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Capítulo 6 Glândulas 6Salivares 303<br />

CAPÍtulo<br />

Glândulas salivares<br />

Luiz de Abreu Junior<br />

Renato Sartori de Carvalho<br />

Rainer G. Haetinger<br />

Ademar José de Oliveira Paes Junior<br />

QQIntrodução<br />

As glândulas salivares podem ser divididas em dois grupos<br />

exócrinos: glândulas salivares maiores e glândulas salivares<br />

menores. As glândulas salivares maiores incluem as glândulas<br />

parótidas, submandibulares e sublinguais. As centenas de glândulas<br />

salivares menores estão dispostas na mucosa da cavidade<br />

oral e faringe, principalmente orofaringe.<br />

A grande função das glândulas salivares é a secreção de saliva,<br />

que, por sua vez, apresenta um importante papel na lubrificação<br />

dentária e da mucosa na digestão e na imunidade, além<br />

de um papel adjunto na manutenção da homeostase do corpo<br />

humano. A redução da secreção salivar resulta em deterioração<br />

da saúde bucal, apresentando impacto na qualidade de vida<br />

do paciente.<br />

Pacientes com boca seca apresentam dificuldade para engolir,<br />

falar, usar próteses dentárias, ficando mais sucetíveis a ulcerações<br />

da mucosa oral. Também podem apresentar alterações gustativas,<br />

redução da higiene oral, sensação de queimação bucal,<br />

predispondo ao aparecimento de infecções por Candida albicans<br />

e, consequentemente, ao aparecimento de cáries dentárias. O<br />

uso de várias medicações é outro fator pode reduzir a produção<br />

salivar. Xerostomia também ocorre na síndrome de Sjögren e<br />

após tratamento radioterápico dos tumores de cabeça e pescoço.<br />

As glândulas salivares podem ser afetadas por uma grande<br />

variedade de processos patológicos: lesões inflamatórias, infecciosas,<br />

sistêmicas, obstrutivas ou neoplásicas, com uma grande<br />

diversidade de lesões malignas e benignas, apesar da baixa<br />

incidência das neoplasias salivares. Os tumores das glândulas<br />

salivares correspondem a menos de 3% dos tumores de cabeça<br />

e pescoço e menos de 0,1% das mortes causadas por câncer.<br />

Os tumores parotídeos correspondem à grande maioria dos<br />

tumores de glândulas salivares, seguidos por ordem de frequência<br />

pelas glândulas submandibulares, salivares menores,<br />

sublinguais e ectópicas. Acredita-se que as células basais dos<br />

ductos excretores e as células pertencentes aos ductos intercalados<br />

agem como células de reserva para células mais diferenciadas<br />

da unidade glandular salivar e, consequentemente, que<br />

os tumores epiteliais se originam destas células de reserva, em<br />

vez do ácino glandular.<br />

Epidemiologicamente, os tratamentos radioterápicos podem<br />

predispor ao aparecimento de tumores das glândulas salivares.<br />

Existem também relatos de predisposição aos tumores salivares<br />

relacionada ao vírus Epstein-Barr (EBV), principalmente ao<br />

carcinoma indiferenciado, especialmente em chineses e indivíduos<br />

de etnia esquimó. Infecções relacionadas a HIV, herpes e<br />

papiloma não são descritas na literatura como fatores de risco<br />

para a etiologia dos tumores.<br />

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