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Parte 1 Princípios científicos de formas de produção de dosagens, dissolução e solubilidade<br />
Soluções-tampão e capacidade de<br />
tamponamento<br />
As soluções-tampão manterão um pH constante, mesmo<br />
quando pequenas quantidades de ácido ou álcali são adicionados<br />
à solução. Os tampões geralmente contêm misturas<br />
de um ácido fraco e um de seus sais, embora<br />
misturas de uma base fraca e um de seus sais também<br />
possam ser utilizadas. As últimas sofrem com as desvantagens<br />
oriundas da volatilidade de muitas bases.<br />
A ação de uma solução-tampão pode ser compreendida<br />
considerando-se, por exemplo, um sistema<br />
simples como uma solução de uma mistura de ácido<br />
acético e acetato de sódio em água. O ácido acético,<br />
sendo um ácido fraco, estará confinado praticamente<br />
à sua forma não dissociada, pois sua ionização será<br />
suprimida pela existência de íons acetato em comum,<br />
produzidos pela dissociação completa do sal de sódio.<br />
O pH dessa solução pode ser descrito pela Equação<br />
3.23, que é a Equação 3.16 em que [A − ] é a concentração<br />
de íons acetato e [HA] é a concentração de<br />
ácido acético na solução-tampão:<br />
−<br />
A<br />
pH = pKa<br />
+ log [ ]<br />
[ HA]<br />
(3.23)<br />
Pode ver-se, a partir da Equação 3.23, que o pH permanecerá<br />
constante enquanto o logaritmo da razão<br />
[acetato]/[ácido acético] não se altere. Quando uma<br />
pequena quantidade de ácido é adicionada à solução, ela<br />
converterá parte do sal em ácido acético. No entanto,<br />
se as concentrações tanto de íon acetato quanto de<br />
ácido acético forem suficientemente grandes, então o<br />
efeito da mudança será desprezível e o pH permanecerá<br />
constante. Do mesmo modo, a adição de uma pequena<br />
quantidade de base converterá uma parte do ácido<br />
acético em sua forma de sal, mas o pH permanecerá<br />
basicamente inalterado se as mudanças das concentrações<br />
em geral das duas espécies forem relativamente<br />
pequenas.<br />
No caso de grandes quantidades de ácido ou base<br />
serem adicionadas a um tampão, as mudanças na razão<br />
entre as espécies ionizada e não ionizada se tornam<br />
Quadro 3.1<br />
Exemplos discutidos:<br />
1. O valor de pK a do ácido acetilsalicílico, um ácido<br />
fraco, é cerca de 3,5. Se o pH do conteúdo gástrico<br />
for 2, podemos calcular a partir da equação 3,21:<br />
log [ HA ]<br />
10 = pKa<br />
− pH = 35 , −20 , = 15 ,<br />
−<br />
[A ]<br />
de modo que a razão entre a concentração não<br />
ionizada do ácido acetilsalicílico dividido pela<br />
concentração do ânion acetilsalicilato, é dada por:<br />
[ HA]:[ A − ] = antilog 15 , = 31, 61 :<br />
e<br />
log [ HA ]<br />
10 = pKa<br />
− pH = 80 , −50<br />
, = 30 ,<br />
−<br />
[ A ]<br />
− 3<br />
[ HA]:[ A ] = antilog 30 , = 10 : 1<br />
4. O pK a do fármaco básico amidopirinaé 5,0. No<br />
estômago, a razão entre a forma ionizada pela forma<br />
não ionizada do fármaco é calculada a partir da<br />
seguinte equação 3.22:<br />
2. O pH do plasma é 7,4 de modo que a razão da forma<br />
não ionizada pela forma ionizada do ácido<br />
acetilsalicílico nesse meio é dada por:<br />
log [ HA ]<br />
10 = pKa<br />
− pH = 35 , − 74 , =−39<br />
,<br />
−<br />
[ A ]<br />
e<br />
log [ +<br />
BH ] = pKa<br />
−pH<br />
= 50 , − 20 , = 30 ,<br />
[ B]<br />
+ 3<br />
[ BH ]:[ B] = antilog 30 , = 10 : 1<br />
e<br />
Enquanto que no intestino, a razão é dada por:<br />
−<br />
−4<br />
[ HA]:[ A ] = antilog ( −39 , ) = 12 , 6×<br />
10 : 1<br />
3. O pK a do fármaco, fracamente ácido, sulfapiridina é<br />
cerca de 8,0 e se o pH do conteúdo intestinal é 5,0 a<br />
razão do fármaco na forma não ionizada pela forma<br />
ionizada é dada por:<br />
e<br />
log [ +<br />
BH ] = pKa<br />
−pH<br />
= 50 , − 50 , = 0<br />
[ B]<br />
[ BH + ]:[ B] = antilog 0 = 11 :<br />
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