Walmir Hugo dos Santos Além de cópia das atas de três reuniões realizadas pela Comissão, o Presidente da Comissão anexou ao Relatório cópia de avaliações individuais dos membros, todas elas contrárias à encampação, pelas razões que expuseram nessas avaliações. Não foi possível ao autor deste Registro Histórico ter acesso ao Processo da encampação em sua fase final, isto é, após o Relatório da Comissão enviado ao Ministro, que recebeu despacho do Prof. Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, Secretário da SESu-MEC, de modo que tornou-se impossível reproduzir os pareceres das autoridades do MEC, que subsidiaram a decisão Ministerial a respeito da encampação, mas é de se supor que foram favoráveis a manutenção da FCAP como Estabelecimento Isolado de Ensino Superior, como se posicionou a Comissão designada pela Portaria nº 1569 (DOU 23.10.92) para analisar a proposta de encampação da FCAP pela UFPA. E assim, A FCAP manteve o seu modelo jurídico, de unidade isolada, sepultando, mais uma vez, as pretensões da Universidade Federal do Pará e os anseios de poder de alguns de seus membros que tanto mal causaram a comunidade da FCAP. 140
FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE A Universidade, desde os tempos de suas duas antecessoras, vem procurando, tanto a nível nacional como internacional, parcerias no sentido de seu fortalecimento institucional, com objetivo de melhor cumprir com sua missão de uma instituição voltada para o processo de desenvolvimento socioeconômico de uma região periférica do país, bem como estar preparada para responder às imensas demandas que a ela se fazem, não só da região, em razão de ser a mais importante unidade de ensino em ciências agrárias, em nível regional e, até mesmo do trópico úmido americano como, também, pela comunidade externa, por estar localizada na região amazônica, centro permanente do interesse internacional pela sua diversidade biológica e pela vastidão de sua floresta tropical que recobre o seu espaço territorial, cujo processo de desenvolvimento tem preocupado não só o governo brasileiro, como a sociedade científica do mundo, pelas especulações que se fazem da repercussão dessa atividade no futuro do planeta e do bem estar da humanidade. A partir da década de 60, quando se intensificou os olhares econômicos, científicos e acadêmicos para esta região, a então Escola de Agronomia da Amazônia e posteriormente a Faculdade de Ciências Agrárias do Pará recebeu amplo apoio às suas atividades de ensino, pesquisa e extensão por parte de instituições brasileiras e internacionais, condição que alavancou os seus projetos e permitiu o início do fortalecimento de todo o aparato científico e tecnológico que a colocou entre as mais completas do país, enquanto estabelecimento de ensino e pesquisa em ciências agrárias e atividades afins. Tanto a Escola de Agronomia da Amazônia quanto a Faculdade de Ciências Agrárias do Pará receberam, cada uma a seu tempo, colaboração científica, técnica e financeira de diversos órgãos nacionais e estrangeiros, na forma de participação com pessoal qualificado, doação de máquinas e equipamentos, treinamento de pessoal e participação no processo de desenvolvimento institucional, especialmente na área de ciências florestais e agricultura de resultados. A antiga FCAP sediou, por um longo tempo, em suas instalações, o Projeto IICA-Trópico, do Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas, voltado para o desenvolvimento de suas atividades, em parceria com a instituição e outros órgãos, especialmente em treinamento de pessoal docente, técnico e auxiliar, nas modernas opções da tecnologia agrícola para regiões em desenvolvimento. No final da década de 90, a FCAP recebeu o maior incentivo para o seu fortalecimento. Foi através do Projeto chamado DFID, depois denominado de ProUFRA, quando a instituição transformou-se, institucionalmente, em Universidade Federal Rural da Amazônia. A proposta de colaboração com a FCAP resultou de contatos com o Assessor para Assuntos Florestais do DFID, na época ODA, em Brasília, no início da década de 90, oportunidade em que a FCAP trabalhou em parceria com o Museu Paraense Emilio Goeldi – MPEG, na coleta e preparação preliminar de material botânico de árvores da Aniba spp (Pau Rosa), em uma vasta área de ocorrência natural da espécie em toda Amazônia brasileira, fonte de óleo muito usado em perfumaria. O DFID enviou uma missão preliminar em meados de 1994, logo após uma avaliação de proposta de apoio dessa organização inglesa ao MPEG, particularmente para a Estação Científica de Caxiuanã e, na ocasião, a missão concluiu que a FCAP precisava de apoio para realizar levantamentos das necessidades de 141