02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

“(...) essa generalida<strong>de</strong> e essa imprecisão, que, a meu ver, po<strong>de</strong>m<br />

vir a con<strong>de</strong>nar, no mérito, a vali<strong>de</strong>z <strong>de</strong>sta medida provisória, dificultam,<br />

sobremaneira, agora, esse juízo sobre a suspensão liminar<br />

dos seus efeitos, nesta ação direta.<br />

Para quem, como eu, acentuou que não aceita veto peremptório,<br />

veto a priori, a toda e qualquer restrição que se faça à concessão<br />

<strong>de</strong> liminar, é impossível, no cipoal <strong>de</strong> medidas provisórias que se<br />

subtraíram ao <strong>de</strong>ferimento <strong>de</strong> tais cautelares, initio litis, distinguir,<br />

em tese, — e só assim po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>cidir neste processo — até<br />

on<strong>de</strong> as restrições são razoáveis, até on<strong>de</strong> são elas contenções, não<br />

ao uso regular, mas ao abuso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r cautelar, e on<strong>de</strong> se inicia,<br />

inversamente, o abuso das limitações e a consequente afronta à<br />

jurisdição legítima do Po<strong>de</strong>r Judiciário.<br />

(...)<br />

Por isso, (...) <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> longa reflexão, a conclusão a que cheguei,<br />

data venia dos dois magníficos votos prece<strong>de</strong>ntes, é que a solução<br />

a<strong>de</strong>quada às graves preocupações que manifestei — solidarizandome<br />

nesse ponto com as i<strong>de</strong>ias manifestadas pelos dois eminentes<br />

Pares — não está na suspensão cautelar da eficácia, em tese, da<br />

medida provisória.<br />

O caso, a meu ver, faz eloquente a extrema fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta inédita<br />

simbiose institucional que a evolução constitucional brasileira<br />

produziu, gradativamente, sem um plano preconcebido, que acaba,<br />

a partir da Emenda <strong>Constitucional</strong> 16, a acoplar o velho sistema difuso<br />

americano <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> ao novo sistema<br />

europeu <strong>de</strong> controle direto e concentrado.<br />

(...)<br />

O que vejo, aqui, embora enten<strong>de</strong>ndo não ser <strong>de</strong> bom aviso,<br />

naquela medida <strong>de</strong> discricionarieda<strong>de</strong> que há na grave <strong>de</strong>cisão a<br />

tomar, da suspensão cautelar, em tese, é que a simbiose constitucional<br />

a que me referi, dos dois sistemas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong><br />

da lei, permite não <strong>de</strong>ixar ao <strong>de</strong>samparo ninguém que<br />

precise <strong>de</strong> medida liminar em caso on<strong>de</strong> — segundo as premissas<br />

que tentei <strong>de</strong>senvolver e melhor do que eu <strong>de</strong>senvolveram os Ministros<br />

Paulo Brossard e Celso <strong>de</strong> Mello — a vedação da liminar,<br />

porque <strong>de</strong>sarrazoada, porque incompatível com o art. 5º, XXXV,<br />

porque ofensiva do âmbito <strong>de</strong> jurisdição do Po<strong>de</strong>r Judiciário, se<br />

mostre inconstitucional.<br />

Assim, creio que a solução estará no manejo do sistema difuso,<br />

porque nele, em cada caso concreto, nenhuma medida provisória<br />

po<strong>de</strong> subtrair ao juiz da causa um exame da constitucionalida<strong>de</strong>,<br />

338/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!