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Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

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fenômeno. Como bem asseverou Wan<strong>de</strong>rley Guilherme dos Santos<br />

em importante estudo sobre o tema:<br />

1062/2051<br />

“Consi<strong>de</strong>rando que o quociente eleitoral era particularmente elevado,<br />

sobretudo nos estados <strong>de</strong> população e eleitorado menores, o<br />

método d’Hondt, como aliás ocorre em todo país em que é<br />

adotado, converteu-se em po<strong>de</strong>roso incentivo à constituição <strong>de</strong> alianças<br />

e coligações. Tratava-se apenas <strong>de</strong> um recurso para, ao reduzir<br />

a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> votos do sistema, fazê-lo em benefício<br />

<strong>de</strong> todos os partidos. É certo que os maiores partidos<br />

beneficiavam-se mais do que proporcionalmente, mas o fator mais<br />

relevante consistia em que, ao coligarem-se, os pequenos partidos<br />

aumentavam suas chances <strong>de</strong> conseguir lugares na representação,<br />

as quais seriam menores, caso concorressem isoladamente. Elevados<br />

quocientes eleitorais na maioria dos estados, como percentagem<br />

do eleitorado, e fórmula d’Hondt para a distribuição das<br />

sobras, juntaram-se para impulsionar as coligações partidárias para<br />

fins estritamente eleitorais. O fascínio das coligações explica-se<br />

<strong>de</strong>ste modo <strong>de</strong> forma bastante simples: todos os partidos ganhavam,<br />

embora uns mais do que outros, além <strong>de</strong> praticamente assegurarem<br />

aos pequenos partidos uma representação que <strong>de</strong> outro<br />

modo seria extremamente duvidosa <strong>de</strong> ser obtida. O resultado<br />

<strong>de</strong>sse arranjo eleitoral ao longo do tempo, porém, foi extremamente<br />

negativo para o sistema partidário. (...)” 172<br />

O fato é que as <strong>de</strong>ficiências do sistema proporcional<br />

brasileiro acabam favorecendo a formação <strong>de</strong> alianças eleitorais<br />

entre os diversos partidos políticos, que encontram nessas alianças<br />

uma forma <strong>de</strong> maximizar os ganhos eleitorais.<br />

Em quadro político no qual ocorrem eleições gerais nos âmbitos<br />

nacional, estadual, distrital e municipal, os pleitos realizados<br />

segundo o sistema majoritário têm forte influência na composição<br />

das coligações para a disputa <strong>de</strong> cargos no sistema proporcional.<br />

Por isso, a formação das coligações ten<strong>de</strong> a ser favorecida num<br />

sistema em que as eleições majoritárias e proporcionais<br />

acontecem em conjunto. Isso po<strong>de</strong> ser explicado, igualmente, pela<br />

teoria da economia <strong>de</strong> esforços, em que cada partido avalia racionalmente<br />

os melhores caminhos para a conquista dos cargos<br />

políticos, <strong>de</strong> forma a reduzir os riscos <strong>de</strong> perda das eleições. No<br />

final das contas, todos os partidos, gran<strong>de</strong>s e pequenos,

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