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Propriedades das soluções CAPÍTULO 3<br />

importância no delineamento de formas farmacêuticas e<br />

na administração de fármacos. Muito já foi publicado em<br />

outras fontes e com mais detalhamento. Por isso, o leitor<br />

que necessite de informações adicionais pode buscar<br />

algumas referindo-se à bibliografia no final do capítulo.<br />

Tipos de solução<br />

As soluções podem ser classificadas de acordo com o<br />

estado físico (isto é, gasoso, líquido ou sólido) do(s)<br />

soluto(s) e do solvente. Embora possa haver diversos<br />

tipos, quase todas as soluções de interesse farmacêutico<br />

têm solventes líquidos. Além disso, os solutos são predominantemente<br />

substâncias sólidas. Consequentemente, a<br />

maior parte da informação deste capítulo é relevante para<br />

soluções de sólidos em líquidos.<br />

Pressões de vapor de sólidos, líquidos<br />

e soluções<br />

Para entender várias das propriedades das soluções, é<br />

necessário conhecer o conceito de uma solução ideal e<br />

seu uso como sistema de referência, com o qual o comportamento<br />

de soluções reais (não ideais) pode ser comparado.<br />

Por sua vez, esse conceito baseia-se no<br />

entendimento da pressão de vapor. A presente seção<br />

serve como introdução para a discussão posterior sobre<br />

soluções ideais e não ideais.<br />

A teoria cinética da matéria mostra que o movimento<br />

térmico das moléculas de uma substância no seu estado<br />

gasoso é mais do que suficiente para superar as forças<br />

atrativas que existem entre as moléculas. Assim, as<br />

moléculas estarão submetidas a um movimento completamente<br />

aleatório dentro dos limites do recipiente.<br />

A situação é inversa, porém, quando a temperatura é<br />

reduzida o suficiente para que uma fase condensada seja<br />

formada. Nesta, os movimentos térmicos das moléculas<br />

são agora insuficientes para superar completamente as<br />

forças atrativas intermoleculares e surge algum grau de<br />

ordem no arranjo relativo das moléculas. Esse estado<br />

condensado pode ser líquido ou sólido.<br />

No caso em que as forças intermoleculares sejam tão<br />

fortes que deem origem a um alto grau de ordem,<br />

quando a estrutura é influenciada muito pouco por<br />

movimentos térmicos, a substância costuma estar no<br />

estado sólido.<br />

No estado condensado líquido, as influências relativas<br />

do movimento térmico e das forças atrativas intermoleculares<br />

são intermediárias entre aquelas nos estados<br />

gasoso e sólido. Assim, os efeitos de interação entre os<br />

dipolos permanentes e induzidos, isto é, as ditas forças<br />

de atração de van der Waals, causam alguma coesão entre<br />

as moléculas do líquido. Consequentemente, os líquidos<br />

ocupam um volume definido sobre uma superfície, diferentemente<br />

dos gases. Além disso, não obstante haja<br />

evidência de estrutura nos líquidos, essa estrutura é<br />

muito menos aparente do que nos sólidos.<br />

Embora tanto os sólidos quanto os líquidos sejam sistemas<br />

condensados com moléculas coesas, algumas das<br />

moléculas nas superfícies desses sistemas ocasionalmente<br />

irão adquirir energia suficiente para superar as forças<br />

atrativas exercidas pelas moléculas adjacentes. Essas<br />

moléculas podem, portanto, escapar da superfície para<br />

formar uma fase de vapor. Na situação em que a temperatura<br />

seja mantida constante, um equilíbrio será estabelecido<br />

entre a fase de vapor e a fase condensada. A<br />

pressão exercida pelo vapor neste equilíbrio é chamada<br />

de pressão de vapor da substância.<br />

Todos os sistemas condensados têm a habilidade inerente<br />

de dar origem a uma pressão de vapor. No entanto,<br />

as pressões de vapor exercidas pelos sólidos são geralmente<br />

bem menores do que aquelas exercidas pelos<br />

líquidos, pois as forças intermoleculares nos sólidos são<br />

mais fortes do que nos líquidos. Portanto, a tendência<br />

das moléculas superficiais ao escape é maior nos líquidos.<br />

Consequentemente, a perda de vapor na superfície dos<br />

líquidos pelo processo de evaporação é mais comum do<br />

que a perda de vapor na superfície dos sólidos por<br />

sublimação.<br />

No caso de um solvente líquido contendo um soluto<br />

dissolvido, as moléculas tanto do solvente quanto do<br />

soluto podem apresentar tendência a escapar da superfície<br />

e a contribuir para a pressão de vapor. As tendências<br />

relativas ao escape dependerão do número relativo de<br />

moléculas diferentes na superfície da solução e das intensidades<br />

relativas das forças atrativas entre moléculas adjacentes<br />

de solvente por um lado e moléculas do soluto e<br />

do solvente por outro. Como as forças intermoleculares<br />

entre solutos sólidos e solventes líquidos tendem a ser<br />

relativamente fortes, essas moléculas de soluto geralmente<br />

não escapam da superfície de uma solução e não<br />

contribuem para a pressão de vapor. Em outras palavras,<br />

o soluto não costuma ser volátil e a pressão de vapor<br />

surge unicamente do equilíbrio dinâmico estabelecido<br />

entre as taxas de evaporação e condensação de moléculas<br />

de solvente contidas na solução. Em uma mistura de<br />

líquidos miscíveis, ou seja, um líquido em uma solução<br />

líquida, as moléculas de ambos os componentes tendem<br />

a evaporar e contribuem para a pressão de vapor total<br />

exercida pela solução.<br />

Soluções ideais: Lei de Raoult<br />

O conceito de uma solução ideal foi apresentado a fim<br />

de oferecer um sistema-modelo que possa ser usado<br />

como um padrão com o qual soluções reais ou não ideais<br />

sejam comparadas. No modelo, presume-se que todas as<br />

forças intermoleculares sejam idênticas. Assim, as interações<br />

solvente/solvente, soluto/solvente e soluto/soluto<br />

são idênticas e iguais à força da interação intermolecular<br />

tanto no solvente puro quanto no soluto puro. Por causa<br />

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