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Parte 1 Princípios científicos de formas de produção de dosagens, dissolução e solubilidade<br />

dessa igualdade, as tendências relativas de escape de<br />

moléculas de soluto e solvente da superfície da solução<br />

serão determinadas apenas pelo seu número relativo na<br />

superfície.<br />

Como uma solução é homogênea por definição, o<br />

número relativo dessas moléculas superficiais será o<br />

mesmo que o número relativo na solução como um todo.<br />

O mesmo pode ser expresso convenientemente pela fração<br />

molar dos componentes, pois, para uma solução binária (ou<br />

seja, aquela com dois componentes), x 1 + x 2 = 1, em que<br />

x 1 e x 2 são as frações molares do soluto e do solvente,<br />

respectivamente.<br />

A pressão de vapor total (P) exercida por uma solução<br />

binária é dada pela Equação 3.1:<br />

P = p 1 + p 2<br />

(3.1)<br />

em que p 1 e p 2 são as pressões de vapor parciais exercidas<br />

sobre a solução pelo soluto e pelo solvente,<br />

respectivamente. A Lei de Raoult afirma que a pressão<br />

parcial de vapor (p) exercida por um componente volátil<br />

em uma solução a uma dada temperatura é igual à<br />

pressão de vapor do componente puro à mesma temperatura<br />

(p o ), multiplicada pela sua fração molar na solução<br />

(x). Isto é:<br />

Assim, pelas Equações 3.1 e 3.2:<br />

p<br />

= p o x<br />

(3.2)<br />

o o<br />

P = p + p = p x + p x<br />

1 2 1 1 2 2<br />

(3.3)<br />

em que p 1 o e p 2 o são as pressões de vapor exercidas pelo<br />

soluto puro e pelo solvente puro, respectivamente. Se a<br />

pressão de vapor total da solução for descrita pela<br />

Equação 3.3, então o sistema obedece à Lei de Raoult.<br />

Uma das consequências dos comentários anteriores é<br />

que uma solução ideal pode ser definida como aquela que<br />

obedece à Lei de Raoult. Além disso, só se deve esperar<br />

que exibam o comportamento ideal sistemas reais compostos<br />

de substâncias quimicamente similares, pois<br />

apenas neles as condições de forças intermoleculares<br />

iguais entre os componentes (como presume o modelo<br />

ideal) pode provavelmente ser satisfeita. Consequentemente,<br />

a Lei de Raoult é obedecida por meio de uma<br />

faixa considerável de concentrações por relativamente<br />

poucos sistemas na realidade.<br />

Misturas de, por exemplo, benzeno + tolueno, n-hexano<br />

+ n-heptano, bromoetano + iodoetano e misturas<br />

binárias de hidrocarbonetos fluorados são sistemas que<br />

exibem esse comportamento ideal. Note a similaridade<br />

química entre os dois componentes da mistura em cada<br />

exemplo.<br />

Soluções reais ou não ideais<br />

A maioria das soluções reais não exibe comportamento<br />

ideal, pois as forças de interação soluto-soluto, solutosolvente<br />

e solvente-solvente são desiguais. Essas desigualdades<br />

alteram a concentração efetiva de cada<br />

componente. Desse modo, ele não pode ser representado<br />

por uma expressão normal de concentração como<br />

o termo x de fração molar usado nas Equações 3.2 e<br />

3.3. Consequentemente, as soluções reais frequentemente<br />

desviam da Lei de Raoult e as equações anteriores<br />

não são obedecidas nestes casos. Essas equações<br />

podem ser modificadas, porém, substituindo-se cada<br />

termo de concentração (x) por uma medida da concentração<br />

efetiva, fornecida pela chamada atividade (ou<br />

atividade termodinâmica), a. Assim, a Equação 3.2 converte-se<br />

na Equação 3.4:<br />

p<br />

= p o a<br />

(3.4)<br />

e a equação resultante é aplicável a todos os sistemas,<br />

independentemente de serem ideais ou não ideais.<br />

Convém notar que, se a solução exibe comportamento<br />

ideal, então a é igual a x, porém a não será igual a x se<br />

houver desvios de tal comportamento. A razão entre a<br />

atividade e a fração molar é chamada coeficiente de atividade<br />

(f) e oferece uma medida do desvio com relação<br />

ao ideal. Assim, quando a = x, f = 1.<br />

No caso em que as forças atrativas entre as moléculas<br />

de soluto e do solvente forem mais fracas do que aquelas<br />

entre as próprias moléculas do soluto ou entre as próprias<br />

moléculas do solvente, os componentes tenderão<br />

a apresentar baixa afinidade um pelo outro. A tendência<br />

de escape das moléculas superficiais nesse tipo de<br />

sistema é maior quando comparada com uma solução<br />

ideal. Em outras palavras, p 1 , e p 2 e, portanto, P são<br />

maiores do que o esperado pela Lei de Raoult. Assim,<br />

as atividades termodinâmicas dos componentes são<br />

maiores do que suas frações molares, isto é, a 1 > x 1 e<br />

a 2 > x 2 . Diz-se que esse tipo de sistema apresenta um<br />

desvio positivo da Lei de Raoult e a extensão do desvio<br />

aumenta conforme a miscibilidade dos componentes<br />

diminui. Por exemplo, uma mistura de álcool e benzeno<br />

apresenta um desvio menor do que a mistura menos<br />

miscível de água + éter dietílico, enquanto a mistura<br />

praticamente imiscível de benzeno + água exibe um<br />

desvio positivo extremamente grande.<br />

Por outro lado, se as moléculas de soluto e solvente têm<br />

forte afinidade mútua (o que pode, por vez, resultar na<br />

formação de um complexo ou composto), ocorre um<br />

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