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sucedida, uma parcela de sensações dolorosas liga-se aos próprios sintomas, ou<br />
não é possível impedir algum desencadeamento da angústia, o que por sua vez<br />
põe em movimento o mecanismo de formação de fobias. O conteúdo ideativo<br />
da representante instintual é radicalmente subtraído à consciência; como formação<br />
substitutiva — e ao mesmo tempo como sintoma — se encontra uma inervação<br />
muito acentuada — somática, em casos exemplares —, ora de<br />
natureza sensorial, ora motora, como excitação ou como inibição. A um exame<br />
mais atento, o local superinervado se revela parte da representante instintual<br />
reprimida, que atraiu para si, como por condensação, todo o investimento.<br />
Claro que essas observações também não desvendam inteiramente o mecanismo<br />
de uma histeria de conversão; deve ser aí acrescentado principalmente o<br />
fator da regressão, que será oportunamente apreciado.<br />
Pode-se julgar completamente falha a repressão da histeria [de conversão],<br />
na medida em que foi tornada possível somente por formações substitutivas<br />
extensas; mas quanto à forma de dispor do montante afetivo, a verdadeira<br />
tarefa da repressão, ela significa geralmente um completo êxito. Na histeria de<br />
conversão, o processo de repressão é concluído com a formação de sintomas e<br />
não necessita, como no caso da histeria de angústia, prolongar-se num segundo<br />
momento — ou mesmo indefinidamente.<br />
A repressão mostra mais um aspecto diferente na terceira afecção a que recorremos<br />
para comparação, a da neurose obsessiva. Aqui ficamos em dúvida, a<br />
princípio, sobre o que devemos considerar como representante submetida à<br />
repressão, se uma tendência libidinal ou uma hostil. A incerteza vem de que a<br />
neurose obsessiva tem por pressuposto uma repressão, por meio da qual uma<br />
tendência sádica tomou o lugar de uma afetuosa. É esse impulso hostil para<br />
com uma pessoa amada que é sujeito à repressão. Numa primeira fase do trabalho<br />
de repressão, o efeito é bem diferente do que será depois. De início, o<br />
êxito é completo, o conteúdo ideativo é rechaçado e o afeto é levado a desaparecer.<br />
Como formação substitutiva se verifica uma mudança do Eu, a elevação<br />
da conscienciosidade, que não se pode chamar exatamente de sintoma.<br />
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