de eu ter chegado à Flórida com todos os meus pertences<br />

no reboque, passei no exame para a minha licença de detetive particular, e estava<br />

pronto para o meu primeiro dia de trabalho.<br />

Parei em frente da porta de entrada da ALFA PI e engoli em seco, apertando<br />

minhas mãos para me acalmar. Mesmo que o meu primo fosse o dono da empresa,<br />

eu não queria fazer merda.<br />

Quando abri a porta, Angel tinha o telefone descansando no ombro enquanto<br />

anotava um recado.<br />

—O Sr. Gallo retornará a ligação assim que sua reunião terminar, senhor. —<br />

Ela colocou um dedo para cima.<br />

A parede atrás de sua mesa tinha o logotipo da empresa com as palavras<br />

Agressivo – Leal – Destemido – Cuidadoso, inscritas embaixo. Olhei para isso por um<br />

momento antes de examinar o resto do escritório. Interior moderno, paredes<br />

cinzentas e pretas, não havia nenhum ornamento ou arquivo visível. A luz do sol<br />

entrava pelas paredes envidraçadas que compunham o lado leste do edifício.<br />

—Ei Morgan! —Angel disse quando desligou o telefone. —Thomas está<br />

esperando você, e eu estou feliz por tê-lo aqui.<br />

—Obrigado, Angel. Espero que meu primo esteja feliz também.<br />

Ela sorriu, levantando-se da cadeira.<br />

—Oh, ele está. Eles estavam tão preocupados que tivessem que recusar casos.<br />

Eu sei que, com certeza, poderiam usar sua ajuda. —Ela fez sinal para eu segui-la. —<br />

Deixe-me mostrar-lhe o seu escritório.<br />

35


Enquanto caminhávamos por um corredor, uma porta chamou minha atenção<br />

e eu parei.<br />

Lia-se:<br />

Morgan DeLuca<br />

Serviços de Inteligência e Vigilância Especiais<br />

Eu não pude evitar, e senti meu interior esquentar.<br />

—Eu disse que ele estava feliz em tê-lo. — Ela sussurrou.<br />

—Eu acho que sim. —Sorri.<br />

Angel tocou no meu braço, quebrando meu transe.<br />

—Vamos. Você pode verificar o seu escritório depois de falar com o chefe. —<br />

Ela bateu levemente antes de entrar.<br />

—Nos vemos amanhã. — Thomas disse antes de colocar os pés para baixo. —<br />

Morgan está aqui. Pego você mais tarde. Que bom que você está de volta cara.<br />

—Thomas. — Eu disse enquanto caminhava em direção a ele.<br />

Ele jogou o celular em cima da mesa, deixando-o saltar. Levantou-se e deu a<br />

volta na mesa.<br />

—É bom te ver. Estava falando com James. —Ele apertou minha mão. —Ele<br />

vai estar aqui amanhã.<br />

—Eu ouvi.<br />

—Ei, linda. — Ele disse, deixando-me e estendendo o braço para Angel.<br />

Ela caminhou até ele, se aconchegou em seu lado, e beijou sua mandíbula.<br />

—Você quer café ou qualquer outra coisa, baby? —Ela perguntou, olhando<br />

para ele com um pequeno sorriso.<br />

—Não, obrigado, amor. Morgan? —Perguntou, antes de beijar sua cabeça.<br />

—Não, obrigado. Eu estou bem. — Respondi, sentando-me em frente ao meu<br />

novo chefe.<br />

36


Uma coisa que notei com os homens Gallos: Eles mantinham suas mulheres<br />

perto, e muitas vezes a enchiam com beijos. Eu os invejava, mas eu nunca admitiria<br />

isso.<br />

Angel saiu, fechando a porta atrás de si, enquanto Thomas sentava-se. Eu<br />

olhei ao redor do escritório.<br />

—Viu o seu novo escritório? —Ele perguntou enquanto colocava os pés em<br />

cima da mesa de novo, apoiando as mãos atrás da cabeça.<br />

Eu balancei a cabeça.<br />

—Eu vi. Obrigado, cara. Foi muito legal ver isso.<br />

—Você veio no momento perfeito. Nós ainda não tínhamos pensado sobre<br />

você, até que ouvi que estava vindo para o casamento. Eu fiz uma verificação de<br />

antecedentes antes de você chegar.<br />

—Isso não é ilegal?<br />

—Eu tenho amigos que me ajudam a contornar as legalidades. Isso é parte<br />

deste trabalho. Às vezes chegamos ao limite de quebrar leis. Eu suponho que você<br />

não tenha nenhum problema com isso? —Ele perguntou com uma sobrancelha<br />

levantada.<br />

Eu balancei minha cabeça.<br />

—Nunca foi um problema para mim antes. Eu não sei por que seria agora.<br />

—Às vezes, quando temos de obter informações, usamos todos os meios<br />

necessários.<br />

—Será que vou ficar preso no escritório o dia todo? —Perguntei, pensando se<br />

meu cargo significava "preso na frente de uma tela de computador”.<br />

—De jeito nenhum. Deus, isso seria horrível. Você vai sair em trabalhos como<br />

o resto de nós. O que eu tinha colocado na sua porta é a sua especialidade.<br />

—Amém! — Eu relaxei um pouco na cadeira.<br />

—Eu já tenho um caso escolhido para você, se estiver disposto a começar o<br />

mais cedo possível.<br />

—Eu sou todo seu.<br />

37


Eu estava pronto.<br />

Eu nunca fui do tipo ocioso, e depois de estar em casa por mais de um mês, eu<br />

não queria nada mais do que mergulhar de cabeça em meu primeiro caso.<br />

Eu agora era Morgan, PI 2 . Mais bonito do que Magnum e, espero, faria um<br />

trabalho melhor em resolver os casos. Talvez devesse ter uma daquelas camisas<br />

floridas que ele sempre usava na televisão. Não, eu pareceria um babaca gigante. Eu<br />

gostava do meu estilo clássico de calças jeans e camisetas.<br />

Ele vasculhou os arquivos em sua mesa e pegou um.<br />

—Aqui está ela. O nome dela é Race True. —Ele disse passando o arquivo<br />

para mim. —Ela veio aqui alguns dias atrás.<br />

Eu abri a pasta e examinei a primeira página.<br />

—Qual é a sua situação?<br />

—Eu não tenho toda a história. Ela afirmou que só divulgaria ao PI<br />

trabalhando em seu caso. Basicamente, ela está sendo assediada, e as mensagens<br />

tornaram-se mais agressivas.<br />

—Oh! — Eu disse correndo os olhos através de seu questionário.<br />

O telefone de Thomas tocou, e eu continuei lendo quando ele começou a falar<br />

com um cliente.<br />

Race True era uma mulher de vinte e sete anos de idade, que trabalhava<br />

como gerente de contrato sênior em uma empresa de comunicação do centro. Ela<br />

viveu na área de Tampa toda a sua vida, a não ser quando ela foi para NYU 3 . Ela fez<br />

um mestrado em negócios, e viveu sozinha em Clearwater 4 . Não havia muita<br />

informação, mas pelo menos ela estreitou os nossos possíveis suspeitos.<br />

Eu descansei o arquivo na minha perna e olhei para a janela. O que poderia<br />

ter deixado essa menina nervosa o suficiente sobre um e-mail, para levá-la a procurar<br />

ajuda? Porque não bastava ir à polícia, relatar a situação, e deixá-los acompanhar as<br />

ameaças?<br />

2 investigador particular.<br />

3 New York University<br />

4 uma cidade no centro-oeste da Flórida, sobre o Golfo do México, a oeste de Tampa; população 105.774 (est. 2008).<br />

38


Thomas suspirou e esfregou a testa quando desligou o telefone.<br />

—Qual o problema? —Perguntei, estudando seu rosto.<br />

—Só um caso besta em que trabalhei na semana passada. É uma mulher que<br />

suspeita de traição do seu marido. Longa história. O que você acha da Race? —Ele<br />

perguntou enquanto se mexia na cadeira, balançando para frente e para trás.<br />

—Não muito, por enquanto. — Eu disse.<br />

Ele balançou a cabeça, fixando os lábios em uma linha firme. —Eu sei. Que tal<br />

eu mostrar o seu escritório, contar um pouco sobre as nossas regras, e então você<br />

pode marcar um encontro com ela?<br />

Fechei o arquivo dela e me levantei.<br />

—Eu quero começar a trabalhar imediatamente.<br />

—Então está tudo resolvido. —Disse ele enquanto levantava-se da cadeira<br />

caminhando ao redor da mesa. Quando ele me deu um tapa nas costas, ele disse: —<br />

Bem-vindo à equipe, Morgan.<br />

—É bom ser parte de algo novo.<br />

*****<br />

—Senhora True, por favor. —Eu disse para a mulher do outro lado da linha.<br />

—Sou eu. Com quem estou falando? —Ela perguntou. A voz do sul mais sexy<br />

que eu já ouvi.<br />

—Morgan DeLuca, da ALFA PI. Foi-me dado o seu caso, madame.<br />

Ela vaiou alto o suficiente para me pegar desprevenido.<br />

—Eu odeio ser chamada assim.<br />

Eu fiz uma nota mental rápida para não cometer esse erro novamente.<br />

—Desculpe-me. —Eu disse. —Só estou tentando ser educado, Sra. True.<br />

—Está tudo bem. —Ela suspirou. —Então, você é o meu cara?<br />

39


—Sim. Eu gostaria de marcar uma reunião para discutir os detalhes que você<br />

deixou de preencher.<br />

—Ah. Se você vai trabalhar para mim, então eu vou compartilhar com você,<br />

com ninguém mais.<br />

—Isso é bom. —Eu bati o lápis contra a minha mesa. —Quando você está<br />

disponível?<br />

—Eu posso te encontrar amanhã para o almoço. Vamos dizer, ao meio-dia, no<br />

Blue Martini. Sabe onde é? —Ela perguntou.<br />

—Sim. —Eu menti.<br />

—Eu estarei lá ao meio-dia. —Eu vivia aqui um total de noventa e seis horas,<br />

mas eu encontraria sem problemas.<br />

—Sr. DeLuca. —Ela limpou a garganta. —Por favor, seja rápido. Eu não tenho<br />

tempo a perder esperando por você.<br />

—Sim, madame. —Eu respondi antes de desligar. Eu fiz uma careta, sabendo<br />

que ela provavelmente me xingou porque eu a tinha chamado de madame<br />

novamente.<br />

Debrucei-me na cadeira conferindo as minhas novas instalações. As paredes<br />

correspondiam às cinzentas na sala de espera. Na parede oposta à minha mesa, havia<br />

um sofá de couro preto moderno, e duas cadeiras colocadas em frente.<br />

Meus olhos ardiam das intermináveis horas olhando para um computador,<br />

tentando aprender os novos programas. Fiquei de pé me alongando antes de pegar<br />

minhas chaves. Olhei em volta, finalmente, deixando a ficha cair. Eu tinha um novo<br />

propósito, e poderia começar uma vida nova. Querendo dizer adeus a Thomas, dirigime<br />

ao seu escritório antes de sair.<br />

—Ei. — Eu disse enquanto abria a porta. Congelei, vendo mais do que eu<br />

esperava.<br />

Thomas tinha curvado Angel sobre a mesa com a saia puxada para cima, e<br />

estava a fodendo.<br />

40


Seus olhos encontraram os meus enquanto eu estava na porta, incapaz de me<br />

mover. —Desculpe. — Eu disse, finalmente movendo meus pés e dando um passo<br />

para trás. Fechei a porta respirando fundo.<br />

—Foda-se! —Murmurei enquanto olhava para o teto. —Voltarei mais tarde!<br />

—Gritei.<br />

—Tire à tarde de folga! —Thomas gritou de volta.<br />

—Obrigado. —Eu parecia uma criança sob orientação dos pais.<br />

Desde que decidi mergulhar no trabalho, percebi que seria melhor levar<br />

minha bunda para casa e desembalar minhas coisas. E planejava ficar lá por um longo<br />

tempo.<br />

41


Capítulo 5<br />

Gostosa em saltos altos<br />

Dormi demais e perdi o meu treino. Eu tinha que chegar a tempo no Blue<br />

Martini. Mandei uma mensagem para Thomas na parte da manhã, ainda um pouco<br />

envergonhado, e disse-lhe que eu estaria no escritório depois do meu encontro com<br />

a Sra. True.<br />

Caminhando em direção ao restaurante, olhei para as minhas roupas me<br />

sentindo desconfortável. Enquanto o resto da multidão estava vestindo ternos de<br />

negócio, eu estava com o meu jeans e camiseta habituais.<br />

Parei na porta, examinando o bar e tentando localizar a Sra. True na multidão.<br />

Uma mulher olhava seu telefone e baixava os olhos rapidamente.<br />

Quem quer que fosse ela, era muito linda. Ela estava sentada ereta, cabelo<br />

loiro em um coque perfeito, uma blusa preta por dentro da saia lápis cinza. Suas<br />

maçãs do rosto eram proeminentes, e quase beijavam seus olhos de um verde<br />

profundo.<br />

Eu queria ir até ela, pedir-lhe o seu número, e implorar que em nosso<br />

primeiro encontro ela usasse os mesmos stilettos vermelhos que usava agora, o que<br />

deixou meu pau instantaneamente duro.<br />

Ela olhou para cima, me pegou olhando, e acenou.<br />

Bem, inferno. Talvez ela quisesse meu número também.<br />

Mantenha a calma e aja naturalmente.<br />

Seus olhos permaneceram baixos, concentrando-se em seu telefone,<br />

enquanto eu me aproximava.<br />

—Sr. DeLuca, eu presumo. —Disse ela, olhando para cima por um momento,<br />

seus olhos cor de esmeralda cintilando. —Sente-se.<br />

42


Desapontamento me inundou. A criatura bonita na minha frente não estava<br />

me chamando para obter o meu número. Ela era minha nova cliente.<br />

—Sra. True? —Perguntei, deixando meus olhos permanecerem em seus pés<br />

por um tempo longo demais, mas não me importando.<br />

—Sim. —Respondeu, ainda não fazendo contato visual.<br />

Peguei o pequeno bloco de papel e caneta que tinha trazido no bolso de trás e<br />

joguei-os na mesa.<br />

—Eu espero que você não se importe se eu tomar notas. —Disse a ela,<br />

tentando não olhar para suas pernas.<br />

—Eu, na verdade... —Ela disse enquanto deixava cair o telefone em sua bolsa,<br />

prendendo-me com seus ferozes olhos verdes. —Prefiro que você se lembre de tudo<br />

o que eu disser. Não quero um rastro de papel.<br />

O olhar na minha cara tinha que ser de total confusão, porque ela<br />

acrescentou: —Eu não quero que nada, eventualmente, caia em mãos erradas.<br />

—OK.<br />

—Bom. Vamos pedir e depois vamos conversar. —Ela disse estalando os<br />

dedos para chamar a atenção da garçonete. —Você sabe o que vai pedir?<br />

—Sim. Venho aqui todo o tempo. —Menti.<br />

Quando a garçonete aproximou-se, Race fez o seu pedido com algumas<br />

modificações. Ela não gostava de tomates, mas queria queijo extra, e frango só se<br />

fosse grelhado.<br />

Eu aprendi, dentro de cinco minutos, que Race True não seria fácil. Ela parecia<br />

tensa, controlada e altiva.<br />

—E você, senhor? —Perguntou a bela garçonete.<br />

—Apenas água, por favor.<br />

—Só isso? Nenhum hambúrguer gigante e gorduroso? —Perguntou a Sra.<br />

True piscando rapidamente.<br />

Só isso. —Eu disse, olhando entre elas.<br />

43


Race aquiesceu e esperou a garçonete se afastar antes de começar a falar. —<br />

Eu pensei que pagaria o almoço enquanto conversávamos.<br />

—Eu prefiro manter isso estritamente profissional, Sra. True.<br />

Mentira número três.<br />

Eu queria ser profissional, mas aqui sentado e olhando para ela, a minha<br />

mente funcionava em um milhão de maneiras diferentes, e a maioria delas eram<br />

sexual.<br />

Porra! Eu precisava ficar com alguém, ou tudo poderia descarrilhar rápido<br />

demais. Por que não podia ser pouco atraente? Ao vê-la, eu queria saber se ela era<br />

tão difícil de agradar na cama quanto escolher uma refeição simples. Eu me perguntei<br />

se ela gritaria quando eu a estivesse fodendo, ou como seu cabelo ficaria solto sobre<br />

o meu pau.<br />

Race tinha lábios carnudos vermelhos, e os dentes mais brancos que eu já<br />

tinha visto em um ser humano, diferente das estrelas de cinema. E os olhos como<br />

esmeraldas. Ela tinha tamanho médio, com seios fabulosos que se insinuavam do<br />

decote de sua blusa, e me chamavam a atenção. A saia lápis acentuava seus quadris,<br />

e faziam suas pernas parecerem ter uma milha de comprimento.<br />

—Então, Morgan. Diga-me um pouco sobre sua experiência, antes que eu fale<br />

sobre o meu problema. Quero saber se você é o homem certo para o trabalho. —Ela<br />

toma um gole de vinho, mantendo os olhos verdes fixos em mim.<br />

Não seria fácil manter meus pensamentos na finalidade da reunião.<br />

Felizmente, nosso contato seria mínimo e, principalmente, por telefone, para que eu<br />

não tivesse que arriscar um tapa na cara por ficar embasbacado olhando os seios<br />

dela.<br />

—Eu recentemente deixei o exército depois de servir oito anos. Eu trabalhei<br />

nos últimos quatro anos reunindo informações para as tropas no campo de batalha.<br />

—Oh! —Ela interrompeu, colocando o copo no bar e descansando a mão<br />

perto da minha. —Isso é impressionante.<br />

—Na verdade não, senhora.<br />

Ela endureceu e esfregou a ponte do nariz.<br />

44


—Desculpe. É uma coisa militar. Todo mundo é um senhor ou senhora. Não<br />

tem nada a ver comigo pensando que você é qualquer coisa como sua avó, apesar de<br />

ter certeza de que ela é uma mulher adorável.<br />

—Ela é uma bruxa conivente. Eu não sou nada como ela.<br />

Foi a minha vez de dizer: — Oh!<br />

—Continue. —Ela exigiu agarrando o copo de novo, desviando os olhos.<br />

—Eu me tornei um civil novamente cerca de um mês atrás.<br />

—O que faz o Sr. Gallo ter tanta certeza de que é o homem certo para o<br />

trabalho? —Ela perguntou, parecendo duvidosa.<br />

Virei-me para encará-la, apoiando o braço no balcão. Eu não gostei que<br />

tivesse que defender minhas qualificações para ela.<br />

—Escute Sra. True. Se você não está confortável comigo trabalhando no seu<br />

caso, pode pedir a alguém para ser atribuído a você. Neste momento, não temos mão<br />

de obra para outro investigador assumir imediatamente. Se você estiver disposta a<br />

esperar, tenho certeza de que podemos encontrar-lhe um substituto mais adequado.<br />

Alguém mais ao seu... Gosto. Mas ninguém vai trabalhar tão duro quanto eu.<br />

—Não! —Ela disse, com a voz mais alta do que antes. —Eu preciso ter alguém<br />

trabalhando sobre este caso, que saiba o que faz. Eu não posso ter algum picareta<br />

tentando limpar o meu bom nome e foder essa merda toda. —Sua mandíbula estava<br />

tensa enquanto ela me prendia com seu olhar.<br />

Meu pau contraiu, juro por Deus, e moveu-se dentro da minha calça com sua<br />

boca suja.<br />

—Contanto que você possa me prometer que tem as habilidades que eu<br />

preciso para descobrir quem está por trás disso, então você é o meu cara. —Ela disse<br />

enquanto colocava a mão no meu braço.<br />

Eu sorri, sentindo-me animado.<br />

—Eu tenho as habilidades que você deseja. —Olhei para baixo, sentindo a<br />

frieza do seu toque na minha pele quente. —Eu sou seu homem. Eu tenho mais<br />

treinamento em conseguir informações do que qualquer outra pessoa no escritório.<br />

45


Fui treinado pelo melhor que os militares tinham a oferecer. Não tenho dúvidas de<br />

que vou encontrar o autor do crime.<br />

Ela assentiu com a cabeça, roçando as pontas dos dedos na minha pele antes<br />

de remover a mão lentamente. —Bem. Desculpe-me se pareci desagradável por um<br />

momento. Eu sei que você é novo. Você não estava lá quando fui ao escritório<br />

procurar ajuda. Eu só queria ter certeza de que não teria um novato que está<br />

aprendendo agora a fazer o trabalho.<br />

—Por que você não me diz o que está acontecendo? Seu arquivo não tinha<br />

nada que ajudasse para começar a planejar um plano de ataque. Eu te prometo isso,<br />

Sra. True. Eu vou dar ao seu caso atenção plena e o máximo de privacidade.<br />

Ela olhou ao redor do bar, verificando as pessoas.<br />

—As mensagens começaram há cerca de um ano. Primeiro, eram apenas<br />

estranhas. Você sabe, o tipo que apaga e esquece. —Ela agitou as mãos no ar perto<br />

de seu ombro. —Mas então... —Sussurrou arregalando os olhos. —Então a pessoa<br />

começou a mencionar coisas pessoais que só alguém que eu conheço saberia.<br />

—Que tipo de detalhes?<br />

—Eu não fui sempre esta senhora centrada que você vê na sua frente hoje. —<br />

Explicou ela, remexendo com as mãos. —Eu tomei algumas decisões questionáveis<br />

na faculdade.<br />

—Isso é parte da experiência na faculdade. — Eu disse em um tom suave. —<br />

Você foi uma criança normal. Você conheceu alguém na faculdade que poderia<br />

querer lhe causar mal? —Perguntei arranhando a caneta contra o papel, desejando<br />

poder tomar notas.<br />

Ela balançou a cabeça, trazendo lentamente os olhos para os meus.<br />

—Não que eu possa lembrar, mas, obviamente, há alguém. —Ela disse a<br />

última palavra com um olhar que dizia claramente que não me via como a mais<br />

brilhante lâmpada no suporte.<br />

—Eu prometo que vou encontrar a pessoa. — Eu disse, deixando cair à caneta<br />

no papel. —Vou precisar de acesso ao seu e-mail ou qualquer outro meio de<br />

comunicação que ele já usou para chegar até você. Além disso, eu preciso que você<br />

faça uma lista de seus antigos conhecidos da faculdade.<br />

46


—Eu não sei. — Ela disse desviando os olhos.<br />

—Escute Sra. True. A única coisa que importa para mim é resolver o seu caso<br />

e ter você de pé, satisfeita.<br />

Ela olhou para mim com os lábios entreabertos.<br />

Limpei a garganta, deslocando no meu lugar.<br />

sorri.<br />

—Um cliente satisfeito. Isso é o que eu quis dizer. —Me ajeitei na cadeira e<br />

Ela engoliu em seco, seus olhos caindo para minhas mãos.<br />

—Tudo bem, Morgan.<br />

Isso não só demonstrou uma atitude esnobe com seu corpo, isso escorregou<br />

de seus lábios como se fosse parte dela. Não havia um só pedaço que não exalasse<br />

classe ou status social. Eu era o podre nesta situação, e ela deixou esse fato bem<br />

claro.<br />

—Vou reunir as informações e entregá-las no seu escritório. —Race disse<br />

olhando para a garçonete que se aproximava com os pedidos. Depois de servi-la, ela<br />

me perguntou se eu não queria nada, e eu acenei negando.<br />

—Se você confiar em alguém o suficiente, mande-as para mim. —Eu disse<br />

ficando de pé, não deixando isso passar tão facilmente.<br />

—Foda-se. — Ela sussurrou. —Eu não confio. Eu mesmo vou levá-las para o<br />

seu escritório em um ou dois dias. Aonde você vai? —Perguntou ela, apertando os<br />

lábios.<br />

—Eu tenho que voltar para o escritório. Desfrute do seu almoço, Sra. True. —<br />

Eu joguei o suficiente para cobrir a conta no bar. —Estou ansioso para trabalhar com<br />

você.<br />

—Vejo você em alguns dias, Sr. DeLuca, mas eu sou mais do que capaz de<br />

pagar pelo meu próprio almoço.<br />

Jesus, ela era teimosa.<br />

47


—Eu sei. —Eu não acrescentei mais nada enquanto me distanciava. —Te vejo<br />

em alguns dias, Race. —Disse sobre meu ombro, absorvendo sua beleza mais uma<br />

vez.<br />

Race True era uma pessoa decidida e teimosa.<br />

Eu aproveitaria todas as chances para lembrá-la de que eu era o responsável<br />

por esta investigação.<br />

Eu poderia estar trabalhando em seu nome, mas essa merda funcionaria do<br />

jeito que eu queria.<br />

Se eu fracassar, sua vida poderia ser arruinada, e eu poderia estar sem<br />

emprego antes de sequer começar.<br />

48


Capítulo 6<br />

Segredos<br />

Race<br />

Durante dois dias, não pensei em nada que não fosse ele.<br />

Morgan DeLuca era um filho da puta arrogante, mas havia algo sobre ele que<br />

me fez fantasiar.<br />

Ele era um idiota mandão. Eu conhecia esse tipo de pessoa do mundo<br />

corporativo, mas Morgan tinha bondade em seus olhos.<br />

Eu não conseguia esquecer seu rosto. Suas características distintas ficariam<br />

para sempre gravadas no meu cérebro.<br />

Não me refiro apenas a um cara que eu daria um segundo olhar.<br />

Ele tinha o pacote completo.<br />

Forte, rosto esculpido, alinhado com uma barba escura por fazer. Lábios tão<br />

cheios que eu poderia senti-los por muito tempo depois que o beijo tivesse<br />

terminado. Músculos que inchavam em lugares que deveriam ser proibidos. E os<br />

olhos tão azuis que eu me perderia neles por horas.<br />

Oh! Sério.<br />

Eu precisava obter uma porra de controle. Não era como se tivesse passado<br />

tanto tempo desde que tive relações sexuais.<br />

Tinha?<br />

Eu estive muito ocupada tentando subir a escada corporativa, para sequer me<br />

preocupar com qualquer tipo de relacionamento. Além disso, os homens com quem<br />

trabalhei simplesmente não me atraíam. Eu gostava deles brutos em suas atitudes,<br />

com um toque de belo por baixo.<br />

Como Morgan.<br />

49


Eu entrei em seu escritório dois dias depois com um envelope cheio de<br />

possíveis suspeitos, cópias dos e-mails, e outras informações que achava que ele<br />

precisaria.<br />

Sua recepcionista falava ao telefone enquanto eu batia minhas unhas contra a<br />

mesa, esperando por ela.<br />

Ela continuou com seu dedo levantado. Olhei para o meu relógio, me<br />

perguntando quanto tempo eu teria que ficar aqui.<br />

Era uma coisinha bonita, com o cabelo vermelho longo que fluía sobre os<br />

ombros. Eu não tinha prestado muita atenção a ela quando estive lá pela primeira<br />

vez. Talvez ela fosse o tipo de Morgan, bonita e alegre, com uma beleza natural e<br />

traje casual.<br />

—Desculpe senhora. Posso ajudá-la? —Ela perguntou desligando o telefone.<br />

Eu me endireitei, tentando não sentir uma pontada de inveja. —Estou aqui<br />

para ver o Sr. DeLuca.<br />

—E você é? —Perguntou ela, enquanto seus olhos corriam sobre a minha<br />

parte superior do corpo.<br />

Meu Deus. Ela estava me olhando como eu fiz com ela?<br />

—Sra. True. —Eu disse com uma voz excessivamente doce.<br />

Ela empurrou a cadeira da mesa, levantou-se e me deixou sozinha na sala de<br />

espera.<br />

Momentos depois, ela voltou com Morgan a seguindo de perto.<br />

—Ah, Race.<br />

—Sra. True. — Eu o corrigi, empurrando os ombros para trás.<br />

Seus olhos caíram para o meu peito enquanto ele sorria.<br />

—Vamos conversar em meu escritório, onde é mais privado.<br />

Eu o segui até seu escritório, olhando para a bunda dele enquanto<br />

caminhávamos. Quando ele abriu a porta, mal me deixou espaço suficiente para<br />

passar sem tocá-lo.<br />

50


Meu ombro roçou o dele e seu cheiro me atingiu. Fechei os olhos, sentindo a<br />

colônia rica que ele estava usando, tentando memorizá-la.<br />

—Por favor, sente-se. —Disse enquanto fechava a porta com seu corpo.<br />

Eu mexia com o envelope quando ele sentava de frente para mim, inclinandose<br />

para trás na cadeira. Ele estava bonito hoje, mas a barba em seu queixo tinha<br />

desaparecido.<br />

Pena, realmente, porque eu gostei de como ele tinha ficado com ela.<br />

Ele colocou as mãos espalmadas sobre a mesa se aprumando.<br />

—O que você trouxe para mim?<br />

Eu pisquei duas vezes, limpando minha mente antes de jogar o envelope<br />

sobre a mesa, não confiando em minha voz.<br />

Ele olhou o envelope.<br />

mim.<br />

—Você trouxe tudo o que eu disse para trazer? —Ele perguntou, olhando para<br />

—Sim. São meus e-mails, incluindo a primeira mensagem que recebi. Eu<br />

apaguei-a logo após imprimi-la. —Disse, sentindo-me tola, puxando a barra da minha<br />

saia.<br />

—Por que você não me fala o que diz aqui? —Perguntou ele, inclinando a<br />

cabeça para o lado enquanto segurava o envelope sem abri-lo.<br />

Eu fiz uma careta, contorcendo-me no lugar.<br />

—É embaraçoso, Sr. DeLuca.<br />

—Eu não me importo com o que seja. Não estou aqui para julgá-la. Seria bom<br />

se eu soubesse qual a verdadeira questão aqui. Que diabos essa pessoa tem contra<br />

você que é tão ruim?<br />

Cobrindo o rosto com as mãos, eu cravei meus dedos indicadores nos cantos<br />

dos olhos.<br />

—Oh Deus! —Sussurrei, tentando respirar pelo nariz.<br />

—Eu prometo não rir. — Ele disse em uma voz firme, calma.<br />

51


—Eu gostaria que fosse engraçado. —Murmurei enquanto meu estômago<br />

começava a dar nós, e meus olhos encontraram os dele.<br />

—Você vendia drogas? — O lado de sua mandíbula ficou tenso.<br />

Pisquei rapidamente para ele. —Você está brincando comigo?<br />

Ele encolheu os ombros.<br />

—Não. Eu só estou tentando descobrir o que diabos poderia ser possível. —<br />

Ele esfregou o queixo, me estudando. —Você enganou alguém?<br />

—Não. —Balancei a cabeça, distraidamente, acariciando minha garganta.<br />

—Ficou grávida e não teve o bebê? —Ele levantou uma sobrancelha.<br />

—Não. Jesus! — Eu murmurei, balançando a cabeça.<br />

—Vamos começar com algo mais fácil. O que dizia o primeiro e-mail e por que<br />

você o apagou? —Ele perguntou, cruzando os braços sobre o peito.<br />

—Eu pensei que fosse besteira. Então, eu só apaguei e fingi que nada<br />

aconteceu. —Meu peito apertou quando eu olhei para ele. —Prometa-me que você<br />

não vai me julgar? — Eu estremeci.<br />

—Apenas fale logo, Race. Eu não vou pensar de forma diferente de você, a<br />

menos que tenha matado alguém. Nós todos temos um passado duvidoso.<br />

Olhei para o meu colo. —Eu estava vendo um cara por cerca de um ano.<br />

Pensei que estávamos apaixonados. —Meu estômago agitou-se apenas em pensar<br />

nele.<br />

—E?<br />

—Numa noite, nós estávamos festejando e, por Deus, isso é tão estúpido. —<br />

Eu balancei a cabeça, cobrindo o rosto com as mãos. —Ele me convenceu a fazer um<br />

vídeo de sexo como uma lembrança do nosso tempo juntos.<br />

—Só isso? —Ele disse. —Não é nada para se envergonhar.<br />

Baixei minhas mãos enquanto me endireitava.<br />

—Mas quantas pessoas recebem ameaças de que ele seria enviado para seu<br />

chefe?<br />

52


Ele deu um tapa na mesa.<br />

—Por que você não me disse isso? É simples. Tem que ser o seu ex-namorado.<br />

Eu balancei a cabeça, franzindo os lábios.<br />

—Não. Não é ele. Ele morreu depois que se formou. Mas alguém alega ter o<br />

vídeo. —Eu dei um longo suspiro baixo.<br />

—É apenas um trabalho, Race.<br />

olhar.<br />

Esfregando minhas têmporas, eu levantei minha cabeça para encontrar seu<br />

—É tudo o que tenho, Morgan. Eu trabalhei pra caramba para chegar onde<br />

estou hoje. Não há nenhuma maneira no inferno que eu vou deixar alguém destruí-lo.<br />

—Hmm. —Ele murmurou, esfregando o queixo.<br />

—OK. Tem que ser alguém que teve acesso às coisas do seu ex depois que ele<br />

morreu. Diga-me mais sobre ele.<br />

—Ele era um estudante de engenharia veterano, e nos encontramos no<br />

segundo ano. As coisas entre nós aqueceram rapidamente, e passamos cada minuto<br />

juntos antes de nós terminarmos no final do meu primeiro ano.<br />

Ele me olhou por um momento sem falar, continuando a acariciar o queixo.<br />

—Continue.<br />

—Seu nome era Shane. Eu cruzei com ele um dia, enquanto ele estava<br />

esperando seu primo depois da aula. — Eu olhei pela janela do escritório, pensando<br />

no quanto minha vida tinha sido mais fácil até então.<br />

—Você se lembra do nome de seu primo?<br />

Eu balancei a cabeça, olhando para o teto.<br />

—Eles não eram próximos. Seu primo era um idiota. Quero dizer, seu nome<br />

era algo como Kyle ou Tyler. —Dei de ombros.<br />

—É um começo, princesa.<br />

—Eu realmente sinto muito. — Eu disse enquanto soltava um suspiro pesado.<br />

—Eu gostaria de poder dizer mais, mas eu nunca falei com o cara.<br />

53


—O que aconteceu com Shane? Talvez vá ajudar juntar as peças.<br />

Eu voltei meus olhos para ele.<br />

—Eu o peguei na cama com minha melhor amiga. Nós terminamos naquela<br />

noite. Ele foi o último namorado que eu tive. Isso é bom o suficiente? —Minhas<br />

bochechas aqueceram enquanto desviava os olhos.<br />

—Que bastardo. —Ele rosnou. —Está bem. Vou ver o que podemos<br />

desenterrar. Qual era o último nome de Shane? —Perguntou ele, pegando o celular<br />

em sua mesa.<br />

—McGovern.<br />

—Ei, Thomas. — Morgan disse depois de colocar o telefone em seu ombro. —<br />

Eu preciso que você faça uma investigação, se tiver tempo hoje, ou coloque um dos<br />

outros caras sobre isso. —Seus olhos procuraram os meus. —Sim. Race acabou de<br />

me contar sobre um possível suspeito. Procure por Shane McGovern. Ele está morto,<br />

mas acho que seu primo tem algo a ver com as ameaças.<br />

Eu pensei que Shane fosse um cara legal.<br />

Eu pensei que ele fosse o único.<br />

Fazia seis anos, e eu ainda não tinha me permitido me envolver com ninguém.<br />

Minha capacidade de confiança tinha sido completamente destruída.<br />

—Seu nome é Tyler ou Kyle.<br />

Olhei para ele enquanto falava, tendo uma boa visão dele sem ser<br />

bombardeada com perguntas.<br />

Seus músculos incharam debaixo das mangas da camisa branca limpa que<br />

estavam enroladas, descansando contra o meio de seus antebraços. A parte superior<br />

do seu cabelo era mais longo do que o dos lados, com certeza maior do que no seu<br />

tempo no serviço militar. Os fios eram de cor marrom, mas beirando o preto, com<br />

cada fio no lugar.<br />

—Você está bem? —Ele perguntou.<br />

—Sim. —Eu respondi juntando meus joelhos e levantando os olhos para o<br />

rosto dele. —Desculpa. Eu estava pensando no trabalho. O que você perguntou?<br />

54


—Eu preciso de suas informações de conta. Tenho cópias dos e-mails, mas as<br />

mensagens originais contêm informações que são fundamentais para rastrear a<br />

fonte.<br />

Eu afundei na cadeira, cruzando as pernas.<br />

—Eu não dou isso a ninguém.<br />

Deus, eu precisava ficar com alguém, ou então eu estaria apertando minhas<br />

pernas cada vez que me encontrasse com ele.<br />

Ele cruzou os braços, estreitando os olhos.<br />

—Eu não sou qualquer um.<br />

Engoli em seco, desejando que ele fosse um homem feio mais perto de<br />

sessenta anos, em vez do homem sentado na minha frente.<br />

—Desculpa. Minha mente esta simplesmente em outro lugar.<br />

—Já não passamos por isso antes? Eu preciso da informação. —Ele inclinou-se<br />

para frente, apertando as mãos enquanto descansava-as sobre a mesa. —Por que se<br />

preocupou em nos contratar, se você não confia em mim o suficiente para fazer o<br />

meu trabalho?<br />

—Me desculpe estar sendo tão difícil. —Me mexi na minha cadeira, sentindo<br />

tanto tesão, e desconfortável.<br />

Ele suspirou, apertando sua mandíbula.<br />

—Eu só quero ajudá-la.<br />

—Eu sei. Sinto muito.<br />

Eu normalmente nunca pedia desculpas pelo meu comportamento, mas com<br />

ele, isso estava começando a se tornar um hábito.<br />

Eu aperfeiçoei minhas habilidades de cadela logo após a faculdade.<br />

Eu tive que fazer.<br />

Eu entrei no meu primeiro dia de trabalho cheia de felicidade, e me sentindo<br />

mais viva do que nunca. Eu consegui meu emprego dos sonhos, e estava além de<br />

55


animada. A fria realidade da América corporativa tinha me dado um tapa na cara<br />

dentro de cinco minutos.<br />

Daquele dia em diante, eu coloquei a minha melhor cara de cadela e<br />

aperfeiçoei o meu olhar vá se foder. E nunca deixei ninguém me tratar dessa forma<br />

novamente. Eu havia me tornado a mulher que eu era naquele dia no escritório de<br />

Morgan. Confiante e poderosa, e nada no mundo me faria mudar, incluindo o filho da<br />

puta que estava tentando me chantagear.<br />

—Eu prometo que só vou olhar para os e-mails que dizem respeito ao seu<br />

caso. A sua privacidade é muito importante para mim, Race. —Ele falou em um tom<br />

suave.<br />

Eu balancei a cabeça, e deslizando para frente na cadeira, peguei uma caneta.<br />

Em um pedaço de papel que estava por perto, eu escrevi informações do meu e-mail,<br />

login e o endereço do site que ele precisava para acessar a conta.<br />

—Aqui. —Eu disse enquanto empurrava-o em direção a ele, dando-lhe um<br />

sorriso fraco.<br />

—Isso foi muito difícil? —Ele perguntou com um sorriso.<br />

Inclinei a cabeça para o lado.<br />

—Tenha cuidado Sr. DeLuca. Eu ainda posso demiti-lo.<br />

—Mas você não vai. —Ele sorriu.<br />

Mordi o lábio, segurando o comentário que estava na ponta da língua.<br />

Levantei-me rapidamente, alisando minha saia.<br />

—Chame-me quando descobrir quem está enviando as mensagens, e eu vou<br />

lidar com isso.<br />

Ele pulou de pé e deu a volta na mesa antes que eu chegasse à porta.<br />

—Assim que eu tiver o nome, eu vou entrar em contato e vamos decidir<br />

juntos o melhor curso da ação.<br />

Olhei para ele, minhas narinas dilatadas. Deus, ele cheirava tão bem. Eu<br />

queria me esfregar contra ele e descobrir se todo o seu corpo era tão duro quanto<br />

parecia.<br />

56


Eu tinha que sair dessa.<br />

Isso é apenas um negócio, Race.<br />

—Race? —Ele perguntou, tocando meu braço.<br />

Eu puxei meu braço.<br />

—Chame-me quando você tiver um nome e vamos discutir isso então. — Eu<br />

respondi retrocedendo e esbarrando na cadeira com as costas dos joelhos. Limpei a<br />

garganta. —Droga. — Eu murmurei.<br />

—Você gostaria que eu te acompanhasse até a saída?<br />

—Não. —Respondi, querendo colocar alguma distância entre nós. Eu<br />

precisava. —Obrigada. Eu sei o caminho. —Me virei, o calor subindo pelo meu peito<br />

e pescoço.<br />

Ele me transformou em uma idiota desastrada.<br />

—Vejo você em breve, Race. —Falou quando eu saí.<br />

Não me virei, e fechei a porta. Em seguida, caí contra ela, abaixando a cabeça.<br />

—Você está bem aí fora? —Ele gritou do outro lado da porta.<br />

Eu estremeci, sentindo vertigens.<br />

—Apenas verificando minhas mensagens! —Gritei.<br />

Afastei-me da porta e praticamente corri para fora do prédio.<br />

Enquanto caminhava lá para fora, eu ainda podia sentir o cheiro dele.<br />

Droga.<br />

Eu teria que passar o dia inteiro cheirando-o, e meu tempo seria gasto com<br />

fantasias de Morgan DeLuca e seu corpo poderoso misturando-se com o meu<br />

enquanto entregava todo o controle a ele.<br />

Deus, eu estava tão fodida que isso não era nem mesmo engraçado.<br />

Eu precisava chegar ao ginásio e gastar um pouco da energia reprimida. Estar<br />

perto dele me fazia sentir algo que eu não gostava de sentir.<br />

Vulnerável.<br />

57


Capítulo 7<br />

O Fim de Semana<br />

Era cedo, o sol ainda estava baixo, uma vez que entrava pelas árvores,<br />

lançando sombras sobre a grama. Do lado de fora, vi um peru selvagem caminhar<br />

pelo quintal, enquanto eu bebia uma xícara de café e pensava sobre o meu dia.<br />

Eu tinha que verificar uma lista de merda para concluir um trabalho. O topo<br />

da minha lista: Race True.<br />

Passou uma semana desde a nossa última reunião. Queria que ela soubesse<br />

que tinha feito progressos no seu caso. Mandei um e-mail na noite passada pedindolhe<br />

para me encontrar hoje.<br />

Tirei algumas conclusões sobre Race durante as nossas duas interações. Ela<br />

não gostava de receber ordens, mas eu gostaria de saber se alguma vez ela desistiu<br />

de seu controle.<br />

Race agia como se não gostasse muito de mim, mas eu poderia dizer que ela<br />

gostava. Eu a peguei me verificando mais vezes do que eu poderia contar.<br />

Não importa o que saía de sua boca, eu sabia que sua atração por mim era tão<br />

grande quanto a minha por ela.<br />

Ela era forte, independente e autoconfiante, mas havia mais do que isso. Algo<br />

doce e gentil que foi dissimulado ao longo do tempo, mas continuava escondido sob a<br />

superfície.<br />

Algo dentro de mim queria descobrir.<br />

Além disso, eu precisava de um pouco de diversão. Eu vivia nas rondas, e não<br />

havia nada a fazer por aqui. A última coisa que queria fazer esta noite era sentar<br />

junto à lareira e observar as estrelas novamente.<br />

Eu queria me encontrar com Race e ver onde a noite nos levaria. Eu queria<br />

cavar mais fundo e descobrir o que a deixou tão tensa.<br />

58


dia.<br />

Meu telefone soou enquanto largava meu café na pia, pronto para começar o<br />

Race: Eu estarei lá as 17h00 em ponto. Não me deixe esperando.<br />

Olhei para a tela. Eu estava esperando por isso desde que a tinha visto há uma<br />

semana. A verdadeira Race True se revelaria hoje à noite.<br />

Enquanto entrava no meu carro, eu respondi.<br />

Eu: Mudança de planos. Encontre-me no Bar Fly em torno de<br />

17h00. Eu estarei esperando por você.<br />

Joguei meu telefone no assento do passageiro, e liguei o motor e o rádio<br />

antes de me afastar.<br />

Eu poderia dizer que hoje seria um dia agitado, e a melhor forma de começar<br />

o fim de semana.<br />

*****<br />

Thomas jogou um arquivo sobre a mesa e suspirou. —Precisamos contratar<br />

alguém. —Disse à James, evitando contato visual.<br />

quem?<br />

James balançou a cabeça, caindo no sofá. —Você está certo. Tem ideia de<br />

—Eu não sei. —Disse Thomas, arrastando as mãos pelos cabelos.<br />

—Morgan, você conhece alguém? —Perguntou James.<br />

Eu balancei minha cabeça.<br />

—Eu não conheço ninguém por aqui.<br />

—A única pessoa que eu posso pensar é... —Thomas começou, esfregando o<br />

queixo.<br />

—Não. — James advertiu, acenando.<br />

Thomas deu um tapa na mesa, olhando para James.<br />

59


—Vamos lá, cara. Tanto tempo já passou. Ela é sua esposa agora, pelo amor<br />

de Deus.<br />

—Você sabe que eu não gosto dele, Thomas. —James torceu o nariz.<br />

—James, encerre essa merda sobre isso agora. Sam e Izzy são apenas amigos.<br />

Ela é apaixonada por você, e Sam tem uma mulher.<br />

—Como você sabe? —James perguntou sentando-se.<br />

Thomas jogou os pés em cima da mesa e reclinou-se na cadeira.<br />

—Nós estivemos em contato.<br />

Olhei entre ambos enquanto conversavam um com o outro.<br />

—Hum, quem diabos é Sam?<br />

Thomas olhou para mim. —Amigo de Izzy. — Ele respondeu.<br />

—Seu velho amigo de foda. —Disse James, enrolando o lábio.<br />

—Oh! —Meu queixo caiu.<br />

—Eu nunca vou perdoá-lo por colocá-la em perigo, Thomas.<br />

Thomas balançou a cabeça, colocando as mãos atrás da cabeça.<br />

—Eu sei, mas não teria sido capaz de salvar Angel e Izzy sem ele.<br />

—Nós não teríamos que resgatar Izzy se não fosse por esse imbecil.<br />

Thomas olhou para James. —Você não teria se casado com Izzy, se não fosse<br />

pelo seu erro.<br />

Um pequeno sorriso surgiu no rosto de James enquanto ele estufava o peito.<br />

—É verdade. — Ele disse com seu rosto sorridente antes de deixar escapar um<br />

longo suspiro. —Eu não tinha pensado nisso dessa forma.<br />

—Pare de ser um idiota o tempo todo. Sam tem as qualificações necessárias, e<br />

pelo que eu posso dizer dos seus e-mails, ele não está gostando muito da vida na Big<br />

60


Easy 5 . — Thomas disse, balançando para frente e para trás, enquanto olhava para o<br />

teto.<br />

Olhei para o meu relógio. Eu tinha uma hora até que tivesse de satisfazer<br />

Race. Os minutos pareciam se arrastar nisso que se transformou num longo dia.<br />

—Você disse que ele encontrou uma mulher? —James perguntou com a testa<br />

enrugada.<br />

—Sim. Ele disse que nunca esteve tão apaixonado. O nome dela é Fiona, e ela<br />

é uma enfermeira na cidade.<br />

—Hmm. — James murmurou. —É bom saber que ele seguiu em frente.<br />

—Você se sente ameaçado por ele? Pensa que Izzy o deixaria por ele? —<br />

Thomas provocou.<br />

—Não. Izzy me ama. Ela sabe que eu nunca a deixaria ir sem lutar.<br />

Thomas olhou para ele, dando-lhe uma olhada maliciosa.<br />

—Se a minha irmã quiser deixá-lo, eu terei certeza de que ela consiga isso.<br />

Lembre-se, eu vou sempre ficar do lado da minha irmã.<br />

—Você sabe que eu nunca a machucaria. Eu amo a minha mulher.<br />

irmã.<br />

—Eu só estou dizendo. Eu te amo como um irmão, mas ela sempre será minha<br />

—Thomas. — James disse, jogando uma bola de papel no ar. —Eu não<br />

esperaria nada menos.<br />

—Então, estamos bem com Sam? —Perguntou Thomas, seu rosto relaxando.<br />

—Se você acha que nós precisamos dele. —James suspirou.<br />

Puxei outro arquivo da pilha, ignorando a conversa. Talvez um pouco de<br />

trabalho fizesse com que os minutos passassem rápido.<br />

—Nós precisamos. Ele vai ser um ótimo complemento para a equipe. Confie<br />

em mim. Ele terminou com Izzy.<br />

5 Um apelido para New Orleans.<br />

61


—Se você diz. Eu acho que Sam e eu vamos ter uma conversinha. —Disse<br />

James, jogando outra bola de papel.<br />

—Tenho certeza de que todo mundo vai querer ter uma conversinha com ele.<br />

—Você sabe que todos podem ter um enfarte se você convidá-lo para fazer<br />

parte deste negócio.<br />

Thomas balançou a cabeça revirando os olhos, muito parecido como Izzy<br />

sempre fazia.<br />

—Cara, eles cairão em cima dele assim como você.<br />

James riu.<br />

—Sim. Eu tenho certeza de que eles vão. —Disse ele, jogando a bola de papel<br />

no ar e pegando-a novamente. —Faça a chamada e veja se você pode tê-lo de volta<br />

aqui, então.<br />

—Vou ligar para ele no fim de semana. Eu disse a Angel que a levaria para<br />

jantar hoje à noite. Estamos fazendo da sexta-feira a nossa noite.<br />

—Ahhh, isso é tão doce que meus dentes doem. —James brincou, sorrindo<br />

para Thomas.<br />

—O que você vai fazer hoje? —Thomas perguntou, mudando de assunto. —<br />

Izzy esta, provavelmente, morrendo de vontade de sair.<br />

—Oh, nós temos planos. Vamos ao clube esta noite.<br />

Olhei para cima e peguei Thomas olhando para James com os seus lábios<br />

definidos em uma linha firme.<br />

—James. —Thomas disse, sentado na cadeira seu corpo enrijecendo. —Eu<br />

disse que eu não quero saber coisa alguma sobre ele. Será que não fui claro?<br />

—Às vezes, é um saco ser casado com sua irmã. E nunca poder compartilhar<br />

as coisas boas com você. — James reclamou com uma expressão de dor.<br />

—É melhor não estar compartilhando as coisas boas com ninguém. —Thomas<br />

respondeu, sem tirar os olhos de James.<br />

—Que clube? —Perguntei, interrompendo a conversa.<br />

62


Talvez eu pudesse convencer Race a ir lá depois do jantar. Eu adoraria vê-la<br />

dançar. Eu não tinha ido a um clube noturno desde que eu era jovem demais para<br />

beber.<br />

Eu perdi tanta merda ficando afastado por oito anos.<br />

—Não é esse tipo de clube. — Thomas disse enquanto seus olhos lentamente<br />

giravam para os meus.<br />

—Que tipo de clube é?<br />

James riu. —Não é uma boate.<br />

—Um clube de strip? —Perguntei, levantando uma sobrancelha.<br />

—Não. — James disse em um tom cortante.<br />

—Estou perdido. Clube de Swingers 6 ? —Perguntei, virando-me para encará-lo<br />

totalmente. —Diga-me que você não deixa a minha prima dormir com caras<br />

aleatórios?<br />

—Eu nunca deixaria ninguém tocá-la, que não fosse eu. —Disse James,<br />

olhando para mim antes de olhar para Thomas.<br />

—Então o que? Alguém pode me dar uma porra de informação?<br />

James riu mais alto.<br />

—Por que não te levo até a saída e te digo tudo. Thomas fica meio irritado<br />

quando eu falo sobre isso. —James rolou para fora do sofá, ficando de pé.<br />

—Certo homem.<br />

—Filho da puta. — Thomas assobiou.<br />

—Cara, termine com essa porra, como você disse antes. —James sorriu,<br />

caminhando em direção à porta.<br />

Thomas olhou para as costas de James com as narinas dilatadas.<br />

—Tenha uma boa reunião, Morgan.<br />

6 Clube de troca de casais.<br />

63


Eu estava esfregando a parte de trás do meu pescoço. Eles tinham um<br />

relacionamento tão interessante.<br />

—Vejo você no domingo? —Perguntei.<br />

Thomas olhou para mim, e finalmente, abriu um sorriso. —Sim.<br />

—Bom. É melhor eu correr antes que chegue atrasado.<br />

—Não faça nada que eu não faria. —Disse ele enquanto me dispensava.<br />

—Parece que eu quero fazer tudo o que James estará fazendo. — Eu respondi,<br />

vendo o sorriso sumir do seu rosto.<br />

Quando me virei, James ria, segurando o estômago.<br />

—Eu não posso acreditar que você acabou de dizer isso.<br />

—Ele estava malditamente sério. —Eu queria saber se Thomas estava prestes<br />

a marchar para fora do escritório e me bater na cabeça.<br />

—Então, aonde você vai hoje à noite?<br />

—Bem. —Ele disse quando começamos a caminhar pelo corredor, olhando<br />

por cima do ombro. — É um clube de BDSM.<br />

Fiquei de boca aberta.<br />

Meu Deus. Minha priminha gostava dessas coisas?<br />

chão.<br />

—Como correntes e chicotes? —Perguntei, tentando pegar meu queixo do<br />

James riu mais forte, balançando a cabeça enquanto me dava um tapa nas<br />

costas. —Algo parecido. É mais sobre dominação e submissão.<br />

—Izzy manda muito em você? —Perguntei, finalmente conseguindo recuperar<br />

meu queixo.<br />

—Não cara. —O rosto de James ficou muito sério. —Eu sou o dono dela.<br />

—Mas eu pensei...<br />

James sorriu. —Eu sou o dominante nesse relacionamento.<br />

—Izzy parece tão mandona. — Eu sussurrei, olhando para ele.<br />

64


—Ela age no limite o tempo todo. Eu acho que ela faz isso de propósito só<br />

para que eu vá puni-la.<br />

Engoli em seco, tentando limpar essa imagem mental da minha mente.<br />

—Eu não quero saber. — Eu disse, totalmente entendendo por que Thomas<br />

não queria ouvir sobre isso. —Ela é minha priminha, cara.<br />

—Você não irá ao clube? —Ele perguntou enquanto caminhávamos para a<br />

área de recepção.<br />

—Eu não disse isso. Eu só não quero ouvir sobre você e Izzy lá. — Eu disse<br />

enquanto acenava para Angel.<br />

—James, você e Izzy vão para o lugar que não deve ser nomeado? —Brincou<br />

ela de sua mesa e caminhando até nós com um sorriso brincalhão.<br />

—Sim, Angel. Esta noite é a nossa noite.<br />

—Cadela de sorte. —Angel riu. —Mencionou isso na frente de Thomas? —Ela<br />

mordeu o lábio, olhando para o corredor.<br />

—Eu posso ter.<br />

—Foda-se! —Disse ela, sacudindo a cabeça. —Agora ele vai ficar emburrado.<br />

James abaixou-se e beijou sua bochecha.<br />

—Eu tenho certeza que você pode colocar um sorriso de volta no rosto dele,<br />

querida.<br />

—Verdade. —Ela praticamente correu em direção ao seu escritório.<br />

—Se você quiser ir para lá, é só me avisar. Eu posso apresentá-lo a um grupo<br />

de pessoas. Tenho certeza de que seria um grande sucesso. — James ofereceu.<br />

—Eu não sei muito sobre isso. — Eu disse, mas eu não podia dizer que meu<br />

interesse não foi aguçado.<br />

—Eu posso ensinar-lhe a usar as cordas.<br />

—Você sabia que tem tanta merda que eu posso deduzir de todo esse duplo<br />

sentido que está dizendo para mim. —Eu balancei a cabeça.<br />

—Eu sei. Basta pensar nisso.<br />

65


—Eu vou. — Eu disse abrindo a porta da frente. — Te vejo domingo, homem.<br />

—Tenha uma boa noite. —Disse ele ficando no hall de entrada, com o peito<br />

inflado, e seus pés aberto na largura dos ombros, com um sorriso orgulhoso no rosto.<br />

—Não tão boa quanto a sua, tenho certeza. — Eu respondi quando a porta se<br />

fechou atrás de mim.<br />

Se eu ficasse mais tempo sem um pouco de emoção, eu poderia ter de aceitar<br />

a oferta de James.<br />

A vida estava ficando maçante.<br />

66


Capítulo 8<br />

Desastre<br />

Race<br />

Eu pisei na calçada do Bar Fly, meus saltos altos clicando contra o cimento, e<br />

havia apenas pedras na calçada de merda. Juro por Deus, se eu caísse, eu o chutaria<br />

nas bolas por me fazer vir a este buraco.<br />

Eu sou a pessoa que o contratou, e não o contrário.<br />

No momento em que eu entrei, minhas roupas estavam úmidas e minha<br />

garganta estava seca. Eu precisava de um galão de água para saciar minha sede.<br />

Afastei os pensamentos de suas bolas da minha mente enquanto caminhava<br />

em direção ao bar. Ele estava recostado na cadeira e tomava uma bebida, alheio à<br />

minha presença.<br />

Limpei a garganta enquanto me aproximava. Eu precisava ser difícil ou, pelo<br />

menos, agir como a pitbull que muitos achavam que eu me tornara. Eu não podia<br />

mostrar fraqueza.<br />

Não para ele ou para qualquer outro homem, ou eu seria comida viva.<br />

Inclinei meus ombros, deslocando-me ligeiramente.<br />

—Sr. DeLuca.<br />

—Race. — Ele respondeu sem virar-se.<br />

Eu levei um momento o estudando. Seus ombros pareciam mais amplos do<br />

que eu tinha fantasiado esta semana. Os músculos de seu pescoço pareciam mais<br />

rígidos e tensos. Eu queria tocá-lo, sentir a força debaixo de sua roupa.<br />

Eu empurrei meus pensamentos antes de me sentar, jogando minha bolsa no<br />

bar. —Estou aqui como ordenou.<br />

—Bom. —Ele olhou para a tela da televisão. —Os Cubs estão fazendo merda<br />

este ano. —Murmurou enquanto jogava alguns amendoins em sua boca. Sua barba<br />

estava de volta, dando-lhe a aparência que eu tinha aprendido a amar. Os minúsculos<br />

67


pelos que pontilhavam o rosto moviam-se como uma dança coreografada, enquanto<br />

ele mastigava.<br />

Eu queria passar os dedos entre eles para ver se era tão grosso quanto<br />

pareciam.<br />

—Eu odeio baseball. — Murmurei, olhando ao redor do bar, tentando não<br />

olhar para ele.<br />

—É uma vergonha. — Ele respondeu, olhando para mim. —Você está corada.<br />

Está tudo bem? —Ele perguntou inclinando a cabeça, me estudando.<br />

Olhei para ele com o canto do meu olho. —Esta mais quente que o inferno lá<br />

fora. Eu andei duas quadras de salto alto de onde eu estacionei para chegar aqui.<br />

Naturalmente, estou corada. — Eu me abanei, explorando a atração que já não podia<br />

negar.<br />

—Bem, vamos pegar uma bebida fria para ajudar a refrescá-la. —Ele estalou<br />

os dedos, e a garçonete caminhou em nossa direção rapidamente.<br />

Eu balancei a cabeça, soltando um suspiro.<br />

Tudo o que teve que fazer para fazer o pedido foi chamá-la, mas eu tive que<br />

esperar para ser notada.<br />

—Obrigada. — Eu resmunguei entre dentes.<br />

Ela inclinou-se sobre o balcão, mostrando seus seios enquanto descansava o<br />

queixo na mão. —Posso lhe servir outro?<br />

—Eu vou tomar um Martini, extra. — Eu soltei com um grunhido.<br />

Ela olhou para mim e voltou sua atenção para ele. —E você, bonito? —<br />

Perguntou, batendo os cílios e me ignorando.<br />

Sério?!<br />

Levou tudo em mim para não subir no balcão e bater nela.<br />

Mulheres como ela era o motivo dos problemas que eu tinha no trabalho.<br />

—Ele vai tomar outro, querida. — Eu bati na veia pulsante na minha têmpora.<br />

—Só outra cerveja, Lisa.<br />

68


Ela assentiu com a cabeça, olhando para mim quando começou a se afastar.<br />

Foda-se, ele sabia até o primeiro nome dela.<br />

Será que ele gosta dela?<br />

—Ela provavelmente vai cuspir na minha bebida. —Eu murmurei.<br />

—Você meio que mereceu se ela o fizer.<br />

Eu olhei para ele tentando manter a calma.<br />

—Eu não preciso ver os seios dela pularem. Eu só queria pedir uma bebida e<br />

falar com o homem que contratei sobre o meu caso. Estamos aqui para trabalhar, não<br />

ver seios.<br />

Ele olhou para mim sem dizer uma palavra, enquanto Lisa colocava as bebidas<br />

na nossa frente.<br />

Ignorei Lisa quando ela levou um tempo longo demais fazendo isso.<br />

—Esta é uma reunião de negócios. — Eu adicionei, e mantive o meu olhar fixo<br />

no dele, torcendo as mãos no meu colo.<br />

—Eu sei, mas você não tem que ser tão tensa. É sexta-feira, nós estamos em<br />

um bar, estamos em boa companhia. Descontraia um pouco. Temos muito sobre o<br />

que falar. —Disse ele. Então sua língua saiu e lambeu os lábios.<br />

Meus olhos caíram para a sua boca. Minha pele corou enquanto sua língua<br />

varria os lábios. Fechei os punhos e os mantive no meu colo.<br />

Quando a língua desapareceu, um sorriso se espalhou pelo seu rosto.<br />

—Podemos beber a isso? —Perguntou.<br />

Meus olhos dispararam para o seu. —Isso o quê?<br />

—Descontração e boa companhia? —Ele sorriu, levantando o copo e cobrindo<br />

os lábios com o líquido.<br />

—Vou beber a algo frio e uma zona livre de seios. — Meu olhar vagou pelo<br />

seu braço e para seu bíceps. Engoli em seco, notando a forma como a camiseta aderia<br />

em sua pele.<br />

—Tudo bem. —Ele riu. —Pelos seios, mulheres e negócios frios.<br />

69


Eu levantei meu copo, não percebendo exatamente o que ele disse, e engoli<br />

um bocado.<br />

Quando eu esvaziei o meu copo, desviei os olhos.<br />

—Então, quais são as notícias que você tem para compartilhar comigo? —<br />

perguntei enquanto batia o palito com a azeitona contra a borda do copo.<br />

Ele explicou todos os procedimentos chatos e fatos que havia descoberto. Em<br />

algum ponto, eu acho que nos perdemos, porque a próxima coisa que eu sabia, é que<br />

uma nova bebida apareceu na minha frente.<br />

Sem interrompê-lo, tomei um gole e o ouvi tagarelar sobre essa besteira<br />

tecnológica. Eu o deixei continuar, olhando para os movimentos dos lábios, enquanto<br />

moviam-se com cada palavra. No momento em que eu tinha quase terminado a<br />

segunda bebida, ele estava pronto para me dar à informação que estava à espera de<br />

ouvir.<br />

—Eu segui o endereço do IP do seu e-mail e utilizei outros métodos para<br />

encontrar o culpado. Fiquei chocado ao descobrir que o IP não era de Nova York, mas<br />

daqui, em Tampa.<br />

Eu recuei boquiaberta. —Tampa? —Perguntei admirada.<br />

Ele balançou a cabeça, virando a cerveja nas mãos.<br />

—Sim. Eu fiquei surpreso. Eu pensei que, com base nas informações que você<br />

me deu, que seria de Nova York também. Isso não significa que ele não poderia ser<br />

alguém na lista que você me deu, mas precisamos expandir nossos parâmetros de<br />

pesquisa.<br />

—Foda-se. —Eu murmurei. —Este é um desastre completo. —Mordi o lábio.<br />

—Eu tenho tudo sob controle, Race. Não tenha medo. —Ele me deu um<br />

sorriso doce. —Quem aqui iria querer prejudicar a sua reputação?<br />

Estremeci meneando a cabeça.<br />

—A questão é quem não quer.<br />

Seu queixo caiu. —Você é tão desagradável a esse ponto?<br />

70


Suspirei. —Eu trabalho em uma indústria dominada por homens. Não sou o<br />

tipo de garota para levar desaforo de ninguém. —Disse enquanto esfregava meu<br />

rosto, tentando eliminar qualquer demonstração de emoção. —Eu fiz um monte de<br />

inimigos no trabalho. Ninguém gosta de uma executiva mulher, especialmente os<br />

homens que pensam que são melhores do que eu.<br />

—É realmente uma competição brutal.<br />

—Mais brutal do que você jamais poderia imaginar, Morgan. — Eu disse.<br />

Ele acariciou o lábio. —Vamos começar com sua competição no trabalho<br />

primeiro. Alguém se sentiu ameaçado por seu sucesso?<br />

Eu rodei o restinho do líquido no meu copo, tentando evitar olhar para ele.<br />

—Eu poderia encher um caderno. — Respondi, começando a sentir pena de<br />

mim mesma. —Eu acho que preciso de outro. —Derrubei meu copo, notando que ele<br />

estava basicamente vazio.<br />

Deus, eu tinha tantos inimigos.<br />

É porque eu era uma vadia? Eu odiava o termo. Eu achava que era duro, mas<br />

ouvia os murmúrios no escritório e os sussurros, sobre ser a maior cadela na empresa<br />

quando eu passava.<br />

Eu nunca me importei se pessoas gostavam de mim. Não dei à mínima se fiz<br />

amigos também. A única coisa que importava era ser bem sucedida e fazer um bom<br />

trabalho. Agora, tinha que vigiar minhas costas e me perguntar quem desejava meu<br />

fracasso o suficiente para me ameaçar.<br />

—Anote seus nomes. —Disse ele, empurrando o papel na minha frente.<br />

Anotei vinte nomes, na sua maioria do sexo masculino, de pessoas que eu<br />

podia imaginar que desejavam me atingir e me queimar.<br />

—Você tem uma lista de amigos tão extensa quanto essa lista de inimigos? —<br />

Ele perguntou, empurrando a bebida mais perto de mim.<br />

Eu deixei cair à caneta.<br />

— Na verdade não. —Disse, apertando minhas mãos juntas.<br />

—Muito ocupada tentando chegar ao topo?<br />

71


Por alguma razão, a sua declaração me fez rir.<br />

—Sim, algo assim. —Eu ri novamente olhando em sua direção.<br />

Ele torceu o nariz.<br />

—Talvez eu devesse interrompê-la. —Ele colocou a mão sobre o copo e<br />

começou a puxá-lo.<br />

Fiz uma careta e me movi rapidamente, colocando minha mão sobre a dele.<br />

—Não se atreva! Eu preciso disso. Eu mereço essa bebida depois desta<br />

semana, droga.<br />

—Tudo o que você disser. — Ele sussurrou.<br />

O calor de suas mãos fez meus pensamentos imaginarem a sensação delas<br />

acariciando meus seios. Meu rosto corou quando percebi que ele estava olhando<br />

para mim.<br />

—Está se sentindo bem, Race? —Perguntou, com o canto de sua boca se<br />

contraindo.<br />

Limpei a garganta. —Só um pouco quente da caminhada. Ainda não consegui<br />

me refrescar. —Me abanei, puxando a gola da blusa.<br />

—Claro.<br />

Ele sorriu, tirando sua mão da minha bebida.<br />

—Você não quer água gelada em vez disso? Talvez ajude a refrescar você. —<br />

Ele levantou uma sobrancelha.<br />

—Não, apenas mais um Martini. —Eu trouxe o copo à boca, observando<br />

Morgan sobre a borda.<br />

Eu precisava me recompor.<br />

Eu não tinha tempo para fantasiar.<br />

Havia alguém atrás de mim, e eu precisava focar nisso. Um deslize, e quem<br />

quer que fosse o perseguidor, provavelmente atacaria, e usaria essa oportunidade<br />

para me arruinar.<br />

Eu fiz uma nota mental de todas as futuras conversas que teria pelo telefone.<br />

72


Um a um, todo contato que poderia ser perigoso para a minha saúde.<br />

73


Capítulo 9<br />

Loucura do Martini<br />

—Você é realmente uma gracinha. — Ela arrastou a frase com um sorriso<br />

torto, correndo o dedo pela minha bochecha.<br />

—É isso aí. Chega de bebidas para você. — Eu disse, afastando o copo dela.<br />

—Não! Eu só tomei três. — Murmurou caindo para frente, tirando a bebida<br />

das minhas mãos. —Eu estou me divertindo. Eu tive uma cadela de uma semana e eu<br />

preciso me soltar um pouco.<br />

Eu levantei as mãos. —Você realmente tomou quatro Martinis, mas qualquer<br />

coisa que quiser, princesa.<br />

Seus olhos estreitaram-se. —Eu não sou sua princesa. — A fala estava<br />

arrastada, soando completamente adorável.<br />

Minhas bochechas doeram quando sorri. —Vou levá-la para casa agora. Acho<br />

que você precisa dormir.<br />

—Da última vez que verifiquei... —Ela disse soluçando. — Você não era meu<br />

pai. —Um lento sorriso insinuou-se em seu rosto. Ela aproximou-se e sussurrou: — A<br />

menos que seja coisa sua. —Ela tentou piscar, mas ambos os olhos fecharam, um<br />

após o outro.<br />

Eu me inclinei em seu espaço, a um fôlego de seus lábios.<br />

—Não é coisa minha, mas ficarei feliz de realizar suas fantasias. Mas não acho<br />

que você queira cruzar essa linha. Uma vez que você vá lá, não há como voltar atrás.<br />

—Olhei em seus olhos.<br />

—Oooh! —Os olhos dela arregalaram-se. —Isso é para me assustar, Sr.<br />

DeLuca?<br />

74


Eu não me movi. —Estou apenas dando-lhe um aviso justo. Você tomou<br />

algumas bebidas, e eu não vou tirar proveito disso. Só estou dizendo a você como vai<br />

ser.<br />

—Você é muito convencido. —Seu hálito quente e doce acariciou meus lábios<br />

enquanto falava.<br />

Tudo o que eu queria fazer era estender a mão, puxar seu rosto contra o meu,<br />

e beijar os belos lábios. —Estou seguro e confiante das minhas capacidades, sim. Isso<br />

é completamente diferente do que ser convencido. —Lambi meus lábios, testando-a.<br />

Seus olhos caíram para a minha boca, com os lábios já entreabertos.<br />

—Outro? —Lisa interrompeu.<br />

—Nós estamos bem. — Respondi, mantendo meus olhos fixos em Race e<br />

acenando para Lisa sair.<br />

—Pfft. — Lisa zombou, caindo fora.<br />

Race olhou na direção de Lisa.<br />

—Ela quer você. —Sussurrou.<br />

Ela estava com ciúmes?<br />

—Eu não a quero.<br />

—Porem ela é uma coisa certa.<br />

Inclinei-me mais perto, deixando muito pouco espaço entre nós.<br />

—Eu nunca gostei das coisas fáceis.<br />

—Todos os homens gostam. —Seu corpo balançava, movendo-se tão perto<br />

que nossos lábios quase se encontravam.<br />

Sim, ela estava definitivamente com ciúmes.<br />

Eu estendi a mão, estabilizando-a.<br />

—Talvez para uma transa rápida, nada mais que isso.<br />

Seu corpo sacudiu quando alguém esbarrou em sua cadeira e ela caiu para<br />

frente, com o rosto desabando contra o meu peito.<br />

75


—Cuidado idiota. —Eu rosnei.<br />

—Foda-se. —O idiota bêbado gritou cambaleando para longe.<br />

—Não. — Ela murmurou em meu peito, as mãos apertando minhas coxas.<br />

Eu agarrei seus braços, começando a me levantar.<br />

—Não! —Ela gritou no meu peito, tentando me manter no lugar. —Não<br />

comece uma briga.<br />

Eu grunhi, mantendo-me na minha cadeira. Eu não queria que a noite<br />

terminasse assim. Não podia arriscar que Race ficasse chateada comigo.<br />

Eu agarrei seus ombros e tentei sustentá-la na posição vertical.<br />

—Dê-me um minuto. —Disse, com a voz abafada pela minha camisa.<br />

—Ele deveria pedir desculpas a você. — Eu rosnei, tentando encontrá-lo no<br />

mar de pessoas.<br />

As pontas dos dedos fincaram na minha pele enquanto apertava minhas<br />

coxas. Ela aninhou seu rosto profundamente em meu peito, seu hálito quente vindo<br />

através da minha camisa.<br />

—Vamos, garotona. Deixe-me levá-la para casa. —A levantei, empurrando-a<br />

contra a cadeira.<br />

—Eu não estou pronta para ir para casa. — Ela reclamou com seus olhos<br />

tentando focar em mim, mas não conseguiu.<br />

—Eu acho que é melhor para nós dois se eu te levar para casa.<br />

—Eu vou pegar um táxi. —Ela endireitou-se e começou a pender para o lado.<br />

Eu balancei a cabeça segurando-a com uma das mãos.<br />

—Eu me sentiria melhor se eu a levasse para casa.<br />

—Eu me sentiria melhor com você na minha casa também. —Ela inclinou-se<br />

para o meu toque.<br />

—Ok, Race. Chega. —Fiquei de pé, mão no bolso para pegar uma nota de<br />

cinquenta, e joguei-o no balcão. —Vamos, gatinha. Vou levá-la para a cama.<br />

76


—Mmm. —Murmurou quando tentou se levantar. —Cama soa perfeito.<br />

Eu a segurei pela cintura enquanto ela tropeçava para fora do restaurante nos<br />

pés instáveis. Quando chegamos à calçada, levantei-a em meus braços.<br />

baixo.<br />

—Oh meu Deus! — Ela gritou, batendo no meu peito. —Ponha-me para<br />

Segurei-a com força quando ela começou a se mexer.<br />

—Você não pode andar com esses saltos nesta merda de calçada rachada.<br />

Você vai cair e quebrar o pescoço. Pare de se mexer, mulher, ou eu vou derrubá-la. —<br />

Menti.<br />

Ela pesava quase nada, mas a usaria como desculpa para segurá-la mais um<br />

pouco. Relaxando, ela deitou a cabeça no meu ombro.<br />

—Você está me cheirando? —Perguntou quando nos aproximamos do carro.<br />

—Não. —Afastei o rosto de sua cabeça, sabendo que fui apanhado. Eu não<br />

poderia ter o suficiente de seu perfume doce.<br />

—Claaaro. —Ela falou arrastando enquanto se aconchegava em mim.<br />

—Chegamos ao carro. — Eu disse, olhando para ela e sorrindo.<br />

—Eu estou tão cansada. — Ela murmurou, cedendo mais perto de mim. —E<br />

confortável.<br />

—Eu vou colocar você para baixo agora. — Eu avisei antes de soltar meu<br />

aperto.<br />

Ela deslizou pelo meu corpo, deixando o rosto imprensado contra o meu<br />

peito. Não me preocupei em esconder minha diversão. Eu a empurrei para trás<br />

apoiando-a contra o carro e abri a porta.<br />

—Aqui. — Segurei-a pelo braço, certificando-me de que entraria sem bater<br />

com a cabeça.<br />

—Você é realmente um cara legal. —Disse ela, piscando lentamente, fora de<br />

sincronia, balançando o corpo.<br />

—Vamos manter esse nosso segredinho. —Levantei as suas pernas para<br />

dentro e fechei a porta.<br />

77


—Senhor, me dê força para não foder isso. —Murmurei, olhando para cima,<br />

dando a volta no carro. —Eu não posso dormir com ela.<br />

O pau duro dentro da minha calça discordou, mas eu sabia que não poderia<br />

tirar proveito dela. Isso era o que estaria fazendo se deixasse esta noite ficar fora de<br />

controle.<br />

Não posso transar com ela hoje à noite.<br />

78


Capítulo 10<br />

É Agora ou Nunca<br />

Race<br />

—Morgan. —Sussurrei enquanto ele me carregava para dentro da minha casa.<br />

—Sim? —Ele perguntou, olhando para mim.<br />

—Eu não estou tão bêbada. —Sussurrei.<br />

—Mas você está, princesa. — Ele me disse abrindo a porta do quarto,<br />

levando-me para dentro.<br />

—Eu não estou. —Argumentei, deslizando minha mão até seu pescoço e<br />

segurando sua bochecha, acariciando lentamente a barba por fazer.<br />

—O que você está fazendo? —Ele perguntou, seus dedos apertando meu<br />

quadril.<br />

—Eu quero você. — Rocei meus lábios em seu queixo.<br />

—Nós não deveríamos, Race. — Ele me disse, congelando.<br />

—Eu não me importo com o que devemos fazer ou não. Você não me quer?<br />

—Murmurei contra sua pele.<br />

Ele fechou os olhos, inalando profundamente.<br />

—Eu quero, mas você vai se arrepender manhã. —Disse, dando-me outra<br />

chance de mudar de ideia.<br />

Não havia nenhuma maneira no inferno que eu diria não.<br />

Eu queria Morgan DeLuca.<br />

Após uma semana fantasiando sobre ele, eu tinha a minha chance de torná-la<br />

realidade.<br />

—Eu quis você desde o momento em que vi aquele cara grande de pé na<br />

porta, parecendo pronto para chutar o traseiro de alguém. Eu quis tocar seus<br />

79


músculos. —Segurei seu braço, apertando gentilmente. —Provar a sua pele, e sentir<br />

você dentro de mim.<br />

—Eu quis você antes que soubesse o seu nome. —Disse ele, colocando-me em<br />

cima da cama.<br />

Enrolei meus braços em volta do seu pescoço, trazendo seu rosto mais perto.<br />

—Beije-me então. — Eu murmurei, movendo minha boca para a sua.<br />

Inferno, sim, finalmente.<br />

Suas narinas dilataram com sua respiração áspera. Ele esmagou seus lábios<br />

nos meus, me respirando. Sua boca era mais suave do que eu fantasiava, com a<br />

quantidade perfeita de língua e lábios.<br />

Gemi em sua boca, sentindo meu corpo todo formigar. Foi tão clichê, mas<br />

aconteceu.<br />

Corri meus dedos pelos seus cabelos, arrastando minhas unhas contra seu<br />

couro cabeludo. Ele estremeceu, gemendo e abrindo a boca sobre a minha. Sua<br />

língua entrou na minha boca, me degustando enquanto envolvia minhas pernas em<br />

torno de suas costas, segurando-o contra o meu corpo.<br />

Ele estava duro. Como uma rocha. E eu suspirei quando pressionou contra<br />

mim. Esfreguei minha buceta contra o seu comprimento, amando o atrito dos nossos<br />

corpos.<br />

—Não. — Ele murmurou em minha boca.<br />

Eu sorri contra seus lábios. —Por quê?<br />

—Te desejo muito. Não quero que isso acabe antes de começar.<br />

rosnou.<br />

—Ele<br />

Eu gemi, fingindo estar triste, mas suas palavras me deixaram molhada.<br />

Morgan DeLuca estava me beijando. Ele estava na minha cama, em cima de mim, e<br />

me queria. Tirei minhas pernas de seu corpo, sentindo falta do contato<br />

instantaneamente.<br />

Sua mão deslizou pelo meu corpo, encontrando meu peito. Seu dedo<br />

acariciou meu mamilo endurecido, e eu senti o ar deixar o meu corpo. Ele inalou-o,<br />

trazendo para ele.<br />

80


—Morgan. —Gemi com a última gota de respiração que eu tinha.<br />

Ele grunhiu passando a mão sobre meu torso. Em seguida, encontrou a borda<br />

da minha camisa e deslizou por baixo. Pequenas faíscas derraparam na minha pele<br />

enquanto sua mão acariciava meu estômago, em rota de colisão com os meus seios.<br />

Minha barriga tremeu quando seu dedo acariciou a borda do meu sutiã. O<br />

calor de sua palma não impedia que os arrepios eclodissem em toda a minha pele.<br />

Quando o fechamento frontal do meu sutiã abriu, meus seios saltaram livres.<br />

—Humm. — Ele murmurou apertando meu peito, correndo um polegar sobre<br />

meu mamilo. —Tão macio.<br />

Quando a mão desapareceu, eu choraminguei perdendo o contato. E se ele<br />

mudou de ideia? Meus olhos se abriram enquanto seus lábios deixavam os meus.<br />

Meu corpo ficou tenso e o meu estômago embrulhou quando ele se sentou,<br />

descansando seu corpo sobre os calcanhares.<br />

Ele olhou para mim com um sorriso malicioso.<br />

—Sente-se. —Ele sussurrou. —Eu preciso de você nua.<br />

Alívio inundou meu corpo. As borboletas ficaram flutuando no meu interior.<br />

Sentei-me começando a levantar minha camisa.<br />

Ele colocou as mãos sobre a minha, me parando.<br />

—Não. —Disse olhando para mim. —Eu quero te despir.<br />

Meu sistema maldito entrou em erupção. Morgan DeLuca queria me despir.<br />

Ele queria me foder. Se eu estivesse sóbria, poderia ter pensado sobre as<br />

repercussões, mas o álcool me ajudou a relaxar o suficiente para compartilhar meus<br />

verdadeiros sentimentos.<br />

Eu já não podia negar que o queria. Eu não podia negar-lhe mais nada. Eu<br />

esperava um beijo quando a noite terminasse, mas estava levando muito mais.<br />

Levantei meus braços, olhando para ele, minha camisa e sutiã foram<br />

rapidamente removidos e atirados no chão. Se eu estivesse sóbria, poderia ter me<br />

coberto. Entre o licor e o ardor em seus olhos, eu fiz o oposto. Eu me embebedei na<br />

maneira como ele estava olhando para mim, quando deslizou minha saia pelas<br />

minhas pernas.<br />

81


—Morgan... — Eu soltei, sentindo-me um pouco constrangida, mas não sobre<br />

o meu corpo.<br />

—Sim? —Ele perguntou jogando minha calcinha e saia no mesmo lugar que<br />

meu sutiã. Ele se arrastou para fora da cama e tirou à camisa. Eu não podia deixar de<br />

olhar.<br />

Seu peito parecia mais duro e maior do que era debaixo da camiseta que ele<br />

usava. Meus olhos correram sobre cada ondulação de seu abdômen, e eu senti água<br />

na boca quando ele abriu o zíper de seu jeans.<br />

Eu sabia que não ficaria decepcionada, mas vê-lo e senti-lo era<br />

completamente diferente. Eu o senti entre as minhas pernas, duro e grande. Mas<br />

passou-se tanto tempo desde eu que tive relações sexuais. E eu queria Morgan tanto,<br />

que me perguntava se era uma miragem. Quando seu pau saltou livre, eu<br />

calmamente suspirei e fiquei secretamente com medo.<br />

A coisa era grande demais. Especialmente quando eu não tinha fodido<br />

qualquer pessoa em um ano. Li que uma vagina volta a ter o aperto virginal depois de<br />

estar vazia por tanto tempo. Eu não ficaria chocada se a minha estivesse selada, com<br />

teias de aranha dentro.<br />

Engoli em seco. Ele se arrastou pela cama, e estabeleceu-se entre as minhas<br />

pernas, pressionando mais de 20 cm de dureza contra mim.<br />

—Quero avisá-lo. — Eu disse com uma voz rouca.<br />

Ele balançou a cabeça, inclinando-se para frente e colocando o dedo sobre os<br />

meus lábios.<br />

—Eu não quero saber. Pare de pensar tanto.<br />

—Mas eu... —Murmurei contra seus dedos, olhando para ele.<br />

—Deixe. Não importa. — Ele me disse colocando uma das mãos contra a<br />

minha barriga, persuadindo-me a ficar plana contra o colchão.<br />

—Tudo o que importa é que eu quero me enterrar tão profundamente dentro<br />

de você, que todo o resto desaparecerá.<br />

82


Todos os pensamentos sumiram quando seus lábios encontraram meu<br />

pescoço. Quando os dentes afundaram em meu ombro, tremi. Essa era minha área<br />

sensível. Um toque especial fazia todo o meu corpo explodir em chamas.<br />

Conforme a boca percorria um caminho de êxtase pelo meu torso, fechei os<br />

olhos e desfrutei a sensação dele em mim. Sua boca chiou enquanto acariciava o meu<br />

mamilo com a língua, e abri as minhas pernas ainda mais, precisando de mais.<br />

—Tão linda porra! —Ele murmurou contra a pele logo acima do meu pelo<br />

púbico.<br />

Os minúsculos pelos esvoaçaram com a respiração quente. Cada movimento,<br />

enviando um arrepio pelas minhas pernas. Eu podia sentir a umidade gotejando.<br />

Acho que eu nunca fiquei tão excitada na minha vida.<br />

Quando ele colocou a boca contra a minha buceta, beijando-me com mais<br />

força do que ele tinha feito com a minha boca, eu quase explodi. Meu corpo arqueouse<br />

quando a dor entre as pernas ficou mais intensa.<br />

—Morgan! — Gemi, meus olhos girando em minha cabeça.<br />

Ele murmurou contra o meu clitóris, e meu corpo tremeu em resposta.<br />

Quando ele escorregou um único dedo grosso dentro de mim, agarrei os lençóis.<br />

—Oh Deus. —Eu apreciava a plenitude que sentia, e gemi novamente.<br />

Ele afagou meu interior enquanto sua boca acariciava minha pele. Eu<br />

precisava tanto gozar, mas quando estava prestes a me libertar, ele parou. Ergui a<br />

cabeça o encarando, pronta para gritar.<br />

—Ainda não. —Disse ele. —Calma.<br />

Eu suspirei, jogando a cabeça para trás contra o travesseiro, tentando relaxar.<br />

Ele deslizou seus dedos, enquanto sua boca me encontrou novamente. Ele esfregou<br />

dois dedos contra a minha abertura, eu me preparei para o impacto, esperando o<br />

relaxamento familiar que viria do meu corpo não utilizado.<br />

Polegada por polegada, ele dirigiu-os para frente, me alongando. Para minha<br />

surpresa, eu adorei a sensação de plenitude. Depois de mais algumas varreduras de<br />

sua língua contra o meu clitóris, meu corpo ficou tenso.<br />

83


Quando seus dedos enroscaram-se dentro de mim, esfregando o meu ponto<br />

G, eu não consegui mais segurar. Explodi. O orgasmo atravessou meu corpo, minha<br />

buceta apertou o cerco contra seus dedos. Eu não conseguia respirar, e o quarto<br />

girou. Eu não queria que isso acabasse.<br />

Eu não podia gritar ou gemer. Fiquei ali dura enquanto meu corpo cavalgava<br />

na onda de êxtase que caía sobre mim. Com meu corpo relaxado, aquecido pelo<br />

prazer, ele retirou os dedos lentamente. Instantaneamente, meu núcleo sentiu-se<br />

abandonado, mas deliciosamente usado por ele.<br />

Ele subiu em mim, eu suguei o ar, tentando pegar as pequenas respirações<br />

que tinha perdido durante o auge da paixão.<br />

meus.<br />

—Você tem um preservativo? —Ele perguntou, roçando seus lábios contra os<br />

Porra.<br />

Os preservativos que eu tinha eram mais velhos do que o leite azedo na<br />

geladeira.<br />

—Não. — Eu respondi, provando-me na sua boca.<br />

—Eu estou limpo, Race. Eu fiz os exames recentemente, e não estive com<br />

ninguém desde então. — Ele disse, olhando para mim com os olhos suaves.<br />

Eu estava tomando pílula para ajudar a controlar as minhas cólicas, então não<br />

estava preocupada com gravidez. No meu último checkup, estava tudo perfeito e não<br />

estive com ninguém além do meu vibrador. Eu sabia que estava limpa.<br />

—Estou limpa também, e estou tomando pílula. — Eu anunciei, sentindo seu<br />

comprimento duro entre as minhas pernas.<br />

—Então está tudo bem? Você confia em mim? —Ele perguntou, esfregando a<br />

ponta do seu pênis contra minha umidade.<br />

Na minha infinita sabedoria bêbada, o fodedor Morgan DeLuca, não tinha<br />

pensado sobre proteção. Eu tinha assumido que ele era o tipo de cara que carregava<br />

um preservativo em sua carteira, pronto para a ação a qualquer momento.<br />

84


Será que eu poderia confiar em Morgan o suficiente para deixá-lo me foder<br />

sem proteção? Olhando em seus olhos, eu acreditei em cada palavra que ele<br />

sussurrou. Eu confiava nele. Eu confiava nele com a minha vida e meu corpo.<br />

—Eu confio. —Sussurrei, engolindo o nó que começou a se formar na minha<br />

garganta.<br />

Sem outra palavra, seu pênis cutucou minha abertura, e ele dirigiu a ponta<br />

dentro. A deliciosa dor voltou, e eu senti o estiramento do meu corpo para acomodálo.<br />

Cada preocupação desapareceu, substituída pela necessidade de senti-lo em meu<br />

corpo.<br />

Quando ele empurrou seu pau dentro de mim, comecei a choramingar<br />

conforme sua boca colidia com a minha, me roubando a respiração mais uma vez.<br />

Sua pélvis recuou e bateu em mim. Minhas costas arquearam quando ele foi<br />

mais fundo, deixando-me completamente pasma.<br />

Ver cada um de seus músculos abdominais ondularem fez meus dedos<br />

doerem para tocá-los. Eu deslizei minhas mãos pelas suas costas, encontrando o<br />

contorno dos músculos e sentindo-os passar debaixo dos meus dedos.<br />

Eu relaxei quando ele puxou minhas pernas, sentou-se ligeiramente, e agarrou<br />

meus tornozelos. Eu vi com olhos arregalados quando ele separou-os, criando um<br />

gigante V.<br />

Seu pênis me bateu. Nada o impedia de estar dentro de mim totalmente.<br />

Fechei os olhos, o sentindo acariciar minhas entranhas.<br />

—Abra os olhos. — Ele ordenou com voz severa, mas suave.<br />

—Olhe para mim enquanto eu te fodo.<br />

Sem hesitar, abri os olhos e o vi me foder. Prazer e luxúria ardiam em seus<br />

olhos conforme olhava para mim, e trabalhava seu pênis dentro e fora do meu corpo.<br />

Sua parte inferior balançava enquanto seus ombros permaneciam retos, e ele girava<br />

seus quadris da maneira mais deliciosa.<br />

—Toque-se. —Disse ele. —Eu quero vê-la gozar novamente, no meu pau.<br />

85


Eu nunca tinha me tocado na frente de outra pessoa, mas do jeito que ele<br />

estava olhando para mim, eu não hesitei. Depois de correr a minha mão no meu<br />

meio, encontrei meu clitóris e comecei a acariciar em torno dele.<br />

A umidade causada por sua boca ainda permanecia, fazendo com que os<br />

dedos deslizassem facilmente contra a minha carne. Toda vez que ele dirigia seu pau<br />

para dentro, eu gemia, movendo os dedos mais perto do meu clitóris.<br />

Incapaz de resistir, acariciei meu clitóris, deixando os círculos ficarem mais<br />

fortes a cada passagem. Eu precisava desse orgasmo mais ainda do que o que ele já<br />

havia me dado. Da forma que o seu pau varria dentro de mim, eu não poderia<br />

esperar mais.<br />

—É isso aí, baby. Goza no meu pau.<br />

Ninguém nunca tinha me falado sujo na cama antes e, de repente, me dei<br />

conta do que havia perdido.<br />

Fechei os olhos concentrando-me em seus golpes.<br />

—Olhe para mim quando gozar. — Ele resmungou baixinho.<br />

Meus olhos abriram quando meu dedo roçou o meu clitóris com mais<br />

firmeza. Enquanto ele serpenteava seus quadris e eu acariciava entre as minhas<br />

pernas, uma explosão de prazer tomou todo meu corpo.<br />

Meus dedos dos pés curvaram. Levantei minha cabeça do travesseiro<br />

enquanto meus dedos vacilaram. O orgasmo que atingiu meu sistema foi maior do<br />

que todos os orgasmos juntos que eu tive em minha vida.<br />

Tentei respirar, mas não podia. Meu corpo estava bloqueado, pulmões e tudo,<br />

enquanto a onda me percorria de cima a baixo, puxando a vida de mim. Morgan<br />

gemeu, trêmulo, seguindo-me sobre o penhasco.<br />

Eu apertei contra ele, puxando-o mais profundamente dentro de mim, nossos<br />

corpos formando um só.<br />

Arfamos tentando conseguir um pouco de ar, a moleza me tomando<br />

enquanto ele esmagava seu corpo contra o meu. Minhas pernas estavam rígidas, com<br />

dores pela posição desconhecida, desabando na cama. Meu corpo estava gasto,<br />

minha mente nebulosa e, eu tentava trazer oxigênio para meu sistema.<br />

86


Quando ele rolou para o lado e me puxou, eu fui de bom grado. Aninhada,<br />

saciada, caí no sono com nada na mente, somente ele.<br />

87


Capítulo 11<br />

Estou tão fodido<br />

Eu dormi com minha cliente.<br />

Não. Eu fodi Race True.<br />

A memória da noite passada voltou para mim quando abri meus olhos. O jeito<br />

que ela tinha chamado o meu nome, o som de seus gemidos, e o orgasmo duro que<br />

tinha me rasgado, me fez sorrir.<br />

Race True era mais do que eu esperava. Eu sabia, no momento em que a vi,<br />

que eu a queria.<br />

Ela moveu-se, puxando o edredom contra o peito.<br />

Sentando-me, eu assisti um ronco suave sair de seus lábios.<br />

Havia muito sobre a mulher que eu não conhecia. A única coisa que eu sabia,<br />

com certeza, era que eu queria saber tudo sobre ela.<br />

Ontem à noite não foi o fim.<br />

Não podia ser.<br />

Eu estive com muitas mulheres na minha vida, mas ninguém como ela.<br />

Eu estou tão fodido.<br />

Eu dormi com a minha cliente.<br />

Se ela acordar e lamentar por ontem à noite, ela poderia me demitir. Thomas<br />

provavelmente me mataria se descobrisse. A ansiedade tomou conta de mim.<br />

—Bom dia. — Ela sussurrou, esticando os braços.<br />

—Bom dia, linda. — Respondi, sentindo-me instantaneamente aliviado.<br />

—Eu dormi como uma pedra. —Ela chutou as cobertas, contorcendo seu<br />

corpo como eu nunca tinha visto, e bocejando.<br />

88


—Eu também. —Eu disse.<br />

Na noite passada, eu tinha desmaiado completamente, segurando seu corpo e<br />

girando os dedos em seu cabelo.<br />

—Vem cá, Race. —Eu disse batendo o pé, querendo tocá-la.<br />

—Você já quer que eu chupe seu pau? —Perguntou ela com os olhos<br />

arregalados.<br />

—Se você está oferecendo. —Eu ri. —Eu só quero conversar.<br />

—Oh! — Ela murmurou antes de colocar a cabeça na minha coxa.<br />

Enfiei os dedos no cabelo dela, acariciando a seda amarela.<br />

—Eu quero falar sobre a noite passada. — Eu disse.<br />

Ela virou-se e olhou para mim.<br />

—O que há para falar?<br />

—Você está bem? —Engoli em seco, acalmando minhas mãos em seu cabelo.<br />

—Quero dizer, estamos bem?<br />

—Você acha que eu me arrependi? Ou que eu estava bêbada demais para não<br />

saber o que estava fazendo?<br />

Mordi o lábio respirando profundamente.<br />

—Sim.<br />

—Morgan. — Ela sussurrou, esfregando sua bochecha contra a minha coxa. —<br />

Eu não me arrependo de nem um minuto de ontem à noite.<br />

—Ufa! —Murmurei, começando a acariciar seu cabelo novamente, amando o<br />

jeito que caía sobre meus dedos. —Porque foi fan-porra-tástico!<br />

Ela riu, balançando a cabeça. —Foi, e eu lhe disse que não estava bêbada. —<br />

Disse ela, relaxando contra mim.<br />

—Você estava muito bêbada.<br />

—No momento em que chegamos aqui, fiquei sóbria o suficiente para saber o<br />

que estava pedindo. Eu não me arrependo de nem um minuto.<br />

89


Fechei os olhos, descansando minha cabeça contra a cabeceira. —Você não<br />

deveria. Eu fui espetacular. —Olhei para ela de esguelha.<br />

—Você é um idiota. —Ela bateu no meu estômago. —Morgan. — Ela<br />

sussurrou, traçando os contornos do meu abdômen com os dedos, onde sua mão<br />

tinha acabado de bater.<br />

—Sim? —Perguntei, ficando perdido no padrão.<br />

—Você acha que devemos parar de trabalhar juntos? Quero dizer, você ainda<br />

pode trabalhar no meu caso depois do que fizemos? —Seu dedo ficou imóvel,<br />

permanecendo contra a minha pele.<br />

Eu não respondi de imediato, pensando sobre isso.<br />

—Sim, Race. Quero terminar o seu caso. Não há nada mais que eu queira do<br />

que deixar você em segurança. — Eu disse, sabendo que ninguém mais trabalharia<br />

tão duro por ela. —Ninguém tem mais a ganhar com o caso resolvido do que eu.<br />

Ela levantou-se, olhando para mim com os vincos em sua testa se<br />

aprofundando.<br />

—O que você tem a ganhar, Sr. DeLuca?<br />

—Você, Sra. True. — Eu disse tratando o assunto com naturalidade. —Eu<br />

tenho tudo a perder se eu não conseguir solucionar isso, e mais do que eu mereço se<br />

eu resolver o seu caso.<br />

sorriu.<br />

—Como você sabe que eu não quero só dormir com você e nada mais? —Ela<br />

—Vamos lá, princesa. Eu vi como você olhou para mim quando meu pau<br />

estava enterrado dentro de você.<br />

—Querido, isso era luxúria.<br />

Eu balancei a cabeça, franzindo os lábios. —Isso foi mais do que luxúria.<br />

—Eu gosto de você, Morgan, mas não vamos exagerar. — Ela disse deitando a<br />

cabeça. —Embora, eu admito, eu amo seu pau.<br />

90


—É um começo. —Menti, porque embora ela não pudesse dizer as palavras,<br />

seu corpo a traiu. —Você pode mentir para você mesma o quanto quiser, mas eu sei<br />

a verdade. —Eu pisquei para ela.<br />

—Eu tenho que ir para o escritório. — Ela murmurou, fechando os olhos.<br />

—É sábado.<br />

—Só por isso? Você vai trabalhar hoje? —Perguntou ela, acariciando o V no<br />

meu abdome.<br />

—Sim. Depois que eu encontrar um lugar para morar.<br />

—Veja. Nós dois somos workaholics 7 . —Brincou ela, passando as unhas na<br />

minha pele.<br />

—Só porque eu quero resolver o seu caso.<br />

—Boa resposta.<br />

Olhei para o relógio, percebendo que ainda tinha uma hora. —Eu tenho que<br />

ir, mas não quero me mover.<br />

—Humm. — Ela murmurou.<br />

—Eu tenho um compromisso com o meu corretor de imóveis.<br />

Ela suspirou antes de sentar-se.<br />

—É melhor você ir, então. —Ela deixou os lençóis caírem do seu corpo, dando<br />

um sorriso preguiçoso.<br />

Fiquei olhando para seu peito enquanto minha ereção matinal crescia pronta<br />

para entrar em ação.<br />

—Eu tenho um pouco de tempo. —Me inclinei para frente. —E você? —<br />

Murmurei contra sua pele.<br />

—Eu posso fazer o meu tempo.<br />

—Eu vejo aquele olhar em seus olhos. — Eu disse a ela, varrendo a minha<br />

língua em seu pescoço.<br />

7 Viciados em trabalho<br />

91


oca.<br />

—Morgan. —Ela sussurrou, com a voz entrecortada. —Só me fode e cale a<br />

Mordi seu pescoço.<br />

—Eu gosto de uma mulher que sabe o que quer.<br />

—Xii! — Ela sussurrou, apalpando meu pau. – Fala menos.<br />

Eu fodi Race mais uma vez antes de sair. Não sabia se seria a última vez.<br />

Memorizei todos os ângulos, armazenando-os para mais tarde.<br />

Eu saí com as pernas bambas, perfeitamente gastas.<br />

As coisas tinham mudado entre nós, e minha vida parecia estar se encaixando.<br />

Talvez eu estivesse lendo mais nisso do que deveria. Mas havia aquele olhar<br />

que eu conheço, que transmite todas as emoções não ditas. Eu vi isso em seus olhos.<br />

Ela queria me conhecer, tanto quanto eu queria descobrir quem era a<br />

verdadeira Race True, e isso me fez feliz.<br />

Eu andei até a calçada e entrei no meu carro, saboreando a memória dela<br />

chamando meu nome.<br />

A vida era boa.<br />

92


Capítulo 12<br />

Oh Deus<br />

Race<br />

Meu Deus. Eu fodi Morgan DeLuca.<br />

Na verdade, ele tinha-me fodido, e eu não tinha vergonha de admitir que eu<br />

amei cada minuto disso.<br />

Ele me abraçou também. Segurou-me em seus braços toda a noite, e eu<br />

adorei pra caralho.<br />

—Esse sorriso é sobre o quê? —Cara perguntou entrando no meu escritório.<br />

—Oh nada. — Falei, balançando para frente e para trás em minha cadeira.<br />

—Eu tenho trabalhado para você tempo suficiente para conhecê-la. —Disse<br />

ela, levantando uma sobrancelha e começando a arrumar minha mesa.<br />

Cara tinha sido atribuída a mim no meu primeiro dia de trabalho. Enquanto<br />

subia os degraus, ela vinha comigo e manteve-se sempre fiel. Eu não acho que<br />

poderia ser possível ter uma secretária melhor do que ela. Mais importante, ela era<br />

minha melhor amiga, e sempre confiei nela.<br />

Ela olhou para mim. —É aquele homem, não é?<br />

—Quem? —Perguntei murmurando.<br />

—Você já teve duas reuniões agora, com o homem da empresa de<br />

investigação.<br />

—Ele é bom. — Eu disse, mexendo com a minha caneta.<br />

—Claro. —Disse ela. —Por que você está tão vermelha agora que eu o<br />

mencionei? —Ela inclinou a cabeça, sorrindo.<br />

—Está quente aqui.<br />

—Não está. Então, você gosta dele? —Perguntou. —Você já o beijou?<br />

93


—Cara! — Eu disse, tentando não sorrir.<br />

Ela balançou a cabeça e riu.<br />

—Não importa o que ele fez, eu gosto de ver você feliz.<br />

—Sim. —Eu sussurrei incapaz de olhar nos olhos dela.<br />

—Não esqueça de que é hoje. —Ela me disse no momento em que pegava<br />

uma pilha de pastas para arquivar.<br />

—Eu sei. —Suspirei com um nó formando no meu estômago.<br />

—Você quer que eu pegue algumas flores para você? —Ela perguntou,<br />

parando na porta.<br />

—Não. Eu pego. — Eu disse a ela, balançando a cabeça. —Por que você não<br />

sai mais cedo hoje? Não há nenhuma razão para você trabalhar nos fins de semana<br />

comigo, Cara.<br />

—Eu gosto de passar um tempo com você, Race. Você sabe disso. Meus filhos<br />

estão crescidos, meu marido foi embora, e eu não posso simplesmente ficar em casa<br />

o dia todo. Eu ficaria louca.<br />

—Bem, eu adoro ter você por perto, Cara. Você é mais do que apenas a minha<br />

secretária.<br />

—Eu sei, garota. Eu sei. Eu acho que você deve tirar o dia de folga também. —<br />

Ela segurou a porta aberta enquanto equilibrava a pilha de pastas em seus braços.<br />

fazer.<br />

Olhei por cima da minha mesa, percebendo que eu não tinha mais nada para<br />

—Eu vou sair em breve.<br />

—Até segunda-feira. — Ela disse antes de sair.<br />

—Segunda-feira. — Eu repeti, agarrando minha bolsa e seguindo-a até o<br />

saguão.<br />

*****<br />

Hoje era o aniversário da morte de meu pai.<br />

Onde é que foram quinze anos?<br />

94


Mesmo que o tempo tenha passado, a tristeza imensurável de perder meu pai<br />

não tinha diminuído. Todo dia eu pensava nele. Havia momentos em que eu sentia<br />

falta dele mais do que em outros, mas não passava um segundo sem que eu não<br />

sonhasse estar em seus braços.<br />

Lágrimas caíram dos meus olhos, estatelando-se na grama enquanto estava<br />

na frente de sua sepultura.<br />

—Papai. —Sussurrei, caindo na grama. —Sinto muito. — Eu gemia, cobrindo<br />

meu rosto. —Eu deveria ter vindo mais cedo.<br />

À medida que cada ano passava, eu vinha visitá-lo cada vez menos. A culpa<br />

que eu experimentava sugava a vida de mim. Eu não podia passar meus finais de<br />

semana aqui, sentindo o peso de sua morte em meus ombros.<br />

Ele foi meu mundo inteiro, e o único na minha família que me mostrou amor<br />

incondicional. Ele me levava em todos os lugares com ele, para desgosto da minha<br />

mãe. Escapávamos secretamente nos fins de semana, desfrutando de nosso tempo<br />

fora da cidade.<br />

Meu pai tinha sido o meu melhor amigo. Não havia nada que eu amasse mais<br />

do que ser sua menina. Quando ele morreu, um pedaço de mim foi enterrado com<br />

ele.<br />

Minha mãe ficava mais odiosa a cada dia que passava. Até o momento em<br />

que eu fui para a faculdade, nós tínhamos parado de nos falar. Realmente, eu tinha<br />

parado de falar com ela porque não podia mais aguentar suas besteiras. De alguma<br />

forma, ela tinha chegado à conclusão de que a culpa de meu pai ter morrido foi<br />

minha.<br />

Ele morreu instantaneamente um dia após o trabalho, quando veio me pegar<br />

na escola. Ela disse que a sua necessidade de me fazer feliz por não exigir que eu<br />

pegasse o ônibus escolar, foi a causa. Não foi o carro que tinha batido na parte de<br />

trás do seu SUV, mas eu. Em sua mente, eu fui a pessoa que o matou.<br />

Depois de colocar as flores em seu túmulo, me levantei e beijei sua lápide. —<br />

Eu te amo, papai. —Sussurrei com outra onda de soluços escapando.<br />

Eu teria dado qualquer coisa para ouvi-lo chamar meu nome novamente.<br />

Eu conhecia a perda.<br />

95


Era parte de mim.<br />

Meu pai foi meu primeiro amor, e a primeira pessoa a me deixar para trás.<br />

Todos me deixaram.<br />

Eu não poderia deixar-me sentir nada por Morgan. Eu acho que não poderia<br />

ter outro coração partido sem perder-me completamente na escuridão.<br />

96


Capítulo 13<br />

Jantar em Família<br />

—Como vai o trabalho? —Perguntou o tio Sal.<br />

—Bom. Muito bom.<br />

—Ele tem sido uma grande ajuda, Pop. — Thomas me deu um breve aceno.<br />

—Nós realmente precisávamos dele. Inferno, nós ainda poderíamos usar alguns caras<br />

para nos dar uma folga.<br />

—É sempre bom estar na demanda filho.<br />

Eu deveria me sentir culpado por sexta à noite, mas não o fiz. Eu não me<br />

arrependo de nenhum momento que passei com Race.<br />

—Sim. James e eu estamos discutindo alguns nomes de pessoas que<br />

poderíamos recrutar para se juntarem a nós. — Thomas disse enquanto colocava os<br />

pés em cima da mesa de café.<br />

—Alguém que eu conheça? —Perguntou o tio Sal, levantando uma<br />

sobrancelha.<br />

—Você conhece, mas eu não quero falar sobre trabalho hoje. Eu ainda estou<br />

tentando convencer James de que ele é o homem certo para o trabalho.<br />

—Oh! Sam? —Perguntou.<br />

James juntou as mãos e cerrou os dentes. —Você sabe que eu o odeio.<br />

Thomas olhou para James e sorriu. —Nós já passamos por isso.<br />

—Você já falou com a sua mãe hoje, Morgan? —Tia Mar perguntou<br />

adentrando a sala de estar.<br />

—Hoje não. Algo aconteceu? —Perguntei, meu coração começou a bater de<br />

forma irregular.<br />

97


—Ela disse que estaria aqui na próxima semana. — Ela sorriu sentando-se no<br />

braço do sofá.<br />

—Ótimo. — Eu disse em voz baixa, com os dentes cerrados.<br />

—Você é um mentiroso horrível. —Tia Mar bateu-me com o pano de prato.<br />

Suspirei. —Eu a amo, mas a mulher às vezes é tão arrogante.<br />

—Nós somos mães. Estamos aptas a ser.<br />

Essa foi sempre a desculpa que minha mãe me deu. Era seu trabalho ser chata<br />

e intrometida como o inferno.<br />

—Mas seria bom se ela pudesse pegar leve só um pouco.<br />

Tia Mar riu. —Nunca vai acontecer. —Disse antes de levantar-se e voltar para<br />

a cozinha.<br />

Joe me cutucou com o cotovelo.<br />

—Você apenas tem que aprender a lidar com elas.<br />

—Sim. — Mike concordou da cadeira no canto, balançando a cabeça<br />

lentamente.<br />

—Fingir que você está ouvindo, e aprender a ignorá-la. Isso é o que eu faço<br />

com Ma. —Anthony puxou sua esposa, Max, em seu colo.<br />

—Eu posso ouvir você! —Tia Mar gritou da cozinha.<br />

—Ma não é tão ruim. — Acrescentou Thomas.<br />

Todos os olhos se voltaram para ele.<br />

—Isso é porque você esteve fora muito tempo. Se não fosse por isso, você<br />

teria a mesma besteira igual a nós. — Joe disse calmamente, enquanto seus olhos<br />

corriam em direção à cozinha.<br />

—Oh, por favor. Elas só nos amam. —Thomas estufou o peito.<br />

chão.<br />

—Mentira. Tudo mentira. — Izzy disse deslizando entre as pernas de James no<br />

Eu senti inveja dos Gallos.<br />

98


Eles tinham um ao outro.<br />

Eu fui sozinho minha vida inteira, sem irmãos ou irmãs para brincar ou cuidar<br />

de mim. Eu sentia falta da minha mãe, mas eu nunca admitiria isso. E se eu fosse<br />

completamente sincero, eu desejei que Race estivesse aqui comigo.<br />

—Qual o problema? —Perguntou Joe.<br />

Pisquei algumas vezes me focando nele. —Eu? —Perguntei, franzindo o nariz.<br />

—Sim, você.<br />

—Nada, cara.<br />

—Alguma coisa está te preocupando primo. Cuspa. —Disse Joe, correndo o<br />

dedo sobre o lábio.<br />

Eu suspirei, esfregando as mãos no rosto.<br />

—Só pensando em como vocês tem sorte de ter um ao outro.<br />

—Cara, deve ter sido uma merda ser filho único. — Mike entrou na conversa,<br />

balançando a cabeça quando estremeceu.<br />

Dei de ombros.<br />

—Às vezes, era ótimo. Eu não tinha que compartilhar nada com ninguém,<br />

mas, então, em outras vezes...<br />

—Sim. Era solitário. —Disse Mike.<br />

—Eu acho besteira. Eu adoraria ser filha única. — Izzy deixou escapar. —Eu<br />

gostaria de toda a atenção. Além disso, eu não teria que lidar com esses jumentos<br />

toda a minha vida.<br />

—Izzy. — Anthony disse lhe dando um olhar desagradável. — Por favor, pare<br />

com essa besteira. Você foi tratada como a única criança durante anos. Você é uma<br />

menina, e isso lhe proporcionou uma existência muito encantada.<br />

—Foi um pote de merda. —Ela revirou os olhos.<br />

Na outra sala, as crianças mais velhas brincavam na nova sala de jogos que tia<br />

Mar tinha feito para elas. Os Gallos estavam criando um pequeno exército. Izzy teve<br />

meninos gêmeos cerca de seis meses antes de seu casamento, e nomeou-os Rocco e<br />

99


Carmello, mas todos o chamavam de Mello. Thomas e Angel tiveram um menino,<br />

Nick, que estava aprendendo a andar. Anthony, Joe e Mike cada um nomeara as<br />

meninas de Tamara, Gigi, e Lily, respectivamente.<br />

—É melhor eu ir buscar Nick para que ele esteja pronto para comer, baby. —<br />

Angel disse a Thomas, antes de beijá-lo na bochecha e se levantar.<br />

—James. —Disse Izzy, olhando para ele.<br />

—O que?<br />

—Preciso de ajuda em buscar essas duas feras que você ajudou a fazer. —Izzy<br />

levantou-se e colocou as mãos nos quadris.<br />

—Eu faço isso. Vou pegar os dois, amor. Você descanse. — Ele a puxou de<br />

volta para o chão, e esfregou seu rosto em seu pescoço. —Adoro acordar os meninos.<br />

— Ele murmurou contra sua pele.<br />

—Não. Eu quero ajudá-lo. —Disse ela com uma risadinha enquanto ficava de<br />

pé puxando James com ela.<br />

A sala de estar esvaziou rapidamente. Tomei isso como uma sugestão para ver<br />

se tia Mar precisava de ajuda. O mínimo que eu podia fazer era oferecer ajuda, desde<br />

que ela teve a amabilidade de me convidar.<br />

—Ei, tia Mar. — Eu entrei na cozinha, encontrando-a colocando as<br />

almôndegas em uma tigela gigante. —Deixe-me ajudá-la.<br />

—Você é tão bom, Morgan. —Ela virou-se e me deu um sorriso magnífico. —<br />

Você pode terminar isso enquanto eu vejo se o nhoque está pronto?<br />

—Claro que sim. — Respondi, porque nhoque era o meu favorito. Caía no<br />

meu estômago como uma tonelada de tijolos, mas era surpreendentemente suave.<br />

Ela me entregou a colher.<br />

—Você é realmente um bom homem. Você mudou tanto desde que era um<br />

adolescente.<br />

—Espero que sim. Eu era um punk naquela época.<br />

100


—Todos nós temos de crescer em algum momento. Você apenas tomou o<br />

caminho mais difícil. —Ela inclinou-se e puxou uma tigela gigante do armário sem<br />

nenhum problema.<br />

—Juntar-me ao exército foi a melhor coisa para mim. Minha mãe discordaria,<br />

mas eu não sei se estaria vivo hoje se não fosse por eles.<br />

Ela colocou a tigela na pia e virou-se para mim.<br />

—Morgan. —Disse colocando a mão no meu ombro. — Sua mãe sabe que foi<br />

a melhor coisa para você. Ela só gosta de reclamar. Além disso... — Ela adicionou<br />

voltando sua atenção para a massa — É o trabalho de uma mãe fazer seus filhos se<br />

sentirem culpados. —Ela estava cercada por uma nuvem de vapor enquanto<br />

despejava água fervente e massa na pia.<br />

Deixei cair à última almôndega na travessa e a vi sacudindo a água para fora<br />

da massa.<br />

—Vocês são loucas.<br />

—Nós seriamos chatas se não fossemos. Seja um bom menino e vá colocar<br />

essas almôndegas na mesa da sala de jantar. Estamos apenas começando aqui.<br />

—Sim, senhora. — Eu provoquei, saudando-a.<br />

—Espertinho. Vocês são todos iguais.<br />

—Touché, tia Mar. —Desejei ter usado um pegador de panelas para levar a<br />

maldita travessa.<br />

Pela primeira vez em sempre, eu senti como se tivesse uma família<br />

novamente. Que pertencia a algum lugar. Embora fossem meus primos, eu os amava<br />

como se fossemos mais. Nós passamos a nossa juventude juntos, fazendo merda e<br />

causando problemas na vizinhança.<br />

Isso foi até que Joe e eu tínhamos ficado em apuros o suficiente, para fazer tia<br />

Mar e tio Sal embalar as coisas, pegar as crianças e sair da cidade. Foi a pior sensação<br />

que um dia senti.<br />

Olhei em volta da mesa da sala de jantar, observando cada uma das cadeiras,<br />

e disse a mim mesmo: Eu sou um sortudo filho da puta. Deixei de fora a parte sobre<br />

Race.<br />

1<strong>01</strong>


Só então, tia Mar gritou: — Jantar! —Enquanto ela carregava o nhoque para a<br />

sala de jantar, com os pegadores de panela que decidi não usar.<br />

—Obrigado. — Eu disse olhando para ela.<br />

—Por quê? —Ela perguntou colocando a travessa na mesa.<br />

—Por ser a minha família. — Respondi, e então lhe dei um beijo na bochecha.<br />

—Quem diria que você é tão coração de manteiga, Morgan?<br />

—Que isso não se espalhe. Entendeu?<br />

—Tarde demais. — Joe disse enquanto entrava na sala. —Eu vou comprar<br />

para o seu traseiro uma bolsa, para transportar todos esses sentimentos dentro de<br />

você.<br />

—Não comece, Joseph. — Tia Mar avisou. —Você não é tão duro como<br />

parece, meu filho. As pessoas têm teto de vidro.<br />

—Sim, sim. —Ele interrompeu. —Eu tenho sim.<br />

—O que eu perdi? —Izzy perguntou entrando atrás de Suzy, levando Mello.<br />

Ou talvez fosse Rocco. Eu não conseguia distingui-los ainda.<br />

—Nada, Izzy. Vamos comer. — Joe disse puxando a cadeira para sua esposa.<br />

Um por um, todos entraram na sala de jantar, tomando seus lugares na mesa.<br />

Mesmo eu, tinha a minha própria cadeira. Eu era um membro de pleno direito da<br />

família.<br />

Desta vez, eu não faria nada para acabar com isso.<br />

102


Capítulo 14<br />

Totalmente Fodida<br />

Race<br />

Eu odiava domingos.<br />

Eles eram inúteis.<br />

Eu sempre planejava passar meus domingos na praia, beber vinho e ler um<br />

bom livro, mas isso nunca aconteceu. Normalmente, eu ficava em casa, lavava roupa,<br />

e trabalhava de pijama.<br />

Eu não fui capaz de tirar Morgan da minha mente. Eu sabia que não deveria<br />

querer estar com ele, mas eu queria mais do que tudo no mundo. Eu não sobreviveria<br />

a ele. Eu sabia.<br />

Quando eu verifiquei meu e-mail antes de sentar para assistir a um filme, o<br />

que apareceu na minha tela me sacudiu.<br />

Race,<br />

Ele não pode ajudá-la. Ninguém pode. Você está na minha mira, e<br />

eu vou te pegar quando menos esperar.<br />

Meu coração começou a bater forte, e olhei em volta, me perguntando se<br />

alguém estava do lado de fora da minha casa. Peguei meu telefone e mandei uma<br />

mensagem para Morgan.<br />

Morgan: Estou indo. Fique aí.<br />

Eu: Não, eu estou bem. Eu só queria avisá-lo.<br />

Abri e tranquei de novo as portas francesas dos fundos, enquanto esperava<br />

pela sua resposta, e então olhei através das cortinas, tentando ver se tinha alguém lá<br />

fora.<br />

103


Morgan: Eu estou chegando, Race. Preciso fazer uma verificação de<br />

perímetro. Vou trazer os outros para ajudar, e ficar com você por um<br />

tempo. Sem reclamações.<br />

Eu não esperava que ele se apressasse por aí. Eu me senti culpada por tirá-lo<br />

de tudo o que estava fazendo esta noite.<br />

Eu: Não. Não há ninguém aqui. Estou bem. Sério.<br />

Morgan: Fique aí dentro, tranque as portas e fique longe das janelas.<br />

Eu chegarei em vinte minutos.<br />

Dã! Quer dizer, sério? Será que ele acha que eu ficaria do lado de fora e<br />

cantaria uma canção?<br />

Eu: Sim, senhor.<br />

Eu apaguei as luzes tentando me distrair enquanto esperava.<br />

Acomodei-me no sofá, assistindo ao The Bachelor 8 , e o desenrolar que<br />

acontecia a cada episódio. Era sempre bom para dar risada. Eu comecei a cair no sono<br />

durante a cerimônia da rosa, meus olhos ficando pesados e começando a arder.<br />

A campainha tocou e eu pulei.<br />

porta.<br />

—Race! —Morgan gritou quando ele bateu na porta. —Race, atende a maldita<br />

—Estou indo! —Eu respondi indo em direção à porta. Verifiquei o meu reflexo<br />

no espelho. Meus olhos estavam vermelhos, com olheiras. Ótimo. Meu pijama estava<br />

ok, eles não eram nada que ele não tinha visto antes. Realmente, era apenas um<br />

short e uma regata. Não estava querendo que ele achasse que eu tinha feito um<br />

esforço.<br />

Era apenas negócios, me lembrei quando cheguei à porta, não sexo.<br />

—Race! Eu vou colocar a porta abaixo se você não abri-la. —Ele bateu na<br />

porta desta vez.<br />

8 The Bachelor é um reality show de encontros amorosos roteirizado, produzido pela rede de televisão norte-americana<br />

ABC desde 2002<br />

104


O homem era um grande idiota.<br />

—Que diabos? —Perguntei, jogando minhas mãos para cima depois que eu<br />

abri a porta.<br />

Seus olhos estavam em chamas enquanto ele respirava com dificuldade.<br />

—Que diabos? Isso é tudo que você vai dizer? —Ele perguntou, com as mãos<br />

apoiadas no batente e dois homens atrás dele.<br />

—Bem, sim. Quer dizer, eu estou bem, e não há nenhuma razão para ameaçar<br />

arrebentar a minha porta. Eu gritei que estava vindo.<br />

—Eu não deixaria uma porta ficar entre mim e sua segurança. —Disse ele,<br />

dando-me um sorriso indiferente.<br />

—Estou bem. Eu não fui assassinada. —Abri a porta ao máximo para deixá-los<br />

entrar.<br />

—Ainda não. —O cara alto disse, seguindo Morgan para dentro da casa.<br />

—Jesus. Vocês são todos como Debbie Downers 9 . —Eu disse enquanto<br />

fechava a porta.<br />

—Somos realistas, Sra. True. Existem ameaças contra você, e estamos levando<br />

muito a sério. —Disse Gallo.<br />

—Bem. Estou preocupada também. Você está certo. Mas não temos que ir ao<br />

limite aqui.<br />

Enquanto eu estava lá, meio vestida, vermelhidão subiu pelo meu peito.<br />

Eu nunca fui aquela garota.<br />

—O limite teria sido se nós viéssemos com nossas armas em punho, senhora.<br />

—Disse o homem alto.<br />

Eu balancei minha cabeça enquanto caminhava de volta para o sofá.<br />

—Homens. Vocês são todos loucos. — Eu murmurei, caindo na almofada.<br />

9 Nome de um personagem no Saturday Night Live que estraga encontros sociais, trazendo até tópicos negativos.<br />

105


—Nós vamos fazer um levantamento do perímetro, enquanto Morgan verifica<br />

a casa. Nós estaremos fora daqui em breve. — Thomas tranquilizou-me antes de<br />

caminhar em direção à porta dos fundos.<br />

—Quanto mais cedo melhor. — Retruquei, cruzando os braços sobre o peito.<br />

—Eu vou ficar. — Morgan me disse abrindo seus pés na largura dos ombros,<br />

eriçando-se como um gato.<br />

—Não, você não vai. —Atirei em direção a ele.<br />

Eu queria que ele ficasse não porque tinha, mas porque queria.<br />

Ele me encarou. —Sim. Eu vou.<br />

—Por quê? —Eu perguntei, olhando para ele.<br />

Seus olhos correram em direção ao meu peito, e meus olhos o seguiram. Pelo<br />

amor de Deus, meus braços tinham empurrado os meus seios para cima, colocandoos<br />

em plena exibição.<br />

Quando eu trouxe meus olhos de volta ao seu, ele ainda estava grudado em<br />

meu peito. Qualquer constrangimento que eu tinha desapareceu. Morgan DeLuca<br />

estava com segundas intenções. Ou seriam terceiras?<br />

—Porque eu não serei capaz de dormir esta noite se achar que alguém está<br />

atacando você. — Respondeu.<br />

—Eu tenho uma arma.<br />

Ele fechou os olhos, apertando a ponte do nariz.<br />

—Isso não deixa minha mente à vontade, princesa.<br />

Eu levantei minha cabeça.<br />

—Por quê? Porque eu sou uma garota?<br />

—Não, Race. —Disse ele, e então gemeu. —Deixe-me verificar a casa e ter<br />

uma rápida reunião com os caras, e explicarei isso para você.<br />

Revirei os olhos, virando-me de costas para ele. Antes que eu pudesse dar<br />

dois passos, sua mão enrolou no meu braço, me arrastando para trás.<br />

—Com licença. — Eu rebati, olhando para sua mão.<br />

106


—Escute, Race. Deixe essa atitude por cinco malditos minutos. Estou aqui<br />

para te proteger. Você pode esperar. —Ele tocou meu queixo, levantando meus olhos<br />

para encontrar os seus. —Não fique ofendida e batendo os pés como uma criança.<br />

Por favor, deixe-me fazer o meu trabalho sem qualquer birra, mulher.<br />

—Vá. —Disse acenando para ele ir embora. —Faça o seu trabalho. —Eu me<br />

encolhi, sabendo que soou como birra.<br />

Ele soltou meu braço, sua mandíbula apertada.<br />

—Fique aqui. — Ele ordenou, apontando para o chão.<br />

Cruzei os braços novamente. —Tá bem.<br />

Ele marchou, movendo-se de sala em sala.<br />

Por que diabos Morgan DeLuca fazia a forte executiva em mim desaparecer?<br />

Quando eu estava perto dele, me transformava em uma cadela, uma bêbada<br />

ou uma loose-lipped 10 .<br />

—Encontrou alguma coisa suspeita? —Gritei ainda de pé no mesmo lugar.<br />

—Não. —Ele andou até a cozinha, batendo a porta dos fundos quando saiu.<br />

Eu fui na ponta dos pés para a cozinha, abri as persianas, e assisti-os. Eles<br />

estavam amontoando na calçada. Não importa o quanto eu tentasse, eu não<br />

conseguia entender o que eles estavam dizendo uns aos outros. Quando se<br />

separaram e Morgan começou a caminhar de volta e subir os degraus, eu corri de<br />

volta para o meu lugar.<br />

Quando ele entrou na sala, olhou para mim com a sobrancelha arqueada.<br />

—Você ficou?<br />

—Sim.<br />

Ele estreitou os olhos para mim.<br />

—Não importa. O perímetro está limpo e não há ninguém dentro da casa. Os<br />

caras estão voltando para casa.<br />

10 Dada a conversa indiscreta ou incessante<br />

107


—Posso me mover agora?<br />

—Sim.<br />

Virei às costas, movendo-me mais rápido desta vez, e cai no sofá.<br />

—Eu tentei te dizer que não havia ninguém aqui. Você não precisava trazer os<br />

caras para conferir. Agora que estou segura, você pode ir. Seu trabalho não implica<br />

em ser meu guarda costas. —Eu peguei o controle remoto, mudando os canais, e<br />

tentando não olhar para ele.<br />

Ele sentou-se, virando-se para olhar para mim.<br />

—Eu vou ficar com você.<br />

Olhei para trás. —Por quê? Você acabou de dizer que ninguém está aqui.<br />

—Eu quero ter certeza de que você ficará segura esta noite.<br />

—Não está ultrapassando o chamado dever?<br />

Ele beliscou a ponte de seu nariz, deixando escapar um longo suspiro, duro.<br />

—Race... —Disse ele, me encarando —Você é mais do que um dever para mim. A<br />

outra noite não significou nada para você?<br />

—Bem, eu... —Murmurei, sentindo-me como uma completa idiota.<br />

Ele inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e passando os<br />

dedos pelos cabelos.<br />

—Isso significava algo para mim. Você não foi apenas um caso de uma noite. E<br />

até que eu descubra quem está atrás de você, não vou arriscar que algo aconteça.<br />

Nós já passamos por isso antes. Você pode deixar de ser um osso duro de roer por<br />

cinco minutos?<br />

—Sinto muito. —Me desculpei, chegando mais perto dele. —Eu ia assistir a<br />

um filme antes de dormir. Você quer assistir comigo? —Perguntei, engolindo em<br />

seco e tentando evitar a tentação.<br />

—O que você quiser. —Disse ele, recostando-se na almofada do sofá.<br />

DVD.<br />

—Lado a Lado ou P. S. Eu te amo? —Felizmente para ele, eu tinha ambos em<br />

108


—Qual deles tem mais ação?<br />

Eu joguei minha cabeça contra a almofada e sorri. —P. S. tem mais morte.<br />

—Parece bom.<br />

—Pipoca? —Perguntei me levantando do sofá quando os créditos<br />

começaram.<br />

—Quer ajuda? — Perguntou, começando a se levantar.<br />

Eu o empurrei para baixo.<br />

—Deixa comigo. Relaxe.<br />

Joguei a pipoca no micro-ondas e fiquei olhando, vendo-as estalar<br />

lentamente.<br />

Eu o queria novamente. Tê-lo bem perto, sentir a pele dele contra mim<br />

enquanto sua boca cobria a minha.<br />

Perdida em pensamentos, eu fiquei na ponta dos pés e peguei uma tigela de<br />

vidro. Eu toquei a borda inferior, tentando puxá-la para fora. Como se em câmara<br />

lenta, a tigela escorregou do armário e começou a cair.<br />

—Porra! —Eu gritei, encolhendo-me enquanto tentava agarrá-la. Quando<br />

atingiu a quina do balcão, quebrou e caiu no chão em pedaços, os fragmentos de<br />

vidro deixaram um rastro.<br />

Antes que eu pudesse piscar, Morgan estava de pé ao meu lado, me puxando<br />

para longe dos destroços da tigela.<br />

Eu pulei, gritando alto. —Jesus, você me assustou pra caralho.<br />

—Desculpe. —Disse ele, levantando-me para longe do vidro.<br />

—Droga. — sussurrei pegando um vislumbre das minhas mãos.<br />

Ele puxou minhas mãos mais perto. —Deixe-me ver.<br />

Em vez de puxar para trás, eu cedi.<br />

O sangue já tinha começado a se acumular nas palmas das minhas mãos e<br />

escorria das bordas.<br />

109


Por que eu tinha que tentar pegar a tigela de merda?<br />

—Os cortes não parecem muito profundos. —Disse ele quando trouxe as<br />

minhas mãos mais perto de seu rosto e as inspecionou.<br />

—Precisamos limpar as feridas e parar o sangramento.<br />

—Você é um médico agora? —Eu provoquei, tentando engolir as lágrimas que<br />

estavam ameaçando cair.<br />

Ele agarrou minha cintura e me içou sobre a bancada. Chocada com a sua<br />

força, eu só o encarei. Olhamos um para o outro enquanto ele roçava os polegares<br />

contra o meu estômago, fazendo com que meu interior desse cambalhotas.<br />

—Basta ficar quietinha e bonita enquanto eu enfaixo isso aqui.<br />

Ele acha que eu sou bonita.<br />

Eu senti minhas bochechas corarem.<br />

Seus músculos moveram-se sob as bordas das mangas da camiseta, e fiquei<br />

paralisada por seu ritmo, apertando as pernas juntas.<br />

—Isso pode doer um pouco. —Disse esfregando o sabão na toalha de papel.<br />

Eu estremeci, tentando puxar minhas mãos para trás.<br />

—Não há uma maneira melhor de fazer isso? —Perguntei.<br />

Ele deu um passo para frente, quase em pé entre as minhas pernas.<br />

Meu coração parou e minha respiração vacilou.<br />

—Eu só preciso limpar o sangue e certificar-me de que não haja fragmentos<br />

dentro das feridas antes de enfaixá-las.<br />

—O que você está fazendo? —Perguntei com os olhos arregalados.<br />

Ele olhou para cima e sorriu.<br />

—Eu estou de pé onde eu sei que você não pode me chutar nas bolas.<br />

Eu suspirei, descansando os joelhos contra os seus lados.<br />

Poderia muito bem me divertir.<br />

110


Ele tocou minha mão e deixou os dedos retos. Eu fiz uma careta, esperando a<br />

dor do sabão. Ele limpou a minha palma. O frescor da água foi melhor do que eu<br />

esperava.<br />

Talvez meu cérebro estivesse confuso por ele estar tão perto, mas eu não<br />

sentia dor. Minha barriga vibrou enquanto ele me tocava.<br />

Se eu me inclinasse um pouco mais, eu poderia beijá-lo e sentir o seu cheiro.<br />

—Você acabou de me cheirar? —Ele perguntou olhando para cima, segurando<br />

a minha mão na sua.<br />

—Não! —Eu me contorci, apertando os joelhos contra os seus lados e<br />

imediatamente lamentando a nossa posição.<br />

—Você me cheirou. —Ele olhou para baixo com um sorriso.<br />

Engoli em seco, sentindo a umidade aumentar entre minhas pernas.<br />

—Deixe sua mão aberta para secar. —Ele abriu minha mão direita e repetiu o<br />

processo.<br />

—Terminou? —Perguntei quando ele terminou de limpar o último corte. Eu<br />

estava pronta para pular para baixo e colocar um pouco de espaço entre nós.<br />

—Sim, mas precisamos enfaixá-las em primeiro lugar. Elas ainda estão<br />

sangrando, e se não fizermos isso, vai pingar em todos os lugares.<br />

—Grande. —Revirei os olhos. Por que diabos eu tinha pintado o interior da<br />

minha casa de branco?<br />

—Suas mãos vão estar doloridas amanhã. —Suas mãos repousavam sobre<br />

minhas coxas, queimando minha pele.<br />

—Onde está o seu kit de primeiros socorros?<br />

Eu deveria ter me depilado.<br />

—Fabuloso. —Murmurei.<br />

—No banheiro. —Fiz um gesto em direção ao corredor.<br />

—Fique aí. — Ordenou, apontando para mim.<br />

Dei de ombros, colocando as palmas das mãos para cima.<br />

111


—Para onde eu iria? Eu não quero sangrar por todo o lugar.<br />

Ele esfregou a testa enquanto caminhava pelo corredor e saía de vista.<br />

—Controle-se, Race. —Disse a mim mesma antes de inalar uma respiração<br />

longa e profunda. — Você é uma mulher forte. Você é uma executiva. Você não tem<br />

tempo para envolvimentos românticos. — Soprei o ar dos meus pulmões e fechei os<br />

olhos. —Nós nunca daríamos certo de qualquer maneira. —Disse a mim mesma<br />

conforme pensava na sexta-feira à noite.<br />

—O que não daria certo?<br />

Eu pulei fechando os punhos. —Droga! —Eu gritei com a dor passando pelas<br />

minhas mãos.<br />

—Eu não queria assustá-la. —Disse ele, deixando o kit de primeiros socorros<br />

no balcão.<br />

—Estou nervosa. —Menti, dando uma espiada em minhas mãos, batendo<br />

meus calcanhares no gabinete. —Eu sinto muito.<br />

—Por quê? Fui eu quem que te assustou.<br />

feito.<br />

Eu segurei as palmas das mãos abertas, mostrando-lhe a bagunça que tinha<br />

—Você vai ter que limpá-las novamente. —Eu tentei esconder meu sorriso,<br />

porque, na realidade, eu o queria entre as minhas pernas.<br />

—Não é um negócio difícil, princesa. —Ele disse com uma voz calma,<br />

encolhendo os ombros.<br />

—Me fale um pouco mais sobre você, Morgan. — Eu disse, tentando pensar<br />

em algo diferente do que o seu corpo e o meu, juntos, nus, suados.<br />

Foda-se, eu estava desesperada.<br />

—Não há muito a dizer, Race. Eu lhe disse muito sobre mim no dia em que<br />

nos conhecemos.<br />

—Não, você não disse. Eu quero saber mais sobre quando você estava no<br />

exército. E sempre morou por aqui? — Eu sabia que não era, mas porra, receber<br />

informações dele não foi fácil.<br />

112


—Eu cresci em Chicago, e mudei recentemente, antes de começar a trabalhar<br />

no seu caso.<br />

—Eu estive lá uma vez. É uma cidade incrível. O shopping é espetacular.<br />

—Eu acho que sim. Não sou muito de shopping. —Ele jogou a toalha de papel<br />

suja de sangue na pia.<br />

—Sim. Eu posso ver isso.<br />

—Isso é uma reclamação? —Ele perguntou me olhando com olhos brilhantes.<br />

Eu balancei minha cabeça.<br />

—Não. Você é apenas um homem. —Deus, eu era uma idiota às vezes.<br />

—O que o trouxe para a Flórida?<br />

—Eu vim para um casamento, e meu primo me ofereceu um emprego.<br />

—Qual é seu primo?<br />

gaze.<br />

—Thomas. — Respondeu e abriu a caixa de primeiros socorros tirando uma<br />

—Eu posso ver a semelhança. —Eram homens corpulentos e lindos de morrer.<br />

—Por que você se juntou ao exército? —Eu sabia que estava sempre de boca fechada<br />

sobre o meu passado, mas receber informações dele era como arrancar os dentes.<br />

—Eu tive alguns problemas quando adolescente. O juiz me perguntou se eu<br />

queria me alistar ou passar algum tempo atrás das grades.<br />

—O que você fez? Roubou alguém? —Provoquei, franzindo os lábios.<br />

—Algo parecido com isso. — Ele murmurou.<br />

—Hã?<br />

—Eu nem sempre fui um bom rapaz, Race. —Ele disse fazendo um carinho na<br />

minha mão. —Todos nós fazemos coisas estúpidas quando somos jovens.<br />

—Você ainda é jovem.<br />

—Quando somos mais jovens. —Enfatizou a última palavra.<br />

—O que exatamente você fez? Eu quero ouvir isso.<br />

113


Ele suspirou.<br />

—Por que você quer saber?<br />

Eu mordi o interior da minha boca e pensei sobre como responder a sua<br />

pergunta.<br />

—Estamos apenas conversando um pouquinho.<br />

—Eu preferiria...<br />

—Espere. — Eu o interrompi. —Eu só quero saber quem você é como pessoa.<br />

Prometo não julgá-lo.<br />

—Você está me julgando desde o dia em que me conheceu.<br />

Um nó formou-se na minha garganta.<br />

—Eu sinto muito. Eu não vou julgá-lo. Eu só quero saber mais sobre você. Nós<br />

todos temos um passado, Morgan.<br />

—Eu vou te dizer alguma coisa, se você compartilhar um pouco de si mesma<br />

em troca.<br />

—Eu? —Perguntei um pouco apavorada.<br />

—Sim. É justo, Race.<br />

—OK. É justo, mas você vai primeiro. —Me acovardei. Eu queria ouvir o<br />

segredo grande e sombrio sobre sua vida passada, antes de divulgar algo sobre mim<br />

mesma.<br />

Ele começou a passar pomada antibiótica em toda a palma da mão, mas eu<br />

não senti nada, muito distraída ouvindo-o.<br />

—Eu me envolvi com as crianças erradas no ensino médio. Começou com<br />

coisas pequenas e apenas por estar entediado. Eventualmente, a nossa reputação<br />

chegou a alguns figurões do bairro.<br />

—Figurões? —Perguntei, engolindo em seco.<br />

—Sim. Chicago ainda tem um monte do crime organizado. Um dia, nós<br />

roubamos um caminhão cheio de mercadorias.<br />

—Um caminhão? —Perguntei, olhando para ele de boca aberta.<br />

114


—Um caminhão inteiro, cheio de eletrônicos. Precisávamos vender a merda<br />

rápida para que não fôssemos pego. A notícia foi passada para alguém, que então<br />

disse a alguém, até bater no traficante do nosso bairro.<br />

—Isso não parece muito bom. —Fiquei olhando para as mãos, que ele tocava<br />

com tanta ternura me deixando viciada.<br />

—Estávamos morrendo de medo no início, mas uma vez que nos encontramos<br />

com o cara, ficamos animados. Éramos crianças estúpidas como o inferno, mas<br />

pensamos que era uma grande oportunidade. Naturalmente, nós estávamos errados,<br />

e acabamos presos cerca de um ano mais tarde.<br />

—Isso não faz de você um cara mau, Morgan. Isso te faz um adolescente<br />

estúpido.<br />

—Não, baby. Eu sou um idiota total. Eu não me juntei às forças armadas por<br />

algum código de honra. Eu me alistei porque não queria ficar na cadeia. —Ele puxou<br />

minha mão até seu rosto e soprou.<br />

Arrepios percorreram minha espinha, conforme a respiração deslizava pela<br />

minha pele.<br />

—Isso não faz de você um idiota.<br />

legal.<br />

—Não. —Disse sorrindo. —Não, eu já nasci assim. Não sou a pessoa mais<br />

Eu comecei a rir.<br />

—Morgan, eu sou uma cadela. Eu abraço esse meu lado. Contanto que você<br />

saiba quem você é, o resto não importa. Eu não acho que você seja um idiota de<br />

qualquer maneira.<br />

—Eu tenho meus momentos, Race. —Ele abriu o curativo e colocou-o sobre a<br />

palma da mão, cobrindo a ferida.<br />

—Todos nós temos. —Eu vi quando ele cobriu cuidadosamente meus cortes,<br />

fascinada por seus movimentos e a sensação dele contra mim.<br />

—Tudo feito. —Disse, acariciando meus joelhos. Então, descansou as mãos<br />

nas minhas pernas.<br />

—Obrigada. — Eu sussurrei, tentando fechar os punhos.<br />

115


Porcaria. Eu seria inútil com isso amanhã.<br />

Tudo seria a porra de um transtorno.<br />

—Qual o problema? —Perguntou, inclinando a cabeça.<br />

—Eu só estava pensando. —Mordi o lábio olhando para ele. —Amanhã,<br />

minhas mãos estarão machucadas. O que vai ser um pé na minha bunda.<br />

Ele balançou a cabeça, seu polegar começou a acariciar o lado do meu joelho.<br />

—Sim. Vai demorar alguns dias até que a dor desapareça.<br />

—Ótimo! —Eu gemi, murmurando desgostosa. —Esta é a última coisa que eu<br />

preciso.<br />

—Tire o dia de folga amanhã. Provavelmente é melhor que você não vá<br />

trabalhar de qualquer maneira. —Disse.<br />

—Morgan, eu não posso faltar ao trabalho.<br />

—Quando foi a última vez que você teve um dia de folga? —Ele perguntou<br />

com uma sobrancelha levantada.<br />

—Nunca! —Eu disse. —Eu sou uma workaholic.<br />

—Bem, amanhã você vai ficar em casa. Com a nova ameaça contra você, é<br />

melhor não arriscar. —Ele apertou meu joelho, enviando ondas de choque<br />

minúsculas pelas minhas pernas.<br />

—Eu não quero que algum idiota tenha esse poder sobre mim. Eles vão<br />

pensar que ganharam.<br />

—Quem dá a mínima para o que eles pensam? Se eles acharem que<br />

ganharam, podem ficar desleixados.<br />

—Eu não gosto disso. — Resmunguei, balançando a cabeça.<br />

—Vamos descer? —Perguntou, colocando as mãos na minha cintura.<br />

Meus olhos fecharam-se. Meu corpo reagiu ao seu toque. Eu queria mais de<br />

Morgan.<br />

—Eu posso descer. —Disse, apoiando as palmas das mãos contra o balcão e,<br />

instantaneamente, puxando-as para trás. —Porra!<br />

116


—Mulher, você não pode me deixar ajudá-la sem tentar fazer nada sozinha?<br />

—Ele aumentou a pressão de seus dedos contra minha cintura.<br />

—Eu não estou acostumada a ter alguém me ajudando. —Eu fiz uma careta,<br />

me perguntando se soei forte ou lamentável.<br />

Ele me levantou no ar, e caí para frente, mas não me atrevi a usar minhas<br />

mãos para parar. Teve uma fração de segundo em que eu poderia ter feito isso, mas<br />

não o fiz.<br />

Seu corpo era bom contra o meu.<br />

—Desculpe. — Eu sussurrei em seu peito. Inalei, recebendo outro cheiro de<br />

seu perfume enquanto seu corpo tremia com o riso.<br />

—Vá sentar-se, e vou limpar aqui. —Ele me disse quando finalmente consegui<br />

ficar de pé.<br />

—Ok. — Eu sussurrei.<br />

Estou totalmente fodida.<br />

Eu nunca deixei ninguém chegar até mim do jeito que ele fez.<br />

Eu podia nos ver queimando de forma fantástica.<br />

Gostaria de saber se seria como uma explosão nuclear destruindo tudo em<br />

nosso caminho, incluindo nós mesmos, ou se seria como um fogo lento, que arderia<br />

com necessidade igual a uma brasa eventualmente em extinção?<br />

117


Capítulo 15<br />

Filme de Mulherzinha<br />

Ficamos em silêncio, nossas mãos roçando ao alcançar a tigela.<br />

Algumas vezes, fiquei emocionado com o filme, mas me recusei a deixá-la<br />

perceber.<br />

Por que as mulheres assistiam essa merda deprimente?<br />

Eu não esperava que fosse essa dor na bunda.<br />

—Me desculpe, eu estou uma bagunça. —Disse ela dando uma fungada,<br />

limpando o nariz com as costas da mão.<br />

—Está tudo bem. —Respondi acariciando seus joelhos, gostando do lado mais<br />

suave de Race, menos a coisa da mão. Inclinei-me e peguei um lenço de papel. —<br />

Aqui. —Eu disse, entregando-o a ela.<br />

—É muito triste. — Ela disse com voz trêmula, agarrando os lenços da minha<br />

mão. Ela assuou o nariz com um e enxugou as lágrimas com o outro. —Eu não posso<br />

assistir a este filme sem usar uma caixa inteira de lenços de papel. —Ela enrolou-se,<br />

aconchegando-se ao meu lado. —Essa parte me abala cada vez. —Ela limpou o rosto<br />

contra a minha camiseta.<br />

Eu acariciei seu ombro, deixando meus dedos deslizarem sobre a pele macia.<br />

Olhando para baixo, relanceei um olhar em seus seios. Picos redondos e suaves,<br />

presos no topo de sua parte superior do sutiã, que eu ansiava provar novamente.<br />

—Você está assistindo? —Ela perguntou, olhando para mim e me pegando<br />

olhando para seu peito.<br />

Limpei a garganta. —Sim.<br />

—Assista. — Ela exigiu, levantando meu queixo para ver a televisão em vez de<br />

seus seios.<br />

Meus olhos continuaram movendo-se entre a tela e seu peito.<br />

118


Eu não pude evitar.<br />

Eu a queria novamente.<br />

Quando as cenas finais terminaram e um novo mundo de possibilidades foi<br />

aberto para a personagem principal, o filme me deixou sentindo... Esperançoso.<br />

—Não foi incrível? —Ela perguntou enquanto limpava os últimos vestígios de<br />

lágrimas do rosto.<br />

—Não era o que eu esperava. —Usando o meu polegar, afastei uma única<br />

lágrima que tinha sido perdida por seu lenço. —Desculpe. —Sussurrei.<br />

Quando eu comecei a me afastar, ela disse: —Não. Não faça isso.<br />

Meu estômago instantaneamente revirou.<br />

—Race. — Eu avisei, sentindo meu pau endurecer.<br />

Eu sabia o que ela diria. Eu podia ver isso em seus olhos profundamente<br />

verdes.<br />

—Morgan, eu não consigo parar de pensar em nós. — Ela sussurrou enquanto<br />

tocava minha bochecha.<br />

—Nem eu. —Disse, puxando uma respiração irregular.<br />

—Fique comigo esta noite. —Ela roçou os lábios contra o meu pescoço,<br />

enviando ondas de choque que ondularam direto para o meu pau.<br />

—Eu vou ficar princesa. Já tinha dito isso. —Meus dedos enredaram em seu<br />

cabelo.<br />

—Não. — Ela murmurou contra a minha pele. —Eu quero você na minha<br />

cama esta noite.<br />

Eu sorri, sentindo minhas entranhas quentes.<br />

—Eu vou ficar onde você quiser que eu fique.<br />

Ela arrastou-se para o meu colo, e segurou meu rosto em suas mãos.<br />

—Eu quero que você me abrace esta noite. —Sussurrou com os olhos<br />

lacrimejantes.<br />

119


—Isso é tudo? —Eu provoquei, levantando uma sobrancelha.<br />

Ela balançou a cabeça, mordendo o lábio inferior.<br />

—Não. Eu quero sentir você dentro de mim outra vez.<br />

Eu agarrei seus quadris e apertei-os delicadamente quando ela inclinou-se<br />

pairando sobre meus lábios.<br />

—Por favor. —Ela implorou.<br />

—Eu vou ficar com você esta noite. Não porque eu tenho, Race, mas porque<br />

eu quero. —Disse antes de capturar seus lábios em um beijo.<br />

Ela relaxou em mim, envolvendo os braços em volta do meu pescoço e me<br />

beijando de volta com fervor. Minhas mãos deslizaram para baixo em suas coxas,<br />

amando a sensação de sua pele suave contra minha palma.<br />

Senti meu controle escorregar enquanto ela gemia em minha boca. Puxei seu<br />

short para o lado e toquei no lado de fora de sua calcinha, sentindo seu corpo<br />

estremecer em meus braços.<br />

Suas pernas abriram-se me dando acesso. Mergulhei meus dedos por baixo da<br />

sua calcinha, já a encontrando molhada.<br />

Quando meus dedos deslizaram sobre seu clitóris, ela gemeu. —Sim. —Em<br />

minha boca.<br />

Eu a queria mais do que antes. Lembrando-me de como era a sensação de me<br />

afundar profundamente dentro dela, acariciando-a intimamente, eu não sabia se<br />

poderia obter o suficiente dela.<br />

Segurando-a firme, eu empurrei dois dedos dentro dela, sentindo<br />

instantaneamente o aperto da sua buceta. Posicionando o polegar sobre seu clitóris,<br />

e usando o mesmo movimento que tinha usado para fazê-la gozar, eu trabalhei meus<br />

dedos dentro e fora.<br />

Sua mão deslizou pelo meu peito e espalmou meu pau através do meu jeans,<br />

me fazendo gemer. A delícia de tudo me deixou pendurado por um fio. Quando seu<br />

corpo ficou tenso, começando a ordenhar meus dedos, eu me retirei.<br />

120


—Eu. Preciso. Estar. Dentro. De. Você. —Ofeguei, levantando-a em meus<br />

braços. —Enrole suas pernas em volta de mim. —Eu disse a ela, levando-a para o<br />

quarto.<br />

Seus pés travaram nas minhas costas enquanto ela esfregava sua buceta<br />

contra meu pau.<br />

—Você está tão duro. — Ela sussurrou, repetindo o movimento.<br />

cama.<br />

—Duro por você, princesa. —Eu chutei a porta, abrindo-a e levei-a para sua<br />

Eu a deitei na cama, puxando as roupas do seu corpo. Elas voaram pelo ar, eu<br />

plantei minha boca contra ela e comecei a adorá-la com a minha língua.<br />

121


Capítulo 16<br />

A manhã seguinte<br />

Race<br />

Saí da cama, na ponta dos pés, tentando não acordá-lo, vestindo-me<br />

enquanto ia para a cozinha.<br />

Eu não conseguia tirar o sorriso bobo do meu rosto, mas tinha que lembrar<br />

que isso era nada mais do que atração mútua.<br />

Morgan e eu não tínhamos futuro.<br />

meu.<br />

Ele não tinha me prometido nada mais, e eu não tinha lhe pedido para ser<br />

Peguei o pote de café para preenchê-lo com água, mas assobiei em seguida,<br />

puxando minha mão para trás.<br />

Fiquei lá, olhando para o pote vazio. Levou tudo em mim para não chorar.<br />

Café era o meu elixir, e eu me sentia como um zumbi até que tivesse tomado pelo<br />

menos uma xícara.<br />

O piso rangeu.<br />

Olhei para cima, encontrando Morgan parado lá.<br />

—Bom dia. —Disse ele através de um bocejo, completamente nu. Seus<br />

músculos estavam tensos, e seu pênis balançou quando se endireitou.<br />

Puta merda. O homem era mais bonito na luz do dia, cada músculo definido e<br />

perfeito.<br />

—Bom dia. —Eu sussurrei, meus olhos colados a ele. Engoli em seco,<br />

hipnotizada.<br />

—Precisa de ajuda? —Ele perguntou caminhando em minha direção, seu pau<br />

acenando.<br />

Eu balancei minha cabeça.<br />

122


—Eu posso fazer isso. —Acenei minhas mãos.<br />

Ele deu um passo mais perto, dando-me um sorriso sonolento.<br />

—Se você diz.<br />

Eu suspirei, tentando alcançar o bule de café novamente.<br />

Eu me encolhi quando minha mão deslizou em torno da alça, e mordi meu<br />

lábio. Cerrando os dentes, levei-o para a pia.<br />

—Não se mecha. — Ele ordenou cutucando meu quadril com o seu. —Deixeme<br />

fazê-lo. —Eu olhei para ele.<br />

—Eu posso fazer isso. — Argumentei.<br />

—Race, você está suando, e seu rosto está mais vermelho do que uma maçã<br />

só por pegar um bule vazio. Deixe-me fazer isso. Fiz toneladas de café, mais do que<br />

eu posso contar. —Seus olhos azuis brilhavam, e seu pau contraiu-se. —Além disso,<br />

eu não sinto que posso esperar uma hora pela primeira xícara.<br />

Dei a volta e me sentei em uma das banquetas para obter uma visão melhor.<br />

Vendo-o trabalhar sua magia sobre o bule de café, e encantada com sua nudez.<br />

—Como você sabia onde eu guardava meu café?<br />

mais.<br />

Ele virou-se para mim e encostou-se ao balcão, empinando seu membro ainda<br />

—Sorte. Achei que você guardaria no armário acima da cafeteira. É algo que a<br />

maioria das pessoas fazem.<br />

mão.<br />

—Obrigada por fazer isso. —Eu disse, bocejando contra a palma da minha<br />

Ele afastou-se do balcão, e seu pau veio em minha direção.<br />

—Deixe-me dar uma olhada em suas mãos.<br />

Tentei engolir, desejando ter escovado meus dentes antes de deixar meu<br />

quarto. —Elas estão bem.<br />

123


—Pare de ser teimosa. Eu quero ter certeza de que elas estão curando. Ontem<br />

à noite, você não conseguia parar de gemer “sim”, e agora você está de volta ao<br />

modo cadela.<br />

Endireitei minhas costas.<br />

—Eu estou apenas irritada até conseguir meu café.<br />

Durante a noite, os cortes tinham começado a sarar e o sangue tinha secado.<br />

—Você já teria se pudesse ter me deixado fazer isso, para começar. —Ele<br />

limpou a garganta. —Vamos precisar limpar o sangue seco, mas elas estão bem. —<br />

Disse pegando o kit de primeiros socorros que tinha deixado no balcão na noite<br />

passada, e puxou as ataduras limpas do recipiente. —Primeiro, vamos tomar um café,<br />

e depois vamos limpá-las. —Ele colocou as ataduras de lado. —É melhor deixá-las<br />

refrigerar por um tempo.<br />

—Sim, senhor. —Eu disse para o lado, soprando minha respiração<br />

desagradável para longe dele.<br />

—Isso é sexy. —Ele respondeu, rindo baixinho.<br />

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, o bule apitou.<br />

—Fique aí, eu vou te pegar uma xícara. —Seus olhos deslocaram-se para a<br />

minha camisa, e o canto de sua boca contraiu-se antes de virar-se.<br />

Olhei para baixo, percebendo que meus mamilos estavam em posição de<br />

sentido. Eu tentei escondê-los, puxando minha parte superior do sutiã para longe do<br />

meu corpo, mas não adiantou nada.<br />

—Como você quer seu café? —Ele perguntou, puxando duas xícaras do<br />

armário, mantendo as costas para mim.<br />

Eu olhei para sua bunda nua, estudando-a.<br />

—Uma pitada de creme de leite e duas colheres de açúcar, por favor. —<br />

Murmurei.<br />

Sua bunda era tão bonita quanto o resto dele. A pele era livre de defeitos e<br />

suave. Eu diria uma coisa sobre os militares: Eles mantêm um corpo em forma.<br />

124


—Você avisou que não trabalhará hoje? —Ele perguntou, virando e pegandome<br />

em flagrante, encarando sua bunda.<br />

Lentamente, eu arrastei meus olhos para os dele.<br />

—Sim. — Eu disse, tentando não olhar para o pau dele enquanto colocava o<br />

café na minha frente.<br />

Eu enrolei meus dedos na xícara, segurando-a suavemente. Então, tomei dois<br />

goles curtos dando um suspiro.<br />

—Você pode ir quando quiser. Eu só vou relaxar no sofá e fazer algum<br />

trabalho. —Mantive meus olhos para baixo, olhando para ele através dos meus cílios.<br />

Que, coincidentemente, acabaram no nível da virilha dele.<br />

—Eu vou onde quer que você esteja. —Ele respondeu, abaixando a xícara.<br />

—Pelo amor de Deus. — Eu disse, mas ele levantou uma sobrancelha.<br />

—Eu não vou a lugar nenhum. Então, relaxe. Por que não podemos fazer<br />

alguma coisa hoje? Você pode trabalhar aqui mais tarde.<br />

—Eu realmente preciso trabalhar. —Menti. Eu não sabia se poderia passar o<br />

dia em sua presença sem acabar na cama com ele novamente.<br />

—Eu não vou prendê-la por muito tempo. Eu não conheço bem a área. —Ele<br />

inclinou-se para frente, apoiando as mãos contra o balcão. —Você poderia me<br />

mostrar um pouco. Suas mãos precisam de tempo para descansar de qualquer<br />

maneira.<br />

—Tem certeza de que é uma boa ideia? —Perguntei, olhando para ele por<br />

entre meus cílios.<br />

—Vamos chamar isso de um dia de trabalho. Precisamos arejar as ideias um<br />

pouco.<br />

Eu mordi meu lábio.<br />

—Contanto que seja para o trabalho. Eu não quero impedi-lo de fazer o seu<br />

trabalho.<br />

—Race, ninguém pode me obrigar a fazer o que eu não quero. Termine a sua<br />

xícara e, em seguida, você é minha.<br />

125


Eu queria que sua afirmação fosse verdadeira.<br />

—Onde em primeiro lugar?<br />

—Eu preciso parar na minha casa para trocar de roupa.<br />

—Você pode tomar banho aqui.<br />

—Com você? —Ele sorriu, correndo o dedo em seu queixo.<br />

—Se você quiser. —Disparei. A verdade era que eu o queria. Sentada aqui,<br />

olhando-o passear nu por aí, deixou meu corpo no limite.<br />

Ele caminhou ao redor do balcão, segurando sua mão na minha.<br />

—Oh, eu quero. Vamos começar molhando sua bunda bonita.<br />

Engoli em seco, desejando poder pressionar as pernas juntas para esmagar a<br />

dor familiar amplificada por suas palavras. Enquanto deslizava minha mão na sua,<br />

fiquei na ponta dos pés e o beijei.<br />

—Algum dia, você vai admitir que quer mais do que apenas o meu pau. —Ele<br />

brincou, esfregando o nariz contra o meu.<br />

Quando eu comecei a ir, ele me deu um tapa na bunda, o eco reverberando<br />

através da minha cozinha.<br />

—Isso é por ser teimosa.<br />

Eu gritei, pulando pelo impacto, e esfregando minha bunda enquanto ele me<br />

seguia para o chuveiro.<br />

126


Capítulo 17<br />

A Verdadeira Race True<br />

—O que você está olhando? —Eu perguntei quando saí do meu quarto,<br />

vestindo uma camisa limpa.<br />

—Esta é a sua mãe? —Ela perguntou, olhando por cima do ombro.<br />

—Sim, essa é Ma.<br />

Eu não tive tempo para decorar, mas tinha colocado algumas fotos ao redor<br />

da sala. Tive a certeza de colocar uma foto de Ma. Eu sabia que, assim que ela viesse<br />

para a Flórida, apareceria para checar tudo.<br />

—Ela mora aqui? —Seus dedos deslizaram pelo vidro enquanto inclinava a<br />

cabeça.<br />

Eu arranquei a foto das mãos dela e coloquei de volta na mesa de café.<br />

—Ela me seguiu até aqui.<br />

—Isso é tão doce. —Ela virou-se e começou a vistoriar o lugar.<br />

—Eu acho.<br />

—Sério. Não tenho ninguém. É por isso que sou tão dedicada ao meu<br />

trabalho. É a única coisa que tenho em minha vida.<br />

Eu fiz uma careta, imaginando como alguém chegou a esse ponto na vida.<br />

—Isso é triste, Race.<br />

—Eu sei. —Ela traçou as curvas do sofá correndo os olhos em volta.<br />

—Você não tem muito aqui.<br />

—Acabei de me mudar. Ainda estou tentando ajeitar as coisas.<br />

Ela parou e me encarou, juntando as mãos.<br />

127


—Eu posso ajudar com isso.<br />

—Você quer decorar? —Estremeci. Porra. Eu odiava fazer compras.<br />

—Eu sou muito boa nisso. —Ela encolheu os ombros, colando um sorriso<br />

inocente no rosto. — O que mais você tinha planejado hoje? —Ela aproximou-se.<br />

Se fosse do meu jeito, a teria dobrada sobre o sofá e gritando meu nome<br />

dentro de dez minutos.<br />

—Eu nem sei para onde ir daqui.<br />

—Vou levá-lo, mas só se eu dirigir. —Ela estendeu a mão, esperando eu lhe<br />

dar as chaves.<br />

A mulher deve ter perdido o juízo.<br />

Ninguém, e eu quero dizer ninguém, dirigia a minha menina. Ela era um<br />

Dodge Challenger SRT Hellcat 2<strong>01</strong>5. Ela não só era linda, mas também poderia chutar<br />

muitas bundas.<br />

Eu balancei a cabeça, cruzando os braços sobre o peito.<br />

—Ninguém, a não ser eu, dirige Elvira.<br />

Ela começou a rir, segurando a barriga.<br />

—Elvira? —Ela revirou os olhos. —Você tem que estar me zoando.<br />

Eu estufei o peito, definindo os meus lábios em uma linha firme.<br />

—É o nome perfeito para a minha menina.<br />

Cobrindo a boca, ela tentou acalmar seus risos.<br />

—Eu não acho que tenha conhecido alguém que nomeou seu carro de Elvira.<br />

Você tem que me dizer por quê. —Sua mão baixou.<br />

Esfregando a parte de trás do meu pescoço, eu limpei minha garganta.<br />

—Bem, eu nunca dormi com uma Elvira. Eu não gostaria de me lembrar de<br />

alguém do meu passado todos os dias, quando estivesse dentro dela. Além disso,<br />

quando era criança, costumava ficar hipnotizado por essa menina. Quando vi a minha<br />

beleza negra, sabia o nome perfeito. Ela era elegante, sexy e gostosa.<br />

128


Seu sorriso desapareceu.<br />

—Faz sentido quando você diz. Eu não conheço muitos caras que admitam<br />

que Elvira fosse sua paixão de infância. —Ela encolheu os ombros.<br />

—Eu dirijo. — Eu disse pegando as chaves do balcão da cozinha.<br />

Antes que eu pudesse fechar meu punho, ela arrancou-as da minha mão.<br />

—Tem que pegá-las de mim se você quiser dirigir. —Ela moveu-se<br />

rapidamente, rindo enquanto corria para o outro lado da sala.<br />

—Race. — Eu disse, agarrando minha cabeça. — Vamos lá.<br />

Ela balançava as chaves nos dedos, fazendo barulho.<br />

—Mulher. — Eu disse, deixando cair minhas mãos. — Ninguém toca Elvira.<br />

—Eu vou ser gentil.<br />

Andei em direção a ela, pronto para roubar as chaves de seus dedos.<br />

Ela correu para a direita. Estendi a mão, agarrei seu braço, e a girei para me<br />

encarar. Prendendo-a quando ela colidiu com a parede, coloquei meus braços de<br />

cada lado dela.<br />

Fechei os olhos, tentando firmar minha respiração, e não pensar em seus<br />

belos seios a centímetros da minha boca. Nós nunca sairíamos daqui.<br />

—Podemos ser adultos, princesa?<br />

Quando seu corpo começou a mover-se, abri meus olhos.<br />

—Jesus Cristo. — Eu murmurei enquanto ela colocava as chaves dentro da<br />

camiseta, aninhando-as entre os seios.<br />

—O que você vai fazer agora? —Ela sorriu, levantando uma sobrancelha.<br />

—Baby, você acha que vai me impedir de ficar com elas? —Meus olhos caíram<br />

para seu peito, estudando sua beleza. Eu usaria meus malditos dentes se necessário.<br />

—Espero que não. —Ela sorriu, piscando lentamente.<br />

—Eu pensei que hoje nós fossemos manter estritamente só negócio? —<br />

Perguntei engolindo em seco, e tentando não salivar em seu decote.<br />

129


—Eu acho que saiu pela janela nesta manhã no chuveiro. —Ela riu<br />

suavemente.<br />

Sem dizer outra palavra, eu a puxei para mim e olhei em seus profundos olhos<br />

verdes. Sua respiração travou quando eu trouxe meus lábios até os dela, e a beijei<br />

com força.<br />

Os sons da nossa respiração encheram a sala com nossas bocas tentando<br />

devorar-se mutuamente. Suas mãos deslizaram pelos meus braços, deixando arrepios<br />

em seu caminho, antes de agarrar o cabelo na minha nuca e me puxar para ela.<br />

Eu agarrei seus braços e quebrei o contato desgrudando nossos lábios.<br />

—Nós não podemos. — Eu disse, minha voz soando sem fôlego e quebrada.<br />

Rugas formaram-se na sua testa enquanto ela me encarava.<br />

—Por que não?<br />

—Nós nunca vamos sair daqui.<br />

Ela chupou o lábio em sua boca quando sua cabeça caiu para frente.<br />

—Não é possível ter o suficiente de mim? —Ela brincou.<br />

—Eu não sei se vou ter o suficiente de você. — Eu disse.<br />

—Você não sabe? —Perguntou ela, seus olhos arregalando-se.<br />

Fechei os olhos, respirando profundamente pelo meu nariz.<br />

—Isso não é apenas a porra de uma foda, Race.<br />

—Você não tem que mentir para mim, Morgan. —Empurrando contra o meu<br />

peito, ela colocou espaço entre nós.<br />

—Ouça. — Eu disse arrastando as mãos pelo meu cabelo. —Faz muito tempo<br />

desde que eu realmente gostei de alguém. Gosto mesmo de você. Sabe Deus por que,<br />

você pode ser um pé no saco às vezes. —Eu sorri, esperando que ela soubesse que<br />

estava brincando. —Eu tenho que protegê-la e descobrir quem está ameaçando você,<br />

e não fodê-la sempre que posso.<br />

—Eu comecei isso. —Ela olhou para seus pés. —Vou me comportar. —Disse,<br />

puxando as minhas chaves do decote. —Aqui. —As chaves pendiam de seu dedo.<br />

130


Eu esfreguei minha testa, sentindo meio tonto. Esta menina me enlouquecia.<br />

Ela mexeu com meu cérebro em poucos dias. Eu sabia que estava fodido.<br />

—Pode ficar com elas. Vou deixá-la dirigir Elvira.<br />

—Sério? —Sussurrou.<br />

—Sim.<br />

Girando as chaves em seus dedos, ela assobiou antes de gritar: — Sim!<br />

—Vejo que você está feliz.<br />

—Com certeza valeu a pena te beijar para poder conduzir esse bebê.<br />

—Você não quis me beijar? —Senti meu estômago dar um nó.<br />

—Oh, eu quis, mas eu não achei que você me deixaria dirigir o carro. Vamos<br />

pegar a estrada. — Ela disse indo em direção à porta.<br />

Eu segui atrás dela, arrastando os pés.<br />

—Vamos definir algumas regras básicas em primeiro lugar.<br />

Ela já tinha subido em Elvira antes que eu terminasse a frase.<br />

—Ela vai ficar bem. —Ela disse entrando e batendo a porta.<br />

Olhando para o céu, eu amaldiçoei. Poderia jurar que Deus estava tentando<br />

me punir.<br />

Thomas tinha que dar Race a mim como o meu primeiro caso? Não poderia<br />

ter sido algo fácil, como uma briga de divórcio? Não. Eu tive que pegar uma executiva<br />

chute no saco, que fazia meu pau parecer como um tubo de chumbo pronto para<br />

quebrar.<br />

Antes de me acomodar no banco do passageiro, ela ligou o motor.<br />

—Regras básicas. — Eu lembrei a ela.<br />

—Me poupe. — Respondeu agarrando o volante como uma mulher possuída.<br />

—Suas mãos não doem?<br />

—Eu fiquei tão animada para ficar atrás do volante, que esqueci<br />

completamente. —Ela encolheu os ombros, liberando seu aperto.<br />

131


—Número um, dirigir no limite de velocidade. Dois, não mudar de faixa sem<br />

necessidade, e três, ser gentil com minha menina. —Eu parecia minha mãe<br />

despejando comandos quando comecei a dirigir.<br />

Finalmente eu tinha atingido o território imbecil.<br />

—Eu posso fazer isso. — Ela disse começando a dar ré.<br />

Eu prendi meu cinto de segurança, e fiz uma pequena oração, inquieto no<br />

meu lugar.<br />

Quando ela ligou o carro e deu marcha, as rodas começaram a chiar, fazendo<br />

com que o carro derrapasse de um lado da estrada para o outro. Estendi a mão para<br />

o painel de controle, meu coração batendo descontroladamente.<br />

—Race!<br />

—O quê? —Ela perguntou inocentemente olhando em minha direção.<br />

O carro deslizou pelo pavimento, não aderindo ao solo.<br />

Ela virou o volante, ganhando o controle de Elvira.<br />

—Eu já te disse como eu ganhei o meu nome?<br />

agora!<br />

—Não. — Eu respondi me preparando para a batida. —Desacelere essa porra<br />

—Está tudo bem. Calma. Meu pai era um grande fã de corridas. Ele me deu o<br />

nome de Race por causa disso. Quando eu era pequena, ele me levava a alguns<br />

rachas na região, e me deixava participar. Eu mal podia ver sobre o maldito volante,<br />

mas dirigia como um demônio da velocidade.<br />

—Chocante. —Murmurei.<br />

—Eu poderia ter sido profissional se tivesse continuado.<br />

—Eu não posso respirar. —Limpei o suor da minha testa.<br />

—Oh, pare de ser um bebê. Elvira não poderia estar em melhores mãos.<br />

Quando o carro chegou a um ponto insuportável no final da rua, eu estava<br />

pronto para sair do carro e deitar-me na frente dele só para fazê-la parar.<br />

132


—Esta é a única coisa que tenho em meu nome. Não quero que você foda<br />

isso, princesa.<br />

mim.<br />

—Eu prometo, desde que você se comporte e se acalme. —Ela olhou para<br />

—Por que eu não acredito em você?<br />

Usando seus dedos, ela fez um X sobre o coração. —Eu prometo. —Seus<br />

lábios separaram-se, dando-me um sorriso aberto e totalmente cheio de merda.<br />

Eu deveria ter exigido as chaves de volta.<br />

O carro atrás de nós buzinou, fazendo Race dar o dedo no espelho retrovisor.<br />

Fiquei de boca aberta. —O que deu em você?<br />

—É este carro. Eu juro que me transformo em uma pessoa diferente quando<br />

estou ao volante de um carro poderoso.<br />

—Basta parar antes de começar qualquer merda que eu tenha que terminá-la.<br />

—Fiz um gesto para que ela se movesse, mantendo meus olhos colados ao espelho<br />

lateral. A última coisa que eu queria fazer era chutar o traseiro de alguém, desde que<br />

não tínhamos nem mesmo dirigido uma milha.<br />

Ela parecia uma pessoa diferente hoje.<br />

A camiseta e jeans skinny pareciam bem sobre ela. Ela parecia mais calma e<br />

mais relaxada do que eu jamais tinha visto. A maneira como segurava o volante de<br />

couro em suas mãos, deixou claro que ela estava em seu elemento.<br />

Quando ela virou para a rua, sem nenhuma derrapada, respirei fundo<br />

tentando relaxar. —Então, por que você não seguiu em frente com as corridas?<br />

—Quando meu pai morreu, eu não quis mais. Sinto falta dele todos os dias,<br />

mas eu simplesmente não poderia ir lá. Eu comecei a estudar mais, e decidi deixar<br />

esse mundo para trás.<br />

—Eu sinto muito. O que aconteceu com ele, se você não se importa que eu<br />

pergunte? —Perguntei, observando sua mudança de expressão.<br />

Eu sabia como era o trauma de perder um pai. Meu pai não tinha morrido,<br />

mas o bastardo poderia muito bem ter, desde que ele sumiu da face da Terra.<br />

133


—Ele foi atingido por uma semi automática e morreu instantaneamente. —<br />

ela disse com o queixo trêmulo. — Foi minha culpa.<br />

Pisquei. —Race, como poderia ser sua culpa?<br />

—Apenas é. Pergunte à minha mãe. Ela vai te dizer.<br />

ombros.<br />

—Ela encolheu os<br />

—Ela não pode pensar dessa maneira. Quantos anos você tinha?<br />

—Doze. — Ela sussurrou apertando o volante.<br />

—Você dificilmente pode ser culpada. — Eu garanti, colocando uma mão no<br />

ombro dela. —Você era apenas uma criança.<br />

—De qualquer forma, ele era meu melhor amigo, e passamos os nossos fins<br />

de semana juntos na pista de corrida.<br />

—Você sabe que não foi sua culpa, Race, certo? —Perguntei, preocupado com<br />

sua mudança de atitude.<br />

—No meu coração eu sei disso, mas eu ainda posso ouvir as palavras que<br />

saem da boca de minha mãe.<br />

—Às vezes os pais dizem merda que eles não sentem. — Eu disse, sabendo<br />

que minha mãe tinha dito mais do que algumas coisas que sabia que ela desejava não<br />

ter dito.<br />

—Eu sei. —Murmurou, mantendo os olhos na estrada.<br />

Ela cortava dentro e fora do tráfego. Eu não podia olhar.<br />

—É um grande salto de piloto de corrida para o mundo corporativo. —Eu<br />

disse, engolindo em seco, tentando fazer desaparecer o caroço da minha garganta.<br />

—Eu queria algo desafiador e cruel, mas eu não esperava o que está<br />

acontecendo agora.<br />

Conforme ela virou no estacionamento da IKEA 11 , meu telefone tocou e o<br />

número de Thomas apareceu no visor.<br />

11 IKEA é uma companhia transnacional privada, de origem sueca, controlada por uma série de corporações<br />

sediadas nos Países Baixos, especializada na venda de móveis domésticos de baixo custo.<br />

134


—Deixe-me atender. Thomas pode ter alguma novidade. — Eu disse puxando<br />

meu celular do bolso. —Sim? —Perguntei, esperando que ele tivesse boas noticias.<br />

—Eu acho que o encontrei. —Disse Thomas, a emoção evidente em sua voz.<br />

—Venha para o escritório esta tarde e vamos elaborar um plano de ação.<br />

135


Capítulo 18<br />

Problema<br />

Race<br />

—Nós estaremos aí em breve. Obrigado, cara. —Morgan olhou para mim<br />

quando eu estava puxando meu celular da bolsa, necessitando verificar as<br />

mensagens. —Ele tem boas notícias. — Ele sussurrou para mim, cobrindo o telefone<br />

com a mão.<br />

—Graças a Deus. — Eu murmurei, olhando para o visor do celular.<br />

Minhas mãos começaram a tremer enquanto eu verificava minhas<br />

mensagens. Apertei meus olhos bem fechados, tentando acalmar minha respiração.<br />

Engoli a bile que tinha começado a subir na minha garganta.<br />

Race,<br />

Está chegando a hora. Encontre-me amanhã às 07h00 se você<br />

quiser sua fita de volta. Venha sozinha ou eu vou enviá-la para o seu<br />

chefe. Aposto que ele gostaria de ouvi-la gemer como uma prostituta.<br />

Eu não consegui ler mais.<br />

Eu não conseguia respirar.<br />

—Vamos passar no escritório mais tarde. Estamos resolvendo algumas coisas<br />

hoje. —Houve uma longa pausa. —Sim, eu a tenho comigo. Você me disse para ficar<br />

de olho nela. —Mais silêncio. —Não se preocupe cara. Deixa comigo.<br />

Virei o telefone e o joguei de volta na minha bolsa.<br />

ele.<br />

—Parece que estamos um passo mais perto de resolver o seu caso. —Disse<br />

—Graças a Deus. — Eu repeti, sabendo que, de qualquer forma, tudo se<br />

resolveria amanhã à noite.<br />

—Pronta para fazer algumas compras? —Perguntou Morgan.<br />

136


Puxando meu lábio, eu olhava para ele enquanto falava, mas não ouvia as<br />

palavras.<br />

—Race. —Disse ele, tocando minha perna com a testa franzida.<br />

Pisquei algumas vezes, tentando clarear minha cabeça.<br />

—Desculpa. Estava distraída. —Eu não conseguia olhar para ele.<br />

—O que está errado? Você está pálida.<br />

—Eu só estou com fome. —Menti.<br />

—Você quer pular as compras e ir almoçar? —Ele perguntou, seu polegar<br />

acariciava meu joelho.<br />

Eu balancei a cabeça, ainda não fazendo contato visual.<br />

—Não. Vamos fazer compras e depois vamos fazer um lanche.<br />

Em meu coração, eu sabia que deveria dizer a ele sobre o e-mail. Ele precisava<br />

lidar com as coisas e pegar o vídeo do bastardo que estava me ameaçado. Mas eu<br />

não podia arriscar que tudo desse em merda, e acabasse nas mãos do meu chefe.<br />

Mas eu não estava pronta para arruinar o nosso dia juntos.<br />

—Ok, Race. Este é o seu show. Eu estou bem com os poucos itens que tenho.<br />

—Você precisa torná-lo mais como um lar. — Eu disse finalmente<br />

encontrando os seus olhos.<br />

—Eu sou um cara simples. Um sofá e uma televisão são tudo o que preciso<br />

para sobreviver.<br />

—Deixe-me ficar perdida com um pouco de compras hoje. Qual é o meu<br />

limite? —Perguntei, esfregando as mãos. Eu empurrei todos os pensamentos de<br />

amanhã à noite para fora da minha mente, concentrando-me em Morgan.<br />

Amanhã eu iria lá, recuperaria o vídeo, e o destruiria.<br />

Era tão simples.<br />

Tudo finalmente acabaria.<br />

Minha vida poderia voltar ao normal.<br />

137


—Eu não vou dar um total. Vamos ver o que vai encontrar e partiremos daí.<br />

Compra terapia ajudaria. Lotes de terapia de compras. —Se você disser que<br />

eu só tenho cem dólares, vou me jogar no tráfego.<br />

Ele enfiou a mão no bolso de trás e puxou a carteira.<br />

—Deixe-me ver o quanto eu tenho. —Ele abriu-a, virou de cabeça para baixo,<br />

e sacudiu até que algumas notas caíram em seu colo. —Eu tenho cento e dezessete<br />

dólares. Surpreenda-me com a sua capacidade.<br />

—Oh Deus. —Revirei os olhos.<br />

Ele enfiou o dinheiro de volta em sua carteira.<br />

—Eu tenho um cartão de crédito, princesa.<br />

—Graças a Deus. Eu sei que os militares não pagam bem, então eu não vou<br />

cometer nenhuma loucura.<br />

—Eu acho que posso lidar com qualquer coisa que você jogar em mim. É IKEA<br />

de qualquer maneira. Eu provavelmente poderia decorar toda a casa por cento e<br />

dezessete dólares.<br />

—Dificilmente. — Eu zombei jogando as chaves para ele. — A conta vai<br />

aumentar rapidamente.<br />

—Mostre-me suas habilidades loucas. —Ele sorriu. —Ei, obrigado por não<br />

destruir Elvira.<br />

—Nunca. Eu mal posso esperar para levá-la para casa. Agora, vamos gastar o<br />

seu dinheiro.<br />

—Depois de você. — Ele disse saindo do carro, e gentilmente fechando a<br />

porta. Quando entramos na loja, sua boca se abriu.<br />

—Puta merda.<br />

—O que está errado?<br />

—Nós vamos ficar aqui o dia todo.<br />

—Que nada. Nós vamos fazer isso rápido. O que você precisa?<br />

—Eu não sei. —Disse ele, me seguindo.<br />

138


—Não se preocupe. Nós vamos descobrir isso enquanto andamos. — Eu<br />

garanti a ele, feliz de poder me perder nas maravilhas da IKEA.<br />

—Eu sou todo seu.<br />

Meu peito apertou com as palavras dele.<br />

Eu tenho um problema.<br />

Eu gostava de Morgan.<br />

Não, isso não era totalmente verdade.<br />

Eu queria Morgan.<br />

Engula isso.<br />

Eu tinha uma queda por Morgan.<br />

Passar um tempo com ele fez com que eu o quisesse ainda mais. No momento<br />

em que eu o conheci, eu me senti atraída, mas tentei dizer a mim mesma que era<br />

apenas físico.<br />

—Eu sou todo seu. — Ele repetiu quando pegou um carrinho.<br />

Ele me fez querer voltar à promessa que tinha feito de não ter<br />

relacionamentos sérios nunca mais.<br />

139


Capítulo 19<br />

Planos<br />

Eu ainda odiava fazer compras.<br />

Mesmo com Race do meu lado.<br />

Eu odiava cada minuto maldito.<br />

Eu comprei merda que eu não precisava, porque ela disse que era bonito.<br />

Que utilidade tem almofadas decorativas na minha cama? Eu nunca tive a<br />

maldita coisa, muito menos decorativas.<br />

—Obrigada pelo almoço e bebida. — Ela disse quando estávamos chegando<br />

ao estacionamento do escritório.<br />

—Você parecia nervosa. Achei que poderia usar um pouco de energia.<br />

—Eu só fico um pouco mais nervosa conforme os dias passam. —Seus olhos<br />

não encontraram os meus quando ela falou. —Você acha que vocês têm uma<br />

liderança sólida? —Ela perguntou, ainda parecendo distante.<br />

Ela estava escondendo alguma coisa.<br />

Sua atitude lúdica de mais cedo tinha desaparecido.<br />

Ela falava como se nada tivesse acontecido, mas eu podia sentir.<br />

—Nós não vamos demorar. —Eu coloquei minha mão sobre a dela.<br />

—Eu só quero ver o que Thomas encontrou.<br />

—Não importa. Eu decidi não me preocupar hoje. Eu não vou nem olhar para<br />

o meu telefone.<br />

Campainhas de alarme começaram a tocar na minha cabeça.<br />

—Race, há algo que você não está me dizendo?<br />

140


Race estava colada ao seu telefone durante o horário comercial.<br />

—Está tudo bem. — Ela me assegurou quando caminhamos em direção ao<br />

prédio.<br />

—Ei, Morgan. — Angel cumprimentou-nos.<br />

—Oi Angel. Thomas está em seu escritório? —Eu coloquei minha mão na<br />

parte inferior das costas de Race só porque eu podia.<br />

Race não tentou escapar do meu toque, ela ainda ficou de pé ao meu lado.<br />

—Sim. Ele está esperando por você. Vá em frente. —Os olhos de Angel caíram<br />

para meu braço.<br />

—Obrigado. —Respondi, levando Race pelo corredor, minha mão ainda em<br />

sua parte inferior das costas. —Direto pelo corredor até o final.<br />

—Eu me lembro. —Disse ela, caminhando lento o suficiente para manter o<br />

contato entre nós. —Quem é ela?<br />

Olhei para Race, confuso. —Quem? Angel?<br />

Ela olhou para longe, e de volta para o corredor.<br />

—Sim.<br />

—Ela é a mulher do Thomas. —Ela estava com ciúmes.<br />

—Oh. —Ela disse. Suas sobrancelhas erguendo-se. —Bem, isso é bom.<br />

Eu parei de andar, girando seu corpo em minha direção.<br />

—Você está com ciúmes, Race?<br />

olhos.<br />

—Não. — Ela disse, balançando a cabeça, mas ainda não me olhando nos<br />

—Você sempre mente tanto?<br />

Ela cruzou os braços, ficando na defensiva. —Não. — Retrucou, finalmente<br />

olhando para mim.<br />

—Certo. Mas eu sei quando você não está me dizendo à verdade.<br />

141


Ela mordeu o lábio. —Podemos continuar? —Perguntou, movendo as mãos<br />

ao lado do corpo.<br />

Quando chegamos à porta, eu me inclinei para frente, invadindo seu espaço<br />

pessoal.<br />

—Você está escondendo alguma coisa, e eu preciso saber o que é. Eu espero<br />

que você me diga quando terminarmos a reunião com Thomas.<br />

Os olhos dela foram ao chão e seus ombros caíram. —Ok. —Ela sussurrou<br />

abrindo a porta.<br />

—Ei, T! —Eu o cumprimentei, ajudando Race a sentar-se antes de tomar o<br />

assento ao lado dela. —Descobriu alguma coisa?<br />

Ele voltou sua atenção para o seu computador.<br />

—Eu fui capaz de descobrir o nome de seu primo usando um obituário e<br />

registros universitários. Eu não vistoriei seu passado ainda. O nome dele é...<br />

Uma batida na porta fez com que ele parasse no meio da frase.<br />

—Thomas. — Uma voz disse do outro lado.<br />

—Entre, Sam. — Thomas chamou.<br />

Virei-me para ter um vislumbre do infame Sam.<br />

Sam deslizou os óculos para o topo da sua cabeça olhando ao redor da sala.<br />

—Desculpe. Eu não queria interromper. —Ele era uma torre de homem, com<br />

ombros largos, cabelo curto, e um bom preparo físico.<br />

Thomas caminhou em direção a Sam com uma das mãos estendidas.<br />

—Você não está. Sam, este é o Morgan, outro membro do ALFA PI.<br />

Sam me deu um aceno rápido. —Prazer em conhecê-lo, Morgan.<br />

—Sam. —Voltei o aceno.<br />

—Estou animado para começar a trabalhar. É muito bom estar em casa<br />

novamente.<br />

142


—Eu não achei que seria capaz de afastá-lo de Nova Orleans. — Thomas disse<br />

a ele apertando seu ombro. —Tudo resolvido com Fiona?<br />

—Sim. Ela está animada para um novo começo. —Sam olhou por cima do<br />

ombro. —James está aqui?<br />

—Ele está em seu escritório, creio eu.<br />

Sam mexia com o arquivo em suas mãos. —Eu preciso falar com ele.<br />

—Vá em frente. Não se preocupe. Ele ficou mais calmo nos últimos anos.<br />

—Eu espero que sim. —Sam deu a Thomas um sorriso fraco. —Eu vou<br />

conversar com James e depois me instalar no meu escritório.<br />

—Eu vou te procurar quando encerrarmos aqui. Precisamos discutir algumas<br />

coisas. — Thomas disse a ele, segurando a porta aberta.<br />

—Prazer em conhecê-lo, Morgan. Você também, senhora.<br />

—Race. — Eu disse.<br />

—Race. — Repetiu ele antes de fechar a porta.<br />

Thomas riu, estatelando-se em sua cadeira. —Isto vai ser divertido.<br />

—Claro que vai.<br />

—Onde eu estava? —Thomas perguntou passando os dedos na cabeça.<br />

—O nome. — Eu o lembrei, olhando para Race.<br />

Ela não era ela mesma.<br />

Ela tinha ficado inteiramente tranquila pela última hora.<br />

—Tyler O'Shea.<br />

—Race, isso parece certo?<br />

Ela parecia desinteressada. —Sim. Eu acho que sim.<br />

—Eu vou fazer algumas investigações e ver o que eu consigo levantar. —<br />

Fiquei em pé, estendendo a minha mão para Race.<br />

—Obrigada por conseguir o nome para mim, Thomas.<br />

143


Ela colocou a pequena palma na minha, e eu fechei os dedos em torno de sua<br />

mão, ajudando-a a levantar da cadeira.<br />

—Morgan, eu posso falar com você em particular por um momento? —<br />

Perguntou Thomas.<br />

Race olhou para cima.<br />

ela.<br />

—Vá esperar por mim no meu escritório. Eu te encontro lá. —Sussurrei para<br />

Ela me deu um breve aceno e saiu.<br />

—O que há Thomas? —Perguntei me sentando novamente.<br />

—O que está acontecendo entre vocês dois?<br />

—Nada. —Menti, balançando a cabeça.<br />

—Eu vi como você a tocou. Há algo diferente sobre vocês dois. E o que diabos<br />

aconteceu com as mãos?<br />

—Ouça. — Eu disse, esfregando a parte de trás do meu pescoço. —Você me<br />

disse para ficar com ela para me certificar de que estaria a salvo na noite passada. Eu<br />

fiz isso.<br />

—Eu também te pedi para manter seu pau em suas calças, mas você fez isso<br />

também? —Perguntou ele, inclinando a cabeça para o lado.<br />

—Bem, hum, não. Eu não ouvi essa parte. Mas...<br />

—É só resolver o caso. — Ele me disse, cruzando os braços na frente do peito.<br />

—Eu vou.<br />

—Compras? —Perguntou. —Sério?<br />

—Sim, cara. Ela zombou de minha casa e disse que eu precisava decorá-la. Ela<br />

não podia trabalhar hoje, porque cortou as mãos numa tigela quebrada na noite<br />

passada. Nós pensamos que seria melhor se ela desse às mãos um dia para curar.<br />

—Aham. —Ele murmurou.<br />

Virei, fechei a porta, e me dirigi para o meu escritório.<br />

144


Quando passei pela porta de James, eu ouvi palavras aquecidas sendo<br />

trocadas. Imaginei que nem tudo era água debaixo da ponte quando se tratava de<br />

Izzy.<br />

Race estava esparramada adoravelmente no pequeno sofá. Seu braço estava<br />

descansando contra seu rosto, a boca entreaberta e as pernas cruzadas em seus<br />

tornozelos.<br />

Sentei-me, virando meu computador. —Me desculpe por isso.<br />

—Está tudo bem. —Sussurrou sem se mover.<br />

—Por que você não me diz o que está em sua mente, princesa?<br />

Ela não olhou para mim quando suspirou. —Eu recebi outra mensagem hoje,<br />

enquanto você estava falando com Thomas. — Ela disse, se escondendo atrás de seu<br />

braço.<br />

Eu congelei, sabendo que ela escondeu isso por uma razão.<br />

—Porra! O que ele disse?<br />

—Eu não li tudo. Algo sobre ir sozinha, e ele queria me encontrar amanhã.<br />

—Você não vai. — Eu disse a ela, movendo o braço para longe de seu rosto.<br />

Ela olhou para mim. —É a minha carreira, Morgan.<br />

—Eu não me importo Race. Você não vai colocar sua vida em perigo. Vou<br />

pegar a fita para você.<br />

—Como?<br />

—Eu vou trabalhar e encontrar tudo o que puder sobre Tyler O'Shea. Então eu<br />

vou reunir os caras e juntos vamos formar um plano. Você não vai. Eu não vou<br />

permitir isso. Fim da história.<br />

—Morgan. —Ela disse, antes de me prender com os olhos.<br />

Eu balancei a cabeça, encarando-a. — Absolutamente não.<br />

—É a minha vida pendurada na balança.<br />

—Mulher, nem que eu tenha que amarrar sua bunda na cama, você não vai.<br />

145


—Tudo bem. —Disse ela, cruzando os braços sobre o peito.<br />

—Estou feliz que você esteja vendo as coisas do meu jeito. — Eu disse,<br />

sorrindo.<br />

—Você pode ser um idiota. — Ela rosnou.<br />

Levantei-me, caminhando em direção a minha mesa.<br />

—Eu lhe disse que era um idiota às vezes.<br />

Ela não respondeu, eu sentei e comecei a pesquisar Tyler O'Shea.<br />

Ele viveu em Tampa e havia se casado há três anos com uma mulher chamada<br />

Natasha. Ambos com diplomas de administração, e Tyler trabalhava em uma empresa<br />

financeira na área.<br />

A coisa que eu não esperava era onde Natasha trabalhava.<br />

Ela tinha se tornado funcionária há dois anos na mesma empresa em que Race<br />

trabalhava.<br />

Sua posição na empresa era menor, mas ela estava na fila para a mesma<br />

promoção que Race. Se Tyler fosse capaz de destruir a carreira de Race, Natasha seria<br />

a próxima a subir a escada corporativa.<br />

Fiquei de pé sem desculpar-me, e fui direto para o escritório de Thomas.<br />

—Nós temos um problema. —Eu disse entrando pela porta sem bater<br />

novamente.<br />

Vi Angel inclinada sobre a mesa com um olhar que espelhava o meu.<br />

—Meu Deus. Eu sinto muito. —Cobri meus olhos, abrindo os dedos para que<br />

pudesse espreitar. —Porra! De novo! —Eu murmurei dando meia volta.<br />

—Fora! —Thomas gritou, apontando para a porta.<br />

—Porque ele está puto? —James perguntou atrás de mim depois que eu<br />

fechei a porta.<br />

—Ele estava um pouco ocupado quando eu entrei. —Fiz um gesto em direção<br />

ao escritório de Thomas. —Eles com certeza utilizam muito essa mesa.<br />

Ele olhou para o teto e sacudiu a cabeça.<br />

146


—Eu já lhe disse um milhão de vezes para trancar a maldita porta. Eu já vi<br />

muito mais disso do que quis recentemente. —James riu.<br />

—Você não bate antes de entrar?<br />

—Não. Eu meio que gosto de capturá-los. Eu acho que ele gosta também, ou<br />

então trancaria a porra da porta.<br />

—Interessante. —Eu disse, esfregando a mão no meu rosto.<br />

—Posso falar com você, desde que Thomas está ocupado?<br />

—Vamos ao meu escritório conversar até que ele termine. Não se preocupe.<br />

Ele é rápido.<br />

O segui para dentro me sentando no sofá.<br />

Antes que eu pudesse falar, a porta de Thomas abriu e fechou.<br />

—Viu? — Disse James, apontando para o corredor. —Rápido.<br />

—Pobre menina. —Eu murmurei com um risinho.<br />

—O que posso fazer por você? —James perguntou sentando-se na cadeira de<br />

couro em frente a mim.<br />

—É sobre este caso. Preciso de olhos e mãos extras no convés amanhã. Sabe<br />

alguma coisa sobre o caso dela?<br />

—Eu sei sobre todos os casos do escritório. O que vai acontecer amanhã?<br />

Passei os próximos cinco minutos explicando o e-mail que ela recebeu hoje, e<br />

as informações básicas sobre Tyler O'Shea.<br />

Ele inclinou-se, apoiando os cotovelos sobre os joelhos.<br />

—Aqui está o que vamos fazer. Vou colocar Sam no encalço de Tyler para nos<br />

atualizar sobre seus movimentos. Thomas e eu vamos decidir o melhor curso de ação<br />

do nosso lado, e nós vamos ter homens extras no ponto de encontro de amanhã à<br />

noite.<br />

—Eles vão ficar fora de vista certo? —Perguntei, minha perna tremendo. Se<br />

isto desse merda, tudo cairia sobre meus ombros.<br />

147


—Ninguém nos verá. Você fica ao lado de Race até que tenhamos o<br />

chantagista e a fita em nossas mãos.<br />

—Isso pode ser um problema.<br />

—Por quê? —Ele perguntou o rosto contorcendo-se.<br />

—Ela está com raiva de mim agora. Vai ser um inferno convencê-la a ficar ao<br />

meu lado e nos deixar cuidar de tudo.<br />

Beliscando a ponte de seu nariz, ele inclinou-se para trás na cadeira e esticou<br />

as pernas. —Há algo acontecendo entre vocês? —Perguntou.<br />

—Bem... —Eu respondi, encolhendo-me.<br />

—Será que ela gosta de você?<br />

—Sim.<br />

—Você gosta dela?<br />

—Sim.<br />

—Certifique-se de que ela não queira livrar-se de você esta noite. Mantenha-a<br />

perto. Leve-a para jantar. Compre-lhe algumas bebidas. Faça alguma coisa. Só não a<br />

deixe fora de sua vista.<br />

—Entendi, amigo. Mande-me um texto com os detalhes e me mantenha<br />

atualizado. Eu vou cuidar de Race. Obrigado pela ajuda.<br />

—Vou te mandar uma mensagem mais tarde, depois de descobrir e configurar<br />

tudo. Lembre-se, apenas se preocupe com o seu cliente.<br />

porta.<br />

—Merda, é mais fácil dizer do que fazer. — Eu disse caminhando em direção à<br />

Então houve uma pequena batida. —Jimmy. — Izzy disse em um tom baixo.<br />

—Parece que é melhor trancar a porta. —Eu abri a porta para a minha prima,<br />

que estava lá com seu punho para cima e prestes a bater.<br />

—Ei, Morgan.<br />

—Iz. — Eu a cumprimentei. —Vá devagar com ele.<br />

148


—Se não sair em trinta minutos, chame os paramédicos. — Ela disse quando<br />

passava por mim entrando no escritório.<br />

—Vou deixar vocês dois sozinhos por algum tempo.<br />

—Obrigado. —Disse James, olhando em torno de Izzy. —Tranque a porta,<br />

amor. —Disse quando a porta começou a fechar.<br />

Eu balancei a cabeça, me perguntando se eu era a única pessoa no escritório<br />

sem ter qualquer ação no trabalho. Então, novamente, eu era a única pessoa no<br />

escritório que não estava comprometido.<br />

—Race. — Eu chamei quando abri a porta e entrei no meu escritório, pronto<br />

para a ação. Meu coração pulou na minha garganta quando notei que o sofá estava<br />

vazio. Race foi embora.<br />

Eu marchei para a sala de espera onde Angel estava retocando a maquiagem<br />

em um espelho compacto.<br />

—Onde ela está? —Perguntei, apertando os punhos.<br />

—Ela acabou de sair cerca de um minuto atrás. Precisava de um pouco de ar.<br />

— Angel respondeu, limpando os cantos dos lábios.<br />

—Porra! —Murmurei, correndo através das portas da frente em pânico. —<br />

Race! — Eu chamei olhando ao redor, protegendo os olhos do sol.<br />

Ela estava em pé ao lado de Elvira, sua pele pálida mais branca do que o<br />

normal. Ela não respondeu, apenas ficou como uma estátua olhando para baixo.<br />

—Race. — Repeti correndo em sua direção. —O que está errado?<br />

Ela apontou para o chão. —Elvira. —Sussurrou.<br />

Alguém tinha cortado os pneus. Cada um tinha enormes furos, ar suficiente<br />

tinha escoado, e pareciam praticamente planos.<br />

—PORRA! —Eu gritei, sentindo meu peito apertar. Eu não estava chateado<br />

com o carro. Era apenas um objeto. Se ela tivesse saído apenas alguns minutos mais<br />

cedo... Eu não podia pensar nisso.<br />

culpa.<br />

—Eu sinto muito. — Ela sussurrou, apertando seu pescoço. —É tudo minha<br />

149


—É apenas um carro. — Eu disse, tentando manter minha voz calma<br />

colocando meu braço em torno dela. —Ele pode ser consertado. Não é sua culpa.<br />

Ela segurava um pequeno pedaço de papel. —É sim. Veja.<br />

Você não pode salvá-la. Mantenha seu nariz onde ele pertence.<br />

Eu li em voz alta, puxando-a para perto de mim.<br />

Quem quer que esse idiota fosse, com certeza tinha bolas tão grandes quanto<br />

às de basquete. Chegar a este escritório e cortar meus pneus era extremamente<br />

arriscado.<br />

—Shh. Não é grande coisa. Você está segura, e isso é tudo que importa.<br />

Seus ombros tremiam, as lágrimas começaram a escorrer de seu rosto.<br />

—Eu sinto muito. — Ela repetiu, soluçando.<br />

—É apenas um carro, princesa.<br />

Seu corpo poderia ter recebido a mensagem para mim ao invés de Elvira.<br />

—Deixe-me ajudá-lo a consertá-la. — Ela sussurrou olhando para mim,<br />

—Tenho certeza que Thomas tem seguro para coisas como esta. —Eu podia<br />

ver que havia perigos neste trabalho que não tinha previsto.<br />

—Eu conheço um cara que posso chamar.<br />

—Você conhece um cara? — Eu perguntei a ela, meus olhos estreitaram-se. —<br />

Soa ameaçador.<br />

—Um velho piloto amigo do meu pai. Deixe-me chamá-lo, por favor. —Ela<br />

bateu os cílios.<br />

Porra!<br />

Não havia nenhuma maneira que eu poderia recusar.<br />

—OK. Vamos entrar, e você pode chamá-lo enquanto eu falo com Thomas.<br />

Ela assentiu com a cabeça e inclinou-se para o meu lado.<br />

—Vamos ter o seu bebê de volta em ação.<br />

150


—Eu posso alugar outro carro até que esteja tudo pronto. Pare de se<br />

preocupar.<br />

—Tudo bem? —Angel perguntou enquanto caminhávamos de volta para<br />

dentro.<br />

—Sim, Angel. Tudo vai ficar bem. —Eu dei-lhe um sorriso falso, meu interior<br />

girando sobre o que havia acontecido. Olhei para Race. —Vá ao meu escritório e use<br />

o telefone enquanto eu falo com Thomas.<br />

Ela assentiu com a cabeça e caminhou pelo corredor. Eu a assisti,<br />

completamente paralisado pelo balanço de seus quadris. Antes de abrir a porta, ela<br />

olhou por cima do ombro e me pegou.<br />

—Vê algo que você gosta garotão? —Angel perguntou do meu lado.<br />

Meu rosto corou. —Eu queria ter certeza de que ela foi para a porta correta.<br />

Eu não quero que ela veja algo que não deveria. —Eu arqueei uma sobrancelha e não<br />

me preocupei em esconder minha diversão quando seu nariz enrugou.<br />

Ela tossiu. —Imbecil.<br />

—Thomas está sozinho?<br />

mesa.<br />

—Até onde eu sei. — Ela disse se ocupando com a pilha de papéis em sua<br />

Marchei pelo corredor, em frente ao escritório de Thomas.<br />

Desta vez, eu bati.<br />

—Entre.<br />

—Desculpe interromper, mas eu precisava falar com você sobre uma situação.<br />

mesa.<br />

—Qual é o problema agora? —Perguntou Thomas, olhando-me de trás da<br />

Arrastei minhas mãos pelo meu cabelo.<br />

—Eu fui lá fora para encontrar Race, e os pneus de Elvira foram cortados.<br />

—Eu vou pegar o vídeo de vigilância do estacionamento com James<br />

imediatamente.<br />

151


—Hum. — Eu murmurei, olhando para trás na porta de James. —Ele está meio<br />

que ocupado agora.<br />

mesa.<br />

—Que porra ele está fazendo? —Disse Thomas, movendo-se em torno da<br />

Eu estiquei as minhas mãos, impedindo-o de sair.<br />

—Basta dar-lhe alguns minutos. O que eu faço sobre o carro?<br />

—Apenas me dê à conta e vamos pagá-la. O seguro vai cobrir isso.<br />

—Obrigado, Thomas.<br />

—Não me agradeça ainda. Desde que você está aqui, precisamos discutir o<br />

seu relacionamento com a Sra. True. —Ele inclinou-se para frente, apoiando os<br />

cotovelos sobre a mesa.<br />

—James. — Ele gritou quando James passou no corredor, arrumando suas<br />

roupas. —Feche a porta, James. — Thomas disse enquanto James entrava desabando<br />

na cadeira.<br />

—Eu quero ouvir isso? —Perguntei, sabendo o que estava por vir.<br />

—Escute espertinho. Namorar um cliente pode complicar tudo e nos deixar<br />

expostos a uma série de processos judiciais.<br />

Eu defini a minha boca numa linha firme com a insinuação de que ela estaria<br />

atrás de dinheiro.<br />

—Race não é assim.<br />

Ele balançou a cabeça, jogando o corpo para trás na cadeira.<br />

—Seja cuidadoso. Você está em território muito perigoso.<br />

—Eu sei. Eu não queria que nada acontecesse.<br />

Thomas cruzou os braços na frente do seu peito e suspirou.<br />

—Eu não quero desculpas. Mantenha-a segura e feche o caso.<br />

—Eu não pretendia gostar dela. Não sei o que aconteceu, mas vou mantê-la<br />

segura. E o caso deve terminar amanhã. Ela só me deixa louco.<br />

152


—As mulheres fazem isso. —James brincou com o anel de casamento na mão.<br />

mão.<br />

—Conhecimento de primeira mão? —Perguntei meus olhos caindo para sua<br />

—Eu não queria gostar de Izzy. Deus, ela é uma dor na bunda. Eu não pude<br />

resistir. Uma coisa levou a outra, e aqui estou. Casado. —Ele balançou a cabeça. —<br />

Às vezes a gente não pode fugir do destino.<br />

—Ei, James, o rato quer sua linha de queijo de volta? — Thomas brincou.<br />

—Cale a boca, cara. — James atirou de volta, levantando o queixo para<br />

Thomas.<br />

—De qualquer forma, vamos lidar com tudo. —Thomas salientou.<br />

—Fique com ela esta noite. Eu não gostei que esta pessoa viesse aqui e<br />

vandalizasse o seu carro. Isso demonstra que eles poderiam tentar qualquer coisa.<br />

Assim, pelo amor de Deus, fique no pé dela.<br />

—Eu não vou baixar a minha guarda.<br />

—Um cliente morto não paga. — Acrescentou James.<br />

Jesus!<br />

—Você conhece a palavra certa para me fazer sentir melhor, James.<br />

—James, eu preciso que você puxe as filmagens do estacionamento da última<br />

hora. —Disse Thomas, batendo com o dedo sobre a mesa.<br />

—O que aconteceu? —Perguntou James, levantando uma sobrancelha<br />

enquanto olhava para mim.<br />

—Alguém cortou os pneus de Elvira.<br />

—Porra! —Disse ele, levantando-se da cadeira. —Eu estou nisso.<br />

Fechei os olhos, desejando que pudesse avançar rapidamente para amanhã,<br />

quando esperávamos que tudo isso estivesse terminado.<br />

Race.<br />

—Você precisa de mim para alguma coisa? —Perguntei, desejando voltar para<br />

—Não. Vamos checar tudo e enviar-lhe os detalhes.<br />

153


—OK. Vou pedir um carro de aluguel e um guincho para rebocar Elvira.<br />

—Soa como um bom plano.<br />

—Oh, e Morgan. —Thomas disse quando eu tinha um pé no corredor.<br />

—Sim? —Perguntei, mantendo as costas para ele e fechando os olhos.<br />

—Obrigado por bater na porta, homem.<br />

Todo mundo riu.<br />

154


Capítulo 20<br />

O Cara<br />

Race<br />

—Eu tenho uma grande notícia. —Eu disse à Morgan quando ele sentou-se à<br />

sua mesa.<br />

Balançando para trás e para frente, ele tentou reunir um sorriso. —Me diga.<br />

— Ele murmurou.<br />

—Johnny está trazendo novos pneus, e ele vai consertar Elvira no<br />

estacionamento.<br />

—O cara? —Ele perguntou com um sorriso indiferente.<br />

Eu balancei a cabeça, tentando conter minha emoção. —O cara.<br />

—Isso é ótimo, princesa. —Ele estendeu a mão para mim, um olhar sério em<br />

sua face. —Temos de falar. É sobre Tyler e toda a situação.<br />

—Posso ir amanhã? —Eu perguntei antes de prender a respiração.<br />

—Não.<br />

Fiz uma careta, rangendo os dentes.<br />

—Você confia em mim, Race? —Ele perguntou, estendendo a mão para mim.<br />

—Sim.<br />

Desta vez, eu não hesitei colocando a minha mão na sua, finalmente cedendo.<br />

—Bom. —Ele me puxou para frente e passou os braços em volta de mim. —<br />

Então você com certeza não vai.<br />

Cai em seu colo e gritei: —Ei!<br />

Ele me posicionou no colo, me ajeitando contra seu torso.<br />

Olhei para ele, confusa. —O que você está fazendo?<br />

—Protegendo. — Ele sussurrou em meu ouvido.<br />

155


Minha respiração engatou.<br />

Pela primeira vez, eu fiquei sem palavras.<br />

—Eu vou ficar com você de novo hoje à noite.<br />

—Você não tem que fazer isso. Eu sou uma menina grande. — Eu provoquei,<br />

gostando de estar protegida em seus braços.<br />

Ternamente ele pegou minha mão na sua, e acariciou o lado mais próximo das<br />

bandagens. —Continue a discutir e eu vou bater em você hoje à noite.<br />

—Oh! —Sussurrei, com borboletas enchendo minhas entranhas.<br />

As vibrações de sua risada profunda ricochetearam através do meu corpo. —<br />

Talvez você goste disso.<br />

—Morgan... —Eu relaxei contra ele.<br />

—Ouça, alguém está atrás de você. Eles vieram ao meu trabalho e cortaram<br />

meus pneus. Eu não quero encontrá-la da mesma maneira que encontramos Elvira.<br />

Então você não pode se livrar de mim, não importa o quão teimosa você seja.<br />

—Não seja bobo. — Eu disse, sentindo as borboletas começando a flutuar em<br />

torno de meu estômago. —Você não acha que alguém faria isso. Acha? —Meu<br />

coração acelerou, batendo febrilmente dentro do peito.<br />

—Eu não sei Race. —Seu dedo arrastou pelo meu braço, correndo sobre a<br />

minha pele muito sensível. —Eu não vou correr o risco.<br />

—Ok. — Saiu da minha boca um pouco rápido demais.<br />

Eu não podia negar isso por mais tempo, pelo menos, não para mim mesma.<br />

Morgan DeLuca agitava todos os tipos de sentimentos dentro de mim.<br />

Eu o cobiçava.<br />

Essa palavra pode até não ser o suficiente para descrever o quanto eu o<br />

queria.<br />

No momento em que seus lábios tocaram os meus, eu sabia que era um caso<br />

perdido.<br />

156


Nunca em toda a minha vida um homem tinha me beijado como ele, e muito<br />

menos da maneira como ele me fodeu.<br />

—Deus. —Disse ele contra o meu cabelo, traçando pequenos círculos no meu<br />

ombro.<br />

Sentei-me ali como uma menina boazinha, aquecendo-me com a sensação de<br />

sua pele contra a minha. —Morgan? —Sussurrei, mordendo meu lábio.<br />

—Sim? —Ele perguntou, sua boca roçou minha orelha.<br />

Estremeci. —Isto.<br />

Ele me segurou mais forte, descansando seus lábios contra meu pescoço.<br />

—Escuta, você já quis tanto algo, que pensou que nunca fosse querer em um<br />

milhão de anos?<br />

Engoli em seco e assenti.<br />

—Eu nunca pensei que gostaria de estar com alguém, Race. Mas, em seguida,<br />

sua bunda mandona sentou lá em uma banqueta, atirando todos os tipos de besteira<br />

para mim, e tudo dentro de mim mudou.<br />

—Você realmente gosta de mim? —Eu pisquei.<br />

Meu Deus!<br />

—Sim. —Ele respondeu em tom sério.<br />

Eu olhava para frente, sem me atrever a fazer contato visual.<br />

—Nós realmente não fazemos sentido.<br />

—Vamos levá-lo um dia de cada vez. Embora eu goste de você. Mais do que<br />

eu esperava ou queria.<br />

—Eu sei. Eu também. — Eu disse enquanto minhas bochechas aqueciam.<br />

Ele inclinou-se para frente, e colocou sua boca sobre a minha. Minha<br />

respiração falhou, ele roubou todo o fôlego de dentro do meu corpo, me fazendo<br />

sentir vertigens e tonturas.<br />

Seus lábios demoraram sobre os meus, e ele perguntou:<br />

157


—Você me quer em sua cama?<br />

Minha mente ainda estava nebulosa do desejo que tinha inundado cada fibra<br />

do meu ser, e eu respondi:<br />

—Sim.<br />

Antes que eu pudesse levá-lo de volta, ele cobriu minha boca em outro beijo.<br />

Um momento depois, ele recuou, segurando-me muito perto.<br />

—Eu preciso de você, Race, mas não aqui. —Disse com seu peito arfando. Ele<br />

tentou recuperar o fôlego, tão afetado pelo beijo quanto eu.<br />

—Johnny deve estar aqui em breve. —Eu disse, sem saber o que dizer.<br />

casa.<br />

—Quando ele terminar, eu vou levá-la para jantar, e então podemos ir para<br />

—E se eu não quiser ir para casa?<br />

—Então eu vou levá-la para onde quiser, mas eventualmente vamos acabar<br />

em sua casa.<br />

—E depois?<br />

—Então nós vamos terminar o que começamos.<br />

Esperança floresceu dentro de mim, as dúvidas evaporadas. Desejo inundou o<br />

meu sistema enquanto eu encarava o homem diante de mim.<br />

158


Capítulo 21<br />

Implorar por isso<br />

Seu cara, Johnny, consertou Elvira em tempo recorde, com o escritório inteiro<br />

olhando de boca aberta por trás das portas de vidro.<br />

Eu graciosamente deixei Race dirigir Elvira até onde jantaríamos.<br />

Uma vez que chegamos ao restaurante, a conversa foi quase inexistente<br />

durante a primeira metade da refeição. Depois que ela tinha consumido três copos de<br />

vinho, ela começou a falar.<br />

—Obrigada por me deixar dirigir a sua menina. —Disse, derramando o vinho<br />

em torno do seu copo. —Eu realmente sinto muito que isso aconteceu por minha<br />

causa.<br />

—Não se desculpe mais. — Eu respondi limpando minha boca e jogando o<br />

guardanapo na mesa. — Já é passado.<br />

—Assim como eu vou ser. — Ela sussurrou.<br />

—O quê? —Perguntei, inclinando a cabeça.<br />

—Nada. —Ela viu o líquido enquanto se espalhava, e seus olhos tornaram-se<br />

vidrados. —Posso dirigir de volta para casa?<br />

—Vamos deixar algumas coisas bem claras. Vamos? —Eu perguntei,<br />

esfregando as mãos contra as minhas calças. —Eu tinha uma vida simples. Então essa<br />

mulher de cabelo loiro entrou no meu mundo com a sua atitude, boca atrevida, e<br />

corpo de matar, e destruiu tudo.<br />

—Bem, eu...<br />

—Toda vez que eu olho em seus olhos verde-esmeralda, sinto-me<br />

apaixonando cada vez mais, perdendo um pouco do meu coração a cada beijo. Eu<br />

nunca me senti assim antes. Eu não sei como agir metade do tempo. Portanto, não<br />

159


deixarei de lado meus sentimentos por você. Quando o seu caso estiver encerrado,<br />

eu estarei longe de ter terminado com você, Race True.<br />

Ela sentou-se ali com os lábios entreabertos, enquanto acariciava seu<br />

pescoço. —Ok. —Um pequeno sorriso apareceu em seu rosto. —Posso ter mais<br />

vinho? —Sussurrou.<br />

—Eu a quero totalmente lúcida quando tiver você esta noite. Você vai<br />

implorar por mais.<br />

—Eu nunca implorei, Morgan.<br />

—Você vai hoje à noite. —Eu sorri.<br />

Sua garganta moveu-se engolindo em seco, e os lábios abriram mais. Quando<br />

seus olhos suavizaram, ela descruzou os braços e inclinou-se para frente.<br />

—Eu não imploro porra nenhuma. — Ela sussurrou.<br />

Eu deslizei em frente na cadeira, movendo meu rosto tão perto quanto<br />

possível do dela. Nossas bocas estavam quase se tocando, sua respiração morna<br />

carregada de vinho tocou em meus lábios. —Você vai esta noite. Isso eu prometo.<br />

—Faça ou cale-se. —Disse com o canto de sua boca contraindo.<br />

Peguei minha carteira, tirei dinheiro suficiente para cobrir mais do que a<br />

conta e gorjeta, e fiquei de pé. Oferecendo minha mão, eu olhei para ela, pronto para<br />

sair de lá. —Vamos ver se você é só conversa mole, princesa.<br />

—Você vai ser o único andando engraçado amanhã, grandão.<br />

—Dou boas vindas ao desafio.<br />

—Vamos assistir a um filme ou algo assim. —Eu disse quando nós chegamos a<br />

casa dela.<br />

Ela olhou espantada para mim. —Sério?<br />

—Não. Traga seu traseiro bem aqui e me beije, princesa. —Eu apontei para o<br />

chão perto dos meus pés.<br />

—Sem preliminares? —Ela perguntou dando um passo para frente.<br />

—Oh, vai haver muito disso.<br />

160


—Sem romance?<br />

—O jantar foi o romance, e agora, é hora da sobremesa.<br />

—Tem certeza de que quer fazer isso? —Ela perguntou, olhando para mim<br />

por entre os cílios.<br />

—Você me quer? —Perguntei, entortando o dedo para ela, chamando-a para<br />

vir à frente.<br />

—Uh, sim.<br />

clima.<br />

—Ou você só deseja o meu pau enorme? —Eu provoquei, tentando aliviar o<br />

—Bem. Eu quero você, mas você não é quem eu pensava Morgan. —Ela disse,<br />

dando um passo mais perto.<br />

Eu me inclinei para frente, trazendo meus lábios perto dos dela.<br />

mão.<br />

—Então me beije, Race. —Eu sussurrei, segurando o seu queixo na minha<br />

Os olhos dela mudaram enquanto eu olhava para eles. Ela hesitou por um<br />

momento antes de seus lábios tocarem os meus, hesitantes em primeiro lugar, antes<br />

de sua respiração mudar, e o beijo tornar-se mais voraz.<br />

Ela passou os dedos pelo meu cabelo, me puxando para mais perto. Usando<br />

ambas as mãos, eu apertei sua bunda, moendo contra ela. Seus gemidos derramavam<br />

em minha boca, fazendo meu pau ainda mais duro.<br />

Deixando uma das mãos em sua bunda, eu agarrei seu cabelo na outra, e<br />

afastei sua boca da minha. Com a cabeça inclinada para trás, eu aproveitei a<br />

oportunidade para provar seu pescoço.<br />

Sua pele lisa cheirava caramelo doce. Deslizei minha língua ao longo de seu<br />

pescoço. Tomando meu tempo, eu explorei seu pescoço, parando por um momento<br />

sobre o pulso. Seu coração tamborilou contra os meus lábios em um ritmo irregular.<br />

Quando meus lábios encontraram a parte superior de seu peito, suas unhas<br />

cravaram em meus braços, perfurando a pele. Eu assobiei, sugando uma respiração<br />

rápida conforme a minha língua saia e deslizava contra o seio macio.<br />

161


—Oh Deus! —Ela gritou. — Não pare!<br />

Eu cheguei até aqui, e não havia nada que pudesse me fazer parar agora.<br />

Depois de soltá-la, peguei a parte inferior da sua camiseta e puxei-a sobre sua cabeça.<br />

O laço delicado de seu sutiã mal escondia seus seios, enquanto seus mamilos ficavam<br />

tensos contra o material, ansiando para serem tocados. Raspei a ponta do meu<br />

polegar contra ela, vendo-a estremecer.<br />

Antes que eu caísse de joelhos, desabotoei o sutiã e joguei-o no chão.<br />

Tocando a parte inferior de suas costas, eu a puxei para mim e enterrei meu rosto<br />

entre os seios. Naquele exato momento, eu gostaria de ter mais de uma boca. Não<br />

havia um ponto em seu corpo que eu não queria devorar, e paciência não era algo<br />

que eu tinha de sobra.<br />

Minha boca foi para o seio direito e uma mão ficou em concha no esquerdo,<br />

certificando-me de que cada um recebesse a mesma atenção. Suas mãos caíram para<br />

os lados enquanto ela balançava. Seus mamilos ficaram ainda mais tensos enquanto<br />

eu chupava, e meu pênis esticava procurando liberdade.<br />

Quando seu corpo oscilou novamente, eu envolvi meu braço em torno dela e<br />

segurei firme. Eu alternava entre cada seio, usando os dentes para lhe dar uma<br />

mordida, quando seu corpo começou a tremer. Eu gemia, usando a vibração para<br />

minha vantagem.<br />

—Você está me matando. — Ela reclamou quando eu estava prestes a mudar<br />

de lado novamente.<br />

Eu não respondi. Algumas situações não requerem palavras. Rocei seu<br />

mamilo com os dentes e desfiz o botão em seus jeans.<br />

Ela se retorceu conforme eu o puxava para baixo. A menina estava sem<br />

calcinha, e era sexy como o inferno. Todos os dias, ela sentou-se ao meu lado sem<br />

nada entre sua buceta e eu, exceto por um pedaço de material.<br />

Meus dedos deslizaram em seu montículo suave agarrando seu sexo. Eu tinha<br />

que ter um momento para recuperar a compostura antes de deslizar meus dedos por<br />

sua umidade. Minha boca salivou quando o aroma de sua excitação finalmente me<br />

atingiu.<br />

162


Eu gemi tocando sua buceta. Usando a umidade, eu circulei seu clitóris,<br />

sentindo a dureza contra meus dedos. Não havia nada que eu queria fazer mais do<br />

que mergulhar meus dedos dentro dela, mas queria provocá-la e fazê-la implorar.<br />

Eu não tinha soltado seu mamilo, então eu chupei mais forte enquanto<br />

circulava seu clitóris. Seu corpo tremia em meus braços, ela agarrou meus ombros<br />

com os dedos trêmulos.<br />

—Mais! —Gemeu, empurrando sua vagina contra a minha mão.<br />

A umidade escorria dos meus dedos, cobrindo-os completamente. A última<br />

coisa que eu queria fazer era machucá-la, mas eu não podia perder mais tempo. Eu<br />

precisava estar dentro dela. Levou tudo em mim para manter o controle até agora, e<br />

eu não seria capaz de aguentar muito mais tempo.<br />

Lentamente, eu afundei um dedo dentro dela, sentindo suas paredes<br />

convulsionarem em torno de mim. Tocá-la no interior era quase celestial. A única<br />

coisa melhor teria sido meu pau, mas haveria tempo para isso.<br />

—Mais! — Ela gritou.<br />

Sem soltar o mamilo, eu fiz o que tinha pedido. Mergulhando um segundo<br />

dedo dentro dela, eu resisti à vontade de gritar sozinho. Meus olhos reviravam em<br />

minha cabeça quando o sentimento de êxtase tomou conta de mim.<br />

Eu não gozaria na minha calça. Eu não podia. Toda a credibilidade que tinha<br />

com Race rapidamente iria voar pela janela. Deixei meus dedos dentro, sem me<br />

mexer enquanto me acalmava.<br />

—Mais!<br />

Ela era uma coisinha gananciosa. Eu amei isso. Eu queria que ela fosse<br />

agressiva.<br />

—Mais forte.<br />

Parecia que ela estava implorando, embora ela discutisse esse ponto. Fiz o<br />

que ela mandou, movendo lentamente meus dedos para fora antes de mergulhá-los<br />

de volta para dentro.<br />

Eu precisava saboreá-la.<br />

163


Enquanto trabalhava meus dedos dentro dela, percorri um caminho até seu<br />

estômago. Fiquei próximo de sua vagina. Fiz uma pausa, deixando o cheiro da<br />

excitação feminina penetrar em cada fibra do meu ser, antes de me inclinar e lambêla.<br />

—Porra! — Ela gemeu, quase colapsando em meus braços.<br />

A doçura salgada dela explodiu em minha boca. Empenhado para foder, meu<br />

pau estava prestes a quebrar, e eu estava pendurado por um fio com a minha boca<br />

presa em torno dela, capturando sua umidade com a língua.<br />

Ao olhar para ela, vi seus olhos rolarem para trás e fecharem. Eu não a<br />

deixaria gozar, ainda não, pelo menos. Ela teria que implorar por isso. A partir dos<br />

sons provenientes de sua garganta, eu sabia que estava no caminho certo, então eu<br />

empurrei para frente, e aumentei a pressão da minha boca contra sua carne nua.<br />

Quando seu corpo começou a tremer, e sua respiração ficou irregular, curta,<br />

eu me afastei.<br />

—Não pare.<br />

—Implore. — Eu exigi, ainda trabalhando meus dedos dentro dela.<br />

—Morgan! —Disse ela.<br />

Eu a ignorei, continuando meu ataque sobre ela. Depois de encontrar o ponto<br />

G, deixei meus dedos deslizarem contra ela e recuarem.<br />

—Oh meu Deus! — Ela gritou, empurrando sua vagina em direção ao meu<br />

rosto. —Você não pode!<br />

—Eu posso. Deus não irá ajudá-la agora. Só eu posso. Diga!<br />

—Vá se fuder! —Seus dedos cravaram em meu couro cabeludo, puxando meu<br />

cabelo.<br />

—Você irá.<br />

Ela olhou para mim, ainda esfregando contra a minha mão. Seus mamilos<br />

estavam como picos duros, e sua pele estava coberta de arrepios. —Eu te odeio.<br />

Coloquei a língua para fora e lambi seu clitóris, enrolando-a para obter o<br />

máximo de contato.<br />

164


—Sim!<br />

Eu me afastei.<br />

—Sim o quê? —Eu sorri, enganchando meus dedos dentro dela para que ela<br />

não conseguisse se mexer.<br />

—Me fode, Morgan.<br />

Agora isso foi sexy, mas não o suficiente. Eu deslizei um terceiro dedo dentro,<br />

esticando-a ainda mais.<br />

—Oh Deus! —Ela gemeu. Desta vez, os joelhos estavam fracos o suficiente<br />

para que eu a segurasse. Se eu me movesse, ela cairia para trás.<br />

Sua vagina apertou firme. —Por favor, Morgan!<br />

—Por favor, Morgan o quê?<br />

Agora, eu só estava brincando com ela e sendo um idiota total. Eu sabia, e eu<br />

tinha certeza que ela também sabia.<br />

—Por favor, deixe-me gozar. — Ela sussurrou, olhando para mim suavemente.<br />

Todas elas se tornavam coisinhas doces quando seus orgasmos repousavam<br />

sobre suas ações. Se não fosse por meus dedos dentro dela, eu tinha certeza que ela<br />

teria arrancado meus olhos.<br />

Desde que ela tinha pedido tão bonitinho, eu coloquei minha boca sobre ela e<br />

brinquei com seu clitóris, pressionando apenas o suficiente para trazê-la perto, mas<br />

nada mais.<br />

Ela levantou-se na ponta dos pés, tentando chegar mais perto do meu rosto.<br />

Eu não protestei, movendo-me para frente e enterrando meu rosto em sua carne.<br />

Mesmo se eu sufocasse, seria um inferno de um caminho a percorrer.<br />

Assim quando minha mandíbula começou a doer, seu corpo tremeu, e sua<br />

vagina contraiu em torno dos meus dedos. Ela gritou meu nome, eu aumentei a<br />

pressão da minha boca contra ela, e enfiei os dedos mais fundo.<br />

Seus dedos puxaram meu cabelo enquanto ela gritava:<br />

—Sim!<br />

165


No momento em que seu corpo parou de contrair-se, meu pau estava prestes<br />

a explodir. Eu podia sentir as bolas azuis matando lentamente o meu membro. Eu<br />

tirei meus dedos, pronto para começar o meu trabalho, antes que não houvesse nada<br />

para se obter.<br />

Lambi seu gozo dos meus dedos enquanto escorria. Seus olhos abriram, e ela<br />

tentou concentrar-se em mim. Minha necessidade superou a minha sensibilidade.<br />

Desfiz minhas calças, deixando o zíper aberto.<br />

—Abaixe-se. —Eu a empurrei em seus ombros.<br />

—Espere. O quê? —Perguntou, enquanto seus joelhos dobravam com a<br />

pressão.<br />

—Eu quero sentir sua boca em mim. Seja uma boa menina e enrole os lábios<br />

em torno do meu pau.<br />

—Você vai implorar? —Ela perguntou com um sorriso e deslizando o jeans<br />

pelas minhas pernas.<br />

—Por favor, chupe o meu pau, princesa. — Eu sussurrei. Meu pau saltou livre<br />

e em riste. Meu pau acenou em seu rosto, como se estivesse a insultando.<br />

Ela o agarrou sem hesitar, fazendo com que o meu pau desse uma guinada<br />

para frente. O calor sedoso de suas mãos me deixou no limite.<br />

Eu precisava pensar em algo diferente do que o meu pau. Eu não queria que<br />

tudo terminasse antes mesmo de começar. Quando sua língua agarrou a umidade<br />

que tinha vazado da ponta, eu quase tive um ataque cardíaco.<br />

A única coisa que eu poderia pensar para manter minha mente fora dela era o<br />

trabalho. Quando a ponta do meu pau passou em seus lábios, eu me perguntei o que<br />

os caras tinham feito para garantir a retaguarda amanhã à noite. Eu mentalmente<br />

desfiei uma lista de coisas que precisava falar com os caras antes da ocorrência.<br />

Tentar manter minha mente ocupada não ajudou por muito tempo.<br />

Rapidamente eu parei de pensar nessas merdas, e só podia sentir sua língua<br />

acariciando a parte inferior do meu pau. Toda vez que a ponta da sua língua<br />

acariciava o ponto sensível entre a cabeça e o comprimento do meu pau, eu<br />

estremecia.<br />

166


Foi a minha vez de sentir os joelhos fracos. Sua boca exigiu minha atenção<br />

quando ela tomou-me profundamente, mas não o suficiente para me engolir todo. Eu<br />

não poderia segurar por mais tempo. Eu queria gozar. A última coisa que me<br />

preocupava enquanto eu tinha meu pau em sua boca, era que eu pareceria fraco se<br />

eu gozasse rapidamente. Eu não estava prestes a me torturar. Tínhamos toda a noite,<br />

e este era apenas o aperitivo.<br />

—Coloque as mãos sobre os joelhos. —Ordenei enquanto olhava para baixo.<br />

Se eu fosse um pouquinho maior, não caberia. Não há nada como ver seu pau<br />

enterrado dentro da boca de uma mulher.<br />

Ela engoliu meu pau enquanto suas mãos caíram para suas pernas, e ela olhou<br />

para mim com olhos curiosos.<br />

—Tudo bem? —Perguntei, embora não importasse a resposta, eu ainda faria a<br />

mesma coisa.<br />

lábios.<br />

Ela deu um leve aceno de cabeça, baba começou a reunir nos cantos dos<br />

Eu deslizei minhas mãos em seu cabelo e segurei com força em meus dedos.<br />

Empurrei meu pau para frente, deslizando-o para baixo de sua garganta, apenas um<br />

pouco mais longe do que tinha ido antes. Ela engasgou um pouco fechando os olhos.<br />

Sua garganta apertou quando tentou engolir, e eu quase entrei em erupção em sua<br />

boca.<br />

Quando meu pau dobrou ligeiramente, curvando-se para baixo em sua<br />

garganta, foi a mais incrível sensação do mundo, e eu não estava prestes a parar.<br />

—Porra, isso é tão bom. —Murmurei segurando seu rosto.<br />

Ela apenas olhou para mim com os olhos marejados. Sua língua tentou<br />

manter-se, empurrando na parte de baixo do meu pau, mas não foi necessário.<br />

—Eu estou tão perto. —Disse a ela.<br />

Instantaneamente, ela parou de lutar, deixando-me assumir o controle de seu<br />

corpo. Tendo Race de joelhos, com meu pau em sua boca, e ouvindo meus<br />

comandos, era mais do que eu poderia tomar. Explodi dentro dela.<br />

167


Tudo no quarto ficou borrado. Calafrios acumularam em meu corpo, e as<br />

minhas pernas começaram a falhar. Segurei seu cabelo mais forte, usando-o como<br />

suporte, enquanto eu montava a onda de êxtase.<br />

No momento em que meu orgasmo tinha passado, eu estava sem fôlego e<br />

ofegante. Eu não poderia tomar ar rápido o suficiente. Larguei seu cabelo e me<br />

inclinei para frente, completamente sem fôlego.<br />

—Jesus! — Eu murmurei com meu pau amolecendo na sua boca.<br />

Ela enxugou os cantos de sua boca, puxando as últimas gotas sobre a língua<br />

antes de engolir.<br />

Se meu pau estivesse duro, eu gozaria de novo só de vê-la fazer isso.<br />

—Boa menina. —Eu acariciei o lado de seu rosto, encontrando um pouco do<br />

que ela tinha perdido.<br />

Coloquei a ponta do meu polegar contra sua boca. —Abra. Uma última gota.<br />

Quando eu deslizei meu dedo dentro, meu pau contraiu, mas rapidamente<br />

caiu plano totalmente satisfeito.<br />

—Eu não posso decidir se você é um babaca ou não. — Ela murmurou depois<br />

que tinha engolido.<br />

—Mas você gosta de mim de qualquer maneira.<br />

—Dificilmente. — Ela atirou de volta ficando de pé.<br />

—Sua buceta diz o contrário.<br />

—Desgraçado!<br />

—Eu aposto que você ainda está molhada. Talvez mais úmida depois de<br />

chupar o meu pau. —Eu agarrei seus braços e puxei-a para mim.<br />

—Não estou. —Disse, empurrando contra o meu peito.<br />

Descendo, eu deslizei meus dedos por ela, sentindo-a mais molhada do que<br />

antes. Ela gemeu abrindo a boca e, em seguida, ela engasgou. Depois de juntar<br />

umidade com meus dedos, eu trouxe-os de volta para os nossos rostos.<br />

168


—Mentirosa. — Murmurei colocando-os contra a minha língua e trazendo sua<br />

boca para a minha. Eu queria que ela provasse exatamente como eu a sentia na<br />

minha língua.<br />

Eu não tinha terminado com ela ainda.<br />

A noite ainda era uma criança.<br />

169


Capítulo 22<br />

Tente-me, Princesa<br />

Race<br />

Eu girei meu dedo contra seu bíceps, fazendo pequenos círculos.<br />

—Você não entende como eu cresci.<br />

Enquanto acariciava o lado do meu braço, ele avançou o seu corpo mais<br />

perto, apoiando o queixo em cima da minha cabeça.<br />

—Conte-me então.<br />

—É tão chato.<br />

—Eu não acho que qualquer coisa que você diga seja chato.<br />

—Tudo bem. — Eu sussurrei, continuando a acariciar a sua pele. —Minha mãe<br />

era uma puritana religiosa total.<br />

—Era? —Perguntou ele, apertando meu ombro.<br />

anos.<br />

—Ela está viva. Não se preocupe. Embora não tenhamos falado nos últimos<br />

—Eu sinto muito.<br />

—Eu não sinto. Ela foi um pesadelo depois que meu pai morreu. Ela sempre<br />

foi religiosa, mas depois que ele se foi, ela tornou-se fanática.<br />

—Sinto muito, gatinha. —Ele beijou o meu cabelo antes de ajustar nossos<br />

corpos. Ele deslizou para baixo, nos colocando frente a frente.<br />

Porra!<br />

olhos.<br />

Era mais fácil confessar coisas para ele quando eu não tinha que olhá-lo nos<br />

—Ela tinha vergonha de mim. Eu nunca fazia nada direito aos seus olhos.<br />

Todos os dias, ela me dizia que eu ia para o inferno por uma coisa ou outra. Eu tive o<br />

170


suficiente disso, depois eu saí para a faculdade. Não falei com ela desde o dia em que<br />

pisei no campus.<br />

Ele passou os dedos contra a minha bochecha. —Você se arrepende? —Ele<br />

perguntou seu rosto se suavizando.<br />

Eu balancei minha cabeça. —De modo nenhum. Eu prefiro estar sozinha, a<br />

ouvi-la me dizer todos os dias que eu não sou boa o suficiente.<br />

—É por isso que o seu trabalho é tão importante para você?<br />

Eu balancei a cabeça e desejei que não fosse verdade. —É tudo o que tenho.<br />

Minha família se distanciou. Um pouco foi por culpa minha, mas eu me comprometi<br />

com meu trabalho. Sou boa no que faço, e quero fazer um nome para mim.<br />

—Você vai. — Ele disse me tocando com ternura.<br />

—Se pegarmos a fita de volta. — Eu sussurrei.<br />

—Não há nenhum se, e tudo vai se resolver amanhã. —Disse ele. —Sobre isso.<br />

—Ele tirou a mão do meu rosto.<br />

—O quê? —Perguntei já com meu estômago dando cambalhotas.<br />

—Encontrei a conexão atual entre você e Tyler O'Shea.<br />

—Oh meu Deus, diga-me.<br />

—Sua esposa trabalha na sua empresa. —Ele estremeceu depois que falou. —<br />

Me desculpe, eu não lhe disse mais cedo.<br />

—Quem é ela? —Eu quis saber, agora passando por todos que eu conhecia do<br />

trabalho. —Eu não conheço ninguém com o sobrenome O'Shea.<br />

—Ela nunca usou seu nome quando se casaram. Eu achei isso quando estava<br />

procurando através de seus registros.<br />

—Puta merda! — Eu disse, arrastando as mãos pelo meu rosto. —Você vai me<br />

dizer quem é?<br />

—Não. — Respondeu balançando a cabeça.<br />

Eu olhei para ele. —Por que diabos não?<br />

171


—Race. — Ele disse em um tom suave, — Eu não vou permitir que você se<br />

coloque em perigo. Se eu te contar quem é ela, você vai atrás dela.<br />

—Eu não faria isso. E o que quer dizer com você não vai me permitir? —<br />

Perguntei, sentindo meu queixo tenso. Quem, ou que diabos esse homem pensava<br />

que era?<br />

—Você me contratou para fazer um trabalho, e eu vou fazê-lo.<br />

—Você está demitido.<br />

—Não, eu não estou. —Disse ele. —Lembre-se, eu vou amarrá-la antes de<br />

deixar você colocar-se em risco.<br />

Cruzei os braços sobre o peito. —Você não faria isso.<br />

—Tente-me, princesa. —Ele sorriu.<br />

Eu mordi o interior do meu lábio, debatendo minhas próximas palavras.<br />

—Posso ajudar, pelo menos?<br />

—Não. Absolutamente não.<br />

Eu suspirei, deixando meus ombros curvarem. —Mas se eu não for, nunca<br />

conseguirei a fita de volta. —Eu brinquei com o lençol perto dos meus pés, e me<br />

recusei a olhar para ele.<br />

—Hey. — Ele sussurrou, tocando meu queixo.<br />

—O quê? —Perguntei, tentando descobrir como fitá-lo de volta.<br />

—Lembra-se quando você disse que confiava em mim?<br />

—Sim. —Murmurei, olhando para seus lábios.<br />

ele.<br />

—Você tem que confiar em mim agora, Race. —Ele trouxe os meus olhos para<br />

—Eu confio, mas tanta coisa pode dar errado.<br />

—Nada vai dar errado. Você tem toda uma equipe de homens treinados atrás<br />

de você.<br />

172


—Será que eles têm uma vaga para uma mulher de negócios? Porque quando<br />

essa fita vier a público, eu vou ser dispensada.<br />

—Você é tão dramática. —Disse ele, revirando os olhos.<br />

Arrumei minhas costas.<br />

—Desde que eu estou pagando, deveria ser capaz de ajudar da maneira que<br />

eu achasse melhor.<br />

—Baby. — Ele murmurou enquanto inclinava-se para me beijar.<br />

Esquivei-me, evitando o contato. —Nada de baby para mim.<br />

Ele pairava sobre meus lábios, me olhando diretamente nos olhos.<br />

Ok?<br />

—Vou falar com os caras e perguntar-lhes se eles acham que está tudo bem.<br />

Eu olhei para ele, sabendo que ele estava apenas me acalmando.<br />

caísse.<br />

—Tudo bem. —Eu encontraria uma maneira de estar lá quando a merda<br />

Eu não tinha escolha. Era minha vida pendurada na balança, e ninguém<br />

olharia por mim como eu faria.<br />

Ninguém.<br />

Eu era a única pessoa que poderia confiar na minha vida. Era como sempre foi<br />

há anos. Eu estava bem desse modo. Eu tinha me acostumado. Eu não podia<br />

simplesmente entregar meu futuro para um homem. Para começar, era assim que eu<br />

tinha chegado a esta confusão.<br />

Meu pai me ensinou a confiar nos meus instintos.<br />

173


Capítulo 23<br />

Não a deixe fugir<br />

Os olhos de Race arregalaram-se, a boca se abriu quando eu entrei em seu<br />

escritório.<br />

—O que você está fazendo aqui?<br />

—Hey, princesa. — Eu disse olhando a majestade de seu escritório. Eu estava<br />

totalmente impressionado com o tamanho. —Eu pensei em passar e ver como as<br />

coisas estavam indo.<br />

Ela olhou para o relógio antes de voltar os olhos para mim.<br />

—É quase cinco. Você não deveria estar se preparando para ir encontrá-lo?<br />

Eu balancei a cabeça, batendo no meu relógio. —Muito tempo.<br />

Ela suspirou, afastando de sua mesa antes de caminhar em minha direção. —<br />

Não, não tem.<br />

—Tudo está arranjado. Estamos apenas esperando as coisas rolarem. O dia<br />

está se arrastando. Pensei que parar aqui seria uma ótima maneira de passar o<br />

tempo.<br />

Ela deslizou a mão pelo meu braço e descansou no meu ombro. —Você falou<br />

com os rapazes sobre eu ir junto hoje à noite?<br />

—Sim. Eles disseram que você pode nos encontrar às seis e meia no escritório,<br />

e vamos sair de lá. —Porra! Eu estava mentindo na cara dura.<br />

Suas sobrancelhas ergueram-se. —Sério?<br />

—Sim. —Eu menti novamente. Eu teria que rastejar mais tarde para<br />

compensar a besteira que saiu da minha boca.<br />

—Obrigada. —Ela sussurrou. Inclinou-se e me deu um suave beijo nos lábios.<br />

174


Quando ela começou a se afastar, eu passei meus braços em volta da sua<br />

cintura e puxei seu corpo contra o meu.<br />

—Aonde você vai? Eu preciso mais disso. —Murmurei contra seus lábios.<br />

—Morgan. —Disse empurrando meu peito. —Eu não posso ser pega aqui no<br />

trabalho.<br />

—As pessoas não batem? —Perguntei, olhando por cima do ombro em<br />

direção à porta.<br />

—Sim, mas...<br />

Cortei-a, cobrindo a boca com a minha e pedindo entrada.<br />

Ela gemeu em minha boca enquanto roubava o ar dos meus pulmões. Puxei-a<br />

mais forte contra mim, envolvendo-a em meus braços.<br />

O que diabos eu estava fazendo?<br />

Eu não fui lá para transar com ela, e muito menos beijá-la. Eu queria passar,<br />

dizer Olá, ter uma conversa rápida com Natasha, e certificar-me de que Race não<br />

estaria no encontro às sete horas da noite. Mas lá estava eu, em um agarre frontal<br />

com Race.<br />

Eu quebrei o beijo. —Eu preciso parar.<br />

—E se eu não quiser que você pare? —Ela perguntou com os lábios<br />

manchados de batom, ofegante.<br />

—Eu só passei para ver como você estava e falar sobre esta noite. —Eu lambi<br />

meus lábios, saboreando cada gota de seu gosto deixado para trás.<br />

—Isso era tudo o que você queria? —Ela perguntou, recuando enquanto<br />

ajustava sua camisa.<br />

—Sim. Isso era tudo. — Eu menti.<br />

Três vezes eu tinha mentido no seu rosto. Ela provavelmente me teria pelas<br />

bolas mais tarde por isso, mas era a coisa certa a fazer.<br />

—Srta. True. —Sua secretária chamou através da porta fechada.<br />

—Limpe seus lábios. — Eu sussurrei, tocando minha boca.<br />

175


—Merda. — Ela murmurou, correndo para sua mesa. Ela pegou um espelho e<br />

tentou retocar o batom, mas não conseguiu.<br />

—Sim? —Gritou.<br />

Sua secretária entrou, olhando entre nós enquanto caminhava para a mesa de<br />

Race. Ela me deu uma piscada rápida antes de voltar sua atenção para sua chefe.<br />

—Natasha queria que você desse uma olhada por cima das anotações para a<br />

sua reunião de amanhã antes de sair hoje à noite. Ela me pediu para dar a você, e<br />

para você ligar para ela quando estiver pronto.<br />

Natasha. Essa era a mulher de Tyler, e possivelmente uma cúmplice em seu<br />

esquema para arruinar a carreira de Race. Eu não tinha contado a ela sobre Natasha<br />

ainda, e ainda não sentia ser o momento certo, mas eu tinha que avisá-la.<br />

Race tomou as anotações da mulher e folheou as páginas. —Eu vou dar uma<br />

leitura rápida, Cara. Chame-a e diga para vir ao meu escritório em cinco minutos.<br />

A mulher balançou a cabeça e virou-se para me encarar. —Tem certeza de<br />

que vai conseguir fazer isso? —Cara perguntou, seus olhos correram sobre mim da<br />

cabeça aos pés com um sorriso tão sujo, que eu sabia exatamente o que ela tinha em<br />

mente.<br />

—Sim. Nós terminamos aqui. Sr. DeLuca estava de saída.<br />

—É uma pena. — Cara sussurrou andando em direção à porta e saindo.<br />

Race olhou por cima de suas anotações com as sobrancelhas inclinadas. —O<br />

que ela disse?<br />

—Nada. —Eu dei de ombros.<br />

Ela jogou os papéis sobre a mesa e desabou em sua cadeira.<br />

—Mais alguma coisa que você precisa Morgan?<br />

—Oh, estamos de volta a Morgan?<br />

—Pare. —Ela esfregou a testa. —Tenho que terminar meu trabalho para que<br />

possa sair daqui a tempo esta noite. Não há nenhuma maneira que eu vá perder isso.<br />

176


—Mas está tudo bem se você não puder fazê-lo esta noite. Eu prefiro que<br />

você não esteja lá. —Foi à única coisa verdadeira que eu disse desde que entrei em<br />

seu escritório.<br />

—Eu vou. Não adianta tentar me convencer do contrário. Agora vá antes que<br />

me atrase.<br />

Acenei. —Sim, senhora. —Disse antes de sair.<br />

Conforme a porta fechou-se, um grande estrondo me fez pular.<br />

—Que diabos? —Perguntei me virando.<br />

Cara aproximou-se de mim, tocando meu braço. Mais como tateou o meu<br />

braço. —Não se preocupe com ela. Oh, você deve trabalhar muito por isso. —Ela<br />

apertou meus braços, acariciando até um pouco acima dos meus cotovelos.<br />

—Cara...<br />

—Estou velha demais para você, Sr. DeLuca. Eu só estou querendo saber quais<br />

são suas intenções para com a Sra. True.<br />

—Hum, eu não sei.<br />

—Docinho, a mulher precisa de um homem. Eu vi o olhar em seu rosto<br />

quando entrei no escritório. Eu vi seus lábios como se picados por abelhas, e o batom<br />

vermelho ainda manchado no rosto. Acho que você é apenas o que o médico<br />

receitou. Perfeito.<br />

—Obrigado. —Eu ri. —Estou fazendo o possível.<br />

—A mulher trabalha muito. A vida é muito curta, e ela é muito jovem para<br />

sempre gastá-la no escritório. Basta tratá-la bem, Sr. DeLuca.<br />

—Morgan. —Corrigi-a.<br />

—Morgan. — Ela repetiu, deixando cair à mão do meu braço.<br />

O som de uma pessoa limpando a garganta nos fez pular.<br />

—Estou interrompendo? —Perguntou a mulher, olhando para mim e dandonos<br />

um olhar de desgosto.<br />

177


Cara balançou a cabeça sentando-se, e começou a mexer nos papéis sobre a<br />

mesa. —Eu estava apenas dizendo adeus, minha senhora. Você está alguns minutos<br />

adiantada, mas tenho certeza que a Srta. True está pronta para você.<br />

Na minha frente estava Natasha.<br />

A vibração que ela passava era a de uma mega vaca.<br />

Embora Race se comportasse com autoridade, ela não tinha nada de Natasha.<br />

Seu cabelo preto e liso estava puxado para cima em um coque tão apertado, que eu<br />

me perguntava se isso alterou a expressão de seu rosto. Seu terno de negócio era<br />

perfeito, nenhuma ruga sobre ele, como se ela tivesse permanecido em pé durante<br />

todo o dia para evitar quaisquer imperfeições.<br />

—E você é? —Natasha perguntou em um tom arrogante, mas não como Cara<br />

tinha antes. Natasha olhou para mim como um cidadão de classe baixa, que não<br />

estava apto para respirar o mesmo ar que ela estava respirando.<br />

—Sr. DeLuca. —Respondi olhando para ela da mesma maneira que ela me<br />

olhava, mas estendi minha mão, tentando ser cortês.<br />

Ela olhou para baixo e rosnou. —Tenho certeza de que ela está pronta para<br />

mim. — Natasha disse passando por mim, e entrou no escritório de Race sem bater.<br />

—Uau. — Eu murmurei para mim mesmo antes da porta fechar.<br />

—Ela é um verdadeiro deleite. —Disse Cara antes de colocar o dedo em sua<br />

boca. —Ela é uma das pessoas mais feias que eu conheço.<br />

Eu me perguntava se Cara eram os olhos e ouvidos neste lugar. Normalmente,<br />

secretárias falavam. Se houvesse um chefe mal-intencionado, eu me perguntava<br />

quanta informação era partilhada entre eles.<br />

—Deixe-me perguntar uma coisa. — Eu sussurrei me inclinando sobre a mesa<br />

de Cara para estar perto o suficiente e não ser ouvido.<br />

—Qualquer coisa que você queira, bonito. —Ela olhou para mim.<br />

—Natasha. Pessoa boa ou ruim? Eu acho que sei a resposta.<br />

—Nada, além de ruindade lá.<br />

—Quão ruim? —Perguntei esfregando o queixo.<br />

178


—Ela venderia a própria mãe para ganho pessoal. Ela é a pior que existe aqui.<br />

Ninguém gosta dela, e a pobre Srta. True tem que trabalhar com ela. Ambas estão na<br />

fila para promoção. É cão-comendo-cão, e eu me preocupo, porque Natasha fará de<br />

tudo para vencer.<br />

—Vou me certificar de que isso não aconteça. — Eu disse, embora eu não<br />

soubesse como diabos eu faria isso. Mas sabia que, se Natasha estava envolvida, eu<br />

não a deixaria destruir Race.<br />

—Quem é você, Morgan? —Ela perguntou quando apoiou o queixo na palma<br />

da mão, dando-me olhares sonhadores.<br />

—Eu posso ser aquele que faz diferença antes de qualquer coisa começar.<br />

—Bem, isso não é confuso?<br />

no ar.<br />

—Se você me ver de novo, eu vou responder o que quiser. Agora, tudo está<br />

—Não a deixe fugir. — Ela sussurrou. —Ela precisa de uma coleira apertada.<br />

—Cara cobriu a boca. —Nunca diga a ela que eu disse isso.<br />

Corri meus dedos em meus lábios e respondi: —Meus lábios estão selados.<br />

—Cara! —Gritou uma voz do outro lado da porta fechada.<br />

Ela suspirou, indo para trás da mesa. —É melhor você ir antes de ficarmos em<br />

apuros.<br />

Eu balancei a cabeça. Eu gostei de Cara. Eu senti como se pudéssemos ser<br />

bons amigos. —Estou saindo. Foi bom conversar com você, Cara.<br />

—A qualquer momento, bonito. Volte, está me ouvindo? —Ela acenou antes<br />

de desaparecer no escritório de Race.<br />

Assim que saí do edifício, disquei para Johnny.<br />

—Olá, sou o amigo de Race do outro dia.<br />

—Olá, filho. O que posso fazer por você? —Perguntou.<br />

—Race vai chamá-lo esta noite. Eu preciso de um favor.<br />

—Qualquer coisa que você ou Race precisar, eu estarei lá para vocês.<br />

179


—Aqui está o que eu preciso que você faça para mim. — Eu disse antes de<br />

colocar meu plano em movimento.<br />

180


Capítulo 24<br />

Estou indo, e cale sua boca maldita.<br />

Race<br />

Depois que me troquei e coloquei uma calça preta de ginástica, um top preto<br />

e sapatilhas apropriadas, me dirigi para a porta. Eu provavelmente parecia uma<br />

completa idiota, mas não podia aparecer com terninho.<br />

Pela primeira vez, eu saí do escritório na hora certa.<br />

Eu andei em direção ao meu carro, sentindo o sol de verão batendo contra a<br />

minha roupa, pois queimava minha pele por baixo.<br />

Eu: Eu estou a caminho.<br />

Mandei uma mensagem para Morgan antes de vasculhar minha bolsa para<br />

pegar as chaves. Quando me aproximei do meu carro, pude ver imediatamente que<br />

algo estava errado.<br />

Fechei os olhos, inalando respirações profundas através do meu nariz.<br />

Isso não pode estar acontecendo. Não, não.<br />

Isso não pode estar acontecendo.<br />

Um dos meus pneus estava murcho. Eu não ia a lugar nenhum tão cedo.<br />

—Porra! — Eu disse, segurando minhas chaves forte o suficiente para que elas<br />

fizessem cortes em minhas mãos, fazendo-me estremecer.<br />

—Filho da puta! —Eu gritei, tentando firmar minha respiração, mas achando<br />

impossível.<br />

Fechei os olhos novamente. As lágrimas começaram a se formar enquanto<br />

estava lá, tentando não ficar histérica.<br />

Assim que eu estava prestes a jogar minha merda em todos os lugares, meu<br />

telefone tocou.<br />

181


Morgan: Quando você vai chegar aqui?<br />

Eu respondi com os olhos lacrimejantes, tive que apagar a minha mensagem<br />

algumas vezes antes de acertar.<br />

Eu: Assim que conseguir um táxi. O pneu está murcho ou furado.<br />

Morgan: Não deixe o escritório.<br />

Ele não pode estar falando sério.<br />

Eu não me importava se tivesse de caminhar até o maldito ponto de encontro.<br />

Eu ia para lá. Eu tentei manter o telefone firme, mas digitei de volta com os dedos<br />

trêmulos.<br />

Eu: Eu estou indo. Cale sua maldita boca.<br />

Joguei minhas chaves na bolsa, dando ao meu carro mais um olhar, antes de<br />

marchar de volta para o prédio de escritórios. Parei três passos da porta da frente<br />

para chamar Johnny.<br />

Ele atendeu ao telefone com a mesma saudação de sempre.<br />

—Oficina do Johnny.<br />

—Hey, Johnny. É Race.<br />

—Criança, duas vezes em uma semana. Eu não poderia ter tanta sorte.<br />

Uma pontada de culpa me atingiu. Ele parecia gostar de falar sobre o meu pai<br />

tanto quanto eu, e ele era a única conexão que eu tinha para falar sobre ele agora.<br />

—Sinto muito, Johnny. Devo chamá-lo mais.<br />

—Eu sei que você está ocupada, garota. Você é uma mulher de negócios de<br />

alta potência agora. Seu pai teria ficado orgulhoso.<br />

—Eu preciso de sua ajuda. —Eu evitei sua declaração sobre o meu pai. Eu não<br />

queria perder tempo conversando sobre os velhos tempos. Haveria tempo para isso<br />

mais tarde, mas Tyler precisava ser desmascarado hoje.<br />

—O que posso fazer por você?<br />

—O pneu está murcho ou furado. Preciso de sua ajuda, Johnny.<br />

182


—Parece ser um problema comum nesta semana.<br />

—Sim. —Eu ri por entre minhas lágrimas. —Pode me ajudar?<br />

—Eu posso. Eu vou estar aí o mais rápido possível.<br />

—Johnny. — Eu disse, girando as chaves no meu dedo indicador entrando<br />

pela porta do prédio de escritórios. — Eu não vou estar aqui quando você chegar.<br />

Vou deixar as chaves com o segurança.<br />

—Aonde você vai? —Ele perguntou, pânico evidente em sua voz.<br />

Parei no meio passo. —O que isso importa?<br />

—Isso não importa. Eu só queria saber qual é o seu carro.<br />

Não podia ser verdade.<br />

Será que Morgan realmente fez isso?<br />

Ele não poderia.<br />

Ele não faria.<br />

Ele disse que eu poderia ir.<br />

Mas ele não queria que eu fosse.<br />

Quem diabos eu estava enganando?<br />

Mesmo que ele tivesse me proibido, eu encontraria uma maneira de estar lá.<br />

—Johnny, Morgan ligou para você hoje? —Apertei os olhos, as narinas<br />

dilatando.<br />

—Bem, hum. Não. —Ele sussurrou.<br />

—Porra! Sério? Vocês estão juntos contra mim.<br />

—Não! —Johnny gritou. —Race, ele só não quer que você se machuque. Eu<br />

não sei que tipo de problema você está enfrentando.<br />

—Pare.<br />

—Mas...<br />

183


—Johnny, eu sou uma mulher adulta. Eu sempre lidei com os meus<br />

problemas, e vou fazê-lo novamente. Ninguém jamais vai me proibir. As chaves estão<br />

com o guarda de segurança. Eu vou mandar um texto para você com o endereço, e eu<br />

dirijo um BMW Alpina B6. Ele é o único com o pneu furado.<br />

—Race, eu não acho que você deva...<br />

Eu não ouvi o resto da sua declaração. Bati na tela, desligando a ligação com<br />

Johnny.<br />

Morgan é um babaca.<br />

Eu deveria ter percebido que ele faria alguma merda para certificar-se de que<br />

eu não poderia estar lá. Eu sabia que nunca poderia confiar em um homem. Todos<br />

eles pensavam que sabiam o que era melhor para mim.<br />

Eu só tinha uma coisa a fazer. Chamaria um táxi e iria diretamente para o local<br />

da reunião. Foda-se todos eles. Eu pegaria minha fita de volta, e mostraria aos caras<br />

que eu não precisava deles depois de tudo.<br />

Depois que eu tinha deixado as chaves com o segurança, fui lá fora esperar o<br />

táxi. Andei, tornando-me mais irritada a cada segundo.<br />

Morgan DeLuca ia pagar caro depois que eu ajudasse a desmascarar Tyler<br />

O'Shea e recuperasse meu vídeo.<br />

Eu tinha a minha melhor amiga na minha bolsa, minha Beretta PX4 12 .<br />

Tyler me entregaria esse vídeo.<br />

Qualquer coisa para salvar minha carreira.<br />

Eu teria que lidar com Morgan outro dia.<br />

Ele desejará nunca ter me conhecido no momento em que eu tiver acabado<br />

com ele.<br />

Assim, quando eu joguei a arma de volta na bolsa, o táxi chegou.<br />

Era agora ou nunca.<br />

12 http://www.beretta.com/en-us/px4-storm-full/<br />

184


Capítulo 25<br />

Inferno para pagar<br />

—Cara, você é corajoso. —Sam disse enquanto dirigia para o armazém<br />

abandonado.<br />

Race estava longe de ser estúpida. Ela descobriria isso mais cedo ou mais<br />

tarde, e não seria uma visão bonita quando me visse novamente.<br />

furado.<br />

Race: Vou assim que conseguir um táxi. O pneu está murcho ou<br />

—Eu vou pagar por isso mais tarde. —Eu respondi olhando pela janela do<br />

passageiro com um nó no estômago.<br />

—Se houver um depois. —Disse Thomas, me batendo na parte de trás da<br />

cabeça.<br />

—O que isso quer dizer? —Perguntei, ignorando o fato de que ele me bateu, e<br />

respondi a seu texto.<br />

Eu: Não deixe o escritório.<br />

—Ela provavelmente nunca vai falar com você de novo, cara. —Thomas<br />

balançou a cabeça. —Você mentiu para ela. Não se preocupe com o pneu.<br />

—Sim. Você nunca receberá outra chance dela. — Acrescentou James. —Izzy<br />

me mataria.<br />

—Race vai superar isso. — Eu disse, encolhendo-me.<br />

—Eu duvido disso. Eu só a encontrei algumas de vezes, mas ela não me parece<br />

ser o tipo de perdoar e esquecer. —Disse Thomas.<br />

—Eu não estou dizendo que não vou pagar caro por isso, gente, mas eu acho<br />

que posso lidar com ela. —Eu olhei no banco de trás.<br />

—Você gosta muito dessa menina hein? —Perguntou James.<br />

185


—Eu não sei por que, mas eu gosto. Deus me ajude. — Eu murmurei, olhando<br />

para o teto e soprando um longo suspiro.<br />

—É a magia do pintinho resistente. — James respondeu batendo no meu<br />

ombro. —Eu sei como é isso.<br />

—Eu simplesmente não posso imaginar minha prima lidando com suas<br />

besteiras.<br />

—Minhas besteiras? —Ele riu, apertando o peito. —Você conhece sua prima?<br />

Essa menina tem mais truques na manga do que Houdini.<br />

—Como você lida com ela?<br />

—Você tem que quebrá-la.<br />

—O quê? —Perguntei, virando-me com a boca aberta.<br />

—James! —Disse Thomas, olhando para ele. —Você está falando sobre a<br />

minha irmã aqui. Escolha suas próximas palavras com muito cuidado.<br />

James bateu na perna de Thomas. —Não se preocupe, irmão. —Ele olhou<br />

para mim, erguendo o queixo em minha direção. —Vamos falar sobre as senhoras<br />

depois, Morgan.<br />

Voltei à elevação do queixo. —Vou aceitar a oferta.<br />

—Cinco minutos. —Disse Sam. —Nós estamos prontos para isso? —Ele<br />

ajustou seu corpo, segurando o volante com tanta força que os nós dos dedos<br />

estavam brancos.<br />

—Você está bem, cara? —Perguntei a Sam, colocando minha mão em seu<br />

ombro.<br />

—Eu estou ansioso. Estive nos bastidores por um tempo. Esta merda é como<br />

antigamente.<br />

—Os velhos tempos de merda. —Disse James, baixando a cabeça.<br />

—Oh, pare com sua merda, Debbie Downer James. — Thomas latiu.<br />

—Todo mundo conhece o plano, certo?<br />

186


—Por que você não nos passa novamente, porque claramente nós podemos<br />

ter perdido alguma coisa nas últimas dez vezes que você já comentou isso com a<br />

gente. — James brincou.<br />

Os minutos finais do passeio de carro foram silenciosos. Cada um de nós fez a<br />

checagem do equipamento, removemos as travas de seguranças, e ficamos<br />

mentalmente focados. Sam tinha conseguido permissão do proprietário do prédio ao<br />

lado para esconder o carro dentro, para evitar ser descoberto por Tyler.<br />

Depois que o carro estava escondido, todos nós tomamos nossas posições e<br />

esperamos. Sam ficou no telhado, sendo o nosso vigia, enquanto James, Thomas, e<br />

eu pegamos os nossos lugares ao redor do prédio.<br />

Eu estava tão nervoso que mal conseguia me concentrar. Meu coração estava<br />

batendo na minha garganta, e minhas palmas suavam sem parar, mesmo as<br />

enxugando no jeans.<br />

Se esta merda não corresse bem, sua vida poderia estar em confusão, e seria<br />

totalmente culpa minha.<br />

Eu não podia deixá-la ter uma chance de arriscar sua vida. Ela pode ser adulta,<br />

mas o inferno que eu a deixaria sozinha no fogo, quando eu poderia tirá-la dele sem<br />

que ela se envolvesse.<br />

Olhei para o meu relógio e percebi que mais de dez minutos passaram<br />

enquanto eu estava parado aqui. Tyler não tinha chegado.<br />

—Ele está atrasado. —Disse James no meu fone de ouvido, descobrindo a<br />

mesma coisa que eu tinha.<br />

—Vamos esperar mais dez minutos antes de chamá-lo. — Thomas respondeu.<br />

—Eu não vejo ninguém vindo também. — Acrescentou Sam.<br />

—Merda! — Eu disse, enquanto meu estômago começou a afundar.<br />

—Eu aposto que o filho da puta não vem. —Eu tive um pressentimento que<br />

eu não podia explicar. Eu senti isso uma ou duas vezes no exército e, normalmente, a<br />

merda era ruim.<br />

—O que nós vamos fazer? —A voz de James ecoou no meu ouvido.<br />

187


—Eu acho que você está certo, Morgan. Vamos esperar cinco minutos e sair.<br />

—Thomas respondeu.<br />

Abaixei-me, peguei algumas pedrinhas, e joguei-as. Minha mente estava<br />

correndo, e apenas ficar ali estava me deixando louco. Eu não gostava do<br />

desconhecido.<br />

Puxei meu telefone do meu bolso, a necessidade de verificar Race.<br />

Eu: Desculpe virmos sem você. Não havia muito tempo.<br />

—Caras, eu acho que é hora de irmos. —Disse Thomas.<br />

—Você ouviu algo de Angel? Race disse que ela estava indo para o escritório.<br />

— Eu disse, indo em direção ao edifício que tinha escondido o veículo.<br />

—Vamos para o carro. Ligarei para Angel no caminho. — Thomas respondeu.<br />

—Mensagem recebida. —Disse James.<br />

certeza.<br />

—Alguma coisa está errada, com<br />

—O que você acha? —Sam perguntou pelo rádio.<br />

—Eu não sei, mas sei que algo de ruim está acontecendo.<br />

—Thomas, chame Angel. — Eu exigi com suor ensopando minha testa.<br />

—Eu estou fazendo isso, filho da puta.<br />

ouvir.<br />

Antes que eu tivesse chegado a van, ele disse às palavras que eu não queria<br />

—Ela nunca fez isso, cara.<br />

Bile subiu na minha garganta e eu tentei o meu melhor para engoli-la.<br />

—Todo mundo, traga seu traseiro aqui.<br />

lado.<br />

—O que você está pensando, Morgan? —James perguntou surgindo do meu<br />

—Eu não sei cara, mas acho que definitivamente tem algo errado. Não há<br />

nenhuma maneira no inferno que algo faria Race não aparecer aqui hoje. Eu posso<br />

ter lhe dito que não, mas eu sabia que ela não ouviria. —Tentei manter a calma, mas<br />

por dentro, eu estava desmoronando.<br />

188


—Nós vamos encontrá-la, cara. —James me deu um tapinha no ombro.<br />

—Movam seus traseiros. —Ele gritou no rádio.<br />

—PORRA! — Eu sussurrei, encolhendo a mão. —A culpa é minha.<br />

nada.<br />

—Pare de ser um maricas. —James deixou escapar. —Você não tem culpa de<br />

Eu comecei a hiperventilar. —Eu tenho. —Ofeguei, empurrando para baixo o<br />

medo que começou a agarrar-me. —Se ela estivesse aqui, sei que estaria a salvo.<br />

—Opa! —Sam gritou enquanto corria para dentro do prédio, Thomas direto<br />

em seus calcanhares.<br />

—Estamos todos aqui. Movam seus traseiros. —Disse Thomas, apontando<br />

para a Van.<br />

Eu empurrei o medo longe, preparando-me para a batalha.<br />

Eu a traria de volta.<br />

Tyler.<br />

Subi no carro, sentindo-me no limite, mas pronto para chutar a bunda de<br />

Quem eu estava enganando?<br />

Eu planejava torcer o pescoço dele até que tirasse seu último suspiro.<br />

O passeio de carro foi um turbilhão.<br />

Thomas e James estavam no telefone com os contatos da intel, tentando<br />

encontrar alguém disposto a invadir os registros de telefone, para tentar identificar<br />

sua localização. Tentei texto e chamá-la de novo, mas ela não pegou ou respondeu.<br />

Mesmo que ela estivesse furiosa comigo, ela teria me mandado uma<br />

mensagem de volta. Eu tinha deixado isso muito claro. Que eu estava preocupado, e<br />

que ela estava em perigo, mas nada. Sem resposta de Race.<br />

—Ela não está respondendo. — Eu disse após o quinto texto.<br />

—Eu tenho um cara que trabalha no escritório dela. —Disse James, mexendo<br />

o telefone na mão.<br />

189


—Estamos quase lá. — Sam gritou, movendo o rosto mais perto da janela,<br />

sentado de frente e pronto para ir.<br />

Quando o telefone de James tocou, o carro ficou em silêncio. —Fala. —James<br />

disse, enquanto olhava para mim.<br />

Por favor, que ela esteja bem.<br />

—Entendi. Estamos a caminho de lá agora. —Disse James antes de desligar a<br />

chamada. —Última localização conhecida era o seu escritório. Depois disso, o sinal<br />

ficou frio. Alguém desligou seu telefone.<br />

—Filho da puta. — Eu rosnei socando o painel.<br />

—Fique calmo, homem. —Disse Thomas, pegando meu ombro.<br />

—Fácil para você dizer. —Eu fechei meus olhos, meu peito apertado. —Eu<br />

preciso encontrar a minha mulher.<br />

—Escute, nós fizemos essa merda mais de uma vez. Nós sempre recuperamos<br />

a garota. Sempre. —Disse Thomas em uma voz calma.<br />

—É quase uma repetição de acontecimentos passados. Angel foi sequestrada,<br />

e Izzy foi sequestrada. De alguma forma, elas ainda estão vivas e respirando.<br />

—Que porra é essa? —Perguntei, sacudindo a cabeça para trás. —O que<br />

diabos aconteceu?<br />

—A vida não é sempre bela. — James respondeu, dando-me um encolher de<br />

ombros.<br />

—Isso acontece quando você vive sua vida no limite, Morgan. Você não<br />

estaria tão chateado se você não tivesse sentimentos pela Race.<br />

—Merda! Eu ainda estaria chateado porque fomos enganados.<br />

respondi.<br />

—Eu<br />

—Sim, mas dói porque você gosta da garota. Prometo que vou trazê-la de<br />

volta. —Disse Thomas, olhando pela janela, observando o estacionamento.<br />

Antes de a van parar, abri a porta e pulei para fora, usando velocidade extra<br />

para correr em direção as portas.<br />

190


Eu podia ver o caminhão de Johnny à distância perto do carro de Race. Ela<br />

tinha chamado, assim como eu tinha assumido, mas onde diabos ela estava?<br />

—James! —Eu gritei, parando perto da entrada conforme os caras saiam. —<br />

Veja se Race está ali perto do seu carro.<br />

Ele balançou a cabeça, movimentando-se rapidamente.<br />

—Desculpe-me, senhor? —Perguntei, tentando recuperar o fôlego enquanto<br />

corria para dentro.<br />

—Sim? —O guarda de segurança corpulento perguntou levantando-se da<br />

cadeira.<br />

—Você viu uma mulher loura por aqui cerca de trinta minutos atrás? —<br />

Debrucei-me sobre a mesa, pronto para empurrá-la e correr.<br />

rosto.<br />

—Você quer dizer Sra. True? —Ele perguntou, um sorriso espalhou pelo seu<br />

—Sim. — Eu rosnei, e meu maxilar endureceu.<br />

—Ela estava esperando do lado de fora por um táxi a última vez que eu a vi.<br />

—Respondeu ele.<br />

—Será que ela entrou em um táxi?<br />

Seus lábios retesaram, e a ruga na testa aprofundou-se. —Eu não sei, senhor.<br />

Não prestei atenção.<br />

—Grande merda. — Eu murmurei, apertando os olhos.<br />

—Encontrou-a? —James perguntou correndo através das portas.<br />

—Ela não está aqui — Respondi com os punhos apertados, tentando não<br />

socar alguma coisa.<br />

—Lá fora também não.<br />

—Inferno do caralho. A perdemos. — Eu disse, começando a andar.<br />

James tocou meu ombro. —Vamos lá, cara. Vamos para o escritório. Nós<br />

vamos encontrá-la.<br />

—É melhor. —Eu sussurrei.<br />

191


Eu não tinha terminado com Race True.<br />

Não era assim que era suposto terminar.<br />

192


Capítulo 26<br />

Escuridão<br />

Race<br />

A escuridão me rodeava.<br />

Fiquei ali congelada, incapaz de ver, enquanto meus olhos estavam cobertos<br />

por alguma coisa.<br />

Meus ossos doíam, minha cabeça latejava, e eu não podia me mover. Minhas<br />

mãos e pés estavam amarrados, meu tronco amarrado, deixando-me incapaz de<br />

qualquer manobra.<br />

O que aconteceu?<br />

Os únicos sons no quarto era minha respiração difícil, e o soluço que estava<br />

prestes a estourar de minha garganta.<br />

Tudo veio à tona para mim.<br />

O pneu furado.<br />

Esperando lá fora pelo táxi.<br />

Jogando minha arma na minha bolsa.<br />

E então... Engoli em seco procurando ar. Em seguida, o ataque.<br />

Eu não tinha visto isso, mas eu senti o golpe na minha mandíbula quando a<br />

dor irradiou no meu rosto. Alguém agarrou meu queixo, e fui golpeada na cabeça.<br />

Enquanto o mundo desaparecia, meus joelhos dobraram e eu caí no chão.<br />

Eu estava tão consumida pela minha raiva em relação a Morgan, que não<br />

tinha conhecimento do que me rodeava.<br />

Era minha culpa que eu estivesse aqui.<br />

Comecei a chorar.<br />

—Olá? —Eu sussurrei tão baixo que mal ouvi eu mesma.<br />

193


Prendi a respiração à espera de uma resposta, mas não ouvi nada, enquanto<br />

as lágrimas escorriam pelo meu rosto.<br />

Preciso tomar respirações lentas e me manter calma, eu disse a mim mesma<br />

uma e outra vez.<br />

Eu não poderia fazê-lo.<br />

Quem diabos poderia manter seu juízo sobre isso em uma situação como<br />

esta? Sério. Eu gostaria de pensar que eu estava bem equilibrada, mas agora cenas do<br />

Texas Chainsaw Massacre 13 , continuaram passando uma e outra vez dentro da minha<br />

cabeça.<br />

Puxando as restrições, comecei a hiperventilar.<br />

Meu coração batia com tanta fúria, que era tudo que eu podia ouvir.<br />

Uma porta abriu, fazendo-me congelar.<br />

—Ah, você está acordada. —Disse uma mulher à distância.<br />

Prendi a respiração, esperando que o meu coração explodisse enquanto seus<br />

saltos clicavam contra o chão.<br />

—Você pode me ajudar? —Eu sussurrei.<br />

Ela gargalhou, dando um chute nos meus pés. —Race, tola.<br />

Tentei recuar, mas eu não podia me mover uma polegada. A carne tenra ardia<br />

onde sua mão tinha aterrado.<br />

—Por favor. Vou fazer tudo o que pedir. —Eu disse, com minha voz tensa.<br />

—Sabe você que não é tão leve como parece. —Ela arrastou as unhas pelo<br />

lado da minha perna, deixando fogo em sua passagem. — Sempre a cadela magra<br />

perfeita, com seios perfeitos e nada fora do lugar.<br />

Engoli em seco.<br />

Eu conhecia a voz. O tom ácido era um que eu tinha ouvido antes.<br />

Natasha.<br />

13 The Texas Chain Saw Massacre (O Massacre da Serra Elétrica (título no Brasil) ou Massacre no Texas (título em Portugal) ) é<br />

um filme de terror independente de 1974, de baixo orçamento, dirigido por Tobe Hooper.<br />

194


A colega de trabalho que eu pensei que fosse amiga.<br />

Ela tinha que ser a esposa de Tyler.<br />

—Onde está o Tyler? Foi ele que te colocou nisso? —Perguntei, tentando<br />

engolir, mas não encontrando umidade suficiente para torná-lo possível.<br />

—Você acha que sabe tudo, não é? —Ela rosnou no meu ouvido, provocando<br />

arrepios na espinha. —Tyler nunca esteve por trás disso, querida.<br />

Espere. O que?<br />

—Foi você que me enviou as mensagens? —Perguntei enquanto meu<br />

estômago virava.<br />

—Seus capangas contratados não descobriram isso, descobriram? Eles<br />

perseguiram meu marido o tempo todo. —Ela arrastou as unhas pelo meu braço,<br />

pressionando mais forte do que na minha perna.<br />

A pele começou a rachar, mas mordi o lábio. —Deixe-me ir, por favor,<br />

Natasha. — Eu implorei por entre os dentes enquanto tentava não gritar.<br />

—Não seja uma menina boba, Race. Eu tenho você exatamente onde eu<br />

quero. —Seus saltos bateram contra o chão quando ela deu três passos de distância<br />

de mim.<br />

O som do tilintar de metal no fundo colocou os meus sentidos em alerta<br />

máximo. —Eu farei qualquer coisa.<br />

Um passo.<br />

Dois passos.<br />

Três passos.<br />

—Você não entende, não é? —Ela ronronou no meu ouvido.<br />

—Conte-me. Vou corrigir isso. —Virei à cabeça para o som de sua voz,<br />

tentando ver através do material escuro cobrindo meus olhos, mas eu vi apenas<br />

escuridão.<br />

—Não há nada que você possa fazer. —Disse ela calmamente.<br />

195


—Eu pensei que nós éramos amigas. — Eu sussurrei, lutando contra as<br />

lágrimas que sabia que não poderia enxugar.<br />

Um metal frio tocou minha bochecha, a nitidez da borda cortante em minha<br />

carne. —Nós éramos amigas.<br />

Eu a acalmei.<br />

—Até que eu encontrei Tyler assistindo o vídeo. —Sua respiração quente<br />

deslizou pelo meu rosto. —Eu pensei que ele me amava, mas nunca foi em mim que<br />

ele estava pensando.<br />

—Mas você é sua esposa. —Nada como o óbvio para uma pessoa louca<br />

enquanto ela segurava uma faca contra a minha cara, sem dúvida, eu estava<br />

pensando tão claramente quanto ela.<br />

—Eu sou, mas você é a única em quem ele pensa quando toca a si mesmo.<br />

Não eu! —Ela gritou no meu ouvido, me fazendo recuar.<br />

—Mas eu...<br />

Ela pressionou a lâmina mais profundamente em minha pele.<br />

—Mantenha a porra da sua boca fechada! Imagine como meu coração partiu<br />

quando eu entrei e vi. Sentado ali, gemendo, enquanto a observava na tela,<br />

imaginando que você estava fazendo aquelas coisas para ele.<br />

Engoli em seco.<br />

—Era sobre você que ele fantasiava. Você é a única com quem ele fazia amor.<br />

Eu sabia, mas eu não acreditava nisso até que ele disse seu nome em seu sono.<br />

—Natasha, eu não sabia sobre Tyler. Eu juro que eu não tinha ideia. —Minha<br />

respiração ficou presa enquanto a lâmina deslizava sob os olhos vendados.<br />

Apertando os olhos, tentei focar quando a venda caiu na mesa. Pisquei,<br />

tentando limpar as lágrimas.<br />

Natasha estava em cima de mim, movendo a lâmina com sua mão. Ela rosnou<br />

enquanto a lâmina balançava em suas mãos.<br />

—Eu vou fazer você pagar pelo que fez para mim. — Ela resmungou.<br />

196


Puxei as restrições. —Eu não fiz nada! Por favor, deixe-me ir. — Eu disse,<br />

meus lábios começaram a tremer.<br />

Ela balançou a cabeça apertando os dentes, mantendo sua mandíbula<br />

apertada.<br />

Eu fechei os olhos, me preparando.<br />

Ela inclinou-se para frente com a faca, cortando o tecido da minha camiseta<br />

com facilidade.<br />

Engoli em seco, minha cabeça girando.<br />

Usando a ponta da faca, ela empurrou os pedaços esfarrapados para o lado,<br />

expondo meu sutiã.<br />

Eu fiquei tensa, dando um grito gutural com a boca fechada.<br />

—Tenho certeza que ele ama estes. —Ela correu a lâmina através dos topos<br />

dos meus seios, fazendo com que a minha pele ficasse com contusões.<br />

—Por favor! —Eu gritei, tencionando os músculos. —Por favor, não faça isso.<br />

Ela sacudiu a faca na frente do meu rosto, me provocando.<br />

—Você está com medo, Race? —Ela perguntou, sorrindo.<br />

—Sim. Eu farei qualquer coisa. Por favor. — Eu implorei, balançando a cabeça,<br />

porque ela inclinou-se para frente com a lâmina.<br />

Fechei os olhos. Eu não podia olhar. Prendi a respiração com as lágrimas<br />

escorrendo pelo meu rosto.<br />

Uma dor ardente, ao contrário de qualquer coisa que eu já senti antes, cortou<br />

pelo meu corpo com tanta força, que fiquei sem fôlego. Gritei de dor, jogando a<br />

cabeça para trás e para frente. —Pare, por favor! — Eu gritei, sentindo-me tonta.<br />

Orei pelo amortecimento da dor.<br />

Implorei por misericórdia, mas nada.<br />

Apenas agonia incontrolável que irradiava por todo meu corpo.<br />

Quando levantou a faca, o sangue escorria do topo, caindo em meu peito. Ela<br />

arregalou os olhos, seus lábios separaram-se.<br />

197


—Você já parece melhor. —Ela disse rodeando a mesa.<br />

Eu tentei acalmar a minha respiração, concentrando-me em outra coisa que<br />

não fosse a dor. Senti o sangue escorrer do ferimento, viajando pelo meu lado e<br />

gotejando debaixo da cadeira.<br />

—Não. Eu não posso. —Eu respirei fundo, tentando agarrar a mesa e me<br />

preparar para mais tormento. —Por favor, não faça isso. — Eu chorei meu corpo<br />

começando a tremer.<br />

—Ah, Race bonita. Você está preocupada que não será mais perfeita? —<br />

Brincou descendo a lâmina novamente.<br />

Enquanto eu chorava e gritava, a escuridão finalmente me levou.<br />

198


Capítulo 27<br />

Tyler Filho da Puta O´Shea<br />

Eu chutei a porta da frente, procurando na casa até que eu o encontrei.<br />

—Onde diabos ela está? —Eu gritei dirigindo-me a ele, me lançando para ele.<br />

—Que porra é essa? —Ele gritou, colocando as mãos para cobrir o rosto.<br />

—Não brinque conosco estúpido. Que porra você fez com ela? —Perguntei<br />

quando passei meus dedos ao redor de seu pescoço, segurando-o contra a parede.<br />

Seus olhos arregalaram-se quando ele engasgou sem ar. —Eu não sei do que<br />

você está falando!<br />

—O que quer dizer que você não sabe o que diabos estamos falando? —<br />

Gritei, olhando para ele.<br />

Ele puxou os meus dedos, tentando diminuir a pressão em volta do pescoço.<br />

—Eu não sei. Juro por Deus.<br />

—Ouça filho da puta. Vou sufocar seu último suspiro agora.<br />

—Rosnei. —Diga-me onde diabos você está mantendo Race?<br />

—Race? —Ele sussurrou, seus olhos ficando mais amplos.<br />

—Race. Onde diabos ela está? — Eu rosnei, apertando com mais força.<br />

—Espere. Eu amo Race. —Disse ele, colocando as mãos ao lado.<br />

—O quê? —Meu queixo caiu.<br />

—Eu jamais a machucaria. Eu a amo. — Ele balbuciou.<br />

Eu diminuí a pressão contra sua garganta o suficiente para ele poder falar,<br />

mas não o suficiente para ele sair do meu agarre.<br />

—Eu não a machucaria. Eu juro cara.<br />

199


—Morgan! —Thomas gritou atrás de mim. —Deixe-o ir. Ele não pode fugir, e<br />

não podemos obter informações se você matá-lo.<br />

—Cara, porra, deixe-o ir. — James implorou batendo no meu braço.<br />

—Nós não vamos deixá-lo escapar.<br />

—Você deveria ouvir os seus amigos. —Disse Tyler com a voz estrangulada.<br />

Fechei os olhos e pressionei apenas o suficiente para lembrá-lo que segurava<br />

o seu destino nas mãos.<br />

—Se você disser uma coisa que eu não goste porra, eu vou quebrar seu<br />

pescoço.<br />

—Sim, senhor. —Tyler disse, tentando acenar sob meus dedos.<br />

O soltei, empurrando seu corpo, e batendo sua cabeça contra a parede no<br />

processo. —É melhor começar a falar, porra!<br />

Thomas e Sam estavam no pé da escada com suas armas de fora e prontos<br />

para atirar, e James na minha retaguarda.<br />

Tyler estendeu a mão para sua garganta. —Por que você acha que eu tenho<br />

Race? —Ele perguntou esfregando a pele e inalando grandes quantidades de ar.<br />

—Ela tem suas mensagens sobre o vídeo. — Eu rosnei em pé na frente dele e<br />

sem me mover.<br />

pires.<br />

—Como você sabe sobre o vídeo? —Ele perguntou. Seus olhos grandes como<br />

—Porra novamente, imbecil. Você enviou e-mails a chantageando. Eu não<br />

tenho tempo para esta merda. Onde diabos ela está? —Eu gritei, socando-o no<br />

estômago e vendo o estrago.<br />

Ele agachou-se, segurando seu estômago. —Eu não disse a ninguém sobre o<br />

vídeo. Ainda está em meu escritório.<br />

—Alguém sabe. Se você não tem Race, então quem diabos mais poderia saber<br />

sobre isso? — James aproximou-se de Tyler.<br />

—Você entendeu tudo errado. Eu nunca a machucaria. Eu a amei desde o<br />

momento em que coloquei os olhos nela na faculdade. Meu primo, idiota de sorte<br />

200


saiu com ela. Quando ele morreu, eu achei a fita, e nunca a deixei fora da minha<br />

vista.<br />

—Bastardo doente. —Disse Sam.<br />

—Quem mais sabe dessa porra? —Perguntei de novo, empurrando-o contra a<br />

parede.<br />

—Só Natasha. Ela meio que me pegou uma vez... — Ele arrastou suas mãos<br />

através de seu cabelo, ainda tentando recuperar o fôlego.<br />

—Natasha. Onde diabos ela está? —Eu perguntei, olhando ao redor da sala.<br />

—Sam, vá procurá-la! —Eu gritei, segurando Tyler no meu aperto.<br />

Sam assentiu e desapareceu.<br />

—Ela não está aqui, filho da puta. —Disse Tyler. —Ela não chegou em casa do<br />

trabalho ainda.<br />

—Onde está o vídeo?<br />

—No meu escritório. —Disse ele, apontando para a direita.<br />

—Mostre-me. — Eu quis saber empurrando-o em direção as escadas.<br />

—Tente qualquer coisa e Thomas vai colocar uma bala em sua cabeça.<br />

—Jesus. Não sou idiota, homem. —Ele murmurou, caminhando lentamente<br />

com a gente polegadas atrás.<br />

Quando ele aproximou-se de sua mesa, eu agarrei seu braço e o puxei para<br />

trás. —Nem pense nisso. — Eu avisei, aumentando a força.<br />

—Na gaveta de cima, na parte de trás. Pegue você mesmo. —Disse ele,<br />

olhando para mim.<br />

—Eu vou pegá-la. —Disse Thomas. Ele puxou a gaveta e virou-a, estendendo a<br />

mão para um disco. —Peguei! —Gritou ele, colocando-o no bolso.<br />

—Onde diabo Natasha levaria Race? —Eu gritei.<br />

Tyler se encolheu. —Eu não sei.<br />

—Eu não tenho tempo para esta merda. —Eu puxei a arma do meu coldre e<br />

segurei-a contra a sua têmpora. —Onde está Natasha?<br />

2<strong>01</strong>


Tyler começou a tremer e fechou os olhos. —Eu não sei. Talvez na casa de<br />

praia. —Seus lábios começaram a tremer.<br />

Baixei a arma. —Você vem com a gente, filho da puta. —Puxei-o para frente,<br />

colocando a minha arma de volta no coldre.<br />

—Mas por quê? —Perguntou.<br />

—Por quê? — James respondeu saindo do escritório. —Você sabe onde é a<br />

casa, e se ela não estiver lá, vamos precisar de você um pouco mais.<br />

—Ou eu posso matá-lo. — Eu sussurrei em seu ouvido enquanto o puxava<br />

comigo.<br />

—Merda! —Murmurou.<br />

—Pare de ser um idiota. — Thomas disse a ele enquanto passava por nós dois,<br />

e batia em Tyler na cabeça. —Você é a razão de Race estar nessa confusão. Você seu<br />

fodido, vai nos ajudar a tirá-la dessa.<br />

—Certo. —Tyler endireitou-se e caminhou de vontade própria.<br />

—Eu não quero que nada aconteça com ela.<br />

—Com a sua mulher? —Perguntou James com uma sobrancelha levantada.<br />

—Não. — Tyler riu. —Ela é uma cadela insensível. Eu quis dizer Race.<br />

—Sam! —Eu gritei, ignorando a declaração de Tyler sobre Race. —Vamos!<br />

Eu nunca deixaria Tyler perto dela novamente.<br />

Se ele estava envolvido nessa merda ou não, ele nunca, nunca a tocaria.<br />

Assim, comigo segurando Tyler no banco de trás, Sam apareceu na porta e foi<br />

direto para o carro.<br />

—Se um fio de cabelo em sua cabeça... —Eu comecei, mas James me parou<br />

com uma das mãos no meu ombro.<br />

calmo.<br />

—Fique calmo. Nós precisamos que você se acalme, cara. Ela precisa de você<br />

—Eu estou tão calmo quanto consigo.<br />

202


vazias.<br />

—Nós vamos trazê-la de volta. —Disse ele, mas eu sabia que eram palavras<br />

—Dirija mais depressa. —Disse Sam, sentindo a minha própria sanidade<br />

começar a escorregar.<br />

—Com certeza. — Ele disse, ajustando-se no assento e pisando no acelerador.<br />

—Estaremos lá em dez minutos.<br />

203


Capítulo 28<br />

O Fim<br />

Race<br />

—Race? —Uma voz sussurrou em meu ouvido, mas soou como se estivesse a<br />

um milhão de milhas de distância.<br />

Eu gemia, balançando a cabeça.<br />

—Acorde Race. Eu não terminei com você ainda. — Ela sussurrou novamente.<br />

Meus olhos abriram ardendo tão intensamente, que rasgou meu peito. Ela<br />

tinha empurrado o dedo contra o corte no meu peito.<br />

Tudo me atingiu como uma tonelada de tijolos.<br />

Fiquei consciente das coisas ao meu redor, o cheiro de seu perfume, a dor<br />

pura do corte, e meu terror absoluto.<br />

Eu puxei uma respiração irregular antes de gritar de dor.<br />

Eu murmurei algo que eu nem sequer compreendi, enquanto as lágrimas<br />

começaram a fluir novamente.<br />

—Vê o que acontece quando as cadelas como você tentam roubar o meu<br />

marido?<br />

—Não! —Eu gritei, balançando a cabeça.<br />

Quando ela começou a rasgar a calça do meu corpo, a porta abriu e bateu<br />

contra a parede.<br />

Virei à cabeça em direção ao barulho, vendo Morgan correr pela porta. Antes<br />

que ele pudesse dar um passo para dentro, Natasha segurou a faca na minha<br />

garganta.<br />

—Dê mais um passo e cortarei a garganta dela! — Alertou, pressionando a<br />

lâmina contra a minha artéria.<br />

204


Eu levantei meu queixo, tentando escapar e evitar a cadela louca de me<br />

cortar, e pedi para Morgan me salvar usando apenas os olhos.<br />

Lágrimas escorriam cobrindo meu rosto enquanto eu soluçava. —Por favor. —<br />

Eu sussurrei para Morgan.<br />

Seus olhos corriam para mim, ficando amplos conforme ele tinha uma visão<br />

do meu estado.<br />

—Abaixe a faca. —Um homem disse passando por Morgan. Tyler O'Shea<br />

parou assim que me viu. —O que diabos você fez, Natasha? —Ele perguntou. Sua<br />

boca aberta.<br />

—Você gosta de como sua puta parece agora, Tyler? —Ela perguntou,<br />

segurando a faca mais perto da minha garganta. —Será que ela parece perfeita<br />

agora?<br />

—Natasha. —Ele sussurrou.<br />

—Você quer transar com ela agora? —Ela ferveu, olhando para ele.<br />

—Morgan. — Eu implorei com lágrimas caindo mais rápido do que antes.<br />

Eu olhei para Morgan, tentando me perder em seus olhos, um grupo de<br />

homens reuniu-se atrás dele com o mesmo olhar de choque e desgosto em seus<br />

rostos.<br />

—Coloque a faca para baixo, baby. Podemos falar sobre isso. Ela não significa<br />

nada para mim. —Tyler disse a ela, dando um passo mais perto.<br />

—Mentiroso. Então, se eu fizesse isso. — Ela empurrou a lâmina na minha<br />

pele e eu gritei. —Você não se importaria?<br />

—Pare! —Tyler gritou, levantando as mãos.<br />

Em um movimento rápido, Morgan empurrou Tyler para o lado e mirou<br />

Natasha. Prendi a respiração, esperando a faca cortar minha garganta.<br />

A arma disparou, eu gritei e apaguei.<br />

*****<br />

—Race? —Uma voz sussurrou em meu ouvido, mas desta vez, era um<br />

homem. —Princesa, você pode me ouvir? —Perguntou, acariciando meu rosto.<br />

205


—Mmm. — Eu gemi incapaz de falar, e também morrendo de medo de abrir<br />

os olhos com os ruídos em torno de mim ficando mais altos.<br />

Alguém estava desamarrando minhas mãos e pés, o homem continuou a<br />

tocar-me com ternura. —Race, acorde. Você está segura. —Disse ele com uma voz<br />

suave. —Venha cá, baby.<br />

Eu conheço essa voz.<br />

Morgan está me tocando.<br />

Eu estou segura.<br />

Eu não tenho que ter mais medo.<br />

—Morgan? — Eu sussurrei, enquanto meus olhos se abriam.<br />

A dor estava gravada por todo o seu rosto.<br />

Talvez fosse desgosto em seus olhos ao ver minhas feridas de perto, mas ele<br />

não olhou para mim do jeito que ele tinha olhado em meu escritório hoje cedo.<br />

—Natasha? — Eu sussurrei quando ele me levantou da mesa.<br />

—Ela está morta. —Disse ele, agarrando-me ao peito.<br />

Eu me aconcheguei em seus braços quentes, deixando meus olhos fecharem,<br />

e suspirei. Embora eu estivesse com mais dor do que eu já experimentei na minha<br />

vida, eu sabia que ninguém me machucaria mais.<br />

—Descanse, Race. Eu cuido de você. —Disse, andando comigo em seus braços<br />

e beijando minha testa.<br />

—Morgan. —Eu sussurrei em seu pescoço me aninhando tão perto de sua<br />

pele quanto humanamente possível.<br />

—Eu estou aqui. — Respondeu, descansando a cabeça contra a minha.<br />

—Sinto muito. — Eu disse, sentindo-me completamente exausta.<br />

—Não há nada que se desculpar, Race. Isto é tudo culpa minha. —Disse ele,<br />

me colocando no colo.<br />

—Não! — Eu soluçava, rastejando mais perto. —Não me solte.<br />

206


—Eu nunca vou deixar você. — Ele murmurou me segurando apertado.<br />

—Vocês vão à frente. Eu vou lidar com a polícia. —Disse alguém antes da<br />

porta do carro bater.<br />

Eu pulei.<br />

—Eu vou cuidar de você. —Ele me puxou para o seu lado, me ajustando em<br />

seu colo e fechando minha blusa. —Feche seus olhos.<br />

Fiz o que ele tinha dito, muito cansada para discutir ou tentar ficar acordada.<br />

Era mais fácil quando eu dormia, ou inferno, apagava. Eu não sentia a dor dos<br />

cortes, o pânico não sacudia o meu corpo, e eu com certeza não tinha que pensar.<br />

As únicas coisas que eu precisava saber era que Natasha estava morta e eu<br />

estava nos braços de Morgan.<br />

Ele me salvou.<br />

Mas eu não era a garota que eu era antes. O olhar quando ele me viu ficaria<br />

para sempre guardado em minha memória.<br />

207


Capítulo 29<br />

Sonhos e Pesadelos<br />

Fazia três semanas desde que Natasha tinha sequestrado Race.<br />

maca.<br />

Eu não a vi desde que a levei para a sala de emergência e coloquei-a em uma<br />

Eu fiquei dia e noite no hospital, passeando entre os andares e deixando a<br />

equipe louca.<br />

Eu tinha discutido com os médicos para me deixarem vê-la, mas ela tinha<br />

deixado ordens estritas de não deixar ninguém entrar em seu quarto.<br />

Depois de três dias, finalmente fui para casa para tomar banho, e quando<br />

voltei, Race tinha desaparecido.<br />

Eu liguei e mandei mensagem.<br />

Mesmo mensagens em seu trabalho, mas ela não tinha me retornado.<br />

Fiquei chateado na primeira semana, puto na segunda, e enquanto a terceira<br />

semana rolava, eu mal podia comer.<br />

A única coisa que me fazia sair da cama todas as manhãs era o meu trabalho.<br />

Os rapazes foram excelentes para mim, sempre me tranquilizando de que ela voltaria.<br />

Eu pulei quando meu telefone tocou. —Alô? —Eu disse, sentindo um friozinho<br />

na barriga.<br />

—Hey. Onde diabos você está primo? —Mike perguntou mastigando algo.<br />

Eu suspirei, sentindo uma forma de nó onde as borboletas estavam.<br />

—Eu não estou de bom humor hoje, Mike.<br />

—Cara, sua mãe disse que é melhor você trazer a sua bunda aqui ou ela vai<br />

buscá-lo. —Ele cobriu o telefone com a mão. —Eu disse a ele. —Disse ele.<br />

208


—Diga a Ma que a verei outro dia. Eu não tenho tempo para a família agora.<br />

—Estendi-me no sofá, quase incapaz de manter os olhos abertos.<br />

—Oh merda! — Ele revelou. —Agora, minha mãe disse que ela vai também.<br />

Espere visitas, cara.<br />

Limpei a garganta, jogando meu braço sobre o meu rosto para bloquear o sol.<br />

—Diga-lhes para ficar aí. Eu estarei aí na próxima semana.<br />

—Ele disse que na próxima semana, tia Fran. —Ele fez uma pausa.<br />

—Sim, eu vou dizer a ele. Sua mãe disse que ela não está aceitando não como<br />

resposta. Você foi avisado. —Disse ele e, em seguida, a chamada desconectou.<br />

Eu suspirei, deixando cair o telefone ao lado da minha cabeça no sofá.<br />

Eu queria ficar sozinho.<br />

A única pessoa no mundo que eu queria ver era Race.<br />

Imaginei seu rosto sorridente, o cheiro de sua pele, e senti o calor dos meus<br />

dedos deslizando através de sua carne, perdendo-me nela.<br />

Fechei os olhos querendo sonhar pela primeira vez desde que eu fui liberado<br />

do serviço ativo. Ela veio até mim no sono. Eu dormiria minha vida inteira se<br />

significasse que eu fosse vê-la.<br />

209


Capítulo 30<br />

Fran DeLuca<br />

Race<br />

Os cortes acima dos meus seios estavam em sua maioria curados, mas eles<br />

nunca desapareceriam.<br />

Corri meus dedos ao longo deles, sentindo a diferença na pele.<br />

Eu fiz uma careta, odiando como eles pareciam.<br />

A pele era rosada, e havia um brilho acetinado onde ela me cortou.<br />

Eu não podia deixar que ele me visse assim.<br />

Ele tinha chamado duas vezes hoje, e me enviado três mensagens.<br />

Não importa quantas vezes ele tentasse, eu não podia atender ao telefone.<br />

Eu queria ouvir sua voz. Estar em seus braços, ele sussurrando em meu<br />

ouvido, faria tudo derreter.<br />

Mas eu não podia.<br />

Eu não estava pronta para vê-lo.<br />

Especialmente da forma como eu sabia que acabaria.<br />

Eu sempre gostei do meu corpo, mas agora, era apenas uma lembrança<br />

daquele dia.<br />

Deixei-me chorar.<br />

Eu derramei lágrimas por Morgan, em sua maioria.<br />

Eu sentia falta dele.<br />

Ele me fez sentir segura. Eu sabia que ele só queria o melhor para mim.<br />

Ele não tinha feito nada para me machucar.<br />

Não.<br />

210


Isso era tudo Natasha.<br />

A cadela má estaria sempre comigo cada vez que eu olhasse para o meu peito.<br />

Natasha assombrava meus pesadelos. Eu revivia a noite mais vezes do que eu<br />

gostaria de lembrar. Cada vez eu acordava em lágrimas com os lençóis encharcados.<br />

Nessas horas era muito difícil não chamá-lo. Eu queria que ele me segurasse,<br />

para espantar os demônios, e salvar-me como antes.<br />

Dias transformaram-se em noites, horas transformara-se em semanas,<br />

enquanto eu sentava no sofá olhando para a televisão.<br />

Quando ouvi uma porta de carro fechar-se na frente da minha garagem, eu<br />

levantei, tentando pegar um vislumbre da pessoa antes dela bater.<br />

Borboletas agitaram-se dentro de mim, até que eu percebi que não era ele.<br />

Eu tinha visto uma foto dela antes. Abri a porta, não esperando ela bater.<br />

—Olá. — Eu disse, minha voz um pouco instável.<br />

—Olá, Race. Sinto muito incomodá-la querida, mas nós precisamos conversar.<br />

Olhei ao redor do quintal. —Ele está aqui com você?<br />

Ela balançou a cabeça e franziu a testa. —Não. Sinto muito.<br />

Instantaneamente, a emoção que sentia morreu. —Gostaria de entrar, Sra.<br />

DeLuca? —Perguntei, abrindo a porta para ela.<br />

Ela olhou para seus pés e de volta para mim. —Eu posso ficar aqui se for mais<br />

fácil para você.<br />

—Por favor, entre. Eu prefiro ficar dentro de casa se estiver tudo bem com<br />

você. — Eu disse, recuando.<br />

Ela fechou a porta, olhando em volta da minha casa. Isso me deu a<br />

oportunidade de dar uma boa olhada na mulher. Ela parecia à mesma que na foto<br />

dela, talvez alguns anos mais velha, mas tão bonita quanto.<br />

Ela usava um jeans desbotado, com uma blusa e sapatos pretos de salto. Seu<br />

cabelo era muito parecido com o dele na cor, com todos os fios no lugar e cortado na<br />

altura dos ombros.<br />

211


—Você tem uma bela casa. —Disse ela enquanto colocava sua bolsa sobre a<br />

mesa de café.<br />

—Obrigada. — Eu disse me sentando. —Morgan te enviou aqui?<br />

Ela sentou-se ao meu lado, acariciando minha perna. —Não, querida. Ele não<br />

tem ideia de que eu estou aqui.<br />

Suspirei enquanto meus ombros caíram. —O que posso fazer por você, Sra.<br />

DeLuca?<br />

Ela virou-se para mim, alisando seu jeans. —Eu quero falar com você sobre<br />

meu filho. —Disse, sorrindo para mim. —Eu espero não estar sendo intrometida.<br />

—Você está. — Eu disse, rindo. —Ele me disse sobre você.<br />

—Ele é um merda.<br />

—Ele pode ser isso, mas ele te ama. — Eu disse a ela.<br />

Ela respirou fundo. —Ele também te ama, Race.<br />

Engoli em seco, tentando respirar. —Ele me ama? —Perguntei.<br />

—Sim. —Disse ela. —Ele está uma bagunça desde o dia em que te encontrou.<br />

—Sinto muito. — Eu sussurrei mordiscando meu lábio.<br />

—Ele não vem jantar nem mesmo aos domingos. Ele tem sido ranzinza, não<br />

dorme bem, mal come, e apenas sobrevive sem você.<br />

—Oh! — Eu murmurei. —Eu me sinto horrível.<br />

Ela tocou minha perna, descansando a mão no meu joelho.<br />

—O mesmo acontece com ele. Ele está ferido sem você, Race.<br />

—Eu sinto falta dele. — Eu disse. —Eu simplesmente não posso deixá-lo me<br />

ver assim. —Fiz um gesto em direção ao meu peito.<br />

—Querida... — Ela sussurrou, inclinando a cabeça. —Não há nada para se<br />

envergonhar. Se um homem te ama de verdade, coisas assim não importam.<br />

—Estou cheia de cicatrizes. — Eu sussurrei, não confiando em minha voz.<br />

212


—Você já pensou em ter um bebê? —Ela perguntou, olhando para mim com<br />

os lábios definidos em uma linha firme.<br />

—Algum dia.<br />

—Quando você estiver grávida e sua barriga ficar enorme, ela vai esticar.<br />

Mesmo depois de ter o bebê, as estrias vão estar lá para sempre. Aquelas são<br />

cicatrizes feias?<br />

—Bem, não, mas essas são de algo bonito. Eles são como um distintivo de<br />

honra adquirido por ter dado à luz a outro pequeno ser.<br />

Ela apertou meu joelho. —Elas não são diferentes do que essas cicatrizes em<br />

sua pele, minha querida. Você viveu algo, e deve estar orgulhosa de si mesma por ser<br />

uma sobrevivente.<br />

Eu balancei a cabeça olhando para meu peito. —Não é o mesmo.<br />

Ela tocou meu queixo, trazendo meus olhos para os dela.<br />

—É o mesmo. Você deve estar orgulhosa de ser uma sobrevivente. É apenas<br />

pele. O que importa é o que está dentro do seu coração, Race. Você o ama? —Ela<br />

perguntou, me observando de perto.<br />

Engoli em seco, entendendo o que ela queria dizer. —Sim. — Eu disse, dandolhe<br />

um sorriso fraco. —Tanto que faz meu coração doer.<br />

—Você precisa ir até ele.<br />

—Eu não posso. — Eu sussurrei, balançando a cabeça. —Ainda não.<br />

—Se você esperar muito tempo poderá perdê-lo para sempre.<br />

Lágrimas escaparam dos meus olhos e deslizaram pelo rosto.<br />

—Não chore. — Ela sussurrou, envolvendo o braço em volta do meu ombro e<br />

puxando meu rosto para seu peito. —Ele se culpa pelo que aconteceu com você.<br />

Eu respirei fundo, sentindo-me como se alguém tivesse me chutado na<br />

barriga. —Por quê?<br />

As lágrimas caíram mais rápidas pingando sobre meus jeans.<br />

—Ele não chegou a tempo de salvá-la.<br />

213


—Mas ele chegou. Ela teria me matado.<br />

garganta.<br />

—Eu disse, apertando minha<br />

—Ele acha que falhou. Ele assume que é por isso que você não vai falar com<br />

ele. —Ela suspirou, esfregando minhas costas. —Às vezes, a nossa cabeça fica no<br />

caminho do nosso coração. Ele estendeu a mão para você. Agora, é hora de você falar<br />

com ele. Deixe-o saber que você não o culpa.<br />

Eu chorei mais forte. Eu o coloquei em mais sofrimento. Eu precisava dele<br />

tanto quanto ele precisava de mim.<br />

Limpei as lágrimas, sentando-me.<br />

—Você está certa, Sra. DeLuca. Preciso vê-lo. Ele precisa saber que eu o amo e<br />

não o culpo por nada.<br />

—Vamos pegá-lo. Eu te levo lá. Vamos surpreendê-lo.<br />

—Hum, ele não parece ser do tipo que gosta de surpresas. — Eu murmurei,<br />

limpando meu rosto.<br />

—Não existe tempo como o presente. Imagine o quão feliz você vai fazê-lo se<br />

você aparecer na sua porta. Levante-se, vamos agora mesmo. — Ela disse, me<br />

empurrando para fora do sofá.<br />

Eu fiquei olhando para ela.<br />

—Você tem certeza disso? Por que...<br />

Ela assentiu com a cabeça, ficando de pé. —Se há uma coisa que eu conheço,<br />

é meu filho. Ele é apaixonado por você, doce menina. —Ela disse, segurando meus<br />

ombros. —Eu quero fazê-lo feliz.<br />

—Quero que ele fique feliz também. — Eu disse. Virei-me, e ela usou meus<br />

ombros para me empurrar em direção ao corredor.<br />

—Então vá se aprontar. Nós temos um menino para ver.<br />

214


Capítulo 31<br />

Encontrando o Paraíso<br />

—Abra a maldita porta! —Ma gritou, batendo na minha porta e me<br />

acordando do sonho.<br />

—Meeerdaa. — Eu gemi olhando para o teto, e passando minhas mãos pelo<br />

meu rosto.<br />

Ela tinha aparecido na mesma merda de época que tudo tinha ido abaixo com<br />

Race. Eu passei os últimos vinte e um dias tentando evitá-la, tanto quanto possível.<br />

Ela tornou isso mais e mais difícil, aparecendo na minha casa de forma inesperada, ou<br />

assombrando o escritório para dizer olá.<br />

Eu nunca pensei que diria isso, mas ansiava por meus dias do exército,<br />

quando a merda era mais simples.<br />

Quando o meu coração não estava nas mãos de uma mulher, e minha mãe<br />

estava a milhares de milhas de distância.<br />

Tudo estava complicado agora.<br />

Tudo.<br />

Eu ansiava pelos dias mais simples.<br />

—Estou indo! —Gritei, me levantando.<br />

—É melhor você abrir esta maldita porta! —Ela gritou de novo, continuando a<br />

sua batida.<br />

—Estou indo, Ma! —Eu gritei de volta pensando em fugir pela porta dos<br />

fundos.<br />

Abri a porta ao mesmo tempo em que sua mão estava para dar outro golpe,<br />

mas em vez disso, ela me bateu no peito.<br />

215


—Desculpe querido. — Ela murmurou olhando para mim. —Jesus, você<br />

parece uma merda.<br />

—Obrigado, Ma. Você sempre sabe as palavras certas para dizer.<br />

—Olhe para você. —Ela apontou para meu rosto e a barba que eu deixei<br />

crescer desde sexta-feira. —Temos que limpá-lo. —Disse ela pegando a minha mão e<br />

me levando para a sala de estar.<br />

—Hey! — Tia Mar disse, dando um passo em minha casa.<br />

—Oi, tia Mar. — Eu disse com uma voz menos do que entusiasmada.<br />

—Nós temos alguém aqui para te ver. Você precisa parecer melhor do que<br />

está. —Disse Ma, me arrastando em direção ao meu quarto.<br />

—Quem? —Perguntei, sentindo meu estômago revirar e olhando por cima do<br />

ombro.<br />

—Um amigo.<br />

—Ma... —Tentei dizer. Eu não estava no clima para seus jogos.<br />

Ela me puxou para o quarto e fechou a porta. —Você parecia tão triste, amor.<br />

Eu tinha que fazer alguma coisa.<br />

Eu balancei a cabeça, esperando que ela não tivesse metido o nariz onde<br />

nunca queria que ela o colocasse antes. —O que você fez, Ma?<br />

—Eu tive uma conversinha com a sua menina.<br />

—O quê? —Perguntei tanto animado quanto chocado. —Ela está aqui? —Dei<br />

um passo em direção à porta, mas Ma me bloqueou.<br />

—Ela está, mas ela não pode ver você assim.<br />

—Oh Deus. Eu pareço como o inferno. — Eu disse pegando um vislumbre de<br />

mim mesmo no espelho de corpo inteiro.<br />

Eu tirei minha camisa e corri para o banheiro. —Por que você não me disse<br />

que ela estava aqui? —Eu murmurei enquanto escovava os dentes.<br />

—Teria arruinado a diversão. —Sua risada chegou até ao banheiro.<br />

216


—Agora não é o momento para piadas. É melhor ela estar lá fora. Que Deus<br />

me ajude, se você estiver brincando... —Eu disse. Então eu tomei um gole de água e<br />

cuspi na pia.<br />

—Ela está aqui. Você não está feliz que eu seja uma mãe intrometida agora?<br />

Fechei os olhos, mal conseguindo acreditar no que estava prestes a dizer.<br />

—Pela primeira vez, eu não poderia estar mais feliz por você estar tão colada<br />

na minha bunda que mal posso respirar. —Corri meus dedos pelo meu cabelo, cheirei<br />

minhas axilas, e estremeci.<br />

Deus, eu com certeza não estava limpo.<br />

Passei um desodorante e peguei uma camisa na parte de trás da porta do<br />

banheiro.<br />

porta.<br />

—Espere-me lá fora. — Eu disse a ela enquanto ela ainda estava na frente da<br />

Ela assentiu com a cabeça. —Nós vamos deixar vocês dois aqui sozinhos.<br />

Quando estiver pronto, volte para casa para o jantar.<br />

—É quase quatro, Ma. Vou me atrasar. — Eu respondi abrindo a porta e<br />

colocando-a para o lado.<br />

—Sua tia adiará o jantar até seis esta noite só para você e Race.<br />

—O que?<br />

—Nós tivemos esta carta na manga todo fim de semana, baby. Agora, você vai<br />

fazer as pazes com Race e voltar para nós.<br />

Eu agarrei a maçaneta da porta e olhei por cima do ombro para ela.<br />

—Eu a amo, mãe.<br />

—Eu sei que você ama. Vá buscá-la, filho.<br />

—Isssso! —Ela gritou quando eu fui para a sala de estar.<br />

Antes de virar, eu pude ver seu reflexo no espelho do corredor.<br />

De pé, com as mãos agarradas na frente, ela não se parecia com o pintinho<br />

resistente por quem eu tinha me apaixonado mais de um mês atrás.<br />

217


Dei dois passos para frente, limpando a garganta, e esperei seus olhos<br />

encontrarem os meus.<br />

Deus, ela era linda.<br />

O sol entrava pelas janelas iluminando seu contorno, e fazendo com que<br />

parecesse que estivesse brilhando.<br />

Sua cabeça ergueu lentamente, e ela encontrou meu olhar. Do outro lado da<br />

sala, eu podia ver as lágrimas começarem a se formar e derramar pelo seu rosto.<br />

—Vamos deixar essas duas crianças sozinhas. — Tia Mar disse, puxando<br />

minha mãe em direção à porta. —Eles podem lidar com as coisas por conta própria.<br />

—Race! — Gritei, dando um passo em direção a ela.<br />

—Morgan. — Ela sussurrou, o lábio inferior tremendo.<br />

Ela saltou para os meus braços.<br />

Eu passei meus braços em torno dela, segurando seu corpo contra o meu e<br />

enterrando meu rosto em seu cabelo. Ela cheirava exatamente como eu me<br />

lembrava.<br />

—Eu estive preocupado com você, princesa. —Eu respirei, inalando sua<br />

doçura.<br />

—Sinto muito. — Ela disse, enrolando as pernas em torno das minhas costas e<br />

descansando a testa contra meu queixo. — Eu sinto muito.<br />

—Estou tão feliz que você está aqui. Nada mais importa.<br />

—Sinto muito. — Ela repetiu. Em seguida, começou a chorar, balançando em<br />

meus braços.<br />

—Baby. —Eu sussurrei. —Shh. Não chore. —Levei-a para o sofá, coloquei-a no<br />

colo e a embalei.<br />

—Eu não deveria ter te ignorado. —Ela colocou seus braços em volta do meu<br />

pescoço e aninhou-se na minha pele. —Eu tenho sido uma pessoa horrível.<br />

—Vamos lá. Pare com isso. Você está aqui agora. Eu tenho você aqui. Você é<br />

minha, Race. —Eu me inclinei para trás, levando-a comigo.<br />

218


—Eu sei. Eu fui tão egoísta. —Ela soluçou, e as lágrimas encharcavam minha<br />

camisa enquanto ela chorava.<br />

—Race. —Eu sussurrei, balançando para frente e para trás, tentando<br />

confortar-nos a ambos. Eu a deixei chorar a segurando firmemente. Eu não me<br />

importava com as lágrimas ou o fato de que ela tinha usado a minha camiseta como<br />

um lenço de papel. Eu estava apenas feliz por tê-la em meus braços.<br />

Quando ela parou, ela se levantou, usando meu peito como alavanca.<br />

—Você pode me perdoar?<br />

Eu acariciei sua bochecha com as costas dos meus dedos.<br />

—Por quê?<br />

—Por ter te ignorado. Você me salvou e...<br />

Eu pressionei meu dedo contra seu lábio. —Não diga isso. Já passou. O que<br />

está feito está feito.<br />

—Sinto muito. — Ela murmurou contra o meu dedo indicador.<br />

Esta é a minha menina.<br />

Race está aqui. Ela estava segura, e ela estava em meus braços.<br />

—Você está bem?<br />

Ela assentiu com a cabeça, dando-me um pequeno lampejo de um sorriso. —<br />

Eu não quero que você veja o meu corpo novamente.<br />

Eu fiz uma careta olhando nos olhos dela.<br />

—É com isso que você está preocupada?<br />

Ela assentiu com a cabeça novamente, olhando-me por entre os cílios.<br />

—Eu pareço um monstro. —Disse ela. Em seguida choramingou.<br />

Toquei-lhe o queixo, trazendo os olhos para os meus.<br />

—Nunca diga uma coisa dessas novamente. Você é uma pessoa bonita. Nós<br />

todos temos cicatrizes. Algumas podemos ver e outras não. Use-as com orgulho. Você<br />

passou por algo horrível e sobreviveu, Race.<br />

219


As lágrimas começaram a se formar novamente ameaçando cair.<br />

—Eu estive em terapia. — Ela disse, engolindo as lágrimas.<br />

—Bom.<br />

—Isso me ajudou.<br />

—Eu estou orgulhoso de você. —Eu me inclinei e beijei sua testa. —Eu perdi<br />

você por um tempo. — Eu disse contra sua pele. —Você está curada?<br />

tê-las.<br />

—Quase. —Ela suspirou. —Falei com um cirurgião plástico, e eu sempre vou<br />

—As cicatrizes não me assustam. —Eu queria levar a dor dela para longe,<br />

remover as cicatrizes de seu corpo, e colocá-las em meu próprio. Eu poderia viver<br />

com elas, Race tinha passado por tanta coisa já. —Posso vê-las?<br />

Ela sentou-se e olhou para mim.<br />

—Ainda não, Morgan. Eu não estou pronta para qualquer um vê-las.<br />

Eu balancei a cabeça. —Quando você estiver pronta. Prometa-me que não vai<br />

desaparecer novamente. Se você fizer isso, eu não vou deixar você se esconder.<br />

—Eu não vou.<br />

—Venha aqui. —Eu a puxei para mim, deitando sua cabeça no meu peito. —<br />

Eu quero segurar você por um tempo. —Reclinei nossos corpos, colocando-a em cima<br />

de mim no sofá.<br />

Ela relaxou em mim, brincando com minha camiseta. Fechei os olhos,<br />

sentindo o seu calor.<br />

Eu não me importo se ela não me beijou ou se não tivéssemos sexo. Eu só<br />

queria abraçá-la.<br />

Quando eu acordei, eu a assisti dormir. Minúsculos roncos saíam de seus<br />

lábios enquanto ela inalava pelo nariz, seguido de um pequeno sopro de ar da sua<br />

boca.<br />

Sua parte superior havia movido enquanto nós tínhamos dormido, expondo a<br />

borda das cicatrizes perto do centro do peito.<br />

220


Eram traços fracos, muito mais leves do que eu esperava.<br />

dedos.<br />

Eu a empurrei para trás e tracei as linhas, sentindo sua suavidade sob meus<br />

Inclinado para frente, toquei meus lábios acima do seu peito esquerdo e<br />

beijei-a. Ela se mexeu, acalmei-a, tentando evitar acordá-la.<br />

—Morgan. —Sussurrou.<br />

Olhei para cima, meus lábios ainda contra sua ferida recém curada.<br />

—Desculpe tê-la acordado. —Murmurei contra sua pele.<br />

—O que você está fazendo? —Disse antes de bocejar.<br />

—Eu queria beijá-la.<br />

Ela mexeu-se, tentando se afastar de mim.<br />

Segurei-a com mais força, olhando para ela.<br />

—Eu queria ver, Race. Eu não conseguia parar de tocá-las.<br />

Ela endureceu. —Por quê?<br />

—Elas são parte de você. Eu não quero esquecer que eu quase perdi você.<br />

—Mas elas são feias. — Ela disse, e o lábio tremeu.<br />

—Não, elas não são. Eu amo cada polegada de seu corpo. —Disse, e coloquei<br />

os meus lábios no lugar que ela mais odiava.<br />

—Eu não sei como você pode olhar para mim.<br />

lindo.<br />

a rir.<br />

—Não há um ponto em seu corpo que eu não beijaria. Tudo sobre você é<br />

—Você só quer entrar em minhas calças de novo. — Ela sussurrou começando<br />

—Bem. Isso também.<br />

—Então você não acha que estou feia?<br />

Eu abri sua camisa com o meu nariz, expondo mais das cicatrizes.<br />

221


—Eu te amo, Race True. Cada. Pequena. Polegada. — Murmurei contra sua<br />

pele cobrindo de beijinhos ao longo das linhas.<br />

As lágrimas começaram a rolar em suas bochechas.<br />

—Eu também te amo, Morgan DeLuca. Você vai fazer uma coisa para mim?<br />

—Perguntou ela, enxugando as lágrimas do rosto.<br />

—Qualquer coisa. — Respondi, olhando para ela.<br />

—Faça amor comigo. — Sussurrou, correndo os dedos pelo meu cabelo.<br />

Sem esperar outro momento, me movi para cima de seu corpo e fixei minha<br />

boca sobre a dela.<br />

Beijei-a como se minha vida dependesse disso, compartilhando o próprio ar<br />

que respirava.<br />

Eu não fodi Race True.<br />

Não.<br />

Fiz amor com minha mulher.<br />

222


Capítulo 32<br />

Doce como açúcar<br />

Race mexia as mãos.<br />

—Merda, eu estou tão nervosa.<br />

—Por quê? —Eu parei de andar e me virei para encará-la. —Você conheceu<br />

Ma e tia Mar, sem a minha presença. Elas são as mais difíceis.<br />

Ela balançou a cabeça. —Foi diferente.<br />

—Você não é minha mulher? —Perguntei com um sorriso surgindo no meu<br />

rosto e acariciei sua bochecha.<br />

—Sim. Quer dizer, esta é a sua família. —Disse, olhando para o céu.<br />

—E se eles me odiarem?<br />

Rocei os lábios nos dela. —Eles não vão te odiar.<br />

—Mentiroso. — Brincou. —Nós não voltamos para jantar na semana passada.<br />

Eu não podia esconder a minha diversão quando ri.<br />

—Expliquei as coisas. Eles entenderam, princesa. Eles sabiam que estávamos<br />

ocupados.<br />

—Meu Deus. Eles sabiam que estávamos fazendo sexo? —Ela perguntou,<br />

com a boca aberta.<br />

—Não! —Eu respondi. Eles provavelmente pensaram isso. —Eles pensam que<br />

adormecemos.<br />

—Uh-hu. — Ela murmurou e então suspirou.<br />

Eu agarrei a mão dela, segurando-a forte. —Venha antes que eles venham<br />

aqui fora nos buscar. Eles estão, provavelmente, assistindo da janela.<br />

223


—Você sabe que eu amo a sua Ma. —Disse ela enquanto caminhava ao meu<br />

lado, apertando a minha mão.<br />

—Ama? —Eu perguntei olhando para ela.<br />

—Sim. Ela me liga todos os dias para verificar se estou bem.<br />

—Ótimo. — Eu murmurei quando nos aproximamos da porta.<br />

—Você não sabe a sorte que tem de ter uma mãe tão amorosa.<br />

—É isso que ela é agora?<br />

Fran encontrou uma maneira de estar em cada parte da minha vida. Os únicos<br />

santuários que eu tinha agora era o trabalho e a casa, e mesmo assim, ela dava um<br />

jeito de checar-me.<br />

—Pare de ser um idiota. Fran te ama. —Race colocou os braços em volta da<br />

minha cintura, descansando a cabeça no meu peito.<br />

Emaranhei meus dedos no cabelo dela e a abracei. —Eu estou um pouco<br />

preocupado, você já está na base do primeiro-nome com minha mãe. —Eu disse.<br />

—Morgan. — Ela sussurrou, olhando para mim. —Eu não falo com minha<br />

mãe, por isso é bom ter a sua para conversar todos os dias.<br />

—Ela tem muito amor para dar, princesa. —Talvez se Ma focasse em Race, ela<br />

saísse do meu pé por um tempo.<br />

A porta da frente se abriu e, como um relógio, Ma apareceu.<br />

—Aí estão vocês dois. —Disse ela, abrindo seus braços.<br />

Race me soltou, indo para Ma enquanto eu observava. Ma tinha encontrado<br />

poucas mulheres da minha vida, mas esta foi a primeira vez que ela aceitou uma.<br />

—É bom ver você, querida. —Disse Ma, batendo em Race na costas e<br />

mostrando a língua para mim. —Nós estávamos esperando.<br />

—Desculpe pelo atraso, Fran. Isso não vai acontecer de novo. — Race disse se<br />

afastando.<br />

—Oh, querido, você está bem. —Ma sorriu para mim, repetindo o gesto e<br />

abrindo os braços.<br />

224


—Ma, senti saudades. — Eu disse sarcasticamente deixando-a me abraçar.<br />

—Não se atrase novamente. — Ela sussurrou em meu ouvido. —Tia Mar vira<br />

uma fera.<br />

—Mas eu pensei...<br />

—Você pode fazer melhor do que chegar atrasado.<br />

Com Race, ela era tão doce quanto o açúcar, mas comigo, seu ferrão saía e a<br />

velha Fran aparecia.<br />

Não importava.<br />

Eu apreciava o fato de que Ma gostava de Race e a tratava de forma diferente,<br />

mesmo que eu recebesse o mesmo velho tratamento.<br />

—Ok, Ma. — Eu disse, não estava disposto a discutir e pronto para ver o resto<br />

da família.<br />

Eu via James e Thomas todos os dias no escritório, mas tinha sentido falta dos<br />

meus outros primos e meus tios.<br />

Em Chicago, eu mal pensava sobre eles, com telefonemas esporádicos e<br />

cartões ao longo do ano. Agora que eles estavam de volta na minha vida, não havia<br />

nada que eu quisesse fazer mais em um domingo, do que passar um tempo com a<br />

família.<br />

Depois que o meu pai tinha me deixado (não me fale desse rato bastardo), as<br />

refeições em família nunca mais foram as mesmas. Ma e eu sentávamos um ao lado<br />

do outro em silencio. Logo em seguida, eu me alistei e fui para o alojamento. A vida<br />

tinha mudado depressa.<br />

Eu percebi que precisava dar a Fran alguma folga.<br />

Não só seu marido a deixou, mas em um tempo muito curto depois disso, eu<br />

também. Seu mundo tinha desintegrado. Tudo o que ela amava tinha desaparecido, e<br />

ela tinha sido deixada sozinha.<br />

—Eu te amo, mãe. — Eu soltei, dando-lhe um aperto final.<br />

—De onde veio isso? —Ela perguntou afastando-se de mim boquiaberta.<br />

—Lugar algum. Só pensei que eu deveria dizer isso mais vezes.<br />

225


—Você deveria. — Ela respondeu na forma da verdadeira Fran. —Eu passei<br />

horas dando à luz a você. Horas dolorosas. —Ela nos guiou para dentro da casa. —<br />

Eles estão aqui! —Ela gritou no hall de entrada, o som ecoando através do espaço.<br />

Ma ficou na ponta dos pés, colocando a boca junto ao meu ouvido.<br />

—Eu disse a eles para não assustarem Race. — Ela sussurrou.<br />

Eu dei a ela um breve aceno.<br />

Ma não era sempre um pé no saco. Mais frequentemente sim do que não,<br />

mas havia também um lado pensativo em Fran DeLuca.<br />

Momentos como estes me faziam lembrar por que eu era grato por ela ser<br />

minha mãe.<br />

Eu coloquei meu braço em torno do ombro de Race, ela olhou para mim. —<br />

Você vai ficar bem. — Eu disse a ela enquanto caminhávamos para a sala de estar.<br />

—Morgan! —Izzy berrou, entregando um dos bebês, antes de caminhar até<br />

nós. —Race, é bom conhecê-la. —Ela sorriu para Race e a abraçou. —É bom ver você<br />

também, primo.<br />

James segurou os dois rapazes em seus braços, parecendo contente.<br />

—Olá! —Ele disse, soando um pouco como Mike.<br />

Eu balancei a cabeça, em seguida, voltei minha atenção para o tio Sal.<br />

—Filho! —Tio Sal gritou aproximando-se com sua mão estendida.<br />

Eu coloquei minha mão na sua e apertei.<br />

—Ei, tio Sal.<br />

Ele me puxou contra ele e me deu um abraço. —Estou feliz que você está<br />

aqui, Morgan. Sentimos sua falta no último mês.<br />

—Eu sei. Eu sinto muito por tudo o que aconteceu.<br />

Ele balançou a cabeça e olhou para mim, esfregando o queixo. —Não se<br />

desculpe. Você está aqui agora.<br />

—Morgan. — Tia Mar soou da porta da cozinha. —Eu fiz o seu favorito. —Ela<br />

piscou.<br />

226


—Você é a melhor, tia Mar. — Eu soprei-lhe um beijo.<br />

Um cotovelo bateu em minhas costelas. —Ei! — Ma advertiu, me cutucando<br />

de novo com aquela coisa óssea.<br />

—Eu estou brincando, Ma. —Menti. Em seguida, dei-lhe um beijo na<br />

bochecha.<br />

—Como você está querida? —Tia Mar perguntou a Race, dando-lhe um<br />

abraço.<br />

—Estou bem, Sra. Gallo. Voltarei ao trabalho amanhã, o que é um pouco<br />

assustador.<br />

—Você vai ficar bem, querida. Mantenha sua cabeça erguida. —Tia Mar disse<br />

esfregando as costas de Race.<br />

Race acenou, todos olhavam para ela. —Ei, todo mundo. Sou Race. —Ela disse<br />

enquanto me dava uma cotovelada nas costelas. —Morgan parece ter esquecido as<br />

boas maneiras.<br />

Eu fiz uma careta. —Desculpe, princesa.<br />

Eu estava tão feliz, que tinha esquecido completamente que ela não tinha<br />

sido apresentada a todos.<br />

Para minha total descrença, eu me sentia mais contente do que eu tinha em...<br />

Bem... Sempre.<br />

—Eu invejo você. —Disse Race a Mia quando nós nos sentamos na varanda<br />

após o jantar.<br />

Eu mal conseguia me mover.<br />

Meu estômago nunca tinha consumido tanta comida quanto eu podia<br />

lembrar. Era difícil resistir à cozinha da minha tia, especialmente quando ela foi além<br />

esta semana por causa de Race.<br />

—Eu? —Mia assustou-se colocando a mão no peito.<br />

Race assentiu tomando um gole de vinho. —Você tem o seu próprio negócio.<br />

Você não precisa lidar com nenhum estudante.<br />

227


—Mamãe, mamãe! — Lily, a filha de Mia, lamentou ao seu lado, segurando os<br />

braços e agitando-os.<br />

Mia sorriu para Lily antes de olhar de volta para Race. —Por que você não sai?<br />

—Mia sugeriu puxando Lily em seu colo.<br />

Race esfregou o rosto com as mãos e suspirou. —Eu trabalhei a minha bunda<br />

para chegar onde estou. Eu não posso me imaginar saindo.<br />

—Você o ama? —Perguntou Mia.<br />

—Meu trabalho?<br />

—Sim. Você ama o que faz?<br />

—Ugh! — Race murmurou. —Eu costumava, mas não sei mais.<br />

—Eu tenho certeza que você já passou por mudanças.<br />

—Então, cara, quando é que vamos sair? —Perguntou Mike, me<br />

acotovelando.<br />

—O quê? —Perguntei muito ocupado ouvindo as senhoras falarem, para ter<br />

ouvido a pergunta de Mike.<br />

—Eu quero sair.<br />

—Oh! — Eu disse, olhando para ele. —Estive tão ocupado entre o trabalho e<br />

Race. Lamento não ter estado por perto.<br />

Mike concordou. —Eu entendo. —Ele apontou para Race. —Novo amor.<br />

—Assim que as coisas acalmarem, nós vamos ter uma noite dos caras.<br />

—Talvez possamos todos ir. —Ele sorriu, olhando em volta para seus irmãos.<br />

—As crianças apagam rapidamente.<br />

Eu olhei para Mia depois que ele falou. —Como você sabe? —Ela perguntou,<br />

olhando para ele. —Não é como se você já tivesse trocado uma fralda em sua vida?<br />

Mike empalideceu. —Você já cheirou o que sai dessas pequenas coisas? Eu<br />

não tenho estômago para isso. —Disse Mike, acenando com as mãos.<br />

Mike.<br />

—Para um cara tão grande, você com certeza é um maricas. —Eu provoquei<br />

228


—Vá trocá-la, então. — Ele disse, apontando para a bela pequena Lily, com<br />

seu selvagem cabelo encaracolado escuro, sentada no colo de sua mãe.<br />

—Papai maricas.—Disse Lily.<br />

—Lily. —Disse Mike.<br />

—Papai maricas. — Lily riu, olhando para Mia.<br />

—Grande! Bom trabalho homem. — Mike murmurou com os ombros caídos.<br />

—Baby, papai não é um maricas. Olhe como grande e duro ele é. —Mia disse<br />

olhando para Mike.<br />

Rosnando, Mike flexionou os músculos.<br />

—Isso é certo, baby. Papai é duro. — Mike disse olhando para seus bíceps,<br />

observando-os saltar.<br />

—Papai maricas. —Lily repetiu com o riso ficando mais alto.<br />

—Jesus! — Mike murmurou, esfregando uma das mãos pelo rosto.<br />

Race riu, cobrindo a boca, enquanto as lágrimas começaram a formar em seus<br />

olhos. Ela gesticulou com a boca “Obrigada” para mim.<br />

Nós ficamos na varanda conversando, até que o sol pairava baixo no céu, e o<br />

anoitecer começou a despontar em todo o quintal.<br />

—É melhor irmos andando, princesa. Você tem que acordar cedo para o<br />

trabalho. — Eu disse puxando sua cadeira para trás.<br />

—Mas eu não quero ir. — Ela gemeu levantando da cadeira.<br />

—Seja uma boa menina e eu vou lhe dar uma recompensa. — Eu disse,<br />

dando-lhe uma piscadela. —Se você for realmente uma boa menina, eu vou te dar<br />

uma surra.<br />

—Mamãe, por que Morgan vai dar uma surra em Race, se ela for boa? —<br />

Tamara perguntou a Max, com o rosto amassado, e seu nariz pequeno enrugando.<br />

Anthony afagou a cabeça de Tamara, olhando para mim.<br />

—Obrigado por isso, Morgan.<br />

229


Max ajoelhou-se ficando do nível dos olhos de Tamara.<br />

—Querida, Morgan estava apenas brincando.<br />

—Mas quando eu sou má, papai diz que ele vai me dar palmadas.<br />

—Tamara olhou para mim pelo canto do olho. —Ele não parece que está<br />

brincando, Mama. Morgan é um pouco assustador. — Ela sussurrou para Max, mas<br />

foi alto o suficiente para que todos pudessem ouvir.<br />

Achei a coisa toda de valor inestimável.<br />

—Não se preocupe, Tamara. — Race disse olhando para ela. —Morgan é<br />

como um ursinho de pelúcia. Não dê ouvidos a ele. Ele apenas parece bravo.<br />

—Como o tio Joey? —Perguntou Tamara, olhando para Joe.<br />

—Assim como ele, carinha de boneca. — Race respondeu, batendo no nariz<br />

de Tamara. —Devo dar-lhe uma surra por assustar você? —Race olhou para mim,<br />

com os olhos verdes brilhando.<br />

Tamara puxou o lábio, balançando a cabeça lentamente. —Você deveria. —<br />

Ela respondeu com um sorriso torto formando em seu rosto. —Se ele tem sido um<br />

menino mau, então ele merece.<br />

—Oh, baby, ele tem sido um menino muito ruim. —Race piscou para mim. —<br />

Eu vou cuidar dele.<br />

Tamara virou seu corpo de lado enquanto ria. —Morgan vai ser punido. —<br />

Disse alegremente.<br />

—Só se eu tiver sorte. — Eu murmurei, dando uma tapinha na cabeça de<br />

Tamara enquanto beijava Max. —Desculpe, querida. — Eu sussurrei em seu ouvido.<br />

—Oh, por favor. Anthony diz coisas que são dez vezes piores. — Max beijou<br />

meu rosto. —Tenho certeza que ela vai ficar muito confusa quando ficar mais velha.<br />

—Sim. Ou ela vai perceber o quão doente todos nós somos.<br />

—Pronta para ir para casa, Mara? —Anthony perguntou pegando a menina e<br />

colocando-a em seu quadril.<br />

Ela puxou a orelha dele, descansando a cabeça em seu ombro. —Sim, papai.<br />

Você vai cantar para mim esta noite?<br />

230


—Qual delas, baby? —Perguntou, antes de beijar o topo de sua cabeça.<br />

—A que você e mamãe dançaram em seu casamento. — Tamara respondeu,<br />

agarrando o rosto entre suas pequenas mãos. —Por favor, papai.<br />

—Qualquer coisa que você queira, menina.<br />

—Parece que você tem uma noite movimentada pela frente, primo. —Eu<br />

disse indo até ele. —Vejo você na próxima semana.<br />

Ele estendeu a mão. —Eu não trocaria noites como esta por qualquer coisa no<br />

mundo.<br />

—Vou levar a sua palavra em consideração. —Concordei apertando sua mão.<br />

—Não há nada como a primeira vez que sua filha diz, 'Eu te amo'. Você<br />

percebe que não há nenhum outro amor como esse. —Ele agarrou Tamara um pouco<br />

mais perto.<br />

Larguei sua mão, percebendo que meu primo tinha tudo no mundo. Uma<br />

esposa amorosa, uma criança e uma família incrível.<br />

—Você é um homem de sorte, Anthony.<br />

—Eu imagino que você não esteja muito longe de onde estou.<br />

Eu balancei minha cabeça. —Eu estou na linha de partida.<br />

—Não é uma maratona.<br />

—Eu não estou correndo.<br />

—Só não espere até estar tão velho quanto eu, e perceber que desperdiçou<br />

anos fugindo da coisa que te faz mais feliz.<br />

Olhei para Race, entendendo suas palavras e sabendo que ele estava certo.<br />

Não importa o que, eu não estava sozinho.<br />

A única coisa no mundo que me fazia sentir completo estava do outro lado da<br />

mesa, rindo com a minha família.<br />

Eu não a deixaria fugir. Estar separado por três semanas me fez perceber que<br />

eu não queria mais ficar sozinho.<br />

231


Capítulo 33<br />

Escolha Difícil<br />

Race<br />

Um calor entre as minhas pernas me acordou do meu sono. Meus olhos se<br />

abriram, e um gemido escapou dos meus lábios enquanto sua língua circulava meu<br />

clitóris.<br />

Fechei os olhos, empurrando meu corpo para baixo contra o seu rosto.<br />

Foi melhor do que qualquer xícara de café que eu já tive, o jeito que eu<br />

gostaria de poder acordar todas as manhãs.<br />

Ele agarrou minhas coxas, segurando minhas pernas abertas enquanto me<br />

lambia. Agarrando os lençóis, arqueei minhas costas e lutei para recuperar o fôlego.<br />

Quando meus dedos começaram a enrolar, sua boca me deixou.<br />

—Não pare. — Eu implorei, levantando a cabeça do travesseiro.<br />

—Eu tenho que estar dentro de você. — Ele murmurou, se arrastando pelo<br />

meu corpo.<br />

Antes que eu começasse a lamentar, ele esfregou a cabeça de seu pênis na<br />

minha umidade e mergulhou dentro.<br />

—Sim! —Eu gritei. A sensação de sua boca em mim foi rapidamente<br />

esquecida.<br />

Ele colocou o braço atrás das minhas costas, me puxando para mais perto.<br />

Quando a mão dele deslizou sob minha bunda, inclinando meus quadris, seu pau foi<br />

mais profundo.<br />

—Oh! — Respirei, amando a sensação dele dentro de mim. Eu envolvi minhas<br />

pernas em volta de suas costas, puxando-o para mim, enquanto ele empurrava uma e<br />

outra vez.<br />

Nossa pele ficou úmida, e nossos corpos tremendo quando gozamos. Pela<br />

primeira vez na minha vida, eu realmente tive um orgasmo ao mesmo tempo em que<br />

232


o homem com quem eu estava. Era como se as nuvens se abrissem, o céu brilhasse, e<br />

os anjos cantassem.<br />

—Droga! — Ele murmurou contra os meus lábios, a respiração deslizando<br />

pelo meu rosto.<br />

—Humm. — Eu respondi incapaz de dizer qualquer outra coisa.<br />

—Essa é uma ótima maneira de começar uma semana. — Ele sussurrou,<br />

rolando para o lado.<br />

—Ugh. Não me lembre.<br />

—Ainda não quer ir para o trabalho? —Ele perguntou, me puxando para seu<br />

lado com o braço ao redor de mim.<br />

—Não, mas eu tenho que ir. —Murmurei, aninhando minha bochecha contra<br />

seu peito.<br />

—Quer que eu saia mais cedo e vá te ver hoje? —Ele perguntou, com seus<br />

lábios roçando contra a minha testa.<br />

—Não. Eu vou ficar bem. — Menti. Eu não sabia se poderia lidar com meu<br />

retorno ao trabalho.<br />

Todos no escritório sabiam o que tinha acontecido com Natasha. Não havia<br />

nenhuma maneira de esconder isso, e eu sabia que estaria na mente de todos hoje<br />

quando me olhassem. Eu me perguntava se eles nunca esqueceriam.<br />

Tinha saído em todos os jornais. Eu não tinha deixado minha casa por uma<br />

semana depois de ter alta do hospital. Eu não queria que as pessoas olhassem para<br />

mim. Eu percebi que depois de dez dias, as pessoas haviam mudado para a próxima<br />

grande história, e tinham esquecido tudo sobre mim.<br />

Quando eu me aventurei, ainda me sentia como se todos estivessem olhando<br />

para mim. Eu sabia que eles não estavam, mas eu não conseguia enxergar de outra<br />

forma.<br />

Se não fosse por Morgan, eu poderia ter me tornado uma doente mental.<br />

Deixe-me reformular isso. Se não fosse pela mãe de Morgan, eu poderia ter<br />

perfeitamente permanecido em casa para sempre. Ela veio até mim, me segurou<br />

enquanto eu chorava, e me ajudou a passar por aquela fase.<br />

233


Sem ela, eu não estaria deitada em seus braços e sentindo a paz que tinha<br />

tomado conta de mim.<br />

—Eu estou apenas a um telefonema de distância, princesa. Se precisar de<br />

mim, eu vou correr para seu lado. —A outra mão tocou meu braço, esfregando-o.<br />

—Vai ficar tudo bem. —Eu não sabia se estava tentando convencer a ele ou a<br />

mim mesma. —Eu sou mais do que isso. Droga. —Murmurei.<br />

—Você é uma das mulheres mais fortes que eu conheço. Lembre-se disso.<br />

Você pode fazer o que quiser.<br />

—Até mesmo parar? —Perguntei, olhando para ele.<br />

—Pare se quiser, princesa. Não faça algo que você não quer mais.<br />

Eu mordi meu lábio, pensando se teria coragem de parar e nunca olhar para<br />

trás sem me lamentar.<br />

—Fácil para você dizer. — Eu disse, revirando os olhos.<br />

—Veja como será hoje. Você pode descobrir que é mais fácil dizer essas<br />

palavras do que você pensa. Se você não conseguir lidar com isso hoje, então não<br />

volte. A vida é curta demais para ser infeliz.<br />

—Eu tenho uma reunião com meu chefe às onze horas. Eu vou ver como me<br />

sinto então.<br />

Meses atrás, eu teria dito que nada no mundo poderia me fazer parar, mas<br />

tudo tinha mudado. Olhar para a face da morte me fez reavaliar minha vida. Já não<br />

encontrava alegria no meu trabalho, em vez disso, eu encontrava paz em momentos<br />

simples da vida.<br />

—Você me chama, e eu estarei lá, querida.<br />

—Eu sei que você vai. — Eu sussurrei, envolvendo meu braço em torno dele e<br />

apertando-o. —Eu te amo, Morgan.<br />

—Princesa. — Ele sussurrou, arrastando o meu rosto para ele. Quando me<br />

olhou, sorriu. —Eu também te amo, Race. Mais do que já amei alguém ou qualquer<br />

coisa no mundo inteiro.<br />

Estendi a mão e dei-lhe um beijo.<br />

234


Melhor segunda-feira de sempre.<br />

*****<br />

Pior segunda-feira de sempre.<br />

Quando as portas do elevador se abriram esta manhã, parecia que tudo no<br />

escritório parou. Era como estar em um filme. Enquanto eu caminhava, cada pessoa<br />

virou-se para mim, papéis escorregaram para o chão, e as pessoas sussurraram entre<br />

si.<br />

Eu sabia que isso não estava realmente acontecendo, mas me senti dessa<br />

forma. Senti todos os olhos em mim enquanto eu caminhava em direção à porta do<br />

meu escritório. Pessoas assentiram, dando-me um sorriso triste como se sentissem<br />

pena de mim. Eu conservei minha cabeça erguida, recusando-me a desempenhar o<br />

papel de vítima até chegar ao meu escritório.<br />

—Oi Cara. — Eu disse quando parei em sua mesa. —Por favor, dê-me alguns<br />

momentos para mim.<br />

—Fico feliz em vê-la, de verdade. — Ela respondeu concordando. —Leve o<br />

tempo que você precisar, querida.<br />

Virei-me e entrei no meu escritório, fechando a porta silenciosamente atrás<br />

de mim. Minhas costas caíram contra a porta conforme eu a usei para me segurar.<br />

Eu não poderia fazer isso.<br />

Eu não queria fazer isso.<br />

Eu odiava estar aqui.<br />

A última vez que estive nesta sala, Natasha estava comigo. Mesmo que ela<br />

estivesse morta, suas palavras e ações me assombravam.<br />

Eu não quero ser aquela garota.<br />

Eu não era ela.<br />

235


Eu era Race, o pintinho resistente que as pessoas encolhiam-se ao ver, aquela<br />

que empurrava as pessoas ao redor e exalava confiança. Não a garota que precisava<br />

de uma porta para se segurar, enquanto procurava força para dar mais um passo.<br />

Olhei para o relógio na parede atrás da minha mesa, percebendo que eu tinha<br />

duas horas antes da reunião com o Sr. Emerson. Talvez eu me sentisse diferente se eu<br />

mergulhasse no trabalho, deixando minha mente concentrar-se apenas na tarefa em<br />

mãos.<br />

Só vai ser difícil no primeiro dia.<br />

Se eu pudesse passar o dia de hoje, amanhã seria mais fácil. Apenas um dia.<br />

Assim como meu terapeuta me disse.<br />

Mesmo nas últimas quatro semanas, as pequenas tarefas tornaram-se mais<br />

simples, e eu me encontrei sentindo-me como antes do ataque. Mas isso foi em casa,<br />

fazendo compras, ou passando o tempo com Morgan.<br />

Voltar ao trabalho foi como começar de novo em uma praça. Eu tinha que dar<br />

passos de bebê para me tornar a empresária fodona que eu sempre fui.<br />

Eu era Race True.<br />

Forte.<br />

Inteligente.<br />

Temida.<br />

bateu.<br />

—Race. —A voz abafada de Cara veio do outro lado da porta quando ela<br />

Afastei-me da porta e caminhei em direção à minha mesa, jogando minha<br />

bolsa no sofá.<br />

—Entre. — Eu respondi, correndo os dedos contra o vidro frio da mesa de<br />

trabalho.<br />

Cara entrou. Depois de dar dois passos, ela parou. —Qual o problema? —<br />

Perguntou com uma careta.<br />

—Nada, Cara. — Eu respondi, olhando para fora da janela.<br />

236


—Fale agora. Eu sempre soube quando há algo que você não está dizendo. —<br />

Disse enquanto caminhava em direção à sua cadeira habitual.<br />

—Eu simplesmente não me sinto em casa aqui mais. —Sentei-me, testando<br />

minha cadeira, balançando para frente e para trás.<br />

—Você foi feita para coisas maiores. — Cara disse, olhando ao redor. —Você<br />

não foi feita para ficar enfiada em um lugar como este. Você deveria estar<br />

administrando sua própria empresa.<br />

—Agora você está sendo boba, Cara. —Eu suspirei, me recostando na cadeira,<br />

pensando sobre o que ela tinha dito. —Qual é a minha agenda para hoje?<br />

Ela olhou para seu bloco, batendo o lápis contra a superfície. —É bastante<br />

leve. Eu não quero sobrecarregar você hoje. —Ela olhou para mim.<br />

Devolvi o sorriso, embora o meu fosse menos crível.<br />

—Obrigada. Qual é o primeiro?<br />

—Você tem um encontro com Sue no Setor de Desenvolvimento as dez, e Sr.<br />

Emerson às onze. Sua tarde está livre, porque eu não sabia se você poderia fazer isso<br />

um dia inteiro. —Disse ela, olhando para o papel.<br />

—Eu acho que estou apenas nervosa sobre o encontro com Emerson. Vou me<br />

sentir melhor quando isso acabar, tenho certeza.<br />

—Eu tenho certeza. — Repetiu ela, de pé em frente da cadeira. —Você<br />

gostaria que eu pegasse uma xícara de café? —Ela perguntou caminhando em<br />

direção à porta.<br />

—Isso seria ótimo, Cara.<br />

—Mantenha-se firme, Sra. True.<br />

Com isso, ela desapareceu.<br />

Talvez um pontapé de cafeína fizesse me sentir como meu velho eu<br />

novamente. Ou depois de escutar a Sue zangão por uma hora, eu ficaria tão<br />

entediada e irritada, que pularia na garganta de alguém.<br />

237


Tinha passado um longo tempo desde que eu senti o fogo queimar no fundo<br />

da minha barriga. Meu eu anterior estava latente, pronto para explodir a qualquer<br />

momento.<br />

Virei o computador e o liguei, pronta para me enterrar no trabalho e<br />

encontrar o fogo novamente. Eu não deixaria que eles me derrotassem.<br />

—Sr. Emerson vai vê-la agora. — Sua secretária disse, passando os olhos sobre<br />

o meu corpo com os lábios em uma linha firme.<br />

Quando eu passei pelas portas do seu escritório, eu sabia exatamente o que<br />

precisava fazer.<br />

238


Capítulo 34<br />

Um pouquinho da Race para o almoço<br />

—Quem é ele mesmo? —Perguntei a Thomas, olhando para o meu relógio.<br />

Race e eu estaríamos reunidos para um almoço tardio hoje. Era seu primeiro<br />

dia de volta ao trabalho. Ela prometeu que estaria aqui as duas, e eu não deveria<br />

mantê-la esperando.<br />

—Ele é um dos amigos de Joey do Cowboy Neon. Seu nome é Frisco.<br />

—Joe o aprova. —Disse James, levantando uma sobrancelha quando ele<br />

descansou as mãos atrás da cabeça.<br />

Thomas balançou a cabeça, esfregando a parte de trás do seu pescoço.<br />

—Bem, vocês dois são os chefes, e se Joe o aprova, então eu tenho certeza de<br />

que ele é um cara bom. — Eu disse, sabendo que Joe não gostava de muitas pessoas.<br />

A porta abriu, e Angel estava lá com um homem atrás dela.<br />

—Thomas, Frisco está aqui. —Ela olhou por cima do ombro dando passagem.<br />

—Frisco. —Disse Thomas, andando em torno de sua mesa para cumprimentar<br />

o recém-chegado.<br />

—Thomas. — Ele respondeu, apertando a mão dele.<br />

Eu dei a ele uma avaliação rápida.<br />

Ele tinha muitos músculos em um corpo magro. Ele era rígido, lembrando-me<br />

de um militar. Seus olhos nunca deixaram os nossos, mostrando que ele era honesto.<br />

—É muito bom ter você aqui. —Thomas olhou para James. —Esse é James, e<br />

ali... — Ele disse, olhando para mim. — É meu primo, Morgan. Pessoal, este é Frisco.<br />

—Frank é meu nome verdadeiro, mas me chamam de Frisco. —Disse ele,<br />

dando-nos a cada um, um aceno rápido.<br />

239


—Venha, Frisco. Nós temos muito que discutir. —Disse James.<br />

—Obrigado. —Disse Thomas para Angel.<br />

Ela acenou e fechou a porta, deixando nós quatro para conversar.<br />

—O que há com o nome Frisco? —James perguntou quando Frisco sentou-se.<br />

—Sua mãe era uma fã de Hospital Geral 14 ?<br />

—Eu sou de San Francisco. Os rapazes no bar gostam de usar apelidos. —Ele<br />

deu de ombros.<br />

—Vamos passar por cima de algumas regras. — Thomas disse enquanto se<br />

sentava.<br />

—Manda. — Frisco respondeu, relaxando em sua cadeira.<br />

—Primeiro. Angel, quem você já conheceu, é minha. Race, a quem você vai<br />

conhecer, é do Morgan. Mãos longe de nossas senhoras. Vamos apenas deixar isso<br />

muito claro.<br />

Ele suspirou, passando os dedos pelos cabelos.<br />

—Eu estou tendo problemas suficientes com a minha mulher para me<br />

incomodar em até mesmo pensar em outra pessoa.<br />

—Por que você não nos conta sobre suas habilidades? —Disse James,<br />

mudando de assunto.<br />

—Eu fui um homem da Marinha durante anos, servindo como um SEAL. Eu<br />

não posso entrar em detalhes. Muitas das minhas missões são ainda classificadas<br />

como secretas. —Disse ele, movendo-se em seu assento.<br />

Olhei para Thomas assim que ele olhou para mim.<br />

Nós dois tínhamos o mesmo olhar impressionado em nossos rostos.<br />

Mesmo que eu fosse um homem do exército por completo, eu ainda tinha<br />

respeito por todos os ramos do serviço.<br />

SEALs não eram maricas.<br />

14 a mais duradoura série dramática pelo Guinness World Records, estando em atividade pela ABC desde 1963.<br />

240


—Eu acho que tenho muitas habilidades, se não todas, isso faria de mim um<br />

grande PI 15 .<br />

—Cheio de si mesmo. — Eu murmurei em voz baixa.<br />

Ele olhou para mim. —Eu sou. — Respondeu com um sorriso. —Mas eu posso<br />

ajudar em qualquer merda.<br />

—Eu também.<br />

—Senhores, vamos guardar as atitudes para os bandidos. —Disse Thomas.<br />

—Estamos bem, cara. — Eu disse, dando a Frisco um aceno de cabeça. —Eu<br />

sei que, se ele era um SEAL, ele pode fazer muita coisa, mas mesmo que eu fosse<br />

apenas um grunhido no exército, eu também posso.<br />

—Todos nós temos habilidades. —Disse James. —Se algum de vocês não<br />

tivesse, não estariam aqui.<br />

—Vá em frente. — Thomas disse, enquanto olhava para Frisco e me ignorou.<br />

—Tudo o que você precisar fazer, eu posso fazer. —Frisco olhou para mim<br />

com o canto do olho. —Eu estou aqui para ser um jogador da equipe. Eu só quero<br />

mergulhar e sujar as mãos.<br />

—Vamos apenas esperar que seu primeiro caso não dê errado, como o de<br />

Morgan. —Disse James, me dando tapinhas nas costas.<br />

—Eu não desejaria isso ao meu pior inimigo.<br />

—Tão ruim assim? —Frisco perguntou fazendo uma careta.<br />

—Algum dia, vou-te dizer sobre isso.<br />

—Você a perdeu? —Ele perguntou, inclinando a cabeça. —Eu não poderia<br />

imaginar alguém morrer porque eu fodi tudo.<br />

—Não, cara. Eu não a perdi. Meu mundo nunca mais foi o mesmo desde o dia<br />

em que fui designado para o seu caso.<br />

—Sinto muito por ouvir isso. —Frisco estremeceu.<br />

15 investigador particular.<br />

241


Lembrei-me do quão banal isso costumava ser. —Eu não sinto.<br />

Ele voltou sua atenção para Thomas. —Eu sou um cara muito simples. Disparo<br />

em linha reta, digo a verdade, e às vezes eu falo antes de pensar.<br />

—Parece que você vai se encaixar bem.<br />

Olhei para o meu relógio de novo, percebendo que eu estava prestes a me<br />

atrasar para o meu almoço tardio com Race. —Eu vou correr rapazes. —Eu disse de<br />

onde estava.<br />

—Tente não ter um almoço prolongado de novo hoje. — Thomas advertiu.<br />

—Pelo menos eu pego a minha do lado de fora do escritório. — Eu respondi.<br />

—Palavras sábias, Frisco. Sempre bata. —Eu disse, segurando minha mão.<br />

Ele me deu um olhar confuso enquanto Thomas e James riam. —O quê? —<br />

Perguntou.<br />

Eu balancei minha cabeça. —Deixa pra lá. Você vai descobrir.<br />

—Eu tenho que me apressar. — Thomas comentou caminhando em torno de<br />

sua mesa. —Eu tenho uma reunião com um cliente em potencial.<br />

—Eu vou mostrar à Frisco as cordas e correntes. —Disse James.<br />

Eu bati meus dedos, virando-me para Thomas. —Eu tenho uma reunião hoje à<br />

noite com um cliente. Então, eu pretendo demorar muito no almoço. Eu estarei de<br />

volta ao escritório por volta das seis.<br />

—Você precisa de um de nós aqui? —Perguntou Thomas.<br />

—Não, eu entendi.<br />

—Eu estarei por perto. — Acrescentou James. —Izzy está em casa com as<br />

crianças hoje.<br />

—É melhor não ficar até mais tarde. Ela vai matá-lo se você deixá-la durante<br />

todo o dia com os meninos.<br />

—Deixe que eu me preocupe com a sua irmã, Thomas.<br />

—Frisco, se James não voltar ao trabalho amanhã porque minha irmã o<br />

matou, você pode ficar com seu escritório.<br />

242


—Que porra é essa? —Perguntei, fingindo ser insultado. —Eu deveria ter esse<br />

escritório em primeiro lugar.<br />

—Meninos. — James interrompeu, dirigindo-se para a porta e abrindo-a. —<br />

Ninguém fica com o meu escritório. Algum dia vocês vão aprender a lidar com as suas<br />

mulheres, assim como eu.<br />

Thomas e eu caímos na gargalhada.<br />

—Ele é tão cheio de merda. —Disse Thomas.<br />

Eu usei isso como minha deixa para sair. —Estou fora. Vejo vocês mais tarde<br />

caras. Prazer em conhecê-lo, Frisco.<br />

—Tchau. — Ele respondeu, enquanto eu caminhava para fora do escritório.<br />

Enquanto fui em direção ao meu escritório, Race aproximou-se da sala de<br />

espera.<br />

—Hey, baby! — Ela disse, envolvendo os braços em volta de mim.<br />

—Hey, princesa. Como foi no trabalho? —Perguntei, beijando o topo de sua<br />

cabeça.<br />

Ela olhou para mim. —Fantástico.<br />

—Sério?<br />

Ela concordou e continuou sorrindo. —Não no início, mas ficou melhor.<br />

—Vamos para o meu escritório e falaremos antes do almoço. Ok? —<br />

Perguntei, abrindo a porta.<br />

—Claro. —Ela disse entrando.<br />

—Então, o trabalho não foi tão mau quanto você pensou que seria?<br />

—Foi pior. —Ela riu. —Muito pior.<br />

—Ok. — Eu sussurrei passando o indicador pelo queixo. —Você está agindo<br />

de forma estranha. Por que você está tão feliz se foi pior?<br />

Ela ficou séria colocando as mãos espalmadas sobre a mesa e inclinou-se. —<br />

Porque eu me demiti! —Gritou.<br />

243


—Você saiu? —Alívio tomou conta de mim.<br />

—Sim. —Ela levantou-se, estendeu os braços e começou a rodopiar. Eu fui<br />

para o escritório do Sr. Emerson, e disse a ele para me demitir. — Ela pulou com o<br />

punho bombeando no ar.<br />

Eu nunca tinha visto Race livre e animada sobre qualquer coisa antes, e eu<br />

não podia deixar de sorrir. —Uau. Isso é incrível, querida. Estou tão contente por<br />

você.<br />

Eu não fui capaz de tirá-la dos meus pensamentos esta manhã. Ir para seu<br />

escritório tinha que ser uma das coisas mais difíceis que ela já tinha feito. Todo<br />

mundo sabia sobre o seu caso, que tinha saído em todos os noticiários no dia<br />

seguinte. Ela não conseguia se esconder por causa disso, e se seu escritório era tão<br />

cruel quanto ela alegava, eu esperava problemas à frente.<br />

Ela parou de girar, deixando cair os braços ao lado dela e balançando.<br />

—Sinto-me livre pela primeira vez. —Disse ela, e então suspirou.<br />

Eu andei até ela, precisando pegar um pequeno pedaço de felicidade para<br />

mim. —Estou tão orgulhoso de você. — Eu disse a ela quando a puxei para os meus<br />

braços.<br />

—Precisamos comemorar. —Ela riu olhando para mim.<br />

—O que você tem em mente? —Perguntei, e então me inclinei e recheei seu<br />

pescoço com beijos.<br />

—Oh, não, não se atreva. — Ela disse, tentando sair do meu alcance.<br />

Eu ri contra sua pele. —Eu não consigo pensar em uma maneira melhor de<br />

comemorar.<br />

—Você vai me levar para almoçar. — Ela se arrastou para fora dos meus<br />

braços, escondendo-se atrás de mim.<br />

—Eu prefiro ter um pouco de Race para o almoço. — Eu provoquei.<br />

—Nós não podemos. —Disse enquanto eu tentava agarrá-la, mas ela moveuse<br />

para o lado e fora de alcance.<br />

244


—Sim, nós podemos. Eu flagrei Thomas e Angel mais vezes do que gostaria de<br />

lembrar. —Eu gemi, tentando pegá-la novamente.<br />

Ela parou de se mover com sua boca aberta. —Você os flagrou?<br />

Desta vez, eu não a perdi, agarrando seus braços. —Sim. —Rosnei. —Acho<br />

que meu escritório seja o único que não foi batizado.<br />

Ela colocou as mãos no meu peito, sorrindo para mim. —Acho que vai ter que<br />

esperar.<br />

—O que é que eu vou fazer com isso? —Eu perguntei esfregando minha<br />

virilha contra seu estômago, deixando-a sentir o meu pau duro.<br />

—Oh. — Ela murmurou. —Nós não podemos ir almoçar com ele assim.<br />

Olhei em seus olhos e fiz beicinho. —Seria uma vergonha desperdiçá-lo. Eu<br />

realmente não posso sair daqui assim, princesa.<br />

—Eu suponho que você não possa. — Ela sussurrou, esfregando os dedos ao<br />

longo da minha barba por fazer. —Só uma rapidinha. Estou faminta.<br />

—Rapidinha funciona, mas depois eu espero que seja longo e lento. —Eu gemi<br />

roçando a minha boca contra a pele do seu rosto, sentindo a maciez em meus lábios.<br />

—Tem algo em mente? —Ela perguntou jogando a cabeça para trás, dandome<br />

acesso ao seu pescoço.<br />

—Eu sempre tenho um plano. —Murmurei percorrendo um caminho de<br />

beijos até sua clavícula, parando antes de chegar às suas cicatrizes. —Rápido agora<br />

para te fazer feliz, e um pouco de algo extra mais tarde para me fazer feliz. — Eu<br />

disse antes de morder sua carne.<br />

Ela pensou. Os olhos correndo pela sala. Ela assentiu com a cabeça me<br />

olhando nos olhos. —Temos um acordo.<br />

—Às vezes, um pacto com o diabo nem sempre é inteligente. —Eu sorri.<br />

—Eu acho que posso aguentar o que você está me dando.<br />

—Não escreva cheques com sua boca, por que sua bunda não fabrica<br />

dinheiro.<br />

—O quê? —Ela perguntou, franzindo o nariz.<br />

245


—Você vai ver. — Eu disse.<br />

Ela jogou a cabeça para trás. —Eu confio em você. — Respondendo através de<br />

seus risos.<br />

Eu segurei sua bunda em minhas mãos e apertei. —Quero possuir você toda.<br />

Eu pretendo reivindicar cada pequena polegada sua esta noite.<br />

Ela engasgou. —Oh! —Comentou, com as bochechas ficando coradas.<br />

—Você sabe todas as coisas bonitas para dizer a uma senhora. —Ela colocou a<br />

mão no meu peito, sua palma queimando minha pele através do tecido.<br />

Coloquei minha boca sobre a dela e lhe dei um beijo que roubou o ar dos<br />

meus pulmões.<br />

Porra, eu a amava.<br />

Eu levantei-a no ar enquanto ela enrolava as pernas em volta da minha<br />

cintura, trancando nossos corpos juntos. Levei-a até a mesa, coloquei minha boca na<br />

dela, acalmando seus gemidos.<br />

Abrindo um olho, eu encontrei a mesa e coloquei-a em cima dela.<br />

—Tem certeza de que está tudo bem? —Ela perguntou em um tom<br />

sussurrante.<br />

—Totalmente. — Eu disse a ela quando minhas mãos deslizaram até suas<br />

coxas, encontrando sua liga. —Deite-se. —Ordenei quando cheguei à beira de sua<br />

calcinha.<br />

—Oh Deus! — Ela gemeu agarrando a borda da mesa.<br />

—Perfeita. —Eu murmurei, começando a desfazer minha calça e empurrandoa<br />

até meus tornozelos. Meu pau saltou livre, mais do que nunca, e pronto para a<br />

ação.<br />

Sem ter que ser dito, ela levantou a saia e a deslizou até a cintura, dando-me<br />

uma visão incrível.<br />

—Essa tem que sair. — Eu toquei a borda da calcinha de renda preta.<br />

Conforme eu puxava os lados, ela levantou, permitindo-me retirá-la. Eu a girei em<br />

meus dedos antes de jogá-la por toda a sala.<br />

246


—Hey! —Ela gritou virando a cabeça, tentando ver onde ela desembarcou.<br />

—Eu tenho uma nova regra. — Eu disse me inclinando sobre a mesa, trazendo<br />

meus lábios nos dela.<br />

—Que seria qual? —Ela perguntou com a respiração ofegante no meu rosto.<br />

—Nada de calcinha. Elas estão proibidas.<br />

—Você não pode simplesmente fazer essa regra. —Ela ofegou.<br />

—Está feita. Chega de calcinhas. —Eu rosnei, movendo sua boca com a minha.<br />

A palma da minha mão acariciou seus seios, e eu esfreguei o mamilo com os<br />

meus dedos enquanto a beijava. Quando a minha mão deslizou por seu corpo, as suas<br />

costas arquearam, movendo minha mão para baixo.<br />

Ela estava escorregadia e pronta quando eu toquei sua vagina.<br />

—Essa é minha. — Eu disse, realmente não colocando em debate.<br />

mão.<br />

—É sua. — Ela respirou, arqueando as costas e empurrando contra a minha<br />

—Boa menina. — Eu disse escorregando um dedo dentro.<br />

Suas costas arquearam ainda mais, empurrando meu dedo mais fundo dentro<br />

dela. —Eu quero mais. Dê-me seu pau, baby! —Ela sussurrou.<br />

Olhei para ela, totalmente em choque. Porra, eu amava a boca suja de Race.<br />

—Diga isso de novo.<br />

Ela abriu as pernas. —Foda-me Morgan.<br />

Não era o mesmo, mas suas palavras fizeram meu pau saltar.<br />

—Você não tem que me dizer duas vezes. —Reclamei, apertando a ponta do<br />

meu pau contra sua umidade. Removi o dedo, e empurrei para dentro.<br />

—Jesus. — Ela murmurou enquanto eu me inclinava, puxando e empurrando<br />

para dentro dela com mais força.<br />

—Você é tão gostosa. — Eu gemi contra o seu pescoço, batendo nela.<br />

247


a.<br />

—Sim! Sim! —Ela entoava. Tive que cobrir a sua boca com a mão, acalmando-<br />

O balcão saltou, movendo-se a cada impulso enquanto eu saqueava sua<br />

vagina, conduzindo mais profundo a cada estocada.<br />

—Tudo bem aq... —James perguntou entrando pela porta e congelou.<br />

Olhei para cima, enterrando-me dentro dela.<br />

Race cobriu o rosto. —Oh Deus! — Ela gemeu.<br />

Eu sorri, sentindo como se fosse oficialmente um membro da equipe.<br />

Eu tinha batizado meu escritório e fui pego pela primeira vez.<br />

—Parece que você está indo bem. —Disse James, rindo baixinho. —Eu vou<br />

deixar você voltar ao trabalho. — Ele brincou, fazendo a volta e dando uma última<br />

olhada antes de fechar a porta.<br />

—Oh meu Deus! —Disse Race, a voz abafada por suas mãos.<br />

—Está tudo bem. —Confirmei, começando a mover-me dentro dela<br />

novamente.<br />

—Você está em apuros. — Ela sussurrou descobrindo o rosto.<br />

podia.<br />

—Não, eu não estou. — Eu disse, dirigindo meu pau tão profundo quanto<br />

—Nós não podemos... —Ela gemeu.<br />

—Apenas enrole as pernas em volta de mim e desfrute do passeio, princesa.<br />

—Murmurei entre dentes.<br />

Agarrei seus seios, apertando-os em minhas mãos enquanto meu pau<br />

mergulhava dentro e fora de sua umidade.<br />

Seu corpo oscilou, deslizando contra a mesa conforme eu empurrava o meu<br />

pau dentro dela. Mordi o lábio, acalmando os gemidos que ameaçavam escapar<br />

enquanto eu golpeava sua buceta uma e outra vez.<br />

248


Ela segurou a mesa mais firme enquanto me fodia de volta, batendo seu<br />

núcleo contra mim. Minhas bolas bateram no seu rabo, e eu senti o aperto e o<br />

formigamento familiar em minha espinha.<br />

—Não vou durar muito. — Avisei, esperando que ela estivesse perto.<br />

duro.<br />

—Só mais um pouco. —Ela pediu, deslizando para baixo no meu comprimento<br />

—Porra! — Eu gemi, tentando aguentar um pouco mais.<br />

—Sim. Bem aí. — Ela gemeu jogando a cabeça para trás, e seu corpo parou,<br />

tomado pelo orgasmo correndo através de seu sistema, e apertando o meu pau.<br />

Ela me enviou ao limite, minha visão ficou turva e minha respiração engatou<br />

na minha garganta. Diminuí meu movimento, apreciando a sensação de cada<br />

polegada deslizando dentro e fora enquanto gozava dentro dela.<br />

Eu desmaiei, pairando sobre o corpo dela com o braço trêmulo, enquanto eu<br />

tentava recuperar o fôlego.<br />

—Eu não posso acreditar que fizemos isso. — Ela sussurrou, sugando ar como<br />

um peixe fora d'água.<br />

—Foi incrível, porra. —Eu disse, me endireitando quando o meu pau começou<br />

a amolecer dentro dela.<br />

Ela sentou-se, observando-me enquanto eu puxava minha calça e colocava<br />

tudo dentro. —Eu poderia me acostumar com uma pausa para almoço como esta. —<br />

Disse ela com um sorriso torto, pós-orgasmo.<br />

—Só se você estiver trabalhando comigo, princesa. —Disse, fechando minha<br />

calça e recuperando sua calcinha.<br />

Ela inclinou a cabeça, me olhando de cabeça para baixo. —Eu não posso<br />

trabalhar com você.<br />

—Por que não? —Perguntei, pensando que seria uma ideia incrível. Ela<br />

precisava de um emprego, por que diabo não trabalhar aqui comigo?<br />

—Eu tenho algumas ideias, e elas não incluem trabalhar aqui.<br />

249


Abri a gaveta da mesa, coloquei a calcinha dentro, e a fechei com o meu<br />

joelho.<br />

—Hey! —Ela gritou, levantando-se e estendendo a mão para a gaveta.<br />

—Não! —Eu disse, balançando a cabeça para ela e mantendo a gaveta<br />

fechada.<br />

—Eu preciso dela. — Ela reclamou, tentando mover minha perna, mas não<br />

tendo sucesso.<br />

—Sem calcinha, lembra? —Eu levantei uma sobrancelha enquanto olhava<br />

para ela, ainda de braços abertos e seminua na minha mesa.<br />

—Bem. Eu tenho mais de onde aquela veio. —Ela deslizou para fora da mesa.<br />

—Eu tenho que me limpar. —Disse, olhando em volta do meu escritório.<br />

—Aqui. — Eu disse pegando alguns lenços de papel e entregando a ela.<br />

—Seria mais fácil se eu tivesse minha calcinha de volta. —Disse limpando-se e<br />

jogando os lenços no lixo. —Por favor?<br />

Agarrei-a pela cintura, puxando-a para perto e dando-lhe um beijo.<br />

—Oh não, você não a terá. — Eu disse a ela, roçando meu nariz contra o dela.<br />

—Nada de calcinha enquanto você estiver comigo.<br />

—Por quê? —Ela perguntou, colocando a mão no meu pescoço e olhando<br />

para mim.<br />

—Porque eu quero ser capaz de provar você sempre que eu quiser.<br />

Ela mordeu o lábio antes de concordar.<br />

—Vê como é fácil quando você faz o que eu quero? —Eu perguntei<br />

empurrando a saia para baixo, ajudando-a.<br />

dedos.<br />

—Você pode ser um valentão. —Ela alisou o material preto com as pontas dos<br />

—Mas você gosta de mim desse jeito. — Eu provoquei, estendendo a mão e<br />

segurando a mão dela.<br />

—Eh? —Ela murmurou.<br />

250


—Race. —Sussurrei e, em seguida, esperei ela responder.<br />

—Sim?<br />

—Eu te amo. — Eu disse, sentindo tanta felicidade que pensei que explodiria.<br />

—Eu também te amo, Morgan.<br />

Eu era o filho da puta mais sortudo no mundo.<br />

251


Capítulo 35<br />

Novos Começos<br />

Race<br />

—Para onde vamos? —Ele perguntou, movendo-se em seu assento.<br />

Ele ainda não estava confortável me deixando dirigir Elvira.<br />

Eu adorava mexer com a sua cabeça enquanto eu dirigia. Ele era muito fácil.<br />

Toda vez que ele movia-se ou agarrava o painel de instrumentos, eu ria. Isso<br />

não tinha muito a ver com seu querido carro, mas mais sobre me dar controle sobre<br />

ele.<br />

—Eu quero te mostrar uma coisa. —Disse, olhando para ele com o canto do<br />

meu olho.<br />

—É árido por aqui. —Disse ele olhando para fora da janela.<br />

—Há muito espaço aberto ao redor. É por isso que ele é perfeito.<br />

—O que é? —Ele perguntou quando voltou sua atenção para mim.<br />

—Minha surpresa.<br />

—Eu odeio surpresas. — Ele resmungou antes de suspirar.<br />

—Basta sentar e desfrutar do passeio. —Eu pressionei o pedal, e Elvira<br />

decolou como um morcego fugindo do inferno.<br />

—Race. —Disse ele, estendendo a mão para pegar o painel.<br />

—Você está preocupado que eu vá bater em uma vaca? —Eu provoquei,<br />

segurando o volante mais forte e olhando para frente. —Olhe ao seu redor, Morgan.<br />

Árvores, sol e estrada aberta.<br />

—Estamos quase lá, pelo menos?<br />

Eu amei cada momento de ansiedade que estava lhe causando. —Sim.<br />

252


—Será que você comprou uma fazenda? —Ele perguntou, arrastando a mão<br />

em seu rosto.<br />

—Não. Apenas relaxe, baby. Estamos a apenas três quilômetros de distância.<br />

— Eu disse a ele.<br />

—Graças a Deus! —Disse, puxando a gola e abanando-se.<br />

ver.<br />

Quando virei pela estrada de terra cheia de pinheiros, finalmente deu para<br />

Ele virou-se para mim. —Você está me trazendo para um circuito de provas?<br />

Eu balancei a cabeça, saltando no meu lugar. —Não é apenas qualquer<br />

circuito. — Eu disse a ele, incapaz de tirar o sorriso do meu rosto enquanto o olhava.<br />

—É o lugar onde passei a minha infância com meu pai. Este é o lugar de Johnny.<br />

—Você vai me fazer sentar em um carro e acelerar em torno de um campo de<br />

terra? —Ele perguntou, seu rosto empalidecendo. —Você está tentando me matar?<br />

—Você pode dirigir seu próprio carro. — Eu disse, dirigindo para dentro do<br />

estacionamento vazio.<br />

—Eu não posso arruinar Elvira.<br />

Revirei os olhos. —Você pode dirigir um dos outros carros. Eu queria que você<br />

visse este lugar.<br />

—É importante para você, não é? —Ele perguntou, relaxando quando<br />

estacionei o carro.<br />

—Muito. — Eu disse, virando no assento.<br />

Olhei em volta, observando o lugar que realizou tantas memórias felizes para<br />

mim quando criança. Ele não tinha mudado nada. Era ainda uma pista afastada,<br />

escondida, para aqueles que seguiam o circuito de provas. Era onde muitos<br />

motoristas tinham seus pés molhados antes de sair para se juntar às grandes ligas.<br />

—Eu tenho algo para te dizer. Eu estive esperando até agora para<br />

compartilhar a notícia. — Eu sussurrei.<br />

Seus olhos arregalaram-se, e seus lábios se separaram.<br />

—Você está... —Sua voz sumiu quando ele engoliu. —Grávida?<br />

253


Eu cobri meus olhos, balançando a cabeça. —Oh Deus, não.<br />

—Ufa! — Ele murmurou, enxugando a testa. —Quero dizer, talvez um dia, não<br />

somos um casal há muito tempo.<br />

Eu levantei uma sobrancelha e um sorriso dançou nos meus lábios.<br />

—Eu não sabia que somos oficialmente um casal. —Eu disse, puxando<br />

totalmente sua corrente.<br />

—Eu disse que você é minha, Race.<br />

Apertei as mãos e encolhi os ombros. —Você é sempre tão romântico.<br />

Ele levantou as mãos e exalou. —Você quer que eu fique de joelhos?<br />

Foi a minha vez de ter o sangue fugindo do meu rosto. —Não, Morgan. Quer<br />

dizer, eu te amo, mas você poderia me pedir para ser sua namorada.<br />

—Race, você quer ir com calma? —Ele sorriu.<br />

—Você é um idiota às vezes. —Eu ri, balançando a cabeça.<br />

Sua boca abriu e ele estendeu as mãos. —O que eu fiz?<br />

—Eu quero ser cortejada, cabeça oca. Um pouco mais de esforço da sua parte.<br />

algo.<br />

Ele estalou a língua contra o céu da boca e esfregou o queixo. —Vou planejar<br />

Cobri minha boca. —Aí, que romântico. —Murmurei em minha palma.<br />

—Então, qual é a notícia?<br />

—Eu decidi o que quero fazer com o resto da minha vida. —Disse a ele,<br />

olhando para o edifício em nossa frente. —Eu comprei o lugar de Johnny. Eu sou a<br />

nova proprietária orgulhosa.<br />

Sua boca se abriu enquanto ele olhava para mim.<br />

—Eu vou tornar este o melhor maldito circuito de provas do centro da Flórida.<br />

—Eu esperei por sua resposta.<br />

—Estou sem palavras. —Disse ele enquanto olhava para o edifício e de volta<br />

para mim. —Você já comprou?<br />

254


Eu balancei a cabeça, incapaz de parar de sorrir. —Estamos aqui para assinar<br />

os papéis.<br />

—Chega do mundo empresarial? —Perguntou ele, inclinando a cabeça.<br />

—Chega. Eu acho que posso usar a minha experiência para trazer o bebê de<br />

volta à vida. Vou trazer Cara para me ajudar, e nós vamos fazer esse lugar renascer.<br />

Um sorriso preguiçoso e lento espalhou-se pelo seu rosto, quando ele<br />

inclinou-se e pegou minha mão. —Estou contente por você. Você está finalmente<br />

seguindo seus sonhos.<br />

Eu suspirei, apertando a mão dele, olhando em seus olhos.<br />

—Pela primeira vez em muito tempo, eu sinto que posso respirar novamente.<br />

Eu nunca estive tão excitada sobre qualquer coisa na minha vida, Morgan.<br />

Ele apontou para a pista. —Quer me mostrar esse lugar?<br />

—Sim! —Eu gritei, liberando sua mão.<br />

Fizemos um passeio de mãos dadas em direção ao escritório, e eu resisti à<br />

vontade de pular. Eu me sentia como uma criança novamente, enquanto<br />

caminhávamos pelos corredores que não tinham mudado em vinte anos.<br />

—Você tem um monte de trabalho a fazer. — Morgan disse olhando ao redor.<br />

Eu apertei sua mão, olhando para ele. —Eu sei, baby. Eu posso fazer isso. —<br />

Eu disse a ele.<br />

—Eu sei que você pode. Você pode fazer qualquer coisa que colocar na<br />

mente. Você é a mulher mais incrível que eu já conheci.<br />

Minhas bochechas agora doíam com a felicidade que eu não podia mais<br />

conter.<br />

—Senhora True. —Disse um homem enquanto ele esperava no corredor fora<br />

da sala de conferência. —Nós estávamos esperando por você.<br />

—Não vai demorar nada. — Eu disse a Morgan, dando um último suspiro<br />

antes de caminhar para dentro e mudar o meu futuro para sempre.<br />

—Você fez isso, garota. — Johnny disse passando o braço em volta do meu<br />

ombro e me puxando contra ele. —Seu pai ficaria tão orgulhoso de você.<br />

255


Olhei para ele, sentindo a tristeza agridoce naquela verdade. —Eu sei, Johnny.<br />

Eu gostaria que ele estivesse aqui para ver isso.<br />

—Ele está cuidando de você, Race.<br />

Engoli em seco. —Espero que sim. —Disse, piscando as lágrimas.<br />

—Qual é a primeira ordem de negócios? —Ele perguntou, olhando sobre a<br />

pista das arquibancadas.<br />

Eu olhei para Morgan enquanto inspecionava o lugar. —Eu quero levá-lo para<br />

a pista. Ele precisa experimentar o que eu sinto quando estou lá fora.<br />

—Eu não quero ir lá fora. — Morgan me interrompeu enquanto caminhava<br />

para nós.<br />

—Oh, sim, você quer. — Eu disse a ele, olhando para Johnny e piscando.<br />

—Confie em mim.<br />

Ele resmungou, esfregando a parte de trás do seu pescoço, enquanto<br />

observava a velocidade do carro ao redor da curva. —Só se eu começar dirigindo.<br />

Johnny beijou o topo da minha cabeça. —Vou deixar vocês dois se divertirem<br />

um pouco. Vou limpar meu escritório.<br />

Eu estendi a mão, tocando o braço de Johnny. —Eu queria falar com você<br />

sobre isso. —Disse, esperando ele dizer que sim.<br />

—Sou todo ouvidos.<br />

—Eu quero que você fique aqui e trabalhe comigo. — Eu disse a ele,<br />

acariciando seu braço.<br />

—Eu adoraria, garota. Quero passar mais tempo em casa, mas eu vou estar<br />

aqui para ajudar com qualquer coisa que você precisar.<br />

—Johnny, você é a última ligação que tenho com o meu pai. Esta pista tem<br />

sido sua desde antes de eu nascer. Não seria certo não tê-lo aqui. Você tem um lugar<br />

aqui, comigo, durante o tempo que quiser.<br />

—Você fez de mim o homem mais feliz do mundo, Race. — Ele disse e me<br />

abraçou com força.<br />

256


Descansando minha cabeça no peito dele, imaginei que meu pai estava me<br />

abraçando, como ele tinha feito tantas vezes neste lugar. Os sons e cheiros familiares<br />

trouxeram-me de volta à minha infância.<br />

—Obrigada, Johnny. — Eu murmurei em seu peito, tentando segurar a<br />

memória de meu pai.<br />

—Vocês dois tenham cuidado lá fora, ouviram? —Disse ele me soltando,<br />

olhando entre Morgan e eu.<br />

—Teremos, senhor. — Respondeu Morgan.<br />

—Você está pronto para se divertir um pouco? —Perguntei a Morgan,<br />

tremendo de emoção.<br />

Morgan não parecia tão certo quando olhou de volta para a pista.<br />

—Devo chamar o resgate para ficar em modo de espera no caso de... —Disse<br />

Johnny no meu ouvido, apontando a Morgan. — Ele ter um ataque cardíaco lá fora?<br />

—Ele riu baixinho, me fazendo rir.<br />

—Ele vai ficar bem. — Eu disse a ele, olhando para Morgan. —Uma vez que eu<br />

pegá-lo lá fora, ele vai relaxar.<br />

—O que vocês dois estão cochichando? —Perguntou Morgan, caminhando<br />

em nossa direção.<br />

—Nada.<br />

—Mentirosa. — Ele rosnou, envolvendo os braços em volta da minha cintura.<br />

Puxei nossos corpos para as escadas, incapaz de esperar mais um minuto para<br />

chegar ao volante. —Vamos maricas. Vamos entrar na pista.<br />

Ele roçou os lábios contra a minha testa. —Mostre-me o que te faz vibrar,<br />

princesa.<br />

—Segure-se em suas calças, grandão. Estou prestes a explodir sua mente. —<br />

Eu brinquei com ele, acariciando sua barriga enquanto descíamos as escadas.<br />

—Eu prefiro que você exploda outra coisa. — Ele disse olhando para virilha.<br />

—Se você for um bom menino, talvez eu vá recompensá-lo. — Eu provoquei<br />

deixando minha mão deslizar pelas suas costas e apertar sua bunda.<br />

257


Ele olhou para mim, bloqueando o sol dos meus olhos com o seu tamanho. —<br />

Baby, eu como sua buceta todos os dias, e você ainda é um pé no saco.<br />

—Eu permito o prazer de você me degustar, porque eu te amo. Sinta-se com<br />

sorte, grandão. — Eu brinquei ficando de pé ao lado do carro.<br />

—Eu sou o filho da puta mais sortudo no mundo. — Ele murmurou parando<br />

ao meu lado, olhando para o carro vermelho elegante e sexy na nossa frente.<br />

Bati em seu estômago. —Você é.<br />

—Eu vou dirigir, certo? —Ele perguntou, passando a mão ao longo do capô.<br />

—Você vai. —Concordei, deixando-o caminhar ao redor do veículo. —Eu<br />

estarei contigo. Vou ensinar tudo que você precisa saber.<br />

—Quão rápido ela vai? —Ele perguntou, olhando para mim do outro lado.<br />

—Quão rápido você quer ir? —Eu levantei uma sobrancelha.<br />

—Eu sinto a necessidade. A necessidade de velocidade.<br />

—Tudo bem, Maverick 16 . Suba e coloque o cinto de segurança. — Eu disse a<br />

ele. —Vamos ver o quão grande suas bolas são.<br />

—Princesa, eu sei que você tem um par, mas não vamos esquecer quem tem<br />

as maiores.<br />

—Você vai ter que me lembrar mais tarde. —Eu disse, sorrindo para ele<br />

quando entramos e nos sentamos.<br />

—Você compartilhou sua fantasia comigo, tornando-a real. Esta noite, eu vou<br />

mostrar-lhe a minha. —Ele sorriu, mordendo o canto do lábio.<br />

Minha barriga tremeu vendo o ardor em seus olhos de safira. —Eu não sei se<br />

gosto do som disso.<br />

—Não se preocupe. —Ele riu. —Eu vou fazer você ser minha esta noite. De<br />

cada maneira possível.<br />

Eu ri, colocando a minha cabeça contra o assento. —Vai me perguntar se<br />

quero ir devagar de novo?<br />

16 uma pessoa não ortodoxa ou de espírito independente.<br />

258


—Você vai ter que esperar para descobrir. Hoje é um dia de novos começos e<br />

celebrações.<br />

—Pronto? —Perguntei, tomando uma respiração profunda.<br />

—Mais do que nunca. — Ele respondeu, segurando o volante, sentindo a pele<br />

sob as pontas dos dedos.<br />

Morgan compreendeu a alegria que sentia na pista, enquanto fazia as curvas<br />

como um profissional.<br />

Dirigindo ao redor da pista, deixando tudo para trás, ambos sentimos a<br />

liberdade que isso oferecia.<br />

Enquanto ele dirigia, eu levei um momento para fazer um balanço da minha<br />

vida. Tanta coisa havia mudado em um curto espaço de tempo. Eu não tinha<br />

imaginado que pararia meu trabalho e seria proprietária de uma empresa.<br />

Em cima disso, eu nunca em um milhão de anos, pensei que eu ficaria de<br />

pernas para o ar, apaixonada pelo homem que salvou a minha vida. Não apenas de<br />

Natasha, mas também da existência mundana que eu aceitei como minha realidade.<br />

259


Capítulo 36<br />

Minha<br />

Eu tinha fantasiado sobre Race durante todo o dia enquanto aceleramos ao<br />

redor da pista, sentindo todo o resto à distância. Foi o melhor dia de merda de<br />

sempre, mas estava prestes a ficar ainda melhor.<br />

—Qual é a sua fantasia? —Ela perguntou, olhando para mim com incerteza<br />

em seus olhos.<br />

Eu a despi lentamente, tendo tempo para apreciar todas as suas belas curvas<br />

e deliciosos aromas. Eu pressionei a sua frente contra a parede, puxando a camiseta<br />

sobre a cabeça, respirando o cheiro do seu cabelo com aroma de baunilha.<br />

—Você vai ver. — Eu disse. Em seguida, me inclinei e mordi o seu pescoço.<br />

Eu encontrei o fecho de seu sutiã e o abri, deixando-o cair ao chão. Pressionei<br />

meu pau duro contra ela, desabotoei, e empurrei sua calça para baixo.<br />

—Nem mesmo uma dica? —Perguntou.<br />

cedo.<br />

—É uma surpresa. — Eu disse, repetindo a frase que ela tinha usado mais<br />

—Eu odeio surpresas. — Ela murmurou, estremecendo quando eu beijei<br />

lentamente meu caminho dos ombros até suas costas.<br />

Estendi a mão, apertando o peito contra a parede, e puxando seus quadris em<br />

direção a minha boca para me dar melhor acesso. Eu lentamente lambi a fenda entre<br />

suas nádegas, e passei para a buceta molhada.<br />

Ela saltou, pressionando sua bunda no meu rosto. Ela apertou mais forte<br />

contra a minha boca, enquanto eu empurrava a ponta da minha língua dentro dela,<br />

penetrando-a. Movi a minha mão para sua entrada, e inseri um dedo. Depois de<br />

alguns golpes para cima e para baixo, coloquei dois dedos dentro dela. Sua bunda<br />

estava escorregadia com a minha saliva, então cutuquei um dedo contra seu aperto.<br />

260


Ela saltou de novo, gritando em voz baixa. —O que você está fazendo?<br />

—Shh, baby. Não vai doer. É apenas um dedo. Relaxe.<br />

Um momento depois, com meus dedos em sua buceta, ela relaxou e<br />

pressionou para trás, permitindo o meu dedo entrar no seu rabo. Lentamente, eu os<br />

movi no ritmo, com um dedo na bunda dela e dois em sua vagina, ao mesmo tempo,<br />

mordiscando suas nádegas.<br />

Ela começou a girar os quadris em uníssono com a minha mão, eu<br />

gentilmente pressionei um segundo dedo em sua bunda. Ela fez uma pausa,<br />

ajustando-se ao dedo acrescentado, antes de começar a mover-se para trás e para<br />

frente aumentando velocidade.<br />

Assim, quando a senti aproximando-se do orgasmo, tirei meus dedos.<br />

Ela olhou por cima do ombro, me encarando. —Eu estava prestes a gozar!<br />

—Não assim, princesa. Eu preciso estar dentro de você. — Eu disse com um<br />

sorriso no meu rosto. —Deite na cama.<br />

Ela caminhou para a cama enquanto eu fui para o armário. Abri a gaveta e<br />

retirei as restrições. Eu precisava que ela se mantivesse imóvel para o que eu tinha<br />

planejado. Eu tinha reivindicado a maioria de seu corpo, juntamente com a sua alma,<br />

mas eu precisava saber que era minha e sempre seria.<br />

—O que você acha que vai fazer com isso? —Perguntou com os olhos<br />

arregalados.<br />

Sentei-me, roçando minhas mãos contra seu rosto.<br />

—Você confia em mim, amor?<br />

—Sim.<br />

—Você acredita que eu não vou te machucar?—Engoli em seco, rezando<br />

silenciosamente para ela dizer que sim.<br />

—Sim. —Respondeu.<br />

—Eu quero te amarrar para que não possa se esquivar do orgasmo alucinante<br />

que estou prestes a dar a você. — Eu disse, sabendo que uma vez que a tivesse<br />

amarrado, sua bunda seria minha. —Está tudo bem para você?<br />

261


Ela assentiu com a cabeça, se empurrando para trás. —Sim.<br />

—Nunca. Eu nunca vou te machucar. —Eu prometi, movendo-me para o lado<br />

direito da cama. Segurando uma correia na minha mão, joguei as outras sobre a<br />

cama.<br />

—Eu sei que você não faria isso.<br />

Inclinei-me, sussurrando em seu ouvido prendendo sua mão. —Eu prometo<br />

trazer-lhe mais prazer do que você já teve em sua vida. Alguma vez você já foi<br />

amarrada ou restringida sexualmente antes? —Perguntei apertando a corda em<br />

torno de ambos os pulsos.<br />

—Não. Nunca confiei em um homem o suficiente para deixá-lo fazer isso. Eu<br />

não vou mentir, embora, eu costumava fantasiar sobre isso. —Suas bochechas<br />

ficaram rosadas e ela mordeu o lábio.<br />

—Eu vou ser gentil, e não vou te machucar. —Eu puxei a corda e anexei na<br />

cabeceira da cama, as duas mãos juntas sobre a cabeça, e me movi em direção a seu<br />

pé antes de tomá-los na minha mão.<br />

Ela puxou o pé da minha mão, segurando-o no ar. —Você não vai me deixar<br />

aqui amarrada ou alguma merda, não é? Porque eu juro por Deus, eu vou matá-lo em<br />

seu sono.<br />

Race durona era sexy pra caralho. —Eu só não quero que você balance seu<br />

rabo doce para longe de mim. — Eu disse.<br />

Depois que a contive, fiquei em pé ao lado da cama, olhando para ela. Lá<br />

estava, amarrada e toda minha para fazer o que eu quisesse.<br />

Eu peguei um dos meus travesseiros e deslizei-o sob seu traseiro, elevando-a<br />

para facilitar o acesso. Larguei meu jeans no chão e me arrastei para a cama,<br />

posicionando meu pau na frente de seu rosto.<br />

—Abra. — Pressionei a ponta nos seus lábios.<br />

Ela obedeceu, abrindo amplamente e engolindo cada polegada com os olhos<br />

grudados aos meus.<br />

Eu gostava dela assim, totalmente à minha mercê. Talvez fosse sua forte<br />

personalidade, sua necessidade de estar no controle, ou a boca inteligente, mas tê-la<br />

262


completamente sob meu controle, me deu uma sensação de euforia que não poderia<br />

ter o suficiente, e eu rezava para que isso nunca terminasse.<br />

Enquanto sua língua acariciava meu pau, eu me virei, tocando seu mamilo.<br />

Ele imediatamente endureceu sob o meu toque. Deslizando minha mão para baixo<br />

em sua barriga, rocei meus dedos ao longo de sua pele até chegar a sua maciez.<br />

Assim, quando ela estava começando a moer seu monte contra mim, puxei minha<br />

mão para trás e acertei um tapa suave na sua vagina.<br />

—Argh. — Ela murmurou com os olhos arregalados, meu pau enchendo sua<br />

boca, abafando suas palavras.<br />

—Nunca teve sua buceta espancada antes? —Perguntei.<br />

Ela balançou a cabeça, abrindo a boca e deixando meu pau sair de seus lábios.<br />

—Não? —Eu perguntei batendo levemente novamente.<br />

Ela gritou, seu corpo levantando da cama.<br />

—Você gostou disso, não é? —Perguntei, observando-a arquear o corpo.<br />

—Sim. —Murmurou, relaxando de volta na cama.<br />

Eu rastejei por seu corpo e me estabeleci entre suas pernas, me perdendo em<br />

sua beleza. Aumentei o meu ritmo e a pressão de cada golpe, seu corpo arqueando<br />

para cima, encontrando minha mão com cada tapa.<br />

—Sim! —Ela gritou ofegante.<br />

Eu precisava senti-la por dentro novamente. Pressionando dois dedos em sua<br />

buceta molhada, eu os movi lentamente para dentro e para fora. Ela estava perto,<br />

mais perto do que antes, eu senti seu aperto vaginal em torno de meus dedos.<br />

Inclinado para frente, eu chupei seu clitóris em minha boca, acariciando-o<br />

com a língua. Ela puxou as restrições, tentando aproximar-se. Maldição, ela tinha um<br />

gosto bom pra caralho. Eu poderia comer sua vagina durante todo o dia, mas isso não<br />

fazia parte dos meus planos.<br />

Eu queria a única coisa que nenhum homem tinha tido dela antes. Nada, nem<br />

mesmo a doçura de seu gosto na minha língua, me faria perder o foco.<br />

263


Seu corpo começou a tremer, sua cabeça movia-se de um lado a outro, e eu<br />

acelerei meu ritmo.<br />

Seus quadris arquearam do travesseiro com a correia mais alta, e seu interior<br />

começou a se contrair. —Sim! Sim! Sim! Morgan, me fode com os dedos! —Ela<br />

gritou.<br />

Removendo minha boca, eu bati na sua buceta e pressionei os dedos<br />

enquanto ela gozava. —É isso aí, baby. Goza para mim. Sinta-me profundamente<br />

dentro de você. —Murmurei, forçando meus dedos mais profundamente<br />

empurrando em seu ponto G.<br />

Líquido jorrou de sua vagina enquanto ela se contorcia. —Oh meu Deus! —Ela<br />

choramingou, e sua respiração vacilou. Ela engasgou sem ar. —Que diabos foi isso?<br />

—Perguntou, tentando puxar uma respiração.<br />

Eu mantive meus dedos dentro até que seus músculos acalmaram-se.<br />

—Você esguichou. —Eu respondi completamente chocado. Eu nunca na<br />

minha vida tinha experimentado algo tão... Tão espetacular. Foi um completo tesão.<br />

Eu tinha ouvido falar de mulheres esguichando, mas eu nunca tinha<br />

experimentado isso em primeira mão.<br />

olhos.<br />

—Oh. Meu. Deus. Eu nunca fiz isso antes. — Ela murmurou, fechando os<br />

Meu pau estava prestes a quebrar quando eu sentei lá, deixando-a recuperar<br />

o fôlego e descer de seu gozo. Inclinando-me, lambi sua umidade em minha boca.<br />

—Delicioso.<br />

Se eu não gozasse agora, estava com medo que minhas bolas ficassem<br />

permanentemente azuis. Movi-me entre suas pernas, esfregando a cabeça do meu<br />

pau em sua entrada, e depois empurrando ao máximo. Porra! Ela estava tão molhada<br />

que eu quase me perdi.<br />

Acalmei-me antes de puxar para trás e bater mais profundo. Eu empurrei para<br />

dentro dela, cada impulso um pouco mais forte enquanto ela arqueava as costas para<br />

acomodar meu comprimento.<br />

264


—Jesus, você é tão apertada. — Eu sussurrei. Sua vagina ainda não tinha<br />

relaxado, ainda tensa do orgasmo que tinha tomado seu corpo.<br />

—Foda-me, Morgan. Foda-me forte! —Seu corpo encontrou meus impulsos.<br />

—Eu adoro a forma como seu pau me enche. — Ela murmurou antes de beijar seus<br />

lábios, silenciando-a.<br />

Fazendo como ela pediu, eu colidi com ela, mais e mais até que ela gozou<br />

novamente. Mesmo que meu plano fosse levá-la na única maneira que ela não tinha<br />

sido tomada, eu não pude resistir. A sensação de sua vagina ordenhando meu pau me<br />

levou ao limite, e me fez grunhir com o prazer que acumulou no meu corpo.<br />

Minhas pernas tremiam, todos os pelos do meu corpo levantaram-se em<br />

posição de sentido, e minha respiração parou completamente. Eu derramei dentro<br />

dela, minha visão turva, e pequenas faíscas explodindo atrás de meus olhos fechados.<br />

Tentei segurar-me não querendo esmagá-la sob o meu peso. Meus braços<br />

balançaram pela pressão, montei uma última onda de orgasmo que não tinha sido<br />

capaz de parar de acontecer.<br />

—Puta merda. —Murmurei rolando para o lado dela, tentando conseguir ar<br />

em meus pulmões.<br />

—Qual é o problema? —Ela perguntou, a minha respiração ofegante<br />

correspondente.<br />

—Isso não era o que eu tinha planejado. — Eu disse, enxugando o suor da<br />

minha testa.<br />

dois.<br />

Seu corpo tremia enquanto ela ria. —Eu acho que ficou muito bem para nós<br />

—Diz à mulher que esguichou em toda a cama. —Respondi, me sentando e<br />

desamarrando seus pés.<br />

—Às vezes nós temos o que precisamos e não o que planejamos. Você me<br />

ensinou isso, Morgan.<br />

—Oh, eu preciso disso. —Resmunguei, estendendo a mão e acariciando o lado<br />

de seu traseiro. —Vire. —Ordenei, dando-lhe um tapa na coxa, rápido.<br />

—Eu acho que não poderia gozar de novo. — Ela reclamou. —Além disso, eu<br />

ainda tenho isso. — Ela disse mexendo os braços nos apoios acima de sua cabeça.<br />

265


Eu desprendi seus tornozelos, esfregando as marcas vermelhas deixadas pelas<br />

cordas. —Isso não é um problema. — Eu disse virando-a de bruços.<br />

—Bem, merda. — Ela falou, puxando a única restrição que segurava suas<br />

mãos. —Mas eu...<br />

—Você vai. — Eu disse. —Eu vou lhe dar tantos orgasmos que você nunca vai<br />

querer me deixar.<br />

—Eu morrerei se você me der outro. — Ela murmurou no travesseiro,<br />

enterrando seu rosto no material.<br />

—Baby, é o único caminho a percorrer. —Corri minhas mãos ao longo de suas<br />

nádegas.<br />

Ela me olhou por cima do ombro. —Morgan?<br />

—Sim, princesa?<br />

—Eu nunca vou te deixar, orgasmos ou não. Você não tem que fazer isso. —<br />

Ela sussurrou enquanto eu olhava para a bunda dela.<br />

Eu apertei as nádegas em minhas mãos, sentindo sua suavidade.<br />

—Mas eu quero. Eu não vou sentir você como minha a menos que tenha cada<br />

polegada de seu corpo.<br />

—Só desta vez. —Disse ela. —Eu não sei se vou gostar.<br />

—Eu vou dar-lhe um orgasmo tão intenso que vou ter que realizar a CPR 17 em<br />

você quando terminar. —Eu faria tudo em meu poder para fazer o coração ficar em<br />

êxtase.<br />

—Eu sou sua. — Ela sussurrou. —Me tome.<br />

Eu acariciava meu eixo, deixando-me duro novamente quando beijei a pele<br />

sedosa de suas costas. Levei-a mais suave do que tinha antes, deixando-a ajustar-se a<br />

intrusão e se acostumar com a sensação da minha dureza na bunda dela. Não<br />

demorou muito antes de seus pequenos gemidos crescerem, transformando-se em<br />

gritos de prazer.<br />

17 ressuscitação cardiopulmonar.<br />

266


Eu gostaria de dizer que durei muito tempo. Mas tomar Race desta forma, a<br />

reivindicando toda, tinha-me deixado fora de controle, e me perdi mais cedo do que<br />

queria.<br />

—Minha. —Murmurei contra suas costas, gozando.<br />

Eu percebi que a única coisa que importava para mim era ela. Tê-la comigo<br />

todas as noites, passar meus dias com ela, e fazer amor com ela fez a minha vida<br />

completa.<br />

Race tinha me suavizado tanto quanto eu a tinha. Ela me fez querer ser uma<br />

versão melhor de mim mesmo. Sem a necessidade de proteger os soldados do meu<br />

passado, eu fiz sua segurança e felicidade minhas prioridades.<br />

Eu a amava.<br />

Ela me completava.<br />

Eu odiava a porra do filme piegas que ela me fez assistir ontem à noite, mas<br />

naquele momento, eu entendi.<br />

Com toda a honestidade, eu não tinha salvado Race True. Ela tinha me<br />

salvado. Deu-me uma vida cheia de amor e tudo o que eu sempre necessitei, mas<br />

nunca soube que queria.<br />

Eu não era nada sem ela.<br />

267


Epílogo<br />

Race<br />

Hoje, eu disse a palavra.<br />

—Aceito.<br />

A calma caiu sobre mim conforme eu dizia a palavra, uma paz que eu nunca<br />

tinha conhecido em toda a minha vida.<br />

Eu não tinha imaginado que seria tão fácil de dizer, mas saiu de meus lábios<br />

como se eu sempre tivesse a intenção de dizê-la.<br />

Morgan DeLuca era meu, tanto quanto eu era dele. Ele não era um homem<br />

egoísta, não o idiota que eu achava que ele era quando o conheci há um ano.<br />

No início, eu o quis por sua aparência, mas quando realmente comecei a<br />

conhecer o homem, compreendi o que o tornou daquele jeito, e não fui capaz de<br />

resistir à atração que exercia sobre mim.<br />

Como eu poderia dizer não a um homem que havia me salvado duas vezes?<br />

Eu o amava mais do que ninguém, e ficaria para sempre em dívida com ele por tudo<br />

que tinha feito para me fazer completa novamente.<br />

Sua bondade e paciência me ajudaram a passar os dias mais sombrios, e ele<br />

ainda caminha a viagem comigo quando eu acordo gritando no meio da noite.<br />

—Nós fizemos isso. —Disse ele quando entramos na igreja de mãos dadas.<br />

—Nós fizemos. — Eu disse, olhando para o meu marido e sorrindo.<br />

Meu marido.<br />

Parecia exótico e perfeito ao mesmo tempo.<br />

—Sra. DeLuca. —Ele sussurrou me atraindo contra seu corpo.<br />

—Marido. —Murmurei contra seus lábios.<br />

—Olhe para eles. Acho que eles vão fazer um bebê para a vovó hoje à noite?<br />

—Fran perguntou entrando no salão nupcial, interrompendo o nosso beijo.<br />

268


Eu podia sentir o meu rosto corar enquanto ela falava com a senhora Gallo.<br />

—Se você tiver sorte, Franny. Se você tiver sorte. —Disse Maria a Fran.<br />

Morgan deixou meus lábios, nos voltando para enfrentá-las.<br />

—Ma, sério. Qual é a pressa? —Ele perguntou sacudindo a cabeça, puxandome<br />

mais forte contra ele.<br />

—Eu não estou ficando mais jovem. — Fran reclamou quando bateu o pé. —<br />

Só um.<br />

—Vamos ver. — Morgan disse, olhando para mim. —Você quer um bebê<br />

agora, princesa? —Perguntou, me implorando para dizer não.<br />

—Seja o que for que Fran queira. — Respondi, dando-lhe um sorriso gigante.<br />

—Cale-se. — Ele sussurrou em meu ouvido.<br />

Ma.<br />

—Essa é minha garota. —Disse Fran, vindo em minha direção. —Me chame de<br />

—Ma. — Eu sussurrei, meu interior aquecendo.<br />

—Basta dar-lhe o que ela quer. — Mike disse quando entrou na sala.<br />

—Ma não calou a boca sobre isso até que Joe e Suzy ficaram grávidos. Confie<br />

em mim. — Acrescentou quando colocou o braço sobre o ombro de Morgan. —É<br />

muito interessante tentar, e o resultado é incrível. Realmente vale a pena.<br />

—Diz o homem que não troca uma fralda.<br />

—Eu não sou louco, mulher. — Mike respondeu, dando-me uma piscadela.<br />

—Vamos deixar os filhos sozinhos para que possam começar o bebê o mais<br />

rápido possível. —Disse Fran a todos, tentando empurrá-los para fora da sala.<br />

—Ma, estamos numa igreja, pelo amor de Cristo.<br />

—Vindo de seu traseiro pagão, isso é tocante, Morgan.<br />

—Senhora DeLuca, deixe-me levá-la para fora e deixar as crianças terem<br />

alguns momentos. —Johnny disse agarrando a mão de Fran e colocando-a na curva<br />

de seu braço.<br />

269


Fran olhou para Johnny. —Em qualquer lugar que você quiser ir, bonitão.<br />

Johnny levou Fran para fora. Ele piscou para mim antes de deixar-nos em paz.<br />

—Não a escute, Race. — Morgan me implorou, colocando ambos os braços<br />

em torno de minhas costas e me esmagando contra seu peito.<br />

—É bom ter uma mãe, Morgan. Você deve ser um pouco mais agradável com<br />

ela às vezes.<br />

—Baby, eu sou tão doce quanto eu posso ser com ela. Você dá uma polegada<br />

e ela toma uma milha.<br />

—Você viu isso? —Perguntei.<br />

—O quê? —Ele perguntou, olhando ao redor da sala.<br />

—Eu acho que nós temos um novo casal romântico.<br />

Ele estreitou os olhos. —Quem?<br />

—Sua mãe e Johnny.<br />

—Ela precisa de alguém em sua vida. —Disse Morgan, surpreendendo-me em<br />

sua frieza sobre a situação. —Talvez ela esqueça sobre os bebês.<br />

—Falando de bebês. — Eu disse segurando seu pênis em minhas mãos. —<br />

Quer praticar?<br />

—Agora mesmo. Não há tempo como o presente, esposa.<br />

—Estamos numa igreja, marido. Nós não podemos fazer isso aqui.<br />

Ele me beijou, mordendo meu lábio.<br />

—Você é a única segurando minhas bolas. Acho que você já cruzou a linha.<br />

Nós já vamos para o inferno. Melhor nos certificarmos de que teremos um pouco de<br />

diversão ao longo do caminho.<br />

Eu ri, deixando sua boca viajar no meu pescoço e se estabelecer perto da<br />

minha clavícula. Quando eu tinha escolhido o vestido, parecia uma boa ideia ter um<br />

decote alto para esconder minhas cicatrizes, mas enquanto ele estava lá com a boca<br />

viajando pela minha pele, me arrependi de minha decisão.<br />

270


—Eu vou segui-lo em qualquer lugar. —Sussurrei, enredando as mãos em seu<br />

cabelo.<br />

—Você vai ser a minha morte. — Ele murmurou contra a minha pele.<br />

—Até que a morte nos separe. — Respondi, estendendo a mão e trancando a<br />

porta. —Eu sou sua para sempre.<br />

—Minha. — Ele grunhiu me levantando em seus braços, e me carregou para o<br />

sofá no canto.<br />

—Nós vamos definitivamente para o inferno. — Eu murmurei quando ele<br />

levantou a bainha do meu vestido antes de desfazer o zíper de seu smoking.<br />

—Enquanto estivermos juntos.<br />

Meu marido.<br />

Meu amor.<br />

Meu Salvador.<br />

Minha família.<br />

Meu tudo.<br />

O fim é apenas o nosso começo.<br />

Fim<br />

271

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