28.03.2017 Views

Televisão - Entre a Metodologia Analítica e o Contexto Cultural

Este livro tem sua origem no anseio de enfrentar uma dificuldade central para os Estudos de Televisão: como associar a metodologia analítica dos produtos televisivos com o conhecimento de aspectos contextuais? Análise e síntese – a combinação desses dois procedimentos cognitivos nunca é tão fácil quanto parece. Mais difícil ainda configura-se no caso dos Estudos de Televisão.

Este livro tem sua origem no anseio de enfrentar uma dificuldade central para os Estudos de Televisão: como associar a metodologia analítica dos produtos televisivos com o conhecimento de aspectos contextuais? Análise e síntese – a combinação desses dois procedimentos cognitivos nunca é tão fácil quanto parece. Mais difícil ainda configura-se no caso dos Estudos de Televisão.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ou o passado das histórias de storyverse e/ou o futuro das histórias de<br />

storyverse. Todas essas histórias são distribuídas entre as mais diversas<br />

plataformas, como por exemplo: cinema, série de TV, literatura, flash mob,<br />

Twitter, smartphone, pod cast, dvd, tablet, site, YouTube, cd, websode, HQ,<br />

documentário, rádio, teatro, brinquedo, merchandise marketing, graphic<br />

novel, social game, evento ao vivo, Facebook, blog, Flickr, videogame, etc.<br />

O público da cultura transmídia<br />

Vale observar agora qual seria o público desses novos produtos e/<br />

ou processos colaborativos de produção de conteúdo. Décio Pignatari já<br />

definia, em 1969, ainda que de maneira enfática, o produssumo como a<br />

mudança do mundo do consumo pelo mundo da troca ou da informação.<br />

Naquele ano, Pignatari defendia que os modelos de consumo eram os<br />

mesmos da produção de quarenta anos atrás. Citava como exemplos<br />

o apoio coletivo na produção cultural de um Oswald de Andrade ou<br />

o tropicalismo do grupo de cantores e compositores de vanguarda da<br />

época. Via no conceito produssumidor a saída para o estudante frente ao<br />

seu dilema de ser um criador ou um operário da informação, buscando<br />

novos modelos de batalha informacional (PIGNATARI, 2004: 31-32).<br />

Décio Pignatari antecipou em mais de uma década a criação do conceito<br />

prosumer de Alvin Toffler (1980). Ambos os autores preconizaram o<br />

mesmo modelo econômico do futuro. Em 2008 surgiu uma última revisão<br />

desse conceito, o produser, mais configurado para o mundo digital, nas<br />

reflexões de Axel Bruns (2008).<br />

Esse mesmo público, em constantes reconfigurações nestes nossos<br />

tempos, enquanto está consumindo os produtos conformados na<br />

integração de mídias e narrativas, passa a ser chamado de vivenciador.<br />

O vivenciador é um jogador ou ator-rede — em conformidade com<br />

conceito actor-network estudado por Bruno Latour em seu livro<br />

Reassembling the social: an introduction to actor-network-theory<br />

(LATOUR, 2005) — que desfruta de um conteúdo transmídia na<br />

sua plenitude. O vivenciador não está desenvolvendo uma relação<br />

contemplativa com os conteúdos e as plataformas da narrativa<br />

transmídia. Ele faz parte da história enquanto participa, tentando<br />

desenvolver certos enigmas ou identificar certos vínculos entre<br />

narrativas aparentemente desconexas.<br />

169

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!