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2<br />

poder<br />

Goiânia, 23 de Agosto de 2016<br />

DIÁRIO DO ESTADO<br />

Entrevista Marconi Perillo<br />

‘Lava Jato mudou a política’<br />

Demian Duarte<br />

A<br />

Operação Lava Jato<br />

tem provocado importantes<br />

mudanças na<br />

política brasileira. É o que<br />

avalia o governador Marconi<br />

Perillo (PSDB), em entrevista<br />

exclusiva ao Diário<br />

do Estado, no Palácio das<br />

Esmeraldas. No entanto,<br />

Marconi acredita que outras<br />

medidas devem ser adotadas,<br />

principalmente uma reforma<br />

política que diminua<br />

o número de partidos. Ele<br />

faz um retrospecto das conquistas<br />

de seus governos e<br />

uma previsão otimista para<br />

os últimos dois anos e pouco<br />

de mandato, sobretudo<br />

com os recursos da privatização<br />

da Celg. E reafirma<br />

o nome do vice-governador<br />

e secretário de Segurança<br />

Pública, José Eliton, como<br />

nome da base para 2018.<br />

Leia a entrevista a seguir.<br />

Alexandre Braga<br />

e Divino Olavio<br />

Diário do Estado - Governador,<br />

o deputado<br />

José Nelto apresentou<br />

uma denúncia hoje (ontem)<br />

à tarde na Assembleia<br />

Legislativa, sobre<br />

programa Renda Cidadã.<br />

Disse que o senhor estaria<br />

favorecendo candidatos<br />

do partido do senhor, o<br />

que seria crime eleitoral.<br />

Como é que o senhor vê?<br />

Maconi Perillo - Primeiro<br />

que o Renda Cidadã existe<br />

desde 2000, eu que criei<br />

esse programa. Ele virou,<br />

inclusive, modelo pro Brasil.<br />

Os outros governadores<br />

copiaram, o próprio governo<br />

federal também copiou. É<br />

um programa que foi remodelado<br />

agora. Ele vai atender<br />

as famílias mais numerosas,<br />

mais pobres, idosos,<br />

deficientes. E eu só posso lamentar<br />

que um parlamentar<br />

queira atrapalhar as famílias,<br />

prejudicar as famílias pobres<br />

em uma hora tão difícil vivida<br />

pelo País. Nós vivemos a<br />

maior crise história do Brasil,<br />

as pessoas estão perdendo<br />

os empregos, e é lamentável<br />

que algum parlamentar<br />

queira atrapalhar as pessoas<br />

a terem seu benefício.<br />

DE - O sr. inaugurou<br />

há pouco o Centro de<br />

Excelência, quais outras<br />

obras que o seu governo<br />

reserva pra Goiânia neste<br />

resto de mandato, esses<br />

dois anos?<br />

“Nos dois anos e<br />

pouco que nos falta<br />

de governo, nós vamos<br />

ter recursos de outras<br />

áreas... Mas se tivermos<br />

os recursos da Celg,<br />

aí nós vamos poder<br />

fazer muito mais.”<br />

Marconi - Nós estamos<br />

reformando o centro de esporte<br />

no Setor Pedro Ludovico,<br />

já entregamos o Crer,<br />

o Hugol. Todos os hospitais<br />

foram reformados e ampliados.<br />

Fizemos o Centro Cultural<br />

Oscar Niemeyer, a duplicação<br />

para Senador Canedo,<br />

a duplicação pra Goianira,<br />

a duplicação pra Nerópolis<br />

– fizemos a iluminação também<br />

–, inaugurar a duplicação<br />

pra Bela Vista, vários<br />

viadutos. Estamos fazendo<br />

e vamos entregar provavelmente<br />

em seis a oito meses,<br />

um enorme hospital que é<br />

o Hospital do Servidor Público.<br />

Estamos construindo<br />

também onde era o hospital<br />

de doenças sanitárias, onde<br />

era a Colônia Santa Marta,<br />

obra importante de ampliação.<br />

A minha meta agora é<br />

terminar a duplicação até<br />

Goiás velho, cidade de Goiás.<br />

Espero que até julho do<br />

ano que vem essa obra esteja<br />

completamente pronta.<br />

Inaugurar a duplicação pra<br />

Bela Vista, concluir e inaugurar<br />

a duplicação de Goiânia<br />

até a Belém—Brasília,<br />

passando por Nerópolis e<br />

São Franciso. E assim que o<br />

novo prefeito assumir, e nós<br />

estamos trabalhando pra<br />

viabilizar recursos, e eu quero<br />

conversar com o próximo<br />

prefeito de Goiânia, ou prefeita,<br />

e acertar parcerias pra<br />

melhorar o sistema viário de<br />

Goiânia. Hoje o grande problema<br />

de Goiânia é o trânsito.<br />

Goiânia cresceu muito, é<br />

uma metrópole hoje. E o que<br />

mais incomoda as pessoas<br />

aqui é o transito. Melhorar o<br />

tráfego urbano. Nesse sentido,<br />

eu quero conversar com<br />

o próximo prefeito, pra verificar<br />

que melhorias a gente<br />

pode fazer juntos: viadutos,<br />

melhorias em vias. Essa é<br />

uma preocupação que eu tenho.<br />

Mas nós vamos deixar<br />

um grande legado em Goiânia.<br />

Agora mesmo terminamos<br />

600 quilômetros de<br />

rede de saneamento básico<br />

na região noroeste de Goiânia.<br />

Neste ano nós vamos<br />

inaugurar o complexo produtor<br />

Mauro Borges, que vai<br />

garantir água de boa qualidade<br />

em Goiânia até daqui<br />

50 anos. E é um complexo<br />

que vai ser entregue agora.<br />

Eu já fiz a barragem, fizemos<br />

a estação de tratamento de<br />

água bruta, as adutoras,<br />

também uma subestação de<br />

energia. E quando nós inaugurarmos<br />

o complexo Mauro<br />

Borges, nós vamos deixar<br />

praticamente livre o atual<br />

sistema de captação e distribuição<br />

de água de Goiânia,<br />

que é o Meia Ponte. O que<br />

é captado hoje para Goiânia<br />

vai ficar apenas com Trindade<br />

e Goianira. Ou seja, nós<br />

vamos ter água aqui em Goiânia<br />

e Aparecida de Goiânia<br />

por muitas décadas.<br />

DE - O dinheiro, com<br />

essa negociação da dívida<br />

do Estado com o<br />

governo federal, vai ser<br />

suficiente pra investir<br />

nessas obras?<br />

Marconi - Nós não temos<br />

ainda recursos para<br />

investimentos. Nós temos<br />

As pessoas<br />

estão perdendo<br />

os empregos,<br />

e é lamentável<br />

que algum<br />

parlamentar<br />

queira<br />

atrapalhar<br />

(o Renda<br />

Cidadã)”<br />

utilizado recursos do Detran,<br />

recursos de fundos<br />

constitucionais, para garantir<br />

a conclusão de obras importantes.<br />

E elas vão continuar,<br />

nós vamos terminar<br />

essas obras iniciadas todas.<br />

Eventualmente, usaremos<br />

recursos de empréstimos e<br />

também recursos de privatização,<br />

especialmente da<br />

privatização da Celg. Todos<br />

esses recursos vão ser bem<br />

aplicados em obras planejadas,<br />

obras importantes<br />

em todas as áreas, saúde,<br />

educação, segurança, infraestrutura...<br />

DE - A Celg tem tido<br />

dificuldade de ser vendida.<br />

Toda vez que planeja<br />

um leilão, no final<br />

acaba não dando certo.<br />

O sr. tem previsão de<br />

quando vai ser efetivado<br />

o leilão, para que o<br />

Estado possa receber a<br />

parte dos recursos que<br />

cabe ao Estado, os 49%<br />

pro sr. investir ainda em<br />

seu governo?<br />

Marconi - É importante<br />

esclarecer que a Celg é administrada<br />

pelo governo federal<br />

desde janeiro de 2011. Tem<br />

mais de quatro anos e meio<br />

que a administração passou<br />

da Celg passou ao controle<br />

do governo federal, mais precisamente<br />

a Eletrobras e o<br />

Ministério de Minas e Energia.<br />

A diretoria que está lá, quase<br />

toda ela é indicada pelo<br />

governo federal. Nós temos<br />

apenas dois diretores indicados<br />

pelo governo de Goiás,<br />

que é o acionista minoritário.<br />

Nós temos 49% das ações,<br />

o governo federal tem 51%.<br />

Por conta da crise, os investidores<br />

acabaram achando que<br />

o preço estipulado pro leilão<br />

era alto. Então uma nova<br />

discussão começou, imediatamente,<br />

no dia 16 mesmo,<br />

quando não houve interessados<br />

no leilão. E essa negociação<br />

está sendo conduzida<br />

pela secretária da Fazenda de<br />

Goiás, dra. Ana Carla, e pelo<br />

presidente da Celgpar, o dr.<br />

Fernando Navarret, também<br />

com a presença do presidente<br />

da Celg D, do lado de cá. E do<br />

governo federal, a Eletrobras,<br />

Ministério de Minas e Energia<br />

e técnicos da presidência<br />

da República. Espero que<br />

nos próximos dias, possa ser<br />

apresentado um cronograma<br />

novo, com um preço novo e<br />

esperamos que o resultado<br />

possa ser positivo.<br />

DE - Sem a entrada<br />

dos recursos de privatização<br />

da Celg, o senhor<br />

teria muita dificuldade<br />

em concluir os projetos<br />

iniciados?<br />

Marconi - Não, eu acho<br />

que nos dois anos e pouco<br />

que nos falta de governo,<br />

nós vamos ter recursos de<br />

outras áreas, recursos que<br />

são vinculados à área do<br />

desenvolvimento, recurso<br />

do Produzir, do Protege,<br />

recursos de vinculações da<br />

Saúde, Educação, Pesquisa,<br />

recursos do Detran. Com esses<br />

recursos, teremos planejamentos<br />

para terminar o<br />

que tá começado, e deixar<br />

o Estado em uma situação<br />

bem melhor do ponto de<br />

vista de infraestrutura. Mas<br />

se tivermos os recursos da<br />

Celg, aí nós vamos poder<br />

fazer muito mais.

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