02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

porquanto a revogação tem efeito ex nunc” 75 . Enfatizou que a<br />

suspensão “não alcança os atos jurídicos formalmente perfeitos,<br />

praticados no passado, e os fatos consumados, ante sua irretroativida<strong>de</strong>,<br />

e mesmo os efeitos futuros dos direitos regularmente<br />

adquiridos”. “O Senado Fe<strong>de</strong>ral — asseverou Ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Mello<br />

— apenas cassa a lei, que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> obrigar, e, assim, per<strong>de</strong> a sua<br />

executorieda<strong>de</strong> porque, <strong>de</strong>ssa data em diante, a revoga simplesmente”<br />

76 .<br />

Afirmava-se que a pronúncia da inconstitucionalida<strong>de</strong> tem<br />

efeito ex tunc, contendo a <strong>de</strong>cisão judicial caráter eminentemente<br />

<strong>de</strong>claratório 77 . Se assim fosse, afigurava-se inconcebível cogitar<br />

<strong>de</strong> “situações juridicamente criadas”, <strong>de</strong> “atos jurídicos formalmente<br />

perfeitos” ou <strong>de</strong> “efeitos futuros dos direitos regularmente<br />

adquiridos”, com fundamento em lei inconstitucional. É fácil ver<br />

que a constitucionalida<strong>de</strong> da lei parece constituir pressuposto<br />

inarredável <strong>de</strong> categorias como direito adquirido e ato jurídico<br />

perfeito.<br />

É verda<strong>de</strong> que a expressão utilizada pelo constituinte <strong>de</strong><br />

1934 (art. 91, IV), e reiterada nos textos <strong>de</strong> 1946 (art. 64) <strong>de</strong><br />

1967/69 (art. 42, VII) e <strong>de</strong> 1988 (art. 52, X) — suspen<strong>de</strong>r a execução<br />

<strong>de</strong> lei ou <strong>de</strong>creto — não é isenta <strong>de</strong> dúvida. Originariamente,<br />

o substitutivo da Comissão <strong>Constitucional</strong> chegou a<br />

referir-se à “revogação ou suspensão da lei ou ato” 78 . Mas a própria<br />

ratio do dispositivo não autoriza a equiparação do ato do<br />

Senado a uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> ineficácia <strong>de</strong> caráter prospectivo. A<br />

proposta <strong>de</strong> Godofredo Vianna reconhecia a inexistência jurídica<br />

da lei, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que fosse <strong>de</strong>clarada a sua inconstitucionalida<strong>de</strong> “em<br />

mais <strong>de</strong> um aresto” do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral. Nos <strong>de</strong>bates<br />

realizados prepon<strong>de</strong>rou, porém, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> outorgar ao Senado,<br />

erigido, então, ao papel <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nador dos Po<strong>de</strong>res, a suspensão<br />

da lei <strong>de</strong>clarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal.<br />

No MS 16.512 (Rel. Oswaldo Trigueiro), <strong>de</strong> 25-5-1966, o<br />

Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir a<br />

natureza do instituto, infirmando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Senado<br />

Fe<strong>de</strong>ral revogar o ato <strong>de</strong> suspensão anteriormente editado, ou <strong>de</strong><br />

restringir o alcance da <strong>de</strong>cisão proferida pelo Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral. Cuidava-se <strong>de</strong> mandado <strong>de</strong> segurança impetrado contra a<br />

Resolução n. 93, <strong>de</strong> 14-10-1965, que revogou a Resolução<br />

1549/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!