Parasitoses Gastrintestinais dos Ovinos e Caprinos

09.03.2017 Views

Além dos estrongilídeos, podem estar presentes outros parasitas de menor importância, pois dificilmente se associa a sua presença ao desenvolvimento de doenças (Quadro 2). Estes parasitas devem ser controlados quando presentes em grandes quantidades. Quadro 2 – Outros parasitas de ovinos e caprinos Strongyloides É o único parasita capaz de se multiplicar por reprodução sexuada no meio ambiente (pastagem). Porém, isso somente ocorre quando as condições do meio são adequadas, com alta temperatura e umidade. No Paraná, essas condições ocorrem no verão. É capaz de infectar os animais por penetração pela pele, e da mãe para o filho (via leite ou placenta). Pode causar diarreia intensa nos animais jovens, mas normalmente é bem tolerado. Moniezia É parasita de intestino. Normalmente não causa lesão, pois se alimenta apenas do quimo (resíduo do alimento do ovino ou caprino). Pode atingir até 30 cm de comprimento e a presença de muitos parasitas pode causar obstrução no intestino e raramente morte. O parasita adulto elimina pedaços de seu corpo, os proglotes, cheios de ovos nas fezes. Estes proglotes parecem grãos de arroz e podem ser vistos a olho nu (Figura 1). Ácaros microscópicos das pastagens se alimentam dos ovos deste parasita e desenvolvem uma larva no seu interior. Para o ovino se infectar, precisa ingerir pastagem com ácaros contaminados. Figura 1 – Proglotes de Moniezia, visíveis a olho nu, nas fezes de um ovino. 11

Fasciola hepatica É um parasita de fígado. Em sua forma adulta é pouco patogênico, mas pode ser associado à presença de icterícia (amarelão). O maior problema da Fasciola ocorre devido à ação da forma jovem, que se alimenta de fígado e sangue. Por este motivo, pode levar a um quadro de anemia e hipoproteinemia (com papeira) e morte. A Fasciola está presente em poucas regiões do Paraná, sendo mais comum em áreas com banhado ou alagadas. Ela depende da presença de um caramujo (Lymnea), que se desenvolve em regiões alagadiças, açudes e poças d’água. O animal se infecta ao ingerir pastagem contaminada com a larva da Fasciola em locais próximos àqueles que permitem o desenvolvimento dos caramujos. É muito importante diagnosticar a presença deste parasita porque, além dos prejuízos por ele causados, a doença clínica é muito semelhante à do Haemonchus e a forma de controle destes parasitas é diferente. Para saber quais são os parasitas que estão infectando os animais em uma propriedade, é necessário fazer o exame de fezes. Para realizá-lo, é preciso coletar fezes do animal, com auxílio de saco plástico flexível, conforme demostrado nas Figuras 2, 3 e 4. Este material deve ser mantido sob refrigeração até realizar o exame ou enviar para o laboratório. O grau de infecção pode ser medido pelo número de ovos de parasitas por grama de fezes (OPG). Quanto maior o OPG, maior o grau de infecção parasitária. 12 Figura 2 – Coleta de fezes diretamente do reto com auxílio de saco plástico.

Fasciola hepatica<br />

É um parasita de fígado. Em sua forma adulta é pouco<br />

patogênico, mas pode ser associado à presença de<br />

icterícia (amarelão).<br />

O maior problema da Fasciola ocorre devido à ação<br />

da forma jovem, que se alimenta de fígado e sangue.<br />

Por este motivo, pode levar a um quadro de anemia e<br />

hipoproteinemia (com papeira) e morte.<br />

A Fasciola está presente em poucas regiões do Paraná,<br />

sendo mais comum em áreas com banhado ou<br />

alagadas. Ela depende da presença de um caramujo<br />

(Lymnea), que se desenvolve em regiões alagadiças,<br />

açudes e poças d’água. O animal se infecta ao ingerir<br />

pastagem contaminada com a larva da Fasciola em<br />

locais próximos àqueles que permitem o desenvolvimento<br />

<strong>dos</strong> caramujos.<br />

É muito importante diagnosticar a presença deste parasita<br />

porque, além <strong>dos</strong> prejuízos por ele causa<strong>dos</strong>, a<br />

doença clínica é muito semelhante à do Haemonchus<br />

e a forma de controle destes parasitas é diferente.<br />

Para saber quais são os parasitas que estão infectando os animais em uma<br />

propriedade, é necessário fazer o exame de fezes. Para realizá-lo, é preciso<br />

coletar fezes do animal, com auxílio de saco plástico flexível, conforme<br />

demostrado nas Figuras 2, 3 e 4. Este material deve ser mantido sob refrigeração<br />

até realizar o exame ou enviar para o laboratório. O grau de infecção pode<br />

ser medido pelo número de ovos de parasitas por grama de fezes (OPG). Quanto<br />

maior o OPG, maior o grau de infecção parasitária.<br />

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Figura 2 – Coleta de fezes<br />

diretamente do reto com auxílio de<br />

saco plástico.

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