02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

do legislador e sobre a necessida<strong>de</strong> das restrições impostas à<br />

liberda<strong>de</strong> dos cidadãos para a consecução daqueles objetivos 109 .<br />

No Brasil, i<strong>de</strong>ntificam-se também impulsos diversos <strong>de</strong> fundamentação<br />

do princípio.<br />

É interessante notar que a primeira referência <strong>de</strong> algum<br />

significado ao princípio da proporcionalida<strong>de</strong> na jurisprudência<br />

do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral — tanto quanto é possível<br />

i<strong>de</strong>ntificar — está intimamente relacionada com a proteção ao<br />

direito <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>. No Recurso Extraordinário n. 18.331, da<br />

relatoria do Ministro Orozimbo Nonato, <strong>de</strong>ixou-se assente:<br />

322/2051<br />

“O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> taxar não po<strong>de</strong> chegar à <strong>de</strong>smedida do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>struir, uma vez que aquele somente po<strong>de</strong> ser exercido <strong>de</strong>ntro dos<br />

limites que o tornem compatível com a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong><br />

comércio e da indústria e com o direito <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>. É um<br />

po<strong>de</strong>r, cujo exercício não <strong>de</strong>ve ir até o abuso, o excesso, o <strong>de</strong>svio,<br />

sendo aplicável, ainda aqui, a doutrina fecunda do ‘détournement<br />

<strong>de</strong> pouvoir’. Não há que estranhar a invocação <strong>de</strong>ssa doutrina ao<br />

propósito da inconstitucionalida<strong>de</strong>, quando os julgados têm proclamado<br />

que o conflito entre a norma comum e o preceito da Lei<br />

Maior po<strong>de</strong> se acen<strong>de</strong>r não somente consi<strong>de</strong>rando a letra do texto,<br />

como também, e principalmente, o espírito do dispositivo invocado”<br />

110 .<br />

Vê-se que, em 1953, apontou-se o caráter fecundo da<br />

doutrina do “excesso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r” para o controle <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />

legiferante.<br />

Em 21 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1968, teve o Tribunal oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar a inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> norma constante da Lei <strong>de</strong><br />

Segurança Nacional, que obstava que o acusado <strong>de</strong> prática <strong>de</strong><br />

crime contra a segurança nacional <strong>de</strong>sempenhasse qualquer<br />

ativida<strong>de</strong> profissional ou privada, tal como previsto art. 48 do<br />

Decreto-Lei n. 314, <strong>de</strong> 1967:<br />

“Art. 48. A prisão em flagrante <strong>de</strong>lito ou o recebimento da <strong>de</strong>núncia,<br />

em qualquer dos casos previstos neste Decreto-Lei, importará,<br />

simultaneamente:<br />

1º na suspensão do exercício da profissão;

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!