02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

diversões públicas (ADPF MC 130, julgada em 27-2-2008, Rel. Min. Carlos<br />

Britto). Em 30-4-2009, concluiu-se o julgamento do mérito da ADPF 130. O<br />

STF, por maioria, julgou proce<strong>de</strong>nte a ação, para <strong>de</strong>clarar que a Lei n. 5.250/<br />

67 (Lei <strong>de</strong> Imprensa), na sua totalida<strong>de</strong>, não foi recebida pela Constituição <strong>de</strong><br />

1988. Prevaleceu o entendimento do relator, Ministro Carlos Britto, <strong>de</strong> que o<br />

caráter estatutário <strong>de</strong> inspiração não <strong>de</strong>mocrática do diploma era incompatível<br />

com a relevância que a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa assume numa socieda<strong>de</strong><br />

aberta como a que a Constituição em vigor quis instaurar.<br />

20 No <strong>Direito</strong> germânico, o art. 5 (2) da Lei Fundamental enseja que se<br />

proíbam certas manifestações, capazes <strong>de</strong> afetar adversamente a formação da<br />

juventu<strong>de</strong>, em especial se “glorificarem a guerra, crimes, a brutalida<strong>de</strong>, provocarem<br />

ódio racial e retratarem a sexualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma particularmente <strong>de</strong>sabrida”<br />

(cf. Karpen, Freedom of expression, cit., p. 97-98).<br />

21 Art. 227 da CF.<br />

22 Além dos imaginados exemplos, po<strong>de</strong>-se citar outro, este colhido da jurisprudência<br />

da Suprema Corte americana, que afirmou válida a aplicação <strong>de</strong> lei<br />

que proibia o trabalho infantil para impedir que crianças distribuíssem literatura<br />

das Testemunhas <strong>de</strong> Jeová — 321 US 158 (1944). “Obviamente —<br />

comentou John Hart Ely — o Estado estava, por esse meio, regulando uma<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cunho expressivo, mas o mal que procurava evitar estaria igualmente<br />

implicado em qualquer outro trabalho do menor, mesmo que não<br />

tivesse nenhuma implicação comunicativa” (Ely, On constitutional ground,<br />

cit., p. 182).<br />

23 Exemplo da jurisprudência americana ilustra essa afirmação. No caso Schnei<strong>de</strong>r<br />

v. State — 308 US 147 (1939) —, a Suprema Corte fulminou <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong><br />

lei que proibia a distribuição <strong>de</strong> panfletos em certa cida<strong>de</strong>,<br />

a pretexto <strong>de</strong> evitar acúmulo <strong>de</strong> lixo nas ruas. A medida era a<strong>de</strong>quada<br />

para esse propósito, mas havia outros meios para prevenir a sujeira na cida<strong>de</strong>,<br />

como a instalação <strong>de</strong> maior número <strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos ou a<br />

edição <strong>de</strong> leis mais rígidas contra lançar papéis nas ruas. Em outro caso,<br />

porém, aprovou lei que proibia piquetes e manifestações diante da casa <strong>de</strong><br />

qualquer pessoa. A lei fora aprovada no Wisconsin para proteger certo<br />

médico assediado por manifestações em frente à sua casa. A Suprema Corte<br />

afirmou que “não há o direito <strong>de</strong> forçar um discurso na casa <strong>de</strong> quem não o<br />

quer ouvir” e afirmou que o propósito <strong>de</strong> divulgar o protesto do grupo contra<br />

as ativida<strong>de</strong>s do médico po<strong>de</strong>ria ser atendido por outros meios menos<br />

danosos, citando o proselismo porta a porta ou pelos correios, ou, ainda, a<br />

marcha pela vizinhança, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não se tomasse por alvo apenas a casa do<br />

médico especificamente (Frisby v. Schultz, citado por Ellen Al<strong>de</strong>rman e<br />

Caroline Kennedy, The right to privacy, New York: Alfred Knopf, 1995, p.<br />

68-69).<br />

24 ADI-MC 1.969-4/DF, DJ <strong>de</strong> 5-3-2004, Rel. Min. Marco Aurélio.<br />

Cuidava-se <strong>de</strong> aferir a legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto do Governador do Distrito<br />

Fe<strong>de</strong>ral que proibia a utilização <strong>de</strong> carros, aparelhos e objetos sonoros nas<br />

manifestações públicas realizadas na Praça dos Três Po<strong>de</strong>res, na Esplanada<br />

dos Ministérios e na Praça do Buriti. Nos consi<strong>de</strong>randos do <strong>de</strong>creto, a medida<br />

454/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!