Volume 2 - Machinima - Via: Ed. Alápis
O segundo volume da oleção CINUSP, Machinima, trata sobre filmes criados em ambientes virtuais, originalmente a partir de videogames
O segundo volume da oleção CINUSP, Machinima, trata sobre filmes criados em ambientes virtuais, originalmente a partir de videogames
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classifica os emuladores como “a maior ameaça já vista para os direitos de propriedade intelectual<br />
dos desenvolvedores de videogame”.17 Ao mesmo tempo, a empresa oferece uma solução<br />
oficial de emulação: o console virtual do W ii,18 que permite rodar títulos de videogames<br />
antigos - obviamente, sem as funções necessárias para a realização de um tool-assisted<br />
movie. Nesse sentido, a prática segue existindo de maneira completamente desautorizada.<br />
Uma forma de cinema direto nos vídeos de let’s play<br />
Uma outra modalidade de gravação de partida a ser considerada são os vídeos no<br />
formato let’s play (LP), que constituem extensivos playthroughs de jogos variados, registrados<br />
com auxílio de um software de captura de tela como o FRAPS.19 20Segundo relatos, esse<br />
gênero surgiu em 2006 nos fóruns de videogame do site Something Awful,10 um dos catalisadores<br />
do folclore da Internet.21 A partir de lá, ele se espalhou pela web, encontrando um<br />
repositório oficial no Let’s Play Archive - que assim o descreve:<br />
LPs mostram um videogame sendo<br />
jogado enquanto o jogador fala sobre o que<br />
está fazendo, comentando o vídeo ou os<br />
screenshots. Geralmente as partidas são divididas<br />
em vários segmentos (com duração<br />
variável). Raramente, uma ação pode ser<br />
executada “fora de cena” ou acelerada para<br />
não se tornar muito repetitiva, mas na maior<br />
parte das vezes a partida é exibida na íntegra,<br />
incluindo todos os “Game Overs” e mortes,<br />
em um estilo informativo ou espirituoso que<br />
prenda a atenção [...].22<br />
Logo, ao contrário dos diversos tipos de speedrunning, no lets play não há competição.<br />
Ele é marcado menos pela demonstração de habilidade dos jogadores do que pelo seu<br />
humor ou pela diversidade dos títulos explorados. Mais do que impressionar os espectadores,<br />
o objetivo dessas performances parece ser diverti-los ou ensiná-los a jogar. Assim, uma<br />
forma de se pensar o lets play é como um walkthrough em vídeo: um guia que “registra um<br />
estilo de jogo, encoraja a adoção de novos estilos de engajamento, e talvez até busque regular<br />
o modo em que videogames são jogados” (Newman, 2008: 93). Esse é o caso de uma série<br />
17 http://www.nintendo.com/corp/legal.jsp<br />
18 http://vww.nintendo.com/wii/online/virtualconsole/<br />
19 http://vwwtfraps.com/<br />
20 http ://vwwtsomethingawful.com/<br />
21 http://lparchive.org/history<br />
22 http://lparchive.org/faq<br />
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