02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

autorizado, que po<strong>de</strong>ria encaminhar os pleitos que lhe fossem dirigidos,<br />

ainda que com parecer contrário.<br />

Embora o Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral tenha consi<strong>de</strong>rado inadmissível<br />

representação na qual o Procurador-Geral da<br />

República afirma, <strong>de</strong> plano, a constitucionalida<strong>de</strong> da norma 54 , é<br />

certo que essa orientação, calcada numa interpretação literal do<br />

texto constitucional, não parece condizente, tal como <strong>de</strong>monstrado,<br />

com a natureza do instituto e com a sua práxis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua<br />

adoção pela Emenda n. 16/65.<br />

Todavia, a Corte continuou a admitir as representações e,<br />

mesmo após o advento da Constituição <strong>de</strong> 1988, as ações diretas<br />

<strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> nas quais o Procurador-Geral se limitava<br />

a ressaltar a relevância da questão constitucional, pronunciandose,<br />

afinal, pela sua improcedência 55 .<br />

Em substância, era indiferente, tal como percebido por<br />

Victor Nunes Leal, que o Procurador-Geral sustentasse, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

logo, a constitucionalida<strong>de</strong> da norma, ou que encaminhasse o pedido,<br />

para, posteriormente, manifestar-se pela sua improcedência.<br />

Essa análise <strong>de</strong>monstra claramente que, a <strong>de</strong>speito da utilização<br />

do termo representação <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong>, o controle<br />

abstrato <strong>de</strong> normas foi concebido e <strong>de</strong>senvolvido como processo<br />

<strong>de</strong> natureza dúplice ou ambivalente.<br />

Daí ter Victor Nunes Leal observado em palestra proferida<br />

na Conferência Nacional da OAB <strong>de</strong> 1978 (Curitiba) que, “em<br />

caso <strong>de</strong> representação com parecer contrário, o que se tem, na<br />

realida<strong>de</strong>, sendo privativa a iniciativa do Procurador-Geral, é uma<br />

representação <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>” 56 .<br />

A propósito, acrescentou, ainda, o notável jurisconsulto:<br />

1490/2051<br />

“Relembro, aliás, que o ilustre Professor Haroldo Valladão,<br />

quando Procurador-Geral da República 57 , sugeriu ao signatário<br />

(não sei se chegou a registrá-lo por escrito) a conveniência <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ixar expressa no Regimento a representação <strong>de</strong>stinada a afirmar<br />

a constitucionalida<strong>de</strong>, para solver dúvidas, ainda que não houvesse<br />

pedido formal <strong>de</strong> terceiros no sentido da inconstitucionalida<strong>de</strong>” 58 .

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!