Parasitoses Gastrintestinais dos Ovinos e Caprinos

09.03.2017 Views

7. RESISTÊNCIA DOS PARASITAS AOS VERMÍFUGOS A resistência é um fenômeno que ocorre quando os vermífugos já não funcionam mais. Ou seja, você dá o vermífugo para o animal, mas a maioria dos parasitas não morre com o vermífugo utilizado. Isto não acontece para todos os parasitas ao mesmo tempo. Na natureza já existem alguns (raros) parasitas que são naturalmente resistentes aos vermífugos. O vermífugo não consegue matar estes poucos parasitas porque eles têm, na sua genética, a capacidade de processarem ou eliminarem os efeitos tóxicos dos vermífugos. Cada vez que se utiliza o vermífugo, elimina-se os parasitas que são sensíveis (os que morrem) e deixa-se que somente os parasitas resistentes sobrevivam. Portanto, existem em todas as propriedades dois tipos de parasitas: PARASITAS RESISTENTES – que não morrem com o vermífugo. Atualmente, estes são os parasitas “bandidos”, nossos maiores inimigos, pois quando percebemos que nossa cabra ou ovelha precisa ser desverminada e usamos o vermífugo, estes parasitas não vão morrer. PARASITAS SENSÍVEIS – que morrem com o vermífugo. Atualmente, pode-se considerar estes parasitas como “amigos” ou parasitas “bonzinhos”, pois sabe-se que, ao fornecer o vermífugo, eles morrem. É possível dizer que há resistência no rebanho quando o número de parasitas resistentes for maior que o número de parasitas sensíveis. Toda a vez que o vermífugo é utilizado, morrem os parasitas sensíveis e somente os resistentes sobrevivem e vão deixando descendentes. Com o tempo, a maior parte da população de parasitas é descendente dos resistentes. Portanto, quanto mais usar o vermífugo, mais resistência haverá. Atenção para dica: EXCESSO DE DESVERMINAÇÕES RESISTÊNCIA DOS PARASITAS AO VERMÍFUGO MAIS VERMINOSE 21

Os vermífugos somente devem ser usados quando realmente for preciso. E, mais importante ainda, os vermífugos não podem ser usados como a única forma de controlar a verminose! Deve-se usar outras estratégias, num controle integrado, conforme abordadas no item 8, adiante. Para saber se há parasitas resistentes no seu rebanho, existem várias metodologias. Porém, uma delas é bem simples e pode ser feita em qualquer propriedade. É o chamado teste de redução da contagem de ovos (OPG) nas fezes. Para cada vermífugo a ser testado, é necessário separar um grupo de 10 a 15 animais. No dia da desverminação, coletar amostras de fezes de todos os animais individualmente para realizar o exame de OPG. Depois de 10 a 14 dias, coletar novamente as fezes dos mesmos animais. Se for comparado o OPG antes e depois da desverminação, é possível calcular a porcentagem de redução (R%), por meio da seguinte fórmula: R (%) = ( ) - ( ) média de OPG antes média de OPG depois da desverminação da desverminação média de OPG depois da desverminação x 100 Por exemplo: se antes da desverminação a média de OPG era de 9.000 e depois ficou em 1.500, a redução foi de 83,33%. Se a redução na contagem dos ovos foi menor que 90%, isto indica que há resistência dos parasitas àquele vermífugo testado. O produtor pode testar vários vermífugos ao mesmo tempo e até associações de vermífugos. Mas precisa prestar atenção: para cada um dos vermífugos testados, deve-se ter pelo menos 10 animais disponíveis. Por exemplo: se o plantel é de 40 animais, poderão ser testados três vermífugos ao mesmo tempo, pois um grupo deverá permanecer sem ser desverminado, como testemunha. O ideal é que este teste seja feito anualmente, para se escolher com qual vermífugo se vai trabalhar naquele ano. 7.1 População refúgio Ao tratar sobre o ciclo de vida dos parasitas (item 5, página 15), percebeuse que a maioria deles está no ambiente, na forma de larva. Lembrando também que estas larvas podem ser de parasitas “bonzinhos” ou “bandidos”, é preciso aprender outro conceito importante: POPULAÇÃO REFÚGIO. 22

Os vermífugos somente devem ser usa<strong>dos</strong> quando realmente for preciso.<br />

E, mais importante ainda, os vermífugos não podem ser usa<strong>dos</strong> como a única<br />

forma de controlar a verminose! Deve-se usar outras estratégias, num controle<br />

integrado, conforme abordadas no item 8, adiante.<br />

Para saber se há parasitas resistentes no seu rebanho, existem várias<br />

metodologias. Porém, uma delas é bem simples e pode ser feita em qualquer<br />

propriedade. É o chamado teste de redução da contagem de ovos (OPG) nas<br />

fezes. Para cada vermífugo a ser testado, é necessário separar um grupo de 10<br />

a 15 animais. No dia da desverminação, coletar amostras de fezes de to<strong>dos</strong> os<br />

animais individualmente para realizar o exame de OPG. Depois de 10 a 14<br />

dias, coletar novamente as fezes <strong>dos</strong> mesmos animais. Se for comparado o<br />

OPG antes e depois da desverminação, é possível calcular a porcentagem de<br />

redução (R%), por meio da seguinte fórmula:<br />

R (%) =<br />

( ) - ( )<br />

média de OPG antes média de OPG depois<br />

da desverminação<br />

da desverminação<br />

média de OPG depois da desverminação<br />

x 100<br />

Por exemplo: se antes da desverminação a média de OPG era de 9.000 e<br />

depois ficou em 1.500, a redução foi de 83,33%.<br />

Se a redução na contagem <strong>dos</strong> ovos foi menor que 90%, isto indica que há<br />

resistência <strong>dos</strong> parasitas àquele vermífugo testado. O produtor pode testar vários<br />

vermífugos ao mesmo tempo e até associações de vermífugos. Mas precisa<br />

prestar atenção: para cada um <strong>dos</strong> vermífugos testa<strong>dos</strong>, deve-se ter pelo<br />

menos 10 animais disponíveis. Por exemplo: se o plantel é de 40 animais,<br />

poderão ser testa<strong>dos</strong> três vermífugos ao mesmo tempo, pois um grupo deverá<br />

permanecer sem ser desverminado, como testemunha. O ideal é que este teste<br />

seja feito anualmente, para se escolher com qual vermífugo se vai trabalhar<br />

naquele ano.<br />

7.1 População refúgio<br />

Ao tratar sobre o ciclo de vida <strong>dos</strong> parasitas (item 5, página 15), percebeuse<br />

que a maioria deles está no ambiente, na forma de larva. Lembrando também<br />

que estas larvas podem ser de parasitas “bonzinhos” ou “bandi<strong>dos</strong>”, é<br />

preciso aprender outro conceito importante: POPULAÇÃO REFÚGIO.<br />

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