02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Como se sabe, vinha sendo até aqui pacífica a orientação no<br />

Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> que a infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> partidária não<br />

<strong>de</strong>veria ter repercussão sobre o mandato parlamentar 100 . A maior<br />

sanção que a agremiação partidária po<strong>de</strong>ria impor ao filiado infiel<br />

era a exclusão <strong>de</strong> seus quadros.<br />

É certo que o entendimento jurispru<strong>de</strong>ncial adotado pelo<br />

Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral no MS n. 20.927 justificou-se sob um<br />

contexto histórico específico 101 .<br />

Naquele julgamento, o Ministro Francisco Rezek pô<strong>de</strong> vislumbrar<br />

o dia em que a Corte Suprema teria <strong>de</strong> rever seu posicionamento.<br />

Em suas palavras: “Tenho a certeza <strong>de</strong> que as coisas não<br />

permanecerão como hoje se encontram. (...) Sei que o futuro<br />

ren<strong>de</strong>rá homenagem à generosa inspiração cívica da tese que<br />

norteou os votos dos eminentes Ministros Celso <strong>de</strong> Mello, Paulo<br />

Brossard, Carlos Ma<strong>de</strong>ira e Sydney Sanches”.<br />

Talvez o quadro partidário imaginado por Rezek ainda não<br />

se tenha concretizado no Brasil, mas o Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

soube perceber, claramente, a imperiosa necessida<strong>de</strong> da mudança<br />

<strong>de</strong> sua orientação firmada naquele julgamento.<br />

A própria realida<strong>de</strong> partidária observada no Brasil, no último<br />

<strong>de</strong>cênio, faz transparecer a ina<strong>de</strong>quação da interpretação<br />

sobre o princípio da fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> partidária que se vinha fazendo ao<br />

longo <strong>de</strong> todos esses anos.<br />

Essa constatação já ficara patente no julgamento conjunto<br />

das ADI 1.351 e 1.354, <strong>de</strong> relatoria do Ministro Marco Aurélio,<br />

em que se discutiu a constitucionalida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>nominada “cláusula<br />

<strong>de</strong> barreira” 102 . Em voto proferido na ocasião, fiz questão <strong>de</strong> expor<br />

posicionamento pessoal sobre o tema, afirmando a necessida<strong>de</strong><br />

da imediata revisão do entendimento jurispru<strong>de</strong>ncial adotado<br />

pelo Tribunal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o julgamento do MS 20.927.<br />

A questão chegou primeiro ao Tribunal Superior Eleitoral<br />

(em 27-3-2007), que proferiu uma interpretação evolutiva <strong>de</strong><br />

nosso or<strong>de</strong>namento constitucional, transpondo os limites fixados<br />

pelo Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral no julgamento do MS 20.927. A<br />

<strong>de</strong>cisão do TSE (Consulta n. 1.398, Rel. Min. César Asfor Rocha)<br />

fundamentou-se, principalmente, nas características do sistema<br />

proporcional adotado no Brasil. Em síntese, disse o TSE que, no<br />

sistema proporcional (com regras <strong>de</strong> quociente eleitoral e<br />

1032/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!