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Introdução • 5<br />

E S T U D O D E C A S O<br />

Falhas dos Navios Classe Liberty<br />

seguinte estudo de caso ilustra um papel para o<br />

O qual os cientistas e engenheiros de materiais são<br />

chamados para assumir na área de desempenho dos<br />

materiais: analisar falhas mecânicas, determinar suas<br />

causas, e então propor medidas apropriadas para evitar<br />

futuros incidentes.<br />

A falha de muitos dos navios da classe Liberty 3<br />

durante a Segunda Guerra Mundial é um exemplo bem<br />

conhecido e dramático da fratura frágil de um aço que<br />

era considerado dúctil. 4 Alguns dos primeiros navios<br />

experimentaram danos estruturais quando se desenvolveram<br />

trincas nos seus cascos. Três deles se dividiram<br />

ao meio de forma catastrófica quando as trincas se<br />

formaram, cresceram até um tamanho crítico, e então<br />

se propagaram rápida e completamente até preencher<br />

o perímetro transversal do casco do navio. A Figura 1.3<br />

mostra um dos navios que fraturou no dia seguinte ao do<br />

seu lançamento.<br />

Investigações subsequentes concluíram que um ou<br />

mais dos seguintes fatores contribuíram para cada falha: 5<br />

• Quando algumas ligas metálicas normalmente dúcteis<br />

são resfriadas até temperaturas relativamente<br />

baixas, elas ficam suscetíveis a uma fratura frágil,<br />

ou seja, elas experimentam uma transição de dúctil<br />

para frágil com o resfriamento através de uma faixa<br />

de temperatura crítica. Os navios da classe Liberty<br />

foram construídos com um aço que experimentava<br />

uma transição de dúctil para frágil. Alguns deles foram<br />

posicionados no gelado Atlântico Norte, onde<br />

o metal originalmente dúctil experimentava fratura<br />

frágil quando as temperaturas caíam abaixo da temperatura<br />

de transição. 6<br />

• Os cantos das escotilhas (a porta) eram cantos vivos;<br />

esses cantos atuaram como pontos de concentração<br />

de tensões em que podia haver a formação de trincas.<br />

Figura 1.3 O navio classe Liberty S.S. Schenectady, que em 1943<br />

falhou antes de deixar o estaleiro.<br />

(Reimpresso com permissão de Earl R. Parker, Brittle Behavior of Engineering<br />

Structures, National Academy of Sciences, National Research Council, John<br />

Wiley & Sons, Nova York, 1957.)<br />

3 Durante a Segunda Guerra Mundial, 2.710 navios cargueiros da classe Liberty foram produzidos em massa pelos Estados Unidos para<br />

abastecer de alimentos e materiais os combatentes na Europa.<br />

4 Os metais dúcteis falham após níveis de deformação permanente relativamente grandes; contudo, muito pouca, ou mesmo<br />

nenhuma deformação permanente acompanha a fratura de materiais frágeis. As fraturas frágeis podem ocorrer repentinamente, na<br />

medida em que as trincas se espalham rapidamente; a propagação da trinca é normalmente muito mais lenta nos materiais dúcteis,<br />

e a eventual fratura leva mais tempo. Por essas razões, a modalidade dúctil de fratura é geralmente preferida. As fraturas dúctil e<br />

frágil são discutidas nas Seções 8.3 e 8.4.<br />

5 As Seções 8.2 a 8.6 discutem vários aspectos da falha.<br />

6 Esse fenômeno de transição de dúctil para frágil, assim como técnicas que são usadas para medir e aumentar a faixa de temperaturas<br />

críticas, são discutidos na Seção 8.6.<br />

(continua)

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