02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

afirmadoras da inconstitucionalida<strong>de</strong> com eficácia ex tunc? Um<br />

argumento que po<strong>de</strong> ser suscitado diz respeito ao direito fundamental<br />

<strong>de</strong> acesso à justiça, tal como já arguido no <strong>Direito</strong><br />

português, afirmando-se que haveria a frustração da expectativa<br />

daqueles que obtiveram o reconhecimento jurisdicional do fundamento<br />

<strong>de</strong> sua pretensão.<br />

A <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> in concreto também<br />

se mostra passível <strong>de</strong> limitação <strong>de</strong> efeitos. A base constitucional<br />

<strong>de</strong>ssa limitação — necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um outro princípio que justifique<br />

a não aplicação do princípio da nulida<strong>de</strong> — parece sugerir<br />

que, se aplicável, a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> restrita<br />

revela-se abrangente do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong><br />

como um todo. É que, nesses casos, tal como já argumentado,<br />

o afastamento do princípio da nulida<strong>de</strong> da lei assenta-se em fundamentos<br />

constitucionais e não em razões <strong>de</strong> conveniência. Se o<br />

sistema constitucional legitima a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong><br />

restrita no controle abstrato, essa <strong>de</strong>cisão po<strong>de</strong>rá afetar, igualmente,<br />

os processos do mo<strong>de</strong>lo concreto ou inci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> normas.<br />

Do contrário, po<strong>de</strong>r-se-ia ter inclusive um esvaziamento ou uma<br />

perda <strong>de</strong> significado da própria <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong><br />

restrita ou limitada.<br />

Nesse contexto, tendo em vista os próprios fundamentos legitimadores<br />

da restrição <strong>de</strong> efeitos, po<strong>de</strong>rá o Tribunal <strong>de</strong>clarar a<br />

inconstitucionalida<strong>de</strong> com efeitos limitados, fazendo, porém, a<br />

ressalva dos casos já <strong>de</strong>cididos ou dos casos pen<strong>de</strong>ntes até <strong>de</strong>terminado<br />

momento (v. g., até a <strong>de</strong>cisão in abstracto). É o que<br />

ocorre no sistema português, em que o Tribunal <strong>Constitucional</strong><br />

ressalva, frequentemente, os efeitos produzidos até a data da publicação<br />

da <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> no Diário da<br />

República ou, ainda, acrescenta no dispositivo que são excetuadas<br />

aquelas situações que estejam pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> impugnação contenciosa<br />

118 . Essa orientação afigura-se integralmente aplicável ao sistema<br />

brasileiro.<br />

Po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r que se o STF <strong>de</strong>clarar a inconstitucionalida<strong>de</strong><br />

restrita, sem qualquer ressalva, essa <strong>de</strong>cisão afeta os <strong>de</strong>mais<br />

processos com pedidos idênticos pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão nas diversas<br />

instâncias. Os próprios fundamentos constitucionais legitimadores<br />

da restrição embasam a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitu-<br />

1573/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!