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Formação substitutiva e formação de sintomas não coincidem aqui. Nisso também<br />
aprendemos algo sobre o mecanismo da repressão. Como em todos os<br />
casos, ela efetuou aqui uma retração da libido, mas para este fim se serviu da<br />
formação reativa, mediante o fortalecimento de uma oposição. Logo, a formação<br />
substitutiva tem aqui o mesmo mecanismo que a repressão, e no fundo<br />
coincide com esta, mas se distingue cronologicamente — e conceitualmente<br />
— da formação de sintomas. É muito provável que o processo inteiro seja tornado<br />
possível pela relação de ambivalência em que se inscreve o impulso<br />
sádico a ser reprimido.<br />
Mas a repressão, inicialmente boa, não se sustenta, e com a progressão das<br />
coisas o seu fracasso ressalta cada vez mais. A ambivalência, que permitiu a<br />
repressão através da formação reativa, é também o lugar onde o reprimido<br />
consegue retornar. O afeto desaparecido volta transformado em angústia social,<br />
angústia da consciência, recriminação desmedida, a ideia rejeitada é trocada<br />
por um substituto por deslocamento, com frequência deslocamento para<br />
algo menor, indiferente. Em geral há uma tendência inegável para restabelecer<br />
intacta a ideia reprimida. O fracasso na repressão do fator quantitativo, afetivo,<br />
põe em jogo o mesmo mecanismo de fuga por meio de proibições e escapatórias<br />
que já vimos na formação da fobia histérica. Mas a ideia rejeitada do<br />
consciente é tenazmente mantida dessa forma, porque envolve um impedimento<br />
da ação, um entrave motor ao impulso. Assim o trabalho de repressão,<br />
na neurose obsessiva, prolonga-se numa luta interminável e sem êxito.<br />
A pequena série de comparações aqui apresentada deve nos convencer da<br />
necessidade de investigações mais abrangentes, para que possamos ter a esperança<br />
de compreender os processos relacionados à repressão e formação<br />
neurótica de sintomas. O extraordinário entrelaçamento de todos os fatores a<br />
considerar nos deixa apenas um caminho livre para a exposição. Temos que<br />
escolher ora um, ora outro ângulo, e persegui-lo através do material, enquanto<br />
sua utilização parece dar frutos. Cada uma dessas elaborações será incompleta