02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

7.2. O caráter dúplice ou ambivalente da representação<br />

<strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong><br />

Deve-se registrar que, a <strong>de</strong>speito do esforço <strong>de</strong>spendido, o<br />

inci<strong>de</strong>nte não contribuiu — infelizmente, ressalte-se — para que a<br />

doutrina constitucional brasileira precisasse a natureza jurídica do<br />

instituto.<br />

Não restou assente sequer a distinção necessária e a<strong>de</strong>quada<br />

entre o controle abstrato <strong>de</strong> normas (representação <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong>)<br />

e a representação interventiva. Alguns doutrinadores<br />

chegaram mesmo a recomendar a alteração da Lei n. 4.337, <strong>de</strong><br />

1964, que disciplina a representação interventiva, para que se explicitasse<br />

a obrigatorieda<strong>de</strong> da propositura da ação pelo<br />

Procurador-Geral, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que isso lhe fosse requerido por <strong>de</strong>terminados<br />

entes.<br />

Não se percebeu, igualmente, que, tal como concebida, a<br />

chamada representação <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> tinha, em verda<strong>de</strong>,<br />

caráter dúplice ou natureza ambivalente, permitindo ao<br />

Procurador-Geral submeter a questão constitucional ao Supremo<br />

Tribunal quando estivesse convencido da inconstitucionalida<strong>de</strong> da<br />

norma ou, mesmo quando convencido da higi<strong>de</strong>z da situação<br />

jurídica, surgissem controvérsias relevantes sobre sua<br />

legitimida<strong>de</strong>.<br />

A imprecisão da fórmula adotada na Emenda n. 16 — representação<br />

contra inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lei ou ato <strong>de</strong> natureza<br />

normativa, fe<strong>de</strong>ral ou estadual, encaminhada pelo Procurador-<br />

Geral — não consegue escon<strong>de</strong>r o propósito inequívoco do legislador<br />

constituinte, que era permitir, “<strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, a <strong>de</strong>finição da<br />

‘controvérsia constitucional’ sobre leis novas”.<br />

Não se pretendia, pois, que o Procurador-Geral instaurasse<br />

o processo <strong>de</strong> controle abstrato com o propósito exclusivo <strong>de</strong> ver<br />

<strong>de</strong>clarada a inconstitucionalida<strong>de</strong> da lei, até porque ele po<strong>de</strong>ria<br />

não tomar parte na controvérsia constitucional ou, se <strong>de</strong>la participasse,<br />

estar entre aqueles que consi<strong>de</strong>ravam válida a lei.<br />

Não se fazia mister, portanto, que o Procurador-Geral estivesse<br />

convencido da inconstitucionalida<strong>de</strong> da norma. Era suficiente<br />

o requisito objetivo relativo à existência <strong>de</strong> “controvérsia<br />

constitucional”. Daí ter o constituinte utilizado a fórmula<br />

1487/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!