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4<br />

PARTe I PRINCÍPIOS BÁSICOS<br />

TABELA 1-1<br />

Modificação das Dez Regras de Bruner por Braithwaite e Klenerman<br />

APLICAÇÃO<br />

Aplique somente em um membro saudável ou com cuidado em um membro não saudável<br />

TAMANHO DO TORNIQUETE Braço, 10 cm; perna, 15 cm ou mais largo em pernas grandes<br />

LOCAL DE APLICAÇÃO Braço superior; coxa média/superior idealmente<br />

ACOLCHOAMENTO<br />

De pelo menos duas camadas de algodão ortopédico<br />

PREPARAÇÃO DA PELE Oclua para evitar o umedecimento do algodão. Use 50 a 100 mmHg acima da pressão sistólica<br />

para o braço; o dobro da pressão sistólica para a coxa; ou 200-250 mmHg para o braço e<br />

250-350 mmHg para a perna (manguitos grandes são recomendados para membros maiores em<br />

vez de aumentar a pressão)<br />

TEMPO<br />

Máximo absoluto de 3 h (recupera-se em 5-7 dias), geralmente não exceder 2 h<br />

TEMPERATURA<br />

Evite o aquecimento (p. ex., luzes quentes), frio se viável, e mantenha os tecidos úmidos<br />

REGISTRO<br />

Duração e pressão calibrada pelo menos semanalmente com manômetro de mercúrio ou<br />

manômetro de teste de manutenção; manutenção a cada 3 meses<br />

Modificado de Kutty S, McElwain JP: Padding under tourniquets in tourniquet controlled surgery: Bruner’s ten rules revisited, Injury 33:75, 2002.<br />

aplicado sobre a pele imediatamente distal ao torniquete. Torniquetes<br />

pneumáticos estéreis estão disponíveis para operações ao redor<br />

do cotovelo e do joelho. O membro pode ser preparado e envolto<br />

em campos cirúrgicos antes da aplicação do torniquete. Eventualmente,<br />

uma lesão superficial da pele pode ocorrer na margem superior<br />

do torniquete na região da prega glútea. Esta lesão geralmente<br />

ocorre em indivíduos obesos e, provavelmente, está relacionada ao<br />

uso de um torniquete reto em vez de um curvo.<br />

Torniquetes pneumáticos devem ser mantidos em bom estado,<br />

e todas as válvulas e manômetros devem ser verificados rotineiramente.<br />

O tubo interno deve ser completamente vedado num invólucro<br />

para evitar que se inche por meio de uma abertura, permitindo<br />

a queda da pressão ou causando um “rompimento”. O manguito<br />

também deve ser inspecionado com cuidado. Torniquetes descartáveis<br />

estéreis de uso único são os preferíveis, uma vez que torniquetes<br />

reutilizáveis devem ser completamente descontaminados após cada<br />

uso a fim de evitar a colonização microbiana.<br />

Qualquer manômetro aneroide deve ser calibrado com frequência.<br />

Os manômetros mais recentes possuem fichas de instruções.<br />

Os torniquetes são vendidos com manômetros de teste para<br />

que tenham sua calibração adequada testada. No entanto, o manômetro<br />

de teste também é um manômetro aneroide, e está sujeito a<br />

erro. A precisão do manômetro de teste deve ser testada por meio<br />

de um manômetro de mercúrio. O manômetro de teste deve ser<br />

verificado uma vez por semana, e cada manômetro do torniquete<br />

deve ser testado com um manômetro de teste antes de seu uso. Se<br />

houver uma discrepância de mais de 20 mm entre o torniquete e<br />

o manômetro de teste, o equipamento deverá ser descartado. Um<br />

dos maiores perigos no uso de um torniquete é um manômetro<br />

com registro indevido; já foram observados manômetros de teste<br />

com erro de calibração de 300 mm. Em muitas lesões por torniquete,<br />

os manômetros foram posteriormente verificados, e foi descoberto<br />

que eles estavam totalmente imprecisos, causando uma<br />

pressão excessiva.<br />

A paralisia de torniquete pode ser resultante de (1) pressão<br />

excessiva; (2) pressão insuficiente, resultando em congestão passiva<br />

da parte, com infiltração hemorrágica do nervo; (3) permanência do<br />

torniquete por muito tempo; ou (4) aplicação sem considerar a<br />

anatomia local. Não há nenhuma regra sobre por quanto tempo um<br />

torniquete pode ser inflado com segurança. O tempo pode variar com<br />

a idade do paciente e o suprimento vascular da extremidade. Em um<br />

adulto saudável normal com menos de 50 anos de idade, nós preferimos<br />

manter o torniquete inflado por não mais de 2 horas. Se uma<br />

operação na extremidade inferior durar mais de 2 horas, é melhor<br />

terminá-la o mais rápido possível do que desinflar o torniquete por<br />

10 minutos e então inflá-lo novamente. Foi observado que 40<br />

minutos são necessários para que os tecidos retornem ao normal<br />

após o uso prolongado de um torniquete. Consequentemente, a<br />

prática anterior de desinflar o torniquete por 10 minutos parece ser<br />

inadequada. A síndrome pós-torniquete, como reconhecida primeiramente<br />

por Bunnell, é uma reação comum à isquemia prolongada<br />

e é caracterizada por edema, palidez, rigidez articular, fraqueza<br />

motora e parestesia subjetiva. Acredita-se que esta complicação seja<br />

relacionada à duração da isquemia, e não ao efeito mecânico do<br />

torniquete. A síndrome pós-torniquete interfere com o movimento<br />

precoce e resulta em maior necessidade de narcóticos. A resolução<br />

espontânea ocorre geralmente dentro de 1 semana.<br />

Síndrome compartimental, rabdomiólise e embolia pulmonar<br />

são complicações raras do uso de torniquete. Complicações vasculares<br />

podem ocorrer em pacientes com arteriosclerose grave ou<br />

enxertos protéticos. Um torniquete não deve ser aplicado sobre<br />

um enxerto protético vascular.<br />

Torniquetes pneumáticos geralmente são aplicados na parte<br />

superior do braço e da coxa, e um torniquete bem acolchoado na<br />

panturrilha proximal é seguro para a cirurgia do pé e do tornozelo.<br />

As orientações gerais para o uso seguro de torniquetes pneumáticos<br />

estão descritas na Tabela 1-1.<br />

O torniquete de Esmarch ainda está em uso em algumas áreas<br />

e é o mais seguro e mais prático dos torniquetes elásticos. Ele é usado<br />

somente nos terços médio e superior da coxa. Este torniquete tem um<br />

uso definido, embora limitado, uma vez que pode ser aplicado em<br />

uma posição mais alta na coxa − diferentemente do torniquete pneumático.<br />

O torniquete de Esmarch é aplicado em camadas, uma em<br />

cima da outra; uma faixa estreita produz menos danos aos tecidos do<br />

que uma larga.<br />

Uma bandagem de borracha de Martin pode ser usada com segurança<br />

como um torniquete para procedimentos rápidos no pé. A elevação<br />

e a exsanguinação da perna são feitas envolvendo a bandagem de<br />

borracha nos maléolos do tornozelo e fixando-a com uma braçadeira.<br />

A porção distal da bandagem é liberada para expor a área operatória.<br />

Atenção especial deve ser dada ao se usar torniquetes nos<br />

dedos e artelhos. Um torniquete de anel de borracha ou um torniquete<br />

feito com dedo de luva trançado ao redor do dedo não devem<br />

ser usados, pois podem ser inadvertidamente deixados no lugar<br />

sob um curativo, resultando na perda do dedo. Um dedo de luva<br />

ou dreno de Penrose podem ser colocados ao redor da porção<br />

proximal do dedo, esticados e fixados com uma pinça hemostática.<br />

Este é um método muito mais seguro para a cirurgia dos dedos. É<br />

difícil incluir inadvertidamente uma pinça hemostática em um<br />

curativo dos dedos.

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