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Propriedades das soluções CAPÍTULO 3<br />

consideráveis e o pH será alterado. A habilidade de um<br />

tampão de resistir aos efeitos de ácidos e bases é uma<br />

propriedade importante do ponto de vista prático. Esta<br />

habilidade é expressa em termos da capacidade de tamponamento<br />

(β). Ela pode ser definida como igual à quantidade<br />

de ácido ou base forte, expressa em mols de íon<br />

H + ou OH − , necessária para alterar o pH de um litro<br />

do tampão em uma unidade de pH. Dos comentários<br />

anteriores, deve ficar claro que a capacidade de tamponamento<br />

aumenta conforme a concentração dos componentes<br />

do tampão aumenta. Além disso, a capacidade<br />

também é afetada pela razão entre as concentrações do<br />

ácido fraco e seu sal, sendo a capacidade máxima (b max )<br />

obtida quanto a razão entre ácido e sal é = 1, ou seja,<br />

o pH é igual ao pK a do ácido.<br />

Os componentes de vários sistemas-tampão e as<br />

concentrações necessárias para produzir diferentes pH<br />

estão listados em vários livros de referência, como as<br />

farmacopeias. Ao selecionar um tampão apropriado, o<br />

valor do pK a do ácido deve ser próximo ao pH necessário<br />

e a compatibilidade dos componentes com outros<br />

ingredientes no sistema deve ser considerada. A toxicidade<br />

de componentes do tampão também deve ser<br />

levada em conta se a solução for usada para fins<br />

medicinais.<br />

Propriedades coligativas<br />

Quando um soluto não volátil é diluído em um solvente,<br />

certas propriedades da solução resultante são basicamente<br />

independentes da natureza do soluto e são determinadas<br />

pela concentração de partículas do soluto. Essas<br />

propriedades são chamadas de propriedades coligativas.<br />

No caso de um soluto não eletrolítico, as partículas de<br />

soluto serão moléculas, mas, se o soluto é um eletrólito,<br />

seu grau de dissociação determinará se as partículas serão<br />

apenas íons ou se uma mistura de íons e moléculas não<br />

dissociadas.<br />

A propriedade coligativa mais importante no aspecto<br />

farmacêutico é a pressão osmótica. Entretanto, como<br />

todas as propriedades coligativas estão relacionadas<br />

umas com as outras em virtude da sua dependência<br />

comum da concentração de moléculas do soluto, outras<br />

propriedades coligativas (como redução da pressão de<br />

vapor do solvente, elevação do seu ponto de ebulição e<br />

redução do seu ponto de fusão) são de interesse<br />

farmacêutico. As observações dessas outras propriedades<br />

oferecem alternativas às medidas da pressão osmótica<br />

como método para comparar as propriedades<br />

coligativas de diferentes soluções<br />

Pressão osmótica<br />

A pressão osmótica de uma solução é a pressão externa<br />

que deve ser aplicada a uma solução para evitar que<br />

ela seja diluída pela entrada de solvente por um processo<br />

conhecido como osmose. Esse consiste na difusão<br />

espontânea de solvente de uma solução de baixa concentração<br />

de soluto (ou solvente puro) para uma mais<br />

concentrada por meio de uma membrana semipermeável.<br />

Esse tipo de membrana separa as duas soluções e<br />

é permeável apenas a moléculas do solvente (ou seja,<br />

não às do soluto).<br />

Embora o processo ocorra espontaneamente sob<br />

temperatura e pressão constantes, as leis da termodinâmica<br />

indicam que ele será acompanhado por redução<br />

na energia livre (G) do sistema. Essa energia livre pode<br />

ser encarada como a energia disponível para a realização<br />

de trabalho útil. Quando se consegue uma posição<br />

de equilíbrio, não resta diferença entre as energias dos<br />

estados que estão em equilíbrio. A taxa de aumento<br />

na energia livre de uma solução causada por um<br />

aumento no número de mols de um componente é<br />

determinada pela energia livre molar parcial ( G ) ou<br />

pelo potencial químico (µ) daquele componente. Por<br />

exemplo, o potencial de solvente em uma solução<br />

binária é dado pela Equação 3.24. Os subscritos fora do<br />

parêntese do lado esquerdo indicam que a temperatura,<br />

a pressão e a quantidade de componente 1 (o soluto,<br />

neste caso) permanecem constantes:<br />

⎛ ∂G⎞<br />

⎝<br />

⎜<br />

∂ ⎠<br />

⎟ = G2 = µ 2<br />

n<br />

2 TPn , , 1<br />

(3.24)<br />

Uma vez que (por definição) apenas moléculas do<br />

solvente podem passar através de uma membrana<br />

semipermeável, a força-motriz (driving force) para<br />

osmose surge da desigualdade de potenciais químicos<br />

do solvente nos lados opostos da membrana. Assim, a<br />

direção de fluxo osmótico é da solução diluída (ou do<br />

solvente puro), em que o potencial químico do solvente<br />

é maior, devido à maior concentração de moléculas<br />

de solvente, para a solução mais concentrada, na<br />

qual a concentração e, consequentemente, o potencial<br />

químico do solvente são reduzidos pela presença de<br />

mais soluto. O potencial químico do solvente na<br />

solução mais concentrada pode ser aumentado, forçando-se<br />

as moléculas a uma proximidade maior sob a<br />

influência de uma pressão aplicada externamente. A<br />

osmose pode ser prevenida por tais meios – daí o<br />

termo pressão osmótica.<br />

A relação entre a pressão osmótica (π) e a concentração<br />

de um não eletrólito é definida para soluções<br />

diluídas. Presume-se que estas apresentam comportamento<br />

ideal pela equação de van’t Hoff (Equação<br />

3.25):<br />

πV<br />

= n 2 RT<br />

(3.25)<br />

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