02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

controvérsias sobre a legitimida<strong>de</strong> da lei 4 . Há <strong>de</strong> se configurar,<br />

portanto, situação hábil a afetar a presunção <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>,<br />

que é apanágio da lei.<br />

Embora o texto constitucional não tenha contemplado expressamente<br />

esse pressuposto, é certo que ele é inerente às ações<br />

<strong>de</strong>claratórias, mormente às ações <strong>de</strong>claratórias <strong>de</strong> conteúdo<br />

positivo.<br />

Assim, não se afigura admissível a propositura <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>claratória<br />

<strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> se não houver controvérsia ou<br />

dúvida relevante quanto à legitimida<strong>de</strong> da norma.<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente, são múltiplas as formas <strong>de</strong> manifestação<br />

<strong>de</strong>sse estado <strong>de</strong> incerteza quanto à legitimida<strong>de</strong> da norma.<br />

A insegurança po<strong>de</strong>rá resultar <strong>de</strong> pronunciamentos contraditórios<br />

da jurisdição ordinária sobre a constitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

disposição.<br />

Assim, se a jurisdição ordinária, através <strong>de</strong> diferentes órgãos,<br />

passar a afirmar a inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada lei,<br />

po<strong>de</strong>rão os órgãos legitimados, se estiverem convencidos <strong>de</strong> sua<br />

constitucionalida<strong>de</strong>, provocar o STF para que ponha termo à controvérsia<br />

instaurada.<br />

Da mesma forma, pronunciamentos contraditórios <strong>de</strong> órgãos<br />

jurisdicionais diversos sobre a legitimida<strong>de</strong> da norma po<strong>de</strong>rão<br />

criar o estado <strong>de</strong> incerteza imprescindível para a instauração da<br />

ação <strong>de</strong>claratória <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>.<br />

Embora as <strong>de</strong>cisões judiciais sejam provocadas ou mesmo<br />

estimuladas pelo <strong>de</strong>bate doutrinário, é certo que simples controvérsia<br />

doutrinária não se afigura suficiente para objetivar o estado<br />

<strong>de</strong> incerteza apto a legitimar a propositura da ação, uma vez que,<br />

por si só, ela não obsta à plena aplicação da lei.<br />

Assim, não configurada dúvida ou controvérsia relevante<br />

sobre a legitimida<strong>de</strong> da norma, o STF não <strong>de</strong>verá conhecer da<br />

ação proposta.<br />

Essa questão foi tratada no voto condutor proferido pelo<br />

Ministro Moreira Alves na Questão <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m na ADC n. 1, no<br />

qual se afirmou que, da “controvérsia, que <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>monstrada<br />

na inicial, afluem, inclusive, os argumentos pró e contra a<br />

constitucionalida<strong>de</strong>, ou não, do ato normativo em causa, possibilitando<br />

a esta Corte o conhecimento <strong>de</strong>les e <strong>de</strong> como têm sido eles<br />

1633/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!