MBC NOV-DEZ

patrimônio, e não aceitar se limitar às questões
fiscais, embora também sejam importantes.
O empresariado não conhece totalmente o
produto ou serviço que a contabilidade tem
a oferecer, o que pode ocorrer por falta de
identificação de seu grau de compreensão das
informações ou, ainda, dados intempestivos,
inoportunos, entre outros. Os colegas devem se
apoderar de forma consistente dessas questões.
MBC: Como a área de Desenvolvimento Profissional
contribui para o desenvolvimento dos profissionais
da contabilidade e fortalecimento da categoria?
WL: O CRCRJ tem três pilares: registro,
desenvolvimento profissional e fiscalização.
No desenvolvimento profissional, promovemos
diversos eventos, cursos e visitas a instituições de
ensino superior para conscientizar os profissionais
sobre a necessidade da educação profissional
continuada. Essa área é feita da seguinte forma:
1. Temos o programa obrigatório para os Auditores
Independentes e os Responsáveis Técnicos pelas
Demonstrações Contábeis de Empresas S/A e
de grande porte, conforme determina a NBC
PG 12 (R2) do CFC; 2. A conscientização dos
profissionais em geral de buscar continuamente
aprimoramentos e atualizações técnicas sobre
as alterações nas normas que todos precisam
praticar, e o CRCRJ oferece cursos gratuitamente,
custeados por nossas anuidades. Destacamos que
o desenvolvimento profissional contribui para a boa
prática contábil de forma a proteger a sociedade
e ajudar a fiscalização, já que o profissional
aprimorado não sofrerá sanção, pois saberá o que
faz, cumprindo as normas.
A grande bandeira dessa pasta é a capacidade
do Conselho de oferecer à categoria condições
de fazer os cursos em todas as áreas contábeis,
no CRCRJ, no SINDICONT-Rio, no Sescon Rio de
Janeiro, na Unipec e nos demais Sindicatos e
Associações de profissionais de cada região, nas
universidades e, sobretudo, nas Delegacias e
suas jurisdições de nosso estado. Agora, estamos
inovando com a educação à distância no CRCRJ.
MBC: A transparência financeira tem ficado
mais em evidência. Na sua opinião, o papel
do profissional de contabilidade torna-se mais
relevante neste momento?
WL: A governança corporativa chegou ao
Brasil para ficar, tanto nas empresas quanto nos
órgãos públicos. E o profissional da contabilidade
atende na prática aos seus princípios, que, por
sua vez, estão em sua formação. Caso ele não se
conscientize do seu potencial para proporcionar
transparência, prestação de contas empresariais
e governamentais, responsabilidade corporativa
e equidade, não há hoje outra atividade que o
faça com tanta propriedade técnica. Precisamos
falar à sociedade que somos responsáveis por
proporcionar a transparência e que temos
capacidade técnica para isso. É chegada a hora
de mostrarmos nosso potencial técnico para os
diversos grupos de usuários, potencial este que vai
além de apurar tributos, como alguns usuários ainda
insistem em nos limitar.
Alguns usuários não nos veem em condições
de apresentar soluções e alternativas para seus
negócios, produzir informações para que eles
tenham uma visão melhor de seu empreendimento
de forma a aprimorar a gestão e maximizar seus
resultados. Essa transição desejada não é rápida, o
que comprova que devemos trabalhar muito mais.
MBC: Na sua opinião, o profissional da contabilidade
precisa ser mais valorizado na sociedade? Nesse
sentido, entidades contábeis como CRCRJ e o
SINDICONT-Rio podem ajudar nisso?
WL: Claro que buscamos valorização social e
a merecemos, porém é preciso começar pela
revisão de nossa formação. Com destaque para
a conscientização da importância social de nossa
função, que tem intrínseca em sua formação a
necessidade de aprender a prestar informações
qualitativas e quantitativas de forma útil,
tempestiva e compreensiva sobre o patrimônio das
empresas, dos governos e das pessoas interessadas.
Isso entendido, se inicia o desenvolvimento
dos futuros profissionais para as habilidades e
competências para esse fim. Formado, presta o
Exame de Suficiência do Conselho, faz seu registro,
e, na educação continuada, por meio do CRCRJ e
de outras entidades, a categoria é fortalecida. Se o
profissional de contabilidade é formado no modelo
sem viés informativo, dificulta nossa valorização
perante a sociedade.
Nesse sentido, as entidades de classe podem
ajudar e muito a proporcionar e incentivar a
formação continuada de profissionais para bem
atender às diversas demandas de um mercado
dinâmico e que se transforma a cada momento.
E, em ato contínuo, devem atuar com vigor na
educação profissional continuada para todos os
colegas de suas bases
e de todas as áreas
contábeis. Assim como
em diversas profissões,
nós da Contabilidade
teremos que buscar mais
conhecimentos atualizados
pelas necessidades do
mercado, o que sabemos
que será um processo
longo, mas a semente já
foi plantada. Vamos ao
trabalho!
Waldir Ladeira, Vice-Presidente
de Desenvolvimento Profissional
do CRCRJ
MBC | NOV-DEZ | 2016 | 7