02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

políticas por ele formuladas para a promoção, proteção e recuperação<br />

da saú<strong>de</strong>. Isso porque o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> filiou-se à<br />

corrente da “Medicina com base em evidências”. Com isso,<br />

adotaram-se os “Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas”,<br />

que consistem num conjunto <strong>de</strong> critérios que permitem <strong>de</strong>terminar<br />

o diagnóstico <strong>de</strong> doenças e o tratamento correspon<strong>de</strong>nte com os<br />

medicamentos disponíveis e as respectivas doses.<br />

Assim, um medicamento ou tratamento em <strong>de</strong>sconformida<strong>de</strong><br />

com o protocolo <strong>de</strong>ve ser visto com cautela, pois ten<strong>de</strong> a contrariar<br />

o consenso científico vigente. Não se po<strong>de</strong> esquecer <strong>de</strong> que<br />

a gestão do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, obrigado a observar o<br />

princípio constitucional do acesso universal e igualitário às ações<br />

e prestações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, só se torna viável mediante a elaboração <strong>de</strong><br />

políticas públicas que repartam os recursos (naturalmente escassos)<br />

da forma mais eficiente possível.<br />

Obrigar a re<strong>de</strong> pública a financiar toda e qualquer ação e<br />

prestação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> existente geraria grave lesão à or<strong>de</strong>m administrativa<br />

e levaria ao comprometimento do SUS, <strong>de</strong> modo a prejudicar<br />

ainda mais o atendimento médico da parcela da população<br />

mais necessitada. Dessa forma, como regra geral, <strong>de</strong>verá ser privilegiado<br />

o tratamento fornecido pelo SUS em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> opção<br />

diversa escolhida pelo paciente, sempre que não for comprovada a<br />

ineficácia ou a improprieda<strong>de</strong> da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> existente; essa<br />

sistemática pressupõe, porém, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão periódica<br />

dos protocolos existentes e <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> novos protocolos.<br />

Essa conclusão não afasta, contudo, a possibilida<strong>de</strong>, ainda<br />

que excepcional, <strong>de</strong> o Po<strong>de</strong>r Judiciário, ou <strong>de</strong> a própria Administração,<br />

<strong>de</strong>cidir que medida diferente da custeada pelo SUS <strong>de</strong>ve<br />

ser fornecida a <strong>de</strong>terminada pessoa que, por razões específicas do<br />

seu organismo, comprove que o tratamento fornecido não é eficaz<br />

no seu caso. Assim, em casos excepcionais, os Protocolos Clínicos<br />

e Diretrizes Terapêuticas do SUS po<strong>de</strong>rão ser contestados<br />

judicialmente.<br />

2.2. A segunda situação ocorre quando o SUS não tem nenhum<br />

tratamento específico para <strong>de</strong>terminada patologia. Nesses<br />

casos, é preciso diferenciar (2.2.1) os tratamentos puramente experimentais<br />

dos (2.2.2) novos tratamentos ainda não testados<br />

pelo Sistema <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> brasileiro.<br />

936/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!