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RegistrosHistoricos

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Walmir Hugo dos Santos<br />

nas regiões mais pobres, situação que se agravava em curto prazo, pela incapacidade de mobilização<br />

desses países em face da pouca tecnologia disponível para enfrentar os problemas de produção e baixa<br />

produtividade, principalmente de produtos de subsistência.<br />

A atenção mundial voltou-se, então, para o aproveitamento de extensas áreas existentes na face<br />

da terra, e, nesse contexto, destacavam-se as áreas de terras ainda não ocupadas da Amazônia, distribuídas<br />

entre vários países da América do Sul, inclusive o Brasil, que detinha a maior parcela geográfica desse<br />

território conhecido como a Amazônia brasileira, ocupando mais da metade da superfície do nosso país,<br />

situação que induzia os países que detinham a hegemonia política e econômica mundial ao aproveitamento<br />

de grandes áreas ociosas que estavam sob jurisdição de países menos afortunados, sobretudo no continente<br />

americano.<br />

No Brasil, cogitou-se, nessa oportunidade, até com apoio de vários segmentos administrativos<br />

e políticos, na criação do Instituto da Hiléia Amazônica que, em princípio, iria internacionalizar a região<br />

amazônica, não só a brasileira como a de outros países.<br />

À época desse movimento intercontinental, já havia sido criado, em 1939, o então Instituto<br />

Agronômico do Norte – IAN, órgão remotamente antecessor da atual Empresa Brasileira de Pesquisa<br />

Agropecuária – EMBRAPA, destinado à pesquisa em toda a região amazônica e, por um longo tempo, a<br />

única instituição de pesquisa agronômica nesta região.<br />

Os primeiros anos de existência representaram um grande esforço dos dirigentes do IAN, no<br />

sentido de dotar o órgão de pesquisadores na área de ciências da terra, material humano então indisponível<br />

na região, em razão da inexistência de instituições formadoras de mão de obra qualificada nesse importante<br />

segmento profissional, esforço esse que se redobrava em virtude de técnicos contratados no sul do país<br />

dificilmente se adaptavam às condições adversas do clima da região e logo retornavam às suas origens.<br />

Nessa época, em pleno desenrolar da 2ª Guerra Mundial, a grande maioria dos pesquisadores<br />

lotados no IAN era de nacionalidade norte-americana, cedidos ao governo brasileiro pelos acordos de<br />

Washington, que foram celebrados entre os dois países.<br />

Logo após o término da Grande Guerra, o governo brasileiro criou a Superintendência<br />

de Valorização Econômica da Amazônia – SPVEA, como uma tentativa de viabilizar a política de<br />

desenvolvimento econômico desta região e corresponder aos anseios da nova ideologia desenvolvimentista<br />

preconizada para ocupação dos grandes vazios demográficos existentes na face da terra, especialmente<br />

no continente americano, o que levava à necessidade de mobilização de recursos humanos capacitados<br />

para essa tarefa.<br />

Ao mesmo tempo em que essa exigência de pessoal profissional qualificado de apoio ao grande<br />

projeto amazônico se acentuava, os pesquisadores americanos que desenvolviam suas atividades no IAN<br />

retornavam ao país de origem em razão, sobretudo, do final do conflito mundial.<br />

Como não havia a reposição desse pessoal na mesma velocidade em que se dava o esvaziamento<br />

do órgão de pesquisa, o IAN, já sob a direção do Dr. Felisberto Camargo, notável e polêmico pesquisador<br />

das questões amazônicas, hoje um tanto esquecido pela comunidade científica regional, que não destaca,<br />

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