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Capítulo 9 Suporte Nutricional para o Exercício 261<br />

o in di ví duo seja um corredor de endurance e precise de um<br />

maior consumo quando o volume de treinamento é alto.<br />

O consumo elevado de carboidratos de alto índice glicêmico<br />

interfere nas ingestões necessárias de proteí na e gordura, e<br />

os carboidratos de alto índice glicêmico promovem a deposição<br />

de gordura no corpo devido à função da insulina, que<br />

inibe as enzimas lipolíticas que degradam a gordura. 1 A Food<br />

and Drug Administration (FDA) estima que 130 g por dia<br />

de carboidratos sejam a quantidade mínima média de glicose<br />

metabolizada pelo encéfalo, que tem uma grande preferência<br />

por esse substrato de energia. 32 Em virtude dessa necessidade,<br />

juntamente com o fato de os carboidratos serem usados por<br />

muitos outros tecidos do corpo, o valor diá rio nos rótulos dos<br />

alimentos desses macronutrientes é de 300 g por dia. Muitos<br />

alimentos ricos em carboidratos, como frutas e vegetais, também<br />

apresentam percentual relativamente baixo de gordura<br />

e alto de fibra. Tanto a baixa ingestão de gordura quanto a<br />

alta ingestão de fibras são associadas a benefícios gerais para a<br />

saú de, como diminuição do risco de alguns tipos de câncer, da<br />

obesidade e da doen ça cardiovascular. No entanto, em termos<br />

de desempenho físico, talvez o aspecto mais importante da<br />

ingestão de carboidratos seja atender às necessidades energéticas<br />

para a atividade.<br />

Durante eventos aeróbios, como a maratona, o carboidrato<br />

é o substrato metabólico preferido por diversos fatores. 14,103<br />

A velocidade na qual as quilocalorias são convertidas em ATP<br />

utilizado pelos músculos é quase 2 vezes maior com os carboidratos<br />

do que lipídios e proteí nas. Isso quer dizer que a<br />

utilização de carboidratos possibilita ao atleta correr, pedalar<br />

ou nadar em ritmo sustentável mais rápido. Outra vantagem<br />

da utilização dos carboidratos como substrato de energia é<br />

que, por unidade de oxigênio consumida pelo corpo, aproximadamente<br />

6% mais ATP é produzido quando se metabolizam<br />

carboidratos em comparação com os lipídios. Assim, ao<br />

depender dos carboidratos como principal substrato de energia<br />

durante o exercício aeróbio, ocorre uso mais eficiente do<br />

oxigênio consumido pelos músculos em exercício (Boxe 9.1). Na<br />

transição do repouso para a atividade, a utilização de carboidratos<br />

como substrato metabólico aumenta e a de gordura<br />

diminui até certa intensidade de exercício, cerca de 60% do<br />

V . o 2 máx.<br />

para o não treinado, e o carboidrato se torna o principal<br />

substrato de energia (ver “Interações de substratos”, no<br />

Capítulo 3).<br />

O uso seletivo dos carboidratos como substrato metabólico<br />

durante o exercício prolongado resulta em depleção de<br />

glicogênio hepático, já que o fígado tenta manter os níveis<br />

de glicose sanguí nea e evita a depleção de glicogênio nos<br />

músculos em exercício. Por exemplo, 1 hora de exercício de<br />

endurance de alta intensidade reduz o glicogênio hepático em<br />

cerca de 55%. No entanto, 2 horas de atividade extrema esgota<br />

quase que completamente o glicogênio tanto do fígado<br />

quanto do músculo. Isso é muito importante, pois a depleção<br />

de glicogênio está ligada à fadiga. Sabemos, por meio de uma<br />

análise quantitativa, que em corridas de longa distância, mais<br />

do que dois quintos dos corredores participantes vivenciaram<br />

uma depleção das reservas de carboidrato que limitou<br />

seu desempenho, e muitos desistiram da corrida (1 a 2% dos<br />

que começaram). 86 Assim, abordagens in di vi dualizadas para<br />

melhorar os armazenamentos de carboidrato de um corredor<br />

parecem ser uma abordagem ótima para intervenção na dieta. 86<br />

Atletas de endurance denominam de fenômeno de exaustão<br />

o ponto na corrida em que ocorre a depleção de glicogênio.<br />

Nesse momento, o ritmo no qual a atividade é rea li zada precisa<br />

ser reduzido. Embora o(s) mecanismo(s) fisiológico(s)<br />

que relaciona(m) a depleção de glicogênio com a fadiga não<br />

seja(m) completamente conhecido(s), diversos fatores podem<br />

estar envolvidos:<br />

• A velocidade mais lenta da transferência de energia das<br />

quilocalorias em ATP com o lipídio em comparação com o<br />

carboidrato, o que requer que o ritmo da atividade diminua<br />

• O uso de glicose sanguí nea para a função ideal do sistema<br />

nervoso central; isso é prioridade em relação às necessidades<br />

dos músculos em trabalho<br />

• O aumento da dependência das fibras muscula res do tipo<br />

II com a intensificação do exercício; essas fibras produzem<br />

mais ácido láctico do que as fibras do tipo I.<br />

Assim, ainda que não esteja totalmente claro por que a depleção<br />

de glicogênio resulta em fadiga durante o evento de<br />

endurance, está evidente que a depleção de glicogênio está<br />

Boxe 9.1 Aplicação da pesquisa<br />

Não é só o músculo que precisa de carboidrato<br />

O carboidrato como um macronutriente<br />

tem um papel importante no desempenho físico, especialmente<br />

quando o conteúdo de glicogênio no fígado e no músculo é<br />

necessário para atender às demandas de energia do estresse<br />

do exercício. A menos que a cetona seja adaptada devido às<br />

dietas com pouco carboidrato, a glicose desempenha um papel<br />

principal no funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. A<br />

glicose também é o combustível principal para os glóbulos brancos.<br />

Os carboidratos são a maneira mais eficiente de se obter<br />

energia durante o exercício e, conforme aumenta a intensidade,<br />

cada vez mais energia é derivada do glicogênio intramuscular<br />

e da glicose sanguínea. O exercício de endurance e exercícios<br />

anaeróbios de alto volume e alta intensidade, encontrados em<br />

alguns esportes e em alguns treinos de musculação, dependem<br />

dos carboidratos para ter a energia apropriada à manutenção da<br />

qualidade do esforço muscular e do desempenho. No entanto,<br />

há uma reserva limitada de carboidrato armazenado na forma<br />

de glicogênio e, portanto, a reposição é necessária seja por meio<br />

da dieta ou suplementação quando essa reserva é significativamente<br />

reduzida.

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