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Televisão - Entre a Metodologia Analítica e o Contexto Cultural

Este livro tem sua origem no anseio de enfrentar uma dificuldade central para os Estudos de Televisão: como associar a metodologia analítica dos produtos televisivos com o conhecimento de aspectos contextuais? Análise e síntese – a combinação desses dois procedimentos cognitivos nunca é tão fácil quanto parece. Mais difícil ainda configura-se no caso dos Estudos de Televisão.

Este livro tem sua origem no anseio de enfrentar uma dificuldade central para os Estudos de Televisão: como associar a metodologia analítica dos produtos televisivos com o conhecimento de aspectos contextuais? Análise e síntese – a combinação desses dois procedimentos cognitivos nunca é tão fácil quanto parece. Mais difícil ainda configura-se no caso dos Estudos de Televisão.

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Carlos (2006), Jean-Pierre Esquenazi (2011), David Lavery (1995),<br />

entre outros, uma revolução nas narrativas seriadas no início dos<br />

anos de 1990, 15 o pensamento teórico-acadêmico ainda andava às<br />

voltas com os acirrados debates sobre o novo cenário histórico que<br />

emergia e com uma de suas mais polêmicas temáticas: a discussão<br />

sobre os conceitos de modernidade e pós-modernidade nos mais<br />

diferentes campos do conhecimento, como a literatura, as artes<br />

plásticas, as ciências sociais, a música, a arquitetura, o cinema e<br />

a filosofia. Se a expressão “modernidade” era estudada, entre<br />

outros aspectos, na sua ambiguidade, uma vez que podia, segundo<br />

Haroldo de Campos (1989: 65), ser tomada tanto de um ponto de<br />

vista diacrônico, historiográfico-evolutivo, como através de uma<br />

perspectiva sincrônica, aquela que corresponde a uma poética<br />

situada, necessariamente engajada no fazer de uma determinada<br />

época, e que constitui o seu presente em função de certa “escolha”<br />

ou construção do passado, a expressão “pós-modernidade” também<br />

era buscada desde suas origens linguísticas e usos.<br />

Os estudiosos voltavam ao contexto dos estudos literários hispanoamericanos,<br />

desde o ano de 1934, e anglo-americano, a partir de 1940. O<br />

termo conheceu, a partir dos anos de 1960, uma difusão cada vez maior,<br />

primeiro nos EUA, sobretudo, segundo Michael Köhler:<br />

como termo da crítica literária, depois também como crítica da arte e<br />

da cultura. É expressão de uma compreensão transformada da nossa<br />

época, e neste sentido opõe-se ao conceito de Moderno na arte e<br />

àquele do que ‘pertence à idade moderna’ na historiografia em geral<br />

(KÖHLER, 1989: 9).<br />

Das primeiras críticas ligadas à arquitetura modernista e o desejo de<br />

romper com aquele estilo e substituir o que consideravam de excesso de<br />

cimento por uma nova forma de pensar o espaço, escritores e arquitetos<br />

nos anos de 1960 optaram pelo uso do termo “pós-moderno”. No início<br />

dos anos de 1970, o conceito se cristalizou, conforme explica Steven<br />

Connor, quando:<br />

15<br />

Além dos autores mencionados, vale ressaltar que a importância da série Twin Peaks para a história da televisão<br />

norte-americana (e mundial), como marco de transformações estéticas e narrativas, foi analisada no artigo “O<br />

mundo estranho de Twin Peaks: um pequeno marco nos seriados de televisão” (FERRARAZ, 2007), decorrente de<br />

paper apresentado no GT Mídia e <strong>Entre</strong>tenimento do XVI Encontro da Compós, em junho de 2007.<br />

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