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Freud

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retribui devidamente a sua saudação. Não têm fim essas dificuldades ligadas à<br />

saudação, que eles criam conforme seu humor e as circunstâncias. E nada<br />

muda em sua conduta se lhes dizemos — o que eles bem sabem — que tirar o<br />

chapéu ao cumprimentar significa rebaixar-se ante a pessoa que se<br />

cumprimenta, que um grande da Espanha, por exemplo, tinha o privilégio de<br />

permanecer de cabeça coberta diante do rei, e que a sensibilidade deles em relação<br />

ao cumprimento tem o sentido, portanto, de não se mostrar menor do<br />

que a outra pessoa julga ser. O fato de sua sensibilidade resistir a um esclarecimento<br />

desses autoriza a suposição de que um motivo não tão conhecido da<br />

consciência está operando, e a origem dessa intensificação poderia muito bem<br />

ser encontrada na relação com o complexo da castração.<br />

* Título original: “Eine Beziehung zwischen einem Symbol und einem Symptom”. Publicado<br />

primeiramente em Internationale Zeitschrift für ärztliche Psychoanalyse, v. 4, n. 2, 1916, pp.<br />

111-2. Traduzido de Gesammelte Werke, v. x, pp. 394-5.<br />

** Uma descrição mais completa do ritual obsessivo desta paciente se acha nas Conferências introdutórias<br />

à psicanálise, cap. xvii (1915-17), onde, porém, fala-se apenas de dois travesseiros,<br />

um pequeno colocado sobre um maior, e não há menção do “conhecido significado de desenhos<br />

em muros” — referência pouco clara, de resto.

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