02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Por isso, a jurisprudência encaminhou-se também no sentido<br />

<strong>de</strong> reconhecer que, além do pagamento <strong>de</strong> juros moratórios,<br />

correspon<strong>de</strong>nte a 6% ao ano a partir da data da sentença transitada<br />

em julgado 95 , <strong>de</strong>ve o expropriante pagar juros compensatórios <strong>de</strong><br />

12% ao ano a contar da ocupação efetiva do imóvel 96 .<br />

A Medida Provisória n. 2.027-38, <strong>de</strong> 4-5-2000, fixou que,<br />

no caso <strong>de</strong> imissão prévia na posse, havendo divergência entre o<br />

preço ofertado em juízo e o valor do bem fixado na sentença, os<br />

juros compensatórios da <strong>de</strong>sapropriação <strong>de</strong>veriam ser fixados em<br />

até 6% ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada<br />

(art. 15-A). Os §§ 1º e 2º do art. 15-A dispunham, respectivamente,<br />

que “os juros compensatórios <strong>de</strong>stinam-se, apenas, a compensar<br />

a perda <strong>de</strong> renda comprovadamente sofrida pelo proprietário”<br />

e que “não seriam <strong>de</strong>vidos juros compensatórios quando o<br />

imóvel possuir grau <strong>de</strong> utilização da terra e <strong>de</strong> eficiência na exploração<br />

iguais a zero”.<br />

O Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, na ADI 2.332, relator o Ministro<br />

Moreira Alves, consi<strong>de</strong>rou incompatível com a Constituição<br />

o disposto nos §§ 1º e 2º acima referidos, tendo em vista a exigência<br />

constitucional <strong>de</strong> justa in<strong>de</strong>nização, e <strong>de</strong>feriu a liminar, parcialmente,<br />

para suspen<strong>de</strong>r a referência a juros <strong>de</strong> 6% ao ano, estabelecendo,<br />

ainda, mediante interpretação conforme, que a base<br />

<strong>de</strong> cálculo dos juros compensatórios seria a diferença eventualmente<br />

apurada entre 80% do preço ofertado em juízo e o valor do<br />

bem fixado na sentença. É que, ainda que o Po<strong>de</strong>r Público faça o<br />

<strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> 100% do valor ofertado, no caso <strong>de</strong> imissão na posse,<br />

o expropriando somente po<strong>de</strong>rá, nos termos da lei, levantar 80%<br />

<strong>de</strong>sse valor.<br />

Assinale-se que o Tribunal enten<strong>de</strong>u, por maioria, que a redução<br />

dos juros compensatórios <strong>de</strong> 12% para 6% pareceria<br />

afrontar a garantia <strong>de</strong> justa in<strong>de</strong>nização, se se pu<strong>de</strong>sse compreen<strong>de</strong>r<br />

que aquela taxa, criada pela jurisprudência do Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, integrava o conceito constitucional <strong>de</strong> justa in<strong>de</strong>nização<br />

97 .<br />

Cuida-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão fortemente patrimonialista. Tendo em<br />

vista o próprio conceito dinâmico do direito <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>,<br />

afigura-se duvidosa a consistência jurídica da <strong>de</strong>cisão adotada.<br />

507/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!