02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

submissão <strong>de</strong> lei que teve a sua constitucionalida<strong>de</strong> reconhecida a<br />

um novo juízo <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> do STF.<br />

Analisando especificamente o problema da admissibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma nova aferição <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> norma <strong>de</strong>clarada<br />

constitucional pelo Bun<strong>de</strong>sverfassungsgericht, Hans Brox a consi<strong>de</strong>ra<br />

possível <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que satisfeitos alguns pressupostos. É o que<br />

anota na seguinte passagem <strong>de</strong> seu ensaio sobre o tema: “Se se<br />

<strong>de</strong>clarou, na parte dispositiva da <strong>de</strong>cisão, a constitucionalida<strong>de</strong> da<br />

norma, então se admite a instauração <strong>de</strong> um novo processo para<br />

aferição <strong>de</strong> sua constitucionalida<strong>de</strong> se o requerente, o tribunal suscitante<br />

(controle concreto) ou o recorrente (recurso constitucional<br />

= Verfassungsbeschwer<strong>de</strong>) <strong>de</strong>monstrar que se cuida <strong>de</strong> uma nova<br />

questão. Tem-se tal situação se, após a publicação da <strong>de</strong>cisão, se<br />

verificar uma mudança do conteúdo da Constituição ou da norma<br />

objeto do controle, <strong>de</strong> modo a permitir supor que outra po<strong>de</strong>rá ser<br />

a conclusão do processo <strong>de</strong> subsunção. Uma mudança substancial<br />

das relações fáticas ou da concepção jurídica geral po<strong>de</strong> levar a<br />

essa alteração” 10 .<br />

Na mesma linha <strong>de</strong> entendimento, fornece Bry<strong>de</strong> resposta<br />

afirmativa à indagação formulada:<br />

1859/2051<br />

“Se se consi<strong>de</strong>ra que o <strong>Direito</strong> e a própria Constituição estão sujeitos<br />

a mutação e, portanto, que uma lei <strong>de</strong>clarada constitucional<br />

po<strong>de</strong> vir a tornar-se inconstitucional, tem-se <strong>de</strong> admitir a possibilida<strong>de</strong><br />

da questão já <strong>de</strong>cidida po<strong>de</strong>r ser submetida novamente à<br />

Corte <strong>Constitucional</strong>. Se se preten<strong>de</strong>sse excluir tal possibilida<strong>de</strong>,<br />

ter-se-ia a exclusão <strong>de</strong>ssas situações, sobretudo das leis que<br />

tiveram sua constitucionalida<strong>de</strong> reconhecida pela Corte <strong>Constitucional</strong>,<br />

do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento constitucional, ficando<br />

elas congeladas no estágio do parâmetro <strong>de</strong> controle à época da<br />

aferição. O objetivo <strong>de</strong>ve ser uma or<strong>de</strong>m jurídica que corresponda<br />

ao respectivo estágio do <strong>Direito</strong> <strong>Constitucional</strong>, e não uma or<strong>de</strong>m<br />

formada por diferentes níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong> acordo com<br />

o momento da eventual aferição <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> da norma a parâmetros<br />

constitucionais diversos. Embora tais situações não possam<br />

ser eliminadas faticamente, é certo que a or<strong>de</strong>m processual-constitucional<br />

<strong>de</strong>ve procurar evitar o surgimento <strong>de</strong>ssas distorções.<br />

“A aferição da constitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma lei que teve a sua legitimida<strong>de</strong><br />

reconhecida <strong>de</strong>ve ser admitida com base no argumento <strong>de</strong><br />

que a lei po<strong>de</strong> ter-se tornado inconstitucional após a <strong>de</strong>cisão da

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!