Volume 2 - Machinima - Via: Ed. Alápis
O segundo volume da oleção CINUSP, Machinima, trata sobre filmes criados em ambientes virtuais, originalmente a partir de videogames
O segundo volume da oleção CINUSP, Machinima, trata sobre filmes criados em ambientes virtuais, originalmente a partir de videogames
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Idéias iniciais sobre o<br />
espaço-tempo dos machinima<br />
<strong>Ed</strong>uardo de Jesus<br />
Introdução transitória<br />
Como opera o circuito das imagens hoje em dia? Sabemos que depois do surgimento<br />
do vídeo nos anos 60 (a então caçula das imagens técnicas) seguindo, de alguma<br />
forma, toda a movimentação de renovação da linguagem cinematográfica ocorrida nas<br />
décadas anteriores, as imagens mudaram e surgem em outros circuitos e sistemas. Agora,<br />
elas passam a circular intensamente por esses diversos espaços em distintas e múltiplas<br />
formas de produção.<br />
Nesses movimentos, os processos de hibridaçao entre modos de produção, técnicas<br />
(antigas e novas), circuitos, suportes e modos de difusão deram um outro impulso<br />
à produção imagética contemporânea. Heranças do passado são rearticuladas em novos<br />
suportes, procedimentos formais atuais se aplicam em imagens vindas do passado colocando,<br />
especialmente, as imagens em movimento em outros e distintos modos de fruição.<br />
Da internet ao museu, do celular à televisão, do cinema ao cubo branco, passamos cada vez<br />
mais a colocar as imagens para circular e elas passam a absorver - numa espécie de força<br />
centrípeta - tudo o que está no entorno. Absorvendo e reposicionando.<br />
Talvez essa dinâmica das imagens possa ser pensada em torno de duas linhas de<br />
força. Uma primeira, que as coloca como ponto importante no modo de operação do<br />
capitalismo financeiro, especialmente por inventar e mostrar horizontes possíveis, tão previsíveis<br />
e voltados para o consumo, que nos tornam quase anestesiados pela intensidade<br />
com que essas imagens, ligadas a uma sociedade excitada (Turcke), são absorvidas por nós.<br />
A outra linha resiste a essa primeira, mas ao mesmo tempo dela se aproveita como fonte<br />
inesgotável de referências. Trata-se do modo como nós também produzimos imagens e<br />
também as colocamos para circular na acoplagem entre os sistemas de função massiva e<br />
pós-massiva. A natureza desse encontro é explosiva e, apesar dos inúmeros controles, mui-<br />
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