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Televisão - Entre a Metodologia Analítica e o Contexto Cultural

Este livro tem sua origem no anseio de enfrentar uma dificuldade central para os Estudos de Televisão: como associar a metodologia analítica dos produtos televisivos com o conhecimento de aspectos contextuais? Análise e síntese – a combinação desses dois procedimentos cognitivos nunca é tão fácil quanto parece. Mais difícil ainda configura-se no caso dos Estudos de Televisão.

Este livro tem sua origem no anseio de enfrentar uma dificuldade central para os Estudos de Televisão: como associar a metodologia analítica dos produtos televisivos com o conhecimento de aspectos contextuais? Análise e síntese – a combinação desses dois procedimentos cognitivos nunca é tão fácil quanto parece. Mais difícil ainda configura-se no caso dos Estudos de Televisão.

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ficcionais, incluindo os humorísticos, cresceram de duas produções em<br />

2007 para vinte e duas em 2013 e trinta e três em 2014. Este crescimento<br />

deve-se, em parte, à aprovação da Lei 12.485/2011, conhecida como Lei<br />

da TV paga, que exige que os canais pagos veiculem durante o horário<br />

nobre, no mínimo, três horas e meia de conteúdo nacional por semana.<br />

Acrescente-se que metade dessa cota deve ser produzida por produtoras<br />

nacionais independentes, sem vínculo com os grupos de radiodifusão.<br />

Em 2013, do Top 10 da TV paga realizado pelo Obitel, oito programas<br />

eram humorísticos.<br />

No YouTube encontramos canais formados por coletivos tais como o<br />

Porta dos Fundos e Galo Frito; e também por humoristas profissionais,<br />

como o Filipe Neto e o PC Siqueira, que alimentam a plataforma com<br />

sketches e vídeos humorísticos e possuem milhões de visualizações.<br />

Com a convergência de mídias e o barateamento da tecnologia, ficou<br />

muito fácil produzir vídeos que podem se tornar virais. Alguns humoristas<br />

defendem que, devido ao modo de produção de vídeos para a internet se<br />

diferenciar bastante do modo de produção televisiva, os artistas podem<br />

ter mais liberdade criativa. Porém, percebemos que muitas vezes os<br />

artistas tornam-se conhecidos na internet e são contratados pelos canais,<br />

principalmente por assinatura, e podem até entrar na engrenagem da<br />

produção televisiva.<br />

Neste contexto de convergência midiática e cultural (JENKINS, 2006;<br />

JENKINS, GREEN E FORD, 2014) no qual estamos vivendo, nossos estudos<br />

têm o intuito de mapear e analisar as especificidades das novas formas de<br />

expressão que surgem com o advento da tecnologia digital. Procuramos<br />

enfocar as narrativas e dramaturgias dos conteúdos audiovisuais<br />

humorísticos que, em alguns casos, podem requerer diferentes formas<br />

de participação do espectador/interator, tanto em termos interventivos<br />

quanto colaborativos.<br />

Scolari (2008) propõe o termo hipertelevisão para entendermos a<br />

dinâmica desse meio e as diferenças em relação à neotelevisão, termo<br />

cunhado por Eco (1984), que se caracteriza pela diluição das fronteiras<br />

entre ficção e informação e pela representação que a televisão começa<br />

a fazer de si mesma nos anos 1980. A hipertelevisão reflete as mudanças<br />

ocorridas tanto no comportamento do espectador, que aprendeu a<br />

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