Volume 2 - Machinima - Via: Ed. Alápis
O segundo volume da oleção CINUSP, Machinima, trata sobre filmes criados em ambientes virtuais, originalmente a partir de videogames
O segundo volume da oleção CINUSP, Machinima, trata sobre filmes criados em ambientes virtuais, originalmente a partir de videogames
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gênero devotados a títulos independentes como Mighty Jill Off{Auntie Pixelante, 2008)26<br />
e Mondo Medicais (Cactus, 2007),27 28que não ganham a devida atenção das publicações<br />
mainstream. Por sorte, o gênero apresenta um ritmo adequado a essa espécie de resenha<br />
audiovisual que, ao invés de demonstrar o jogo funcionando, analisa o modo como ele<br />
funciona. Nesse caso, até mesmo a hesitação operacional dos realizadores é positiva, já que<br />
expõe mecanismos narrativos e estéticos que, de outra forma, passariam despercebidos -<br />
inclusive elementos de interface como menus e telas de game over que, por razões óbvias,<br />
aparecem muito raramente nos speedrunnings.<br />
O registro de intervenções no universo de Minecraft<br />
Nos tool-assisted movies, a gravação em vídeo se torna parte integrante dos procedimentos<br />
de jogo; com o lefs play, ela serve para descrevê-los ou analisá-los criticamente.<br />
Contudo, seus efeitos na cultura do videogame podem ir ainda além, chegando a<br />
influenciar na própria produção ou desenvolvimento dos jogos. Isso pode ser percebido<br />
se prestarmos atenção em como a gravação de partidas tem sido utilizada pelos jogadores<br />
de um título como Minecraft28 - e como o seu criador, por sua vez, responde às ações<br />
dessa comunidade.<br />
Minecraft é um jogo independente que, embora ainda esteja em fase beta, já vendeu<br />
mais de um milhão e meio de cópias. A primeira vista, ele parece um first-person shooter<br />
de baixíssima resolução. Não há nenhum objetivo predeterminado; a dinâmica do jogo<br />
consiste na mera exploração de um mundo tridimensional feito de blocos coloridos. Durante<br />
o dia, o jogador é livre para coletar esses blocos, como se fossem recursos naturais,<br />
com os quais pode montar ferramentas e construir prédios. Essas estruturas são necessárias<br />
para que, à noite, ele se defenda dos monstros que perambulam pelo universo do jogo.<br />
Com um cenário tão mínimo, Minecraft se apresenta como o legítimo exemplar<br />
do estilo sandbox, em que o jogador pode fazer aquilo que bem entender - e, aparentemente,<br />
o que grande parte deseja é brincar de Lego. Entre seus adeptos, o maior apelo do<br />
jogo é utilizar os blocos coloridos como matéria-prima para esculturas, criando uma forma<br />
de pixel arte tridimensional. Os resultados dessa prática são os mais diversos: desde<br />
simples castelos e sprites de personagens 16 bits29 até objetos literalmente descomunais<br />
- incluindo o Titanic,30 31a nave USS Enterprise31 e uma completa recriação da cidade<br />
submarina Rapture, cenário do jogo Bioshock.32<br />
26 http://www.youtube.com/watch?v=n7q_OOR3XQ8<br />
27 http://www.youtube.com/watch?v=TYwZ07rxQeI<br />
28 http://www.minecraft.net/<br />
29 http://www.youtube.com/watch ?v=YnCl9YWlm9Y<br />
30 http://www.youtube.com/watch?v=zrJJdfOOhFw<br />
31 http://www.youtube.com/watch?v=kn2-d5a3r94<br />
3 2 http:/ /www.youtu be.com/watch ?v= H Y O QP YT M 5cE<br />
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