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Freud

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Naturalmente a repressão fracassada tem mais direito ao nosso interesse do<br />

que aquela mais ou menos bem-sucedida, que em geral escapa ao nosso estudo.<br />

Agora pretendemos obter uma visão do mecanismo do processo de<br />

repressão, e saber, principalmente, se existe apenas um mecanismo de<br />

repressão ou vários deles, e se cada uma das psiconeuroses se distinguiria por<br />

um mecanismo de repressão todo próprio. Mas já no começo desta pesquisa<br />

nós vislumbramos complicações. O mecanismo de uma repressão se torna<br />

acessível para nós apenas quando o deduzimos a partir dos resultados da<br />

repressão. Limitando a observação aos seus resultados na parte ideativa da<br />

representante, descobrimos que em geral a repressão produz uma formação<br />

substitutiva. Qual é então o mecanismo dessa formação substitutiva? Ou existem,<br />

aqui também, vários mecanismos a diferenciar? Sabemos igualmente<br />

que a repressão deixa sintomas. Podemos então supor que a formação substitutiva<br />

e a formação de sintomas coincidem, e, se assim for no conjunto, o<br />

mecanismo da formação de sintomas equivale ao da repressão? Atualmente a<br />

probabilidade maior é de que os dois divirjam bastante, de que não seja a<br />

repressão mesma que produz formações substitutivas e sintomas, mas que estes<br />

surjam como indícios de um retorno do reprimido, em virtude de processos inteiramente<br />

outros. Então parece recomendável que se investiguem os mecanismos<br />

da formação de substitutos e de sintomas antes daqueles da repressão.<br />

É claro que a especulação já não pode ajudar aqui, tendo que ser substituída<br />

pela cuidadosa análise dos efeitos da repressão, a serem observados nas diferentes<br />

neuroses. Mas devo propor que também esse trabalho seja adiado, até<br />

que tenhamos formado ideias confiáveis sobre a relação entre o consciente e o<br />

inconsciente. Apenas para que esta discussão não acabe inteiramente sem<br />

frutos, anteciparei que 1) de fato, o mecanismo da repressão não coincide com<br />

o ou os mecanismos da formação substitutiva, 2) há mecanismos bastante diversos<br />

de formação substitutiva, e 3) há pelo menos uma coisa comum aos

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