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Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

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A doutrina italiana consi<strong>de</strong>ra manipulativa a <strong>de</strong>cisão mediante<br />

a qual o órgão <strong>de</strong> jurisdição constitucional modifica ou adita<br />

normas submetidas a sua apreciação, a fim <strong>de</strong> que saiam do juízo<br />

constitucional com incidência normativa ou conteúdo distinto do<br />

original, mas concordante com a Constituição 58 .<br />

Como anota Roberto Romboli, tratando das manipulativas,<br />

a “Corte modifica diretamente a norma posta ao seu exame, através<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões que são <strong>de</strong>finidas como ‘autoaplicativas’, a indicar<br />

o caráter imediato <strong>de</strong> seus efeitos, que prescin<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

qualquer sucessiva intervenção parlamentar” 59 . É fácil ver que se<br />

trata <strong>de</strong> técnica unilateral <strong>de</strong> supressão da inconstitucionalida<strong>de</strong><br />

dos atos normativos 60 .<br />

Ulterior esforço analítico termina por distinguir as manipulativas<br />

<strong>de</strong> efeitos aditivos das manipulativas com efeito substitutivo.<br />

A primeira espécie, mais comum, verifica-se quando a<br />

corte constitucional <strong>de</strong>clara inconstitucional certo dispositivo legal<br />

não pelo que expressa, mas pelo que omite, alargando o texto<br />

da lei ou seu âmbito <strong>de</strong> incidência. As manipulativas com efeitos<br />

substitutivos, por sua vez, são aquelas em que o juízo constitucional<br />

<strong>de</strong>clara a inconstitucionalida<strong>de</strong> da parte em que a lei estabelece<br />

<strong>de</strong>terminada disciplina ao invés <strong>de</strong> outra, substituindo a<br />

disciplina advinda do po<strong>de</strong>r legislativo por outra, consentânea<br />

com o parâmetro constitucional 61 .<br />

Como espécies <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões com alguma eficácia aditiva<br />

ainda <strong>de</strong>vem ser referidas as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>molitórias com efeitos<br />

aditivos (quando é suprimida uma lei inconstitucional constritora<br />

<strong>de</strong> direitos), as aditivas <strong>de</strong> prestação (que têm impacto orçamentário)<br />

e as aditivas <strong>de</strong> princípio (on<strong>de</strong> são fixados princípios<br />

que o legislador <strong>de</strong>ve observar ao prover a disciplina que se tem<br />

por indispensável ao exercício <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado direito<br />

constitucional).<br />

Ressalte-se que embora os esforços teóricos acerca do tema<br />

tenham frutificado principalmente na Itália, a prolação <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />

manipulativas tem sido uma constante também na jurisprudência<br />

dos Tribunais espanhol 62 e português 63 .<br />

Convém observar que, não obstante manifeste-se <strong>de</strong> forma<br />

singular em cada sistema <strong>de</strong> jurisdição constitucional, a crescente<br />

utilização das <strong>de</strong>cisões manipulativas <strong>de</strong> efeitos aditivos respon<strong>de</strong><br />

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