02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Da mesma forma, consagra-se, no art. 5º, XII, ser “inviolável<br />

o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,<br />

<strong>de</strong> dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,<br />

por or<strong>de</strong>m judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer<br />

para fins <strong>de</strong> investigação criminal ou instrução processual penal”.<br />

Vê-se aqui que a restrição à inviolabilida<strong>de</strong> do sigilo das<br />

comunicações telefônicas somente po<strong>de</strong>rá concretizar-se mediante<br />

or<strong>de</strong>m judicial, para fins <strong>de</strong> investigação criminal ou instrução<br />

processual penal, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer.<br />

Na espécie, convém recordar que o Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral enten<strong>de</strong>u que a norma constante do art. 57, II, da Lei n.<br />

4.117, <strong>de</strong> 1962, não teria sido recepcionada pelo texto constitucional<br />

<strong>de</strong> 1988. É que, por força da reserva legal qualificada, “a<br />

Constituição, no inciso XII do art. 5º, subordina a ressalva a uma<br />

or<strong>de</strong>m judicial, nas hipóteses e na forma estabelecida em lei” 55 .<br />

Nesse sentido, é interessante registrar a argumentação<br />

<strong>de</strong>senvolvida no voto proferido pelo Ministro Celso <strong>de</strong> Mello:<br />

306/2051<br />

“O art. 5º, XII, da Lei Fundamental da República, permite, agora, a<br />

interceptação das conversações telefônicas. Essa providência<br />

excepcional sujeita-se, no entanto, para efeito <strong>de</strong> sua válida<br />

efetivação, a <strong>de</strong>terminados requisitos que, fixados pelo próprio or<strong>de</strong>namento<br />

constitucional, condicionam a eficácia jurídica <strong>de</strong>sse<br />

meio <strong>de</strong> prova.<br />

A <strong>de</strong>rrogação <strong>de</strong>sse princípio tutelar do sigilo telefônico somente<br />

legitimar-se-á, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a interceptação, sempre precedida <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

judicial, venha a realizar-se no campo exclusivo da persecução<br />

penal e nas hipóteses a serem <strong>de</strong>finidas em numerus clausus<br />

pelo legislador, a quem incumbe prescrever, <strong>de</strong> outro lado, o modo<br />

e a forma <strong>de</strong> sua execução.<br />

O preceito constitucional em causa não se reveste, quanto à interceptação<br />

das conversações telefônicas, <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> normativa<br />

suficiente. Ele impõe e reclama, para que possa válida e<br />

eficazmente atuar, a instauração <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> integração normativa<br />

<strong>de</strong> que <strong>de</strong>rive a lei exigida pela Carta da República” 56 .<br />

É fácil ver, a<strong>de</strong>mais, que, com fundamento nessa reserva<br />

legal qualificada, não po<strong>de</strong> o legislador autorizar a interceptação<br />

telefônica para investigações <strong>de</strong> caráter administrativo-disciplinar

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!