02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

56 51 ADI-MC 1.722, DJ <strong>de</strong> 19-9-2003, Rel. Min. Marco Aurélio, que disse<br />

pela Corte: “Ao Po<strong>de</strong>r Legislativo, Fe<strong>de</strong>ral ou Estadual, não está aberta a via<br />

da introdução, no cenário jurídico, do instituto da revisão constitucional”.<br />

57 ADI 112-4/BA, DJ <strong>de</strong> 9-2-1996, Rel. Min. Néri da Silveira. Da mesma<br />

forma, a ADI 1.302-5-MC/RN, DJ <strong>de</strong> 20-10-1995, Rel. Min. Marco Aurélio.<br />

58 Na ADI 845 (DJ <strong>de</strong> 7-3-2008, Rel. Min. Eros Grau), o Supremo <strong>de</strong>clarou<br />

a inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preceito inscrito na Constituição <strong>de</strong> Estado-membro,<br />

que cuidava <strong>de</strong> assunto que o constituinte fe<strong>de</strong>ral confiara ao Município.<br />

Tratava-se <strong>de</strong> dispositivo que concedia <strong>de</strong>scontos a estudantes em passagens<br />

<strong>de</strong> transportes coletivos municipais. O STF enten<strong>de</strong>u que o legislador po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>terminar tal <strong>de</strong>sconto para usuários <strong>de</strong> um serviço público explorado por<br />

particular a título <strong>de</strong> concessão. Mas, lembrou que as competências legislativas<br />

dos Estados-membros se <strong>de</strong>finem por exclusão do que houver sido<br />

<strong>de</strong>finido pelo constituinte como integrante do domínio da competência da<br />

União e dos Municípios. A competência dos Estados-membros é residual,<br />

nesse sentido. A Constituição Fe<strong>de</strong>ral estipula que a competência para a exploração<br />

<strong>de</strong> serviços públicos <strong>de</strong> interesse local, incluídos os <strong>de</strong> transporte, é<br />

dos Municípios (art. 30, V). Daí <strong>de</strong>duzir que o legislador do Estado-membro,<br />

mesmo quando edita uma Constituição, não po<strong>de</strong> disciplinar aspectos da<br />

prestação do serviço <strong>de</strong> transporte coletivo municipal. Da mesma forma, por<br />

invadir espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão exclusivo dos Municípios, o STF afirmou inconstitucional<br />

a norma da Constituição estadual que impunha que as Câmaras<br />

Municipais <strong>de</strong>veriam funcionar em prédio próprio ou público, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

da se<strong>de</strong> do Po<strong>de</strong>r Executivo (ADI 307, Rel. Min. Eros Grau, DJe <strong>de</strong><br />

20-6-2008).<br />

59 Não admitindo a existência <strong>de</strong> uma fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Municípios, posiciona-se<br />

José Afonso da Silva, <strong>Curso</strong>, cit., p. 414-415.<br />

60 Nesse sentido a ADI-MC 2.381, DJ <strong>de</strong> 24-5-2002; ADI 2.702/PR, DJ <strong>de</strong><br />

6-2-2004; e ADI 2.632/BA, DJ <strong>de</strong> 12-3-2004. Importante <strong>de</strong>cisão foi tomada<br />

pelo Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral na ADI 3.316, DJ <strong>de</strong> 29-6-2007, Rel. Min.<br />

Eros Grau. Cuidava-se <strong>de</strong> aferir a constitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lei que criara, quase<br />

<strong>de</strong>z anos antes do julgamento, Município, ao arrepio dos pressupostos estabelecidos<br />

pela Emenda <strong>Constitucional</strong> n. 15, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1996. O<br />

STF enten<strong>de</strong>u que havia, ali, uma “situação excepcional consolidada, <strong>de</strong><br />

caráter institucional, político”, que não po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>sprezada. Foi invocado<br />

o princípio da continuida<strong>de</strong> do Estado e levou-se em conta que o Tribunal, no<br />

MI 725, <strong>de</strong>terminara que o Congresso Nacional editasse a lei complementar<br />

fe<strong>de</strong>ral referida pelo § 4º do art. 18 da Constituição. A ação direta <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong><br />

foi julgada proce<strong>de</strong>nte, mas sem a pronúncia <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong><br />

pelo prazo <strong>de</strong> vinte e quatro meses. A lei não foi produzida nesse interregno.<br />

Em 18 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2008, foi, porém, promulgada a Emenda <strong>Constitucional</strong><br />

n. 57, que inseriu no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

o art. 96, com esta redação:<br />

“Art. 96. Ficam convalidados os atos <strong>de</strong> criação, fusão, incorporação e <strong>de</strong>smembramento<br />

<strong>de</strong> Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 <strong>de</strong><br />

1153/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!