MEMO Fórmula 1 2017
GUIA COMPLETO da F1 no Mundial 2017: os novos carros para o novo regulamento, as novas duplas de pilotos em cada time e artigos técnicos para você entender tudo sobre a nova Fórmula 1 - com destaque para como funciona a aerodinâmica de um carro de corrida. GUIA COMPLETO da F1 no Mundial 2017: os novos carros para o novo regulamento, as novas duplas de pilotos em cada time e artigos técnicos para você entender tudo sobre a nova Fórmula 1 - com destaque para como funciona a aerodinâmica de um carro de corrida.
F1
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F1
F1<br />
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<strong>MEMO</strong>RANDUM F1, Edição Especial, é uma publicação da EDITORA EVEREST LTDA.<br />
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4 - <strong>2017</strong>, Um Admirável Mundo Novo<br />
6 – Os Novos Pneus da F1<br />
7 – As Novas Regras Esportivas<br />
8 – Calendário dos Grandes Prêmios<br />
9 – Um Final de Semana Típico na F1<br />
10 – Os Novos Carros e Duplas Para <strong>2017</strong>:<br />
11 – Mercedes<br />
12 – Ferrari<br />
13 – Red Bull<br />
14 – Williams<br />
15 – McLaren<br />
16 – Renault<br />
17 – Force India<br />
18 – Toro Rosso<br />
19 – Haas<br />
20 – Sauber<br />
22 – Artigo Técnico: As Mudanças Técnicas Nos Carros<br />
25 – Artigo Técnico: Aerodinâmica<br />
31 – Todos Os Campeões Mundiais de F1
F1<br />
A Temporada de <strong>Fórmula</strong> 1 de <strong>2017</strong> promete ser uma das mais interessantes<br />
em muitos anos: por força do novo regulamento, carros totalmente novos foram<br />
desenhados; praticamente todas as equipes mudaram suas duplas de pilotos; a<br />
Pirelli teve que desenvolver novos pneus, mais largos; e a categoria estará sob uma<br />
nova administração depois da venda da FOM para a Liberty Media.<br />
Acompanhe nesta edição especial todas essas mudanças, entenda o novo<br />
regulamento dos carros, conheça o calendário das corridas em <strong>2017</strong> e foque por<br />
dentro do que pode acontecer com a <strong>Fórmula</strong> 1 em <strong>2017</strong>.<br />
Ao longo da temporada, você terá novas edições que abordarão corrida a<br />
corrida deste Mundial, com análises detalhadas dos carros, pilotos e corridas, um<br />
perfil de um piloto de destaque na história e outros brindes que prepararemos<br />
especialmente para você.<br />
Então sente-se neste cockpit, afivele seus cintos, baixe a viseira e vamos à<br />
pista para conhecer como será a <strong>Fórmula</strong> 1 de <strong>2017</strong>, um mundo totalmente novo!<br />
4
F1<br />
E o que podemos esperar desta<br />
nova <strong>Fórmula</strong> 1? Carros (muito) mais<br />
velozes nas curvas, sem dúvida, mas as<br />
mudanças também trouxeram outras<br />
consequências que poderemos observar<br />
ao longo da temporada.<br />
Por exemplo, os pneus mais largos e as<br />
asas maiores, ao tornarem os carros<br />
visivelmente mais rápidos nas curvas,<br />
passam a exigir um esforço físico maior<br />
dos pilotos. Antigamente a gente sabia<br />
que o cara no carro estava cansado<br />
quando ele passava em frente aos boxes<br />
de Interlagos com a cabeça apoiada na<br />
lateral do cockpit, já não tinha força para<br />
segurar o peso da cabeça a 300km/h.<br />
Será que veremos isso em alguns<br />
circuitos este ano? Mônaco é sempre<br />
muito exigente, mas Monza – com suas<br />
curvas super-velozes, também passará a<br />
ser! E Hungaroring, um circuitinho<br />
travado? Ou Spa-Francorchamps, aquela<br />
maravilha de pista encravada nas colinas<br />
das Ardenas?<br />
Outra coisa interessante de ver será<br />
as largadas, agora obrigatoriamente<br />
controladas pelo piloto e não mais pelo<br />
computador de bordo. Será o piloto quem<br />
controlará a embreagem, pés e mãos, em<br />
vez do programa de largadas acionado no<br />
volante. Quem tem garrafa para vender?<br />
Quem vai deixar o bichão morrer na largada<br />
ou queimar a embreagem e acabar sua<br />
corrida nos primeiros 100 metros?<br />
Os novos pneus, de composto mais<br />
resistente, vão liberar os pilotos para<br />
“baixar a bota” o tempo todo. Não precisa<br />
mais ficar controlando desgaste, graining,<br />
etc. Bom para o Felipe Massa, cujo estilo<br />
não combinava com os pneus antigos.<br />
As corridas ficarão mais emocionantes?<br />
Bom...aqui levantam-se alguns pontos de<br />
interrogação. Os novos carros ficaram mais<br />
sensíveis ao vento, tanto o que sopra na<br />
pista quanto aquele deixado pelo carro à<br />
frente. E a força do motor nas retas será<br />
mais importante do que nunca. Muitos<br />
pilotos sugerem que assim será mais difícil<br />
fazer ultrapassagens sem o DRS, deixando<br />
equipes com motores Honda e Renault com<br />
problemas no começo do ano.<br />
O jeito vai ser torcer por chuva...<br />
O novo motor da Renault, que vai<br />
equipar os carros da Red Bull, Toro Rosso<br />
e da própria Renault.<br />
5
F1<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
REDONDOS MAIS DUROS EM <strong>2017</strong><br />
Não foi só a largura dos pneus que mudou.<br />
A composição da borracha também sofreu<br />
alterações para <strong>2017</strong>.<br />
Enquanto o foco nos últimos anos era em<br />
pneus bem macios, que exigiam constante<br />
gerenciamento dos pilotos no controle do<br />
desgaste, os novos “redondos” foram<br />
projetados para utilização em ritmo de corrida<br />
extremo, com alta resistência e aderência.<br />
Assim, não deveremos mais ter estratégias de<br />
pneus muito diferentes – a maioria das<br />
corridas deverá ser de 1 pit-stop apenas. Mas<br />
cada piloto escolherá a dureza do pneu que<br />
vai usar em cada fase da corrida, então tudo<br />
dependerá em como cada carro vai conseguir<br />
dar tração e sustentação a esses pneus.<br />
Do ponto de vista do piloto, vai ser pé em<br />
baixo o tempo todo! Isso vai ficar mais<br />
evidente quando eles fizerem certas curvas<br />
onde antes reduziam a marcha em “flat out”.<br />
Aliás, nos simuladores, o tempo gasto em<br />
aceleração por volta subiu de 50% para 70% do<br />
tempo numa pista como Barcelona. Imagine<br />
Monza ou Suzuka! Um desafio a mais para os<br />
sistemas de radiadores...<br />
Naturalmente, maior grip dos pneus exige<br />
maior esforço físico dos pilotos para segurar a<br />
máquina dentro da curva, e o cálculo é que a<br />
velocidade lateral deve aumentar em 1g, cada<br />
carro fazendo as curvas cerca de 35 km/h mais<br />
rápido que antigamente.<br />
6
F1<br />
Não é só nos boxes que as coisas estão diferentes. Novas regras esportivas também vão mudar algumas<br />
situações que no passado causaram dúvidas e confusões nas corridas e quase estragaram o show.<br />
A principal mudança diz respeito às largadas. Até 2016, um programa no volante fazia o controle da embreagem<br />
na largada, evitando que ela patinasse demais e queimasse. Acabou a mamata! A partir deste ano, qualquer<br />
controle de largada não será permitido, deixando nas mãos (e nos pés) do piloto a responsabilidade de soltar o<br />
pedal da embreagem na hora certa e dar o pulo na frente. Vamos ver quem sabe mesmo dar a largada na F1!<br />
Não haverá mais possibilidade de “estoque de peças”<br />
Durante um fim de semana de GP, se um piloto precisar<br />
de mais de uma peça da unidade de potência, ele estará<br />
sujeito a punição. E apenas a última das peças adquiridas<br />
poderá ser usada nos eventos seguintes sem punição,<br />
para impedir que a equipe inclua muitas peças no mesmo<br />
pacote de liberação e pague apenas uma punição.<br />
Continua o limite de apenas 4 motores na temporada,<br />
mas um motor ainda não usado poderá receber novos<br />
desenvolvimentos e peças em sua construção.<br />
Seleção de pneus para as cinco primeiras provas de <strong>2017</strong><br />
Nas cinco primeiras corridas de <strong>2017</strong>, os times não farão<br />
suas próprias escolhas de pneus, já que o prazo de<br />
seleção acontece antes dos testes de pré-temporada.<br />
Para estes cinco eventos a Pirelli alocará dois jogos do<br />
composto mais duro, quatro jogos do composto médio e<br />
sete jogos do composto mais macio para cada um dos<br />
pilotos do grid. A partir do GP do Canadá, as equipes farão<br />
a escolha como aconteceu em 2016.<br />
Pinturas dos capacetes<br />
Os pilotos terão de manter os capacetes com a<br />
mesma pintura durante toda a temporada da F1<br />
para facilitar o reconhecimento por parte dos<br />
espectadores. Contudo, os pilotos poderão mudar<br />
radicalmente a pintura para apenas uma corrida<br />
especial, como a corrida “em casa” ou a tradicional<br />
etapa de Mônaco, por exemplo. O capacete também<br />
poderá ser alterado caso os pilotos mudem de<br />
equipe durante a temporada.<br />
Largadas na chuva<br />
Um novo procedimento de largadas na chuva foi definido,<br />
com os carros partindo apenas do grid em <strong>2017</strong>, não mais<br />
com o safety car liderando uma fila indiana, como foi em<br />
2016. Agora, caso as condições da pista sejam inseguras,<br />
o início da prova será adiado até que exista condições<br />
para que os carros larguem da maneira convencional.<br />
7
F1
O MUNDIAL <strong>2017</strong> EDIÇÃO ESPECIAL<br />
F1<br />
UM FIM DE SEMANA TÍPICO NA F1<br />
Quinta-Feira<br />
Sexta-Feira<br />
Dia de montar os carros; noite de festa<br />
No autódromo, é dia dos mecânicos juntarem as peças que chegaram nas caixas e<br />
montar carros de F1 com elas. Na verdade, até o piso do box chega no pacote!<br />
Também nesse dia os patrocinadores levam seus pilotos a almoços e recepções<br />
com seus clientes locais e a imprensa, para fazer suas ações de relacionamento.<br />
E no final da tarde a FIA organiza uma Entrevista Coletiva com pilotos e outros<br />
membros das equipes, enquanto os mecânicos treinam os pit-stops.<br />
À noite os integrantes do circo da F-1 têm mais recepções e festas para atender,<br />
tadinhos...<br />
Dia de acertar os carros na pista<br />
O dia começa com as inspeções técnicas dos Fiscais da FIA.<br />
Tudo pronto, às 10:00h local tem início o TL-1, o primeiro treino livre para acerto dos<br />
carros. Aqui começa o apronto para o Treino Oficial e para a Corrida. Nos treinos<br />
livres, a equipe recole dados de desgaste de pneus, consumo, se os acertos básicos<br />
trazidos dos simuladores estavam corretos, etc., Os treinos livres duram 90 minutos<br />
e é comum cada carro da equipe andar com quantidade de combustível, ângulo de<br />
asa e pneus de tipos diferentes, para comparação de dados.<br />
Das 14:00h às 15:30 local, ocorre o TL2, e os testes continuam.<br />
Finalizado esse treino, a FIA promove outra Coletiva com os jornalistas credenciados.<br />
Sábado<br />
Domingo<br />
Dia do Treino de Classificação para o Grid<br />
Dia de corrida!!!<br />
Findo o Treino de Classificação, começa o trabalho dos mecânicos para preparar o<br />
carro para a corrida, porém apenas pode-se trocar os pneus, completar o tanque e<br />
fazer alguns ajustes nas asas, pois os carros são mantidos num parque fechado até a<br />
hora da corrida. Os dez primeiros no treino têm que largar com os pneus que usaram<br />
no Q2, a menos que mude a condição do clima. Os demais são livres para escolher.<br />
Separam-se os pneus de cada carro para a hora do pit-stop e é feito o briefing final.<br />
Às 13:30 local os carros se encaminham para suas posições de largada. Com os carros<br />
alinhados, acontece uma procissão de celebridades e outros VIPs para estar perto dos<br />
carros, embora os mecânicos possam ainda proceder alguns ajustes finais. 10 minutos<br />
antes da largada, todo o pessoal “festivo” é convidado a sair da pista e ficam apenas<br />
os mecânicos a cuidar dos carros. A 1 minuto da largada, esse pessoal também<br />
precisa liberar a pista e então é dado o sinal para a Volta de Apresentação.<br />
Completada essa volta...LARGADA!<br />
Dada a bandeirada de chegada, os três primeiros vão ao pódio receber seus prêmios e<br />
ali mesmo são entrevistados para a tevê. Em seguida, vão para a Sala de Imprensa<br />
conversar com os jornalistas. Ufa, acabou...para eles! Nos boxes, já começa o insano<br />
trabalho de desmontar os carros e embalar as peças para a corrida seguinte...<br />
Na noite anterior, os engenheiros analisaram os dados e passaram as informações<br />
para os chefes de equipe delinearem a estratégia para o treino cronometrado e para<br />
a corrida. Com isso, a manhã é dedicada a preparar o carro para o Treino de<br />
Classificação (TC), que vai definir as posições de largada. Às 11:00h ocorre o último<br />
treino livre, quando verificam se os acertos feitos para o TC estão corretos.<br />
Às 14:00h começa o Treino Cronometrado, com os 20 minutos do Q1, treino que<br />
classifica os 15 carros mais rápidos para continuar lutando por uma posição melhor<br />
enquanto os eliminados já fixam suas posições no grid de largada.<br />
14:27h é o horário previsto para começar o Q2, fase que vai eliminar mais cinco<br />
carros e já definir as suas posições de largada.<br />
Finalmente é hora de definir a pole-position! É o Q3, o treino final para os dez mais<br />
velozes. 10 minutos de pura emoção. Aqui se definem os dez primeiros no grid.<br />
Ao final desse treino, os três melhores dão uma nova Entrevista Coletiva à Imprensa.<br />
9
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Réplica Oficial do<br />
carro restaurado pela DANA,<br />
o primeiro carro de <strong>Fórmula</strong> 1<br />
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Modelismo Em Papel<br />
10
F1<br />
Apenas três equipes mantiveram seus<br />
pilotos, todas as outras mudaram suas linhas;<br />
e a Manor saiu da F1 – mas seus dois pilotos<br />
foram contratados por outras equipes.<br />
11
Mercedes Grand Prix Ltd<br />
Mercedes Grand Prix Operations Centre<br />
Brackley, Northamptonshire<br />
NN13 7BD, England<br />
Internet: www.mercedes-amg-f1.com<br />
F1<br />
Mercedes F1 W-08 EQ Power<br />
Projetista : Geoff Willis<br />
Motor: Mercedes-Benz PU106C Hybrid<br />
A equipe tri-campeã é novamente o carro a ser batido. De todos os carros apresentados para esta<br />
temporada, o Mercedes é o que apresenta as soluções mais sofisticadas, com um cuidadoso<br />
tratamento aerodinâmico e uma traseira muito longa Também tem a menor barbatana traseira de<br />
todos, mas testou em Barcelona com uma barbatana comprida, que trazia embutida uma saída de ar<br />
dos sistemas eletrônicos – soprando ar para a aba superior do aerofólio. Bem pensado, mas proibido<br />
pelas regras. E tem a suspensão dianteira que pivota fora da roda, uma novidade que surpreendeu a<br />
F1 mas que pode acabar contestada junto com um sistema de controle de altura das suspensões.<br />
Títulos Mundiais: 3<br />
Vitórias : 53<br />
Pole-positions: 61<br />
# 44 Lewis Hamilton / HAM<br />
Inglaterra 7/JAN/1985<br />
# 77 Valtteri Bottas / BOT<br />
Finlândia 28/AGO/1989<br />
Em time que está ganhando não se mexe, mas a surpreendente saída de<br />
Nico Rosberg logo após se sagrar campeão exigiu uma mudança, com o<br />
finlandês Valtteri Bottas ganhando sua grande chance num time de ponta.<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 0<br />
12
Scuderia Ferrari<br />
Ferrari SpA<br />
Via Ascari 55-57<br />
41053 Maranello (MO) - Italia<br />
Internet: www.ferrari.it<br />
F1<br />
Ferrari SF70 H<br />
Projetista : Mattia Binotto<br />
Motor: Ferrari 062 1.6V6 Híbrido<br />
Depois de mais um ano decepcionante e duro em Maranello, a Scuderia Ferrari aproveitou que o<br />
regulamento exigia mudanças, e mudou tudo dentro de casa! A começar pela área de projetos, com<br />
Binotto substituindo James Allison no projeto do novo carro. Com uma solução inédita para as laterais,<br />
adoção do Duto S e preparada para ter o FRICS se a FIA não vetar esse equipamento em Mercedes e<br />
Red Bull. O destaque é para o tratamento dado à aerodinâmica, muito rebuscado. Os primeiros testes<br />
foram animadores, o carro respondendo bem às demandas dos pilotos.<br />
A Ferrari manteve sua dupla de Campeões Mundiais,<br />
e os dois parecem muito motivados depois dos primeiros<br />
testes em Barcelona. Os novos pneus são muito mais<br />
adequados ao estilo de condução de ambos e o motor<br />
tem cavalaria suficiente para incomodar a Mercedes nos<br />
circuitos mais velozes. Vencer? Sim, está nos planos!<br />
Títulos Mundiais: 4<br />
Vitórias : 42<br />
Pole-positions: 46<br />
Títulos Mundiais: 1<br />
Vitórias : 20<br />
Pole-positions: 16<br />
# 5 Sebastian Vettel / VET<br />
3 / JUL / 1987 - Alemanha<br />
Campeão Mundial 2010-11-12-13<br />
# 7 Kimi Raikkonnen / RAI<br />
17 OUT / 1979 - Finlândia<br />
Campeão Mundial 2007
Red Bull Racing Ltd<br />
The Stewart Building, Bradbourne Drive, Tilbrook, Milton Keynes<br />
Buckinghamshire, MK7 8BJ England / Internet: www.redbullracing.com<br />
F1<br />
Red Bull RB-13<br />
Projetista : Adrian Newey<br />
Motor: Renault TAG-Heuer<br />
Os rubro-taurinos vêm com esperanças renovadas este ano. Renovadas pelas mudanças que o<br />
regulamento impôs, renovadas pela esperança da Renault ter conseguido extrair mais potência de seu<br />
motor, o calcanhar de Aquiles do carro em 2016. A parte mecânica do chassis não foi muito<br />
modificada em relação ao RB-12, e mesmo a aerodinâmica é um desenvolvimento do carro 2016 –<br />
adaptado às novas regras, naturalmente. O destaque é a entrada de ar no bico do carro.<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 4<br />
Pole-positions: 1<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 1<br />
Pole-positions: 0<br />
# 3 Daniel Ricciardo / RIC<br />
Australia -1/JUL/1989<br />
# 33 Max Verstappen / VER<br />
Holanda 30/SET/1997<br />
Uma das três equipes que mantiveram suas duplas de pilotos, conta com o<br />
brilhante Daniel Ricciardo e a grande surpresa de 2016, o jovem Max<br />
Verstappen. Um par fortíssimo, se o carro tiver um bom motor.<br />
14
Williams FW40<br />
WilliamsF1 Ltd<br />
Station Road<br />
Grove, Wantage,<br />
Oxfordshire OX12 0DQ, England<br />
Internet: www.williamsf1.com<br />
F1<br />
Projetista : Pat Symonds<br />
Motor: Mercedes-Benz PU106 Híbrido<br />
A equipe Williams não foi bem em 2016, nunca conseguiu fazer os pneus funcionar e mostrou ter<br />
uma aerodinâmica deficiente. Por isso, a opção de sempre correr com pouca asa em qualquer pista<br />
que fosse – o que geralmente arruinou os pneus antes que tirassem deles qualquer desempenho. Com<br />
o novo regulamento e os novos pneus muito duros, essa deficiência ficou para trás. Sem grandes<br />
idéias, Pat Symonds desenhou um carro conservador, mas não teve seu contrato renovado e deixou a<br />
equipe no final de 2016. A Williams vai sofrer para entender o novo carro sem o homem que o<br />
projetou. Falou-se de Paddy Lowe e ele veio, mas como sócio e não como projetista...<br />
Na linha de ação, Felipe Massa acabu sendo chamado de volta<br />
após a saída de Valtteri Bottas para a Mercedes. Vai fazer dupla<br />
com a jovem promessa canadense Lance Stroll. Felipe sempre<br />
sofreu muito com a geração anterior de pneus, mas agora vai<br />
estar livre para acelerar sem preocupação em gerenciar<br />
os pneus. Fez excelentes tempos em Barcelona.<br />
Stroll? Ainda é apenas uma promessa.<br />
# 19 Felipe Massa / MAS<br />
Brasil<br />
25/ABR/1981<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 11<br />
Pole-positions: 16<br />
# 18 Lance Stroll / STL<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 0<br />
Canadá<br />
29/OUT/1998<br />
15
McLaren MCL 32<br />
McLaren International Ltd<br />
Unit 22 Woking Business Park, Albert Drive<br />
Sheerwater, Woking, Surrey GU21 5SA England<br />
Internet:<br />
www.mclaren.co.uk<br />
F1<br />
Projetista : Tim Goss (chassis) Peter Prodomou (aero)<br />
Motor: Honda RA617 Híbrido<br />
Continua complicado o casamento do chassis McLaren com o motor Honda. E as mudanças na cúpula<br />
da equipe, com a saída de Ron Dennis e a demissão de Jost Capito, não vão ajudar a situação. Dona de um<br />
ótimo chassis em 2016, a McLaren não quis complicar a vida ainda mais e trouxe algumas soluções direto<br />
de 2016 – apenas mais desenvolvidas. É o caso da asa dianteira e seu longo suporte. Mas as cercas laterais<br />
são uma novidade, dobrando e formando um túnel antes da boca dos radiadores – como a Ferrari. A<br />
traseira não tem grandes novidades exceto os painéis verticais do aerofólio, que vêm com muitas ranhuras<br />
e passagens de ar. O novo motor Honda, por enquanto, é o elo fraco da corrente. Sem conseguir resistir por<br />
várias voltas seguidas e ainda sem mostrar potência nas retas, comprometeu o desenvolvimento do carro<br />
nos testes e a equipe começa o ano com muito menos informações e desenvolvimento que suas rivais.<br />
A dupla de pilotos da McLaren mistura a enorme experiência de<br />
Fernando Alonso com a juventude de vanDoorne, uma dupla muito<br />
veloz que pode tirar tudo que o equipamento tiver para dar. Basta<br />
lembrar o ponto que van Doorne marcou na sua estréia na equipe.<br />
Confirmado no lugar de Jenson Button, a jovem promessa trabalhará<br />
ao lado de um dos grandes nomes do esporte. Alonso está entrando<br />
no final de seu ciclo na F1 e gostaria de fechar com chave de ouro<br />
sua brilhante, ainda que conturbada, passagem pela categoria.<br />
# 14 Fernando Alonso / ALO<br />
Espanha<br />
29/JUL/1981<br />
Títulos Mundiais: 2<br />
Vitórias : 32<br />
Pole-positions: 22<br />
# 2 Stoffel van Doorne / DOR<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 0<br />
Bélgica<br />
26/MAR/1992<br />
16
Renault Sport F1<br />
Whiteways Technical Centre<br />
Enstone - Oxfordshire OX7 4EE - ENGLAND<br />
F1<br />
Renault R.S.17<br />
Internet: www.renaultsport.com<br />
Projetista : Bob Bell<br />
Motor: Renault R.E.17 Híbrido<br />
A equipe que correu no ano passado com carros da antiga e falida Lotus vai este ano finalmente<br />
por na pista um carro desenhado por seus próprios projetistas. Com um novo motor, que traz outras<br />
concepções técnicas, a Renault fala em ser conservadora no começo para evitar muitas quebras mas<br />
seu chassis foi desenvolvido com muito capricho e apostas na simplicidade. Interessante o desenho do<br />
suporte da asa dianteira, muito similar ao da McLaren. Muitos formatos do aerofólio traseiro a cercas<br />
de ar laterais foram testados em Barcelona, o que comprova as palavras do Diretor Esportivo Cyril<br />
Abiteboul: o desenvolvimento do carro será ininterrupto ao longo da temporada.<br />
Após uma temporada de altos e baixos, Nico Hulkenberg acabou<br />
contratado pela Renault Sport para liderar sua equipe na F1.<br />
Superado por Perez na Force India – muito por decisão da equipe<br />
após Hulk anunciar sua saída, o vencedor de Le Mans tem agora<br />
a chance de liderar uma equipe de fábrica. Não é pouca coisa!<br />
Jolyon Palmer teve uma segunda metade de temporada muito<br />
animadora e a equipe resolveu apostar nele, renovando seu contrato<br />
por mais uma temporada, agora com um F1 de verdade.<br />
# 27 Nico Hulkenberg / HUL<br />
Alemanha<br />
19/AGO/1987<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 1<br />
# 30 Jolyon Palmer / PAL<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 0<br />
Inglaterra<br />
20/JAN/1991<br />
17
Force India VJM10<br />
Force India F1<br />
Dadford Road<br />
Silverstone, NN12 8TJ - England<br />
Internet: www.forceindiaf1.com<br />
F1<br />
Projetista : Andrew Green<br />
Motor: Mercedes-Benz PU106 Híbrido<br />
Quarta colocada no último Mundial, a Force India tem um duro desafio pela frente: manter essa<br />
posição diante de uma Williams renovada pelo dinheiro da liberação de Bottas para a Mercedes e de<br />
uma Renault finalmente usando seu poder econômico para construir seu próprio carro. Embora tenha<br />
feito um final de temporada sólido em 2016, as dificuldades financeiras de Vijay Malyia podem ser<br />
uma barreira para o desenvolvimento do novo bólido. Não empolgou nos primeiros testes deste ano,<br />
quando se apresentou com um carro sem grandes destaques ou novidades.<br />
Na forte dupla do ano passado, acabou<br />
sendo uma surpresa o desempenho de<br />
Sergio Perez diante de Hulkenberg,<br />
e o mexicano acabou tendo seu<br />
contrato renovado enquanto o<br />
] alemão foi para a Renault. Ocon<br />
impressionou no confronto com o<br />
muito cotado Wehrlein na Manor e<br />
acabou contratado por Vijay Malyia.<br />
# 11 Sergio Perez / PER<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 0<br />
Mexico<br />
26/JAN/1990<br />
# 31 Steban Ocon / OCO<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 0<br />
França<br />
17/SET/1996<br />
18
Toro Rosso<br />
Via Spallanzani No.21<br />
48018 Faenza (RA) - Italia<br />
F1<br />
Toro Rosso STR 12<br />
Internet:<br />
www.tororosso.com<br />
Projetista : James Key<br />
Motor: Renault R.E.17 Híbrido<br />
A equipe B da Red Bull deixou para trás os motores Ferrari defasados de um ciclo de atualização e<br />
parte para os novos motores da Renault. Só isso já traz muita esperança de uma excelente temporada, mas<br />
também um enorme desafio de desenhar um carro para um novo regulamento e um motor diferente, de<br />
maior desempenho. Algumas soluções são semelhantes à Mercedes, como o bico fino e a suspensão<br />
dianteira alta e pivotando fora da roda (!). O tratamento na traseira da carroceria pretende canalizar o ar<br />
para o extrator mas também estabilizar o ar sob o aerofólio, um desenho muito interessante. Outras duas<br />
novidades se destacaram: o “banco da sogra” é muito comprido e praticamente canaliza o ar do<br />
escapamento para longe do aerofólio, e a ranhura na frente do assoalho, outra solução similar à Mercedes.<br />
James Key realmente trabalhou duro para deixar a Equipe B à altura do time principal!<br />
O russo Daniil Kvyat balançou muito em 2016, foi “rebaixado” da RBR para<br />
a Toro Rosso mas acabou confirmado para <strong>2017</strong> ao lado do Sainz Jr.<br />
São dois jovens pilotos muito velozes e terão nas mãos um carro muito<br />
bem desenhado. O objetivo é mostrar que ambos podem estar no<br />
Time A da Red Bull, até porque a STR não costuma ficar com uma<br />
dupla por mais de uma temporada ou duas! Tem de correr. E muito!<br />
# 55 Carlos Sainz Jr / SAI<br />
Espanha<br />
1/SET/1994<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 0<br />
# 26 Daniil Kvyat / KVY<br />
Títulos Mundiais: 0 Rússia<br />
Vitórias : 0 26/ABR/1994<br />
Pole-positions: 0<br />
19
F1<br />
1581 Roger Dale Carter Blvd<br />
Kannapolis, NC 28081, Estados Unidos<br />
Internet: www.haasf1team.com<br />
Haas VF-17<br />
Projetista : Rob Taylor<br />
Motor: Ferrari 062 1.6V6 Híbrido<br />
A equipe norte-americana tem um difícil desafio: encarar o segundo ano com um carro totalmente<br />
novo, para um regulamento totalmente novo! O segundo ano é geralmente o mais difícil para uma equipe,<br />
pois o tempo que eles tiveram para desenhar e construir o primeiro carro foi muito maior que para o<br />
segundo carro! Muitas soluções foram nítidamente calcadas na Ferrari de 2008, e o carro é de forma geral<br />
muito simples e direto, par com as tendências aerodinâmicas e mecânicas mais tradicionais. Contando com<br />
uma dupla de pilotos mais forte que os gutierros de 2016 poderá ser um bônus, e eles vão precisar! Uma<br />
vantagem será o motor Ferrari, que tem potência de sobra num ano em que a potência será mais<br />
importante que antes, por causa do maior arrasto nas retas trazido pelas novas regras.<br />
A dupla de pilotos de Gene Haas para <strong>2017</strong> é bastante competente.<br />
Grosjean vem se tornando um piloto de técnica refinada e sólida, o<br />
que garantiu muitos pontos à equipe que estreava na F1. Agora com<br />
Magnussen no boxe ao lado, deverá ter um companheiro que o<br />
ajude no desenvolvimento do VF-17, mas temos que nos perguntar<br />
porquê a Renault teria preferido ficar com o novato Palmer e liberar<br />
o experiente Mag para uma concorrente...<br />
# 8 Romain Grosjean / GRO<br />
França<br />
17/ABR/1986<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 0<br />
# 20 Kevin Magnussen / MAG<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 1<br />
Pole-positions: 0<br />
Dinamarca<br />
5/OUT/1992<br />
20
Team Sauber Formel 1<br />
Wildbachstrasse 9<br />
8340 Hinwil, Switzerland<br />
F1<br />
Sauber C 36<br />
Internet: www.sauberf1team.com<br />
Projetista : Jorg Zander<br />
Motor: Ferrari 061B Híbrido<br />
A Sauber teve uma temporada dura em 2016, se livrando de ser a pior equipe da F1 faltando apenas<br />
duas corridas para o término, quando Felipe Nasr conquistou um 9º lugar sob chuva em Interlagos. A única<br />
equipe pior que a Sauber fechou as portas no final do ano passado, então...as coisas vão ficar pretas para a<br />
equipe suíça! A chegada de Jorg Zander, ex-Audi Sport, não vai ajudar muito quando se vê um motor<br />
Ferrari do começo de 2016 montado na traseira do C36, resultado da falta de fundos que obrigou Peter<br />
Sauber a vender a equipe para uma empresa de investimentos. Nasr não renovou seu contrato por falta de<br />
patrocínio, e os carros estão sem patrocinadores, o que aumenta as chances do barco afundar de vez.<br />
A previsão é que classificarão no fim do grid, andarão nas últimas posições e não marcarão ponto em <strong>2017</strong>.<br />
Marcus Ericsson continua na equipe – prêmio ou castigo saberemos ao<br />
longo da temporada. Ele não foi bem em 2016 e não marcou pontos.<br />
Seu novo parceiro, o badalado Pascal Wehrlein, teve um inverno quente:<br />
ou assinava com a melhor equipe do mundo para substituir o campeão<br />
Nico Rosberg ou ficava na pior equipe do mundo, sem dinheiro para<br />
comprar um motor decente. Sobrou a opção 2 para ele, coitado! Talvez o<br />
fato dele ter tomado calor de pilotos novatos na Manor tenha<br />
influenciado a decisão da Mercedes.<br />
# 9 Marcus Ericsson / ERI<br />
Suécia<br />
2/NOV/1990<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 0<br />
# 94 Pascal Wehrlein / WEH<br />
Títulos Mundiais: 0<br />
Vitórias : 0<br />
Pole-positions: 0<br />
Alemanha<br />
18/OUT/1994<br />
21
F1<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
Neste desenho do renomado artista<br />
Giorgio Piola (https://www.motorsport.<br />
com/topic/giorgio-piola-s-f1-technicalanalysis/news),<br />
podemos comparar os<br />
modelos de 2016 e o deste ano e<br />
descobrir algumas das mudanças que<br />
vão valer a partir desta temporada.<br />
Uma delas, talvez a principal, é que os<br />
pneus ficaram mais largos. De 245mm na<br />
dianteira, passaram para 305mm. Isso<br />
permite maior aderência mecânica do<br />
carro no asfalto. Para aumentar ainda<br />
mais essa aderência mecânica, a bitola –<br />
distância entre o centro do carro e o<br />
centro do pneu, também foi aumentada,<br />
passando de 1650mm para 1800mm.<br />
Houve mudanças também na parte<br />
aerodinâmica dos carros. Basta olhar o<br />
desenho e você verá que o aerofólio<br />
traseiro agora ficará muito mais baixo<br />
que antes. Daqui a pouco falaremos nele<br />
Tratemos agora da asa dianteira, que foi<br />
alargada para acompanhar a maior<br />
largura do conjunto pneu/suspensão<br />
dianteiros. Com 1.800mm, ela mantém a<br />
mesma relação com o pneus dianteiros<br />
que a anterior e aumentando assim a<br />
carga aero total da frente do carro.<br />
Os primeiro treinos, contudo, mostraram<br />
que os carros continuam sensíveis à<br />
turbulência e difíceis de segurar na<br />
curva, quando atrás de outro carro.<br />
22
1600mm<br />
1800mm<br />
F1<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
405mm<br />
MAX 1600mm<br />
MIN 1400mm<br />
2000mm<br />
305mm<br />
950mm<br />
750mm<br />
325mm<br />
MAX 1400mm<br />
MIN 1300mm<br />
1800mm<br />
245mm<br />
No desenho de plano, dá para ver que<br />
a largura total do chassis e a largura total<br />
do carro também aumentaram.<br />
Na questão do chassis, a largura de<br />
1.400mm do carro anterior poderia ser<br />
mantida, mas também poderia ser<br />
alargada até 1.600mm. Pode parecer<br />
uma mudança insignificante, dez<br />
centímetros de cada lado, mas permite<br />
mudar a distribuição dos componentes e<br />
os fluxos internos na lateral do carro,<br />
com, por exemplo, radiadores mais<br />
baixos e largos – e basta ver como ficou<br />
a entrada de ar dos radiadores da Ferrari<br />
para perceber que muita coisa pode ser<br />
repensada nessa área do carro!<br />
A largura total, agora 2 metros justos, foi<br />
adotada para acomodar a maior largura<br />
dos pneus e bitola dos eixos.<br />
E, claro, podemos ver o aumento da<br />
largura dos pneus traseiros, agora com<br />
405mm, quase 25% mais largos que<br />
antes.<br />
Como o desenho mostra, os limites<br />
que o regulamento estabeleceu para o<br />
bico do carro será 200mm mais<br />
comprido, com a asa apresentando um<br />
enflexamento em vez das asas retas do<br />
passado.<br />
Ainda na parte da frente, as cercas nas<br />
laterais do chassis poderão ser mais<br />
compridas, para melhor orientar o ar sob<br />
o carro e pelas suas laterais.<br />
Já a prancha de madeira que é fixada sob<br />
o carro foi reduzida em 100mm, o que<br />
permitirá melhorar o controle do fluxo<br />
de ar antes dele entrar embaixo do carro<br />
23
F1<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
950mm<br />
800mm<br />
175mm<br />
125mm<br />
375mm<br />
1000mm<br />
É na traseira, contudo, que se verificaram<br />
as principais alterações. Como se não bastasse<br />
o aumento na largura dos pneus, os dois<br />
principais artefatos aerodinâmicos do carro<br />
foram profundamente alterados para <strong>2017</strong>.<br />
O Aerofólio Traseiro foi alargado em 40cm e<br />
deverá ser montado mais baixo, a 800mm do<br />
fundo do carro – 15cm a menos que antes.<br />
Também poderá ser montado 20cm mais para<br />
trás em relação ao eixo traseiro que antes.<br />
O ganho deve ser pequeno, pois a asa mais<br />
baixa recebe uma camada de ar mais<br />
turbulento e também sofre mais os efeitos do<br />
sopro do escapamento.<br />
Todas as equipes adotaram barbatanas dorsais<br />
na tomada de ar do motor com o objetivo de<br />
controlar esse fluxo de ar, mas nas curvas mais<br />
acentuadas a “sombra” da barbatana poderá<br />
cortar esse ar na ponta do aerofólio do lado<br />
oposto à curva, causando o estol da ponta da<br />
asa. Estol é perda de sustentação.<br />
O resultado disso é a diminuição da pressão<br />
sobre o aerofólio do lado oposto à curva, com<br />
a consequente perda de toe-in do carro, que<br />
assim poderá perder aderência na frente.<br />
A outra área que foi mudada é o Extrator<br />
de Ar, aquele chanfro que sobe do fundo do<br />
chassis até o final do carro.<br />
O Extrator foi expandido em comprimento e<br />
em altura, aumentando consideravelmente<br />
sua eficiência. Como o objetivo é reduzir a<br />
velocidade do ar nessa região do carro em<br />
relação ao ar que está passando SOBRE o<br />
Extrator, uma peça maior provoca um<br />
diferencial de pressão maior, grudando mais a<br />
traseira do carro no chão. POR ISSO<br />
aumentaram o comprimento do bico lá na<br />
frente, para a asa dianteira mais distante do<br />
eixo dianteiro contrabalançar a maior pressão<br />
atrás. Senão os carros não teriam aderência<br />
na frente.<br />
Carros maiores, com pneus mais largos e mais<br />
pressão aerodinâmica significa maior arrasto.<br />
Maior arrasto significa mais consumo de<br />
combustível. Então os tanques de gasolina<br />
foram aumentados para 105kg (era 100kg) e o<br />
peso total para 722kg – 20 quilos a mais que<br />
nos carros 2016.<br />
O DRS continuará sendo usado neste ano.<br />
24
F1<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
A AERODINÂMICA<br />
A primeira preocupação dos projetistas de carros<br />
de corrida, no começo do automobilismo, era com a<br />
velocidade máxima do carro. Todos os carros eram<br />
desenhados visando ter o motor mais potente para<br />
mover o bichão para frente e o perfil mais limpo possível<br />
para atravessar o ar.<br />
Esses princípios transformaram os <strong>Fórmula</strong> 1 nos<br />
lindos “charutinhos” dos anos 60. Mas mesmo naqueles<br />
tempos, outras técnicas foram aparecendo e deixando os<br />
carros mais velozes, e o chassis monocoque foi um deles.<br />
Em 1964, um brilhante projetista norte-americano<br />
chamado Jim Hall teve a ideia de colocar uma asa num<br />
carro. Montada de cabeça para baixo em relação ao que<br />
se usava nos aviões, o objetivo era empurrar para baixo,<br />
em vez de levantar o veículo. Era o aerofólio.<br />
O carro era o Chaparral 2C, o ano: 1964.<br />
Item<br />
fundamental<br />
na <strong>Fórmula</strong> 1<br />
As asas não tornavam os carros mais velozes nas<br />
retas – pelo contrário, Colin Chapman reclamava em<br />
1968 que seus carros desciam as retas uns bons 40 km/h<br />
a menos que em 1965. Mas as asas faziam os carros<br />
serem muito mais velozes nas curvas, e um carro passa<br />
cerca de 65% do tempo de uma volta negociando as<br />
curvas. Assim, os carros com asas eram 3 ou 4 segundos<br />
mais rápidos por volta que os carros “pelados”!<br />
Chapman, o gênio da Lotus, foi o primeiro a pensar<br />
o carro inteiro como uma grande asa, e em 1977<br />
introduziu na F-1 o conceito dos carros-asa. Tal desenho<br />
foi banido da F1 em 1981, mas a ideia continuou viva.<br />
Pouco depois, outro gênio da F1, Adrian Newey,<br />
lançou a moda do bico alto, e assim o carro foi sendo<br />
novamente transformado numa asa – pelo menos em<br />
princípio.<br />
25
F1<br />
Nas primeiras experiências com asas na F-1, os artefatos<br />
eram móveis, como no Brabham da foto acima, em 1968. Mas<br />
logo foram proibidas de se reposicionarem em movimento. A<br />
propósito, o meca de laranja na foto é um certo Ron Dennis.<br />
Dentre as bizarrices testadas, vimos a Mesa de Passar e o Limpa-<br />
Trilhos, ambos da March. O Limpa-Trilhos até ganhou corridas!<br />
Abaixo, o fechamento do túnel de venturi dos carros-asa da<br />
década de 1970 era feito por uma saia móvel, que encostava no<br />
asfalto e ia raspando pelo caminho, como no Brabham de Piquet
ARTIGO TÉCNICO<br />
Aerodinâmica<br />
F1<br />
Qual a grande diferença entre carros com bicos<br />
baixos, rentes ao solo, e os com bicos altos?<br />
Muito simples: a passagem do ar.<br />
Pode parecer simples, mas o objetivo final é<br />
apenas fazer com que a camada de ar que passa por<br />
cima do carro seja mais veloz que a camada de ar que<br />
passa por baixo do veículo.<br />
Isso é obtido obrigando o ar por baixo da carro percorrer<br />
um caminho mais longo entre o bico e o extrator de ar lá<br />
atrás. O ar por baixo “demora” mais para sair do carro.<br />
Essa diferença de velocidade entre as duas<br />
camadas de ar em contato com a carroceria gera pressão<br />
e empurra o carro contra o solo. Essa diferença é<br />
acentuada ainda mais pelo extrator, que expande o ar<br />
que está em baixo do veículo e assim reduz muito sua<br />
velocidade em relação ao ar em cima dessa peça.<br />
Felipe Massa nos mostra como é o fundo de um F1 atual.<br />
Por força do regulamento, o fundo do carro tem<br />
que ser em níveis: no fundo do chassis, tem aparafusada<br />
uma prancha de 10mm, e as laterais devem estar 50mm<br />
mais altas que o fundo do chassis sem a prancha.<br />
Tudo tem que ser plano, sem saliências ou cavidades até<br />
a altura do eixo traseiro, quando então a altura pode<br />
variar. É nessa área que vai montado o extrator, um<br />
túnel que visa expandir o ar que passa sob o carro.<br />
Aqui dá para ver um pouco da complexidade da<br />
passagem do ar por baixo do carro. Os engenheiros procuram<br />
que o ar passe conforme eles pensaram, mas Isso raramente acontece...<br />
No gráfico à direita, o vermelho indica velocidade mais alta do ar em contato com<br />
o carro, as azul as velocidades mais baixas – e o trabalho do extrator em reduzir essa<br />
velocidade. O ar em cima do carro passando mais velozmente, empurra o carro contra o solo.<br />
27
F1<br />
Aerodinâmica<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
Uma área muito sensível na questão aerodinâmica é a frente do carro –<br />
não só porque segura o veículo dentro da curva, mas também porque é<br />
muito afetado pela turbulência do carro à frente. Por isso as “persianas” que<br />
se vê hoje nas asas dianteiras e também os Dutos S, entradas de ar que<br />
capturam parte do ar sob o bico e o jogam para a parte de cima da<br />
carroceria, sugando o bico por baixo e empurrando ele por cima. Notem as<br />
saídas de ar na parte de cima dos bicos: não são saídas de radiadores, como<br />
no passado, mas por onde sai o ar “roubado” do fundo do bico.<br />
Na foto ao lado, as entradas de ar sob o bico da McLaren MCL32 de Alonso.<br />
A preocupação dos<br />
engenheiros nessa área<br />
é tanta, que a Ferrari<br />
adotou entradas de ar<br />
dos freios móveis, que<br />
mudam de altura nas<br />
curvas para aumentar a<br />
eficiência das asas e do<br />
fluxo de ar para o resto<br />
do carro! Vejam nas<br />
marcas em verde como<br />
a altura das entradas de<br />
ar muda em relação ao<br />
braço da suspensão.<br />
Ainda da Ferrari, podemos ver na foto ao lado o caminho de<br />
passagem do ar pelo Duto S. Percebe-se que há a intenção<br />
de acelerar esse fluxo antes de soprá-lo sobre o bico do<br />
carro, deixando uma passagem muito estreita para o ar.<br />
A foto também mostra que a Ferrari usa quilha dupla para<br />
fixar os braços inferiores da suspensão dianteira (setas<br />
azuis), uma solução de compromisso que permite um bico<br />
mais fino e cavado embaixo (que gera mais pressão atrás),<br />
mas que custa mais peso na parte frontal do chassis.<br />
28
F1<br />
Aerodinâmica<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
Outra área fundamental para o<br />
desempenho aerodinâmico é o extrator<br />
traseiro. Dali vem mais de 20% de toda a<br />
eficiência aero do carro.<br />
Neste ano, essa peça aumentou de tamanho.<br />
Ficou mais comprida e mais alta, o que<br />
aumenta muito o efeito de sugar o carro<br />
contra o solo quando o ar que está sob o<br />
carro expande, reduz sua velocidade e gera<br />
downforce.<br />
Cada equipe tem sua solução, como podemos<br />
ver na comparação entre Renault e Mercedes,<br />
ao lado e a Ferrari (abaixo), que mostra como<br />
a traseira é cheia de asinhas, ranhuras, fendas<br />
e flaps, numa complexidade dantesca!<br />
Da mesma forma, cada equipe trabalha com um rake específico, ou seja, a<br />
variação da altura da traseira em relação à frente do carro. A Renault, neste<br />
exemplo acima, viaja com um rake maior que a Mercedes.<br />
Na foto abaixo, dá para perceber bem como fundo do carro vai ficando mais<br />
alto da frente para a traseira, aumentando a eficiência do extrator.<br />
29
F1<br />
Aerodinâmica<br />
ARTIGO TÉCNICO<br />
“ENXERGANDO” O VENTO<br />
Não importa o quanto o túnel de vento e o CFD<br />
sejam precisos, o ser humano tem que ver com os<br />
próprios olhos o que está acontecendo na pista.<br />
Uma das maneiras de fazer isso é usando tinta<br />
especial, que ao escorrer mostra o padrão do fluxo<br />
de ar ao redor do carro.<br />
Antigamente a gente usava tufos de algodão<br />
grudados na carroceria...e vou dizer: funcionava!<br />
Outro recurso muito usado nos testes é a grade de pressão,<br />
que pode ter várias formas para mostrar o comportamento<br />
do ar em cada seção do carro.<br />
Da grade de pressão tira-se o<br />
gráfico azul acima, que vai<br />
indicar zonas de turbulência e<br />
a direção do ar naquele ponto<br />
30
O MUNDIAL <strong>2017</strong> EDIÇÃO ESPECIAL<br />
F1<br />
TODOS OS CAMPEÕES MUNDIAIS DA F1<br />
ferrari 500 F2<br />
mercedes AMG W-5 hybrid<br />
2014 lewis hamilton<br />
mercedes AMG W-6 hybrid<br />
2015 lewis hamilton<br />
mercedes AMG W-7 hybrid<br />
2016 nico rosberg<br />
31
F1<br />
Então é isso!<br />
A partir de 26 de março,<br />
em Melbourne no Grande Prêmio da Austrália,<br />
vamos descobrir ao longo do ano quem fez<br />
melhor o trabalho de casa e desenhou<br />
o melhor carro de <strong>Fórmula</strong> 1 desta temporada,<br />
quem sabe fazer as melhores largadas,<br />
quem tem braço (e coragem!) para segurar o bichão a<br />
300 km/h nas curvas de Monza, Spa, Interlagos e<br />
nas demais pistas do mundo.<br />
32
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35