02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Manifesta-se digna <strong>de</strong> menção a competência atribuída ao<br />

Senado Fe<strong>de</strong>ral para “examinar, em confronto com as respectivas<br />

leis, os regulamentos expedidos pelo Po<strong>de</strong>r Executivo, e suspen<strong>de</strong>r<br />

a execução dos dispositivos ilegais” (art. 91, II). Em escólio ao<br />

art. 91, II, da Constituição <strong>de</strong> 1934, Pontes <strong>de</strong> Miranda <strong>de</strong>stacava<br />

que “tal atribuição outorgava ao Senado Fe<strong>de</strong>ral um pouco da<br />

função <strong>de</strong> Alta Corte <strong>Constitucional</strong> (...)” 16 . A disposição não foi<br />

incorporada, todavia, pelas Constituições que suce<strong>de</strong>ram o Texto<br />

Magno <strong>de</strong> 1934.<br />

Finalmente, afigura-se relevante observar que, na Constituinte<br />

<strong>de</strong> 1934, foi apresentado projeto <strong>de</strong> instituição <strong>de</strong> uma Corte<br />

<strong>Constitucional</strong> inspirada no mo<strong>de</strong>lo austríaco. Na fundamentação<br />

da proposta referia-se diretamente à conferência <strong>de</strong> Kelsen sobre a<br />

essência e o <strong>de</strong>senvolvimento da jurisdição constitucional (Wesen<br />

und Entwicklung <strong>de</strong>r Staatsgerichtsbarkeit) 17 .<br />

5. O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NA<br />

CONSTITUIÇÃO DE 1937<br />

1476/2051<br />

A Carta <strong>de</strong> 1937 traduz um inequívoco retrocesso no sistema<br />

<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>. Embora não tenha introduzido<br />

qualquer modificação no mo<strong>de</strong>lo difuso <strong>de</strong> controle<br />

(art. 101, III, b e c), preservando, inclusive, a exigência <strong>de</strong><br />

quórum especial para a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> (art.<br />

96), o constituinte rompeu com a tradição jurídica brasileira, consagrando,<br />

no art. 96, parágrafo único, princípio segundo o qual,<br />

no caso <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>clarada a inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma lei que, a<br />

juízo do Presi<strong>de</strong>nte da República, seja necessária ao bem-estar do<br />

povo, à promoção ou <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> interesse nacional <strong>de</strong> alta monta,<br />

po<strong>de</strong>ria o Chefe do Executivo submetê-la novamente ao Parlamento.<br />

Confirmada a valida<strong>de</strong> da lei por 2/3 <strong>de</strong> votos em cada<br />

uma das Câmaras, tornava-se insubsistente a <strong>de</strong>cisão do Tribunal.<br />

Instituía-se, assim, uma peculiar modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão<br />

constitucional, pois, como observado por Celso Bastos, a lei confirmada<br />

passa a ter, na verda<strong>de</strong>, a força <strong>de</strong> uma emenda à Constituição<br />

18 .

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!