02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Daí assinalar Klaus Stern que, embora não se haja formado<br />

uma doutrina dominante em torno do tema, tem-se unanimida<strong>de</strong><br />

em relação à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a proteção do núcleo essencial refere-se<br />

ao elemento essencial (Essentiale) dos direitos fundamentais, não<br />

se po<strong>de</strong>ndo afirmar que tal garantia seja supérflua 91 .<br />

316/2051<br />

3.2.3. Núcleo essencial na doutrina constitucional<br />

brasileira<br />

A or<strong>de</strong>m constitucional brasileira não contemplou qualquer<br />

disciplina direta e expressa sobre a proteção do núcleo essencial<br />

<strong>de</strong> direitos fundamentais. É inequívoco, porém, que o texto constitucional<br />

veda expressamente qualquer proposta <strong>de</strong> emenda<br />

ten<strong>de</strong>nte a abolir os direitos e garantias individuais (CF, art. 60, §<br />

4º, IV).<br />

Tal cláusula reforça a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> um limite do limite também<br />

para o legislador ordinário.<br />

Embora o texto constitucional brasileiro não tenha consagrado<br />

expressamente a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> um núcleo essencial, afigura-se<br />

inequívoco que tal princípio <strong>de</strong>corre do próprio mo<strong>de</strong>lo<br />

garantístico utilizado pelo constituinte.<br />

A não admissão <strong>de</strong> um limite ao afazer legislativo tornaria<br />

inócua qualquer proteção fundamental.<br />

O tema já se colocara sob a Constituição <strong>de</strong> 1967/69.<br />

Registre-se passagem do voto do Ministro Rodrigues Alckmin<br />

na multicitada Representação n. 930 sobre a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

conformação do legislador:<br />

“Essa liberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> regime constitucional vigente, não é absoluta,<br />

exclu<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> qualquer limitação por via <strong>de</strong> lei ordinária.<br />

Tanto assim é que a cláusula final (‘observadas as condições <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> que a lei estabelecer’) já revela, <strong>de</strong> maneira<br />

insofismável, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> restrições ao exercício <strong>de</strong> certas<br />

ativida<strong>de</strong>s.<br />

Mas também não ficou ao livre critério do legislador ordinário estabelecer<br />

as restrições que entenda ao exercício <strong>de</strong> qualquer gênero<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> lícita. Se assim fosse, a garantia constitucional seria<br />

ilusória e <strong>de</strong>spida <strong>de</strong> qualquer sentido.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!