01 - Nick Push

Eu esfrego os olhos e tento lutar contra os efeitos do álcool.
― Sim. Para você também.
Ela dá um passo para a frente, entre as minhas pernas, e
eu não a impeço.
Porque eu não me importo.
Mas quando sua mão alcança e pega meu rosto, meus olhos
se fecham e minha respiração me deixa em um estremecimento.
Ela levanta meu queixo com o dedo e eu mantenho meus olhos
fechados, porque eu não quero vê-la e eu já sei o que ela quer e
uma parte de mim quer isso também. Não porque eu quero ela,
mas porque eu quero sentir algo que não seja isso. Sua mão leva
a minha e a envolve em sua perna e eu não a tomo de volta. Eu
não a removo. Em seguida, ela sussurra meu nome e meus olhos
se abrem e ela está desfazendo os botões da minha camisa que
ela está usando.
E caramba, eu não devia, mas eu sinto falta desse toque,
esta intimidade, essa necessidade. Ambas as minhas mãos em
suas pernas agora, subindo mais até que eu sinto o tecido de sua
calcinha. Eu me concentro em seus dedos quando eles desfazem
o último botão e ela espalha a camisa aberta. Meu olhar se move
do topo de sua calcinha a seu estômago, onde algumas estrias
marcam sua pele. Eu sigo uma única com o meu dedo, do fundo
de seus seios para o lado de seu umbigo. As marcas estão
desbotadas agora, as marcas que nós tínhamos criado em
conjunto, no passado, quando pensávamos que estávamos
apaixonados e que o amor nos levaria a através de qualquer
coisa.
― Eu sei que elas são feias, ― diz ela. ― Os caras com que
eu estive nunca ligaram para elas.
― O quê? ― Eu sussurro.
― Sim...― Seus dedos passam onde os meus tinham
acabado de estar, alheios para a fúria que ela tinha acabado
desencadear dentro de mim.